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SISTEMA ENDÓCRINO

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SISTEMA ENDÓCRINO

INTRODUÇÃO

Todas as funções que ocorrem no


interior do nosso organismo devem
ser reguladas de forma muito
precisa para a manutenção da
homeostase, que é o estado de
equilíbrio do funcionamento de
todos os sistemas corporais.

Para que isto seja possível temos


dois sistemas principais que agem
para corrigir eventuais
desequilíbrios: o Sistema Nervoso,
através de uma substância química
liberada pelos neurônios chamada
neurotransmissor; e o Sistema
Endócrino, secretando hormônios
na corrente sanguínea através das
glândulas endócrinas.

Em ambos os casos temos a


chamada regulação neuroendócrina
das funções orgânicas vitais,
comofome, sede, pressão arterial,
batimentos cardíacos, respiração e
reprodução, dentre outras.

Neste tópico estudaremos somente


o Sistema Endócrino e como ele
reage para manter a homeostase
através da secreção hormonal.

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SISTEMA ENDÓCRINO

O sistema endócrino tem como função coordenar e integrar a atividade das


células em todo o organismo por

meio da regulação das funções celular e orgânica e pela manutenção da


homeostasia (manutenção de um meio interno constante) durante toda a vida

GLÂNDULAS

As glândulas se originam a partir de o parênquima das glândulas, enquan-


brotamentos e invaginações de cé- to o estroma é representado pelos
lulas epiteliais, os quais abandonam elementos do tecido conjuntivo que
a superfície onde se desenvolvem e invadem e sustentam o parênquima.

penetram no tecido conjuntivo subja- As glândulas são classificadas em


cente, produzindo uma lâmina basal dois grandes grupos de acordo com
ao seu redor. As unidades secretoras, o método de distribuição de seus
juntamente com seus ductos, produtos de secreção:

formam

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Exócrinas – Secretam seus produtos Alguns órgãos têm funções tanto en-
através de ductos para a superfície dócrinas como exócrinas, as glân-
epitelial interna ou externa das quais dulas mistas, e um só tipo de célula
foram originadas. Os ductos podem pode funcionar de ambas as manei-
transportar o material secretado em ras.

sua forma inalterada, ou podem mo-


dificar a secreção concentrando-a, Por exemplo, no fígado, no qual
adicionando ou reabsorvendo subs- células secretam bile através de um
tâncias constituintes.

sistema de ductos também secretam


produtos na circulação sanguínea.

Endócrinas – Não apresentam duc-


tos, pois perdem suas conexões com Em alguns órgãos, certas células são
o epitélio de origem e assim es- pecializadas em secreção
secretam seus produtos para os exócrinas e outras em secreção
vasos sanguíneos ou linfáticos para endócrina, como é o caso do
distribuição. De acordo com a pâncreas.

organização de suas células, podem


ser diferenciados dois tipos de As unidades secretoras de algumas
glândulas endócrinas, sendo:

glândulas – glândulas mamárias, su-


doríparas e salivares – são
• Cordonal: as células formam cor- envolvidas por células mioepiteliais.
dões anastomosados, entreme- ados São células ramificadas que contêm
por capilares sanguíneos, como por miosina e muitos filamentos de
exemplo, paratireoide, suprarrenal e actina.

hipófise anterior.

Elas são capazes de contração,


• Vesicular: as células formam vesí- agindo na expulsão da secreção
culas ou folículos preenchidos de dessas glândulas.

material secretado.

APRENDA AINDA MAIS!

De acordo com o modo pelo qual os produtos de secreção deixam a célula, as


glândulas podem ser classificadas em merócrinas, holócrinas ou apócrinas. Nas
glândulas merócrinas (ex.: pâncreas), a secreção acumulada em grânulos de
secreção é liberada por meio de exocitose. Nas holócrinas (ex.: glândulas
sebáceas), o produto de secreção é eliminado juntamente com toda a célula,
processo que envolve a destruição de células repletas de secreção. Por fim, as
glândulas apócrinas, como a glândula mamária, tem seu produto de secreção
descarregado junto com pequenas porções do citoplasma apical.

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O sistema endócrino é definido como Além disso, um mesmo tipo celular


uma rede integrada de múltiplos ór- pode secretar mais de um hormônio.

gãos, de diferentes origens embrio- As principais glândulas endócrinas


lógicas, que liberam hormônios que são:

exercem seus efeitos em células –


alvo próximas ou distantes - as glân- • Gônadas (ovários e testículos)

dulas endócrinas.

• Pâncreas (ilhotas pancreáticas)

Elas não atuam de maneira isolada e


estão estreitamente integrados com • Suprarrenal

os sistemas nervosos central e


periférico (interação neuro- • Tireoide

endócrina), além do sistema imune.

• Paratireoide

Para secretar seus hormônios, elas


utilizam o sistema intersticial, a par- • Hipófise

tir do qual passam para a circulação.


Diferentemente da maioria dos sis- SISTEMA NEUROENDÓCRINO

temas, as glândulas endócrinas não


O sistema neuroendócrino engloba
múltiplas interações recíprocas entre
DICA NA MÃO! Um exemplo de o sistema nervoso central, o sistema
integração neuroendócrina é a nervoso autônomo, o sistema endó-
glândula suprarrenal que age crino e o sistema imune na regulação
tanto como glândula quanto como da homeostasia e das respostas
gânglio pós-ganglionar ao mesmo comportamentais a estímulos
tempo. ambientais.

apresentam conexão anatômica e es- Os hormônios neuroendócrinos são


tão distribuídas por todo o corpo, se secretados por neurônios no sangue
comunicando pela liberação de hor- circulante e influenciam a função de
mônios ou neurotransmissores.

células – alvo, em outro local do


corpo.

Um mesmo órgão pode apresen- tar


diferentes tipos celulares que, na
maioria das vezes, cada um é res-
ponsável pela síntese e secreção de
um hormônio específico.

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DICA NA MÃO! Além das glândulas endócrinas clássicas, devemos


considerar a presença de células secretoras dispersas em um determinado
local, sem formar um tecido especializado. Por exemplo, o coração libera o
peptídeo natriurético atrial e o intestino libera os hormônios colecistocinina
e incretinas. Um terceiro componente do sistema endócrino é representado
por numerosos tipos celulares que expressam enzimas que modificam
precursores inativos ou hormônios menos ativos em hormônios altamente
ativos. Um exemplo é a geração de angiotensina II do polipeptídeo
angiotensinogênio inativo por duas clivagens proteolíticas subsequentes.
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Esse sistema é caracterizado por EIXO HIPOTÁLAMO - HIPÓFISE

exercer um controle sobre o ritmo de


secreção hormonal. A secreção de Nesse eixo endócrino, encontramos
qualquer hormônio apresenta ritmici- três níveis: o primeiro nível é repre-
dade circadiana, de modo que a se- sentado pelos neurônios neuroendó-
creção dos hormônios ao longo das crinos hipotalâmicos que secretam
24 horas do dia não seja constante.

hormônios de liberação que estimu-


lam ou inibem a produção e secreção
A liberação dos hormônios ocorre de de hormônios tróficos da glândula hi-
pófise, que representa o segundo ní-
forma flutuante e regular como vel. Os hormônios tróficos estimulam
forma de preparar o organismo a produção e a secreção de hormô-
antecipadamente às alterações nios das glândulas endócrinas perifé-
previsíveis da alternância entre dia e ricas (terceiro nível).

noite

É importante observar que esses ní-


O conjunto de unidades de células veis influenciam a secreção uns dos
endócrinas presentes em diversos outros por alças de retroalimentação
órgãos constitui o sistema neuroen- negativa (ou feedback negativo), de
dócrino difuso (SNED).

modo que o aumento da liberação de


hormônios de um nível determina a
Além de sua função endócrina, as redução de estímulo aos níveis
células do SNED exercem controle anteriores.

autócrino e parácrino sobre a


atividade de suas próprias células A função hipotalâmica é regulada por
epiteliais adjacentes por meio de meio de sinais hormônio-mediados
difusão das secreções peptídicas.

(ex.: feedback negativo) e de


impulsos neurais originados de
várias fontes. Esses sinais nervosos
A principal ação do sistema neuroen- são mediados por
dócrino é protagonizada pelo neurotransmissores. O hipotálamo
controle da secreção dos hormônios pode ser considerado a via final
hipofisarios pelo hipotálamo.
comum por meio da qual os sinais de
múltiplos sistemas atingem a adeno
DICA NA MÃO! Os hormônios LH e – hipófise. O hipotálamo também
o GnRH obedecem aos ciclos emite sinais para outras partes do
estrais e não ao ritmo circadiano, sistema nervoso.

além de apresentaram secreção


pulsátil, caracterizado um ritmo Assim, este sistema de interações
ultradiano que, no ser humano, imuno – neuroendócrinas é
tem um período de importante na resposta do
organismo a diver- sos estresses

aproximadamente 2,3h.
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O QUE SÃO HORMÔNIOS?

• Parácrina: O hormônio liberado de


uma célula difunde – se no
São moléculas sinalizadoras interstício e exerce seu efeito
liberadas por células especializadas, biológico sobre células vizinhas,
que exercem uma ação biológica frequentemente localizadas no
sobre uma célula alvo.

mesmo órgão ou tecido.

Eles podem ser liberados das • Autócrina: O hormônio é secreta


glândulas endócrinas, do cérebro e por células no líquido extracelular e
de outros órgãos, como o coração, o produz um efeito biológico sobre a
fígado e o tecido adiposo.

mesma célula que o libera.

Os hormônios atuam como uma A identificação de um tecido como


molécula de sinalização extracelular alvo de um hormônio particular exi-
de secreção regulada no fluido ge a presença de receptores para o
extracelular.
hormônio nas células do tecido –

alvo.

Dependendo do local onde o efeito


biológico de determinado hormônio é Esses receptores, por sua vez, estão
produzido em relação ao local de sua ligados a mecanismos efetores que
liberação, a forma de sinalização levam aos efeitos fisiológicos asso-
dele pode ser classificada de três ciados ao hormônio.

maneiras:

Além dos sistemas endócrinos des-


• Endócrina: O hormônio é liberado critos anteriormente, a interação das
na circulação e, em seguida, trans- funções endócrina e nervosa provo-
portado pelo sangue para exercer um ca as ações neuroendócrinas, tanto a
efeito biológico sobre células – alvo partir de neurotransmissores como
distantes.
de peptídeos secretados por neurô-
nios (neuro – hormônios).

