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TUTORIA 3 – TATO

1º OBJETIVO: CONHECER OS TIPOS DE RECEPTORES SENSORIAIS E OS ESTÍMULOS QUE OS


ATIVAM
 

 Todas as vias sensoriais possuem elementos em comum.


 Começam com um ESTÍMULO → na forma de ENERGIA FÍSICA → atua em um Receptor Sensorial.
 RECEPTOR → é transdutor → converte o estímulo em um SINAL INTRACELULAR → normalmente é uma
mudança no potencial de membrana.
 ESTÍMULO → produz uma mudança que atinge o limiar → são gerados POTENCIAIS DE AÇÃO →
transmitidos de um Neurônio Sensorial até o SNC → onde os sinais de entrada são integrados.
 Alguns estímulos chegam ao CÓRTEX CEREBRAL → geram a percepção consciente
 Outros estímulos agem inconscientemente.
 A cada sinapse ao longo da via → SN pode modular e ajustar a informação sensorial.
 
RECEPTORES SÃO SENSÍVEIS A FORMAS PARTICULARES DE ENERGIA
RECEPTORES DO SISTEMA SENSORIAL → Variam amplamente em complexidade.
 Receptores + simples → Terminações nervosas não encapsuladas → LIVRES.
 Receptores + complexos → Terminações nervosas são envoltas por → Cápsulas de Tecido Conectivo.
 
 AXÔNIOS → receptores simples e complexos → podem ser MIELINIZADOS ou NÃO MIELINIZADOS.
 Sentidos Especiais → possuem os receptores + especializados.
o Receptores da Olfação → são neurônios.
o Outros 4 sentidos especiais → utilizam células receptoras não neurais → fazem sinapse com
NEURÔNIOS SENSORIAIS.
 

EXEMPLO:
 Célula ciliada (pilosa) da orelha.
 Quando ativada → libera um SINAL QUÍMICO → inicia um potencial de ação no neurônio
sensorial associado.
 
 Receptores Neurais + Não Neurais → se desenvolvem a partir do mesmo tecido embrionário.
 
ESTRUTURAS ACESSÓRIAS NÃO NEURAIS
São críticas para o funcionamento de muitos sistemas sensoriais.
Frequentemente aumentam a capacidade de obtenção de informação do sistema sensorial
 

EXEMPLOS:
o Lente e Córnea do olho → ajudam a focar a luz nos fotorreceptores.
o Pelos de nossos braços → auxiliam os receptores somatossensoriais a detectarem um movimento de
milímetros no ar acima da superfície da pele.
 
São divididos em 4 grupos principais → baseado no tipo de estímulo a que são mais sensíveis.
 

(1) MECANORRECEPTORES: Respondem a formas de energia mecânica, incluindo pressão (compressão


mecânica), vibração, gravidade, aceleração e som (p. ex., audição). Detectam o estiramento do receptor ou dos
tecidos adjacentes ao receptor;
(2) TERMORRECEPTORES: Detectam alterações da temperatura, alguns receptores detectam o frio, outros
detectando calor;
(3) NOCICEPTORES (receptores da dor): Detectam danos físicos ou químicos que ocorrem nos tecidos;
(4) RECEPTORES ELETROMAGNÉTICOS/FOTORRECEPTORES: Detectam a luz que incide na retina dos olhos, ou
seja, respondem a estímulos luminosos.
(5) QUIMIORRECEPTORES: Respondem a ligantes químicos que se ligam ao receptor. Detectam o gosto na boca
(gustação), o cheiro no nariz (olfação), o nível de O2 no sangue arterial, a osmolalidade dos líquidos corpóreos, a
[ ] de CO2 e outros fatores químicos.
 
 

SENSIBILIDADE DIFERENCIAL DOS RECEPTORES


 2 tipos de receptores sensoriais detectam tipos diferentes de estímulos por SENSIBILIDADES
DIFERENCIADAS.
o Cada tipo de receptor é muito sensível ao tipo de estímulo para o qual ele é especializado e
praticamente insensível a outros tipos de estímulos sensoriais.
 

