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Biologia 10º

Características emergentes da organização biológica: as características da


vida:
Os seres vivos são compostos por matéria estruturada de uma forma
organizada. As características/ propriedades/ funções emergentes desses níveis
estruturados e organizados são as caraterísticas da vida.
Nas secções seguintes iremos centrar-nos no estudo de
algumas das principais características da vida, emergentes da organização
biológica.
1. A célula, unidade básica, estrutural e funcional da vida;
2. Transformação e utilização de energia pelos seres vivos;
3. Regulação nos seres vivos;
4. Crescimento e Reprodução nos seres vivos;
5. Evolução biológica.

1. Diversidade biológica

Diversidade de seres vivos nos ecossistemas

➔ Cadeia alimentar - Relação trófica entre os seres vivos de um ecossistema.


➔ Teia alimentar - Cadeias alimentares inter-relacionados.

Decompositores (heterotróficos por absorção, micro consumidor)

produtor → consumidor → consumidor → consumidor


(luz solar) (1ªordem) (2ªordem) (3ªordem)

1º nível trófico 2º nível trófico 3º nível trófico 4º nível trófico


autotrófico heterotrófico heterotrófico heterotrófico
por ingestão por ingestão por ingestão
| | |
herbívoro carnívoro carnívoro
|_____________|_____________|
macroconsumidores

Produtor:
➔ produz o seu próprio alimento através do foto ou quimiossíntese;
➔ transformam matéria mineral (inorgânica) em orgânica;
➔ base dos ecossistemas;
➔ ex: plantas, algas, bactérias…
Decompositores:
➔ heterotróficos por absorção;
➔ transformam a matéria orgânica em matéria mineral, que é devolvida aos solos e,
pode ser novamente utilizada pelas plantas - reciclagem da matéria;
➔ ex: fungos e bactérias.

Nível trófico: posição que cada ser vivo ocupa numa cadeia alimentar.

1.2 Organização biológica

átomo → molécula → organelo → célula → tecido → órgão → sistema de órgãos


→ organismo → população → comunidade → ecossistema
| | |
conj. de indiv. da conj.de indiv. de - seres vivos;
mesma espécie diferentes espécies - biótopo
- relação

1.3 A Célula, unidade básica, estrutural e funcional da vida

➔ unidade básica da vida: estrutural e funcional;


➔ todas as células provêm de células pré-existentes;
➔ unidade de reprodução, hereditariedade e desenvolvimento dos seres vivos.
(teoria celular)

Quanto ao nº de células:
➔ seres unicelulares
➔ seres pluricelulares e multicelulares

Seres unicelulares são autossuficientes e conseguem manter todas as suas


atividades, como locomoção e alimentação, sem precisar de outra célula, podem ser
ainda procariontes ou eucariontes.
Os organismos multicelulares, apresentam uma grande quantidade de
células, estas são mais complexas e atuam de maneira conjunta para garantir a
sobrevivência de um ser.

Tipo de célula Principais características

Células ➔ Células simples;


procarióticas ➔ Número reduzido de organelos;
➔ Não possuem núcleo individualizado, o material genético encontra-se
disperso no citoplasma – nucleoide.
➔ Ex: bactérias.
Células ➔ Células complexas; Células ➔ Não possuem parede
eucarióticas ➔ Elevado número de animal celular;
organelos; ➔ Vacúolos de pequenas
➔ Núcleo organizado e dimensões;
individualizado, separado do ➔ Não possuem plastos.
citoplasma por uma
membrana nuclear – nucléolo. Células ➔ Com parede celular;
➔ Ex: Fungos, Protistas, vegetais ➔ Vacúolos de grandes
Animais e Plantas. dimensões;
➔ Possuem cloroplastos.
Componentes Função Procariótica Eucariótica
celulares
Animal Vegetal

Membrana celular Controla a troca de — — —


substâncias.

Parede celular Parede rígida que confere — — —


proteção, estrutura e
suporte.

Núcleo Contém material genético. — — —

Nucleóide Contém a totalidade ou — — —


parte do material
genético.

Nucléolo Produção das — — —


subunidades dos
ribossomas.

Mitocôndrias Respiração aeróbia – — — —


produção de energia.

Cloroplastos Local onde ocorre a — — —


fotossíntese.

Vacúolos Reserva de gases, — — —


substâncias e água.

Citoplasma Contém os organelos e — — —


várias substâncias.

Hialoplasma Massa fluida no — — —


citoplasma.

Ribossomas Síntese de proteínas. — — —

Retículo Síntese e transporte de — — —


endoplasmático proteínas e lípidos.

Aparelho de Golgi Maturação de proteínas — — —


lípidos.

Lisossomas Contém enzimas, — — —


intervêm na digestão
intracelular.

Centríolos Constituídos por — — ——


microtúbulos. Intervêm na (não em todas)
divisão celular.
Citoesqueleto Rede de filamentos — — —
proteicos no citoplasma
que mantém a forma das
células.

Cílios Constituídos por — — —


microtúbulos. Função de
locomoção ou filtração.

Flagelos Constituídos por — — —


microtúbulos. Função de
locomoção.

— - presente — - não presente

Biomoléculas Características Funções

Água - Principal constituinte dos seres - Estrutural: meio onde


vivos; ocorrem todas as reações
- Molécula polar; celulares;
- Estabelece pontes de hidrogênio; - Transporte de substâncias
- Grande poder solvente; essenciais (plasma);
- Intervém em diversas reações - Excreção de resíduos: urina;
Inorgânicos químicas. - Regulação da temperatura
corporal.

Sais - Sob a forma salina: CaCO3; - Estrutural: ossos;


minerais PO4; - Reguladora: parte de
- Sob a forma de iões: Ca2+, Cl- , algumas enzimas.
Mg2+.

