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TUTORIA 4 – SISTEMA LÍMBICO

1º OBJETIVO: CONHECER AS ESTRUTURAS ANATÔMICAS DO SISTEMA LÍMBICO E SUAS FUNÇÕES;


 SISTEMA LÍMBICO → Circuito neuronal que controla o comportamento emocional e as forças
motivacionais.
o Parte Importante → HIPOTÁLAMO + suas estruturas relacionadas.
 Essas áreas também controlam:
o Temperatura corporal
o Osmolalidade dos líquidos corporais
o Desejos de comer e beber
o Controle do peso corporal.
 Funções do meio interno → FUNÇÕES VEGETATIVAS DO CÉREBRO e seu controle está relacionado ao
comportamento.
 
ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA LÍMBICO - POSIÇÃO-CHAVE DO HIPOTÁLAMO
 Estruturas anatômicas do sistema límbico formam complexo interconectado de elementos da região basal
do cérebro.
 Situado no meio dessas estruturas → HIPOTÁLAMO está em uma posição-chave.
o Além de outras estruturas subcorticais:
 Área septal
 Área paraolfatória
 Núcleo anterior do tálamo
 Partes dos gânglios da base
 Hipocampo
 Amígdala.
o E o CÓRTEX LÍMBICO → composto por:
 Anel de córtex cerebral (em cada um dos hemisférios cerebrais)
 Área orbitofrontal (na superfície ventral do lobo frontal)
o Giro subcaloso
o Giro cingulado
o Giro para-hipocâmpico
o Unco
 
 Muitas das funções comportamentais → mediadas pelos NÚCLEOS RETICULARES do tronco cerebral e seus
núcleos.
o Estimulação de porções excitatórias da formação reticular → causa altos graus de excitabilidade
cerebral e da maioria das sinapses da medula espinal.
 Via + importante de comunicação entre sistema límbico e tronco cerebral → FASCÍCULO PROSENCEFÁLICO
MEDIAL.
o Esse feixe carreia fibras em ambas as direções, formando um sistema troncular de comunicação.
 Outra via → ocorre por meio de vias curtas → entre a formação reticular do tronco cerebral, tálamo,
hipotálamo e a maioria das outras áreas da parte basal do encéfalo.
 
 

HIPOTÁLAMO → GRANDE SEDE DE CONTROLE DO SISTEMA LÍMBICO


 Contém vias bidirecionais de comunicação com todos os níveis do sistema límbico.
 Ele e suas estruturas conectadas emitem sinais em 3 direções:
o (1) PARA TRÁS E PARA BAIXO, até o TRONCO CEREBRAL → áreas reticulares do mesencéfalo, ponte
e bulbo e dessas áreas para os nervos periféricos do sistema nervoso autônomo;
o (2) ASCENDENTE, em direção a muitas áreas superiores do DIENCÉFALO e PROSENCÉFALO → para a
parte anterior do tálamo e porções límbicas do córtex cerebral;
o (3) PARA O INFUNDÍBULO HIPOTALÂMICO, a fim de controlar a maioria das funções secretórias da
hipófise.
 Controla a maioria das funções vegetativas e endócrinas do corpo.
 Controla muitos aspectos do comportamento emocional.
 
CONTROLE DAS FUNÇÕES VEGETATIVAS E ENDÓCRINAS PELO HIPOTÁLAMO
 Essas áreas não são situadas tão precisamente como sugerido nas figuras didáticas dos livros.
 E não se sabe se os efeitos resultam da:
o Estimulação de núcleo de controle específico ou;
o Ativação de tratos de fibras que saem dele ou;
o Controle de núcleos, localizados em outros locais.

REGULAÇÃO CARDIOVASCULAR
 Estimulação das REGIÕES POSTERIOR E LATERAL → aumenta a PA e FC;
 Estimulação da ÁREA PRÉ-ÓPTICA → reduz a PA e FC.
 Esses efeitos são transmitidos principalmente pelos centros específicos de controle cardiovascular → nas
regiões reticulares da PONTE e do BULBO.
 
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL
 Porção anterior do hipotálamo → especialmente a ÁREA PRÉ-ÓPTICA.
 Aumento da temperatura do sangue que flui por essa área → eleva a atividade dos neurônios sensíveis à
temperatura.
 Já o decréscimo da temperatura → diminui sua atividade.
 
REGULAÇÃO DA ÁGUA CORPORAL
 Hipotálamo regula a água corporal por 2 maneiras:
o (1) por criar a sensação de sede;
o (2) pelo controle da excreção de água, na urina.
 CENTRO DA SEDE → Região Lateral do Hipotálamo.
o Quando os eletrólitos do líquido, tanto nesse centro como em áreas próximas, tornam-se muito [ ]
→ desejo intenso de beber água.
 Controle da excreção renal de água → realizado principalmente no NÚCLEO SUPRAÓPTICO.
o Quando os líquidos corporais ficam muito [ ] → neurônios dessas áreas são estimulados.
o Fibras nervosas desses neurônios se projetam para a HIPÓFISE POSTERIOR → liberação
VASOPRESSINA.
 Aumento da reabsorção de água.
 Isto diminui a perda de água na urina, mas permite a excreção contínua de eletrólitos.
 
REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE UTERINA E DA EJEÇÃO DO LEITE PELAS MAMAS
 Estimulação dos NÚCLEOS PARAVENTRICULARES → causa aumento da secreção do hormônio OCITOCINA
por suas células neuronais gerando:
o Contratilidade do útero
o Contratilidade das células mioepiteliais circunjacentes aos alvéolos das mamas → excreção de leite.
 Aumento da liberação de ocitocina → final da gravidez e quando bebê suga a mama → sinal reflexo do
mamilo para o hipotálamo anterior;
 
REGULAÇÃO GASTROINTESTINAL E DA ALIMENTAÇÃO
 Área associada à fome → ÁREA HIPOTALÂMICA LATERAL.
 CENTRO DA SACIEDADE → Localizado no NÚCLEO VENTROMEDIAL.
o Se essa área for afetada bilateralmente → não ocorrerá saciedade → obesidade.
 NÚCLEO ARQUEADO DO HIPOTÁLAMO → contém pelo menos 2 tipos diferentes de neurônios que
aumentam ou a diminuem o APETITE.
 CORPOS MAMILARES DO HIPOTÁLAMO → controlam reflexos da alimentação, como:
o Lamber os lábios
o Deglutição.
 
CONTROLE HIPOTALÂMICO DA SECREÇÃO DE HORMÔNIOS ENDÓCRINOS PELA HIPÓFISE ANTERIOR
 Hipófise Anterior → recebe seu suprimento sanguíneo, principalmente, pelo sangue que flui primeiro
através da parte inferior do hipotálamo.
 À medida que o sangue passa pelo hipotálamo → hormônios de liberação e inibição são secretados no
sangue por diversos NÚCLEOS HIPOTALÂMICOS.
o Esses agem nas células glandulares para controlar a liberação dos hormônios da HIPÓFISE
ANTERIOR.
 

FUNÇÕES COMPORTAMENTAIS DO HIPOTÁLAMO E ESTRUTURAS LÍMBICAS ASSOCIADAS


Efeitos comportamentais da estimulação:
1. Estimulação da região lateral → SEDE e FOME + aumenta o nível geral de atividade do animal, podendo
levar à RAIVA e à LUTA;
2. Estimulação do núcleo ventromedial e áreas adjacentes (causam os efeitos opostos aos da lateral) →
SACIEDADE, diminuição da alimentação e TRANQUILIDADE.
3. Zona estreita dos núcleos periventriculares adjacente ao 3° ventrículo (ou, também, área cinzenta central
do mesencéfalo, que é contínua com essa porção do hipotálamo) → MEDO e PUNIÇÃO.
4. DESEJO SEXUAL → diversas áreas do hipotálamo, especialmente a anterior e a posterior.
 
EFEITOS CAUSADOS POR LESÕES HIPOTALÂMICAS
 Lesões no hipotálamo → causam os efeitos opostos aos da estimulação.
o LESÕES BILATERAIS NA REGIÃO LATERAL → diminuição da SEDE e FOME até quase a zero + extrema
passividade com perda da maioria dos seus impulsos motivacionais.
o LESÕES BILATERAIS DAS ÁREAS VENTROMEDIAIS → BEBER e COMER excessivamente,
HIPERATIVIDADE e SURTOS DE RAIVA extrema a menor provocação.
 A estimulação ou lesões em outras áreas do sistema límbico, especialmente na amígdala, na área septal e
nas áreas do mesencéfalo → efeitos semelhantes aos do hipotálamo.
 
FUNÇÕES DE “RECOMPENSA” E “PUNIÇÃO” DO SISTEMA LÍMBICO
 Diversas estruturas límbicas estão envolvidas com a natureza afetiva das sensações → se são AGRADÁVEIS
OU DESAGRADÁVEIS.
o Essas qualidades afetivas são chamadas RECOMPENSA ou PUNIÇÃO, ou SATISFAÇÃO ou AVERSÃO.
 Estimulação de certas áreas límbicas agrada ou satisfaz, enquanto outras geram terror, dor, medo, defesa,
reações de escape e outros elementos da punição.
o Os graus de estimulação desses 2 sistemas opostos de resposta determinam o COMPORTAMENTO.
 
CENTROS DE RECOMPENSA
 Experimentos → estimulação elétrica do FASCÍCULO PROSENCEFÁLICO MEDIAL (especialmente nos
núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo) por alavanca → pressiona a alavanca milhares de veze/hora
para obter prazer → COMPORTAMENTO DÓCIL, PLACIDEZ;
o É estranho que o núcleo lateral deva ser incluído nas áreas de recompensa → porque mesmo
estímulos fortes nessa área podem causar RAIVA.
o Entretanto, esse fenômeno tem lugar em muitas áreas, cujos estímulos fracos dão a sensação de
recompensa e os fortes → PUNIÇÃO.
 Centros secundários de recompensa (menos potentes) → são encontrados na área septal, na amígdala, em
certas áreas do tálamo e nos gânglios da base.
 