EXEMPLO:
o BASTONETES e CONES → respondem à luz.
Mas não aos limites normais de calor, frio, pressão nos globos oculares ou alterações químicas do
sangue.
 
MODALIDADE DE SENSAÇÃO — O PRINCÍPIO DAS “VIAS ROTULADAS”
 Cada um dos principais tipos de sensibilidade (dor, tato, visão, som) é chamado → MODALIDADE
SENSORIAL
 A partir delas → FIBRAS NERVOSAS transmitem apenas impulsos.
 

COMO OCORRE:
o Cada trato nervoso termina em área específica no SNC → o tipo de sensação percebida, (quando
a fibra nervosa é estimulada) é determinado pela região no sistema nervoso para onde as fibras se
dirigem.
o FIBRAS DO TATO ESTIMULADAS → fazem o indivíduo perceber porque → fibras táteis se dirigem a
áreas encefálicas específicas para o tato.
o De maneira semelhante → outros tipos de fibras levarão o impulso elétrico para áreas específicas
do SNC.
 

 PRINCÍPIO DAS VIAS ROTULADAS → especificidade das fibras nervosas para transmitir apenas 1
modalidade sensorial.
 
TRANSDUÇÃO DOS ESTÍMULOS SENSORIAIS EM IMPULSOS NERVOSOS CORRENTES ELÉTRICAS LOCAIS NAS
TERMINAÇÕES NERVOSAS — POTENCIAIS RECEPTORES
Todos os receptores sensoriais têm característica comum.
 Qualquer que seja o tipo de estímulo que excite o receptor → efeito imediato → alterar o potencial
elétrico da membrana do receptor.
 Alteração do potencial é chamada → POTENCIAL RECEPTOR.  

✘ MECANISMOS DOS POTENCIAIS RECEPTORES


Os diferentes receptores podem ser excitados de várias maneiras para causar um potencial receptor:
(1) POR DEFORMAÇÃO MECÂNICA DO RECEPTOR → distende a membrana do receptor e abre os canais
iônicos;
(2) PELA APLICAÇÃO DE SUBSTÂNCIA QUÍMICA NA MEMBRANA → Também abre os canais iônicos;
(3) PELA ALTERAÇÃO DA TEMPERATURA DA MEMBRANA → altera a permeabilidade da membrana;
(4) PELOS EFEITOS DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA → como a luz no receptor visual → alteram as
características da membrana do receptor e permitem que os íons fluam pelos canais da membrana.
 
CAUSA DA ALTERAÇÃO NO POTENCIAL DE MEMBRANA
o Alteração da permeabilidade da membrana do receptor → permite que os íons se difundam através
da membrana → alterando o POTENCIAL TRANSMEMBRANA.
 
✘ AMPLITUDE MÁXIMA DO POTENCIAL RECEPTOR SENSORIAL
 Cerca de 100 milivolts, porém esse nível ocorre apenas com estímulo sensorial de intensidade
extremamente elevada.
 Essa é aprox. a mesma voltagem máxima registrada nos potenciais de ação e é também a alteração da
voltagem verificada quando a membrana fica permeável, o máximo possível, aos Na+.
 
✘ RELAÇÃO DO POTENCIAL RECEPTOR COM OS POTENCIAIS DE AÇÃO
 Quando o potencial receptor se eleva acima do limiar, para desencadear potenciais de ação na fibra
nervosa conectada ao receptor → ocorrem então os potenciais de ação.
 Quanto + potencial receptor se eleva acima do limiar → maior fica a frequência dos potenciais de ação na
FIBRA AFERENTE.
 

 
POTENCIAL RECEPTOR DO CORPÚSCULO DE PACINI — EXEMPLO DA FUNÇÃO DO RECEPTOR
 CORPÚSCULO DE PACINI → contém uma fibra nervosa que se estende por toda a sua região central.
 Circundando essa fibra nervosa existem múltiplas camadas capsulares → de modo que qualquer pressão
exercida, em qualquer região externa do corpúsculo vai alongar, comprimir ou deformar de alguma
maneira a fibra central.
 Terminação da Fibra Central na cápsula → AMIELÍNICA, porém ela fica MIELINIZADA um pouco antes de
deixar o corpúsculo e entrar em NERVO SENSORIAL PERIFÉRICO.
 