Prótidos - Composto quaternário – CHON. - Estrutural: queratina (cabelo,


- Unidade estrutural: aminoácido. - unhas e garras);
Ligação peptídica. - Enzimática: pepsina
- Hierarquia estrutural: (enzima);
aminoácido, péptidos*, proteínas. - Transporte: hemoglobina;
Orgânicos * dipéptido: 2 aa; oligopéptidos: 2 - Motora: músculos;
a 20 aa; polipéptidos: mais de 20 - Hormonal: insulina;
aa. - Imunológica: anticorpos.
- Podem apresentar vários níveis
de organização: estrutura
primária, secundária, ternária ou
quaternária.
Glícidos - Composto ternário: CHO. - Energética: amido na parede
- Ligação glicosídica. celular das plantas, glicogênio
- Unidade estrutural: nos animais;
monossacarídeos ou oses, podem - Estrutural: celulose nas
ser classificados quanto ao plantas; quitina exoesqueleto
número de carbonos: triose, dos insetos, escamas dos
pentose, hexose. peixes, carapaças de
- Hierarquia estrutural: caranguejos e camarões e
monossacarídeos, parede celular dos fungos.
oligossacarídeos (2 a 20 oses) e
polissacarídeos (mais de 20 oses).

Lípidos - Composto ternário: CHO. - Estrutural: fosfolipídios na


- Ligação éster. - Insolúveis em membrana celular
água; - Energética: triglicerídeos no
- Solúveis em solventes orgânicos sangue
como o benzeno, éter ou - Reguladora: testosterona
clorofórmio. (masculina) e progesterona
- Unidade estrutural: ácidos (feminina).
gordos e glicerol.
- Glicerídeos: ligação entre 1
glicerol com 1, 2 ou 3* ácidos
gordos; * monoglicerídeo,
diglicerídeo ou triglicerídeo.
- Fosfolipídios: moléculas
anfipáticas com uma zona polar:
hidrofílica e uma zona apolar:
hidrofóbica

Ácidos - Unidade estrutural: nucleótido, - Armazenamento da


nucleicos ligam-se por ligações fosfodiéster. informação genética;
- Um nucleótido possui: uma base - Transferência de
azotada, um grupo fosfato e uma informação.
pentose;
- Bases púricas de anel duplo:
Adenina (A) e Guanina (G).
- Bases pirimídicas de anel
simples: Uracilo (U), Citosina (C) e
Timina (T)
DNA RNA

➔ Ácido desoxirribonucleico. ➔ Ácido ribonucleico.

➔ Cadeia em dupla hélice. ➔ Cadeia simples.

➔ Pentose: desoxirribose. ➔ Pentose: ribose;

➔ Bases azotadas: A, T, G e C ➔ Bases azotadas: A, U, G e C

➔ As bases azotadas são


complementares: %A=%T e
%G=%C.

➔ Bases azotadas ligam-se por


pontes de hidrogênio: tripla entre
G e C e dupla entre A e T.

NOTA 1:

Reação de condensação/polimerização/síntese
➔ Ligação de dois ou mais monômeros para formar um
polímero, com libertação de uma molécula de água por
cada ligação

Reação de hidrólise/despolimerização
➔ Separação de um polímero nos seus monômeros,
com gasto de uma molécula de água por cada ligação
quebrada.

NOTA 2:

Monossacarídeos: Glicose, ribose, desoxirribose, galactose.


Dissacarídeos: Sacarose: glicose + frutose, Maltose: glicose + glicose; Lactose:
glicose + galactose.
Polissacarídeos: amido, celulose, glicogênio, quitina.

NOTA 3:

Holoproteínas ou proteínas simples: constituídas apenas por aminoácidos.


Heteroproteínas ou proteínas conjugadas: podem conter uma porção não
protéica – grupo prostético. Ex.:
Glicoproteínas
2. Membrana celular

As células vivas estabelecem constantemente um intercâmbio de substâncias


com o meio envolvente. Esse intercâmbio é feito através da membrana celular.
A membrana plasmática mantém a integridade da célula e assegura duas
funções complementares:
➔ barreira de separação entre o meio intracelular e extracelular;
➔ recebe os estímulos do meio - reconhecimento celular e molecular;
➔ permite a troca de substâncias - permeabilidade seletiva.

Como é constituída? → modelo do Mosaico Fluido

Modelo do Mosaico Fluido


➔ Modelo aceite para a ultraestrutura da membrana plasmática;
➔ Proposto por singer e Nicholson, em 1972;
➔ Segundo este modelo a membrana é constituída por uma bicamada
fosfolipídica.
|_
constituída por: 1. lípidos (fosfolípidos e colesterol);
2. proteínas ( extrínsecas ou periféricas e intrínsecas ou
integrais);
3. glicolipídeos e glicoproteínas.

Proteínas extrínsecas: as proteínas periféricas são aquelas que não penetram na


membrana plasmática, estando apenas conectadas a essa estrutura fracamente.

Proteínas integrais: As proteínas integrais são aquelas que penetram na bicamada


lipídica. Algumas atravessam completamente a membrana, as chamadas proteínas
transmembrana. A proteína transmembrana pode passar uma vez pela membrana
ou, então, atravessá-la várias vezes.

1. Lípidos
● Fosfolipídios - molécula anfipática
| |
região polar região apolar
| |
hidrofílica (com hidrofóbica ( sem
afinidade para a água afinidade para a água

● Colesterol (afetado pelo aumento da temperatura)


➔ surge na membrana das células animais entre os fosfolípidos;
➔ estabiliza a membrana - evita a agregação dos fosfolípidos;
➔ diminui a mobilidade da membrana - torna-a menos fluída.
2. Proteínas
● proteínas intrínsecas ou integrais:
➔ atravessam a bicamada fosfolipídica - transmembranais;
➔ fortemente ligadas à zona hidrofóbica (cauda dos
fosfolipídios);
➔ permitem o transporte através da membrana.

