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Curso: Técnico em Radiologia

Módulo I – Introdutório

Município:

PLANO DE ENSINO
PROFESSOR (A)

DISCIPLINA Biologia e Histologia

CARGA HORÁRIA 80 horas

SEMESTRE / ANO 2/2018

MÓDULO I

DATA 05/02/2018 à 05/07/2018

EMENTA

Célula – unidade funcional do corpo humano. Distinção entre célula eucarionte e


procariontes. Constituição química da célula (componentes orgânicos e componentes
inorgânicos). Estrutura da célula: membrana celular e seus componentes. Citoesqueleto e
movimentos celulares. Divisão celular: mitose e meiose. Tecidos celulares (epitelial,
conjuntivo, muscular e nervoso)
OBJETIVOS

GERAL
Capacitar o estudante a entender e interpretar os princípios históricos, técnicos e
humanos que orientam a prática de enfermagem, para que possa executar técnicas e ações,
com segurança, a fim de promover e recuperar a saúde, prevenindo problemas e
complicações. Compreender os aspectos e problemas relacionados à situação de
hospitalização e prevenção de situações de risco para o paciente e para sua pratica. Normas
de biossegurança em saúde.
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ESPECÍFICOS
• Identificar a célula como unidade funcional do corpo humano e suas respectivas
estruturas.
• Definir tecido, órgão, sistema e organismo.
• Distinguir célula eucarionte e procarionte.
• Identificar quais são os componentes químicos da célula: inorgânicos e orgânicos.
• Definir membrana celular e identificar seus componentes e suas respectivas funções
• Definir citoplasma e identificar seus componentes, os tipos de organelas e suas
respectivas funções.
• Definir Citoesqueleto, seus componentes e função.
• Relacionar citoesqueleto com o processo de movimentos celulares lista os passos da
divisão celular: Mitose e Meiose.
• Definir tecidos como um agrupamento de células diferentes e especializadas.
• Identificar as classificações dos tecidos e suas funções: tecidos epitelial, tecido
conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• Célula: unidade estrutural e funcional do ser vivo.
• Componentes e processos celulares relacionados: organização e evolução da célula;
superfície e célula; organização do material genético.
• O ciclo celular. - Tecido epiteliais, tecidos conjuntivos, sangue.
• Tecidos esqueléticos (cartilaginoso e ósseo). Tecidos nervoso.
• Sistemas circulatório, sistema respiratório, sistema endócrino, sistema sensibilidade
somática e visceral, órgão do sentido: olho e ouvido.
METODOLOGIA

As atividades serão desenvolvidas em 4 momentos, com os seguintes procedimentos:


• Exposição temática dos assuntos;
• Estudos dirigidos ao final das exposições temáticas, com o objetivo de fixação do
assunto abordado;
• Aulas em laboratório para treinamento prático;
• Estágio Curricular Supervisionado em Fundamentos de Enfermagem I.

AVALIAÇÃO

A avaliação do aluno será composta de:


• 2 provas teóricas no valor de 30 pontos cada;
• Prova Prática em Laboratório no valor de 10 pontos;
• Soma dos valores obtidos nos estudos dirigidos, com pontuação máxima igual a 10.
A média final será composta pela soma das pontuações obtidas dividida por 2.
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

• JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Histologia Básica. 10 ed. Rio de


Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.
• COMARCK, David H. Fundamentos da histologia. 2 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001. STEVENS. Histologia humana. 2 ed. Manole, 2001.
• KUHNEL, W. Citologia, histologia e anatomia microscopia. Porto Alegre:
Artmed, 2005. MOORE, K. L.;
• PERSAUD, T. V. N. Embriologia básica. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2005.MAYOR, Eliana Rodrigues Carlessi; MENDES, Edoilia Maria Teixeira;
OLIVEIRA, Katia Regina D. Manual de procedimentos e assistência de enfermagem. São
Paulo: Atheneu, 1999.

Geovane da Mota João


Coordenação de Pedagógica ETEC

Luiz Eduardo Novais


Diretor
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PARTE 1 – CITOLOGIA

1 INTRODUÇÃO Á CELULA

Os seres vivos são formados por células. Cada célula viva de um organismo
desempenha uma atividade “comunitária” profundamente integrada com as demais

células do indivíduo. Também desempenha uma atividade particular em que é


capaz de executar basicamente todas as funções vitais do organismo como um
todo. Assim, a célula é capaz de absorver do meio em que vive as substâncias de
que necessita, extrair dos alimentos a energia que garante seu funcionamento,
eliminar resíduos e reproduzir-se.

