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CASO CLÍNICO NEUROANATOMOFISIOLOGIA – NUCLEOS DA BASE – CHRISTEL ESTUARDO CUNNINGHAM (RA 918104061)

QUESTÕES NORTEADORAS – DIENCÉFALO.


1. Quais são as estruturas que formam o diencéfalo?
 O diencéfalo é formado pelo Tálamo, Hipotálamo, Epitálamo e Subtálamo.

2. Sabendo que o III ventrículo relaciona-se, anatomicamente, com o diencéfalo; quais são as comunicações do III ventrículo com os
ventrículos laterais e o IV ventrículo?
 Os ventrículos laterais e III ventrículo se comunicam através do forame interventricular.
 O IV e o III ventrículo se comunicam através do aqueduto de Sylvius.

3. Descreva as funções gerais do tálamo?


 O tálamo é uma estrutura localizada no diencéfalo, entre o córtex cerebral e o mesencéfalo, formada fundamentalmente
por substância cinzenta (núcleos de neurônios) do encéfalo. São duas massas neuronais situadas na profundidade dos hemisférios
cerebrais. Dentre suas funções estão a transmissão de sinais motores e sensitivos para o córtex motor, além da regulação
da consciência, sono e estado de alerta.
 O tálamo contém diversos núcleos: anterior, dorsomedial, lateral dorsal e lateral posterior, pulvinar, ventral anterior, ventral lateral,
ventral posterior lateral e medial, intralaminares, da linha média, reticulares, e os geniculados laterais e mediais.
a. O núcleo anterior faz relé em relação ao sistema límbico, para os corpos mamilares, giro cingulado e hipotálamo.
b. O núcleo dorsomedial tem conexões com o córtex pré-frontal e o hipotálamo e está envolvido na transmissão de sentimentos
objetivos e emocionais, e sua relação com o estado subjetivo do individuo (p. ex. seu estado de controlo emocional e
personalidade).
c. Os núcleos ventrais anteriores e laterais influenciam e regulam as vias descendentes motoras do córtex e cerebelo.
d. Os núcleos ventrais posteriores são a estação de sinapse das vias sensitivas periféricas (lemniscos medial e espinhal) em
direção ao córtex sensorial (no giro pós-central).
e. O núcleo geniculado lateral recebe os axónios do nervo óptico e os transmite para o córtex visual (no lobo occipital).
f. O núcleo geniculado medial tem idêntica função na via auditiva.
g. Os núcleos intralaminares têm ligações com a formação reticular e permitem ao córtex influenciar o estado de vigília.

4. Sobre o hipotálamo:
a) Qual é a função desta estrutura? b) Descreva sobre a glândula Hipófise?
 O hipotálamo é a região do encéfalo (diencéfalo)  A hipófise é uma pequena glândula localizada na base do
localizado sobre o tálamo, cuja função é manter a encéfalo.
homeostase, isto é, o equilíbrio das funções internas  É considerada a glândula mestra do organismo, pois sua
corporais em ajustamento ao ambiente, principalmente principal função é produzir hormônios que regulam o
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por meio da coordenação entre o sistema nervoso e o funcionamento de outras glândulas endócrinas.
sistema endócrino.  Anteriormente, ela era denominada de glândula pituitária.
 O hipotálamo também produz dois hormônios, a ocitocina Ela possui aproximadamente 1 cm de diâmetro, o tamanho
(OCT) e o hormônio antidiurético (ADH) que são de uma ervilha, e pesa entre 0,5 a 1,0 g.
transportados para a neuro hipófise onde são  A hipófise possui importantes funções, além do controle
armazenados, além de liberar fatores que regulam a de outras glândulas, ela também contribui para o bom
atividade da adeno-hipófise. funcionamento do metabolismo e produção de hormônios.
 Entre as suas funções, auxilia na regulação da temperatura  A partir de sua relação com o hipotálamo, a hipófise
corporal, sensação de fome (regulação do apetite), sede representa locais de interação entre o sistema endócrino e
(regulador do teor hídrico), estresse emocional e o sistema nervoso.
comportamento sexual (estímulo de raiva e prazer) e  O hipotálamo, que é uma região do cérebro, regula a
indutor dos ritmos biológicos (ciclos circadianos). atividade secretora da hipófise. Um exemplo é que alguns
hormônios do hipotálamo são encaminhados à adeno-
hipófise, via uma parte do sistema circulatório chamado de
sistema porta, que se estende da base do hipotálamo até a
adeno-hipófise.