POTENCIAL RECEPTOR
o Após compressão do corpúsculo → canais iônicos se abriram na membrana → permitindo que Na+ se
difunda para o interior da fibra.
o Esse efeito cria aumento da positividade no interior da fibra → Potencial Receptor.
o Gera fluxo de corrente → CIRCUITO LOCAL → Se distribui ao longo da fibra nervosa.
o Ao atingir o 1º Nodo de Ranvier → fluxo de corrente local DESPOLARIZA a membrana da fibra →
desencadeia potenciais de ação típicos transmitidos ao longo da fibra nervosa para o SNC.

 
 
RELAÇÃO ENTRE INTENSIDADE DO ESTÍMULO E POTENCIAL RECEPTOR
 Variação da amplitude do potencial receptor → causada por compressão mecânica progressivamente
mais forte aplicada ao CORPÚSCULO DE PACINI.
 Com intensidades de estimulação muito altas → amplitude do potencial gerador aumenta rapidamente
no início e depois, mais lentamente.
 Potenciais de ação repetitivos eleva quase, proporcionalmente, ao aumento do potencial receptor.
o A estimulação muito intensa do receptor provoca progressivamente menos e menos aumentos
adicionais do nº de potenciais de ação.
 Princípio importante de quase todos os RECEPTORES SENSORIAIS.
o Porque permite que o receptor seja sensível à sensação fraca e ainda seja capaz de não atingir a
frequência máxima de disparo até que a sensação seja extrema.
o Essa característica possibilita que o receptor tenha ampla variedade de respostas → de muito
fracas até muito intensas.
ADAPTAÇÃO DOS RECEPTORES
 Se adaptam parcial ou completamente a qualquer estímulo constante → depois de certo período de
tempo.
o Ou seja, num ESTÍMULO SENSORIAL CONTÍNUO → no início, o receptor responde com alta
frequência de impulsos, após, com frequência menor e até que em frequência de potenciais de
ação muito baixa → cessam-se os impulsos.
 Alguns receptores como → CORPÚSCULO DE PACINI → se adaptam rapidamente:
 
RECEPTORES DE ADAPTAÇÃO RÁPIDA
o Detectam alterações da intensidade do estímulo → “receptores de taxa de variação”, “receptores de
movimento” ou “receptores fásicos”.
o Não podem ser usados para transmitir sinal contínuo → esses receptores são estimulados apenas
quando a FORÇA DO ESTÍMULO SE ALTERA.
o Reagem fortemente enquanto está acontecendo alteração de fato.
 

EXEMPLO:
Corpúsculo de Pacini
 Detecta pressão súbita aplicada aos tecidos → excita esse receptor por alguns milissegundos
→ em seguida, essa excitação termina mesmo que a pressão continue.
 Mais tarde → transmite novamente um sinal quando a pressão é liberada.
 Importante para informar ao sistema nervoso sobre as deformações teciduais rápidas, porém é
inútil para a transmissão de informações sobre as condições constantes do corpo.
 
FUNÇÃO PREDITIVA DOS RECEPTORES DE TAXA DE VARIAÇÃO
Detectam as condições impostas pela velocidade de alteração.
 

EXEMPLOS:
o Receptores dos canais semicirculares no aparelho vestibular → detectam a velocidade com que a
cabeça muda de direção.
 Com isso, a pessoa tende a ajustar os movimentos corporais para evitar a perda do equilíbrio.
o receptores das articulações ajudam a detectar as velocidades dos movimentos de diferentes partes do
corpo.
 Com isso, numa corrida o SNC pode prever onde os pés estarão durante frações precisas do
próximo segundo.
 Isso evita a perda de equilíbrio e a possível queda.
 
