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ASPECTOS GERAIS
• Apresentam uma estrutura simples.
• São organismos PROCARIOTOS.
o Organismos simples unicelulares.
o Não apresentam membrana nuclear, mitocôndria, complexo de Golgi ou retículo
endoplasmático.
o Se reproduzem por DIVISÃO ASSEXUADA → Divisão Binária.
DIMENSÃO
• Bactérias → Menores Células → São visíveis apenas com o auxílio de um microscópio óptico.
• As menores bactérias (Chlamydia e Rickettsia) têm → De 0,1 a 0,2 µm de diâmetro.
• A maioria das espécies variam entre 0,5- 3µm de diâmetro.
MEMBRANA CITOPLASMÁTICA → Tem uma estrutura de bicamada lipídica mas não contém
esteroides (ex.: colesterol) → Micoplasmas são a exceção.
o Responsável pelo transporte de elétrons e a produção de energia → normalmente realizados na
mitocôndria (células eucariotas).
o Contém Proteínas de Transporte → Permitem a absorção dos metabólitos e a libertação de
outras substâncias
o Contém Bomba de Íons → Para manter o potencial de membrana.
o Contém Enzimas.
o Interior da Membrana → Alinhado com filamentos de proteínas do tipo ACTINA → Ajudam a
determinar a forma das bactérias e o local de formação do septo para a divisão celular.
• Esses filamentos determinam a forma em espiral dos treponemas.
PAREDE CELULAR
• A estrutura, os componentes e as funções da parede celular distinguem as bactérias Gram-
positivas e Gram-negativas.
• Estruturas repetitivas da parede se ligam a receptores Toll-like de células humanas → Induz
respostas da imunidade inata.
ESTRUTURAS EXTERNAS
• Algumas bactérias (Gram-positivas ou Gram-negativas) são envolvidas por polissacarídeos soltos
(não fixados à célula) ou por camadas de proteína → CÁPSULAS.
• Casos em que os polissacarídeos são aderidos fracamente e não apresentam densidade ou
espessura uniformes → Material é referido como → SLIME.
• As CÁPSULAS e o SLIME são chamadas → GLICOCÁLIX.
o Obs.: Bacillus anthracis (exceção a esta regra) → Produz uma cápsula polipeptídica.
• As cápsulas e o slime não são necessários para o crescimento das bactérias → Mas são muito
importantes para a sua sobrevivência no hospedeiro.
CÁPSULA
o Fracamente antigênica e antifagocítica.
o Importante fator de virulência (ex.: Streptococcus pneumoniae).
o Pode atuar como uma barreira para moléculas hidrofóbicas tóxicas, como: detergentes.
o Pode promover a adesão a outras bactérias ou superfícies do tecido do hospedeiro.
o Ex.: Streptococcus mutans → Cápsulas de dextrana e levana são os meios pelos quais as bactérias se
ligam e se fixam no esmalte dentário. (exemplo de biofilme)
• Algumas bactérias (ex.: Pseudomonas aeruginosa e S. aureus) também podem produzir um biofilme
polissacarídico quando um nº suficiente de bactérias (quorum) está presente e em condições que
suportam o crescimento → Resulta em uma comunidade bacteriana protegida contra a ação de
antibióticos e das defesas do hospedeiro.
FLAGELOS
o Estruturas propulsoras tipo hélices.
o Compostas de subunidades de proteína helicoidal enrolada (FLAGELINA) → Estão ancoradas nas
membranas bacterianas através de um gancho e estruturas do corpo basal.
o São orientadas por potenciais de membrana.
o Espécies Bacterianas podem ter 1 ou vários flagelos nas suas superfícies → Podem estar ancorados
em várias partes da célula.
o São compostos de um motor proteico dependente de ATP conectado a uma hélice tipo chicote
formada de múltiplas subunidades de flagelina.
o Promovem a motilidade para as bactérias → Permitindo que a célula se movimente na direção de
nutrientes e fique distante de substâncias nocivas.
o Flagelos expressam determinantes antigênicos e de cepas → Ligantes do receptor 5 Toll-like → Para
ativar a proteção inata do hospedeiro.
FÍMBRIAS (PILI)
o São estruturas semelhantes a pelos presentes na superfície externa das bactérias.
o Compostas de subunidades proteicas (PILINA).
o Podem ser distinguidas morfologicamente dos flagelos → pois são menores em diâmetro.
o Geralmente não são estruturas enroladas.
o Podem apresentar um tamanho de até 15 a 20µm.
o Promovem a adesão a outras bactérias ou ao hospedeiro → Denominações alternativas: adesinas,
lectinas, evasinas e agressinas.
• Como fator de adesão → ADESINA → São um importante fator de virulência para a
colonização e infecção do trato urinário por E. coli, Neisseria gonorrhoeae e outras
bactérias.
• Pontas das fímbrias podem conter proteínas → LECTINAS → Se ligam a açúcares específicos
(ex.: manose).
• Os PILI F (PILI SEXUAIS) → Se ligam a outras bactérias e são um canal de transferência de
grandes segmentos de cromossomos bacterianos entre bactérias → São codificados por um
plasmídeo (F).
EXCEÇÕES BACTERIANAS
• Micobactérias → Possuem uma camada de peptídeoglicano (estrutura ligeiramente diferente) →
covalentemente fixada e interligada a um polímero arabinogalactano e envolvida por uma camada
lipídica cerosa de ácidos micólicos, fator corda (glicolipídios de trealose e dois ácidos micólicos),
cera D (glicolipídios de 15 a 20 ácidos micólicos e açúcar) e sulfolipídios.
• Essas bactérias são descritas como ÁLCOOL-ACIDORRESISTENTES.
• Revestimento Externo → Responsável pela virulência e é antifagocítico.
• CLAMÍDIA e MICOPLASMAS → Não possuem parede celular de peptidoglicano.
• MICOPLASMAS → Incorporam esteroides, provenientes do hospedeiro, em suas membranas.
TIPOS MORFOLÓGICOS DAS BACTÉRIAS
• A aparência microscópica, incluindo o tamanho, a forma e a morfologia dos organismos → cocos,
bacilos, curvos ou em espiral. Além da sua capacidade de reter a coloração de Gram (Gram-
positivas ou Gram-negativas) são as características primárias para diferenciar as bactérias.
