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INTRODUÇÃO

Os sistemas do corpo humano são constituídos por órgãos, que, juntos,


realizam funções essenciais para a manutenção da vida. Os sistemas se dividem em:
respiratório, circulatório, muscular, nervoso, digestório, sensorial, endócrino ou
hormonal, excretor, urinário, esquelético, reprodutor, imunológico e tegumentar.

No presente trabalho vamos abordar sobre o sistema hormonal ou endócrino.


Conhecer o sistema endócrino é essencial por ser de grande relevância para o bom
funcionamento do corpo humano.

Trata-se de um sistema complexo formado pelas glândulas endócrinas do corpo


humano. A função das glândulas endócrinas é sintetizar substâncias (os hormónios) que
são lançadas na corrente sanguínea. Cabe aos hormónios o controle de uma grande
variedade de actividades do corpo humano, como o crescimento, o metabolismo,
definição da quantidade de cálcio presente no sangue, secreção de leite, entre outras.

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OBJECTIVOS

Geral

 Debruçar sobre o sistema hormonal ou endócrino.

Específicos

 Conceituar o sistema endócrino ou hormonal;


 Compreender a função desse sistema;
 Conhecer os órgão que compõem o sistema hormonal;
 Saber a importância do sistema hormonal.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Sistema Endócrino ou hormonal

O sistema endócrino produz os seus efeitos através de secreção de hormonas.


As hormonas são mensageiros químicos que influenciam ou controlam as actividades de
outros tecidos ou órgãos. A maioria das hormonas é transportada pelo sangue a outras
partes do corpo, exercendo efeitos em tecidos mais distantes.

Segundo Molina (2014), o sistema endócrino é o sistema responsável


pela síntese de hormónios do organismo. Produzidos pelas glândulas, os hormónios são
levados até os órgãos do corpo onde exercem suas devidas funções. O aumento ou
diminuição de hormónios no ser humano pode ocasionar doenças e alterações
fisiológicas.

De acordo com Santos (2023), as glândulas consistem em estruturas cuja


função é secretar substâncias. Elas podem ser classificadas como endócrinas, exócrinas
e mistas. Recebem o nome de glândulas endócrinas aquelas que compõem o sistema
endócrino e que se caracterizam por lançar as suas secreções (os hormónios) na corrente
sanguínea. Os hormónios são, então, transportados até os locais em que irão actuar.

Exócrinas

As Exócrinas secretam seus produtos através de ductos para a superfície


epitelial interna ou externa das quais foram originadas. Os ductos podem transportar o
material secretado em sua forma inalterada, ou podem modificar a secreção
concentrando-a, adicionando ou reabsorvendo substâncias constituintes.

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Endócrinas

As Endócrinas não apresentam ductos, pois perdem suas conexões com o


epitélio de origem e assim secretam seus produtos para os vasos sanguíneos ou
linfáticos para distribuição. De acordo com a organização de suas células, podem ser
diferenciados dois tipos de glândulas endócrinas, sendo:

 Cordonal: as células formam cordões anastomosados, entremeados por capilares


sanguíneos, como por exemplo, paratireoide, suprarrenal e hipófise anterior.
 Vesicular: as células formam vesículas ou folículos preenchidos de material
secretado.

O sistema endócrino actua em conjunto com o sistema nervoso, coordenando


todas as funções do organismo. Esses dois sistemas são interligados pelo hipotálamo,
que consiste em um grupo de células nervosas que se encontram na base do encéfalo.

1.2. Funções do sistema endócrino

Principais funções do sistema endócrino são as seguintes:

 Regulação do equilíbrio do sódio e da água, além de controle do volume


sanguíneo e da pressão arterial.
 Regulação do equilíbrio do cálcio e do fosfato para preservar as concentrações no
líquido extracelular necessárias à integridade da membrana celular e à sinalização
intracelular.
 Regulação do balanço energético e controle da mobilização, da utilização e do
armazenamento da energia para assegurar o suprimento das demandas
metabólicas celulares.
 Coordenação das respostas contrarreguladoras hemodinâmicas e metabólicas do
hospedeiro ao estresse.
 Regulação da reprodução, do desenvolvimento, do crescimento e do processo de
 envelhecimento.