● proteínas extrínsecas ou periféricas:


➔ situadas no folheto externo ou no folheto interno da
membrana;
➔ fracamente ligadas à zona hidrofílica (cabeça dos
fosfolipídios).

3. Glicolipídeos e glicoproteínas
➔ situados no folheto externo da membrana;
➔ papel importante no reconhecimento de substâncias e sinais pela
célula, graças à sua porção glicosídica.

Porquê Mosaico Fluído?

“mosaico” - todos os componentes da membrana encaixam como peça de um


puzzle.

“fluido” - a membrana celular não é estética, possui movimentos.


➔ difusão lateral: proteínas e fosfolipídios;
➔ flip-flop: só fosfolipídios.
Movimentos transmembranares

Transporte não mediado:


➔ sem intervenção de proteínas transportadoras
_____________|____________
| |
osmose difusão simples
| |
água solutos
|_________________________|
transporte passivo
|
não requer gasto de energia (ATP)
|
ocorre a favor do gradiente de concentração

Transporte mediado:
➔ com intervenção de proteínas transportadoras
_____________|____________
| |
transporte ativo difusão facilitada
| |
solutos solutos
| |
transporte ativo transporte passivo
| |
gasta energia não requer gasto de energia (ATP)
| |
contra o gradiente de ocorre a favor do gradiente de
concentração concentração

● difusão simples e facilitada: anulam gradiente de concentração.


● transporte ativo: cria e mantém um gradiente de concentração.
Osmose
➔ movimento da água na membrana;
➔ ocorre devido a diferenças de concentração;

Meio hipertónico Meio isotónico Meio hipotônico

- a água sai da célula; - a água movimenta-se - a água entra na célula;


- osmótica do meio elevado; nos dois sentidos; osmótica da célula elevado;
- a célula fica plasmolisada. - célula fica túrgida.

Atenção:

As células animais e vegetais, quando em meio hipotônico “reagem” de forma


diferente:
➔ em células animais:
- entra água na célula;
- varia o volume da célula;
- pode ocorrer lise celular, pois não tem parede celular.

➔ em células vegetais:
- entra água na células;
- varia o volume do vacúolo e do citoplasma;
- não varia o volume das células, pois tem parede celular.

Difusão simples

➔ movimento de substâncias do meio hipertônico (+) para o


meio hipotônico;
➔ a favor do gradiente de concentração (+ → -);
➔ não há gasto de ATP - transporte passivo.

Difusão facilitada

➔ movimento de substâncias a favor do gradiente de


concentração;
➔ não há gasto de ATP - transporte passivo;
➔ intervêm proteínas transportadoras - permeases;
➔ a velocidade do transporte depende das permeases
livres.
Transporte ativo

➔ movimento de substâncias contra do gradiente de concentração;


➔ há gasto de ATP - transporte ativo;
➔ intervêm proteínas - ATPases;
➔ fundamental para manter o equilíbrio, o gradiente de
concentração entre os meios intra e extracelular.
ex: bomba de sódio (Na+) e potássio (K+)
- entra 2K+
- saem 3Na+

Endocitose e exocitose

Endocitose:
➔ transporte para o interior da célula, para macromoléculas, agregados de
partículas ou células;
➔ envolve a formação de uma vesícula endocítica;

fagocitose:
➔ emissão de pseudópodes (falsos pés);
➔ vesicula fagocitica;
➔ materiais de grandes dimensões.

pinocitose:
➔ invaginação da membrana;
➔ vesícula pinocítica;
➔ para fluidos e solutos em solução.

mediado por recetores:


➔ as macromoléculas ligam-se a recetores específicos da
membrana.

Exocitose: libertação para o meio extracelular de substâncias armazenadas em


vesículas.
3. Obtenção de matéria pelos seres heterotróficos

Digestão

➔ Envolve a atuação de enzimas;


➔ Dois tipos: intracelular e extracelular

intracelular:

- dentro das células;


- envolve o sistemas endomembranar:
● retículo;
● complexo de golgi;
● lisossomas.

extracelular:

- fora das células.


- dois tipos: intracorporal e extracorporal

extracorporal - fora do corpo.

intracorporal - dentro do corpo


- tubo digestivo incompleto (uma única abertura);
- tubo digestivo completo (com duas aberturas, boca e ânus).

nos seres heterotróficos:


➔ por ingestão: macroconsumidores
➔ por absorção: micro consumidores/decompositores

Digestão intracelular
➔ ocorre no interior das células, através de enzimas;
➔ ex: hidra, planária, amiba e paramécia.
|________|
protistas
Como se processa?

1. entrada do alimento por endocitose → vesícula endocítica;


2. no RER são produzidas proteínas, que foram armazenadas em vesículas,
deslocando-se até ao complexo de golgi;
3. no complexo de golgi, as proteínas produzidas no RER sofreu maturação,
adquirindo função enzimática;
4. as proteínas funcionais (enzimáticas) são transferidas para os lisossomas;
5. os lisossomas fundem-se com a vesícula endocítica, originando o vacúolo
digestivo;
6. o vacúolo digestivo é o local no interior da célula onde ocorre a digestão;
7. os resíduos celulares saem por exocitose.

Digestão extracelular e extracorporal


➔ ocorre fora das células e fora do corpo;
➔ ex. fungos

Como se processa?
1. os fungos lançam para o solo enzimas digestivas, através das hifas, que
degradam o alimento;
2. os fungos absorvem os ambientes;
|
heterotróficos por absorção

Nota: micélio → conjunto de hifas.