• A maioria das bactérias varia de 0,2 a 2µm de diâmetro e de 2 a 8µm de comprimento.
• Podem ter formato de ESFERA (cocos → significa frutificação), de BASTÃO (bacilos → significa
bastonete ou bengala) e de espiral.
COCOS
o Geralmente são redondos, mas podem ser ovais, alongados ou achatados em uma das
extremidades.
o Quando se dividem para se reproduzir → células podem permanecer ligadas umas às outras.
• Permanecem em pares (após a divisão) → DIPLOCOCOS.
• Se dividem e permanecem ligados uns aos outros em forma de cadeia → ESTREPTOCOCOS.
• Se dividem em 2 planos e permanecem em grupos de 4 → TÉTRADES.
• Se dividem em 3 planos e permanecem ligados uns aos outros em grupos de 8 (em forma de
cubo) → SARCINAS.
• Se dividem em múltiplos planos e formam agrupamentos em formato de cacho de uva ou
lâminas amplas → ESTAFILOCOCOS.
BACILOS
o Se dividem somente ao longo de seu eixo curto → portanto, existe um menor nº de agrupamentos
de bacilos.
o A maioria se apresenta como BASTONETES SIMPLES → BACILO ÚNICO.
• DIPLOBACILOS → Se apresentam em pares após a divisão.
• ESTREPTOBACILOS → Aparecem em cadeias.
• Alguns bacilos possuem a aparência de “canudinhos”.
• Outros possuem extremidades cônicas, como charutos.
• Outros são ovais e tão parecidos com os cocos → COCOBACILOS.
BACTÉRIAS ESPIRAIS
o Têm uma ou mais curvaturas → nunca são retas.
o Bactérias que se assemelham a bastões curvos → VIBRIÕES.
o Bactérias que possuem forma helicoidal, como um saca-rolha, e corpo bastante rígido → ESPIRILOS.
• Utilizam um apêndice externo para se mover, semelhante a uma hélice → FLAGELO.
o Bactérias que têm forma helicoidal e flexível → ESPIROQUETAS.
• Movem-se através de filamentos axiais, que lembram um flagelo, mas estão contidos dentro
de uma bainha externa flexível.
2º: Conhecer a classificação das bactérias (gram positivo e gram negativo) e o processo
bacteriano de patogenicidade.
• GRAM POSITIVA → tem uma camada de peptidoglicano espessa que contém ácidos teicoico e
lipoteicoicos.
o Possuem uma espessa camada de peptidoglicano (preenchendo o espaço púrpural).
o Possuem PAREDE CELULAR espessa em múltiplas camadas constituída principalmente de
peptidoglicano envolvendo a membrana.
• Peptidoglicano é um exoesqueleto emaranhado, poroso e permite a difusão de
metabólitos para a membrana plasmática.
• O glicano se estende para fora da membrana plasmática como cerdas projetadas que
são interligadas por curtas cadeias de peptídeos.
• O peptidoglicano é essencial para a estrutura, para a duplicação e para a
sobrevivência em condições hostis.
• O peptidoglicano pode ser degradado pelo TRATAMENTO COM LISOZIMA.
▪ A lisozima é uma enzima presente na lágrima e no muco de humanos, mas
também é produzida por bactérias.
▪ Ela degrada o glicano central do peptidoglicano.
▪ Desprovida do peptidoglicano a bactéria pode sofrer lise devido à grande
diferença de pressão osmótica ao longo da membrana citoplasmática.
▪ A remoção da parede celular produz o PROTOPLASTO que sofre lise se não
for osmoticamente estabilizado.
▪ A parede celular das Gram positivas pode incluir também: ácidos teicoico e
lipoteicoico, polissacarídeos complexos (tipo C), proteína M nos
estreptococos e R nos estafilococos.
▪ ÁCIDOS TEICOICOS → solúveis em água. Polímeros aniônicos e em fosfatos
de polióis que estão ligados covalentemente ao peptidoglicano.
• São essenciais para a viabilidade celular.
• Ácidos teicoicos são importantes fatores de virulência
▪ ÁCIDOS LIPOTEICOICOS → contêm 1 ácido graxo e é ancorado na membrana.
▪ AMBOS são polímeros de ribose ou glicerol quimicamente modificados e
conectados por fosfatos
▪ ESTAS MOLÉCULAS SÃO ANTÍGENOS DE SUPERFÍCIE COMUNS que
diferenciam sorotipos bacterianos e promovem a ligação a outras bactérias e
a adesão a células de mamíferos.
• Ácidos lipoteicoicos são liberados no meio e no hospedeiro e podem
iniciar respostas inatas protetoras.
• GRAM NEGATIVA → tem uma camada fina de peptidoglicano (linha preta única) + UMA
MEMBRANA EXTERNA contendo lipopolissacarídeo, fosfolipídeos e proteínas.
• Estruturas entre parênteses não são encontradas em todas as bactérias.
• As paredes celulares das Gram negativas são mais complexas do que as das Gram positivas → tanto
estrutural quanto químico.
o Elas contêm 2 camadas externas à membrana citoplasmática.
o Imediatamente externa à membrana celular está 1 camada de peptidoglicano.
o A membrana + externa é peculiar às bactérias Gram negativas.
o Na divisão celular a membrana e o peptidoglicano crescem um na direção do outro para a
formação de um septo de divisão que separa as células-filhas.
• COLORAÇÃO DE GRAM → teste rápido que permite a diferenciação entre as 2 classes de bactérias,
permitindo um diagnóstico inicial para começar a terapêutica.
o Bactérias são fixadas (pelo calor ou de outra forma) na superfície de uma lâmina → coradas
pelo cristal violeta.
o Corante em excesso e não ligado é removido pelo descorante (acetona e água).
o Um contracorante (safranina) é adicionado corando todas células descoradas.
o Gram positivas adquirem cor púrpura → corante fica retido pela camada de peptidoglicano,
estrutura espessa de moléculas interligadas, que envolve a célula.
o Gram negativas → a fina camada de peptidoglicano não retém o corante cristal violeta,
dessa forma a célula é contracorada pela safranina e se torna vermelha.