A célula é composta por três partes: membrana citoplasmática, citoplasma e


núcleo (Figura 1).

Figura 1

As células podem ser classificadas quanto á presença de carioteca (membrana


nuclear). As células procarioentes não contém carioteca, enquanto que as
eucariontes a contém (Figura 2).

Figura 2
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Os seres unicelulares são aqueles que possuem apenas uma única célula; já os
pluricelulares possuem várias células.

2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS CÉLULAS

A célula é composta de substâncias inorgânicas: (água, sais minerais, carbono e


oxigênio) e ( carboidratos, lipídios proteínas e ácidos nucléicos).

2.1 Substâncias inorgânicas

2.1.1 Água
Características:
- Tensão elástica: Na superfície, as moléculas de água se encontram
coesas, formando uma película.

- Solvente universal: Com a separação de íons e moléculas à água facilita a


ocorrência de reações químicas, devido ao aumento de choques entre as
partículas.

- Transporte de substâncias: Devido aos choques entre as moléculas e a


adesão às superfícies a água consegue penetrar em pequenos espaços,
proporcionando o fenômeno de capilaridade. Esse processo permite eficiente
distribuição de substâncias.

- Hidrólise: São reações em que a água participa como reagente quebrando


as moléculas menores, na presença de enzimas. Havendo o consumo de água.
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- Proteção térmica: A variação de temperatura na água é menor que em


outras substâncias, permitindo a proteção contra variações bruscas de
temperatura corporal. A água também é capaz de resfriar a temperatura do corpo
através da transpiração.

A variação de água nos seres vivos depende da idade e de uma espécie para
outra. No ser humano, a taxa de água quando criança é maior (80%) que quando
adulto (65%). Sendo que na água-viva seu corpo possui 95% de água.

A taxa de água pode variar também de acordo com a atividade celular,


diminuindo com o tempo. Como por exemplo, nos neurônios que apresentam 80%
de água e nas células adiposas em que a porcentagem de água é de 20%.

2.1.2 Sais Minerais

Os saís minerais são encontrados dissolvidos em água, sendo importante no


metabolismo do corpo. Dentre suas funções, destaca-se: regulação da quantidade
de água, através osmose, distribuição elétrica de cargas nas faces da membrana
plasmática,equilíbrio ácido-base regulando o pH para manter o meio intracelular,
funcionamento enzimático permite que alguma enzima torne-se ativa na presença
de íons como ferro, cobre magnésio ou zinco, sendo chamados cofator.

2.2 Substâncias Orgânicas

2.2.1 Carboidratos

Estruturas constituídas de carbono, hidrogênio e oxigênio, também chamados de


glucídios, glicídios ou açúcares. Podem ser divididos em três grupos:
monossacarídeos (ex. Ribose e desoxirribose), dissacarídeos (ex. sacarose,
lactose, maltose) e polissacarídeos (ex. celulose, quitina).
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2.2.2 Lipídios

Funcionam na construção dos seres e reserva de energia e são insolúveis em


água.
Podem ser divididos em lipídios simples (óleos e gorduras) e lipídios
compostos (esteroides, colesterol). Suas principais funções são: fornecimento de
energia e proteção, estruturação e constituição de vitaminas, hormônios e da
membrana plasmática das células.

2.2.3 Proteínas

São macromoléculas constituídas por aminoácidos. Possuem participação na


formação de muitas estruturas podendo exercer um papel plástico e energético.
Suas funções são de construção (reposição e crescimento celular ex. queratina),
regulação do metabolismo (enzimas que induzem as reações químicas) e defesa
por meio dos anticorpos.

2.2.4 Ácido Desoxirribonucléico (DNA)

A molécula de DNA é constituída por dois filamentos (cadeias de nucleotídeos)


enrolados, um ao redor do outro, na forma de uma hélice dupla. Uma das mais
importantes características do DNA é sua capacidade de autoduplicação (ou
replicação), de forma a originar cópias exatas de si mesmo.