CENTROS DE PUNIÇÃO
 Alavanca é utilizada para desligar o estímulo se o eletródio estiver em uma das áreas de punição.
 A estimulação SUBSTÂNCIA CINZENTA circundando o aqueduto de Sylvius no MESENCÉFALO e zonas
periventriculares do HIPOTÁLAMO e TÁLAMO → desprazer, medo, terror, dor, punição e até mesmo
doença.
 Áreas de punição menos potentes → encontradas em algumas localizações da AMÍGDALA e do
HIPOCAMPO.
 Estimulação dos CENTROS DE PUNIÇÃO pode inibir por completo os CENTROS DE RECOMPENSA E PRAZER
→ mostra que punição e medo podem prevalecer sobre prazer e recompensa.
 
ASSOCIAÇÃO DA FÚRIA/IRA COM CENTROS DE PUNIÇÃO
 Envolve os centros de punição do HIPOTÁLAMO e de outras estruturas límbicas;
 A estimulação forte dos centros de punição, especialmente na zona periventricular e na região lateral do
hipotálamo, gera:
o Desenvolvimento de postura defensiva;
o extensão das garras;
o levantar sua cauda; sibilar; cuspir; rosnar;
o desenvolver piloereção, olhos arregalados e pupilas dilatadas.
 Ocorrendo ataque à menor provocação.
 No animal normal, a RAIVA É FREADA por sinais inibitórios dos NÚCLEOS VENTROMEDIAIS do hipotálamo.
o Além das porções dos hipocampos e do córtex límbico anterior, especialmente nos giros cingulados
anteriores e giros subcalosos.
 
A IMPORTÂNCIA DA RECOMPENSA OU PUNIÇÃO NO APRENDIZADO E NA MEMÓRIA — HABITUAÇÃO VERSUS
REFORÇO
 Experiência sensorial que não cause recompensa ou punição é pouco lembrada.
 Um estímulo sensorial, sentido pela 1ª vez → geralmente excita áreas múltiplas no córtex cerebral.
o Mas, se não provocar sensação de recompensa ou punição → repetição do estímulo é extinção
quase completa da resposta do córtex cerebral → ocorrendo indiferença aos estímulos.
o Se ocorrer recompensa ou punição → córtex cerebral ficará cada vez mais estimulado → reforçando
uma resposta ao estímulo.
 
OUTRAS PARTES DO SISTEMA LÍMBICO
HIPOCAMPO
 Porção do córtex cerebral que se dobra para dentro → forma a superfície ventral do ventrículo lateral.
 HIPOCAMPO + estruturas adjacentes do lobo temporal e parietal → FORMAÇÃO HIPOCÂMPICA = tem
numerosas conexões com córtex cerebral e estruturas basais do sistema límbico (amígdala, hipotálamo,
área septal e os corpos mamilares).
 Experiências sensoriais ativam o hipocampo → estimula TÁLAMO ANTERIOR, HIPOTÁLAMO, FÓRNIX e
outras.
o É um canal adicional pelo qual sinais sensoriais que chegam possam iniciar reações
comportamentais para diferentes propósitos.
o Estimulação de diferentes áreas do hipocampo gera diferentes padrões comportamentais → prazer,
raiva, passividade ou excesso de desejo sexual.
 Outra característica do hipocampo → PODE FICAR HIPEREXCITADO.
o Ex: estímulos elétricos fracos → convulsões epilépticas focais em pequenas áreas dos hipocampos.
 As convulsões persistem por alguns segundos após o término da estimulação → pois
hipocampo emite sinais prolongados, mesmo sob condições normais.
 
PAPEL DO HIPOCAMPO NO APRENDIZADO
AMNÉSIA ANTERÓGRADA APÓS REMOÇÃO BILATERAL DOS HIPOCAMPOS
 Remoção cirúrgica de porções dos hipocampos para o tratamento da epilepsia → não ocasionou perda de
memórias aprendidas ocorridas previamente.
 Entretanto, há perda da aprendizagem pelo SIMBOLISMO VERBAL E PENSAMENTO SIMBÓLICO.
o Ex: não se aprende nem o nome próprio mesmo repetido todos os dias.
 Então, há memorização a curto prazo (até +- 2 minutos) e perda parcial ou total da de longo prazo.
o Essa é a AMNÉSIA ANTERÓGRADA.
 

 HIPOCAMPO → relacionado com a tomada de decisões → determinando a importância dos sinais sensoriais
que chegam.
o Se sinaliza que a informação que chega é importante → essa informação será armazenada na
memória.
 Fornece impulso que causa a transformação da memória a curto prazo na de longo prazo;
o Como: induzindo a mente a repetir a nova informação até que o armazenamento permanente
esteja completo.
 
AMÍGDALA
 Complexo de múltiplos pequenos núcleos localizados abaixo do córtex cerebral do polo medial anterior de
cada lobo temporal.
 Tem conexões bilaterais abundantes com o HIPOTÁLAMO e com outras áreas do sistema límbico.
 NÚCLEO CORTICOMEDIAL DA AMÍGDALA → envolvido no estímulo olfativo.
 NÚCLEO BASOLATERAL DA AMÍGDALA → desempenha papéis no comportamento, geralmente não
associado ao estímulo olfativo.
 Recebe sinais neuronais de todas as porções do córtex límbico → como do neocórtex dos lobos temporal,
parietal e occipital (especialmente das áreas de associação visual e auditiva).
o Já foi chamada “janela”, pela qual o sistema límbico vê o lugar da pessoa no mundo.
 AMÍGDALA → transmite sinais:
o de volta para essas mesmas áreas corticais;
o para o hipocampo;
o para a área septal;
o para o tálamo;
o princip. para o hipotálamo.
 
EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO DA AMÍGDALA
 Efeitos iniciados pela AMÍGDALA e finalizados pelo HIPOTÁLAMO incluem:
o (1) aumento ou diminuição da PA;
o (2) aumento ou diminuição da FC;
o (3) aumento ou diminuição na motilidade e secreção gastrointestinais;
o (4) defecação ou micção;
o (5) dilatação pupilar ou, raramente, contração;
o (6) piloereção;
o (7) secreção de diversos hormônios da hipófise anterior, especialmente as gonadotrofinas e o
hormônio adrenocorticotrófico.
 

 Estimulação da amígdala também pode causar diversos tipos de MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS.


o (1) movimentos tônicos, como levantar a cabeça ou inclinar o corpo;
o (2) movimentos circulares;
o (3) ocasionalmente, movimentos clônicos ou rítmicos;
o (4) diferentes tipos de movimentos associados ao olfato ou à alimentação, como lamber, mastigar
ou deglutir.

 A depender do núcleo amigdaloide:


o Raiva, fuga, punição, dor grave e medo → similares aos padrões de raiva produzidos pelo
hipotálamo.
o Recompensa e prazer.
o Atividades sexuais → ereção, movimentos copulatórios, ejaculação, ovulação, atividade uterina e
parto prematuro.
 
EFEITOS DA ABLAÇÃO BILATERAL DA AMÍGDALA — SÍNDROME DE KLÜVER-BUCY
 Lesões nas amígdalas (raro em humanos):
o (1) não tem medo de nada (ausência de condicionamento);
o (2) tem extrema curiosidade sobre tudo;
o (3) esquece rapidamente;
o (4) tem a tendência de colocar tudo na boca e, até mesmo, tenta comer objetos sólidos;
o (5) apetite sexual tão forte que tenta copular com animais imaturos, animais do sexo errado, ou até
mesmo com animais de espécies diferentes.
 
FUNÇÕES GLOBAIS DAS AMÍGDALAS
 São áreas de conhecimento comportamental que operam em nível semiconsciente.
 Também projetam para o sistema límbico o estado atual da pessoa a respeito de seu ambiente e de seus
pensamentos.
 Com isso → acredita-se que ela faça com que a resposta comportamental seja adequada para cada ocasião.
 

CÓRTEX LÍMBICO
 Fica ao redor das estruturas límbicas subcorticais.
 Zona de transição pela qual sinais são transmitidos do resto do córtex cerebral para o sistema límbico e
também na direção oposta.
 Funciona como área associativa cerebral de controle do comportamento.
 

ABLAÇÃO DO CÓRTEX TEMPORAL ANTERIOR


o Quando o córtex temporal anterior é movido dos 2 lados, as amígdalas também são danificadas →
ocorre a Síndrome de Klüver-Bucy.
 
ABLAÇÃO DO CÓRTEX ORBITOFRONTAL POSTERIOR
o Remoção bilateral da porção posterior do córtex orbitofrontal → insônia, associada à intranquilidade
motora intensa, tornando o animal incapaz de ficar quieto e locomover-se continuamente.
 
ABLAÇÃO DOS GIROS CINGULADOS ANTERIORES E DOS GIROS SUBCALOSOS
o Porções do córtex límbico que fazem a comunicação entre o córtex cerebral pré-frontal e as estruturas
límbicas subcorticais.
o Destruição bilateral desses giros → libera os CENTROS DA RAIVA, na região septal e no hipotálamo, da
influência inibitória pré-frontal.
 O animal pode ficar agressivo e muito mais sujeito a episódios de raiva do que o normal.
 

CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR


o Apenas a parte anterior do giro do cíngulo relaciona-se com o processamento das emoções.
o Recordação de episódios pessoais durante Ressonância Magnética → ativação do córtex cingular
anterior quando o episódio recordado era de TRISTEZA.
o Não houve ativação em pacientes com depressão crônica, nos quais o córtex cingular anterior é mais
delgado.
 