• Gram negativas são visualizadas pelo contracorante vermelho
o Devido à degradação do peptidoglicano, a coloração de Gram NÃO é um teste utilizável
para bactérias em privação → metabolicamente inativas (ex., culturas velhas ou em fase
estacionária) ou tratadas por antibióticos.
o BACTÉRIAS QUE NÃO PODEM SER CLASSIFICADAS PELA COLORAÇÃO DE GRAM →
MICOBACTÉRIAS por terem uma camada externa lipídica e são diferenciadas por coloração
de álcool-acidorresistência e os MICOPLASMAS porque são desprovidos de peptidoglicano.
• A estrutura dos componentes e funções das PAREDES CELULARES diferenciam as bactérias Gram
positivas das Gram negativas.
• Os componentes das paredes celulares também são peculiares para as bactérias e suas estruturas
repetitivas contribuem para as respostas da imunidade inata.
PROCESSO BACTERIANO DE PATOGENICIDADE
• Bactérias possuem características que a permitem penetrar (invadir) o ambiente, permanecer em
um nicho (aderir ou colonizar), ganhar acesso a recursos de nutrientes (enzimas degradativas) e
escapar da eliminação pelas respostas protetoras imunes e não imunes do hospedeiro (ex.,
cápsula).
• Quando um número suficiente de bactérias está presente (quorum) → elas ativam funções para
sustentar a colônia, incluindo a produção de BIOFILME.
• Muitos mecanismos que as bactérias usam para manter o crescimento (ex., ácidos, gases) causam
danos e problemas para o corpo.
o Muitas dessas características são FATORES DE VIRULÊNCIA → aumentam a patogenicidade.
• Algumas bactérias destroem diretamente o tecido, outras já liberam toxinas que são disseminadas
pelo sangue, causando patogênese generalizada.
• As estruturas de superfície bacteriana são poderosos estimuladores da resposta do hospedeiro
[fase aguda: IL-1, IL-6, TNF-α, que podem ser protetoras, mas são frequentemente as maiores
colaboradoras para os os sintomas da doença ( ex., sepse)].
o A doença é = combinação de danos causados pela bactéria + consequências da resposta
inata e imune à infecção.
• O corpo é colonizado por inúmeras bactérias (microbiota normal) → muitas desempenham funções
importantes nos seus hospedeiros.
o Bactérias da microbiota normal auxiliam na digestão de alimentos, produzem vitaminas (K),
protegem o hospedeiro de colonização por micróbios patogênicos, e ativam a resposta inata
do hospedeiro.
o Residem no trato GI, boca, pele e trato respiratório superior.
o A microbiota normal pode ser alterada por antibióticos, dieta, estresse e mudança da
resposta do hospedeiro à microbiota.
o A perda da microbiota normal por antibióticos de amplo espectro permite o crescimento de
Clostridium difficile (colite pseudomembranosa), além de ocorrer resposta imune
inapropriada, causando doenças intestinais inflamatórias.
• Bactérias da microbiota normal causam doenças se adentrarem sítios corporais estéreis.
• BACTÉRIAS VIRULENTAS → promovem seu crescimento à custa do tecido do hospedeiro ou das
funções dos órgãos.
• BACTÉRIAS OPORTUNISTAS → tiram vantagens de condições preexistentes, como
imunossupressão, para crescer e causar doenças importantes.
o Ex: vítimas de queimaduras e pulmões com fibrose cística → Pseudomonas aeruginosa;
o AIDS → bactérias de crescimento intracelular, tais como as micobatérias.
• A severidade da doença depende do órgão afetado e da extensão do dano.
• A cepa bacteriana e quantidade de bactérias inoculadas são fatores importantes para determinar
se a doença ocorrerá; no entanto, o limiar para a produção da doença é diferente para diferentes
bactérias.
• Defeitos congênitos, estado de imunodeficiência e outras condições relacionadas a doenças e ao
hospedeiro devem também aumentar a suscetibilidade à infecção.
• Quanto mais tempo a bactéria permanece no corpo, maior será seu número → ocasionará uma
maior resposta do hospedeiro.
• Muitos dos fatores de virulência consistem em complexas estruturas ou atividades que são
expressas apenas sob condições especiais.
o Os componentes dessas estruturas estão codificados juntos numa ilha de patogenicidade.
• ILHAS DE PATOGENICIDADE são grandes regiões no cromossomo ou em plasmídeos que contêm
sequências de genes que codificam numerosos fatores de virulência que podem requerer expressão
coordenada.
o Esses genes são acionados por simples estímulo (ex. temperatura do intestino, o pH de um
lisossomo).
o A ilha de patogenicidade está em um transpóson e se transfere como uma unidade para
diferentes sítios dentro de um cromossomo ou para outra bactéria.
• Ex. ilha de patogenicidade SPI-2 da Salmonella é ativada pelo pH ácido de uma
vesícula fagocítica dentro de um macrófago.
• Isso promove a expressão de ±25 proteínas que se reúnem em um dispositivo
molecular em forma de seringa (sistema de secreção tipo III) que injeta proteínas
dentro da célula hospedeira pra facilitar a sobrevivência intracelular da bactéria e
seu crescimento.
• O biofilme formado por Pseudomonas é disparado quando há bactérias suficientes
(um quorum) produzindo quantidade suficiente de N-acetil-homoserina lactona
(AHL) para ativar a expressão de genes para produção de polissacarídeos.
TOXINAS
• São produtos bacterianos que prejudicam diretamente o tecido ou desencadeiam atividades
biológicas destrutivas.
• Toxinas e substâncias com atividade tipo toxinas são ENZIMAS DEGRADATIVAS que causam a lise
celular ou de proteínas específicas em tecido-alvo específico.
• Em adição, ENDOTOXINAS (porção lipídica A do polissacarídeo) e proteínas superantígenos
promovem estimulação excessiva das respostas imunes.
