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Via auditiva
O dobramento dos estereocílios das células ciliadas do órgão espiral promove a liberação de um
neurotransmissor (provavelmente o glutamato), que gera impulsos nervosos nos neurônios sensitivos que
inervam as células ciliadas. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios
espirais. Os impulsos nervosos passam através dos axônios desses neurônios, que formam a parte coclear
do nervo vestibulococlear . Esses axônios formam sinapses com neurônios nos núcleos cocleares no bulbo
naquele mesmo lado. Alguns dos axônios dos núcleos cocleares passam por um cruzamento no bulbo e
ascendem em um trato chamado de lemnisco lateral no lado oposto e terminam no colículo inferior do
mesencéfalo. Outros axônios dos núcleos cocleares terminam no núcleo olivar superior em cada lado da
ponte. Diferenças sutis no tempo que demora para que os impulsos nervosos provenientes das duas orelhas
cheguem nos núcleos olivares superiores permitem a localização da fonte do som. Axônios dos núcleos
olivares superiores também ascendem no lemnisco lateral em ambos os lados e terminam nos colículos
inferiores. A partir de cada colículo inferior, os impulsos nervosos são transmitidos para o núcleo geniculado
medial no tálamo e, finalmente, para a área auditiva primária do córtex cerebral no lobo temporal do cérebro.
Como muitos axônios auditivos cruzam o bulbo, trocando de lado, enquanto outros permanecem no mesmo
lado, as áreas auditivas primárias direita e esquerda recebem impulsos nervosos de ambas as orelhas.
2. Elucidar a manutenção do equilíbrio através do sistema vestibular.
Fisiologia do equilíbrio
Existem dois tipos de equilíbrio:
O equilíbrio estático se refere à manutenção da posição do corpo (principalmente a cabeça) em relação à
força da gravidade. Os movimentos corporais que estimulam os receptores do equilíbrio estático incluem girar
a cabeça e a aceleração e a desaceleração lineares.
O equilíbrio dinâmico é a manutenção da posição corporal (principalmente da cabeça) em resposta a
movimentos súbitos como a aceleração ou a desaceleração rotacionais.
Vias do equilíbrio
A curvatura dos feixes pilosos das células ciliadas nos ductos semicirculares, no utrículo ou no sáculo
promove a liberação de um neurotransmissor (provavelmente glutamato), gerando impulsos nervosos nos
neurônios sensitivos que inervam as células ciliadas. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão
localizados nos gânglios vestibulares. Impulsos nervosos são transportados pelos axônios desses neurônios,
que formam a parte vestibular do nervo vestibulococlear (VIII). A maior parte desses axônios formam sinapses
com os neurônios sensitivos nos núcleos vestibulares, os principais centros de integração com o equilíbrio,
localizados no bulbo e na ponte. Os núcleos vestibulares também recebem informações dos olhos e dos
proprioceptores, especialmente os localizados nos músculos do pescoço e dos membros, que indicam a
posição da cabeça e dos membros. Os axônios restantes entram no cerebelo através dos pedúnculos
cerebelares inferiores. Vias bidirecionais conectam o cerebelo e os núcleos vestibulares.
Os núcleos vestibulares integram informações provenientes dos receptores vestibulares, visuais e somáticos
e enviam comandos para
(1) os núcleos dos nervos cranianos – oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI) – que controlam os
movimentos coordenados dos olhos e da cabeça, ajudando a manter o foco no campo visual;
(2) os núcleos dos nervos acessórios (XI), que ajudam a controlar os movimentos da cabeça e do pescoço
para a manutenção do equilíbrio;
(3) o trato vestibulospinal, que transmite impulsos para a medula espinal para a manutenção do tônus
muscular nos músculos esqueléticos, ajudando a manter o equilíbrio;
(4) o núcleo ventral posterior do tálamo e, então, para a área vestibular no lobo parietal do córtex cerebral
(que é parte da área somatossensorial primária); que nos fornece a percepção consciente da posição e dos
movimentos da cabeça e dos membros.
3. Relacionar a manutenção do sistema vestibular com o processamento visual.
As vias de localização do som no córtex originam-se no núcleo central do colículo inferior e ascendem através
do tálamo auditivo, da área auditiva primária e de áreas de associação cortical, por fim atingindo os campos
visuais frontais envolvidos no controle do olhar.
Os movimentos da cabeça e dos olhos podem ser desencadeados pela estimulação dos campos visuais
frontais, os quais se conectam diretamente com os núcleos pré-motores tegmentares do tronco encefálico,
que medeiam mudanças na direção do olhar, assim como com o colículo superior. Contudo, a via
mesencefálica dos neurônios sensíveis à localização do colículo inferior para o colículo superior para o con-
trole da orientação do olhar pode regular diretamente os movimentos de orientação da cabeça, dos olhos e
dos orelhas.
-As vias cortical e subcortical de localização de fontes sonoras possuem acesso paralelo aos centros de
controle de orientação do olhar, provavelmente com algum grau de redundância entre elas. Além disso,
quando somente os campos frontais oculares são inativados, perdem sua capacidade de orientar o olhar em
direção a um alvo que foi extinto e deve ser lembrado, exatamente como ocorre em mamífero com lesão na
região A1.
