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ATIVIDADE MOTORA
André Osvaldo
Furtado da Silva
Introdução ao sistema
endócrino
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
No nosso corpo, o sistema endócrino é responsável por coordenar uma
série de ações químicas para que se mantenha a homeostase em nosso
organismo. Para isso, esse sistema atua nos demais órgãos e células do
corpo humano com a finalidade de regular as suas ações e reações por
meio de estímulos hormonais, que ocorrem a todo tempo no nosso
organismo.
Essas regulações causadas pelo sistema endócrino produzem alte-
rações das mais variadas e são causadas pelos mais diversos estímulos.
A sensação do coração bater mais forte e até mesmo sentir o corpo tremer
sob uma situação de estresse elevado, ou, ainda, a sensação de prazer
durante e após a realização de uma atividade física ou do seu esporte
favorito, são ótimos exemplos de reações que são causadas no organismo
por uma atuação e regulação do sistema endócrino.
Neste capitulo, você vai entender as principais características do
sistema endócrino e seus componentes. Você também vai ver como
funciona o processo de produção, regulação e liberação hormonal pelo
sistema endócrino e, por fim, vai compreender as diferentes classificações
dos hormônios e exemplos de hormônios que fazem parte do sistema
endócrino.
2 Introdução ao sistema endócrino
Sistema endócrino
Podemos começar o nosso estudo do sistema endócrino buscando a etimologia
da palavra endócrino, de origem grega, em que endo significa dentro, interno
e krino significa secretar ou secreção, logo, podemos imaginar que o sistema
endócrino é um sistema do corpo humano responsável pela secreção de al-
guma coisa para dentro do nosso organismo. Mas quem faz essa secreção? O
que é essa alguma coisa? E por que “dentro” do nosso organismo? Pois bem,
a resposta dessas e outras questões serão o conteúdo-chave deste capítulo
(VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2017).
Uma vez introduzida a função básica do sistema endócrino, precisamos
compreender suas estruturas, sendo que o sistema endócrino é um dos sistemas
do corpo humano composto por diversas estruturas, cada uma com suas particu-
laridades específicas chamadas de glândulas endócrinas. Dentre as glândulas
que compõem o sistema endócrino, podemos citar a glândula hipófise, também
chamada de pituitária. Ela é considerada a glândula mestra do organismo
humano, pois tem a função de coordenar as funções que alguns órgãos e até
mesmo outras glândulas endócrinas realizam. A hipófise tem as suas ações
reguladas juntamente com o hipotálamo, numa interface conhecida como eixo
hipotálamo-hipofisário ou hipotálamo-hipófise (SILVERTHORN, 2017).
É por meio desse eixo que as mensagens nervosas são recebidas e se emite
sinais para que hajam respostas químicas no nosso organismo. São exemplos
de glândulas e órgãos regulados pelo eixo hipotálamo-hipófise as glândulas
mamárias, as paredes uterinas, os rins, regulando o processo de filtração que
ocorre nos néfrons, os ossos, auxiliando na regulação dos níveis de cálcio no
nosso organismo, a glândula suprarrenal, a glândula tireoide auxiliando na
regulação do equilíbrio do organismo e as gônadas que auxiliam na regulação
da reprodução.
Outro exemplo de glândula bastante estudada no campo da endocrinologia
são as glândulas suprarrenais, que se localizam sobre os rins e atuam em
resposta ao estresse, por meio da secreção de hormônios corticosteroides e
catecolaminas, como o cortisol e a adrenalina, respectivamente, e também
atuam na regulação do funcionamento dos rins por meio da aldosterona,
que, embora seja secretada pelas glândulas suprarrenais, como mencionado
anteriormente, tem sua produção e secreção regulada pelo eixo hipotálamo-
-hipófise. Veja a Figura 1.
Introdução ao sistema endócrino 3
Hipotálamo
Glândula
Hipófise pineal
Tireoide Paratireoide
(parte
Timo posterior da
tireoide)
Suprarrenais
Pâncreas
(ilhotas)
Ovários
(feminino) Testículos
(masculino)
Você sabia que não é somente os hormônios produzidos pelas glândulas endócrinas
que assumem um papel de regulação do organismo? Outros órgãos, não endócrinos,
também realizam a produção de hormônios, como o coração que produz o peptídeo
atrial natriurético, que atua na regulação da pressão arterial; os rins e o fígado, que
produzem o calcitriol, que é responsável pelo aumento na absorção de cálcio pela
via intestinal; o trato gastrointestinal, que produz a gastrina, hormônio que atuas
nos processos digestivos, estimulando a secreção do suco gástrico e estimulando a
motilidade do estômago.