 Outros receptores como fuso muscular (estiramento muscular) → SE ADAPTAM LENTAMENTE.
 Alguns MECANORRECEPTORES se adaptam após horas ou dias → RECEPTORES QUE “NÃO SE
ADAPTAM”.
o EXEMPLOS: Barorreceptores e Receptores de dor.
 
RECEPTORES LENTOS → detectam estímulos de intensidade contínua → RECEPTORES “TÔNICOS”.
 

EXEMPLOS:
o Fusos musculares e dos aparelhos tendinosos de Golgi → informam sobre o estado da contração
muscular e da carga sobre o tendão a cada instante.
o Receptores da mácula no aparelho vestibular;
o Receptores da dor;
o Barorreceptores do leito arterial;
o Quimiorreceptores dos corpos carotídeo e aórtico.
 
MECANISMOS PELOS QUAIS OS RECEPTORES SE ADAPTAM
Os mecanismos de adaptação do receptor são diferentes para cada tipo de receptor, da mesma forma que o
potencial receptor é propriedade individual.
 

EXEMPLOS:
o Bastonetes e Cones → se adaptam modificando as [ ] de substâncias químicas sensíveis à luz.
o Mecanorreceptores → como no corpúsculo de Pacini ocorre por 2 maneiras:
 1°) Pela estrutura viscoelástica, a força de compressão aplicada de um lado é transmitida pelo
componente viscoso do corpúsculo para o mesmo lado da fibra nervosa central,
desencadeando → POTENCIAL RECEPTOR.
 Logo, em alguns centésimos de seg → líquido no interior do corpúsculo se redistribui, e
o potencial receptor não é mais provocado.
 Dessa forma → potencial receptor aparece no início da compressão, porém desaparece
em pequena fração de seg, mesmo que a compressão continue.
 2°) É muito mais LENTO e resulta do processo → ACOMODAÇÃO → ocorre na própria fibra
nervosa, mesmo quando ela continua a ser deformada.
 Isso se resulta provavelmente da “inativação” progressiva dos canais de Na+ na
membrana da fibra nervosa.
 
FIBRAS NERVOSAS QUE TRANSMITEM DIFERENTES TIPOS DE SINAIS E SUA CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA
 Alguns sinais precisam ser transmitidos rapidamente para o SNC → como posição das pernas na corrida.
 Outros como a informação sobre dor prolongada → não precisam ser transmitidos rapidamente;
 Fibras que transmitem impulsos rápidos → não possuem maior diâmetro do que as que conduzem
estímulos lentos.
o Quanto > diâmetro → > velocidade de condução.
 
CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS FIBRAS NERVOSAS
Fibras são divididas nos tipos.
 FIBRAS TIPO A
São as típicas fibras mielinizadas de calibres grande e médio dos nervos espinais.
o Fibras a
o Fibras b
o Fibra g
o Fibras d.
 FIBRAS TIPO C
o Fibras nervosas finas e amielínicas → conduzem impulsos com baixa velocidade.
o Constituem mais da metade das fibras sensoriais na maioria dos nervos periféricos, bem como em
todas as fibras autônomas pós-ganglionares.
o Poucas fibras mielinizadas grossas podem transmitir impulsos com velocidades tão altas quanto
120 m/s.
o Ao contrário → fibras mais delgadas transmitem impulsos tão lentamente quanto 0,5 m/s →
sendo necessários cerca de 2 segundos para ir do grande artelho (hálux) do pé até a medula
espinal.
 
