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Anatomia Humana

AULA 6

Prof. Willian Barbosa Sales


CONVERSA INICIAL

Abordaremos nesta aula a composição anatômica do sistema endócrino


e do sistema nervoso. O sistema endócrino (Figura 1) é formado por um conjunto
de glândulas cuja principal função é a produção de hormônios essenciais para
integração e regulação de diversos mecanismos corporais. As glândulas
presentes no sistema endócrino são responsáveis por auxiliarem no controle da
homeostase. A glândula hipófise é considerada a glândula mestre, seguida pela
glândula pineal e seu controle nos ritmos circadianos. A glândula tireoide
influencia o controle do metabolismo corporal, e a paratireoide tem o controle de
cálcio. O pâncreas endócrino produz hormônios importantes no controle da taxa
glicêmica, e a glândula suprarrenal produz hormônios relacionados ao estresse
e a luta. Ovários e testículos foram abordados no sistema reprodutor.

Figura 1 – Sistema endócrino

Fonte: Designua/Shutterstock.

O sistema nervoso é responsável pela captação de estímulos oriundos do


ambiente à nossa volta, interpretação desses estímulos e desencadeamento de
respostas bastante precisas. É o órgão central do corpo humano responsável
pelo controle, funcionamento e homeostase de todas as estruturas corporais,
integrando todos os sistemas, controlando-os de forma harmônica, conforme
Figura 2.

Figura 2 – Sistema nervoso

Fonte: Marina UA/Shutterstock.

TEMA 1 – SISTEMA ENDÓCRINO (I)

O sistema endócrino funciona frente aos estímulos enviados pelo sistema


nervoso central, especificamente via hipotálamo, principal centro integrador do
controle visceral e homeostase corporal. A conexão entre hipotálamo localizado
dentro do (SNC) e a principal glândula do sistema endócrino a hipófise é
conhecida como eixo hipotálamo/hipófise. O hipotálamo manda as informações
necessárias para a hipófise para que esta realize a produção dos hormônios
específicos e ativação do funcionamento de todas as glândulas.
A hipófise é a principal glândula do sistema endócrino e possui tamanho
muito pequeno, quando comparado à sua importância no controle do equilíbrio
corporal. A hipófise rege com tamanha maestria o controle de todas as outras
glândulas corporais, através de seus dois lobos, adeno-hipófise e neuro-hipófise.
Está localizada na base do encéfalo em uma cavidade do osso esfenoide
chamada de sela turca, conforme Figura 3.

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Figura 3 – Hipotálamo e hipófise

Fonte: Vector Mine/Shutterstock.

A glândula pineal é responsável pelo controle do ritmo circadiano e pela


influência direta nos ciclos do sono a glândula pineal, produz o hormônio
melatonina. Possui integração direta com hipotálamo e hipófise, o que justifica
sua localização dentro do sistema nervoso central, conforme Figura 4.

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Figura 4 – Glândula pineal

Fonte: Vector Mine/Shutterstock.

A glândula tireoide é a principal glândula responsável pelo controle da taxa


metabólica, aumento do consumo de oxigênio, frequência cardíaca, ventilação e
função renal do corpo humano, por meio da produção dos seus importantes
hormônios tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Está localizada anteriormente a
traqueia e possui dois lobos, direito e esquerdo. Posteriormente à glândula
tireoide, existem as glândulas paratireoides, em número de quatro, duas
superiores e duas inferiores. Seu principal hormônio produzido é o paratormônio
responsável no controle do metabolismo de cálcio, conforme Figura 5.

Figura 5 – Glândula tireoide e paratireoide

Fonte: Art4stock/Shutterstock.
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TEMA 2 – SISTEMA ENDÓCRINO (II)

O pâncreas possui duas funções bastante importantes, sendo classificado


como exócrino pela produção das enzimas digestivas no trato gastrintestinal,
como já abordado anteriormente. O pâncreas endócrino é responsável pela
produção de hormônios extremamente importantes como insulina, agindo
diretamente na diminuição da taxa de glicose da corrente sanguínea, o glucagon.
Proporciona um aumento na concentração de glicose na corrente sanguínea e
somatostatina que influencia no controle de ambos (insulina e glucagon). A
produção desses hormônios depende diretamente das ilhotas de Langerhans,
conforme Figura 6.

Figura 6 – Pâncreas endócrino

Fonte: Alila Medical Media/Shutterstock.

Localizadas no polo superior de cada rim, encontram-se as glândulas


suprarrenais, divididas em duas porções bem distintas, o córtex e a medula da
glândula. Cada parte é responsável pela produção de hormônios específicos. A
primeira porção, o córtex da glândula suprarrenal, produz uma série de

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hormônios esteroides, como a aldosterona, responsável por realizar a
reabsorção de sódio a nível renal. O cortisol também é conhecido como
hormônio do estresse e os hormônios andrógenos, que participam da
puberdade. Já a medula da glândula suprarrenal produz os principais hormônios
relacionados aos mecanismos de luta e fuga, a adrenalina e a noradrenalina.
Figura 7.

Figura 7 – Glândula suprarrenal

Fonte: Designua/Shutterstock.