• A toxina pode ser responsável por causar os sintomas característicos da doença.
o Ex: toxina pré-formada presente em alimentos é responsável pela intoxicação alimentar por
S. aureus e Bacillus cereus e o botulismo causado por Clostridium botulinum → o efeito é
como ingerir veneno, e a bactéria não necessita crescer para os sintomas ocorrerem.
o Os sintomas podem aparecer em sítios distantes do sítio de infecção pela disseminação no
sangue.
EXOTOXINAS
• São proteínas que podem ser produzidas por Gram-positivas e Gram-negativas e incluem ENZIMAS
CITOLÍTICAS e receptores de proteínas que alteram a função ou destroem a célula.
• Em muitos casos, o gene da toxina é codificado no plasmídeo ou fago lisogênico.
o ROMPEM AS MEMBRANAS, tais como α-toxina (fosfolipase C) produzida por C. perfringens,
as quais rompem as membranas fosfolipídicas.
o HEMOLISINAS se inserem e rompem eritrócitos e outras membranas celulares.
o TOXINAS FORMADORAS DE POROS (estreptolisina O) → vazamento de íons e água da célula
e alterar as funções celulares ou causar lise da célula.
o Muitas toxinas são diméricas (toxinas A-B) com subunidades B que ligam-se a receptores
específicos da superfície celular, e A que promovem danos à célula.
• Os tecidos-alvo dessas toxinas são bem definidos e limitados.
• Seus alvos incluem ribossomos, mecanismos de transporte e sinalizadores
intracelulares (produção de AMPc, função de proteína G) → gerando diarreia até
disfunção neural e morte.
✓ Mycobacterium tuberculosis
• Metabolismo voltado especialmente para → Construção da cápsula que o protege dos agentes
químicos → Crescimento lento do M. tuberculosis.
• AERÓBIO → Duplica sua população em 18 a 48 horas → Dependendo da ↑ ou ↓ oferta de O2, do
pH do meio e do acesso a nutrientes.
• Facilmente destruído por agentes físicos → Calor, raios ultravioletas da luz solar e radiações
ionizantes.
• Transmite-se principalmente por VIA AÉREA → Facilitada pela aglomeração humana.
• Tem uma ↓ morbidade que, associada ao crescimento lento → Provoca principalmente doença de
curso lento e crônico em indivíduos com baixa imunidade, com destaque para a subnutrição.
• Por ser um aeróbio estrito para a maior parte das suas populações → Infecta os pulmões e aí se
localiza preferencialmente – a presença de O2 favorece sua multiplicação e a ligação do órgão com
o meio externo facilita sua transmissão.
• Não se apresenta livre na natureza → Depende do parasitismo;
✓ Mycobacterium leprae
Classificada em:
o Classe – Schizomycetes.
o Ordem – Actinomycetales.
o Família – Mycobacteriaceae.
o Gênero – Mycobacterium.
o Espécie – leprae.
• Morfologia de BASTONETE.
• Nas preparações para exame bacterioscópico ao microscópio comum → BH (Bacilo de Hansen)
podem ser vistos isolados, agrupados ou em agrupamentos compactos → GLOBIAS.
o BACILOS estão fortemente unidos por material gelatinoso (geleia) e dispostos
semelhantemente a cigarros colocados paralelamente em um maço.
o Única bactéria que apresenta esse tipo de disposição.
• Bacilos fracamente GRAM-POSITIVOS → Fortemente acidorresistentes.
• Parede celular rica em lipídios.
• Obrigatoriamente intracelular -> Longevidade de vida.
• Não é capaz de ser cultivado em meios artificiais.
• A doença se dá principalmente pela resposta do hospedeiro à infecção.
• Formas de lepra tuberculoide (paucibacilar) e lepromatosa (multibacilar).
• Tropismo por células cutâneas e nervosas periféricas.
4º: Compreender a patogênese, vias de infecção, epidemiologia (Brasil, Piauí e Picos), métodos
diagnósticos (anamnese, exame físico, exames laboratoriais) e tratamento (citar o tratamento e
mencionar as dificuldades para a sua finalização) da tuberculose e da hanseníase.
TUBERCULOSE
• Doença mais comum da humanidade.
• A TB era antigamente descrita como TÍSICA → Conhecida, no século XIX, como → PESTE BRANCA →
devido ter dizimado centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.
• A partir da metade do século XX, houve acentuada redução da incidência e da mortalidade
relacionadas à TB → observada em países desenvolvidos, sobretudo pela melhoria das condições de
vida das populações.
• É uma doença que pode ser prevenida e curada, mas ainda prevalece em condições de pobreza e
contribui para perpetuação da desigualdade social.
• OMS estima que 1/3 da humanidade seja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis → + de 9
milhões de casos novos e 1 milhão e 500 mil mortes por/ ano decorrentes da doença.
EPIDEMIOLOGIA
✓ BRASIL
• No Brasil, desde 1981, a notificação de casos de tuberculose é obrigatória, realizada por meio de
fichas padronizadas a partir das UBS para as Secretarias Estaduais, que as consolidam.
• O Brasil está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-HIV considerados prioritários pela OMS
para o controle da doença no mundo.
• Em 2015, o percentual de detecção da tuberculose no país, segundo a OMS, foi de 87% .
• Nos últimos 10 anos, foram diagnosticados, em média, 71 mil casos novos da doença.
• Em 2017, o número de casos notificados foi de 72.770 e os coeficientes de incidência variaram de
10 a 74,7 casos por 100 mil habitantes.
• No ano de 2016, foram notificados 4.483 óbitos por TB, o que corresponde ao coeficiente de
mortalidade de 2,2 óbitos por 100.000 habitantes.
• O percentual de sucesso de tratamento reportado para os casos novos com confirmação
laboratorial foi de 74,6%, em 2016, com 10,8% de abandono de tratamento, e 4,1% dos registros
com informação ignorada quanto ao desfecho.
• Dos casos de TB notificados em 2017, 77,8% foram testados para HIV, apresentando 9,5% de
coinfecção.
• O Brasil não possui uma epidemia generalizada, mas concentrada em algumas populações, como →
Pessoas vivendo com HIV (PVHIV), em situação de rua, privadas de liberdade (PPL), a população
indígena e pessoas que vivem em aglomerados e em situação de pobreza.