CLASSIFICAÇÃO ALTERNATIVA USADA PELOS FISIOLOGISTAS SENSORIAIS
Separa as fibras tipo Aa em 2 subgrupos:
 Grupo Ia
o Fibras das terminações anuloespirais dos fusos musculares.
o Diâmetro médio de cerca de 17 micrômetros.
o São fibras tipo Aa na classificação geral.
 Grupo Ib
o Fibras dos órgãos tendinosos de Golgi.
o Diâmetro médio de cerca de 16 micrômetros.
o Também são fibras tipo Aa.
 Grupo II
o Fibras dos receptores táteis cutâneos mais discretos e das terminações secundárias dos fusos
musculares.
o Diâmetro médio de cerca de 8 micrômetros.
o São fibras tipos Ab e Ag na classificação geral.
 Grupo III
o Fibras que conduzem a sensibilidade térmica, do tato não discriminativo e a sensibilidade dolorosa
em picada.
o Diâmetro médio de cerca de 3 micrômetros.
o São fibras tipo Ad na classificação geral.
 Grupo IV
o Fibras amielínicas de condução das sensações de dor, coceira, temperatura e tátil não
discriminativa.
o Diâmetros de 0,5 a 2 micrômetros.
o São fibras tipo C na classificação geral.
 

2º: CONHECER O PROCESSO DE TRANSMISSÃO DOS ESTÍMULOS SENSORIAIS (SOMAÇÃO


ESPACIAL E TEMPORAL)
 

SOMAÇÃO ESPACIAL NOS NEURÔNIOS - LIMIAR DE DISPARO


 Excitação de 1 TERMINAL PRÉ-SINÁPTICO sobre a superfície do neurônio → quase nunca excita a célula.
o Devido à quantidade de substância transmissora liberada por 1 só terminal → para provocar o
PPSE (Potencial Excitatório Pós-Sináptico) → normalmente é de valor não superior à faixa de 0,5 a
1 mili-volt → em vez do potencial de 10 a 20 milivolts necessário para atingir o LIMIAR DE
EXCITAÇÃO.
 Mas, diversos TERMINAIS PRÉ-SINÁPTICOS são normalmente estimulados ao mesmo tempo.
 Seus efeitos ainda podem ser somados.
o Potenciais podem se somar a outros → até que a EXCITAÇÃO NEURONAL ocorra.
o Alteração do Potencial, em qualquer ponto isolado do corpo celular → alterará o potencial em
qualquer local do corpo celular quase do mesmo modo.
 Ocorre porque a CONDUTIVIDADE ELÉTRICA no grande corpo celular neuronal é muito
alta.
o Para cada SINAPSE EXCITATÓRIA que dispara simultaneamente → potencial de membrana total
fica + positivo por 0,5 a 1,0 milivolt.
o Quando o PPSE se torna grande o suficiente:
 Limiar de disparo será alcançado.
 Potencial de ação vai ser gerado espontaneamente no segmento inicial do axônio.
 Esse efeito de somação dos potenciais pós-sinápticos simultâneos pela ativação de múltiplos terminais
em áreas muito espaçadas na membrana neuronal é chamado → SOMAÇÃO ESPACIAL.
 
 
SOMAÇÃO ESPACIAL NOS NEURÔNIOS - LIMIAR DE DISPARO
 Todas as vezes que o TERMINAL PRÉ-SINÁPTICO dispara → substância transmissora liberada promove a
abertura dos canais de membrana por milissegundo ou pouco mais.
 O potencial pós-sináptico modificado pode durar até 15 milissegundos depois dos canais de membrana já
terem se fechado.
 A 2ª abertura desses canais pode AUMENTAR o potencial pós-sináptico até nível ainda maior.
 Quanto + rápida a velocidade de estimulação → ↑ potencial pós-sináptico.
 Assim, descargas sucessivas de um só terminal pré-sináptico, se ocorrerem com rapidez suficiente,
podem ser adicionadas umas às outras → PODEM SE SOMAR.
 Esse tipo de somação é referida como → SOMAÇÃO TEMPORAL.
 

 
3º - ENTENDER A DETECÇÃO E TRANSMISSÃO DAS SENSAÇÕES TÁTEIS.
 