Digestão extracelular e intracorporal


➔ ocorre fora das células, dentro do corpo;
➔ ex: animais

Hidra Planária

➔ tubo digestivo ➔ tubo digestivo incompleto;


incompleto; ➔ 1º) digestão extracelular na cavidade
➔ 1º) digestão extracelular;
extracelular na cavidade ➔ 2º) digestão intracelular;
gastrovascular; ➔ possui cavidade gastrovascular + ramificada
➔ 2º) digestão intracelular. do que a hidra;
➔ a faringe capta o alimento.

Minhoca Homem

➔ tubo digestivo completo; ➔ tubo digestivo


➔ digestão extracelular → em órgãos especializados; completo;
➔ papo: armazenamento e humidificações do ➔ digestão
alimento; extracelular;
➔ moela: digestão mecânica - trituração dos
alimentos;
➔ tiflossole:prega intestinal, que aumenta a área do
intestino, logo aumenta a área de contacto, a
absorção é + eficiente.
Homem
- A absorção intestinal é favorecida pela existência de:
válvulas coniventes (pregas intestinais) possuem vilosidades intestinais que
possuem microvilosidades → aumentam a área de contacto do intestino e materiais
a absorção, logo a absorção é mais eficaz.

Vantagens da existência de um tubo digestivo completo:

➔ maior e mais eficaz aproveitamento dos alimentos graças ao movimento


unidirecional dos alimentos;
➔ digestão e absorção sequencial ao longo do tubo digestivo;
➔ maior capacidade de absorção, pois ocorre em diferentes órgãos: estômago
e intestino delgado;
➔ possibilidade de armazenamento de maior qualidade de alimento;
➔ maior taxa metabólica.

Heterofagia - digestão de substâncias captadas por endocitose (vacúolos


heterofágicos).

Autofagia - digestão dos próprios organelos celulares (vacúolos autofágicos)


- permite a autorrenovação da célula
- normalmente é um processo controlado

Homeostasia - constância entre o meio interno e o meio externo, como resultado de


alterações induzidas pelo meio externo.

Sistema nervoso

O sistema nervoso está organizado em dois


sistemas: sistema nervoso central
(unidade central de processamento), constituído pelo
encéfalo e pela medula espinal; e
sistema nervoso periférico (unidades de
transmissão do fluxo nervoso), constituído pelos
nervos cranianos e pelos nervos espinais.
A transmissão da informação é feita a partir de
sinapses elétricas (neurônios) e
químicas (neurotransmissores).

Neurônios - unidade básica do sistema nervoso.


Constituídos por:
➔ corpo celular → com o núcleo;
➔ dendrites;
➔ axônio;
➔ arborização terminal.
Na maioria dos vertebrados, o axônio encontra-se envolvido por células de
Schwann. Estas células são responsáveis pela formação de um invólucro lipídico – a
bainha de mielina, que atua como isolante elétrico facilitando a transmissão do impulso
nervoso, e protege o axônio. Entre uma célula de Schwann e outra existe uma região de
descontinuidade da bainha que origina um estrangulamento que se designa nódulo de
Ranvier.
● axônio + bainha de mielina - fibra nervosa
● conjunto de fibras nervosas - nervos

Transmissão do impulso nervoso

Sinapses - zonas de comunicação entre a arborização terminal de um neurónio e o


neurónio seguinte ou entre o neurónio e um órgão efetor (ex: músculo).
Podem ser:
➔ sinapses químicas
➔ sinapses elétricas

Sinapse química
➔ Como não existe contacto físico entre 2 neurónios, a transmissão do impulso
nervoso só é possível devido à intervenção de moléculas químicas - os
neurotransmissores.

➔ O neurónio pré-sináptico liberta (por exocitose, ex: libertação de acetilcolina


(neurotransmissor) que é responsável pela contração muscular (neurônio ->
músculo)) na fenda sináptica os neurotransmissores, que se ligam a receptores
específicos da membrana do neurônio pré-sináptico, desencadeando o impulso
nervoso.

Sinapse elétrica
➔ O interior da membrana tem carga elétrica negativa.
➔ O exterior da membrana tem carga elétrica positiva.
||
potencial da membrana

Neurônio em repouso
➔ Membrana impermeável ao sódio;
➔ Canais de sódio fechados;
➔ Membrana polarizada (entra 2K+, sai 3Na+);
➔ Potencial de repouso (-70 mv).

Na membrana do neurônio, existem canais que permitem a passagem de Na+ e K+


de forma passiva, que quando o neurônio está em repouso, estão fechados.
Neste estádio, a membrana tem os canais Na+ fechados, o que impede a sua
difusão para o meio intracelular, mas o K+, movimenta-se por difusão para o meio
extracelular, gerando-se um défice de carga positiva no interior do neurónio.
Neurônio estimulado

➔ Membrana permeável ao sódio;


➔ Canais de sódio abertos → Na+ entra por difusão para o meio intracelular;
➔ Despolarização da membrana;
➔ Potencial de ação (+35mv)
| A partir de determinado valor a membrana
repolarização volta a ser impermeável ao Na+ e aumenta
a permeabilidade ao K+

Limite de ação:
Determina a intensidade que permite a despolarização da membrana;
|
Uma vez iniciada a despolarização, não se altera com a variação da intensidade do
estímulo (lei do “tudo ou nada”).

Nos neurónios com bainha de mielina, a velocidade de propagação do impulso é


maior, pois a despolarização só ocorre nas zonas dos Nódulos de Ranvier.

4. Obtenção de matéria pelos seres autotróficos

Seres autotróficos - produzem matéria orgânica, recorrendo a diferentes fontes de energia.

fotoautotróficos:
➔ transformam matéria inorgânica ou mineral em matéria orgânica, através da
luz solar;
➔ fazem fotossíntese;
➔ algas, plantas e cianobactérias.

quimioautotróficos:
➔ produzem matéria orgânica, recorrendo à energia química resultante da
oxidação de compostos inorgânicos;
➔ fazem quimiossíntese;
➔ ex: bactérias

. Fotossíntese
Clorofila → pigmento fotossintético → nos tilacóides dos cloroplastos

Experiência de Engelmann:

➔ Verificou que bacterias aerobicas se concentravam nas zonas azul-violeta e


vermelho-alaranjado do espetro visível;
➔ Existe relação entre a taxa fotossintética e a radiação absorvida, dado que existe
maior produção de 02 nas zonas iluminadas pela luz absorvida.