Esse fato é fundamental para a vida, pois permite que, após uma divisão celular,
as células – filhas recebam as mesmas instruções biológicas contidas nas
moléculas de DNA da célula – mãe e, portanto, acham-se igualmente

“aparelhadas” para o desempenho de suas atividades metabólicas.


A autoduplicação do DNA explica a grande semelhança existente entre as várias
gerações de uma determinada espécie, uma vez que o equipamento genético –
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representando basicamente pelo conjunto de moléculas de DNA que um organismo


possui, mantém–se mais ou menos inalterado ao transferir de pai para o filho.

2.2.5 Ácido Ribonucléico (RNA)

Em vez dos dois filamentos de nucleotídeos observados no DNA, o RNA é


formado por apenas um. Além disso, a pentose no RNA é a ribose, e as bases
nitrogenadas são a adenina, a citosina, a guanina e a uracila. Portanto, na molécula
de RNA não está presente a timina. O DNA não age diretamente em todas as
reações celulares, uma vez que, é encontrado, sobretudo, no núcleo da célula, e
grande parte das reações celulares se processa no citoplasma. Logo, mediante a
síntese de RNA, o DNA transmite as informações para a síntese enzimática e
controla indiretamente as reações celulares.

Resumindo, o DNA produz RNA e o RNA comanda a fabricação de enzimas e


outras proteínas (tradução).

3 ESTRUTURA DA CÉLULA

3.1 Membrana Plasmática

A membrana plasmática é constituída de uma película muito fina, elástica e


lipoproteica e participa ativamente do metabolismo celular, pois atua

“selecionando” as substâncias que entram ou saem da célula, de acordo com suas


necessidades.

Em algumas células, a membrana plasmática apresenta determinadas


especializações, ligadas à função desempenhada pela célula:
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• Desmossomos: diferenciações da membrana muito freqüentes em células


epiteliais, com a função de promover maior adesão entre células vizinhas;

• Interdigitações: São dobras existentes nas membranas plasmáticas de


duas células epiteliais vizinhas e que se “encaixam” perfeitamente, com a função
de aumentar a adesão entre as células;

• Microvilosidades: evaginações da membrana, que ocorrem em certos


epitélios, como o intestinal, com a função de aumentar a superfície de contato
com os alimentos e garantir uma absorção eficiente

3.1.1 A Permeabilidade da Membrana Plasmática

A membrana plasmática exerce um grande controle sobre as substâncias que


devem entrar ou sair da célula. O fluxo de materiais através da membrana pode
envolver ou não dispêndio de energia. E, de acordo com esse critério, podemos
distinguir tipos fundamentais de transporte:

• Transporte passivo (sem consumo de energia/ fluxo do meio mais


concentrado para o menos concentrado): ex. difusão, osmose.

• Transporte ativo (consumo de energia/ meio menos concentrado para um


meio de maior concentração) ex. bomba de sódio e potássio.

• Transporte por endocitose: fagocitose e pinocitose.

3.2 Citoplasma

Localiza-se entre a membrana plasmática e o núcleo; é preenchido por um líquido


gelatinoso denominado hialoplasma. Imersas no hialoplasma encontram-se as
organelas celulares (Figura 3), que são estruturas citoplasmáticas especializadas
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na realização de determinadas funções (retículo endoplasmático, complexo de


Golgi, lisossomos, plastos, mitocôndrias, vacúolos, centríolos e peroxissomos).

Figura 3

3.2.1 Retículo Endoplasmático


Existem dois tipos básicos de retículo endoplasmático, de acordo com a presença
ou ausência de ribossomos no retículo: o rugoso (RER) e o liso (REL). O REL
facilita o intercâmbio de substâncias entre a célula e o meio externo, auxilia a
circulação intracelular, por permitir um maior deslocamento de partículas de uma
região para outra do citoplasma, além de produz lipídios. Já o RER está associado
à síntese de proteínas pelos seus ribossomos.

3.2.2 Complexo de Golgi

O complexo de Golgi é um sistema de membranas lisas que formam vesículas e


sáculos achatados, cujas funções são armazenamento de proteínas, organização
do acrossomo nos espermatozóides e síntese de glicoproteínas.
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3.2.3 Lisossomos

São vesículas compostas por enzimas que promovem a digestão das substâncias
englobadas pela célula pro meio da endocitose.