INTER-RELAÇÕES ENTRE AS SENSAÇÕES DE TATO, DE PRESSÃO E DE VIBRAÇÃO
 Embora o tato, a pressão e a vibração sejam frequentemente classificados como sensações distintas,
todas elas são detectadas pelos mesmos tipos de receptores.
 Existem três diferenças principais entre elas:
(1) SENSIBILIDADE TÁTIL → resulta geralmente da estimulação dos receptores para o TATO na pele ou
nos tecidos imediatamente abaixo da pele;
(2) SENSAÇÃO DE PRESSÃO → resulta geralmente da DEFORMAÇÃO dos tecidos + profundos;
(3) SENSAÇÃO DE VIBRAÇÃO → resulta da ocorrência de sinais sensoriais repetitivos e rápidos, porém são
usados alguns dos tipos de receptores para o TATO e PRESSÃO.
 
RECEPTORES TÁTEIS
 Algumas TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES → Encontradas em toda a pele e em muitos outros tecidos →
podem detectar TATO e PRESSÃO.
 

EXEMPLO:
o Mesmo contato leve com a córnea do olho que não contém outro tipo de terminação nervosa além
das terminações nervosas livres pode mesmo assim desencadear sensações de tato e de pressão.
 
 RECEPTOR TÁTIL → com grande sensibilidade → CORPÚSCULO DE MEISSNER.
o Terminação de fibra nervosa sensorial mielinizada grossa (tipo AP), alongada e encapsulada.
o Dentro da cápsula encontra-se muitos filamentos neurais ramificados.
o Esses corpúsculos estão presentes na pele glabra e são abundantes nas pontas dos dedos, nos
lábios e outras áreas da pele → onde a capacidade de discriminar localizações espaciais das
sensações táteis está muito desenvolvida.
o Se adaptam em fração de segundos depois de serem estimulados.
 São particularmente sensíveis ao MOVIMENTO DE OBJETOS na superfície da pele, como
também à VIBRAÇÃO DE BAIXA FREQUÊNCIA.
 
 Pontas dos dedos e outras áreas que contêm um grande nº de corpúsculos de Meissner → também
contêm grande nº de receptores táteis com terminação expandida → 1 desses tipos são → DISCOS DE
MERKEL.
o Pele com pelos → também contém nº moderado de receptores com terminações expandidas →
diferentes dos corpúsculos de Meissner.
 
DISCOS DE MERKEL
o Esses receptores diferem dos CORPÚSCULOS DE MEISSNER → por transmitirem sinal inicialmente
forte mas que se adapta parcialmente → sinal + fraco e contínuo que se adapta lentamente.
o São responsáveis por detectar os sinais mantidos.
 Possibilita que seja percebido o toque contínuo dos objetos sobre a pele.
o São frequentemente agrupados no órgão receptor → RECEPTOR EM CÚPULA DE IGGO
 Se projeta contra a parte inferior do epitélio da pele.
 Provoca protrusão externa nesse ponto do epitélio → criando uma cúpula e se constituindo
em receptor extremamente sensível.
o Todo o conjunto dos discos de Merkel é → INERVADO por 1 só fibra nervosa mielinizada e grossa
(tipo AP).
 
DISCOS DE MERKEL + CORPÚSCULOS DE MEISSNER
o Desempenham papéis importantes na localização das sensações táteis → em áreas específicas da
superfície do corpo e na determinação da textura do estímulo.
 
 O leve movimento de qualquer pelo do corpo → estimula uma fibra nervosa conectada à base do pelo.
 Cada pelo e sua fibra nervosa basal → ÓRGÃO TERMINAL DO PELO → são também RECEPTORES TÁTEIS.
o Receptor se adapta rapidamente e detecta principalmente:
 Movimento de objetos na superfície do corpo
 Contato inicial do objeto com o corpo
 Localizados nas camadas mais profundas da pele e também nos tecidos internos mais profundos estão
muitas → TERMINAÇÕES DE RUFFINI → terminações encapsuladas multirramificadas.
o Essas terminações se adaptam muito lentamente → importantes para a sinalização dos estados
contínuos de deformação dos tecidos.
 Como os sinais de TATO e de PRESSÃO intensos e prolongados.
o Elas também são encontradas nas cápsulas articulares.
 Ajudam a sinalizar o grau de rotação articular.
 CORPÚSCULOS DE PACINI → situam-se imediatamente abaixo da pele e, profundamente, nos tecidos das
fáscias.
o São estimulados apenas pela compressão local rápida dos tecidos → porque se adaptam em poucos
centésimos de seg.
o São particularmente importantes para a detecção da vibração tecidual ou de outras alterações
rápidas do estado mecânico dos tecidos.
 