A taxa fotossintética será maior nas zonas de maior absorção de radiação pelos pigmentos
fotossintéticos.
➔ Quando os pigmentos fotossintéticos absorvem luz, os seus eletrões ficam
excitados, libertando energia sob a forma de calor ou de luz (fluorescência).
➔ Os eletrões excitados podem ser cedidos a outras moléculas aceitadoras,
conduzindo a uma reação fotoquímica.

Redução: recebe eletrões


Oxidação: perde eletrões

Experiência de Van Niel:

Comparou as equações gerais da fotossíntese em bactérias sulfurosas e


em plantas:
CO2 + 2H2S → (CH2O) + H2O +2S (bactérias sulfurosas)
CO2 + 2H2O → (CH2O) + H2O + 2 O (plantas)

Esta experiência permitiu descobrir que o oxigénio libertado vem da fotólise da


molécula da água.

Pode admitir-se, então, que a fotossíntese compreende duas fases sucessivas:


➔ uma cujas reações dependem da luz - fase fotoquímica;
➔ uma não depende diretamente da luz química - fase química;

Fase fotoquímica - tilacóides

➔ Oxidação da clorofila, logo após a captação da luz, perde eletrões*;


➔ Formação de ATP fosforilação de ADP (ADP → ATP)
➔ Redução do NADP+ NADP+ → NADPH
➔ Oxidação da água fotólise de H2O, originando eletrões*, iões de H* e oxigénio;

Os eletrões libertados na oxidação da clorofila e os H+ libertados na fotólise da água


são utilizados na redução do NADP+. Os eletrões libertados na fotólise da água são usados
na redução da clorofila, para que esta seja reutilizada em processos futuros de fotossíntese.

Produtos utilizados na fase química: O2 ; ATP e NADPH+ H+;


Fase química - estoma dos cloroplastos

A fase de fixação de carbono, fase química, também designada por ciclo de Calvin,
permite a síntese de hidratos de carbono que serão usados pelo organismo como fonte de
matéria orgânica. O ciclo de Calvin usa os compostos energéticos formados nos tilacóides
durante as reações da fase fotoquímica (ATP e NADPH) para reduzir o CO2 e formar
açúcares.

➔ Fixação do CO2: CO2 junta-se à RuDP, formando uma molécula instável de 6


carbonos. Este composto desdobra-se em 3C.
➔ Produção de compostos orgânicos: parte do carbono é usado, juntamente com
ATP (desfosforilação) e NADPH (oxidação), para formar glicose.
➔ Regeneração da RuDP (ribose difosfato): as restantes moléculas de carbono são
usadas para formar novas moléculas de RuDP; Produtos finais: glicose; ADP e
NADP+.

Para se formar uma glicose → 6 ciclos de Calvin


Gastam-se: 6CO2, 12 ATP (3 por ciclo), 12 NAPH (2 por ciclo).
Produtos: ATP, NADP+, glicose.

Quimiossíntese

A quimiossíntese é um processo muito comum em organismos que habitam nos


fundos oceânicos, principalmente perto das fontes hidrotermais onde têm acesso a uma
elevada quantidade de compostos inorgânicos à base de enxofre. Estes microrganismos
constituem nestes ecossistemas a base das cadeias alimentares, dos quais dependem
muitos dos organismos aquáticos

Ocorrem 2 etapas:

1. Produção de ATP e redução de um transportador.


➔ oxidação de compostos inorgânicos (amoníaco, C02, H2O);
➔ formação de ATP;
➔ redução do NADP+ a NADPH + H +.

2. Produção de compostos orgânicos → ciclo de pentoses


➔ fixação do CO2;
➔ gasto de ATP
➔ oxidação do NADPH;
➔ formação de compostos orgânicos.

|_ Este processo de autotrofia está na base de ecossistemas associados a fontes


termais de riftes oceânicos, onde não chega luz.
5. Distribuição da matéria - vasos condutores

Transporte nas plantas

Plantas
_____________________________|_____________________
| |

Avasculares (briófitos (musgos)) Vasculares (pteridófitos,


| gimnospérmicos, angiospérmicos)
plantas + simples |
| plantas + evoluídas
Sem sistemas de transporte |
Com sistemas de transporte
|
Sistemas de vaso:
➔ Xilema;
➔ Floema.
Xilema (só possui 1 célula viva)

➔ ou tecido traqueano ou lenho;


➔ seiva bruta: H2O e sais minerais;
➔ Constituição:
1. Elementos condutores:
- Tilacóides Células mortas
- Elementos de vaso
2. Fibras lenhosas: suporte → células mortas
3. Parênquima lenhoso: Reserva
|_ células vivas
Floema (só possui 1 célula morta)

➔ ou tecido crivoso ou liber;


➔ seiva elaborada: H2O + compostos orgânicos;
➔ Constituição:
1. Tubos crivosos com placas crivosas (células vivas)
2. Células de companhia: células vivas
3. Fibras: células mortas
4. Parênquimas: células vivas

6. Absorção radicular

➔ Captação da água na raiz ocorre através dos pêlos radiculares, que aumentam a
superfície de contacto entre as células da raiz e o solo;
➔ Na raiz, as células são hipertônicas, logo a entrada de iões do solo para a raiz faz
por transporte ativo, com gasto de energia;
➔ O TA de iões nas células da raiz até ao xilema cria um gradiente osmótico que
obriga a água a passar por osmose até ao xilema.
7. Transporte no xilema

➔ Movimento ascendente da seiva bruta (transporte passivo) da raiz até à parte


superior da planta.
➔ Explicado por 2 hipóteses.