CÓRTEX INSULAR ANTERIOR
o Relacionadas com as emoções;
 
CÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITO FRONTAL
o Somente a área orbitofrontal → está envolvida no processamento das emoções
o Tem conexões com o corpo estriado e com o núcleo dorsomedial do tálamo integrando o circuito em
alça orbitofrontal-estriado-tálamo-cortical.
 
ÁREA SEPTAL
 Possui grupos de neurônios de disposição subcortical que se estendem até a base do septo pelúcido →
núcleos septais.
 Possui amplas conexões com diversas estruturas límbicas.
 Possui fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral → atuando no SISTEMA DE RECOMPENSA;
 Lesões bilaterais da área septal → "RAIVA SEPTAL";
o Caracterizada por hiperatividade emocional, ferocidade e raiva diante de condições que
normalmente não modificam o comportamento.
 Estimulações nessa área → alterações da PA e do ritmo respiratório;
 É um dos centros de prazer no cérebro e sua estimulação provoca EUFORIA.
 Destruição da área septal → reação anormal aos estímulos sexuais e à raiva.
 
NÚCLEO ACCUMBEN
 Recebe fibras aferentes dopaminérgicas principalmente da Área Tegmentar Ventral do Mesencéfalo →
projeta eferências para a parte orbitofrontal da Área Pré-frontal.
 Mais importante componente do sistema mesolímbico → sistema de recompensa ou do prazer do cérebro.
 
HABÊNULA
 Constituída pelos NÚCLEOS HABENULARES MEDIAL e LATERAL.
o Núcleo Lateral tem função mais conhecida.
 Participa da regulação dos níveis de dopamina nos neurônios do sistema mesolímbico → constituem a
principal área do sistema de recompensa (ou de prazer).
 ESTIMULAÇÃO → inibição do sistema dopaminérgico mesolímbico e do sistema serotoninérgico de
projeção.
o Esta ação inibitória está sendo implicada na fisiopatologia dos transtornos de humor como a
DEPRESSÃO → ação inibitória exagerada do sistema mesolímbico.
o Alguns sintomas da depressão como tristeza e a incapacidade de buscar o prazer (anedonismo)
podem ser explicados pela queda da atividade dopaminérgica na via mesolímbica (em especial no
núcleo accumbens).
 O SISTEMA MESOLÍMBICO é ativado pela recompensa e a HABÊNULA pela não recompensa (frustação).
 
GIRO DENTEADO
 Constituído por 1 só camada de neurônios e é muito semelhante à do hipocampo.
 Responsável pela dimensão temporal da memória.
o Ex: ao lembrarmos da festa de casamento ele informa a data e se ela foi antes ou depois de nossa
festa de formatura.
 
CÓRTEX ENTORRINAL
 É um tipo de córtex primitivo (arquicórtex).
 Recebe fibras do fórnix e envia fibras ao giro denteado que → se liga ao HIPOCAMPO.
 Funciona como um portão de entrada para o hipocampo → recebe conexões que a ele chegam através do
giro denteado.
 Sua lesão, mesmo estando intacto o hipocampo → GRANDE DÉFICIT DE MEMÓRIA.
 É geralmente a 1a área cerebral comprometida na doença de Alzheimer .
 
CÓRTEX PARA-HIPOCAMPAL
 Ativado pela visão de cenários, especialmente os mais complexos, como uma rua ou uma paisagem.
o Entretanto, a ativação só ocorre com cenários novos e não com os já conhecidos.
o Também não é ativado com a visão de objetos, o que é feito pelo HIPOCAMPO.
 Sua lesão → incapacidade de memorizar cenários novos, embora consigam evocar cenários já conhecidos
neles e navegar.
o Isto mostra que, como ocorre no hipocampo, a memória destes cenários não é armazenada no
córtex para-hipocampal, mas provavelmente no isocórtex.
 
CÓRTEX CINGULAR POSTERIOR
 Sua lesão ou dos núcleos anteriores do tálamo → AMNÉSIAS.
 O córtex cingular posterior está também relacionado com a memória topográfica → orientação espacial e
memorização de caminhos e cenários novos, bem como evocar os já conhecidos.
 Sua lesão resulta em desorientação e incapacidade de encontrar caminhos anteriormente memorizados.
 
ÁREA PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL
 Possui muitas funções → como o processamento da memória operacional.
 Nas lesões desta área, como ocorre na doença de Alzheimer, há PERDA DA MEMÓRIA OPERACIONAL.
 
ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO DO NEOCÓRTEX
 Nessas áreas são armazenadas as memórias de longa duração → consolidação depende da atividade do
HIPOCAMPO.
 Identificação de figuras de animais → ativação de Áreas Neocorticais da parte ventral do lobo temporal.
 Já identificação de objetos → Área Pré-Motora Esquerda é ativada, pois a pista para reconhecimento é a
atividade motora envolvida no uso do objeto.

2. COMPREENDER O MECANISMO DE AÇÃO (NEUROTRANSMISSORES) DAS DROGAS DE


ABUSO (COCAÍNA, ANFETAMINA) E SEUS EFEITOS SISTÊMICOS.
 
ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: COCAÍNA E ANFETAMINAS
 2 estimulantes do SNC + importantes → COCAÍNA E ANFETAMINA (incluindo metanfetamina).
 Ambos induzem atividade psicoativa semelhante quando tomados de forma ilícita.
 Ambos podem produzir consequências adversas semelhantes.
 

✘ COCAÍNA
 Extraída das folhas de coca.
 Usada como um anestésico tópico para a cirurgia de otorrinolaringologia.
 Pode ser utilizada por via intranasal, por injeção intravenosa ou ser fumada.
 CLORIDRATO DE COCAÍNA → Forma da droga utilizada na terapia medicinal.
o Composto solúvel em água.
o Pode ser utilizado por via intranasal ou injetado.
 Fumar cocaína produz o início de intoxicação + rápido (6 a 10 seg) e o período mais curto de efeito da
droga (10 a 15 min).
 Sintomas Psiquiátricos (como a paranoia) → normalmente dura apenas algumas horas.
 Poderoso estimulante obtido da planta coca.
 Possui propriedades ANESTÉSICAS LOCAIS, VASOCONSTRITORAS e ESTIMULANTES.
 É uma substância do GRUPO II → significa que tem alto potencial de abuso.
o Mas pode ser administrada por um médico para uso clínico legal, como:
o Anestesia local para algumas cirurgias de olho, orelha e garganta.
 Encontrada em uma variedade de formas e as mais comumente usadas incluem:
o SAL DE CLORIDRATO
 Pó hidrossolúvel ácido com alto ponto de fusão
 Usado por inalação intranasal ou por dissolução em água e injeção IV.
 Quando usada por via intranasal → biodisponibilidade é de ± 60%.
o SULFATO
 Uso limitado → mas algumas vezes é fumado com tabaco.
o BASE
 Pode ser de base livre ou cristalizada.
 Pode ser vaporizada e inalada.
 
 A cocaína fumada ou inalada → alcança rapidamente o cérebro e produz EUFORIA rápida e intensa (porém
transitória) → aumenta o seu potencial aditivo.
 
METABOLIZAÇÃO
o Cocaína liga-se ao transportador de dopamina (DA) → bloqueia a recaptação de DA → aumenta os
níveis sinápticos dos neurotransmissores monoamínicos tanto no sistema nervoso central (SNC) quanto
no sistema nervoso periférico (SNP).
 DA
 Norepinefrina (NE)
 Serotonina
o Induz alterações em longo prazo no cérebro.
o Alguns estudos mostraram adaptações nos neurônios → liberam o neurotransmissor excitatório
glutamato após exposição à cocaína.
 
✘ ANFETAMINA
 Composto sintético.
 Tem sido usada ao longo dos anos para tratar a OBESIDADE e combater a FADIGA e a DEPRESSÃO.
 METANFETAMINA → Pode ser utilizada por via oral, pelo fumo ou por via intravenosa.
o Seus efeitos duram muito + do que os produzidos pela cocaína;
o Sintomas Psiquiátricos (como a paranoia) podem persistir por dias ou semanas e, ocasionalmente,
podem resultar em um Estado Psicótico Crônico.
METANFETAMINA
o Substância estimulante.
o Atualmente usada na forma de pó ou pílula brancos e de sabor amargo.
 Cristal de Metanfetamina → forma da substância que se assemelha a fragmentos de cristal
 
Pode ser:
 Inalada/fumada → biodisponibilidade de 90,3%
 Deglutida (pílula) → biodisponibilidade de 67,2%.
 Cheirada
 Injetada após ser dissolvida em água ou álcool.
 
Ocorre em 2 estereoisômeros → formas L e D. A
 D-metanfetamina / enantiômero dextrorrotatório
 Psicoestimulante mais potente, com atividade 3 a 5x maior no SNC em comparação com a L.
 L-metanfetamina.
 
o Molécula lipofílica catiônica.
o Estimula a liberação e parcialmente bloqueia a recaptação de CATECOLAMINAS recém-sintetizadas no
SNC.
o Tem uma estrutura semelhante aos transportadores de DA, NE, SEROTONINA e de MONOAMINA
VESICULAR e reverte sua função endógena → resultando na liberação de monoaminas das vesículas de
armazenamento na sinapse.
o Também atenua o metabolismo das monoaminas ao inibir → MONOAMINOXIDASE.
o A metanfetamina é mais potente e mais eficaz do que a anfetamina, resultando em concentrações
muito mais altas de DA sináptica e efeitos mais tóxicos nas terminações nervosas.

FISIOPATOLOGIA
 Tanto a cocaína quanto as anfetaminas → aumentam a ACUMULAÇÃO e a ATIVIDADE DE
NEUROTRANSMISSORES específicos na fenda sináptica → incluindo:
o Dopamina
o Noradrenalina
o Serotonina.
 