✓ PIAUÍ
• 2019: 828 casos confirmados de tuberculose
• 2018: 843
• 2017: 749
• 2016: 761
• 2015: 704
FONTE: DATASUS
✓ PICOS
• 2019: 22
• 2018: 15
• 2017: 11
• 2016: 14
• 2015: 18
FONTE: DATASUS
TRANSMISSÃO
• O M. tuberculosis é transmitido por VIA AÉREA → De 1 pessoa com TB Pulmonar ou Laríngea →
Que elimina bacilos no ambiente (caso fonte) → Para outra pessoa → Por exalação de aerossóis
oriundos da tosse, fala ou espirro.
• A transmissão se faz por VIA RESPIRATÓRIA → Inalação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou
espirro de um doente com tuberculose ativa pulmonar ou laríngea.
• As gotículas exaladas → GOTÍCULAS DE PFLÜGER → Rapidamente se tornam secas →
Transformam-se em partículas menores (< 5-10 μm de diâmetro). Essas partículas menores →
NÚCLEOS DE WELLS → contendo 1-2 bacilos → Podem manter-se em suspensão no ar por muitas
horas → São capazes de alcançar os alvéolos → Onde se multiplicam e provocam → PRIMO-
INFECÇÃO.
• O termo “BACILÍFERO” refere-se a pessoas com TB pulmonar ou laríngea que tem baciloscopia
positiva no escarro → Esses casos têm maior capacidade de transmissão.
• Pessoas com outros exames bacteriológicos como cultura e/ou Teste Rápido Molecular da
Tuberculose (TRM-TB) positivos também podem transmitir.
• A TB acomete, prioritariamente, o PULMÃO que também é a porta de entrada da maioria dos
casos.
• BACILO → Sensível à luz solar e a circulação de ar possibilita a dispersão de partículas infectantes →
Ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão.
PATOGÊNESE
• A TB pode ser causada por qualquer uma das 7 espécies que integram o complexo Mycobacterium
tuberculosis → M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M.
caprae.
• Na saúde pública, a espécie mais importante é a M. tuberculosis → conhecida como BACILO DE
KOCH (BK).
• Se os mecanismos de defesa iniciais não forem suficientes para conter o patógeno → Célula
infectada rompe-se liberando os bacilos.
• Em indivíduos com sistema imunológico íntegro → Ocorre um acúmulo de células, formado por →
MACRÓFAGOS e LINFÓCITOS T ATIVADOS → Na região do parênquima pulmonar em que os bacilos
se instalaram, compondo o → GRANULOMA → Responsável por conter a disseminação da bactéria.
• O mecanismo de formação do granuloma é muito importante nos primeiros dias após a infecção →
Resulta tanto da resposta do hospedeiro como pode ser estimulado pelo próprio agente agressor.
DIAGNÓSTICO
• A TB é uma doença de evolução crônica ou subaguda → Sintomas tendem a ser indolentes e de
intensidade crescente → Podendo apresentar períodos de remissão e relativo bem-estar.
• Em aproximadamente 66% dos pacientes, a demora para a procura por assistência médica chega a
até 3 meses.
✘ TUBERCULOSE PULMONAR
• Os sinais, sintomas e as manifestações radiológicas dependem do tipo de apresentação da TB.
• As principais formas de apresentação são a FORMA PRIMÁRIA, a PÓS-PRIMÁRIA (OU SECUNDÁRIA)
e a MILIAR.
• SINTOMAS CLÁSSICOS (podem ocorrer em qualquer das três apresentações)
o Tosse persistente seca ou produtiva
o Febre vespertina
o Sudorese noturna
o Emagrecimento.
TB PULMONAR PRIMÁRIA
o Normalmente ocorre em seguida ao 1º contato do indivíduo com o bacilo → + comum em crianças.
o Manifestações clínicas podem ser insidiosas.
• Paciente irritadiço
• Febre baixa
• Sudorese noturna
• Inapetência.
• Nem sempre apresenta tosse
TB PULMONAR PÓS-PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA
o Pode ocorrer em qualquer idade → + comum no adolescente e no adulto jovem.
• Característica principal → Tosse seca ou produtiva.
• Se tosse produtiva → Expectoração pode ser purulenta ou mucoide, com ou sem sangue.
• Febre vespertina, sem calafrios → Não costuma ultrapassar os 38,5°C.
• Sudorese noturna
• Anorexia
TB MILIAR
o Refere-se a um aspecto radiológico pulmonar específico → Pode ocorrer tanto na forma primária
quanto na forma secundária.
o Forma grave da doença → + comum em pacientes imunocomprometidos → Pessoas infectadas
com HIV em fase avançada de imunossupressão.
o Apresentação clínica → Pode ser aguda ou subaguda → ↑ frequência em crianças e em adultos
jovens.
o Apresenta-se como doença crônica (idosos) ou mesmo febre de origem obscura.
o Sintomas que ocorrem em 80% dos casos:
• Febre
• Astenia
• Emagrecimento
• Tosse
✘ TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR
• Têm seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos ou sistemas acometidos.
• Sua ocorrência ↑ pacientes coinfectados pelo HIV → especialmente aqueles com
imunocomprometimento grave.
• Principais formas diagnosticadas são:
o TB pleural
o Empiema pleural tuberculoso
o TB ganglionar periférica
o TB meningoencefálica
o TB pericárdica
o TB óssea
✓ DIAGNÓSTICO BACTERIOLÓGICO
• Importância fundamental em adultos → Para o diagnóstico e para o controle de tratamento da TB.
• Resultados bacteriológicos POSITIVOS → Confirmam a tuberculose ativa em pacientes com quadro
clínico sugestivo de TB e em sintomáticos respiratórios identificados através da busca ativa.
✓ DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO
• Avaliação histológica de fragmento de tecido obtido por biópsia.
• Método empregado na investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente
como → Doença difusa e nas formas Extrapulmonares.
TRATAMENTO
• Atualmente o esquema quádruplo com RIFAMPICINA, ISONIAZIDA, PIRAZINAMIDA e ETAMBUTOL
é o tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde para as formas pulmonares e
extrapulmonares, válido para casos novos, casos de recidiva (independentemente do tempo
decorrido do primeiro episódio) e retorno após abandono.