5. Sobre a glândula Pineal:


a) Esta glândula faz parte de qual estrutura do diencéfalo?
 A glândula pineal, ou epífise, é uma glândula endócrina, ou seja, ela produz hormônios que são liberados e transportados na
corrente sanguínea a diversos órgãos-alvo. Essa glândula está localizada no diencéfalo, especificamente na região do
epitálamo, próximo ao centro do cérebro dos mamíferos, mede 5 por 8 mm e pesa cerca de 150 mg. A glândula pineal
contém a serotonina, que é precursora do hormônio produzido pela ação da enzima hidroxi-indol-metil-transferase,
a melatonina.

b) Qual é a função desta glândula e sua relação com o S.A.R.A e controle do ciclo circadiano?
 A melatonina, um hormônio produzido pela glândula pineal, diminui com a idade e influi sobre o ritmo sazonal e circadiano,
sobre o ciclo sono-vigília e sobre a reprodução. Apresenta um padrão de secreção dia-noite, sensível a luminosidade, com
início de elevação no início da noite e queda no final.
 Uma via neural complexa envolve as células ganglionares da retina que se conectam aos pinealócitos. Essa via utiliza o nervo
óptico, o núcleo supraquiasmático, o hipotálamo lateral e as fibras pré-ganglionares na medula espinhal, que fazem sinapse
com o gânglio cervical superior, e estas através dos nervos simpáticos pós-ganglionares alcançam a glândula pineal.
 Sob circunstâncias naturais de um ciclo claro-escuro ocorre uma produção rítmica circadiana de melatonina. A exposição a
luminosidade (luz brilhante) é suficiente para suprimir a síntese de melatonina. Evidências clínicas e experimentais mostram
que diversos estados biológicos incluindo o humor podem ser influenciados pela melatonina.
 Estudos mostram que a melatonina é uma substância de distribuição ubíqua e de efeitos órgão e espécie específicos.
Portanto, apesar de muito ter-se propagado sobre a sua utilidade terapêutica, deve-se considerar que suas propriedades e
aplicações devem ser tomadas com cautela. Vale a pena afirmar que existem diversas condições associadas ao sono em que a
melatonina apresenta um benefício terapêutico largamente comprovado.
 A melatonina funciona como indutor do sono e estudos recentes sugerem que ela age mais como um agente que prepara o
indivíduo para o sono talvez sinalizando para uma redução da temperatura corporal. Nesse sentido, ela atuaria através de
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suas propriedades cronobióticas. Uma metanálise recente mostrou que a melatonina não altera substancialmente as medidas
do sono reforçando o conceito anterior.
 Os distúrbios do ritmo circadiano
 Atraso da fase do sono: Diversas situações clínicas se associam a atrasos, avanços ou perturbações do ritmo fisiológico do
sono e nesses casos, a melatonina apresenta boa ação terapêutica. O atraso da fase do sono é uma condição que se
expressa mais na adolescência como uma tendência para dormir tarde e acordar tarde. Em alguns casos os pais
confundem esses sintomas com insônia ou com sonolência diurna. A exposição ao sol pela manhã e o uso da melatonina
algumas horas (3-5) antes da hora desejada do sono pode restabelecer os horários regulares de sono. É comum que esta
condição seja de manifestação familiar e transtorno do humor pode coexistir principalmente nos casos graves. Há quem
proponha que o atraso de fase e o transtorno depressivo realizam um ciclo vicioso.
 Avanço da fase do sono: O avanço de fase é o contrário da síndrome anterior e é freqüentemente observado em idosos.
Esses indivíduos deitam-se muito cedo e despertam nas primeiras horas da madrugada causando transtorno familiar. A
exposição a luz no final da tarde costuma prolongar o início do sono para horários mais desejados.
 Jet Lag: Pessoas que se deslocam dentro de um fuso horário podem se ressentir pelas alterações hormonais e de
temperatura corporal que não acompanham a vigília e o sono socialmente desejados. Habitualmente observa-se uma
tendência fisiológica para atrasar a fase do sono portanto o deslocamento para oeste é bem melhor tolerado. Jet Lag
torna-se pior com a idade mais avançada quando os mecanismos de adaptação se reduzem. Fadiga, dores no corpo,
cefaléia, irritabilidade, e alterações cognitivas podem ocorrer apesar do indivíduo sentir-se desperto. O ajuste de
temperatura corporal pode levar alguns dias. Diversas medidas como exposição a luz são utilizadas para minimizar estes
sintomas. O uso da melatonina uma hora antes de deitar-se facilita a adaptação no jet lag.
 Trabalho de turnos: Trabalhadores que necessitam utilizar um sistema de turnos estão potencialmente sujeitos a redução
de horas de sono, má qualidade do sono e suas implicações, ou seja, fadiga, irritabilidade e alterações cognitivas.
Homens estão mais expostos a esse tipo de trabalho e a troca de turnos com redução de horas de sono associa-se
potencialmente a sonolência e acidentes graves. O estresse como injúria crônica pode desempenhar papel no
aparecimento de condições patológicas e esse ainda é um assunto que necessita mais estudos. Diversas situações de
trabalho como controle de transportes, telefonia e trabalho de hospitais necessita do sistema de turnos. A identificação
de indivíduos mais inclinados a atividades noturnas ou indiferentes quanto ao cronotipo (morning-eveningness) ainda
não foi amplamente desenvolvida . O controle a exposição a luz e o uso da melatonina são algumas das terapias
utilizadas essa situação. Alguns estudos mostram benefício após o uso da melatonina em trabalhadores que são expostos
ao ritmo de turnos porém essas evidências ainda são controversas. Medidas como uso de óculos escuros ao sair do
trabalho e identificação dos problemas individuais devem ser encorajadas dado que trabalhos diversos utilizam sistema
de turnos variados.