✘ COCAÍNA
 Acredita-se que ela exerça este efeito através de sua ligação com o transportador de DOPAMINA.
 Supõe-se que o ↑ da atividade dopaminérgica (em particular no núcleo accumbens) → seja responsável
pelos Efeitos de Recompensa da Cocaína.
 

✘ ANFETAMINAS
 Parecem ↑ nível de DOPAMINA na fenda sináptica → principalmente por estimular a liberação de
dopamina pré-sináptica em oposição ao bloqueio de recaptação.
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Tanto a COCAÍNA quanto as ANFETAMINAS produzem:
o Euforia
o Insônia
o Sentimento de iniciativa
o Aumento da autoconfiança (às vezes ao ponto de grandiosidade)
o Estímulo sexual (alguns casos).
 Doses + altas → usuários podem sentir-se “ligados” → síndrome caracterizada por:
o Ansiedade
o Irritabilidade
o Paranoia.
 Abstinência desses agentes leva aos efeitos contrários aos da intoxicação:
o Apetite aumentado
o Hipersônia
o Depressão (ocasionalmente pode ser grave).
✘ COCAINA
 As complicações clínicas relacionadas ao uso estão relacionadas a uma combinação da sua atividade
estimulante → aumento da FC e pressão sanguínea + propriedades vasoconstritoras.
 Complicações locais resultantes da atividade vasoconstritora da droga incluem:
o Ulcerações da mucosa nasal
o Perfuração do septo nasal
o Diminuição da capacidade de difusão pulmonar.
 Complicações sistêmicas incluem:
o IAM
o Hemorragia intracraniana
o Convulsões (resultado de intoxicação, não da abstinência)
o Taquiarritmias ventriculares
o Podem ser responsáveis pela morte súbita.
 
CURTO PRAZO
o Vasos sanguíneos constringidos
o Pupilas dilatadas
o Temperatura, FC, PA aumentadas
o Dor de cabeça
o Dor abdominal e náusea
o Euforia
o Aumento da energia e estado de alerta
o Insônia
o Inquietação
o Ansiedade
o Comportamento errático e violento
o Ataques de pânico
o Paranoia
o Psicose
o Problemas no ritmo cardíaco
o Ataque cardíaco
o AVC
o Convulsão
o Coma
 

LONGO PRAZO
o Perda do sentido do olfato
o Sangramento nasal
o Dano nasal
o Infecção e morte de tecido intestinal por redução do fluxo sanguíneo
o Nutrição pobre e perca de peso
o Danos pulmonares por fumar
 

OUTROS PROBLEMAS RELACIONADOS


o Gravidez
 Parto prematuro
 Baixo peso de nascimento
 Déficit na auto-regulação e atenção em crianças em idade escolar expostas no período pré-natal
 Risco de HIV, hepatite, e outras infecções por agulhas compartilhadas
o Em combinação com álcool
 Alto risco de intoxicação cardíaca por qualquer das drogas sozinhas
o Sintomas de Abstinência
 Depressão
 Cansaço
 Aumento do apetite
 Insônia
 Sonhos vividos e desagradáveis
 Pensamento e movimentos retardados
 Inquietação
 
✘ METANFETAMINA
CURTO PRAZO
o Vigília aumentada e atividade física
o Redução do apetite
o Aumento da FR, FC, PA, T e batimento cardíaco irregular
 

LONGO PRAZO
o Ansiedade, confusão mental, insônia, problemas de humor, comportamento violento, paranoia,
alucinações, delírios, perca de peso, problemas dentais severos (boca de metanfetamina (cárie dental +
perda de dentes + fratura dental + erosão dentária) ), coceira intensa levando a feridas por conta do
coçar.
 

OUTROS PROBLEMAS ASSOCIADOS


o Gravidez
 Parto prematuro
 Separação da placenta do útero
 Baixo peso de nascimento
 Coração Letárgico
 Problemas cerebrais
 Risco de HIV, hepatite, e outras doenças infecciosas por compartilhamento de agulhas
o Em combinação com Álcool
 Mascara o efeito depressor do álcool
 Aumenta o risco de overdose alcóolica
 Pode aumentar a PA
o Sintomas de Abstinência
 Depressão, ansiedade, cansaço
 

3º OBJETIVO: CONHECER OS EFEITOS DO ETANOL NOS PRINCIPAIS SISTEMAS


FISIOLÓGICOS;
 
ÁLCOOL E TRANSTORNOS POR USO DE ÁLCOOL
 ÁLCOOL (etanol p/ beber) → tem efeitos diversos e disseminados no corpo.
 Tem impacto direto ou indireto em quase todos os sistemas neuroquímicos do cérebro.
 Mesmo em doses relativamente baixas → pode exacerbar a maioria dos problemas clínicos e afetar
medicações metabolizadas no fígado; em doses mais altas, pode temporariamente simular muitas
condições clínicas (Ex.: diabetes) e transtornos psiquiátricos (Ex.: depressão).
 A ingestão de + do que 3 doses padrão/dia regularmente ↑ risco de câncer e doença vascular.
 Transtornos por uso de álcool ↓ tempo de vida em ± 10 anos.
 
FARMACOLOGIA E IMPACTO NUTRICIONAL DO ETANOL
 Níveis Sanguíneos de Etanol → expressos como mg ou g de etanol por dL (Ex.: 100 mg/dL ou 0,10 g/dL).
o Valores de ± 0,02 g/dL = dose típica.
 Bebidas alcoólicas como cerveja, uísque e vinho, também possuem componentes adicionais →
CONGÊNERES → influenciam o sabor da bebida → podem contribuir para os efeitos adversos no corpo.
o Metanol e Butanol
o Acetaldeído
o Histamina
o Taninos
o Ferro
o Chumbo 
METABOLIZAÇÃO DO ÁLCOOL
 Diminui de forma aguda a ATIVIDADE NEURONAL.
 Possui efeitos comportamentais semelhantes e tolerância cruzada com outros depressores, incluindo
benzodiazepínicos e barbitúricos.
 

ABSORVIDO
o Nas mucosas da boca e do esôfago → em pequenas qtds.
o No estômago e intestino grosso → em qtds modestas.
o Na parte proximal do INTESTINO DELGADO → principal local.
 
TAXA DE ABSORÇÃO → AUMENTADA:
o Pelo esvaziamento gástrico rápido → como observado com refrigerantes.
o Pela ausência de proteínas, gorduras ou carboidratos → interferem na absorção.
o Pela diluição a uma % modesta de etanol → máximo em torno de 20% do volume.
 
SECREÇÃO
o Entre 2% (em baixas [ ] sanguíneas de álcool) e 10% (em altas [ ] sanguíneas de álcool) do etanol →
excretado diretamente pelos PULMÕES, pela URINA ou pelo SUOR.
o A maior parte é metabolizada em ACETALDEÍDO → principalmente no FÍGADO.
 
VIA DE METABOLIZAÇÃO
o Via + importante → ocorre no CITOSOL CELULAR.
 ÁLCOOL-DESIDROGENASE (ADH) → produz ACETALDEÍDO → em seguida é rapidamente
destruída pela ALDEÍDO-DESIDROGENASE (ALDH) → no citosol e nas mitocôndrias.
 
o 2ª VIA → ocorre nos MICROSSOMOS DO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO → Sistema Microssomal de
Oxidação de Etanol (MEOS)
 Responsável por ≥ 10% da oxidação do etanol em [ ] sanguíneas de álcool elevadas.
 

 
 1 dose contém ± 70 a 100 kcal → desprovidas de nutrientes (minerais, proteínas e vitaminas).
 Interfere na absorção de vitaminas no INTESTINO DELGADO e ↓ seu armazenamento no fígado → efeitos
sobre:
o Folato (folacina ou ácido fólico)
o Piridoxina (B6)
o Tiamina (B1)
o Acido nicotínico (niacina, B3)
o Vitamina A.
 Ingestão pesada de bebida em indivíduo saudável em jejum → pode produzir HIPOGLICEMIA TRANSITÓRIA
em de 6 a 36 horas → devido às AÇÕES AGUDAS do etanol → reduzindo a a GLICONEOGÊNESE.
o Pode resultar em testes de tolerância à glicose temporariamente ANORMAIS (com diagnóstico
errôneo resultante de diabetes) até que o indivíduo tenha tido uma abstinência de 2 a 4 semanas.
 
CETOACIDOSE ALCOÓLICA
o ↑ corpos cetônicos séricos.
o Leve ↑ na glicose, porém anion gap ↑.
o ↑ leve a moderado no lactato sérico.
o Relação β- hidroxibutirato/lactato entre 2:1 e 9:1 (normal = 1:1).
o Quando reflete uma ↓ oxidação dos ácidos graxos + dieta inadequada ou vômitos recorrentes.
 Pode ser diagnosticada de forma errônea como CETOSE DIABÉTICA.
 
NO CÉREBRO
 Afeta quase todos os sistemas neurotransmissores.
 Efeitos agudos que costumam ser o oposto daqueles observados subsequentemente à abstinência após um
período de uso pesado de álcool.
 Ações + proeminentes estão relacionadas com → estimulação da atividade do ácido γ-aminobutírico
(GABA) → especialmente nos receptores de GABAA.
o ↑ desse sistema do CANAL DE CLORETO contribui para efeitos:
 Anticonvulsivantes
 Indutores do sono
 Ansiolíticos
 De relaxamento muscular de todos os fármacos estimuladores do GABA.
 
ÁLCOOL
o Administrado de maneira aguda produz → LIBERAÇÃO DE GABA.
o Uso continuado ↑ densidade dos RECEPTORES GABAA.
o Estados de abstinência do álcool → reduções da atividade relacionada com GABA.
 
o Uso agudo → Inibe receptores glutamatérgicos sinápticos excitatórios N-metil-D-aspartato (NMDA).
o Ingestão crônica de bebida e a abstinência → suprarregulam essas subunidades excitatórias do
receptor.
 
o Relações entre:
 ATIVIDADE MAIOR DE GABA e ATIVIDADE REDUZIDA DE NMDA durante a Intoxicação Aguda;
 AÇÕES GABA REDUZIDAS + AÇÕES DE NMDA AUMENTADAS durante a Abstinência de Álcool;
 Explicam grande parte da intoxicação e do fenômeno de abstinência.
 