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HIPÓFISE E HIPOTÁLAMO

A hipófise ou glândula pituitária é um pequeno órgão localizado na cavida- de


do osso esfenoide – a sela túrcica.

Se liga ao hipotálamo, situado na base do cérebro, por um pedículo que


representa a ligação entre a hipófise e o sistema nervoso central.

HIPOTÁLAMO

O hipotálamo apresenta os sistemas res, e do sulco hipotalâmico até a


integradores que, através dos siste- base do encéfalo, abaixo do terceiro
mas efetores autônomo e endócrino, ventrículo. Encontra-se abaixo do
controlam o equilíbrio de líquidos e tálamo e anterior à parte tegmental
eletrólitos, a ingestão de alimentos e do subtálamo e ao tegmento
o equilíbrio de energia, a reprodução, mesencefálico. Lateralmente é
a termorregulação, as respostas delimitado pela parte anterior do
imunológicas e muitas respostas subtálamo, pela cápsula interna e
emocionais.

pelo trato óptico.

Componente do diencéfalo, estende-


Além disso, abrange algumas forma-
-se da lâmina terminal até um plano ções anatômicas visíveis na face
vertical posterior aos corpos mamila-
inferior do cérebro

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• Corpos mamilares – Eminências • Regulação do comportamento


lisas e de formato hemisférico, emocional

dispostas lado a lado, anteriores à • Regulação do equilíbrio hidrossali-


substância perfurada posterior, no e da pressão arterial

compostas por substância cinzenta.

• Regulação da ingestão de alimen-


tos salgados (apresenta o centro da
• Quiasma óptico – Recebe as fibras fome e o centro da saciedade)

dos nervos ópticos que, ali, cruzam


• Regulação do sistema endócrino –
em parte e continuam nos tratos
relação com a hipófise

ópticos, direcionados aos corpos


geniculados laterais.

• Geração e regulação dos ciclos


circadianos

• Túber cinéreo – Entre os corpos • Regulação do sono e vigília

mamilares e o quiasma óptico, é uma • Integração do comportamento


massa convexa de substância sexual

cinzenta.

Além dos elementos neurais comuns,


• Infundíbulo – A extremidade supe- encontramos, no hipotálamo, neurô-
rior do infundíbulo dilata-se para nios específicos capazes de sinteti-
constituir a eminência mediana do zar hormônios peptídicos – neurô-
túber cinéreo, enquanto sua ex- nios peptidérgicos.

tremidade inferior continua com a


hipófise.


Eles possuem as mesmas
O hipotálamo é composto por subs- propriedades elétricas dos neurônios
tância cinzenta agrupada em núcleos comuns e seus produtos agem de
e sistemas variados de fibras, como forma diferentes, não realizam
o fórnix, estrutura que divide-o em sinapse.

área medial, rica em substância


cinzenta e abriga os principais • Neurônios parvocelulares: carac-
núcleos, e área lateral, que contém terizados por axônios curtos, pro-
menos corpos de neurônios e duzem peptídeos inibidores/esti-
predomina as fibras de direção muladores da adeno-hipófise

longitudinal.

• Neurônios magnocelulares: ca-


Principais funções do hipotálamo:

racterizados por axônios longos,


produzem o ADH, no núcleo su-
• Controle do sistema nervoso praóptico, e ocitocina, no núcleo
autônomo
paraventricular, os quais são ar-
• Regulação da temperatura corporal
mazenados na neuro-hipófise

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HIPÓFISE

A glândula hipófise é uma estrutura ovoide, de tonalidade vermelho – aci-


zentada, contínua com o infundíbulo e encontra-se na fossa hipofisial, ou sela
túrcica, do osso esfenoide.

É coberta superiormente pelo diafragma da sela, derivado da meninge


duramáter, que apresenta um furo centralmente para a passagem do infun-
díbulo, além de separar a face superior da hipófise do quiasma óptico.

DICA NA MÃO! Em geral, os cânceres que afetam a hipófise têm apenas um


caminho para se expandir, ou seja, crescem para cima, para o interior do
cérebro e contra os nervos ópticos. Por essa razão, qualquer aumento de
tamanho da glândula pituitária está frequentemente associado a tonturas e/
ou problemas visuais.

A hipófise possui dupla origem em- A parte neural da pituitária é a neu-


briológica e é, consequentemente, di- ro-hipófise, cuja porção mais inferior
vidida com base na funcionalidade é chamada de pars nervosa ou lobo
de cada componente.
posterior.

A parte epitelial é denominada ade- Além disso, inclui a haste


no-hipófise, localizada na porção an- infundibular e a eminência mediana
terior da glândula e frequentemente é do túber cinéreo.

denominada lobo anterior.

A glândula é revestida por uma cáp-


É composta de três partes: a pars sula de tecido conjuntivo, contínua
distalis (cerca de 90% da adeno- com a rede de fibras reticulares que
hipófise), a pars tuberalis (circunda a suporta as células do órgão.

haste infundibular) e a parte


intermedia (separa a parte epitelial
da nervosa, pouco desenvolvida em
humanos).

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NEURO-HIPÓFISE

A pars nervosa é uma estrutura neu- Ambos os hormônios são constitu-


rovascular e corresponde ao local de ídos por nove aminoácidos, são sin-
liberação de neurohormônios, ad- tetizados nos núcleos hipotalâmicos
jacente a um rico leito de capilares como parte de um pró-hormônios e
fenestrados, que facilitam a difusão armazenados em grânulos, que são
dos hormônios para dentro dos transportados por fluxo axoplasmáti-
vasos.

co em direção às terminações nervo-


sas localizadas no lobo neural.

Os axônios que se originam de


alguns grupos neurônios hipotalâmi- Neste local, permanecem
cos terminam na neuro– hipófise. Os armazenados até que potenciais de
longos axônios de neurônios ação, gerados nos corpos celulares
magnocelulares, que saem dos nú- em resposta a estímulos específicos,
cleos supraóptico e paraventricular, provoquem suas liberações.

seguem para a principal massa da


neuro-hipófise.

Cada um destes hormônios


peptídicos segue ao longo dos axô-
Eles formam o trato hipotalâmico- nios em associação com a proteína
hipofisário neurossecretor e precursora e transportadora, a neuro-
terminam próximo aos capilares fisina. Até que eles alcancem a pars
fenestrados do lobo posterior.
nervosa da hipófise, os hormônios

tornam-se maduros e são clivados de
Os neuro-hormônios armazenados seus precursores.

na neuro-hipófise são a vasopressina


(ou hormônio antidiurético, ADH),
que controla a reabsorção de água Dilatações axonais resultantes do ar-
pelos túbulos renais, e a ocitocina, mazenamento dos grânulos secre-
que promove a contração da tores podem ser observadas no mi-
musculatura lisa uterina durante o croscópio óptico e são denominados
parto e a ejeção do leite pela mama corpos de Herring.

durante a lactação.

DICA NA MÃO! Os corpos celulares dos neurônios que secretam


vasopressina estão localizados principalmente nos núcleos supra-ópticos do
hipotálamo, enquanto os corpos celulares dos neurônios que secretam
ocitocina são localizados principalmente nos núcleos paraventriculares do
hipotálamo.
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A parede da faringe é excepcional de músculos faríngeos consiste em


em relação ao trato alimentar, pois três constritores da faringe: superior,
tem uma lâmina muscular formada médio e inferior.

apenas por músculo voluntário


disposto em uma camada interna de Os músculos longitudinais internos
músculo longitudinal e uma camada são o palatofaríngeo, o estilofaríngeo
circular externa. A maior parte do e o salpingofaríngeo.

trato alimentar é composta de


músculo liso, com uma camada de Esses músculos elevam (encurtam e
músculo longitudinal externa e uma alargam) a faringe e a laringe durante
camada circular interna. A camada a deglutição e a fala.
circular externa

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ADH

Quando o ADH age na célula ele se


associa aos receptores de
A vasopressina, ou hormônio antidiu- membrana que ativam a adenilil
rético, é secretada quando a pressão ciclase, levando à formação de
osmótica do sangue aumenta. O es- cAMP no citoplasma das células
tímulo de osmorreceptores situados tubulares.

no hipotálamo anterior promove a


secreção em neurônios do núcleo su- Essa formação leva à fosforilação
praóptico.

dos elementos nas vesículas


especiais, o que, posteriormente, faz
Sua ação principal é sobre a com que as vesículas se insiram nas
membrana plasmática das células membranas celulares apicais,
dos túbulos coletores do rim, aumen- fornecendo, assim, áreas de alta
tando sua permeabilidade à água.

permeabilidade à água.

Como consequência, mais água sai O ADH se liga no receptor da célu- la


do lúmem desses túbulos em direção tubular V2, fazendo com que a
ao tecido conjuntivo que os envolve, aquaporina (proteína transportadora
onde é coletada por vasos sanguí- que forma um poro para a passagem
neos. Assim, a vasopressina ajuda a de molécula de água) da célula per-
regular o equilíbrio osmótico do am- maneça na mesma membrana.

biente interno.

As- sim, com o poro aberto, a água


Em doses altas, a vasopressina pro- passa por transporte passivo do
move a contração do músculo liso de meio mais concentrado para o
vasos sanguíneos (principalmente de menos concentrado. Com isso, o
artérias pequenas e arteríolas), ele- ADH reduz o clearance de água livre.

vando a pressão sanguínea.

Seu mecanismo de funcionamento DICA NA MÃO! A palavra clearance


nos rins se baseia na presença de re- significa clareamento ou
ceptores nas células tubulares. Sem eliminação. Desse modo, o ADH
ADH, as membranas luminais das
faz com que o corpo elimine
células epiteliais tubulares dos duc-
tos coletores são quase impermeá- menos água livre.
veis à água.
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Fatores estimulantes da liberação de • Cortisol

ADH

• Hormônio tireoidiano

• Peptíneo naturiurético atril (ANP)

• Osmolaridade extracelular aumen- – hormônio produzido no coração, de


tada (a concentração do sangue está acordo com o volume de sangue que
maior, então o antidiurético aumenta chega ao órgão. Quando chega muito
a absorção de água, por exemplo, em volume, distende a parede do átrio
caso de desidratação)
direito e suas células, que são
• Redução de volume e pressão
miocárdicas diferenciadas, vão fazer
• Aumento do sódio no líquor
a secreção. O ANP, então, vai para o
• Angiotensina II (atua no sistema rim e onde realiza natriurese que é a
renina – angiotensina – aldosterona eliminação de sódio na urina.
para reestabelecer voluma e Quando ele elimina sódio, a água vai
pressão)
junto e reduz volume. Ele é então um
• Dor, náusea e vômitos
hormônio para a redução do volume.
• Estresse
E consequentemente vai inibir o ADH,
• Hipoglicemia
pois têm efeitos exatamente
• Citocinas
opostos.