1. Hipótese da Pressão Radicular

- O movimento ascendente da seiva bruta ocorre graças à pressão exercida no xilema


ao nível da raiz; (pressão radicular);
- A entrada de iões na raiz, por TA, aumente a concentração do meio intracelular, o
que provoca a entrada de H2O nas células da raiz;
- A acumulação de H2O no xilema da raiz força a água a subir ao xilema;
- Gutação e exsudação comprovam esta teoria;
- Problema: não explica o movimento de H2O em plantas de grande porte, pois os
valores de pressão criada pela entrada de H2O não são suficientes.

2. Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão

- O transporte ao longo do xilema é desencadeado pela transpiração ao nível dos


estomas, das folhas;
1º A perda de H2O por transpiração gera uma tensão nas folhas
2º Aumenta a pressão osmótica no mesofilo foliar, o que obriga a H2O a
movimentar-se no xilema, da raiz às folhas
3º Ocorre a ascensão de uma coluna contínua de H2O, graça às
propriedades de coesão - união de moléculas de água por pontes de hidrogénio e
às forças de adesão - ligação das moléculas de H2O ás paredes do xilema
4º A ascensão de H2O cria em défice de H2O na raiz o que favorece a
entrada de H2O do solo até ao xilema da raiz.

● Este sistema só é eficaz quando a coluna de H2O é contínua,a formação de


bolhas de ar pode interromper tal como o arrefecimento intenso da água.

Comprometem a circulação de seiva bruta no xilema:


- Excessiva transpiração
- Falta de H2O no solo
- Perfuração dos vasos xilémicos (parasita).
8. Transporte no floema

➔ Movimento da seiva elaborada das folhas (local de produção de glicose para os


órgãos de consumo e/ ou reserva;

1. Hipótese do Fluxo de Massa


1º A glicose produzida na fotossíntese, é convertida em sacarose (glicose +
glicose)
2º A sacarose entra por TA para as células do floema;
3º As células do floema (tubo crivado) ficam hipertónicas, aumentando a
pressão osmótica;
4º A H2O sai do xilema e entra, por osmose, para o floema;
5º A entrada de H2O no floema, aumenta a P de turgescência, que obriga
ao movimento da seiva elaborada para os locais de menor P de
turgescência;
6º A sacarose sai do floema por TA para os órgãos de reserva e por difusão
para os órgãos de consumo.

● O sentido do fluxo é determinado pelas diferenças de sacarose, que


pode ser num sentido ascendente ou descendente.

O transporte no floema está bastante relacionado


com a existência de células vivas

- Cortes na casca, contendo floema, provoca


interrupção do transporte do floema;( acumulação
da seiva elaborada na zona anterior ao corte). A
planta sobrevive até esgotar as reservas da raiz.
- A utilização de afídeos ou pulgões, que se
alimentavam de seiva floémica, permitiam
estabelecer a composição química da seiva
elaborada açúcares, a-a, iões minerais,
nucleotídos, lípidos e fito-hormonas.
- O uso de substâncias radioativas, como
marcadores, permitiu conhecer o fluxo bidirecional
da seiva floémica e a variação da velocidade de
translocação ao longo do ano e do dia.
Fatores que afetam a absorção de H2O na raiz
- O encharcamento dos solos
Compromete o transporte no xilema e no floema, pois não permite a entrada
de O2 na planta, logo não produz o ATP, através da respiração aeróbia, logo a
entrada de iões na raiz, por TA e a passagem de sacarose para o floema, por TA
ficam comprometidos.

- Concentrações salinas muito elevadas


Dificultam a absorção porque diminuem o gradiente osmótico entre o solo e
as células da raiz.

- Baixas temperaturas
Podem levar à congelação do solo, ficando a água no estado sólido, não
ocorrendo absorção.

- Temperaturas elevadas
Favorecem a absorção radicular, visto que a taxa de transpiração é maior.
8. Transporte nos animais

animais → seres heterotróficos → necessitam de sistemas de transporte, engloba:


fluidos circulantes, vasos sanguíneos e órgão propulsor.

Sistema circulatório
➔ aberto
➔ fechado

Aberto
- o sangue não circula dentro dos vasos sanguíneos;
- ex.: Insetos, moluscos;
- possui vários corações em posição dorsal;
- hemolinfa: líquido dentro de vasos mistura-se com líquido intersticial;
- hemocélio: lacunas.
- o ar entra pelos espiráculos, traqueias, traquíolas, células.

Fechado
- o sangue circula dentro dos vasos sanguíneos.
- Pode ser:
● simples
● dupla: completa ou incompleta

Sistema circulatório fechado

Ex.: minhoca - 5 corações laterais - vasos laterais.

Nos vertebrados: (PARAM)

peixes anfíbios répteis aves\mamíferos

- c. simples - c. dupla - c. dupla - c. dupla


- 1 aurícula - c. incompleta - c. incompleta - c. completa
- 1 ventrículo - 2 aurículas - 2 aurículas - 2 aurículas
| - 1 ventrículo - 1 ventrículo - 2 ventrículos
no coração só circula - sem septo - com septo - com septo
sangue venoso interventricular interventricular interventricular
incompleto completo
Anfibios e repteis
- há mistura de sangue venoso com sangue arterial → menor
oxigenação do sangue → menor taxa metabólica

Aves\mamíferos
- sangue venoso e sangue arterial não se misturam → maior
oxigenação do sangue → maior disponibilidade de O2 às células →
maior taxa metabólica

c. simples → menor velocidade do sangue;


c. dupla → maior velocidade do sangue.