• Os comprimidos contêm os quatro fármacos, com dose fixa combinada e deve ser prescrito por 6
meses.
o Na fase intensiva do tratamento (2 primeiros meses) → Utilizam-se os 4 fármacos.
o Na segunda fase (4 meses subsequentes) → A rifampicina (RF) e a isoniazida (INH).
• As vantagens da dose fixa combinada são:
o Maior conforto para o paciente (redução do número de comprimidos);
o Impossibilidade de tomada isolada de fármacos;
o Simplificação da gestão farmacêutica.
• Esse esquema quádruplo é válido para crianças acima de 10 anos.
DIFICULDADES PARA FINALIZAÇÃO DO TRATAMENTO
• É um processo multifatorial que apresenta características individualizadas que exigem respostas
diferenciadas.
o Fatores ligados ao doente: capacidade de lidar com situações determinadas pelo
adoecimento, depressão e comorbidades ligadas à saúde mental e ao uso abusivo de
substâncias psicoativas;
o Fatores ligados à doença: relacionados à gravidade do quadro clínico, à percepção sobre a
gravidade da doença, ao tempo de duração do tratamento e aos sintomas;
o Fatores ligados ao tratamento: determinados pela complexidade do esquema terapêutico,
quantidade de comprimidos a serem ingeridos, os efeitos secundários dos medicamentos e
suas características específicas como sabor, cheiro e a regressão dos sintomas no início da
terapêutica;
o Fatores ligados ao contexto social: situações de vulnerabilidade social e a ausência de apoio
para realizar o tratamento, a influência exercida por familiares e amigos e sua participação
no tratamento;
o Fatores ligados ao serviço: acesso à assistência e aos insumos, a existência de um fluxo
claro de atendimento e de infraestrutura adequada, uma boa comunicação e,
principalmente, a qualidade da relação estabelecida com a equipe de saúde.
o Estigma da doença: está associada à fome e à pobreza e tem sido relacionada a
comportamento desregrado como causa de uma doença que envergonha e que é temida
por expressar algo que é socialmente passível de censura. As ideias de contágio são vagas e
a observação de frequentes recaídas, em determinados grupos sociais, provocam descrença
na possibilidade de cura da Tb.
HANSENÍASE
• A Moléstia de Hansen (MH), Hansenose ou Hanseníase é uma doença infectocontagiosa.
• Causada pelo Mycobacterium leprae;
• Acomete, inicialmente, o SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP); para depois, atingir a PELE (grupo
não contagiante, paucibacilar)
CLASSIFICAÇÃO
o GRUPO PAUCIBACILAR:
• Doentes não contagiantes, com poucos bacilos e acometimento neural e cutâneo
• Formas: inicial indeterminada e tardia tuberculoide
o GRUPO MULTIBACILAR
• Doentes contagiantes – com muitos bacilos em todos os tecidos acometidos (exceto no SNC)
• Muitas lesões cutâneas
• Formas: dimórfica e virchowiana
• Lesões Neurais
• Lesões Cutâneas
o Hanseníase Indeterminada
o Hanseníase Tuberculoide
o Hanseníase Virchowiana
EPIDEMIOLOGIA DO BRASIL
• Endêmica em várias regiões do mundo.
• Predominância da forma virchowiana nos homens (2:1)
o Ligação com fatores hormonais
• Infelizmente, o diagnóstico da doença tem sido feito tardiamente em nosso meio.
• O doente, em geral, percorre vários médicos, com queixas específicas da moléstia (parestesia,
neurite, rinite, artralgia e/ou artrite e até manchas ou placas na pele) e nem mesmo se coloca a
hipótese de hanseníase.
• O Núcleo de Hansenologia, do HC-FMUSP, demonstrou que o doente percorre, em média, 8
médicos para, enfim, diagnosticar a MH.
• No Brasil, apenas 20% (em média) dos doentes são diagnosticados com a moléstia na fase inicial;
• Cerca de 70% já apresentam algum grau de incapacidade física ao serem matriculados ou
diagnosticados.
• Um doente multibacilar, virgem de tratamento ou não tratado de maneira adequada, embora
infectando muitas pessoas, produz cerca de 5 novos doentes/ano.
• Calcula-se que apenas 1/3 dos doentes brasileiros estejam matriculados (já diagnosticados), e
muitos fazem tratamento irregular ou o abandonam → Facilitando a disseminação de bacilos
resistentes às medicações atuais e aumentando a problemática nacional.
• A MH assoma em qualquer faixa social, porém, predomina nas camadas socioeconômicas mais
desfavorecidas.
• Brasil
36965 (2019 à 34640)
• Piauí
< 1975 – 2001 à 1870 casos
• Picos
• 2019 à 1.078 casos
• 2018 à 76
• 2017 à 12
• 2016 à 6
• 2015 à 3
PATOGENIA
• Período de incubação → LONGO → 2 a 5 anos.
• Fonte de infecção: Homem.
• A evolução da infecção e as manifestações clínicas e histológicas da hanseníase dependem da
resistência natural (Fator N).
• Indicativo de boa imunidade celular.
• 80% das pessoas que nascem com FN, em algum dia, terão M+;
• PESSOAS M+
o Abortam a infecção.
o Os com negatividade temporária desenvolvem formas não contagiantes da moléstia.
o Infectadas com carga bacilar alta → Evoluem para o grupo contagiante, até o grupo subpolar
dos virchowianos.
• A maioria da população é resistente à infecção pelo BH.
o Essa resistência pode ser avaliada pela REAÇÃO DE MITSUDA → Consiste na injeção
intradérmica de suspensão de bacilos mortos pelo calor.
o As reações POSITIVAS assomam nas formas clínicas da hanseníase que apresentam algum
grau de imunidade celular específica ao bacilo de Hansen
o NEGATIVA quando essa imunidade está ausente.
o Em contatos de doentes com hanseníase → REAÇÃO POSITIVA indica que o indivíduo não
ficará doente ou, se ficar, adquirirá uma forma tuberculoide.
o Se, por outro lado, ele for NEGATIVO e adoecer, será portador de hanseníase virchowiana.
o Admite-se que mais de 90% dos indivíduos em qualquer comunidade apresentam algum
grau de positividade da REAÇÃO DE MITSUDA.