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1.3. Principais glândulas do sistema endócrino

1.3.1. Glândula pineal

A glândula pineal é uma pequena estrutura situada no tecto do terceiro


ventrículo cerebral. Sintetiza a serotonina que é a precursora da melatonina. A fabrição
desta está dependente da intensidade da luz. A luz diminui a secreção de melatonina.
Assim, ela é segregada à noite. Desempenha um papel na lentificação da função
gonádica e no desencadear da puberdade. Além disso, tem efeitos analgésicos e
sedativos.

1.3.2. Hipotálamo

Hipotálamo corresponde a uma pequena área no sistema nervoso central


(SNC) responsabilizada por fenómenos vitais dentro do organismo animal e, dada a sua
importância, evolutivamente foi privilegiada pela sua localização na parte central do
cérebro, protegida pela calota craniana.

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É responsável pelo comando da endocrinologia em geral, exercendo a sua
acção directa sobre a hipófise e indirecta sobre outras glândulas tais como adrenal,
gónodas, tiróide, mamárias, e ainda sobre tecidos orgânicos (muscular, ósseo, vísceras)
pois possui células sensíveis aos níveis circulantes de esteroides, glicocorticóides, T3,
T4, e outras hormonas, sendo assim capaz de regular a secreção destes através de um
mecanismo de feedback negativo.

Também age sobre a regulação do metabolismo em geral através dos vários


centros que influenciam no sono/vigília, fome e sede, entre outras, a partir da
sensibilização dos diferentes receptores que despolarizam aquando da composição
alterada do sangue, da temperatura, etc.

1.3.3. Hipófise

A hipófise é uma pequena glândula do tamanho de uma noz que se situa na


base do encéfalo, no interior de um compartimento ósseo, a sela turca. Está situada atrás
dos olhos e ligada ao hipotálamo logo acima, por um fino pedículo: a haste hipofísária.
Esta é constituída por três partes:

 Um lobo anterior, ou ante-hipófise (igualmente chamada adeno-hipófise);


 Um lobo intermédio;
 Um lobo posterior, ou pós-hipófise.

Os lobos anterior, intermédio e posterior segregam hormanas que actuam sobre


órgãos-alvo, estimulando-lhes a secreção endócrino ou exócrina.

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1.3.4. Tiróide

A tiróide é uma glândula em forma de borboleta situada na base do pescoço.


Está encostada à laringe e à traqueia. É constituído por dois lobos laterais ligados ao
centro por um istmo.

Segrega três hormonas:

 A T3 (triodotimnina) e a T4 (Tiroxina). Estas actuam sobre todos os tecidos, e


estimulam numerosos metabolismos e funções do organismo. A sua secreção
esta dependente da TSH.
 A calcitonina. É segregada de forma autónoma e actua sobre os ossos e os rins.
É uma hormona hipocalcemiante: diminui a taxa plasmática do cálcio e dos
fosfatos. É uma hormona antagonista da hormona paaratiroideia.

1.3.5. Paratireoide

As paratiroides são quatro minúsculas glândulas situadas na superfície


posterior da tiróide. As paratiróides segregam uma hormona, PTH (Paratormona). Esta
secreção efectua-se independentemente da hipófise (depende da taxa de cálcio no
sangue).

Trata-se de uma hormona hipercalcemiante que actua sobre os ossos e os rins.


É uma hormona antagonista de calcitonina.

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1.3.6. Suprarrenais

As glândulas suprarrenais ou adrenais localizam-se na cavidade abdominal,


precisamente acima de cada rim .Um dos principais hormónios produzidos pela
suprarrenal é a adrenalina, que está relacionada com situações de estreasse. Uma das
acções desse hormónio é o aceleramento dos batimentos cardíacos, uma forma de
preparar o corpo para situações de perigo, promovendo uma maior circulação do
sangue.