• Aumento de temperatura
• Lítio

• Senescência (envelhecimento)

• Drogas (nicotina, opiáceos, bar-


bitúricos, sulfoniluréias e agentes DICA NA MÃO! Lesões do
antineoplásicos)
hipotálamo que destroem as

células produtoras de ADH ou a
Fatores inibidores da liberação de haste infundibular causam a
ADH

doença diabetes insípido,


caracterizada pela perda da
• Diminuição das osmolaridade do capacidade renal de concentrar
fluido extracelular
urina. Como resultado, um
• Aumento de volume
paciente pode eliminar até 20L de
• Redução da temperatura
urina por dia e beber grandes
• Neurotransmissores agonistas alfa
quantidades de líquidos.
– adrenérgicos

• GABA

• Etanol

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OCITOCINA

a ou produz o fosfatidilinoitol que


também produz cálcio intracelular.

A ocitocina estimula a contração do


músculo liso da parede uterina du-
Com o aumento do cálcio, há o
rante o coito e durante o parto, as-
sim como das células mioepiteliais aumento da contração das células
que cercam os alvéolos e ductos mioepiteliais da mama e do músculo
das glândulas mamárias.

liso da parede uterina.

A secreção de ocitocina é estimulada Os estrogênios aumentam a ação da


por distensão da vagina, distensão ocitocina, as catecolaminas blo-
da cérvice uterina e pela queiam a ação da ocitocina e os
amamentação, por meio de tratos
opioides agem inibindo a liberação
nervosos que agem sobre o hi-
potálamo.

de ocitocina.

O reflexo neuro-hormonal estimulado Outras ações da ocitocina são: au-


pela sucção dos mamilos é chamado xilia na ovulação e encerramento do
reflexo de ejeção do leite.

corpo lúteo, relaciona-se com a auto-


confiança e atividades de risco e nos
homens, sua concentração aumenta
A ocitocina é um hormônio peptídico
que age por meio de receptores es- durante o ato sexual e têm um pico
pecíficos na membrana plasmática, na ejaculação, proporcionando a
associados a sistema de segundos sensação do orgasmo e participando
mensageiros de cálcio/calmodulin
da eliminação de espermatozoides.

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SÍNTESE DE ADH E OCITOCINA

O ADH e a ocitocina são sintetizados como pré-pró-hormônios. Cada pró-


hormônio contém a estrutura da ocitocina ou do ADH, e um peptídeo
cossecretado: a neurofisina I (associada ao ADH) ou a neurofisina II (associada
à ociticina).

Esses pré- pró-hormônios são denominados pré-provasofisina e pré-pró-


oxifisina. O peptídio sinal N-terminal é clivado enquanto é transportado para o
retículo endoplasmático. A clivagem da molécula de sinalização é o que di-
ferencia o pré-pró-hormônio do pró-hormônio.

No interior do retículo endoplasmático e do aparelho de Golgi, o pró-hormônio é


armazenado em grânulos secretores ligados a membranas situados nos corpos
celulares dos núcleos hipotalâmicos.

Os grânulos secretores são conduzidos pelo interior dos axônios da haste


infundibular por meio de um mecanismo de transporte “rápido” dependente de
ATP até as terminações axônicas da pars nervosa.

Durante o trânsito dos grânulos secretores, os pró-hormônios são clivados


proteoliticamente produzindo quantidades equimolares de hormônio e
neurofisina. Os grânulos secretores contendo peptídios totalmente processados
são armazenados nas terminações axônicas – corpos de Herring.

DICA NA MÃO! Uma vez que os hormônios da hipófise posterior são


sintetizados no hipotálamo, nem sempre a hipofisectomia (remoção da
glândula pituitária) interrompe permanentemente a síntese e a secreção
desses hormônios. Logo após a hipofisectomia, a secreção dos hormônios
diminui. Contudo, no decorrer de semanas, a extremidade proximal
seccionada do trato exibe uma modificação histológica. Formam-se
pituícitos ao redor das terminações dos neurônios e observam-se vacúolos
secretores. A secreção hormonal recomeça nessa extremidade seccionada e
pode até retornar aos níveis normais. Em contrapartida, uma lesão em uma
porção mais alta da haste pituitária pode levar à perda de corpos celulares de
neurônios dos núcleos supraóptico e paraventricular.
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ADENO-HIPÓFISE

A hipófise anterior, ou adeno-hipófi- intensamente com corantes ácidos


se, se desenvolve a partir da bolsa de são classificadas como acidófilas,
Rathke, um divertículo do ectoderma mais abundantes na pars distalis,
oral e composta por pars distalis, enquanto as basófilas se coram in-
pars intermedia e pars tuberalis.

tensamente com corante básico.

A pars distalis é coberta por uma As células cromófobas contêm


cápsula fibrosa e constituída poucos grânulos (ou nenhum) de
majoritariamente por células secreção e são mais difíceis de
epiteliais de tamanho e formato serem reconhecidas. É possível que
variados, organizadas em cordões ou algumas delas sejam células
agregados irregulares, entre os quais cromófilas degranuladas ou que
se encontram capilares fenestrados, possam ser células-tronco da adeno-
sustentados por uma delicada trama hipófise, pois sabe-se que há
de fibras reticulares.

renovação celular nesta glândula.

As células epiteliais endócrinas, que Os neurônios que secretam os pep-


secretam os diferentes hormônios da tídeos e as aminas que controlam o
adeno-hipófise, são distinguidas em lobo anterior estão amplamente dis-
parte pelas suas diferentes afini- tribuídos no hipotálamo. Eles estão
dades por corantes ácidos e básicos.

situados principalmente na zona me-


dial, no núcleo arqueado, na parte
parvocelular medial do núcleo para-
As células que apresentam grânu- los ventricular e no núcleo periventricular

que se coram intensamente são


descritas como células cromófilas e
aquelas com baixa afinidade pelos A classificação de acordo com os
corantes são as células cromófobas. hormônios produzidos e os corantes
As células cromófilas que se coram
divide as células em:

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SOMATOTROFOS (OU CÉLULAS o crescimento ósseo, e apresenta um


SOMATOTRÓFICAS)
efeito específico de conversão de

condrócitos em células osteogêni
Essas células correspondem a 50% cas, ocasionando, assim, a
das células presentes na hipófise deposição de osso novo.

anterior e são responsáveis pela se-


creção de somatotrofina ou GH, O fígado é um alvo importante do
também chamado de hormônio do GH, pois esse hormônio estimula a
crescimento.

produção hepática do fator de


crescimento semelhante à insulina
Essas células ovais de tamanho tipo 1 (IGF-1).

médio exibem núcleos esféricos de


localização central e são es- O IGF-1 inibe a síntese e a secreção
timuladas pelo GHRH e inibidas pela de GH pela hipófise por meio de uma
somatostatina.

alça de retroalimentação.

Além disso, a grelina é um potente Os IGFs são hormônios multifuncio-


estimulador da secreção de GH nais que regulam a proliferação, a di-
produzido no estômago, que ferenciação e o metabolismo celular.

aparentemente aumenta o apetite e


coordena a ingestão de alimentos Eles estimulam a captação de
por meio dessa secreção.

glicose e aminoácidos e a síntese de


proteínas e DNA.

O GH age promovendo o crescimen-


to de quase todos os tecidos do cor- Foram inicialmente chamados de
po que são capazes de crescer.

somatomedinas porque medeiam a


ação do GH (somatotrofina) sobre o
Promove o aumento de tamanho das crescimento das cartilagens e dos
células (hipertrofia) e elevação do nú- ossos.

mero de mitoses (hiperplasia), cau-


sando a multiplicação e O GH é um hormônio peptídico de
diferenciação específica de alguns cadeia simples sintetizado a partir do
tipos celulares, tais como as células gene GH, da mesma família gênica
de crescimento ósseo e células que determina a síntese da
musculares iniciais. iniciais.

prolactina e do lactogênio
placentário humano (hPL), que age
Além dessas ações, o GH também preparando as mamas para a
age aumentando a deposição de lactação e adaptando o corpo da
proteínas pelas células osteo- mulher durante a gestação

gênicas e condrocíticas, que causam


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Assim, como consequência, ocorre Como consequência, os níveis


uma sobreposição na atividade séricos de ácidos graxos sobem,
desses hormônios.

mais gordura é usada na produção


de energia e aumenta a captação de
A secreção de GH, como a do ACTH, ácidos graxos na musculatura es-
exibe ritmos diários pronunciados, quelética e no fígado.

com um pico de secreção no início


da manhã um pouco antes do Ademais, é um hormônio
despertar.

anabolizante que age sobre as


proteínas. Ele aumenta a captação
Essa secreção é estimulada durante celular de aminoácidos e sua
o sono profundo, de ondas lentas, e incorporação em proteínas, além de
atinge o valor mais baixo durante o inibir a proteólise.

dia.

O GH também altera o metabolismo


Este rimo está atrelado a padrões de dos carboidratos, aumentando a con-
sono-vigília, e não a padrões de centração de glicose no sangue. Os
claro-escuro. Como é característico efeitos hiperglicemiantes do GH são
dos hormônios da hipófise anterior, a mais leves e lentos do que do gluca-
secreção de GH é pulsátil.

gon e da epinefrina.

Além de seu efeito geral de provocar O aumento da glicose sanguínea


o crescimento propriamente dito, o resulta em parte da diminuição da
hormônio do crescimento apresenta captação e da utilização da glicose
diversos efeitos metabólicos pela musculatura esquelética e pelo
específicos, incluindo (1) aumento da tecido adiposo. O GH antagoniza a
síntese de proteínas, na maioria das ação da insulina, no nível pós-
células do corpo; (2) aumento da receptor, na musculatura esquelética
mobilização dos ácidos graxos do e no tecido adiposo (mas não no
tecido adiposo, aumento do nível de fígado).