3.2.4 Mitocôndrias
As mitocôndrias são as organelas responsáveis pela respiração celular. É nessa
estrutura onde a matéria orgânica é “moída”, fornecendo para o metabolismo
celular a energia química acumulada em suas ligações.

3.2.5 Vacúolos
Os vacúolos são estruturas saculiformes encontradas em diversos tipos de
células. Em seu interior encontra-se o suco vacuolar, solução aquosa que pode
conter açúcares, óleos, sais, pigmentos e outras substâncias.

Além dos vacúolos de suco celular, podem ser encontrados outros tipos de
vacúolos nos seres vivos, como os vacúolos digestivos, relacionados com a
digestão intracelular, e os grandes vacúolos que armazenam gordura em nossas
células adiposas, sob a pele.

3.2.6 Centríolos
São organelas fibrilares cujo ao conjunto dá-se o nome de diplossomo e estão
relacionadas com a formação e coordenação do movimento dos cílios e flagelos.
Cílios e flagelos são estruturas móveis que aparecem em diversos tipos de células,
onde desempenham o papel movimentação celular.

3.2.7 Peroxissomos
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São pequenas organelas repletas de enzimas diversas.

3.3 Núcleo Celular


O núcleo é a organela portadora dos fatores hereditários, que controla as
atividades metabólicas. O núcleo interfásico (que não está em processo de divisão)
apresenta os seguintes componentes: carioteca, cariolinfa, cromatina e nucléolo.
Carioteca: envolve o conteúdo nuclear, é dotada de numerosos poros que
permitem a comunicação entre o material nuclear e o citoplasma.

Cariolinfa: é uma massa incolor constituída principalmente de água e proteínas,


que preenche o núcleo celular.

Cromatina: representa o material genético contido no núcleo. Quimicamente, as


cromatinas são proteínas conjugadas (nucleoproteínas), resultantes da associação
entre proteínas simples e moléculas de DNA. Durante a divisão celular, os
cromonemas espiralizam – se, isto é, ficam mais condensados, tornando-se mais
curtos e mais grossos. Podem então ser vistos individualmente e passam a ser
chamados de cromossomos.

Nucléolo: constituído basicamente de RNA ribossômico associado a proteínas. Na


síntese protéica, o nucléolo pode atuar como fonte de grânulos de
ribonucleoproteínas, que migram para o citoplasma, originando os ribossomos,
organelas que representam a sede da síntese de proteínas numa célula.

4 DIVISÃO CELULAR

4.1 Interfase
A interfase é o intervalo entre duas divisões celulares sucessivas, fase em que a
célula mantém intensa atividade metabólica, realizando praticamente todos os
processos de síntese necessários a seu desenvolvimento. Se desenvolve em 3
fases:

• Fase G1 (intervalo): antecede a duplicação do DNA; intensa produção de


RNA e proteínas;
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• Fase S (síntese): ocorre a duplicação do DNA;


• Fase G2: célula volta a produzir proteínas ativamente, o que determina seu
crescimento e determina o início do processo de divisão.

4.2. Mitose
A mitose permite a reprodução dos organismos unicelulares e é responsável pela
formação das inúmeras células que constituem o corpo dos organismos
pluricelulares, garantindo o crescimento do indivíduo, a renovação dos tecidos pela
substituição das células velhas por outras novas, e a regeneração de regiões
eventualmente lesadas.

Nela ocorre apenas uma duplicação de cromossomos, portanto, a célula mãe


passa todos seus cromossomos para as células filhas, que passam a ter o mesmo
conteúdo genético.

A mitose é dividida em quatro etapas (Figura 4):


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• Prófase: constitui o início da mitose, onde ocorre a desorganização e o


conseqüente desaparecimento da carioteca e do nucléolo, os centríolos são
duplicados e cada par inicia a migração para pólos opostos da célula. Ao redor
deles surgem fibras protéicas que constituem o áster. Entre os centríolos, que se
afastam, surgem as fibras protéicas do fuso mitótico ou fuso de divisão; os
cromossomos, já duplicados desde a interfase, passam por um processo contínuo
de condensação (espiralação), que começa a torná-los visíveis ao microscópio.
Cada cromossomo duplicado é então constituído por duas cromátides. As
cromátides de um mesmo cromossomo acham-se ligadas pelo centrômero e são
chamadas de cromátides – irmãs.