TRANSMISSÃO DOS SINAIS TÁTEIS NAS FIBRAS NERVOSAS PERIFÉRICAS .
 Quase todos os RECEPTORES SENSORIAIS ESPECIALIZADOS → como os corpúsculos de Meissner, os
receptores em cúpula de Iggo, os receptores pilosos, os corpúsculos de Pacini e as terminações de Ruffini
→ transmitem seus sinais pelas FIBRAS NERVOSAS DO TIPO A.
o Com velocidades de condução variando de 30 a 70 m/s.
 Ao contrário → RECEPTORES TÁTEIS → como as terminações nervosas livres → transmitem sinais
principalmente pelas FIBRAS MIELINIZADAS DO TIPO AÔ.
o Conduzem com velocidades de apenas 5 a 30 m/s.
 
 Algumas terminações nervosas livres táteis transmitem seus sinais pelas → FIBRAS AMIELÍNICAS TIPO C.
o Com velocidades variando de menos de um metro até 2 m/s;
 Essas terminações enviam sinais para a MEDULA ESPINHAL e para a parte inferior do TRONCO CEREBRAL.
o Transmitindo, em grande parte, a sensação de cócegas (comichão).
 
 Os tipos mais críticos de sinais sensoriais, são os que ajudam a:
o Determinar a localização precisa na pele
o Determinar as mínimas graduações de intensidade
o Determinar as alterações da intensidade do sinal sensorial
 São todos transmitidos por fibras de condução mais rápida.
 

 Ao contrário, os sinais menos discriminativos, tais como a PRESSÃO, o TATO pouco localizado e
especialmente a SENSAÇÃO DE CÓCEGAS (prurido e comichão) → são transmitidos por fibras nervosas
muito finas e muito mais lentas.
o Requerem menos espaço no feixe de fibras nervosas do que as fibras rápidas.
 
DETECÇÃO DA VIBRAÇÃO
 Todos os RECEPTORES TÁTEIS estão envolvidos na detecção da vibração, embora diferentes receptores
detectem diferentes frequências de vibração.
 CORPÚSCULOS DE PACINI → podem detectar sinais vibratórios de 30 a 800 ciclos por seg.
o Respondem de modo extremamente rápido a deformações mínimas e rápidas dos tecidos.
o Transmitem seus sinais por fibras nervosas do tipo A3 → podem transmitir até 1.000 impulsos por
seg.
 Vibrações de baixa frequência de 2 a 80 ciclos por seg estimulam OUTROS RECEPTORES TÁTEIS.
o Especialmente os CORPÚSCULOS DE MEISSNER
 Se adaptam menos rapidamente do que os corpúsculos de Pacini.
 
DETECÇÃO DE CÓCEGAS E PRURIDO PELAS TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES MECANORRECEPTIVAS
 Estudos neurofisiológicos demonstraram a existência de terminações nervosas livres mecanorreceptivas
MUITO SENSÍVEIS e de ADAPTAÇÃO RÁPIDA.
o Desencadeiam apenas as sensações de cócegas (comichão) e prurido (coceira).
 Essas terminações são encontradas, quase que exclusivamente, nas camadas superficiais da pele.
o Único tecido do qual podem ser desencadeadas as sensações de cócegas e prurido.
 Essas sensações são transmitidas por FIBRAS AMIELÍNICAS MUITO FINAS DO TIPO C.
o Semelhantes às que transmitem a dor em queimação contínua.
o A sensação de coceira tem como propósito alertar para os estímulos superficiais leves.
 Como uma pulga se arrastando sobre a pele ou inseto prestes a picar.
o Os sinais desencadeados ativam o reflexo de coçar ou outras manobras que livram o hospedeiro
do estímulo irritante.
o A coceira pode ser aliviada pelo coçar, se
 Remover o estímulo irritante
 Se coçar é forte o suficiente para desencadear dor.
 Acredita-se que os sinais de dor suprimam os sinais da coceira na medula espinhal
por INIBIÇÃO LATERAL.
 