 Assim como todas as atividades prazerosas → Ingestão Aguda.
o ↑ NÍVEIS DE DOPAMINA no tegmento ventral e regiões cerebrais relacionadas,.
o Seu efeito desempenha um papel importante sobre uso continuado de álcool, fissura e recaída.
 
 Alterações nas VIAS DOPAMINÉRGICAS → estão ligadas a aumentos dos “HORMÔNIOS DO ESTRESSE”,
incluindo:
 Cortisol
 Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)
o Durante a intoxicação e no contexto do estresse da abstinência.
o Essas alterações provavelmente contribuem para:
 Sentimentos de recompensa durante a INTOXICAÇÃO
 Depressão durante a QUEDA DA ALCOOLEMIA.
 Álcool induz alterações nos RECEPTORES OPIOIDES → uso agudo causa liberação de β-endorfinas.
 

OUTRAS ALTERAÇÕES NEUROQUÍMICAS


 Aumentos nos níveis sinápticos de SEROTONINA durante intoxicação aguda + suprarregulação
subsequente dos RECEPTORES DA SEROTONINA.
 Aumentos agudos nos sistemas nicotínicos de ACETILCOLINA → contribuem para o impacto do álcool na
região tegmentar ventral → ocorre em consonância com o aumento da atividade da DOPAMINA.
 Nas mesmas regiões, álcool exerce impacto nos RECEPTORES CANABINOIDES → liberando DOPAMINA,
GABA e GLUTAMATO, além de efeitos subsequentes nos circuitos de recompensa cerebrais.
 
EFEITOS COMPORTAMENTAIS, TOLERÂNCIA E ABSTINÊNCIA
 Efeitos agudos de uma substância dependem da:
o Dose
o Velocidade de aumento no plasma
o Presença concomitante de outras substâncias
o Experiência anterior com o agente.
 Observam-se alterações comportamentais, psicomotoras e cognitivas → mesmo em níveis baixos de 0,02
a 0,04 g/dL (após 1 a 2 drinques).
 Pode-se observar um sono profundo, mas conturbado → com níveis de 0,15 g/dL em indivíduos que não
desenvolveram tolerância.
 Pode ocorrer morte → com níveis entre 0,30 e 0,40 g/dL.
 A bebida alcoólica é provavelmente responsável por mais mortes por overdose do que qualquer outra
substância.
 

 
EFEITOS DO ETANOL NOS SISTEMAS ORGÂNICOS
 Qtds baixas de álcool (1 a 2 doses/dia) apresentam potenciais efeitos benéficos:
o ↑ colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL)
o ↓ agregação plaquetária
o Reduzindo o risco de doença coronariana oclusiva e AVCs embólicos.
 Vinho tinto tem outras potenciais qualidades de promoção da saúde em doses relativamente baixas devido
aos flavinoides e substâncias relacionadas.
 Ingestão Modesta → pode ↓ risco de Demência Vascular e, possivelmente, Doença de Alzheimer.
 Mas, qualquer potencial efeito saudável desaparece com o consumo regular de 3 ou + drinques/dia.
 
✘ SISTEMA NERVOSO
 Cerca de 35% dos usuários de álcool em geral sofrem BLACKOUT.
o É um episódio de amnésia anterógrada temporária.
o O indivíduo está acordado, porém esquece durante um período de embriaguez:
 TUDO → blackouts em bloco com níveis sanguíneos > 0,20 mg/dL.
 PARTE → blackouts fragmentados com níveis > 0,12 mg/dL.
 Também é comum, após 1 ou 2 drinque, imediatamente antes de dormir → perturbação do sono.
o A princípio → pode ajudar uma pessoa a adormecer. Mas compromete o sono no resto da noite.
o Estágios do Sono são alterados.
o Tempo decorrido durante o sono REM e sono profundo no início da noite é reduzido.
o Relaxa os músculos na faringe → pode causar RONCOS e EXACERBAR A APNEIA DO SONO;
o Pode causar SONHOS PROEMINENTES e algumas vezes perturbadores, tarde da noite.
o Esses problemas relacionados ao sono → podem contribuir para recaídas em indivíduos com
TRANSTORNOS POR USO DE ÁLCOOl.
 
 Comprometimento do julgamento e da coordenação (mesmo níveis baixos), aumentando o risco de lesões.
 Consumo Pesado → Pode estar associado a CEFALEIA, SEDE, NÁUSEA, VÔMITOS e FADIGA (dia seguinte)
→ SÍNDROME DE RESSACA → responsável pela ausência no trabalho e na escola e por déficits cognitivos
temporários.
 Uso crônico de doses altas → provoca NEUROPATIA PERIFÉRICA em ± 10% dos indivíduos com Transtornos
por Uso de Álcool.
o Dormência
o Formigamento
o Parestesias bilaterais nos membros.

Em aproximadamente 1% dos indivíduos com Transtornos por Uso de Álcool desenvolvem:


o Degeneração ou atrofia cerebelar.
o Produzindo uma síndrome de postura e marcha instáveis progressivas → frequentemente
acompanhadas de nistagmo leve;
o Exames de neuroimagem revelam → atrofia do verme cerebelar.
 

 1/500 indivíduos com Transtornos por Uso de Álcool irá desenvolver:


o Síndrome de Wernicke (oftalmoparesia, ataxia e encefalopatia) completa.
o Síndrome de Korsakoff (amnésia retrógrada e anterógrada grave) completa.
 

 O consumo pesado e repetido pode contribuir para Problemas Cognitivos e Comprometimento


Temporário da Memória → de várias semanas a meses de duração após a abstinência.
 
✘ COMORBIDADE PSIQUIÁTRICA
 Até 2/3 dos indivíduos com Transtornos por Uso de Álcool preenchem os critérios de outra SÍNDROME
PSIQUIÁTRICA → induzida por substância independente ou temporária.
 Outra comorbidade psiquiátrica comum ocorre com problemas relacionados ao abuso de outras
substâncias.
 Muitas síndromes psiquiátricas relacionadas com o álcool podem ser observadas temporariamente
durante o consumo pesado de álcool e abstinência subsequente.
 
✘ SISTEMA GASTRINTESTINAL

ESÔFAGO E ESTÔMAGO
 Pode causar inflamação do esôfago e estômago → causando:
o Desconforto epigástrico
o Hemorragia digestiva.
 ÁLCOOL → 1 das causas + comuns de GASTRITE HEMORRÁGICA.
 Vômitos violentos podem produzir sangramento intenso por Lesão de Mallory-Weiss → laceração
longitudinal da mucosa na junção gastresofágica.
 
PÂNCREAS E FÍGADO
 Incidência de PANCREATITE AGUDA (± 25/1.000/ano) → 3x maior em indivíduos com Transtornos por Uso
de Álcool do que na população geral.
 Prejudica a gliconeogênese no fígado, ocasionando:
o ↓ qtd de glicose produzida a partir do glicogênio
o ↑ produção de lactato
o ↓ da oxidação dos ácidos graxos.
Contribui para um aumento no acúmulo de gordura nos hepatócitos.
 Indivíduos Sadios → essas alterações são reversíveis; mas, com exposição repetida ao etanol,
particularmente com o consumo pesado diário → ocorrem Alterações Hepáticas + Graves.
o Hepatite induzida por álcool
o Esclerose perivenular
o Cirrose (observada em 15% dos indivíduos com transtornos por uso de álcool).
 Indivíduos com transtornos por uso de álcool → em decorrência de uma vulnerabilidade aumentada às
infecções → têm uma taxa elevada de HEPATITE C.
 
✘ CÂNCER
 Ingestão de 1,5 dose/dia → Aumenta o risco de câncer de mama nas mulheres em 1,4 vez.
 4 doses/dia (para ambos os sexos) → Elevam o risco de cânceres oral e esofágico em aprox. 3x e cânceres
retais em um fator de 1,5.
 Beber + 7 a 8 doses/dia → Aumenta o risco em 5x para muitos cânceres.
 Essas consequências podem resultar:
o Diretamente de efeitos promotores do câncer decorrentes do álcool e acetaldeído ou;
o Indiretamente por interferir na homeostase imunológica.
 
✘ SISTEMA HEMATOPOIÉTICO
 Aumenta o tamanho dos eritrócitos → Volume Corpuscular Médio (VCM) → reflete seus efeitos sobre as
células-tronco.
 Se a ingestão insistente de álcool for acompanhada por Deficiência de Ácido Fólico → também poderá
haver:
o Neutrófilos hipersegmentados
o Reticulocitopenia
o Medula óssea hiperplásica;
 Se houver desnutrição → poderão ser observadas Alterações Sideroblásticas.
 CONSUMO PESADO CRÔNICO pode:
o ↓ produção dos leucócitos, a mobilidade e aderência dos granulócitos;
o Prejudicar a resposta de hipersensibilidade tardia a novos antígenos.
 