Circulação dupla e completa

- como neste tipo de circulação o sangue tem 2 circuitos, existem 2 tipos de


circulação:
1. circulação sistémica ou grande circulação;
2. circulação pulmonar ou pequena circulação.

sangue venoso (CO2)


sangue arterial (O2)

circulação sistêmica - ventrículo esquerdo → artéria aorta →


organismo → veias cavas → artéria direita

circulação pulmonar - ventrículo pulmonar → pulmões → veias


pulmonares → artéria esquerda

Ciclo cardíaco

sístole auricular:
- aurículas contraem;
- válvulas auriculoventriculares abertas;
- válvulas semilunares fechadas.

sístole ventricular:
- ventrículos contraem;
- válvulas auriculoventriculares fechadas;
- válvulas semilunares abertas.

diástole geral:
- cavidades relaxadas;
- válvulas auriculoventriculares abertas
- válvulas semilunares fechadas.

Notas: hidra, plenária, esponjas, medusas e lombrigas são seres vivos simples, os
nutrientes passam por difusão direta, não precisam de sistema circulatório de transporte.
Fluidos circulantes

➔ hemolinfa

➔ sangue:
- hemácias;
- leucócitos;
- plaquetas;
- plasma.

➔ linfa:
- leucócitos;
- plasma

9. Transformação e utilização de energia pelos seres vivos

Metabolismo celular → conjunto de reação no interior das células.


➔ anabolismo:
- consumo de ATP;
- síntese de moléculas complexas, a partir de moléculas simples.

➔ catabolismo:
- síntese de ATP;
- degradação de moléculas complexas em moléculas mais simples.
- fermentação → sem O2 → aceitador final de elétrons e uma molécula
orgânica (piruvato)
- respiração → com O2:
● aeróbia - aceitador final de elétrons da molécula inorgânica (O2)
● anaeróbia - aceitador final de elétrons são moléculas inorgânicas
(NO3, CO2)

Seres vivos
➔ anaeróbios obrigatórios - vivem só sem O2
➔ anaeróbios facultativos - vivem com ou sem O2

Fermentação

➔ glicólise
➔ redução do ácido pirúvico

sem O2, ocorre no citoplasma


realizada por seres vivos anaeróbios obrigatórios ou facultativos;

Reações catabólicas
Ausência de O2 (Anaerobiose)
• Fermentação alcoólica
• Fermentação lática
Glicólise

A glicólise quebra a glicose em duas


moléculas de ácido pirúvico, ao longo de uma
sequência em que decorrem reações exoenergéticas,
que libertam energia que é mobilizada para a síntese
de 4 moléculas de ATP.
Verificam-se reações de oxidação-redução,
nas quais a glicose é oxidada e o NAD + é reduzido a
NADH.

Fermentação láctica

Na fermentação lática, o ácido pirúvico é reduzido pelo NADH formando-se o


ácido lático.
O ácido lático diminui o pH do meio, o que provoca a coagulação das proteínas do leite.

Nas células musculares humanas, durante um exercício físico intenso, pode realizar-se
fermentação lática, além da respiração aeróbia. A quantidade de oxigênio que as células
musculares recebem para a respiração aeróbia é insuficiente para a liberação da energia
necessária para a atividade muscular intensa. Nessas condições, ao mesmo tempo em que
as células musculares continuam respirando, elas começam a fermentar uma parte da
glicose, na tentativa de liberar energia extra.

Fermentação alcoólica

Fermentação alcoólica é o processo de transformação de açúcares


fermentescíveis (glicose, frutose) em etanol e dióxido de carbono (CO2). Essa
transformação pode ser realizada biologicamente por diferentes microrganismos,
principalmente na ausência de oxigênio. Basicamente, uma molécula de açúcar, como, por
exemplo, a glicose, é convertida em duas moléculas de etanol e duas moléculas de dióxido
de carbono por meio de múltiplas reações enzimáticas. O homem utiliza os dois produtos
dessa fermentação: o álcool etílico empregado há milênios na fabricação de bebidas
alcoólicas (vinhos, cervejas, cachaças etc.), e o gás carbônico importante na fabricação do
pão, um dos mais tradicionais alimentos da humanidade. Mais recentemente tem-se
utilizado esses fungos para a produção industrial de álcool combustível.
respiração aeróbia

Tipo de respiração que se processa na presença de oxigénio (O2): citoplasma e


mitocôndrias, e em que compostos orgânicos, geralmente hidratos de carbono, são
oxidados completamente, originando compostos inorgânicos muito simples, dióxido de
carbono (CO2) e água (H2O), com libertação de energia química (adenosina trifosfato -
ATP). O rendimento energético desta via catabólica é muito elevado.
A respiração aeróbia inclui quatro etapas fundamentais: a glicólise, a formação da
acetil-coenzima A, o ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa.
A equação geral que resume a respiração aeróbia é:
C6H12O6 + 6O2 = 6CO2 + H2O + energia (36 ou 38 ATP)

1) glicólise:
- no citoplasma
- igual à fermentação
- formam-se 4 ATP, gastam-se 2 ATP
- formação de 2 NADH2 (redução)
- formação de 2 piruvatos

2) formação de acetil coenzima A:


- na presença de O2, o piruvato passa para a matriz mitocondrial
- oxidação e descarboxilação dos piruvatos
- redução de 2 NAD+ a 2 NADH2
- forma-se o grupo acetil que se junta com a CoA: acetil CoA

3) ciclo de krebs:
- ocorre na matriz mitocondrial
- 2 acetil CoA (2C) + 2 ácidos oxoceticos (4C) = 2 ácidos cítricos (6C)
- 4 descarboxilação → 4 CO2
- redução de 6 NAD+ a 6 NADH
- redução de 2 FAD a 2 FADH2 → isto para dois ciclos → 1 glicose
- formam-se 2 ATP
1 ciclo:
- 2 CO2
- 3 NADH2
- 1 FADH2
- 1 ATP