ácidos graxos no sangue e aumento


da utilização dos ácidos graxos, Assim, de fato, o hormônio do cresci-
como fonte de energia – lipólise; e mento aumenta a quantidade de pro-
(3) redução da utilização da glicose teína do corpo, utiliza as reservas de
pelo organismo

gorduras e conserva os
carboidratos.

Nesse contexto, é um hormônio lipo-


lítico que ativa a lipase e dessa for- Além disso, a secreção do GH tam-
ma, mobiliza as gorduras neutras do bém é regulada por vários estados
tecido adiposo.
fisiológicos diferentes.
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É classificado como um dos hormônios do “estresse” e aumenta tanto no


estresse neurogênico como no físico.

A hipoglicemia aguda também é um estímulo para a secreção de GH-Hormônio


hiperglicemiante.

Entre outros hormônios que regulam a secreção de GH estão o estrógeno, os


andrógenos e o hormônio tireoidiano, que intensificam a secreção de GH e
IGF-1, bem como a maturação dos ossos.

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LACTOTROFOS (OU MAMOTROFOS)


Dentre outros efeitos, a prolactina

atua induzindo a transdução dos ge-
Constituem de 15 a 20% das células nes para a síntese das proteínas do
parenquimatosas da adeno-hipófise. leite (ex.: caseína), de lactose e sínte-
Estas células acidófilas poligonais e se de ácidos graxos e fosfolipídeos.

pequenas têm a população ordinária

de organelas; entretanto, durante a A liberação de prolactina pelos ma-


lactação, as organelas aumentam e o motrofos é estimulada pelo fator li-
aparelho de Golgi pode se tornar tão berador de prolactina (PRH) e pela
grande quanto o núcleo.

ocitocina, especialmente quando a


amamentação está ocorrendo,
Produzem o hormônio prolactina, o devido à influência da manipulação
qual promove o desenvolvimento das mamilar.

glândulas mamárias durante a


gravidez assim como a lactação Acredita-se que a secreção pela hipó-
após o nascimento.

fise anterior de prolactina seja


controlada totalmente, ou quase
Durante a gravidez, a progesterona totalmente, por fator inibidor
inibe a secreção de prolactina, en- formado no hipotálamo e
quanto o estrógeno estimula, impe- transportado pelo sistema por tal
dindo a produção adequada de leite.

hipotalâmico-hipofisário à hipófise
anterior.

Após o nascimento, os níveis de es-


trógenos e progesterona caem, as- Este fator é, por vezes, chamado
sim, seu efeito inibitório é perdido.

hormônio inibidor de prolactina, e é


constituído por dopamina.

O número de mamotrofos também


aumenta com o tempo. Após o Diferentemente dos demais tipos de
término da amamentação, os células endócrinas da adeno-hipófi-
grânulos são degradados e o se, os lactotrofos não participam de
excesso de mamotrofos regride. nenhum eixo endócrino.

Além disso, a placenta secreta


grande quantidade de somatomamo
tropina coriônica humana, que A prolactina age diretamente sobre
provavelmente tem propriedades as células não endócrinas para
lactogênicas, apoiando, assim, a produzir as alterações fisiológicas,
prolactina da hipófise materna sem passar por nenhuma glândula
durante a gravidez.
periférica.
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Desse modo, em caso de ruptura da haste infundibular, a prolactina seria o único


hormônio da hipófise anterior a ter suas concentrações elevadas.

A PRL é um dos muitos hormônios liberados em resposta ao estresse. As


cirurgias, o medo, os estímulos excitatórios e os exercícios físicos são todos
estímulos eficazes.

Como ocorre com o GH, o sono aumenta a secreção de PRL, que exibe um ritmo
diário e pronunciado associado ao sono.

Entretanto, diferentemente do GH, a elevação da PRL associada ao sono não


está relacionada a uma fase específica do sono. Somatostatina, o TSH e o GH
também inibem a secreção de PRL.

DICA NA MÃO! O excesso de prolactina, a hiperprolactinemia, bloqueia a


síntese e a liberação de GnRH, hormônio hipotalâmicos que estimula a
produção das gonadotrofinas que agem sobre os órgãos sexuais. Com isso,
pode resultar em infertilidade. Além disso, essa doença também provoca a
galactorreia (saída de secreção galáctea da mama) amenorreia (ausência de
menstruação) e sinais de hipogonadismo. A principal causa para essa
patologia é o prolactinoma, tumor hipofisário produtor de prolactina, e o
tratamento clínico é realizado com agonista dopaminérgico.
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Controle hormonal da secreção e da liberação do leite.


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GONADOTROFOS

neurais intrínsecos do hipotálamo),


periódica (as pessoas não produzem
São células arredondadas basófilas a vida inteira; produzem ao formar o
que apresentam um aparelho de eixo na embriogênese e depois só
Golgi desenvolvido e abundantes retornam a produzir na puberdade) e
retículos endoplasmático granuloso cíclica (apenas em mulheres).

e mitocôndrias.

De um modo geral, as gonadotrofinas


Situados próximo aos capilares, promovem a secreção de testostero-
secretam FSH (hormônio folículo-es- na nos homens e a secreção de
timulante) e LH (hormônio luteinizan- estrógeno e progesterona nas
te) também chamados de gonadotro- mulheres.

finas.

O FSH também aumenta a secreção


A secreção é estimulada pelo GnHR de um hormônio proteico chamado
(hormônio estimulador de go- inibina em ambos os sexos. A inibina
nadotrofinas, também conhecido por exerce uma retroalimentação
LHRH), hormônio peptídico de secre- negativa seletiva sobre a secreção de
ção pulsátil que tem efeito mais pro- FSH.

eminente sobre o LH e é inibida por


vários hormônios que são O FSH promove a gametogênese ao
produzidos pelos ovários e estimular as células de Sertoli do
testículos.

testículo e as células da granulosa


do ovário a produzirem substâncias
Esses hormônios desempenham um necessárias à produção de gametas.

papel integrador nos eixos hi-


potalâmico-pituitário-testicular e O FSH também aumenta a secreção
hipotalâmico-pituitário-ovariano. O de um hormônio proteico chamado
FSH e o LH são acondicionados em inibina em ambos os sexos. A inibina
grânulos secretores distintos e não exerce uma retroalimentação negati-
são cossecretados em quantidades va seletiva sobre a secreção de FSH.
equimolares.

Já o LH é responsável pela hormogê-


nese ao estimular células da teca no
Isso permite que o FSH e o LH sejam ovário e células de Leydig no
secretados de maneira indepen- testículo a secretarem testosterona e
dente pelos gonadotrofos. A substâncias importantes na
secreção das gonadotrofinas é reprodução.

pulsátil (devido aos osciladores


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Nos homens, a testosterona e o adrenocorticotrófico (ACTH), do hor-


estrógeno exercem uma mônio melanócitoestimulante (MSH)
retroalimentação negativa sobre a e do hormônio lipotrófico (LPH), além
pituitária e o hipotálamo.

de endorfinas e encefalinas.

A progesterona exógena também A secreção é estimulada pelo CRH


inibe a função gonadotrófica nos produzido pelo hipotálamo. O
homens e, por isso, está sendo consi- hormônio ACTH estimula as células
derada como um possível ingrediente do córtex das suprarrenais a
de uma pílula contraceptiva liberarem seus produtos de
masculina.

secreção.

Nas mulheres, a progesterona e a Ele aumenta de modo abrupto a


testosterona exercem uma produção de cortisol e andrógenos
retroalimentação negativa sobre a adrenais, aumenta a expressão dos
função gonadotrófica hipotalâmica e genes das enzimas esteroido
pituitária.

gênicas, e a longo prazo, promove o


crescimento e a sobrevida das
Em doses baixas, o estrógeno camadas do córtex adrenal.

também exerce uma re-


troalimentação negativa sobre a A secreção do ACTH tem um padrão
secreção do FSH e do LH.

diário pronunciado, com um pico no


início da manhã e um vale no final da
Contudo, níveis altos de estrógeno tarde.

mantidos por 3 dias produzem um


pico na secreção de LH e, em menor Além disso, a secreção do CRH e, por
grau, na secreção de FSH.

conseguinte, a secreção do ACTH,


ocorre em pulsos.

CORTICOTROFOS

O ACTH também exerce funções


Também constituem de 15 a 20% neuromodulatórias no cérebro, tem
das células da adeno-hipófise. São efeito inibitório sobre o sistema imu-
de formato arredondado a ovoide, ne e, juntamente com o cortisol, au-
cada um com núcleo excêntrico e menta a taxa de ácido clorídrico no
com relativamente poucas suco gástrico.

organelas.

Além disso, o cortisol age reduzindo


Os corticotrofos produzem a pró- a produção de muco no estômago,
opiomelanocortina (POMC), mecanismo de defesa importante, o
molécula precursora do hormônio
que pode gerar úlceras gástricas.

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Fatores estimulantes para a secreção de ACTH:

• CRH

• Baixos níveis de cortisol

• Transição do sono-vigília (o CRH possui relação com outras áreas neurais e


percebe as mudanças nas ondas de sono)

• Situações de estresse

• Distúrbios psiquiátricos que au- mentam a ação do simpático

• ADH

Fatores inibitórios para a secreção de ACTH:

• Elevadas concentrações de corti- sol (feedback negativo)

• Encefalinas, opioides e ACTH (regulação autócrina haja vista que todos


originam – se da mesma molécula, POMC)

• Somatostatina

• GABA

DICA NA MÃO! O MSH, hormônio estimulador de melanócitos ou


melanocortina, aumenta a pigmentação da pele, estimulando a produção de
melanina; o excesso de MSH se manifesta pela hiperpigmentação da
mucosa.
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TIREOTROFOS

Constituem cerca de 5% das células O TSH liga-se ao receptor do TSH


da pars distalis. Essas grandes célu- localizado nas células epiteliais da
las poligonais com núcleos esféricos tireoide.

e excêntricos estão mais profunda-


mente situados nos cordões de célu- A produção dos hormônios
las a uma certa distância dos tireoidianos é um processo comple-
capilares fenestrados. Estas células xo e composto de muitas etapas.

secretam o TSH, também conhecido


como tireo- trofina.