TEMA 3 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O sistema nervoso central (SNC) é formado por células específicas, os


neurônios, classificados como células excitáveis capazes de se comunicar entre
si através de sinapses. Os neurônios, juntamente com as células da glia, ou seja,
células de suporte que formam o SNC. Os neurônios através das sinapses
recebem estímulos e os processam em regiões específicas do SNC
transformando esse estímulo em resposta. O SNC é formado pelo encéfalo, que
está protegido pelos ossos do neurocrânio e pela medula espinal, protegida pela
coluna vertebral (Figura 8).
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Figura 8 – Neurônio

Fonte: Gritsalak Karalak/Shutterstock.

O sistema nervoso central divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo se


subdivide em telencéfalo, diencéfalo, mesencéfalo, ponte, bulbo e cerebelo. O
telencéfalo ou cérebro possui os dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo),
sendo caracterizado pela sua parte externa, o córtex cerebral, dividido em lobo
frontal, lobo parietal, lobo occipital, lobo temporal e lobo insular. O córtex cerebral
é formado por substância cinzenta, ou seja, os neurônios corticais. A parte mais
interna do encéfalo é formada por substância branca, que são as conexões das
fibras. Essas vias de fibras são denominadas de substância branca em virtude
da presença da bainha de mielina que as reveste (Figura 9).

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Figura 9 – Divisão do telencéfalo

Fonte: Udaix/Shutterstock.

TEMA 4 – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Da base do encéfalo saem 12 pares de nervos cranianos. Destes, 10


fazem conexão com o tronco encefálico. Da medula espinal saem 31 pares de
nervos espinais ou raquidianos. Esses nervos em conjunto dão origem ao
sistema nervoso periférico (SNP). Os nervos cranianos são divididos em
sensoriais, motores e viscerais, já os nervos raquidianos são todos mistos. A
principal função do sistema nervoso periférico é conduzir a informação do
ambiente ao encéfalo via aferente através dos nervos sensitivos, e trazer a
informação do encéfalo aos órgãos, músculos e glândulas via eferente ou nervos
motore (Figura 10).

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Figura 10 – Sistema nervoso periférico

Fonte: Vector Mine/Shutterstock.

TEMA 5 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

O sistema nervoso autônomo possui como principal função a regulação


do ambiente interno do corpo humano, por exemplo, atividades oriundas do
sistema digestório, sistema circulatório, sistema endócrino, ou seja, atividades
cujo funcionamento independe da nossa vontade. Ele é composto por dois ramos
nervosos paralelos à coluna vertebral, formando os 23 pares de gânglios, nervos
que fazem a ligação dos gânglios aos diversos órgãos, e nervos que ligam os
gânglios aos nervos raquidianos. O sistema nervoso autônomo pode estimular
ou inibir a produção de um hormônio ou ações dos órgãos internos, através dos
mecanismos do sistema nervoso simpático e parassimpático (Figura 11).

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Figura 11 – Sistema nervoso autônomo

Fonte: Vector Mine/Shutterstock.

NA PRÁTICA

Uma mulher de 60 anos é conduzida por familiares ao ambulatório de


psiquiatria para avaliar suas alterações de humor frequente e intensas. Os
familiares relatam que essas alterações ocorreram ao longo de toda vida, porém
em intensidades e períodos menores. Essa paciente apresenta diversas
comorbidades de origem metabólica, como obesidade mórbida, hipertensão e
diabetes. Após o exame físico, anamnese e exames laboratoriais, foi solicitada
uma ressonância magnética (RM). O resultado da ressonância apresentou a sela
turca vazia. Baseado no que foi abordado em aula, descreva qual glândula é
abrigada pela sela turca e suas principais funções no corpo humano.
GABARITO
A hipófise é a glândula protegida pela sela turca na base do encéfalo. É a
principal glândula do sistema endócrino, ponto de conexão entre o sistema

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nervoso central via hipotálamo, formando o eixo hipotálamo/hipófise. Ela envia
mensagens hormonais de ativação para todas as outras glândulas presentes no
corpo humano para produzirem seus respectivos hormônios, frente às
informações oriundas do hipotálamo. Ela é dividida anatomicamente em duas
porções (adenohipófise e neuro-hipófise), cada uma delas responsável pela
produção de hormônios específicos que agem no controle da homeostase
corporal.

FINALIZANDO

Nesta aula foram abordadas as principais estruturas anatômicas e


funções básicas do sistema endócrino e sistema nervoso. Com relação ao
sistema endócrino, vale ressaltar a importância de cada glândula. A hipófise é a
principal glândula responsável pelo controle da homeostase corporal junto com
o hipotálamo. A glândula pineal é responsável pela produção de melatonina,
também conhecida como hormônio do sono. A glândula tireoide produz T3 e T4,
e a glândula paratireoide produz paratormônio. O pâncreas endócrino age na
produção de insulina, glucagon e somatostatina e, por fim, as glândulas
suprarrenais, o córtex, produzem aldosterona, cortisol e os hormônios
andrógenos. A medula da glândula produz adrenalina e noradrenalina.
Agindo no controle de todo o corpo humano, temos o sistema nervoso
central, recebendo estímulos oriundos do ambiente à nossa volta, via órgãos dos
sentidos, processando informações para respostas precisas. O sistema nervoso
periférico trabalha como uma via condutora de informação, enquanto o sistema
nervoso autônomo age no controle de nossas respostas internas, ou seja,
involuntárias.

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REFERÊNCIAS

DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas


de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de
Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2018.

MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a


clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.

PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão


técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre
Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.

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