4) cadeia transportadora de elétrons:


- ocorre nas cristas mitocondriais
- oxidação de NADH e FADH2
- os e- percorrem uma série de proteínas até chegarem ao aceitador final de
eletrões - o oxigênio
- formação de 34 ATP ou 32 ATP

saldo energético: 2 ATP + 2 ATP + 34 ATP = 38 ATP


2 ATP + 2 ATP + 32 ATP = 36 ATP
Nota:
- a respiração é mais notável energeticamente (36/38 ATP) do que a fermentação (2
ATP);
- na fermentação ocorre degradação/ oxidação incompleta da glicose;
- na respiração a degradação da glicose é completa, formando H2O e CO2 (pobres
em energia)
10. Trocas gasosas nos animais

- ocorre em superfícies respiratórias;


- todos os animais possuem superfícies respiratórias mas nem todos possuem
sistema respiratório;
- as trocas gasosas efetuam-se por difusão: direta ou indireta

Direta - os gases trocam-se diretamente entre as células e o meio, ex.: insetos.


Indireta - as trocas gasosas ocorrem entre o meio, fluido circulante e as células, ex.:
vertebrados.

Características das superfícies respiratórias:


➔ finas
➔ húmidas
➔ muito vascularizadas
➔ grande superfície

Hematose → onde ocorre a difusão de gases


|_ traqueal
|_ cutânea
|_ branquial
|_ pulmonar

Hematose traqueal

- difusão direta
- superfície respiratória: traqueias
- as traqueias ramificam-se em traquíolas que contactam diretamente com as células
- ex.: insetos

Hematose cutânea

- difusão indireta
- superfície respiratória: pele ou tegumento
- ex.: minhoca, anfíbios e alguns peixes

Hematose branquial

- difusão indireta
- superfície respiratória: brônquios (ou guelras)
- ex.: peixes
- mecanismo de contracorrente: o sangue flui no sentido contrário ao da água, o
que permite aumentar a eficácia da hematose. à medida que o sangue flui, nos
capilares, vai ficando cada vez + rico em O2, pois contacta a H2O sucessivamente
mais rica em 02.
Hematose pulmonar

- difusão indireta
- superfície respiratória: pulmões
- ex.: anfíbios (c/hematose cutânea), répteis, aves e mamíferos (pulmões +
desenvolvidos)

Aves → parabrônquios → 2 ciclos ventilatórios


- animais com metabolismo muito elevado
- necessitam de muito O2, para produzir ATP na respiração aeróbia
- possuem sacos aéreos (em todo o corpo) que armazenam ar
armazenam ar → corpo + leve → + perda de calor durante o voo

Mamíferos → alvéolos pulmonares


- 1 ciclo ventilatório: inspiração e expiração

11. Trocas gasosas nas plantas

3 processos:
➔ 1. transpiração: perda de H2O pelas folhas
➔ 2. fotossíntese: entrada de CO2 e saída de O2
➔ 3. respiração aeróbia: entrada de O2 e saída de CO2

Estomas
- estruturas que controlam as trocas
gasosas com o meio
- localizados nas folhas

abertura do estoma → entrada de H2O nas


células estomáticas → células túrgidas.

fecho do estoma → saída de H20 das células


estomáticas → células plasmolisadas.

Fatores que influenciam abertura/fecho dos estomas:

- concentração de iões K+
entra iões k+ → cél. hipertónicas → entra H2O → cél. túrgida
saem iões k+ → cél. hipotônicas → sai H20 → cél plasmolisadas
- luz
- temperatura
- H2O no solo
- CO2
- humidade
Temperatura do ar - quanto maior a temperatura do ar, mais rápida é a evaporação da
água nas células-guarda, pelo que mais rápida é a entrada novamente para estas células, o
que provoca a sua turgescência e, consequentemente, a abertura dos estomas,
aumentando a sua taxa de transpiração.

Quantidade de água disponível no solo - quanto maior o valor da água existente no solo,
maior será a sua absorção, logo mais rápido o seu transporte ao longo do xilema, e por isso
mais será a transpiração. Se a quantidade de água no solo for reduzida, a sua absorção
também será reduzida, pelo que não será transportada água até às folhas, o que provocará
o fecho dos estomas, pois as células-guarda ficam hipertônicas. Caso a planta transpire
mais do que absorve, a planta murcha.

Humidade do ar - quanto menor for a humidade do ar, maior será a transpiração, pois
mantém-se um gradiente de concentração entre o ar atmosférico e a folha. A água passa
continuamente para as células-guarda, que ficam túrgidas, provocando a abertura do
estoma.

Vento - o vento, fraco e moderado, arrasta as partículas de água resultantes da


transpiração, baixando a humidade junto das células-guarda, mantendo deste modo um
gradiente de concentração entre as folhas e a atmosfera. A água sai novamente das
células, é novamente arrastada pelo vento, aumentando a transpiração da planta. Se o
vento é muito forte, pelo contrário, a transpiração diminui, pois ocorre o fecho dos estomas
devido a uma excessiva perda de água.

Concentração de dióxido de carbono - quanto maior o teor de dióxido de carbono menos


a planta transpira, pois ocorre a formação de ácido carbónico que vai inativar a fosforilase
através do seu pH ácido. Acumula-se amido que faz as células-guarda entrarem em
hipotonia, o que lhe provoca a saída de água e assim a sua plasmólise, fechando o estoma.

Luz - se existir luz ocorre fotossíntese, que vai consumir dióxido de carbono, pelo que a sua
concentração nas células-guarda baixa, não se formando ácido carbônico, o que permite a
ativação da enzima fosforilase, que ao transformar o amido em glicose vai aumentar a
concentração do meio. Entra água para estas células provocando-lhes a
turgescência,abrindo o estoma e, deste modo, aumentando a taxa de transpiração.

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