O TSH estimula praticamente todos


os aspectos da função tireoidiana.
A secreção é estimulada pelo TRH, Também tem um forte efeito trófico e
que também estimula a secreção de estimula a hipertrofia, a hiperplasia e
prolactina, e inibida pela presença de a sobrevida das células epiteliais da
tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) tireoide

(hormônios da tireoide) no sangue,


pela somatostatina, pela dopa- mina Nas regiões geográficas onde a dis-
e pelo cortisol.
ponibilidade de iodeto é limitada (o

iodeto é necessário para a síntese

O TRH é liberado segundo um ritmo

diário caracterizado por níveis mais do hormônio tireoidiano), os níveis de


altos durante a noite, e níveis mais TSH estão elevados por conta da
baixos por volta da hora do jantar.
reduzida retroalimentação negativa.

Níveis altos de TSH são capazes de
Além do FSH e do LH, o TSH é um produzir um crescimento notável da
hormônio glicoproteico produzido glândula tireoide, denominado bócio.

pela hipófise. É um heterodímero


composto por duas subunidades Os hormônios T3 e T4 produzidos
(alfa, comum também ao FSH e LH, e pela tireoide apresentam como prin-
beta, confere a atividade biológica cipal função o aumento da atividade
específica desse hormônio) cuja metabólica de quase todos os
transcrição é estimulada pelo TRH.
tecidos corporais.

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SISTEMA PORTA-HIPOTALÂMICO

O suprimento sanguíneo da hipófise um extenso plexo capilar


é feito por dois grupos de artérias secundário.

originadas das artérias carótidas


internas: as artérias hipofisárias
superiores, direita e esquerda, Há, portando, dois sistemas veno-
irrigam a eminência mediana e o sos em cascata, o que caracteriza
infundíbulo; as artérias hipofisárias um sistema porta, denominado siste-
ma porta – hipofisário.

inferiores, direita e esquerda, irrigam


principalmente a neuro-hipófise, mas
enviam alguns ramos para o pedículo O suprimento sanguíneo da pars
da hipófise.

distalis, portanto, é feito de sangue


vindo principalmente do infundíbulo
através desse sistema e em escala
No infundíbulo, as artérias hipofisá- muito menor de alguns ramos das
rias superiores formam um plexo ca- artérias hipofisárias inferiores.

pilar primário, cujas células endote-


liais são fenestradas.

Através desse sistema vascular vá-


rios neuro-hormônios produzidos no
hipotálamo são levados diretamente
Os capilares do plexo primário se do infundíbulo à pars distalis, con-
reúnem para formar vênula e trolando a função de suas células.

pequenos vasos que se en-


caminham para pars distalis, onde O sangue venoso desse sistema sai
se ramificam novamente, formando
por diversas veias hipofisárias.

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CORRELAÇÕES CLÍNICAS
mobilização das gorduras pelos

hormônios do crescimento,
PAN-HIPOTUITARISMO

adrenocorticotrópico, adrenocorti-
cais e tireoidianos) e que perdeu
Significa secreção reduzida de todos todas as funções sexuais.

os hormônios da hipófise anterior.


Essa baixa secreção pode ser congê- Com exceção da anormalidade das
nita ou pode ocorrer, epentina ou len- funções sexuais, o paciente pode ser
tamente, em qualquer momento da tratado, satisfatoriamente, com a ad-
vida, resultando na maioria das ve- ministração de hormônios
zes de tumor hipofisário que destrói adrenocorticais e tireoidianos.

a hipófise.

O GH é necessário para o crescimen-


No adulto, o pan-hipotuitarismo pode to que ocorre antes da fase adulta. A
ocorrer por condições tumorais, deficiência desse hormônio pode
como os craniofaringiomas ou produzir nanismo e o excesso pode
tumores cromófobos, que pro- vocar gigantismo.

comprimem a hipófise até que as


células funcionantes da adeno- NANISMO

hipófise sejam destruídas, ou por


trombose dos vasos sanguíneos Quando a deficiência de GH ocorre
hipofisários.

antes da puberdade, o crescimen- to


é muito prejudicado. Os indivíduos
Essa anormalidade, ocasionalmente, com essa condição são relativa-
ocorre no pós-parto, quando a mãe mente bem proporcionados e têm
desenvolve choque circulatório inteligência normal.

depois do nascimento de seu bebê.

Quando o GH é o único hormônio da


pituitária anterior que está deficiente,
Os efeitos gerais dessa patologia no eles podem ter uma expectativa de
adulto são: hipotireoidismo, diminui- vida normal. Às vezes são
ção da produção de glicocorticoides prejudicados, porque seus corpos
pelas adrenais e secreção suprimida não sofrem a lipólise induzida pelo
dos hormônios gonadotróficos, de GH.

modo que as funções sexuais são


perdidas.

Quando apresentam nanis- mo pan-


hipopituitário (deficiência de todos
Assim, o quadro clínico é o de os hormônios da pituitária anterior),
pessoa letárgica, que está ganhan- com deficiência de gonadotrofinas, o
do peso (devido à ausência de amadurecimento sexual pode estar
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ausente e eles podem perma- necer Na maioria dos gigantes, na ausência


inférteis. Indivíduos com nanismo de tratamento, é possível que se de-
exibem poucas anormalidades senvolva pan-hipopituitarismo por-
metabólicas, exceto uma tendência à que o gigantismo é geralmente cau-
hipoglicemia, à insulinopenia e ao au- sado por tumor da hipófise que
mento da sensibilidade à insulina.

cresce até que a glândula,


propriamente dita, seja destruída.

São vários os possíveis locais de


comprometimento. A secreção de
GH pode estar reduzida, a produção Depois que o gigantismo é diagnosti-
de IGFs estimulada pelo GH pode cado outros efeitos podem
diminuir ou a ação dos IGFs pode ser frequentemente ser bloqueados pela
deficiente.

remoção do tumor por microcirurgia


ou pela radioterapia da hipófise

GIGANTISMO

ACROMEGALIA

Ocasionalmente, as células somato-


tróficas ficam excessivamente ativas Se um tumor das células somatotró-
e às vezes até mesmo tumores ocor- ficas ocorrer depois da adolescência,
rem na glândula. Como consequên- ou seja, depois da fusão das epífi-
cia, são produzidas grandes quanti- ses dos ossos longos, o paciente
dades de hormônio do crescimento.

não pode crescer mais, mas os


Todos os tecidos do corpo crescem ossos ficam mais espessos e os
rapidamente, inclusive os ossos. Se a tecidos moles continuam a crescer.

condição ocorrer antes da adoles-


cência, antes que a fusão das Essa condição é conhecida como
epífises dos ossos longos ocorra, o acromegalia. O aumento é,
tamanho aumenta de modo que a especialmente, acentuado nos ossos
pessoa se torna um gigante, das mãos e dos pés e nos ossos
podendo alcançar mais de 2 m de membranosos, incluindo o crânio, o
altura.

nariz, os sulcos supraorbitários, a


maxila inferior e as porções das
O gigante, em geral, apresenta hiper- vértebras, porque seu crescimento
glicemia e as células beta das ilhotas não cessa na adolescência.

de Langerhans no pâncreas costu-


mam degenerar porque se tornam
hiperativa. Consequentemente, em Consequentemente, ocorre protrusão
cerca de 10% dos gigantes, even- da mandíbula inferior, às vezes che-
tualmente desenvolve-se diabetes gando até mais de 10 mm, a testa se
melito. inclina para a frente devido ao desen-
volvimento excessivo dos sulcos su-
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praorbitários, o nariz chega a dobrar Indivíduos com SIADH retêm água e


de tamanho, os pés aumentam e os seus fluidos corporais ficam,
sapatos chegam ao tamanho 45 ou progressivamente, hiposmóticos.

mais, os dedos apresentam espes-


samento extremo, de modo que as
mãos atingem quase duas vezes o Além disso, sua urina é mais
tamanho normal.

hiperosmótica que o esperado,


baseado na baixa osmolalidade dos
Além desses efeitos, as mudanças fluidos corporais.

nas vértebras, em geral, levam à


curvatura das costas, que é A SIADH pode ser causada por
conhecida clinicamente como cifose. infecções e neoplasmas no cérebro,
Finalmente, muitos órgãos de por fármacos (p. ex., fármacos
tecidos moles, como a língua, o antitumores), doenças pulmonares e
fígado e especialmente os rins, carcinoma do pulmão.

apresentam-se muito aumentados.

SÍNDROME DE SECREÇÃO Muitas dessas condições estimulam


INAPROPRIADA DO ADH (SIADH)

a secreção de ADH, alterando as


aferências neurais para as células
É um problema clínico caracterizado secretoras do ADH.

pelos níveis plasmáticos de ADH que


ficam elevados acima do que seria Entretanto, carcinoma de células
esperado, com base na osmolalidade pequenas ou pulmão produz e
dos fluidos corporais e do volume e secreta diversos peptídeos, incluindo
da pressão sanguínea.
o ADH.

Paciente com acromegalia


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TIREOIDE

Possui dois lobos conectados por


um istmo e quatro glândulas
A tireoide é uma glândula endócrina paratireoides na região posterior,
relacionada a homeostase termogê- produtoras do paratormônio.

nica e metabólica, possuindo ainda


influência sobre o sistema cardiovas- Cerca de 50% das glândulas tireoides
cular e no desenvolvimento fetal, por têm um lobo piramidal que varia em
meio da ação de tiroxina (T₄) e tri- tamanho, estendendo-se
iodotironina (T₃).

superiormente a partir do istmo da


glândula tireoide, em geral à
O T₄ corresponde a cerca de 93% dos esquerda do plano mediano. Late-
hormônios metabolicamente ativos ralmente à tireoide correm os nervos
liberados pela tireoide, já os outros laríngeos recorrentes, responsáveis
7% correspondem ao T₃.

pela inervação das pregas vocais.

A ausência completa da secre- ção A tireoide é uma glândula altamen- te


tireoidiana, em geral, faz com que o vascularizada. Sua vascularização
metabolismo basal caia para 40% a arterial é realizada, principalmente,
50% do normal e o excesso extremo pelas artérias tiroideias superiores e
pode aumenta-la por 60% a 100%.

inferiores, e uma artéria mediana in-


constante, a artéria tiroideia ima. As
A secreção tireoidiana desses hor- artérias tiroideias superiores são ra-
mônios é controlada, principalmente, mos da carótida externa e as tiroi-
pelo hormônio estimulante da deias inferiores são ramos do tronco
tireoide (TSH), secretado pela tirocervical, colateral da artéria sub
hipófise ante- rior.

clávia.