• Metáfase: os cromossomos atingem o estado máximo de condensação,


tornando-se bem visíveis e dispondo-se na placa equatorial da célula.

• Anáfase: após a separação das cromátides – irmãs, cada cromossomo filho


delas formado migra para um dos pólos da célula. devido ao encurtamento das
fibras do fuso que ligam os centríolos aos centrômeros.
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• Telófase: os cromossomos nos pólos celulares descondensam-se, enquanto


a carioteca reorganiza-se em torno de cada conjunto cromossômico. Dáse a
formação de dois novos núcleos, um em cada pólo da célula. Os nucléolos
também se reconstituem.

4.3 Meiose
Na meiose ocorre apenas uma duplicação cromossômica para cada duas divisões
nucleares, diferentemente da mitose. Assim, formam-se quatro células – filhas com
a metade do número de cromossomos presentes na célula – mãe; daí a meiose ser
considerada um processo reducional da divisão celular, ao contrário da mitose, que
é eqüitativa.

A redução do número de cromossômico para a metade confere à meiose uma


importância fundamental na manutenção do número constante de cromossomos da
espécie. De fato, na fecundação, células haplóides (gametas) fundem-se
originando outras, diplóides; e, através da meiose, células diplóides formam células
haplóides, constituindo um ciclo no qual a fecundação é compensada pela meiose.
Assim, imaginando uma situação de ausência do mecanismo meiótico, toda vez
que ocorresse uma nova fecundação, o número de cromossomos duplicaria, de
geração em geração, o que terminaria por inviabilizar biologicamente a espécie.

Como ocorrem duas divisões nucleares sucessivas a mitose ocorre em duas


fases:
meiose I (reducional) e meiose II (equitativa) (Figura 5).

Figura 5
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PARTE 2- HISTOLOGIA

1. INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA
A histologia é a ciência que estuda os tecidos do corpo humano, sua anatomia
microscópica e função tecidual. Existem 4 tipos básicos de tecido - epitelial,
conjuntivo, muscular e nervoso- que quando associados formam órgãos e
tecidos diferentes órgãos e tecidos

Um tecido é um conjunto de células que podem apresentar-se semelhantes ou


iguais, desempenhando funções parecidas, mas que devem ser todas da mesma
origem. Além de células com formatos e funções variadas, o tecido é comporto por
substâncias intercelular separando as células e líquido intersticial circulando
entre a células, oxigenando, nutrindo e fazendo excreção.

Os tecidos formam os órgãos, que por sua vez são formados por dois
componentes:
Parênquima: são as células responsáveis pela função típica do órgão, tecido
especifico funcional de uma glândula ou órgão.
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Estroma: Tecido de sustentação. Com exceção do cérebro e da medula espinhal,


o estroma é constituído por tecido conjuntivo. Em geral contém a vascularização e a
inervação do órgão.

Cada órgão é formado por vários tecidos (Figura 1). Figura 1

2 TECIDO EPITELIAL
O tecido epitelial tem função: de revestimento e proteção – reveste e protege os
órgãos internos de agentes externos; de absorção - como é o caso das mucosas;
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secretora - as glândulas são originárias do tecido epitelial; sensorial - com os


neuroepitélios (ex. retina).

Esse tecido é avascularizado, sendo nutrido pela lâmina basal. Se diferencia pela
justaposição de células, que pode ser explicada pela quantidade pequena de matriz
celular.

2.1 Tecido Epitelial de Revestimento


Reverte as superfícies corporais e o revestimento dos tubos e ductos que se
comunicam com a superfície. Também reveste as cavidades corporais (pleural,
pericárdica e peritoneal), além de formar o revestimento do coração, vasos
sanguíneos e linfáticos, trato digestivo e geniturinário.

Suas funções dependem do local em que ocorrem. A epiderme, por exemplo,


protege contra choques mecânicos e agentes patogênicos e contra a perda
excessiva de água. O epitélio que reveste o tubo digestório absorve alimento e
água. No sistema respiratório, ao nível dos alvéolos pulmonares, o epitélio
encarrega-se das trocas gasosas.