6. Pesquise sobre as funções do subtálamo, destacando sua relação com os núcleos da base.
 Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo. Sua visualização é melhor em cortes
frontais do cérebro. Verifica-se que ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e
medialmente pelo hipotálamo. O subtálamo apresenta formações de substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o
núcleo subtalâmico.
 O núcleo subtalâmico relaciona-se com funções motoras, pertencendo ao sistema extrapiramidal. Recebe aferências do
lobo globo pálido externo e manda eferências ao globo pálido interno, com o qual está separado pela cápsula
interna (substância branca).
 Descoberto em 1865 por Jules Bernard Luys, o núcleo subtalâmico (NST)é um conjunto de pequenos núcleos situados no
diencéfalo, inferior ao tálamo e superior à substância negra, que pode ser visualizado em um corte coronal posterior.
Histologicamente, consiste em neurônios distribuídos de forma compacta e preenchidos com um grande número de vasos
sanguíneos e fibras mielinizadas dispersas.
 Os neurônios subtalâmicos são excitatórios e utilizam o glutamato como neurotransmissor. Em indivíduos saudáveis, esses
neurônios são inibidos por células nervosas localizadas no globo pálido lateral. Contudo, se as fibras que compõem o circuito
paleoestriado forem lesadas, os neurônios tornam-se altamente excitáveis, provocando assim distúrbios motores que podem
ser classificados como: hipercineticos, tais como balismo e coreia, ou hipocinéticos, por exemplo, doença de Parkinson.
 O advento da estimulação cerebral profunda tem concedido grande visibilidade ao NST. Estudos destacam que a estimulação
desse núcleo realmente ameniza os sintomas motores da doença de Parkinson.

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