A tireoide também é responsável Já a ima é proveniente do tron- co


pela produção do hormônio calcitoni- braquiocefálico ou do próprio arco
na, mais especificamente pelas célu- aórtico. A drenagem venosa da
las C medulares, tendo um papel sig- glândula é feita por plexos no interior
nificante na homeostase do cálcio.

e na superfície da glândula. Esses


plexos se formam a partir de redes
ANATOMIA

perifoliculares e dirigem-se para fora


do órgão seguindo pelos espaços
A glândula tireoide é uma glându- la interlobulares.

única, que se situa anteriormente à


traqueia, entre a cartilagem cricói- Formam o plexo venoso tiroideo, que,
dea e a incisura supraesternal, entre dependendo da direção que segue,
a 5ª vértebra cervical e a 1ª torácica. são agrupados nas veias tireóideas
superior, média e inferior.
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AÇÃO DOS HORMÔNIOS Além disso, são responsáveis por:

TIREOIDIANOS

• Aumentar o número de mitocôn-


É importante saber que os drias e o seu tamanho, o que leva a
hormônios tireoidianos têm seus um aumento de formação de tri-
receptores ligados às fitas de DNA fosfato de adenosina (ATP), que
ou então próximos a elas.

fornecem energia para ações celu-


lares.

Quando os hormônios se ligam a


seus receptores, inicia-se o processo • Aumentar o transporte ativo de íons
de transcrição e ocorre a formação através da membrana plas- mática,
de diferentes tipos de RNA principalmente da sódio-potássio-
mensageiro que são traduzidos em ATPase. Ocorre ainda o aumento da
ribossomos citoplasmáticos, que permeabilidade da membrana celular
posteriormente formam centenas de ao sódio, aumentando a ativação da
novas proteínas interacelulares.

bomba de sódio e a produção de


calor.

Assim, acredita-se que grande parte

da ação dos hormônios tireoidianos É importante também destacar o


é resultante das funções dessas efeito dos hormônios tireoidianos
proteínas.

sobre os tecidos corporais.

Ainda parece existir uma certa ação Efeitos sobre o crescimento: o hor-
dos hormônios celulares que não en- mônio tireoidiano é responsável pela
volve a transcrição celular, em alguns promoção do crescimento e desen-
tecidos como o coração, a hipófise e volvimento do cérebro intra útero e
o tecido adiposo.

nos primeiros anos de vida.

Acredita-se que o sítio de ação


desses hormônios é a membrana Efeito no metabolismo de carboi-
plasmática, o citoplasma e algumas dratos: estimula o metabolismo do
organelas, realizando a regulação de carboidrato – captação rápida de gli-
canais iônicos e fosforilação cose pelas células, aumento da glicó-
oxidativa, além de envolver men- lise e da gliconeogênese, aumento
sageiros secundários intracelulares.

da absorção pelo trato


gastrointestinal, aumento da
Os hormônios tireoidianos são res- secreção da insulina.

ponsáveis por aumentar o meta-


bolismo basal de grande parte dos
tecidos corporais.
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Efeito no metabolismo lipídico: mo- • Aumento da frequência cardíaca


bilização do lipídio no tecido através da excitabilidade direta do
adiposo, redução de acúmulo de hormônio no coração.

gordura no corpo, aumento da

concentração de ácidos graxos livres • Aumento da força de contração


no plasma, além de acelerar sua cardíaca

oxidação pelas células.

Efeitos sobre os lipídios plasmáti- • Normalização da pressão arterial


cos e hepáticos: redução de coles- média. No hipertireoidismo, a pres-
terol, fosfolipídeos e triglicérides no são sistólica sofre uma elevação de
plasma, aumento da ácidos graxos 10 a 15 mmHg e a diastólica se
livres. Isso ocorre através do reduz na mesma intensidade.

aumento da secreção de colesterol

pela bile e sua perda pelas fezes.

Sistema respiratório: Aumento da


frequência respiratória e da profundi-
Vitaminas: os hormônios dade da respiração

tireoidianos podem levar a um


aumento da necessidade de Sistema gastrointestinal: aumento
vitaminas e até deficiência, uma vez
que aumentam a quantidade de da motilidade gastrointestinal, do
enzimas corporais que são apetite, da ingesta alimentar e da
compostas por vitaminas.

produção de secreções digestivas.


No hipertireoidismo podemos ter um
Redução do peso corporal: quanti- quadro de diarreia e no hipotireoidis-
dades elevadas de hormônio tireoi- mo um quadro de constipação.

diano diminuem o peso e vice-versa.


Ele é capaz também de aumentar o Sistema nervoso central: aumento
apetite, o que contrabalanceia essa da velocidade do pensamento. No hi-
variação do metabolismo.

pertireoidismo ocorre um aumento


do nervosismo, tendências
Sistema cardiovascular

psiconeuróticas, ansiedade, paranoia


e preocupações em excesso.

• Ocorre um aumento do fluxo san-


guíneo pelo aumento do metabo-
lismo, que leva a aumento da uti- Função muscular: músculos reagem
lização de oxigênio e aumento da com vigor na presença de hormônio
produção de metabólitos, provo- tireoidiano. Caso haja excesso dos
cando-se uma vasodilatação.

hormônios, os músculos enfraque-


cem devido ao catabolismo proteico
Esse aumento do fluxo gera um excessivo.

aumen- to do débito cardíaco.

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SISTEMA ENDÓCRINO

Tremor muscular: no hipertireoidis- leva a um aumento da secreção de


mo observa-se um tremor leve, cerca insulina pelo pâncreas.

de 10 a 15 vezes por segundo. Apa-


rentemente é causado pela atividade O hormônio também aumenta o
aumentada de sinapses neuronais metabolismo da formação óssea,
nas áreas da medula espinal que elevando a necessidade de
controlam o tônus muscular.

paratormônio.

Efeitos no sono: no hipertireoidismo O hormônio ainda causa o aumento


observa-se um cansaço frequente do da inativação de glicocorticoides
paciente, devido ao efeito exaustivo adrenais pelo fígado, levando ao
do hormônio sobre a musculatura do aumento da produção de hormônio
SNC. Porém, o hormônio ainda é ca- adrenocorticotrópico (ACTH) pela
paz de aumentar os efeitos excitató- hipófise anterior e aumento de
rios sobre as sinapses, dificultando o glicocorticoides produzidos nas
sono. Já no hipotireoidismo, observa- adrenais.

se uma sonolência extrema (12 a 14


horas por dia).

Efeitos sobre a função sexual: a fal-


ta deste hormônio em homens causa
diminuição de libido e até
Efeitos em glândulas endócrinas: impotência; nas mulheres pode
aumento da secreção das glândulas causar menorragia (sangramento
e aumento das necessidades teci- menstrual excessivo) e polimenorreia
duais pelos hormônios. O aumento (sangramento menstrual frequente),
do metabolismo da glicose no corpo
além de diminuição da libido.

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SISTEMA ENDÓCRINO

PARATIREOIDES

Sendo assim, o PTH aumenta a


atividade dos osteoclastos, células
Se você observar a parte posterior da responsáveis pela reabsorção do
glândula Tireóide irá observar 4 cálcio nos ossos.

pequenas glândulas aderidas aos


lobos tiroidianos, são as Quando os níveis sanguineos de
Paratireoides.

Cálcio estão baixos na corrente


sanguínea as células principais das
paratireóides são estimuladas a
Elas estão dispostas em dois pares: produzir e secretar maior quantidade
um par no lobo direito (uma superior de PTH.

e outra inferior) e outro par no lobo


esquerdo (também uma superior e
outra inferior) da Tireoide.

Desta forma os osteoclastos


reabsorvem maior quantidade de
matriz mineral óssea elevando os
Juntas, todas as paratireóides níveis sanguíneos de cálcio e
medem pouco mais de 1g e são magnésio, retardando a perda de
responsáveis pela produção do cálcio pela urina.

hormônio PTH, ou paratormônio.

Isso será importante para a fixação


O PTH é produzido e secretado pelas do cálcio presente nos alimentos,
células principais das Paratireóides, pois o PTH irá estimular os rins a
e este hormônio é importantíssimo sintetizarem maior quantidade de
na manutenção dos níveis de cálcio, calcitriol, a forma ativa da vitamina D.

fosfato e magnésio na corrente


sanguínea e, de certa forma, é um O calcitriol promove o aumento da
“antagonista” da calcitonina, citada absorção de cálcio dos alimentos no
no capítulo anterior.

tubo digestório, aumentando ainda


mais os teores de cálcio na corrente
sanguínea, o que será importante na
fixação do cálcio pelos ossos
quando ocorrer a secreção de
calcitonina, equilibrando novamente
os teores sanguíneos de cálcio.
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SISTEMA ENDÓCRINO

Suprarrenais (Adrenais)
A drenagem venosa envolve uma

única veia renal de cada lado: a veia
Como o próprio nome já sugere, as direita drena na veia cava inferior,
glândulas suprarrenais ficam enquanto a veia esquerda drena na
posicionadas no pólo superior de veia renal esquerda.

cada um dos rins, como se fosse um


gorro em cima dos rins.

Hormônios do córtex suprarrenal

Do ponto de vista anatômico, as Histologicamente, as suprarrenais


suprarrenais possuem formato apresentam uma forte cápsula de
triangular, sendo maiores na altura tecido conjuntivo para protege-las, e
(cerca de 3 a 5 cm) e menores em
sua largura (cerca de 2 a 3 cm), seu parênquima é formado por
pesando pouco menos de 5g.

córtex suprarrenal e medula


suprarrenal.

Apesar de pequenas, apresentam


importantes funções no controle do O córtex suprarrenal compreende a
equilíbrio hídrico e da pressão porção mais externa desta glândula,
arterial.

próxima a cápsula, e é dividida em 3


zonas:

O suprimento sanguíneo para essas


glândulas provem das artérias su- • Zona glomerulosa (mais externa):
prarrenais superior, média e inferior. contém um retículo endoplasmático
Ramos dessas artérias forma uma liso em quantidade abundante e
rede capilar organizada, de modo a constitui a única fonte do
propiciar o fluxo de sangue do córtex minaralocorticoide, se destaca a
externo para a área central, com um aldosterona.

sistema de sinusoides.
• Zona fasciculada (intermediária) :
possui quantidades abundantes de
gotículas lipídicas e produzem os
glicocorticoides, onde o mais
secretado é o cortisol e corticoste-
rona, bem como os androgênios,
DHEA (desidroepiandrosterona) e
sulfato de DHEA.

• Zona reticular (mais interna):


desenvolve-se na vida pós-natal e
também produz glicocorticoides e
androgênios (hormônios esteróides

masculinos, tanto em homens


quanto em mulheres).

