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Biologia e Geologia – 10ºAno – Prof.

Filipa Sousa – ESHN 1


Resumo –Célula. Constituintes químicos da matéria viva.

I. Níveis de organização celular

Teoria Celular, Schleiden & Schwann


 A célula é a unidade básica de estrutura e função de todos os seres vivos.
 Todos os seres vivos são constituídos por células.
 Todas as células provêm de células pré-existentes.
 A célula é a unidade de reprodução e desenvolvimento dos seres vivos.
 A célula é a unidade hereditária de todos os seres vivos.

Célula procariótica
Representadas pelas bactérias
Dimensões entre 1 e 10 μm
Estruturalmente mais simples do que as células eucarióticas
O material genético (ADN) encontra-se no citoplasma, forma o nucleóide, não se encontra
envolvido por um invólucro nuclear, por isso não possuem um verdadeiro núcleo
Parede celular não celulósica, externa à membrana celular (em alguns procariontes existe ainda
outra estrutura protectora, a cápsula)
Alguns procariontes possuem prolongamentos na superfície (cílios se são pequenos e em grande
número; flagelos, se são grandes e em pequeno número)
A fotossíntese ocorre em membranas fotossintéticas
A respiração celular ocorre no mesossoma

Célula eucariótica
Possuem um núcleo que contém o material genético
Apresentam maior complexidade estrutural – existem numerosos organelos no citoplasma,
rodeados por membranas que mantêm condições químicas específicas, que favorecem a execução
de funções específicas
Células eucarióticas vegetais: cloroplastos, parede celular celulósica, vacúolo de grandes dimensões,
ausência de centríolos e de lisossomas, divisão centrífuga do citoplasma
Células eucarióticas animais: ausência de cloroplastos e de parede celular, presença de centríolos e
lisossomas, vários vacúolos de pequenas dimensões, temporários, divisão centrípeta do citoplasma
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Organitos Funções Células Células eucarióticas
procarióticas Vegetais Animais
Membrana Regula as trocas entre a célula e o
plasmática meio; deteta alterações no MEC + + +
Parede celular Confere rigidez e proteção + + -
Não celulósica Celulósica
Retículo Síntese e circulação de substâncias - + +
endoplasmático
Ribossomas Síntese de proteínas + + +
Complexo de Acumulação e maturação de - + +
Golgi proteínas
Lisossomas Contêm enzimas que intervêm na - - +
digestão celular
Peroxissomas Contêm catalase que degrada a água - + +
oxigenada
Mitocôndrias Respiração celular - + +
Cloroplastos Fotossíntese - + -
Vacúolos Regulam o fluxo de água e iões entre - + +
a célula e o meio Grandes e em Pequenos e
pequeno temporários
número
Centríolos Formação do fuso acromático na
divisão celular; formação de cílios e - - +
flagelos
Orientação da posição e do
Microtúbulos/ movimento dos organelos no - + +
Citoesqueleto citoplasma
Estruturação da célula

II. Principais moléculas orgânicas

GLÍCIDOS
Os glícidos, também chamados de hidratos de carbono, são compostos de carbono, oxigénio e hidrogénio,
de forma geral CnH2nOn. Os monómeros ligam-se entre si estabelecendo ligações glicosídicas. De acordo
com o número de monómeros que constituem as moléculas, os glícidos classificam-se em:
a) Monossacarídeos - com um monómero. As suas moléculas são as unidades estruturais das
moléculas dos glícidos mais complexos. O número de átomos de carbono nas suas moléculas varia
de três a sete, servindo de base à sua classificação: trioses (açucares em C3); tetroses (açucares em
C4); pentoses (açucares em C5); hexoses (açucares em C6); heptoses (açucares em C7).
De todos estes monossacarídeos, os mais comuns nos seres vivos são as hexoses (glicose - C6H12O6) e as
pentoses (ribose – C5H10O5 e desoxirribose – C5H10O4).
b) Oligossacarídeos - polímeros de alguns monómeros. Exs.: dissacarídeos, como a maltose e a
sacarose (C12H22O12).
c) Polissacarídeos - polímeros com um elevado número de monómeros, como o amido, a celulose e o
glicogénio, de forma geral (C6H5O5)n, em que n pode ser um número muito elevado, 500 ou mais.
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PRÓTIDOS
Os prótidos são compostos de carbono, hidrogénio, oxigénio e azoto. As unidades estruturais (monómeros)
são os aminoácidos, moléculas com um grupo funcional carboxilo (COOH) e um grupo funcional amina
(NH2). Os monómeros ligam-se entre si estabelecendo ligações peptídicas.

Os prótidos classificam-se quanto ao número de monómeros que entram na sua constituição:


a) Oligopéptidos - cadeias de dois a sete monómeros;
b) Polipéptidos - cadeias de oito a noventa e nove monómeros;
c) Proteínas - cadeias de cem a dois mil e quinhentos monómeros.

ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS


Estrutura primária: sequência linear dos aminoácidos, ligados entre si por ligações peptídicas, entre o
grupo COOH e o grupo NH2 de aminoácidos adjacentes.
Estrutura secundária: cadeia polipeptídica organizada em forma de folha ou hélice – estrutura suportada
por pontes de H (ligações frágeis) entre aminoácidos
Estrutura terciária: cadeia polipeptídica dobrada sobre si mesma numa estrutura globular, estabelecendo-
se ligações entre pontos distantes da cadeia de aminoácidos
Estrutura quaternária: associação de várias cadeias polipeptídicas, estabelecendo relações entre si, num
complexo proteico (nesta estrutura podem existir elementos não proteicos)

FUNÇÕES BIOLÓGICAS DAS PROTEÍNAS


PROTÉINAS FUNÇÃO EXEMPLOS
Estruturais integram estruturas dos seres vivos, servindo de suporte e de colagénio
revestimento; estão presentes nos tecidos (membranas) queratina
Transportadoras transportam moléculas ou iões específicos, através do meio hemoglobina
interno ou das membranas celulares
Enzimáticas activam ou inibem reacções químicas e biológicas proteases; lipases
Reserva fornecem aminoácidos ao organismo albumina; caseína
Hormonais actuam nas células-alvo e controlam processos celulares insulina; adrenalina
Imunológicas dão imunidade ao destruir substâncias estranhas ao organismo anticorpos
Contrácteis permitem o movimento dos seres vivos, através da contracção actina; miosina

PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS


ALTERABILIDADE: A estrutura tridimensional pode ser modificada por alteração da sequência dos
aminoácidos, perdendo a sua funcionalidade.
ESPECIFICIDADE: Podem ser específicas de um ser, espécie ou grupo; são também específicas em relação à
função – na sua maioria não podem ser substituídas por outras.
TERMOLABILIDADE: São sensíveis às variações de temperatura (termolábeis) – as temperaturas elevadas
alteram a estrutura e levam à perda da actividade biológica (desnaturação irreversível); as baixas
temperaturas inactivam-nas reversivelmente – se a temperatura subir elas podem retomar a sua
actividade.
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LÍPIDOS
Os lípidos são compostos de carbono, hidrogénio e oxigénio, mas com menos oxigénio (relativamente ao
hidrogénio e ao carbono) do que os glícidos. Este grupo incluI um conjunto de compostos orgânicos muito
diversos, que fundamentalmente têm em comum a sua reduzida solubilidade na água e grande solubilidade
em solventes orgânicos, como o éter, o clorofórmio ou o benzeno. Embora haja várias classificações de
lípidos, iremos considerar a seguinte:

1. Derivados de um álcool (normalmente o glicerol) e ácidos gordos:


a) Glicéridos: resultam da reacção entre uma molécula de glicerol e uma, duas ou três moléculas de
ácidos gordos.
A reação entre o glicerol e os ácidos gordos para formação de um glicérido ocorre entre cada grupo
hidroxilo (-OH) do glicerol e o grupo carboxilo (-COOH) de um ácido gordo, formando-se uma ligação éster
e libertando-se uma molécula de água. Trata-se de uma reação de esterificação.

b) Fosfolípidos: nestes compostos apenas dois radicais -OH são esterificados por ácidos gordos, sendo
o outro radical -OH esterificado por uma molécula de ácido fosfórico. Esse fosfato liga-se
normalmente a uma base azotada ou a um álcool. Na molécula de um fosfolípido distinguem-se
duas zonas (cabeça e cauda), que têm propriedades físicas e químicas diferentes. A cabeça,
constituída pelo resíduo do ácido fosfórico e base azotada, é polar, o que lhe confere afinidade com
a água - é hidrofílica; a cauda, constituída pelas duas cadeias hidrocarbonadas dos ácidos gordos, é
apolar e portanto, hidrofóbica pois repele as moléculas de água. Estas moléculas têm pois, uma
parte hidrofóbica e uma parte hidrofílica, razão pela qual se designam anfipáticas.

Quando na presença de água, as moléculas dos fosfolípidos orientam-se em função da sua polaridade. As
cabeças hidrofílicas ficam em contacto com a água e as caudas hidrofóbicas orientam-se em sentido
contrário. Assim, os fosfolípidos podem formar monocamadas, bicamadas e micelas.
Os fosfolípidos encontram-se presentes em todas as biomembranas, onde desempenham importante
função estrutural.

c) Glicolípidos: são ésteres que resultam da associação de lípidos com glícidos. Têm estrutura idêntica
aos fosfolípidos, mas a cabeça polar é constituída por hidratos de carbono. Estes lípidos podem
localizar-se nas membranas celulares, nos cloroplastos e no tecido nervoso dos animais.

2. Não derivados de um álcool e ácidos gordos – Ex.: Esteróides e carotenóides, ceras, colesterol
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ÁCIDOS NUCLEICOS
Os ácidos nucleicos são polímeros constituídos por um elevado número de unidades básicas designada
nucleótidos. Cada nucleótido é constituído por uma base azotada, uma pentose e um grupo fosfato, ligados
entre si por ligações covalentes.

Para formação das longas cadeias polinucleotídicas, os nucleótidos unem-se entre si por ligações
fosfodiéster, que se formam entre o fosfato de um nucleótido e o carbono 3 do nucleótido seguinte. Há
dois tipos de ácidos nucleicos:
DNA ou ADN - ácido desoxirribonucleico
RNA ou ARN - ácido ribonucleico

Estes dois ácidos nucleicos devem o seu nome ao facto de, inicialmente, terem sido localizados no núcleo
da célula. O DNA é o suporte de toda a informação genética dos seres vivos. O RNA é responsável pela
síntese de proteínas, comandada a partir do núcleo pelo DNA; neste está codificada a sequência de
aminoácidos de proteínas específicas da cada célula ou ser vivo, que vão ser sintetizadas no citoplasma.
São, pois, as proteínas, codificadas no DNA, que determinam as características de cada espécie. O DNA e o
RNA ainda se distinguem pela sua composição química e estrutura.

Fosfato Pentose Bases azotadas Estrutura


DNA Ác. fosfórico Desoxirribose Adenina, Timina, Citosina e Guanina Dupla
RNA Ác. fosfórico Ribose Adenina, Uracilo, Citosina e Guanina Simples

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