• MARGEM HANSEN ANÉRGIA (MHA)
o 20% é constituída por pessoas Mitsuda-negativas; mas, só uma parte fica doente e evolue
para as formas contagiantes
o Teste de Mitsuda
• Formas contagiantes da doença
o Diforma
o Virchowiana
o Somente elas são capazes de eliminar bacilos para o meio exterior, pois possuem carga
bacilar em quantidade considerável nas mucosas e na derme.
• Quando o bacilo de Hansen penetra no organismo humano, verifica-se que a infecção pode evoluir
de várias maneiras:
o O indivíduo tem resistência natural e abortará a infecção.
o A infecção evolui para doença subclínica → Regride espontaneamente.
o Evolui para hanseníase indeterminada (MHI).
o Maioria dos doentes (70%) com MHI → Pode também curar-se espontaneamente.
o Menor número de doentes (30%) com MHI → Evolui com manifestações espectrais.
o Forma ou Tipo Tuberculoide Polar (TTP) → O doente depois de organizar granuloma
tuberculoide no nervo e/ou na pele → Estimulado pelos bacilos de Hansen → Expressa seu
fator genético, natural, de defesa celular → Sua resposta ao antígeno de Mitsuda torna-se
3+ ulcerada.
• Nessa forma → Haverá elaboração de boa resposta imune celular → Células CD4+ são numerosas e
dispõem-se junto aos MACRÓFAGOS na área central.
Na periferia estão localizadas as Células CD8+.
• Não ocorre multiplicação dos bacilos que, na grande maioria, serão eliminados.
• Surgirá GRANULOMA TUBERCULOIDE e a pesquisa anti-PGL-1 será com títulos baixos.
o Grupos: Tuberculoide Subpolar ou Dimorfo Tuberculoide; Dimorfo-dimorfo; Dimorfo
Virchowiano ou Virchowiano Subpolar → Conforme as características imunológicas do
indivíduo e a carga bacilar recebida na infecção:
• A Reação De Mitsuda → NEGATIVA, mas pode ser temporariamente, pois os
doentes incluídos nesse grupo nasceram com fator natural de Rotberg → Quando a
carga bacilar diminui, eles podem organizar granuloma tuberculoide e, então,
passam a reagir POSITIVAMENTE ao antígeno de Mitsuda.
o Grupo: Virchowiano Polar (VVp):
• Se o doente não tiver resistência e pertencer à margem Hansen anérgica de Rotberg,
a Reação de Mitsuda sempre será NEGATIVA
• Os bacilos se multiplicarão livremente nos MACRÓFAGOS de todos os
tecidos, exceto no SNC, caracterizando a forma grave e contagiante da
moléstia → Hanseníase Virchowiana Polar.
• Se o indivíduo receber carga bacilar alta na infecção e a imunidade celular específica
estiver TEMPORARIAMENTE NEGATIVA, haverá evolução para o grupo intermediário
entre as formas polares e dimorfa (D) → se caracteriza por manifestações muito
semelhantes ao tipo tuberculoide (TT ou DT) ou à forma virchowiana (DV) ou
equidistantes entre os dois polos (DD);
• Este último é o grupo imunologicamente mais instável, passível de reações. Nesses
casos, a reação de Mitsuda pode ser fracamente positiva ou negativa e o indivíduo
apresentará imunidade celular que será tanto maior quanto mais próximo estiver do
polo tuberculoide.
SINTOMAS
PRINCIPAIS
• Áreas da pele → manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, com
alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato;
• Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência – a pessoa
se queima ou se machuca sem perceber;
• Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas;
• Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas (madarose);
• Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local.
OUTROS SINTOMAS
• Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos;
• Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos,
mãos e pés;
• Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos, principalmente nos
membros superiores e inferiores e, por vezes, pálpebras;
• Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento dos dedos) e ressecamento da pele;
• Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de aparecimento súbito;
• Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor nos nervos dos cotovelos (ulnares), joelhos
(fibulares comuns) e tornozelos (tibiais posteriores);
• Entupimento, feridas e ressecamento do nariz;
• Ressecamento e sensação de areia nos olhos.
PREVENÇÃO
TRANSMIssÃO → contato próximo e prolongado com um doente com hanseníase que não está sendo
tratado.
• Normalmente, a fonte da doença → parente próximo que não sabe que está doente, como avós,
pais, irmãos, cônjuges, etc.
• A bactéria é transmitida pelas vias respiratórias (pelo ar), e não pelos objetos utilizados pelo
paciente.
• Usar máscara
• Isolamento físico/social
• Estima-se que a maioria da população possua defesa natural (imunidade) contra o M. leprae.
• Há susceptibilidade genética. → familiares + chance de adoecer.
TRANSMISSÃO
• CONTATO DIRETO, mas também há possibilidade de ocorrer por CONTATO INDIRETO → Objetos
contaminados e Vetores.
o Maior risco está relacionado com a convivência domiciliar com doente bacilífero sem
tratamento.
o Quanto mais íntimo e prologado o contato, maior será a possibilidade de se adquirir a
infecção.
PRINCIPAIS FONTES DE INFECÇÃO
o Mucosas das vias aéreas superiores.
o Hansenomas ulcerados (via cutânea em lesões ulceradas ou traumáticas na pele)
• Inoculações humanas acidentais por meio de tatuagens, ou por intermédio de escoriações
ou incisões com objetos de doentes multibacilares.
• Outras → Leite materno, suor, secreções vaginais e esperma, urina e fezes.
• Possibilidade de transmissão por artrópodes → Sobretudo por picadas ou por meio de fômites ou
transfusão sanguínea.
o Bacilo pode permanecer viável fora do organismo humano até 9 dias.
o Não há evidências epidemiológicas para tal hipótese.
DIAGNÓSTICO
• EXAME FÍSICO
o O diagnóstico é essencialmente clínico e quando disponíveis, de qualidade e confiáveis, os
exames subsidiários (baciloscopia e biópsia de pele) podem ser feitos.
o Exame dermatoneurológico (teste de sensibilidade)
1. TESTE DA SENSIBILIDADE TÉRMICA
• Ocorre nas áreas suspeitas da pele.