1.3.7. Pâncreas

É uma glândula mista que produz dois hormónios importantes (a insulina e o


glucagon) e também o suco pancreático, o qual não contém hormónios. A insulina e o
glucagon controlam a quantidade de açúcar no sangue e possuem acções opostas. A
insulina actua diminuindo o nível de glicose no sangue, enquanto o glucagon atua
aumentando esses níveis.

1.3.8. Testículo

Os testículos, também chamados de gônadas masculinas são parte do sistema


reprodutivo do homem. Estão localizados no sacro escrotal, atrás do pénis e fora da
cavidade abdominal.

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Essa glândula produz testosterona, hormónio que está ligado ao surgimento
dos caracteres sexuais secundários masculinos e actua na produção dos
espermatozóides.

1.3.9. Ovário

Os ovários são duas glândulas do Sistema Reprodutor Feminino responsáveis


pela síntese de hormónios sexuais e produção e armazenamento das células
reprodutivas, os óvulos.

Produz estrógeno e progesterona, hormónios que actuam no ciclo menstrual. O


estrógeno também está relacionado com o desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários femininos.

2. Importância do sistema endócrino

O sistema endócrino é o sistema responsável por garantir a liberação dos


hormónios em nosso corpo, os quais apresentam a função de regular os diversos
processos que ocorrem no organismo. Essas substâncias são essenciais para o
funcionamento do corpo e desenvolvimento do indivíduo, actuando desde o
metabolismo até o nosso crescimento e reprodução. Juntamente com o sistema
nervoso, o sistema endócrino, actua, portanto, na regulação e controle das funções do
organismo.

A comunicação no sistema endócrino se faz por sinais químicos, através de


substâncias chamadas harmónios. O sistema endócrino responde mais lentamente e
normalmente causa efeitos mais duradouros. .

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3. Doenças do sistema endócrino

As doenças endócrinas são causadas pelo mau funcionamento desse sistema e


ocorrem por causa de distúrbios endócrinos gerados quando as glândulas não estão em
seu pleno funcionamento.

3.1. Acromegalia

É uma doença debilitante e desfigurante que, se não controlada


adequadamente, reduz a expectativa de vida do paciente. Complicações
cardiovasculares respiratórias representam as principais causas de morte nos
acromegálicos.

É causada pela produção exacerbada do GH e do IGF-1 (Insulin Growth


Factor). Na grande maior dos casos, essa produção está relacionada à presença de
tumores benignos na hipófise.

Esta mesma doença não pode ser prevenida. O diagnostico e o tratamento


precoces são a maneira mais eficaz de a tratar ou gerir.

O diagnostico laboratorial da acromegalia visa à confirmação da produção


excessiva de GH, quer por medidas directas de seus níveis sanguíneos, quer pela
dosagem de factores circulantes GH-dependentes, em especial pela mensuração dos
níveis do IGF-I, também conhecido como somatomedina C.

A acromegalia tem cura e existem 3 tipos de tratamento: o cirúrgico, o


tratamento através de radioterapia e o clínico. O tratamento clínico é feio com o uso de
medicações como agonistas dopaminérgicos e análogos da somatostatina ou aplicação
de octreotida entre os músculos do portador.

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CONCLUSÃO

Estudar o sistema endócrino permite-nos entender melhor como se


desenvolvem os comandos e a execução de determinadas funções corporais, além de
proporcionar a assimilação de informações a partir da relação entre um contexto amplo
(o organismo humano como um todo em comparação ao de outros animais) e um
contexto mais específico (cada sistema do corpo humano ou do de outros animais como,
neste caso, o sistema endócrino).

O sistema endócrino integra as diferentes respostas de forma que não apenas


situações estressantes, como também as variações diárias das condições ambientais,
sejam avaliadas e compatibilizadas com a vida.

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ANEXO

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aranda A, Pascual A. Receptores hormonais nucleares e expressão gênica. Physiol Rev.


2001;81:1269

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VERONEZ, D. A. L.; VIEIRA, M. P. M. M. Abordagem morfofuncional do sistema


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