• Pele - tecido epitelial (epiderme) e por tecido conjuntivo (derme) que reveste
o corpo externamente.

• Mucosa - tecido epitelial e tecido conjuntivo que reveste internamente


cavidades como nariz, boca, estômago etc. O papel da mucosa é dar proteção.

• Serosa - tecido epitelial e tecido conjuntivo que reveste externamente o


coração (pericárdio), os pulmões (pleura) e o intestino (peritônio).

Quanto a forma celular, o tecido epitelial pode ser classificado como


pavimentoso, cúbico e cilíndrico. Já quanto ao número de camadas, ele é
classificado como simples, estratificado e pseudoestratificado (Figura 2).
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Figura 2

2.1.1 Epitélio estratificado pavimentoso

Um exemplo desse tipo de epitélio é a epiderme. A pele é dividida epiderme,


derme e hipoderme. A epiderme é formada por tecido epitelial estratificado
pavimentoso; é a primeira barreira protetora. As camadas mais externas são
mortas pelo acúmulo de queratina - uma proteína que reduz a perda de água. A
camada germinativa, localizada na base da epiderme, promove a reposição
contínua dessas células que morrem e destacam-se. Na epiderme encontram-se
terminações nervosas, por isso tem a função de receber estímulos do ambiente.
Outras estruturas, apesar de terem origem dérmica, ganham o exterior do corpo
atravessando a epiderme, como os pêlos, as glândulas sebáceas e as sudoríparas.
No tecido epidérmico encontramos também os melanócitos, células que produzem
melanina, pigmento que dá a cor à pele, aos pêlos e cabelos, além de filtrar os
raios UV.
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2.1.2 Epitélio simples pavimentoso


Um exemplo é o endotélio, que reveste os capilares, constituindo-se de uma
delgada camada celular. Tem pouca resistência por ser muito fino, porém, possui
alta capacidade de difusão de gases e outras substâncias.

2.1.3 Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ou prismático


Um exemplo é a traqueia que tem apenas uma camada celular. Porém, os núcleos
de suas células se encontram em alturas diferentes, dando a impressão de
estratificação (pseudoestratificado). Há células em formato de cálice secretoras de
muco espalhadas por este epitélio- caliciformes. O muco tem função de proteção

O epitélio que reveste a traquéia possue os cílios com função de “varrer” o muco
produzido pelas células caliciformes. Esse conjunto de cílios e muco, além da
própria barreira física do epitélio, tem a função de proteger as vias respiratórias.

2.1.4 Epitélio simples cilíndrico ou prismático


Pode-se encontrar esse epitélio no intestino. As membranas plasmáticas das
células deste tecido apresentam microvilosidades especializações que aumentam a
superfície de contato entre a célula e o meio externo, aumentando assim, a
capacidade de absorção de nutrientes.

2.1.5 Epitélio de transição


Na bexiga urinária está presente um epitélio que muda de forma conforme o grau
de distensão do órgão, por isso denominado epitélio de transição.

2.2 Tecido Epitelial Glandular


Formado por glândulas - um conjunto de células especializadas cuja função é a
produção e liberação de secreção.

Quanto ao local onde a secreção é lançada, as glândulas podem ser classificadas


como:

• Glândulas endócrinas: não possuem ductos e sua secreção –hormônios-


cai na corrente sanguínea, onde será distribuída para todo o corpo.
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Glândulas exócrinas: lançam suas secreções em cavidades ou superfícies
do corpo através de canais ou dutos. Glândulas salivares, glândulas mamárias,
glândulas sudoríparas, glândulas lacrimais.

• Glândulas mistas: São aquelas que possuem funções endócrinas e


exócrinas.

Ex: Pâncreas: Insulina >> sangue (função endócrina)


Suco pancreático >> intestino delgado (função exócrina)

3 TECIDO CONJUNTIVO
Esse tipo de tecido apresenta grande quantidade de substância intercelular.
Tratase, de um tecido com diversas especializações, pois possuem funções e
formas variadas. Também chamada de matriz, a substância intercelular ou
intersticial dos tecidos conjuntivos preenche os espaços entre as células e
apresenta-se constituída de duas porções: a substância amorfa e as fibras.