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SISTEMA ENDÓCRINO
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SISTEMA ENDÓCRINO

A medula suprarrenal corresponde a


em angiotensina II, pela ação de
somente 10 a 20% do volume total uma enzima presente em grande
das suprarrenais e suas células quantidade nos pulmões chamada
produtoras de hormônios são ECA (enzima conversora de
chamadas células cromafins.

angiotensina).

As células cromafins são inervadas A angiotensina II estimula o córtex


por neurônios préganglionares do suprarrenal a secretar aldosterona.

sistema nervoso autônomo


SIMPÀTICO, e após serem A aldosterona age retendo sódio
estimuladas produzem e secretam pelos rins, e juntamente com o sódio
na corrente sanguínea a epinefrina ocorre também reabsorção de água
(adrenalina) e anorepinefrina pelos rins, diminuindo a produção de
(noradrenalina).

urina.

A aldosterona é o principal Com a reabsorção de água ocorre


mineralocorticóide e é responsável aumento da volemia, restabelecendo
pela retenção de sódio (Na), a pressão arterial, até que esta atinja
eliminação de potássio (K) e novamente os seus valores normais.

eliminação de hidrogênio (H) pela


urina.

A aldosterona também irá eliminar


potássio e hidrogênio pela urina,
A secreção de aldosterona é sendo que a eliminação do H evita
mediada pelo sistema renina- que o corpo entre em acidose
angiotensina-aldosterona.

metabólica (pH abaixo de 7,35).

Em resumo, quando ocorre queda da


pressão arterial por diminuição no A aldosterona também é secretada
volume sanguíneo (volemia) as em resposta a aumentos abruptos
células justaglomerulares renais nos níveis de potássio no

secretam grande quantidade de uma sangue.

enzima chamada renina.

Os glicocorticóides são responsáveis


A renina converte o angiotensino pela regulação do metabolismo dos
gênio hepático em angiotensina I.

nutrientes, resistência ao estresse,


processos inflamatórios e
Com os teores sanguíneos aumen imunossupressão.

tados de angiotensina I, os pulmões


convertem esta angiotensina I
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SISTEMA ENDÓCRINO

Os 3 principais glicocorticóides são o A medula suprarrenal é um gânglio


cortisol, a corticosterona e a simpático modificado, pois como é
cortisona, sendo que o cortisol uma glândula endócrina e possui
representa 95% de todos os células secretoras de hormônios, não
glicocorticóides secretados pela pertence ao sistema nervoso, por
zona fasciculada.

isso aestudamos no sistema


endócrino.

Os androgênios são hormônios


masculinizantes, porém a zona O neurônios pré ganglionares que
reticular tanto de homens quanto de têm origem no hipotálamo
mulheres é capaz de secretar uma estimulam as células cromafins da
pequena quantidade deste tipo de medula suprarrenal a secretarem
hormônio, sendo que o principal é a epinefrina e norepinefrina em
desidroepiandrosterona (DHEA).

situações de risco ou perigo.

Nos homens a secreção de


testosterona (o principal androgênio A secreção destes hormônios
masculino) faz com que os efeitos potencializam os efeitos gerados
da DHEA sejam praticamente pelo sistema nervoso autônomo
imperceptíveis.

simpático durante a chamada reação


de luta/fuga (tofightortoflight) onde
Nas mulheres o DHEA pode temos aumento da freqüência
estimular o crescimento de pelos, a cardíaca, freqüência respiratória,
libido e podem ser convertidos em força de contração cardíaca e
estrogênios em alguns tecidos do músculo-esquelética, roncodilatação,
corpo.

vasoconstrição periférica, dentre


outros efeitos da secreção destes
Este efeito do DHEA nas mulheres é hormônios.

mais facilmente observado durante a


menopausa, onde ocorre uma queda Estes efeitos são importantes na
abrupta da produção de estrogênios manutenção de seu instinto de
e a ação do DHEA fica mais evidente, sobrevivência, lutando ou fugindo da
ocorrendo crescimento de pelos na situação que lhe causa medo.
face e queda de cabelos, dentre
outras alterações.
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SISTEMA ENDÓCRINO
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SISTEMA ENDÓCRINO

LACTOTROFOS (OU MAMOTROFOS)


Dentre outros efeitos, a prolactina

atua induzindo a transdução dos ge-
Constituem de 15 a 20% das células nes para a síntese das proteínas do
parenquimatosas da adeno-hipófise. leite (ex.: caseína), de lactose e sínte-
Estas células acidófilas poligonais e se de ácidos graxos e fosfolipídeos.

pequenas têm a população ordinária

de organelas; entretanto, durante a A liberação de prolactina pelos ma-


lactação, as organelas aumentam e o motrofos é estimulada pelo fator li-
aparelho de Golgi pode se tornar tão berador de prolactina (PRH) e pela
grande quanto o núcleo.

ocitocina, especialmente quando a


amamentação está ocorrendo,
Produzem o hormônio prolactina, o devido à influência da manipulação
qual promove o desenvolvimento das mamilar.

glândulas mamárias durante a


gravidez assim como a lactação Acredita-se que a secreção pela hipó-
após o nascimento.

fise anterior de prolactina seja


controlada totalmente, ou quase
Durante a gravidez, a progesterona totalmente, por fator inibidor
inibe a secreção de prolactina, en- formado no hipotálamo e
quanto o estrógeno estimula, impe- transportado pelo sistema por tal
dindo a produção adequada de leite.

hipotalâmico-hipofisário à hipófise
anterior.

Após o nascimento, os níveis de es-


trógenos e progesterona caem, as- Este fator é, por vezes, chamado
sim, seu efeito inibitório é perdido.

hormônio inibidor de prolactina, e é


constituído por dopamina.

O número de mamotrofos também


aumenta com o tempo. Após o Diferentemente dos demais tipos de
término da amamentação, os células endócrinas da adeno-hipófi-
grânulos são degradados e o se, os lactotrofos não participam de
excesso de mamotrofos regride. nenhum eixo endócrino.

Além disso, a placenta secreta


grande quantidade de somatomamo
tropina coriônica humana, que A prolactina age diretamente sobre
provavelmente tem propriedades as células não endócrinas para
lactogênicas, apoiando, assim, a produzir as alterações fisiológicas,
prolactina da hipófise materna sem passar por nenhuma glândula
durante a gravidez.
periférica.
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SISTEMA ENDÓCRINO

PÂNCREAS

A cabeça do pâncreas está apoiada


posteriormente na veia cava inferior,
Anatomia do pâncreas

artéria e veia renais direitas, e veia


renal es- querda. Em seu trajeto para
O Pâncreas é um órgão misto, pois se abrir na parte descendente do
pode servir tanto ao sistema duodeno, o ducto colédoco situa-se
endócrino (Pâncreas endócrino) em um sulco na face
secretando hormônios, quanto ao posterossuperior da cabeça ou está
sistema digestório (Pâncreas inserido em sua substância.

exócrino) produzindo o suco


pancreático.

O colo do pâncreas é curto (1,5 a 2


cm) e está situado sobre os vasos
Nesta apostila abordaremos mesentéricos superiores, que deixam
somente as características do um sulco em sua face posterior. A
Pâncreas endócrino.

face anterior do colo, coberta por pe-


ritônio, está situada adjacente ao pi-
Situa-se atrás do estômago, entre o loro do estômago. A veia mesentéri-
duodeno à direita e o baço à esquer- ca superior une-se à veia esplênica
da. Para fins descritivos, o pâncreas posterior ao colo para formar a veia
é dividido em quatro partes: cabeça, porta.

colo, corpo e cauda.

O corpo do pâncreas é o prossegui-


A cabeça do pâncreas é a parte ex- mento do colo e situa-se à esquerda
pandida da glândula que é circunda- dos vasos mesentéricos superiores,
da pela curvatura em forma de “C” do passando sobre a aorta e a vértebra
duodeno à direita dos vasos me- L1, logo acima do plano transpilórico
sentéricos superiores logo abaixo do e posteriormente à bolsa omental. A
plano transpilórico.

face anterior do corpo do pâncreas é


coberta por peritônio, está situada no
Está firmemente fixada à face medial assoalho da bolsa omental e forma
das partes descendente e horizontal parte do leito do estômago.

do duodeno.

A face posterior do corpo do


O processo uncinado, uma projeção pâncreas não tem peritônio e está
da parte inferior da cabeça do em contato com a aorta, AMS,
pâncreas, estende-se medialmente glândula suprarrenal esquerda, rim
para a esquerda, posteriormente à esquerdo e vasos renais esquerdos.

artéria mesentérica superior (AMS).


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SISTEMA ENDÓCRINO

A cauda do pâncreas situa-se an- trolam o fluxo de bile e de suco pan-


teriormente ao rim esquerdo, onde creático para a ampola e impedem o
está intimamente relacionada ao hilo refluxo do conteúdo duodenal para a
esplênico e à flexura esquerda do ampola hepatopancreática.

colo.

O ducto pancreático acessório


A cauda é relativamente móvel e (Ducto de Santorini) abre-se no
passa entre as camadas do ligamen- duodeno no cume da papila me- nor
to esplenorrenal junto com os vasos do duodeno. Em geral, o ducto
esplênicos.

acessório comunica-se com o ducto


pancreático principal.

O ducto pancreático principal (Duc-


to de Wirsung) começa na cauda do Em alguns casos, o ducto
pâncreas e atravessa o parênquima pancreático principal é menor do que
da glândula até a cabeça do pâncre- o ducto pancreático acessório e
as: aí ele se volta inferiormente e tem pode não haver conexão entre os
íntima relação com o ducto dois. Nesses casos, o ducto
colédoco.

acessório conduz a maior parte do


suco pancreático.

O ducto pancreático prin- cipal e o


ducto colédoco geralmente se unem A irrigação arterial do pâncreas pro-
para formar a ampola he- vém principalmente dos ramos da ar-
patopancreática (de Vater) curta e téria esplênica, que é muito tortuosa.
dilatada, que se abre na parte des- Várias artérias pancreáticas formam
cendente do duodeno, no cume da diversos arcos com ramos pancreá-
papila maior do duodeno.

ticos das artérias gastroduodenal e


mesentérica superior.

Em no mínimo 25% das pessoas, os


ductos se abrem no duodeno Até 10 ramos da artéria esplênica
separadamente.

irrigam o corpo e a cauda do


pâncreas.