 Deficiências imunológicas associadas podem contribuir para vulnerabilidade a infecções, como HEPATITE e
HIV → e interferir em seu tratamento.
 Indivíduos com Transtornos por Uso de Álcool têm → Trombocitopenia Leve
 
✘ SISTEMA CARDIOVASCULAR
 Agudamente → Diminui a Contratilidade Miocárdica e causa Vasodilatação Periférica, resultando:
o ↓ PA
o ↑ compensatório no DC.
 ↑ no consumo de O2 cardíaco → induzidos por exercício são + altos após a ingestão de álcool.
 Consumo de 3 ou + doses/dia → Aumenta a PA dose-dependente → retorna ao normal com algumas
semanas de abstinência.
 O beber pesado → Fator importante para a HIPERTENSÃO LEVE A MODERADA.
 O beber pesado crônico → Aumenta em 6x o risco de Doença Arterial Coronariana → relacionada a
aumento do colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e ↑ risco de Miocardiopatia → por meio
de efeitos diretos do álcool no músculo cardíaco.
o Arritmias inexplicadas
o Disfunção ventricular esquerda
o Insuficiência cardíaca
o Hipocontratilidade do músculo cardíaco
o Dilatação das 4 câmaras cardíacas com trombos murais associados
o Insuficiência da válvula mitral.
 Arritmias Atriais ou Ventriculares → especialmente Taquicardia Paroxística → também podem ocorrer
temporariamente após ingestão pesada de álcool em indivíduos que não apresentam nenhuma outra
evidência de cardiopatia – condição chamada de → “SÍNDROME DO CORAÇÃO PÓS-FERIADO”.
 
✘ SISTEMA GENITURINÁRIO, FUNÇÃO SEXUAL E DESENVOLVIMENTO FETAL
 Consumo pesado de álcool na adolescência pode afetar:
o Desenvolvimento sexual normal
o Início da reprodução.
 Em qualquer idade → doses modestas podem ↑ impulso sexual, mas ↓ capacidade erétil nos homens.
 Uma minoria de homens alcoolistas crônicos mostra:
o Atrofia testicular irreversível + retração dos túbulos seminíferos.
o Diminuição no volume de ejaculado.
o Menor contagem de espermatozoides.
 A ingestão repetida de altas doses por mulheres pode resultar em:
o Amenorreia
o Diminuição no tamanho dos ovários
o Ausência de corpo lúteo com infertilidade associada
o Aumento no risco de aborto espontâneo.
 O beber pesado durante a GRAVIDEZ resulta na rápida transferência placentária de ETANOL e
ACETALDEÍDO → pode contribuir para uma gama de consequências → TRANSTORNO DO ESPECTRO
ALCOÓLICO FETAL (TEAF).
 

RESULTADO GRAVE → SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL (SAF):


o Alterações faciais com pregas oculares de epicanto;
o Pavilhão auricular malformado;
o Dentes pequenos com esmalte defeituoso;
o Comunicação interatrial ou interventricular;
o Prega palmar aberrante
o Limitação dos movimentos articulares;
o Microcefalia com deficiência intelectual.
 

CARACTERÍSTICAS DE TEAF MENOS INVASIVAS


o Baixo peso ao nascer
o Menor quociente de inteligência (QI)
o Comportamento hiperativo
o Déficits cognitivos modestos.
 
✘ OUTROS EFEITOS
 Entre metade e 2/3 dos indivíduos com Transtornos por Uso de Álcool têm → fraqueza da musculatura
esquelética → causada por MIOPATIA ALCOÓLICA AGUDA.
 Efeitos do beber pesado repetido sobre o SISTEMA ESQUELÉTICO incluem:
o Alterações no metabolismo do cálcio
o Densidade óssea mais baixa
o Menor crescimento nas epífises → maior risco de fraturas e osteonecrose da cabeça do fêmur.
 
ALTERAÇÕES HORMONAIS
 Aumento dos níveis de cortisol → podem permanecer elevados durante o consumo pesado;
 Inibição da secreção de VASOPRESSINA com a elevação das [ ] sanguíneas de álcool.
 Secreção aumentada de VASOPRESSINA com a queda das [ ] sanguíneas de álcool
 Maioria dos indivíduos com transtornos por uso de álcool tende a apresentar:
o Hiper-hidratação leve.
o Redução modesta e reversível da tiroxina (T4) sérica;
o Diminuição mais acentuada da tri-iodotironina (T3) sérica.
 Irregularidades hormonais podem desaparecer depois de 1 mês ou + de abstinência.
 
4º OBJETIVO: ENTENDER OS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA E A SUA RELAÇÃO COM A ESCALA DE
COMA DE GLASGOW, COMO TAMBÉM OS PARÂMETROS DE MORTE CEREBRAL;
 
Existem diversas fases entre o estado de vigília ou plena consciência e o estado de coma profundo em uma
graduação cujo principal elemento indicativo é o NÍVEL DA CONSCIÊNCIA.
 
ESTADO DE COMA
 Por haver dificuldade para se estabelecer o limite entre o estado normal e o comprometimento da
consciência, é muito usada a designação OBNUBILADO → quando o paciente apresenta apenas
transtornos de ideação e confusão mental.
 Mas, independente desta dificuldade → deve-se lançar mão de 4 parâmetros sempre que se observar
qualquer grau de alteração do nível de consciência:
o PERCEPTIVIDADE → capacidade para responder a perguntas simples (“Como vai?”) ou informar
coisas corriqueiras (nome de seus familiares, seu endereço) ou atender a solicitações (“Sente-se na
cama”, “Tire a camisa”).
o REATIVIDADE → capacidade de reagir a estímulos inespecíficos (desviar os olhos e a cabeça para
um ponto onde se faça um barulho enquanto o médico apenas observa, sem interferir).
 Também pode ser avaliada, em relação à dor → executar alguma manobra apropriada.
 Costuma-se esfregar o esterno do paciente ou comprimir a unha de um dedo da mão ou do
pé com a ajuda de um objeto rombo → reação do paciente se faz por reclamação verbal ou
pela movimentação corporal, apropriada ou não.
o DEGLUTIÇÃO → oferece-se um copo d’água e fica-se atento ao comportamento do paciente,
analisando o modo como procura o copo com suas mãos, como o leva à boca e se deglute a água
normalmente.
o REFLEXOS → faz-se a pesquisa de alguns reflexos tendinosos (ex: patelar), plantares, cutâneos
abdominais e pupilar.
 
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DE COMA
 COMA LEVE, VÍGIL OU GRAU I → Comprometimento da consciência é LEVE.
o Paciente permanecendo capaz de atender às ordens do tipo “abrir e fechar os olhos”, “levantar os
braços” e responder a perguntas pessoais.
o Reage bem e de modo apropriado à estimulação dolorosa e à deglutição.
o Reflexos são normais.
 COMA DE GRAU MÉDIO OU GRAU II → Perda da consciência é QUASE TOTAL, estando a perceptividade do
paciente bastante reduzida.
o Responde apenas à estimulação dolorosa enérgica e o faz desapropriadamente.
o A deglutição é feita com dificuldade e continuam preservados os reflexos tendinosos, cutâneos e
pupilar.
 COMA PROFUNDO, CÁRUS OU GRAU III → perda da consciência é COMPLETA.
o Paciente não responde às solicitações externas por mais intensas que sejam → perceptividade = 0.
o Não deglute água e nenhum estímulo doloroso desperta reação.
o Observa-se arreflexia tendinosa, cutânea e pupilar, relaxamento completo da musculatura e
incontinência esfincteriana.
 COMA DEPASSÉ OU GRAU IV → além dos dados presentes no coma de grau III, no coma depassé há
COMPROMETIMENTO DAS FUNÇÕES VITAIS = parada respiratória com ventilação pulmonar mantida
artificialmente.
o É quase sempre um estado irreversível, e o EEG revela silêncio elétrico cerebral.
o O reconhecimento deste tipo de coma adquiriu interesse após o incremento de transplantes de
órgãos retirados de indivíduos acidentados.
o Sua conceituação tem acompanhado as discussões éticas e médico-legais sobre os conceitos de
“morte clínica” e “morte cerebral”.
 
MORTE ENCEFÁLICA → Parada total e irreversível das funções encefálicas equivalente à morte;
 Do ponto de vista semiológico → deve-se investigar a maneira como se instalou o ESTADO COMATOSO →
pois ele pode ter início súbito e instalação abrupta, ou ter início lento e instalação gradativa, levando horas
ou dias para se definir inteiramente.
 
CRITÉRIOS PARA ABERTURA DE PROTOCOLO PARA MORTE ENCEFÁLICA
 De acordo com a nova Resolução do CFM n° 9175/2017 → a abertura do Protocolo deve ser aplicada aos
pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia
persistente, obedecendo a uma série de pré-requisitos:
o PARÂMETROS CLÍNICOS → Coma aperceptivo com ausência de atividade motora supra-espinal e
apneia.
o Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar morte encefálica;
 Ou seja → morte encefálica deverá ser conseqüência de processo irreversível e de causa
reconhecida.
o Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de morte encefálica;
o Tratamento e observação em hospital através da realização de exames clínicos e complementares
durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias:
 a) de 7 dias a 2 meses incompletos - 48 horas
 b) de 2 meses a 1 ano incompleto - 24 horas
 c) de 1 ano a 2 anos incompletos - 12 horas
 d) acima de 2 anos - 6 horas
 Quando a causa primária do quadro for encefalopatia hipóxico-isquêmica →
observação de no mínimo, 24 horas;
o Temperatura corporal (esofagiana, vesical ou retal) superior a 35°C, saturação arterial de O2 acima
de 94% e PA sistólica maior ou igual a 100 mmHg ou PA média maior ou igual a 65mmHg para
adultos.

 
 Além dos pré-requisitos listados, é necessário que toda suspeita de ME seja comprovada por exame de
imagem (tomografia ou ressonância de crânio) → uma lesão estrutural encefálica suficientemente grave
para justificar o exame neurológico encontrado.
 