A primeira é constituída principalmente por água, polissacarídeos e proteínas. Às


vezes, como acontece no tecido ósseo, a substância intercelular é sólida, com uma
rigidez considerável; outras vezes, como o plasma sanguíneo, apresenta-se líquida.
A segunda é de natureza protéica e se distribue conforme o tipo de tecido.

Na substância intercelular destacam-se os seguintes tipos de fibras:


• Colágenas -- as fibras mais frequentes do tecido conjuntivo; formadas pelas
proteínas colágeno; de alta resistência à tração; têm coloração esbranquiçada; •
Elásticas -- fibras formadas pela proteína elastina; dotadas de elasticidade; têm
coloração amarelada;

• Reticulares -- as fibras mais finas do tecido conjuntivo; são constituídas por


uma proteína chamada reticulina, muito semelhante ao colágeno.

O tecido conjuntivo tem função de reserva de nutrientes (ex. tecido adiposo),


defesa do corpo (possue células fagocitárias e que produzem anticorpos),
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regeneração (alto poder de multiplicação) e transporte de nutrientes (vasos


sanguíneos e linfáticos).

3.1 Tecido conjuntivo propriamente dito Apresentam:

• Tecido conjuntivo frouxo – Apresenta abundância em substância


intercelular e amorfa, porém é relativamente pobre em fibras, que se encontram
frouxamente distribuídas. Nesse tecido estão presentes todas as células típicas
do tecido conjuntivo: os fibroblastos, muito ativos na síntese protéica, os
macrófagos, células com grande atividade fagocitária, os plasmócitos, que
produzem anticorpos e as células adiposas, que armazenam lipídeos. Dentre suas
funções, destacam-se preenchimento de espaços entre os órgãos viscerais;
suporte e nutrição dos epitélios; envolvimento de nervos e vasos sanguíneos e
linfáticos; cicatrização de tecidos lesados.

• Tecido conjuntivo denso -- É pobre em substância intercelular e amorfa,


porém relativamente rico em fibras, principalmente colágenas. A célula mais
frequente nesse tecido é o fibroblasto.

3.2 Tecido conjuntivo hematopoiético


Sua função é produzir as células típicas do sangue e da linfa. Existem duas
variações:
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• Mieloide: Encontra-se na medula óssea, presente no interior do canal medular
dos ossos esponjosos. Produz glóbulos vermelhos, certos tipos de glóbulos
brancos e plaquetas.

Linfoide: Encontra-se de forma isolada em estruturas como os linfonodos,


o baço, o timo e as amídalas; tem o papel de produzir certos tipos de glóbulos
brancos (monócitos e linfócitos)

3.3 Tecido conjuntivo adiposo


É rico em células que armazenam lipídios. Esse tecido, pode exercer função de
isolante térmico, promovendo a defesa do organismo contra perdas excessivas de
calor. Assim, compreende-se por que, de maneira geral, aves e mamíferos de clima
frio possuem uma rica camada gordurosa sob a pele, o que contribui para a sua
adaptação ao frio intenso. O depósito lipídico também pode servir para proteger
contra choques mecânicos, como por exemplo, a palma das mãos e a planta dos
pés.

3.4 Tecidos conjuntivos de transporte


Existem duas variedades de tecidos conjuntivos de transporte: o sanguíneo e o
linfático. Ambos promovem o transporte e a distribuição de substâncias dentro do
organismo, além de participar do mecanismo de defesa do corpo.

• Tecido conjuntivo sanguíneo: constituído por uma parte líquida denominada


plasma e pelos elementos figurados. O plasma é uma solução aquosa clara,
constituída de água (mais de 90%), sais, aminoácidos, glicoses, vitaminas,
hormônios, uréia, etc. Os elementos figurados do sangue compreendem os
glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas.

•Tecido conjuntivo linfático: formado a partir da filtração de excessos de líquido


intercelular extravasado dos capilares sanguíneos. As células mais abundantes do
tecido linfático são os linfócitos. É formado pela linfa, por um conjunto de vasos
linfáticos e pelos órgãos linfoides, tais como o baço, o timo e os linfonodos. Este
sistema tem o papel de auxiliar o sistema sanguíneo na remoção de impurezas, e
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contribuir para a defesa do organismo, através da produção de anticorpos e


linfócitos. Nos linfonodos, a linfa é filtrada através da ação de células que fagocitam
corpos estranhos ao organismo, como bactérias. Caso os microrganismos sejam
patogênicos, podem produzir manifestações inflamatórias nos linfonodos - ínguas.