O músculo esfíncter do ducto pan-


creático (ao redor da parte terminal As artérias pancreaticoduodenais
do ducto pancreático), o músculo es- superiores anterior e posterior, ramos
fíncter do ducto colédoco (ao redor da artéria gastroduodenal, e as
da extremidade do ducto colédoco) artérias pancreaticoduodenais
e o músculo esfíncter da ampola he- inferiores anterior e posterior, ramos
patopancreática (de Oddi), ao redor da AMS, formam arcos anteriores e
da ampola hepatopancreática, são posteriores que irrigam a cabeça do
esfíncteres de músculo liso que con- pâncreas.
APOSTILA

SISTEMA ENDÓCRINO

A drenagem venosa do pâncreas é dos nervos vago e esplâncnico


feita por meio das veias pancreáticas abdominopélvico que atravessam o
correspondentes, tributárias das par- diafragma.

tes esplênica e mesentérica superior


da veia porta; a maioria delas drena
para a veia esplênica.

As fibras parassimpáticas e
simpáticas chegam ao pâncreas ao
Os vasos linfáticos pancreáticos longo das artérias do plexo celíaco e
acompanham os vasos sanguíneos. do plexo mesentérico superior. Além
A maioria dos vasos termina nos das fibras simpáticas que seguem
linfonodos pancreaticoesplênicos, para os vasos sanguíneos, fibras
situados ao longo da artéria simpáticas e parassimpáticas são
esplênica.

distribuídas para as células aci-


nares e ilhotas pancreáticas.

Alguns vasos terminam nos


linfonodos pilóricos.

As fibras parassimpáticas são


secretomotoras, mas a secreção
Os vasos eferentes desses pancreática é mediada principal
linfonodos drenam para os mente por secretina e co-
linfonodos mesentéricos superiores lecistocinina, hormônios secretados
ou para os linfonodos celíacos pelas células epiteliais do duodeno e
através dos linfonodos hepáticos.

parte proximal da mucosa intestinal


sob o estímulo do conteúdo ácido do
Os nervos do pâncreas são derivados estômago.

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SISTEMA ENDÓCRINO
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SISTEMA ENDÓCRINO

O Pâncreas endócrino é - Células alfa: secretam glucagon e


representado pelas chamadas constituem cerca de 20% do volume
ilhotas Pancreáticas, ou ilhotas de total das ilhotas

Langerhans.

- Células beta: secretam insulina e


As ilhotas são conjuntos de tipos são o maior volume de células das
celulares localizados entre os ácinos ilhotas, correspondendo acerca de
pancreáticos,e o aspecto que se tem 70% desta região

é de uma ilha de células isoladas


pelos ácinos.

- Células delta: secretam


somatostatina

As células presentes nas ilhotas são


as células alfa, as células beta, as - Células F: secretam um hormônio
células delta e as células F (ou denominado polipeptídeo pancre
células PP).

ático.
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SISTEMA ENDÓCRINO

O controle da secreção de insulina e Depois que a glicose entrar nas


glucagon na corrente sanguínea se células ocorrerá aqueda de seus
dá através do feedbacknegativo dos níveis sanguíneos normalizando a
teores de glicose na corrente glicemia;

sanguínea, da seguinte forma:

Por outro lado, quando ocorrer a


hipoglicemia (baixos teores de
Quando ocorrer a hiperglicemia glicose no sangue) as células alfa
(altos teores de glicose no sangue) pancreáticas são estimuladas a
as células beta pancreáticas são secretar glucagon.

estimuladas a secretar insulina.

A ação do glucogon se dá nos


A insulina age como uma espécie de hepatócitos para que haja aumento
carreador de glicose para o interior na velocidade da glicogenólise e da
das células, aumentando a gliconeogênese, e desta forma
velocidade da difusão facilitada da ocorra maior liberação da glicose
glicose para o interior das células, e armazenada no fígado para a
desta forma as células gerarão corrente sanguínea aumentando
energia tendo como substrato a novamente a glicemia, até que os
glicose realizando glicogênese teores de glicose se normalizem.

(conversão de glicose em
glicogênio).

O glucagon é normalmente
secretado durante a atividade física,
onde ocorre maior demanda
Além da glicogênese, a insulina metabólica da glicose pelos tecidos
acelera a lipogênese (síntese de corpóreos, e a estimulação do
ácidos graxos) e retarda a sistema nervoso autônomo
glicogenólise (conversão de simpático sobre o Pâncreas
glicogênio em glicose) e a endócrino é um fator de secreção do
gliconeogênese.
glucagon durante a prática esportiva.
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Gônadas

O LH secretado pela hipófise


estimula as células de Leydig a
Gônada corresponde a um nome produzirem e secretarem
genérico para se referir às glândulas testosterona, um hormônio esteróide
sexuais produtoras de gametas, com efeitos anabólicos que estimula
tanto masculinas quanto femininas.

o desenvolvimento das carac


terísticas sexuais secundárias
As gônadas masculinas são os masculinas como o engrossamento
Testículos e as gônadas femininas da voz pelo desenvolvimento das
são os Ovários, e são órgãos mistos
pregas vocais e das cartilagens larín
por terem funções tanto endócrinas
quanto reprodutoras. Maiores geas, crescimento e desenvolvi
detalhes sobre a anatomia do mento de pelo e barba,
sistema reprodutor masculino e desenvolvimento de massa
feminino você encontra no próximo muscular, estímulo da síntese
capítulo, portanto aqui vamos nos protéica, aumento da massa óssea,
debruçar somente nos aspectos
dentre outras características.

relacionados à secreção hormonal


das gônadas.

Além destas funções anabólicas, a


Testículos: os Testículos compre testosterona tem importante papel
endem duas massas ovais de cerca na espermatogênese estimulando as
de 5 cm de comprimento por 3 cm de células de Sertoli e pouco antes do
diâmetro, pesando cerca de 10 a 15 nascimento este hormônio promove
g, e ficam alojados no escroto.
Histologicamente, a região dos a descida dos Testículos da
Testículos onde o homem produz a cavidade abdominal para o escroto,
testosterona, seu principal pois quando essa descida não ocorre
hormônioandrógeno, são as células há uma patologia chamada
intersticiais de Leydig. criptorquídia.

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Ovários: os Ovários são semelhantes femininas como o desenvolvimento


aos testículos, tanto em tamanho das mamas, a deposição de tecido
quanto em forma, e ficam adiposo em determinadas partes do
posicionados lateralmente ao útero, corpo que darão contorno ao corpo
nas extremidades das tubas uterinas feminino, tem pouco efeito anabólico
porém não tem contato físico com as sobre os músculos, ossos e o
tubas, existindo um pequeno espaço desempenho físico.

entre os Ovários e as fimbrias


dastubas uterinas.

Juntamente com o LH, FSH e


progesterona regulam o ciclo
Os Ovários ficam presos à cavidade
menstrual, mantém a gravidez e
pélvica através dos ligamentos largo
aumentam o volume das mamas
e suspensor do ovário, e a estrutura
durante este período; o LH e o FSH
que prende o ovário ao útero é o
ligamento útero-ovárico.

estimulam o corpo lúteo a produzir


progesterona, um hormônio
importantíssimo no controle do ciclo
Dentre os vários tipos celulares
menstrual e na manutenção da
presentes nos Ovários podemos
destacar os folículos ovarianos e o gravidez, caso o ovócito seja
corpo lúteo para determinar suas fecundado.

funções endócrinas.

O corpo lúteo também produz outro


O LH secretado pela hipófise hormônio chamado relaxina, que
estimulará os folículos ovarianos e o como o próprio nome já sugere é
corpo lúteo a produzirem responsável pelo relaxamento da
estrogênios, dos quais os mais musculatura uterina durante a
importantes são o beta estradiol, o gravidez, e em momentos que
estriol e as estronas.

antecedem o parto ele promove


maior elasticidade da sínfise púbica,
Estes hormônios promovem o aumentando a dilatação do anel
desenvolvimento e manutenção das pélvico para a passagem do bebê no
características sexuais secundárias caso de um parto normal.

APOSTILA

SISTEMA ENDÓCRINO
APOSTILA

SISTEMA ENDÓCRINO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [

GARTNER, et al. Tratado de Histologia em Cores. 3 ed.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2014.

MOORE, Keith L; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, Mark G. Embriologia clínica. 9. ed.


Rio de Janeiro, RJ: Elsevier. 2013.

NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana: 6. Ed. Philadelphia: Elsevier, 2014.


MARTINS, Mílton de Arruda, et al. (Ed.). Clínica médica, volume 1.

STANDRING, S. Grayʾs Anatomia. A base anatômica da prática clínica. 40a Ed.


Elsevier Edi- tora Ltda: Rio de Janeiro: 2010.

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RENAL
SISTEMA ENDÓCRINO

@TANAMÃORESUMOS

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SISTEMA ARTICULAR
RENAL

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DIÁFISE = é a haste longa do osso, neurais intrínsecos do hipotálamo),


constituída principalmente de tecido periódica (as pessoas não produzem
ósseo compacto, proporcionando a vida inteira; produzem ao formar o
considerável resistência ao osso eixo na embriogênese e depois só
longo.

retornam a produzir na puberdade) e


cíclica (apenas em mulheres).

EPÍFISE = s]ap as extremidades


alargadas de um osso longo. A De um modo geral, as gonadotrofinas
epífise de um osso o articula ou une promovem a secreção de testostero-
a um segundo osso, em uma na nos homens e a secreção de
articulação. Cada epífise consiste de estrógeno e progesterona nas
uma fina camada de osso compacto mulheres.

que reveste o osso esponjoso e


recobertas por cartilagem.

O FSH também aumenta a secreção


de um hormônio proteico chamado
METÁFISE = parte dilatada inibina em ambos os sexos. A inibina
exerce uma retroalimentação
negativa seletiva sobre a secreção de
FSH.

O FSH promove a gametogênese ao


estimular as células de Sertoli do
testículo e as células da granulosa
do ovário a produzirem substâncias
necessárias à produção de gametas.

O FSH também aumenta a secreção


de um hormônio proteico chamado
inibina em ambos os sexos. A inibina
exerce uma retroalimentação negati-
va seletiva sobre a secreção de FSH.
Já o LH é responsável pela hormogê-
nese ao estimular células da teca no
ovário e células de Leydig no
testículo a secretarem testosterona e
substâncias importantes na
reprodução.

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