 ANTES DE ABRIR PROTOCOLO, ESTAR ATENTO A:
o NÍVEIS SÉRICOS DE Na+ → deve ser próximo do normal, abaixo de 155 mEq/L ou haver alteração
justificada pelo descontrole endócrino-metabólico decorrente do processo fisiopatológico de ME e
exista outra causa clara e documentada para a ME.
o CRITÉRIOS HEMODINÂMICOS → não abrir protocolo em pacientes que apresentam choque
descompensado, tratado com doses elevadas de drogas vasoativas, associado a acidose metabólica
grave e altos níveis de lactato sérico → pois as condições de extrema instabilidade hemodinâmica
podem invalidar os resultados dos exames clínicos.
o SUSPENSÃO DE DROGAS SEDATIVAS, HIPNÓTICAS E BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES →
levar em conta a meia-vida das drogas, forma de infusão e presença de insuficiência renal e
hepática.
 É NECESSÁRIO A REALIZAÇÃO DE, PELO MENOS, 2 EXAMES CLÍNICOS E 1 COMPLEMENTAR ANTES DO
DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA SER DADO.
 TESTE DE APNEIA → realizado por gasometria arterial;
 
TESTES CLÍNICOS
 Ausência de reatividade supraespinhal, manifestada pela → inexistência dos reflexos fotomotor, córneo-
palpebral, oculocefálico, vestíbulo-calórico e de tosse.
 Testes clínicos devem ser realizados por 2 médicos diferentes, não envolvidos com as equipes
transplantadoras, e devem certificar de forma inequívoca o coma não perceptivo.
 
EXAMES COMPLEMENTARES PARA CONFIRMAÇÃO DE MORTE ENCEFÁLICA
 Deverão demonstrar de forma inequívoca:
o ausência de atividade elétrica cerebral ou, ausência de atividade metabólica cerebral ou, ausência
de perfusão sanguínea cerebral.
 

 ANGIOGRAFIA CEREBRAL → deverá demonstrar ausência de fluxo sanguíneo intracraniano;


 ELETROENCEFALOGRAMA → deverá constatar a presença de inatividade elétrica ou silêncio elétrico
cerebral (ausência de atividade elétrica cerebral com potencial superior a 2 µV);
 DOPPLER TRANSCRANIANO → deverá constatar a ausência de fluxo sanguíneo intracraniano pela presença
de fluxo diástólico reverberante e pequenos picos sistólicos na fase inicial da sístole;
 CINTILOGRAFIA CEREBRAL → deverá constatar ausência de perfusão ou metabolismo encefálico.
 
ESCALA DE GLASGOW
 Baseia-se em 3 parâmetros, facilmente compreendidos e aplicáveis à beira do leito, inclusive pelo pessoal
auxiliar → abertura dos olhos, resposta motora e resposta verbal.
 Cada um deles compreendendo várias alternativas que vão desde a resposta normal → pacientes sem
transtornos da consciência, até ausência completa de resposta → SITUAÇÕES GRAVES.
 Então, as alternativas de cada parâmetro recebem um valor quantitativo.
 
o ABERTURA DOS OLHOS:
 Paciente mantém os olhos abertos espontaneamente (4 pontos);
 Se abre os olhos quando solicitado verbalmente (3 pontos)
 Só abre os olhos após estímulo doloroso (2 pontos);
 Quando não há resposta, computa-se 1 ponto.
o RESPOSTA MOTORA:
 Corresponde à execução de movimentos por comando verbal (6 pontos)
 Estímulo álgico (de 5 a 2 pontos, conforme o tipo de resposta).
 Sem resposta, apenas 1 ponto.
o RESPOSTA VERBAL → capacidade e a qualidade da resposta verbal que o paciente apresenta ao ser
inquirido.
 Resposta orientada (5 pontos)
 Resposta desorientada ou confusa (4 pontos);
 Se usa palavras impróprias ou inadequadas (3 pontos);
 Se emite sons incompreensíveis (2 pontos);
 Quando não há resposta, 1 ponto.
 
o Terminada a avaliação, obtém-se um escore que vai de 3 a 15 pontos.
 15 → normalidade e 3 → o coma grave.
 Entre os dois extremos encontram-se vários graus que representam a transição entre o estado
de consciência normal e o grau máximo de seu comprometimento.
 Em termos práticos, abaixo de 8 ou 7 pontos → corresponde ao estado de coma.
 
 
 
 
 

5º OBJETIVO: CONHECER OS MECANISMOS ENVOLVIDOS NA TOLERÂNCIA, DEPENDÊNCIA


QUÍMICA E FÍSICA E NA ABSTINÊNCIA;
BIOLOGIA DA TOXICODEPENDÊNCIA
DEFINIÇÃO
 A dependência de drogas é o uso compulsivo de substâncias apesar de graves consequências negativas.
 Uso nocivo de drogas e a dependência contribuem significativamente para a morbidade médica e mortalidade
o Tanto diretamente
 Como resultado dos efeitos tóxicos das drogas de abuso
o Como indiretamente
 Por meio de acidentes, violência, uso de agulhas não estéreis, tabagismo e outros riscos para a
saúde.

 De longe, os maiores contribuintes para doença e morte são as DROGAS LEGAIS amplamente utilizadas, tabaco e
álcool
 Além disso, a dependência cria enormes encargos para a sociedade ao alterar a função do toxicodependente em
vários papéis da vida, prejudicando famílias e bairros, e motivando o crime.
 Globalmente, o uso de drogas não é distribuído de modo uniforme e não está simplesmente relacionado com o rigor
do policiamento antidrogas.

 O uso compulsivo, a característica central da ADICÇÃO


o A pessoa afetada não consegue controlar o consumo de substâncias durante um período significativo apesar
de fortes razões para o fazer, tais como problemas de saúde relacionados com a droga, detenções
associadas a drogas ou a ameaça de perder o emprego ou o cônjuge.
 Na clínica, a adicção pode ser extremamente frustrante de tratar
o A busca e a administração de drogas são aparentemente comportamentos voluntários que uma pessoa, de
maneira consciente, não parece DISPOSTA a controlar.
o Mesmo após esforços significativos terem sido efetuados para que um toxicodependente entre em
tratamento, a REINCIDÊNCIA é COMUM, mesmo muito tempo depois de o último sintoma de abstinência ter
desaparecido.
o As RECAÍDAS são muitas vezes precipitadas por estresse ou por lembranças do consumo de drogas (sinais),
que podem variar por
 Contextos familiares de consumo de drogas (como fumar um cigarro após uma refeição)
 Interações com amigos que usam drogas, o cheiro de maconha ou da fumaça do cigarro
 Sensações corporais previamente associadas com a procura de drogas (os chamados estímulos
interoceptivos).

 Os consumidores de drogas podem usá-las repetidamente para obter prazer ou escapar a sentimentos negativos,
o Incluindo os sentimentos aversivos que podem ocorrer quando a ação das drogas diminui.
 Como resultado da ADMINISTRAÇÃO REPETIDA DA DROGA ao longo do tempo, os alvos proteicos iniciais para as
drogas e suas vias de sinalização a jusante são EXCESSIVAMENTE ESTIMULADOS e podem, assim, passar por
adaptações homeostáticas.
o Essas adaptações podem produzir
 Tolerância (a necessidade de aumentar as doses de droga para atingir o efeito desejado)
 Dependência (revelada por sintomas de abstinência entre as doses de droga ou com a cessação
desta).
 Tanto a tolerância quanto a dependência podem contribuir para o uso continuado de drogas e para
o aumento das doses
 No entanto, nem tolerância nem dependência sozinhas explicam o uso compulsivo.
 Em primeiro lugar, a tolerância e a dependência ocorrem não só com o uso repetido de muitas
drogas que causam dependência (p. ex., heroína), mas também com muitos fármacos não aditivos,
p.ex.
 Antagonistas β-adrenérgicos [propranolol]
 Agentes anti-hipertensivos agonistas α2-adrenérgicos [clonidina]
 Nitratos
 Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina.

 Em segundo lugar, algumas drogas altamente viciantes, como a cocaína, podem produzir pouca
dependência física + abstinência em alguns indivíduos que, apesar disso, apresentam USO
COMPULSIVO.
 Finalmente, se a dependência e abstinência fossem fatores necessários para a adicção, o fenômeno
de recaída tardia, pós-desintoxicação, não seria o grande problema clínico que é.
 Embora essas formas de adaptação homeostática desempenhem um papel na dependência, outros
tipos de plasticidade no sistema nervoso são mais significativos.

CIRCUITO DE RECOMPENSA: O SUBSTRATO NEURAL DA ADICÇÃO


 A sobrevivência e perpetuação das espécies exigem que os animais, incluindo os humanos, aprendam a prever
ameaças e também a compreender as circunstâncias nas quais podem obter “recompensas”, como comida, água,
abrigo e oportunidades de acasalamento.
 A definição operacional simples de recompensa é um estímulo que provoca comportamentos de abordagem e
consumação.
 Vários circuitos neuronais interconectados, altamente conservados na evolução, controlam as respostas de um
indivíduo aos estímulos de recompensa e aversivos.
 Neurônios liberadores de DOPAMINA na ÁREA TEGMENTAL VENTRAL (ATV) do mesencéfalo e seus principais
neurônios-alvo no NÚCLEO ACCUMBENS (NAc) no estriado ventral servem como um REOSTATO
o Detecta e aciona as respostas para RECOMPENSAS e AMEÇAS

 A AMÍGDALA e o HIPOCAMPO são cruciais para a formação das memórias de recompensa e relacionadas com o
medo
 O ESTRIADO DORSAL (caudado e putâmen) medeia comportamentos bem aprendidos e hábitos
 Várias regiões do córtex pré-frontal exercem controle executivo ao longo desses sistemas subcorticais.
 A adicção envolve o funcionamento ANORMAL de todo este circuito.
 O neurotransmissor dopamina tem um papel-chave
o Na associação de recompensas
o Sinais à recompensa às respostas adaptadas à busca de recompensa.
o Foi bem estabelecido que as recompensas naturais causam disparo dos neurônios da ATV e a liberação de
dopamina no NAc e em outras regiões do prosencéfalo.
o Quando a ação da dopamina está bloqueada
 Pela lesão dos neurônios de dopamina
 Pelo bloqueio dos receptores pós-sinápticos da dopamina
 Pela inibição da síntese de dopamina
 As recompensas deixam de motivar os comportamentos necessários para obtê-las.
 A DOENÇA DE PARKINSON resulta da morte de neurônios de dopamina do mesencéfalo;
o Os pacientes são geralmente tratados com L-dopa, um precursor da dopamina, mas à medida que a doença
progride, outros fármacos podem ser necessários, incluindo agonistas seletivos do receptor de dopamina D2.
o Uma minoria de pacientes tratados com agonistas dos receptores da dopamina D2 desenvolve
comportamento de risco de novo dirigido por objetivos, tais como jogo ou compras compulsivas.
o Esses comportamentos geralmente CESSAM quando o fármaco é retirado.
o Pensa-se que, enquanto os agonistas do receptor de dopamina produzem efeitos terapêuticos sobre o
comportamento motor no estriado dorsal completamente desnervado, eles podem COMBINAR-SE com a
dopamina endógena a partir de neurônios da ATV preservados para SUPERESTIMULAR o NAc e outros
componentes do circuito de recompensa.