Assim, podemos observar que o sistema endócrino pode ser visto como
um serviço de entrega de cartas criptografadas, que, distribui cartas para toda
uma cidade, porém somente quem tem o código específico pode entender sua
mensagem e produzir uma resposta. Assim, as interações do sistema endócrino
podem ser descritas por meio de três componentes básicos que o constituem,
descritas a seguir.
neural direto sobre a célula-alvo passa por número muito menor de interme-
diadores do que o sistema endócrino.
É importante ressaltar que, embora a resposta do sistema nervoso seja rápida, é incorreto
dizer que a resposta do endócrino seja lenta ou devagar, ele apenas responde mais
devagar quando comparado ao sistema nervoso. Neurotransmissores, como acetilcolina,
são direcionados às células-alvo e iniciam a produção da resposta em questão de
milissegundos, enquanto alguns hormônios chegam às células-alvo em questão de
segundo, ou seja, mesmo sendo mais devagar que o sistema nervoso, o transporte
dos mensageiros endócrinos é bastante rápido. (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2017).
sinais nervosos que são conduzidos por uma via aferente até o hipotálamo, que,
por seu controle neuroendócrino sobre a glândula hipófise, envia mensagens
para que a neurohipófise libere um hormônio que é chamado ocitocina. A
ocitocina tem a função de auxiliar no parto e irá causar a contração no útero.
A contração uterina aumentará a força que o bebê exerce sobre a parede do
útero, reforçando a sinalização nervosa descrita anteriormente, formando um
ciclo. Assim os estímulos vão se tornando cada vez mais fortes um após o
outro, até que o parto seja realizado e haja o nascimento (SILVERTHORN,
2017). Veja a seguir a Figura 2.
Compreendidos os mecanismos de feedback positivo e negativo, podemos
discuti-los por meio de três tipos de estímulos específicos: humoral, neural
e hormonal.
Adene-hipófise Adene-hipófise
1 1
Introdução ao sistema endócrino
Retroalimentação 3 Retroalimentação 3
negativa positiva
Célula Célula-alvo
Alvo endócrina- Alvo
endócrina
2 -alvo 2
Hormônio
(a) Retroalimentação negativa pelos hormônios (b) Retroalimentação positiva pelos hormônios
1 A glândula adeno-hipófise secreta o hormônio trófico que 1 A glândula adeno-hipófise secreta o hormônio trófico que
viaja pelo sangue até a célula-alvo endócrina. viaja pelo sangue até a célula-alvo endócrina.
2 O hormônio da célula-alvo endócrina viaja até o alvo. 2 O hormônio da célula-alvo endócrina viaja até o alvo.
3 O hormônio da célula-alvo endócrina também possui um 3 O hormônio da célula-alvo endócrina também possui um
efeito de retroalimentação negativa sobre a efeito de retroalimentação positiva sobre a
adeno-hipófise e o hipotálamo. adeno-hipófise e o hipotálamo.
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GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
RAFF, H.; LEVITZKY, M. G. Fisiologia médica: uma abordagem integrada. Porto Alegre:
AMGH, 2012.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. Ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. Porto Alegre: AMGH,
2017.
Leituras recomendadas
CERRONE, L. A. et al. Diabetes Mellitus tipo 3 e exercício físico: relações entre obesidade,
resistência insulínica e distúrbios cognitivos. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade,
Nutrição e Emagrecimento, v. 12, n. 71, p. 336-345, 2018. Disponível em: <http://www.
rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/706/541>. Acesso em: 10 dez. 2018.
PRESTON, R.; WILSON, T. E. Fisiologia ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2014.
SANTOS, D. C. N. As repercussões da prática de exercício físico sobre o diabetes mellitus tipo
ll: um estudo de revisão. 2016. 18 f. Monografia (Graduação em Educação Física) —
Centro Desportivo, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016.
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