Tecido conjuntivo cartilaginoso: É formado por células denominadas


condroblastos e condrócitos. Os condroblastos produzem grande quantidade de
fibras protéicas; quando sua atividade metabólica diminui, passam a ser
denominados condrócitos. O tecido cartilaginoso é desprovido de vasos
sanguíneos e de nervos; é nutrido pelo tecido conjuntivo denso que o envolve.
Essa bainha de tecido conjuntiva é denominada pericôndrio (do grego peri = em
torno).

3.5 Tecido conjuntivo ósseo


É o principal componente dos ossos; bem mais resistente que o cartilaginoso, pois
é constituído de uma matriz rígida (formada basicamente por fibras colágenas e
sais de cálcio), e composto por vários tipos de células - osteoblastos, osteócitos
e osteoclastos. Os osteoblastos são células ósseas jovens, existentes em regiões
onde o tecido ósseo encontra-se em processo de formação. Os osteoblastos
originam os osteócitos, células ósseas que armazenam cálcio. Os osteoclastos que
agem "modelando" a peça óssea.

4 TECIDO MUSCULAR
Constituído por células alongadas, altamente especializadas de capacidade
contrátil- fibras musculares. A capacidade de contração das fibras que
proporciona os movimentos dos membros, das vísceras e de outras estruturas do
organismo. Este sistema tem a capacidade de transformar energia química em
mecânica através da quebra enzimática do ATP – adenosina trifosfato. No corpo
dos vertebrados há três tipos de músculos, cuja classificação é baseada no aspecto
e localização de seus constituintes celulares: liso, esquelético e cardíaco (Figura
3)
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Tecido muscular liso: apresenta uma contração lenta e involuntária; células


uninucleadas; forma a musculatura dos órgãos internos, como a bexiga, estômago,
intestino e vasos sanguíneos.

• Tecido muscular estriado esquelético: apresenta uma contração rápida e


voluntária; células plurinucleadas com estrias transversais; liga-se aos ossos por
tendões e atua na movimentação do corpo.

• Tecido muscular estriado cardíaco: tem células anastomosadas, com 1 ou 2


núcleos; constitui o miocárdio; tem contração involuntária.

5 TECIDO NERVOSO
Esse tecido é encontrado nos órgãos do sistema nervoso como o cérebro e a
medula espinhal. A célula ou unidade estrutural e funcional do tecido nervoso é o
neurônio, célula muito especializada cujas propriedades de excitabilidade e
condução são as bases das funções do sistema nervoso. Os neurônios são
formados por corpo celular, conhecido como pericário do qual, partem
prolongamentos que captam e conduzem estímulos nervosos. Os prolongamentos
nervosos são separados em dendritos e axônios (Figura 4).
• Dendritos: função de condução dos impulsos captados de outras células até
o corpo celular; são numerosos, curtos e ramificados.

• Axônio: função de condução de impulsos do corpo neuronal a outras células,


é uma só prolongação longa de calibre uniforme em todo seu comprimento e se
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ramifica apenas na proximidade de sua terminação. Na sua porção terminal o


axônio forma um botão dilatado, onde ocorrem as sinapses.

Figura 4

Os nervos são constituídos por neurônios rodeados por tecidos conectivos. No


sistema nervoso periférico, estas bainhas envoltórias são forradas de células
chamadas células de Schwann, já no sistema nervoso central estas são formadas
por células denominadas oligodendrócitos.

Estes envoltórios constituem a bainha de mielina, invólucro principalmente


lipídico que atua como isolante e facilita a transmissão do impulso nervoso. A
bainha de mielina contém interrupções chamadas “nós de “Ranvier” por onde o
estímulo nervoso é conduzido até a porção terminal do axônio”. Ao saltar de "nó"
em "nó", a condução do impulso torna-se muito mais rápida do que se tivesse de
ser efetuada ao longo de todo o comprimento da fibra nervosa.
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