Essa parece ser a diferença geral entre a via cortical e a via subcortical. Os circuitos subcorticais são
importantes para respostas comportamentais rápidas e confiáveis que são cruciais para a sobrevivência. Os
circuitos corticais permitem a memória de trabalho, tarefas complexas de reconhecimento e a seleção de
estímulos e a avaliação de sua significância, resultando em um desempenho mais lento, mas mais
diferenciado.
Os circuitos auditivos do córtex cerebral são segregados em vias separadas de processamento
No sistema visual, os sinais de saída do córtex visual primário são segregados em vias dorsal e ventral
separadas, responsáveis respectivamente pela localização de objetos no espaço e pela identificação de
objetos. Uma divisão similar de trabalho parece existir no córtex somatossensorial, e evidências recentes
sugerem que o córtex auditivo siga uma organização semelhante.
Cada parte do ouvido tem um papel importante no fornecimento de informações sonoras ao cérebro. A perda
auditiva é o resultado de danos a uma ou várias partes do ouvido externo, médio e interno. Costumamos
associar a deficiência auditiva ao envelhecimento, talvez porque ela realmente seja mais comum entre os
idosos. Porém, é necessário ficar atento. Ela pode atingir também jovens, crianças e adultos em geral. A
pessoa pode perder a audição aos poucos sem perceber. Deficiência auditiva é a perda ou redução da
capacidade de ouvir os sons que estão ao redor.
Geralmente é provocada pelo excesso de exposição ao som ou ruídos altos e pelo envelhecimento. Porém, a
deficiência auditiva também pode ser consequência de algum outro problema de saúde, uso de
medicamentos ou vícios, como fumo e álcool. Na maioria dos casos não tem cura, mas o uso de aparelhos
auditivos garante o bem-estar e melhor qualidade de vida aos pacientes.
As perdas auditivas são classificadas em três tipos:
- Neurossensorial: este tipo de perda auditiva está diretamente ligada ao ouvido interno e é irreversível. As
causas são as mais variadas, mas estão comumente relacionadas com problemas nas células internas dos
ouvidos que, quando lesionadas, não têm a capacidade de recuperação.
- Condutiva: este tipo de perda auditiva está relacionado, sobretudo, com uma espécie de interferência na
transmissão do som entre os dois ouvidos: interno e externo. É causada, geralmente, por infecções.
- Mista: este tipo de perda auditiva ocorre quando o dano atinge tanto o ouvido interno quanto o externo. É
quando, por exemplo, o paciente tem alguma infecção e algum dano nas células ao mesmo tempo.
Perda do equilíbrio
• O equilíbrio corporal é regulado principalmente por três sistemas orgânicos conjuntos, coordenados entre si
– o ouvido (labirinto), a visão e o cerebelo – e depende de um delicado controle efetuado sobre os músculos e
as articulações pelo sistema nervoso central, de modo a manter o corpo em determinadas posições estáticas
ou a se deslocar harmoniosamente.
• Os distúrbios do equilíbrio são transtornos na manutenção do equilíbrio normal que resultam de doenças
que afetam as vias vestibulares centrais ou periféricas, o cerebelo ou as vias sensoriais envolvidas na
propriocepção. Esses distúrbios costumam apresentar-se como vertigem ou ataxia.
• A vertigem normalmente se manifesta por meio de impulsão (sensação de que o corpo está sendo
arremessado ou puxado no espaço), oscilopsia (ilusão visual de movimento para frente e para trás), náuseas,
vômitos ou ataxia de marcha. Os sintomas associados à vertigem podem ajudar a localizar a lesão que a está
causando:
➣Distúrbio vestibular periférico: normalmente associado à perda auditiva ou zumbido.
➣Distúrbio central: normalmente associado a disartria, disfagia, diplopia, fraqueza ou perda sensorial.
• Ataxia é incoordenação ou desajeitamento de movimento que não é resultado da fraqueza muscular. Pode
ser causada por distúrbios vestibulares, cerebelares ou sensoriais (proprioceptivos). A ataxia normalmente
está associada à hipotonia e pode afetar o movimento dos olhos, a fala, os membros, tronco, postura ou
marcha.
• Ataxia associada à vertigem sugere um distúrbio vestibular. Já ataxia com dormência ou formigamento nas
pernas sugere ataxia sensorial.
• No caso de distúrbios cerebelares, as anomalias oculares são uma consequência frequente devido o papel
do cerebelo no controle dos movimentos oculares. Pode haver nistagmo, paresia de olhar e movimentos
defeituosos.
• Principais causas dos distúrbios do equilíbrio → envelhecimento, infecções virais ou bacterianas no ouvido,
um ferimento na cabeça ou distúrbios circulatórios que afetam o ouvido interno ou o cérebro, efeito colateral
de certos medicamentos. Além disso, problemas nos sistemas visual, esquelético, nervoso ou circulatório
(pressão baixa/hipotensão ortostática) podem originar alterações de postura e equilíbrio.
clínica neurológica