• Teste com tubos de ensaio com água morna: teste primeiro em você mesmo. Após → no paciente
em áreas não suspeitas e depois nas áreas suspeitas.
• Compare o relato do paciente em ambas as áreas.
• Se houver diferença na percepção da temperatura nas lesões (hipo ou anestesia) → Sinal de
alteração da sensibilidade térmica.
• Confirma-se o diagnóstico apenas com alteração definida de uma das sensibilidades, não
necessitando fazer os testes de sensibilidade dolorosa ou tátil.
2. Teste da sensibilidade dolorosa
• Uso de agulha de insulina.
• Encostar a ponta nas lesões de pele com uma leve pressão sem perfurar a pele.
• Compare alternando área interna e externa à lesão e observando expressão facial e queixa de
respostas à picada.
• Anestesia ou sensibilidade diminuída (hipoestesia) dentro da área de lesão → Confirma o
diagnóstico.
• Pode-se ainda avaliar a sensibilidade dolorosa alternando a ponta da agulha e o cabo da agulha
(parte plástica).
• Observe se o paciente percebe a diferença entre a ponta da agulha e o cabo.
• Alterações também confirmam o diagnóstico.
3. Teste da sensibilidade tátil
• Embora a sensibilidade tátil seja frequentemente a última a ser perdida, deve-se buscar as
diferenças de sensibilidade sobre a área a ser examinada e a pele normal circunvizinha.
• Utilize algodão, fio dental ou o monofilamento verde (0.05g) do kit estesiométrico.
• Uso do ESTESIÔMETRO permite avaliar a sensibilidade protetora das mãos e pés, tendo grande
aplicação na avaliação do grau de incapacidade física e para fins de prevenção de incapacidades,
sendo seu uso importante para avaliação e seguimento dos casos.
• EXAMES SUBSIDIÁRIOS
o 1. Baciloscopia de Raspado Intradérmico
• Paciente paucibacilar (PB) → Hanseníase Indeterminada ou Tuberculóide →
Baciloscopia é NEGATIVA.
• SE POSITIVA → reclassificar MB.
• Paciente MB (Hanseníase Dimorfa e Virchowiana) → Baciloscopia é POSITIVA.
• SE NEGATIVA → Levar em consideração o quadro clínico para o diagnóstico e
classificação desse doente (manter a classificação MB se o quadro clínico for
de hanseníase dimorfa ou virchowiana).
o 3. Prova da Histamina
• PROVA DE HISTAMINA EXÓGENA → Avaliar a resposta vasorreflexa à droga, indicando
integridade e viabilidade do sistema nervoso autonômico de dilatar os vasos cutâneos
superficiais → GERA ERITEMA.
• Em resposta ao difosfato de histamina 1,5%, EM ÁREAS NORMAIS, espera-se 3 sinais
(TRÍPLICE REAÇÃO DE LEWIS):
• SINAL DA PUNCTURA → Lesões puntiformes avermelhadas que surgem até
15 segundos à escarificação por agulha de insulina dentro da gota aplicada
sobre a área hipocrômica;
• ERITEMA REFLEXO → Que atinge de 2 a 8 cm ao redor da área com limites
fenestrados percebido até 60s após a escarificação;
• PÁPULA → Lesão intumecida lenticular que surge após 2 a 3min no local da
punctura/escarificação.
• Se não ocorrer o eritema (tirando os casos de lesões de nascença ou uso de
antialérgicos) → Prova da histamina incompleta é altamente sugestiva de
hanseníase.
• O teste deve ser feito também em uma área de pele não comprometida, para
controle positivo, onde a prova deve ser completa (observa-se as 3 fases descritas
anteriormente).
• PROVA DE HISTAMINA ENDÓGENA → Avalia função vascular por meio da liberação de
histamina endógena.
• Consiste em traçar uma reta na pele do paciente utilizando-se de um instrumento
rombo (tampa de caneta esferográfica, cotonete, chave, etc).
• Com moderada força e sobre a região normal e suspeita de forma contínua.
• Deve-se ficar atento às mesmas fases descritas acima.
• Nas lesões de hanseníase, esse eritema não acontece internamente e as manchas se
tornam mais definidas em contraste ao eritema externo intenso.
TRATAMENTO
• Associação de medicamentos (poliquimioterapia – PQT) → RIFAMPICINA, DAPSONA E
CLOFAZIMINA.
• PACIENTE PB:(Paucibacilares - que abrigam um pequeno nº de bacilos no organismo, insuficiente
para infectar outras pessoas) → Inicia-se o tratamento na 1a consulta, após diagnóstico caso não
haja alergia à sulfa ou à rifampicina.
o 1 DOSE MENSAL SUPERVISIONADA de 600 mg de Rifampicina e 100 mg de Dapsona
diariamente (em casa).
o TEMPO DE TRATAMENTO → 6 meses.
o Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Clofazimina 50 mg por dia,
e o paciente a tomará também 300 mg → 1x/mês na dose supervisionada.
• PACIENTE MB: (Multibacilares - que são a fonte de infecção e manutenção da cadeia
epidemiológica da doença)
o 1 DOSE MENSAL SUPERVISIONADA de 600 mg de Rifampicina, 100 mg de Dapsona e de 300
mg de Clofazimina.
o Em casa → 100 mg de Dapsona e 50 mg de Clofazimina diariamente.
o TEMPO DE TRATAMENTO → 12 meses.
o Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Ofloxacina 400 mg (na
dose supervisionada e diariamente) ou pela Minociclina 100 mg (na dose supervisionada e
diariamente).
o Reações Adversas
o Preconceito
o Vontade Própria
o Negação da Doença
o Recomendação de um 2º médico
o Relato de cura
o Demora no atendimento
o Acesso a medicamento
o Depressão
o Não obteve melhora das dores
o Muito tempo de tratamento (6 a 12 meses) -> Com muitas medicações diárias em doses diferentes
que acabam levando o paciente a abandonar o tratamento ou se confundir e tomar doses
incorretas.