4º OBJETIVO: CITAR AS VIAS SENSORIAIS DE TRANSMISSÃO SOMÁTICA ATÉ O SNC,


EXCETO TRANSMISSÃO DO SISTEMA COLUNA DORSAL-LEMNISCO MEDIAL.
 

 Quase todas as informações sensoriais dos segmentos somáticos do corpo entram na medula espinal
pelas RAÍZES DORSAIS DOS NERVOS ESPINAIS.
 Ponto de entrada na medula até o encéfalo → SINAIS SENSORIAIS são conduzidos por 1 de 2 vias
sensoriais alternativas:
 Esses 2 sistemas se juntam (parcialmente) no → TÁLAMO.
 
(1) SISTEMA DA COLUNA DORSAL–LEMNISCO MEDIAL
o Transmite os sinais ascendentes até o BULBO → principalmente pelas colunas dorsais da medula
espinal.
o Em seguida → depois que as vias fazem SINAPSE e cruzam para o lado oposto no BULBO → seguem
pelo TRONCO CEREBRAL até o TÁLAMO → pelo lemnisco medial.
o Composto por fibras nervosas grossas e mielinizadas → transmitem os sinais para o encéfalo com
velocidades de 30 a 110 m/s.
o Apresenta alto grau de organização espacial das fibras nervosas, em relação à sua origem.
 
(2) SISTEMA ANTEROLATERAL
o As vias componentes do sistema anterolateral → após entrarem na MEDULA pelas raízes nervosas
dorsais → fazem SINAPSE nos cornos dorsais da substância cinzenta medular → em seguida cruzam
para o lado oposto da medula.
o Ascendem pelas COLUNAS ANTERIOR E LATERAL da medula espinal.
o Elas terminam em todos os níveis do TRONCO CEREBRAL e no TÁLAMO.
o Composto por fibras mielinizadas mais finas → transmitem sinais com velocidades variando de alguns
metros por segundo até 40 m/s.
o Apresenta grau de organização espacial das fibras nervosas, em relação à sua origem, muito menor.
 
CARACTERÍSTICAS QUE AS DIFERENCIAM
o As diferenças caracterizam os tipos de informações sensoriais que podem ser transmitidas sistemas.
o Informação sensorial precisa ser transmitida rapidamente e com fidelidade temporal e espacial →
transmitida (sobretudo) pelo sistema → COLUNA DORSAL–LEMNISCO MEDIAL.
o Informação sensorial que não precisa ser transmitida com rapidez ou com grande fidelidade espacial
→ transmitida principalmente → SISTEMA ANTEROLATERAL.
 Apresenta capacidade especial que o sistema dorsal não tem → capacidade de transmitir
amplo espectro de modalidades sensoriais como dor, calor, frio e as sensações táteis não
discriminativas grosseiras.
 O sistema dorsal está limitado aos tipos discriminativos das modalidades sensoriais
mecanorreceptivas.
 
TIPOS DE SENSAÇÕES TRANSMITIDAS PELOS DOIS SISTEMAS
SISTEMA DA COLUNA DORSAL–LEMNISCO MEDIAL
1. Sensações táteis que requerem alto grau de localização do estímulo
2. Sensações táteis que requerem a transmissão de graduações finas da intensidade
3. Sensações fásicas, como as sensibilidades vibratórias
4. Sensações que sinalizam movimento contra a pele
5. Sensações de posição das articulações
6. Sensações de pressão relacionadas à grande discriminação das intensidades da Pressão
 
SISTEMA ANTEROLATERAL
1. Dor
2. Sensações térmicas, incluindo tanto a sensação de calor quanto a de frio
3. Sensações de tato e pressão grosseiras, não discriminativas, capazes apenas da localização grosseira na
superfície do corpo
4. Sensações de cócegas e prurido
5. Sensações sexuais

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