 “ADICÇÕES COMPORTAMENTAIS” COMPARTILHA substratos neuronais com a ADICÇÃO DE DROGAS.


 Muitas evidências sugerem que o PADRÃO preciso de disparo neuronal de dopamina e a liberação de dopamina
atuam de forma a MOLDAR o comportamento para maximizar a recompensa futura.
 Em um ESTADO BASAL, neurônios de dopamina têm um padrão tônico lento de disparo.
 Quando uma nova recompensa é encontrada, sendo vista como INESPERADA ou MAIOR do que a esperada, há uma
explosão fásica de disparo de neurônios de dopamina causando um aumento transitório de dopamina sináptica.
 Quando uma RECOMPENSA é prevista a partir de indícios conhecidos e é exatamente como o esperado, há pouca
alteração do padrão tônico de disparo, ou seja, apenas uma quantidade pequena de dopamina adicional é
liberada.
 Quando uma RECOMPENSA prevista é omitida ou é menos do que a esperada, os neurônios de dopamina pausam o
seu disparo para níveis abaixo de sua taxa tônica.
 Aumentos fásicos na dopamina sináptica significam que o mundo é melhor do que o esperado, facilitando o
aprendizado de novas informações preditivas, e unem essas pistas preditivas recém-adquiridas para a ação
 A dopamina não é o único neurotransmissor que sinaliza recompensa. Outros, incluindo a acetilcolina, peptídeos
opioides endógenos (p. ex., encefalina e endorfina) e substâncias lipídicas endógenas chamadas endocanabinoides
(porque drogas canabinoides como a maconha são agonistas nos seus receptores), também são liberados no circuito
de recompensa em resposta a recompensas naturais.

 
PROPRIEDADE DAS DROGAS DE ADICÇÃO
 O efeito comportamental compartilhado de todas as drogas que causam dependência é a TENDÊNCIA, em indivíduos
vulneráveis, de causar USO COMPULSIVO.
 A propriedade farmacológica compartilhada que é necessária para causar dependência é a capacidade de aumentar
os níveis de dopamina sináptica no NAc e em outras regiões do PROSENCÉFALO.
 Por exemplo, a COCAÍNA bloqueia o transportador da recaptação da dopamina que normalmente retira a
dopamina das sinapses.
 As ANFETAMINAS causam o transporte reverso da dopamina para as sinapses através do transportador da
recaptação da dopamina.
 Os OPIÁCEOS, NICOTINA, ÁLCOOL E CANABINOIDES originam a liberação da dopamina, atuando por diferentes
mecanismos iniciais para estimular neurônios de dopamina na ATV ou para liberá-los do controle inibitório em
repouso.
 Cada uma dessas outras drogas também induz a recompensa por meio de mecanismos não dopaminérgicos, isto é,
através da ativação colinérgica, opioide ou de receptores de canabinoides no circuito de recompensa.
 Recompensas naturais, como alimentos ou oportunidades sexuais, regulam o disparo de neurônios de dopamina
através de informações sensoriais altamente processadas, quer externas, quer interoceptivas.
 Drogas que causam dependência fazem curto-circuito desse tipo de processamento de informação, agindo
diretamente sobre as proteínas que controlam a dopamina e outros sinais no circuito de recompensa.
o Atuando por tais mecanismos farmacológicos diretos, as drogas de adicção PRODUZEM normalmente
maiores quantidades de dopamina sináptica e outros neurotransmissores relacionados com recompensa
muito além do que as recompensas naturais o fazem.
 As drogas de adicção FORNECEM um sinal de aprendizagem grosseiramente patológico por OCLUSÃO DE PAUSAS
no disparo de neurônios dopaminérgicos e outros, mesmo quando o uso de drogas se mostra menos agradável do
que o esperado ou até mesmo aversivo.
o Por exemplo, quando a inalação de fumaça provoca tosse dolorosa, poderia parecer que o cérebro
sinalizaria como uma experiência que é pior do que o esperado com um decréscimo resultante da taxa de
disparo dos neurônios na ATV.
o No entanto, porque a nicotina provoca a liberação de dopamina farmacologicamente, independentemente
da experiência real do fumante, os circuitos de recompensa, indisponíveis à introspecção consciente, ainda
recebem uma MENSAGEM POSITIVA que REFORÇA a PROCURA e o USO de nicotina.

 Em suma, as drogas que causam dependência, em virtude dos seus efeitos sobre a dopamina e neurotransmissores
relacionados, sinalizam SEMPRE “melhor que o esperado.”
 Plasticidade neural relevante à adicção induzida por drogas
 O uso compulsivo de drogas e o poder de sinais associados à droga refletem a usurpação de circuitos de
recompensa do cérebro pelas drogas de abuso.
 A persistência da dependência reflete mudanças de longo prazo em neurônios e sinapses e em seus circuitos de
interação.
 Pesquisas identificaram alterações de longo prazo na expressão de genes resultante do uso de drogas de adicção;
 Recentemente, algumas alterações de longa duração na expressão de genes têm sido atribuídas aos mecanismos
epigenéticos induzidos por drogas, tais como modificações da cromatina.
 Alterações de longo prazo na expressão genética podem tornar a pessoa adicta suscetível ao estresse e também
podem criar alterações persistentes no estado hedônico e na regulação do humor, o que pode MOTIVAR o
consumo de drogas.
 Todavia, por si sós as alterações na expressão gênica não explicam a capacidade de sinais requintadamente
específicos para ativar a busca de drogas ou, se a procura é impedida, o desejo intenso subjetivo de drogas.
 A capacidade de sinais específicos para ativar a procura e o desejo de consumo da droga baseia-se em memórias
associativas de longo prazo consolidadas + sinais de recompensa.
 A formação de memória de longo prazo representa, talvez, uma das alterações mais persistentes na função cerebral
que podem ocorrer na vida adulta.
 Os substratos neuronais da memória são suscetíveis de incluir alterações nos pesos sinápticos, tais como
potenciação ou depressão em longo prazo, e remodelação física das espinhas dendríticas.
 A centralidade de mecanismos de aprendizagem associativa para a dependência foi reconhecida pela primeira vez a
partir da observação clínica:
o Alto consumo de drogas e, principalmente, as recidivas tardias seguem a exposição a estímulos previamente
associados com o uso de drogas.
 Sinais que podem reiniciar o consumo de drogas incluem estímulos ambientais (p. ex., pessoas com as quais as
drogas foram utilizadas, parafernália de drogas) e sensações corporais.
 Uma vez que as drogas que causam dependência aumentam de forma confiável a dopamina sináptica e outros
neurotransmissores relacionados com a recompensa, como resultado das suas ações farmacológicas diretas — de
fato, produzem sinais de recompensa excessivos e grosseiramente distorcidos
 O cérebro recebe um impulso poderoso em CONECTAR as circunstâncias em que as drogas têm sido usadas +
motivação para consumir drogas novamente.

 Mesmo que a droga já não seja agradável, os SINAIS continuam REFORÇANDO a procura e o desejo por ela.
 Além disso, a certeza e a magnitude desses sinais fornecem às drogas uma vantagem acentuada sobre as
recompensas naturais e outras metas aprendidas, incluindo atividades pró-sociais.
 Sinais associados às drogas têm demonstrado provocar impulsos de drogas e respostas fisiológicas (tais como a
ativação simpática), bem como a ativação de circuitos de recompensa em seres humanos dependentes.
 Por tomografia de emissão de pósitrons, SINAIS relacionados com a cocaína têm demonstrado provocar a liberação
de dopamina no estriado dorsal em indivíduos dependentes.
 Em uma pesquisa, as drogas que podem causar dependência PRODUZIRAM POTENCIALIZAÇÃO em longo prazo em
circuitos de recompensa do cérebro, incluindo na ATV.
 

REFERÊNCIAS
1. GUYTON, A. C.; HALL, E. J. Tratado de Fisiologia Médica. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
2. MACHADO, A. (2000) Neuroanatomia Funcional. 2ª ed., Rio de Janeiro: Atheneu. 44 MELLO
FILHO, J.
3. GOLDMAN. Cecil – Tratado de Medicina Interna. 25ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
4. KASPER, D. L. et al. Medicina interna de Harrison. 19a ed. Porto alegre: Artmed, 2017.
5. PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
6. SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO CEARÁ. Protocolo: morte encefálica. 2020. Disponível
em: https://www.isgh.org.br/intranet/images/Dctos/PDF/HRSC/PROTOCOLOS/
HRSC_PROTOCOLO_DIAGNOSTICO_DE_ME_PP_051120.pdf. Acesso em: 30/05/2021.

7. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1.480/97. Publicada no D.O.U de 21 de


agosto de 1997, seção I, p. 18.227 - 8. Disponível em:
https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/1997/1480. Acesso em: 30/05/2021.
 

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