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Biologia

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Índice

Título Página

Biologia
Aula 01 – Citologia 207
Aula 02 – Seres Unicelulares, Pluricelulares e Acelulares 211
Aula 03 – Divisão Celular 212
Aula 04 – Estrutura do DNA e Estrutura do RNA 215
Aula 05 – 1ª Lei de Genética ou 1ª Lei de Mendel 218
Aula 06 – 2ª Lei de Genética ou 2ª Lei de Mendel 223
Aula 07 – 3ª Lei de Genética ou Lei Morgan 225
Aula 08 – Teorias Evolucionistas – Hipóteses de Lamarck e Darwin 228
Aula 09 – Ecologia – Cadeia Alimentar – Teia Alimentar 230
Aula 10 – Ecologia – Níveis Tróficos e Ciclos Biogeoquímicos 235
Aula 11 – Relações entre os Seres Vivos 245
Aula 12 – Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e AIDS (ou SIDA) 246
Aula 13 – A Diversidade dos Seres Vivos 248
Aula 14 – Reino Metaphyta (Reino Vegetal) 251
Aula 15 – Organização dos Seres Vivos 267
Aula 16 – Reprodução dos Seres Vivos 269
Aula 17 – Anatomia – Fisiologia Humana e Histologia 271
Aula 18 - Glândulas 280
Aula 19 – Reprodução Humana 285

206 7.1 - BIOLOGIA


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Aula 01 – Citologia

SUMÁRIO
Conceito
Corte de uma célula
Estudo da célula
Componentes celulares
1 - Membrana plasmática ou Membrana Celular
a) Fagocitose
b) Rinocitose
2 - Citoplasma
3 - Retículo Endoplasmático
4 - Complexo de Golgi
5 - Lisossomos
6 - Centríolos
7 - Vacúolos e inclusões
8 - Mitocôndrias
9 - Plastos
10 - Núcleo

Citologia é a parte da Biologia que estuda as células.


Conceito: o conceito atual da célula é:
Célula é a menor unidade (parte ou estrutura) organizada que forma os organismos, isto é,
forma o corpo dos seres vivos.

CORTE DE UMA CÉLULA

ESTUDO DA CÉLULA
Fig. 1 - Ultra – estrutura de uma célula animal típica.
Observar o grande número de mitocôndrias, as membranas
do retículo endoplasmático, as cisternas do Complexo de
Golgi, os ribossomos que produzem proteínas, o centríolo
que participa da divisão celular, o lisossomo que efetua a
digestão intracelular, as especializações da plasmalema e os
demais componentes celulares. Notar o aspecto
tridimensional da célula.

7.1 - BIOLOGIA
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Introdução
Os seres vivos são constituídos por unidades vivas fundamentais denominadas células. Portanto
podemos definir célula como a unidade morfológica de todo e qualquer ser vivo. Os vírus formam
exceção à regra. A maioria das células são vistas com o auxílio do microscópio. As células são
constituídas basicamente por três componentes: membrana, citoplasma e núcleo.

Citoplasmática ou plasmática
Matriz citoplasmática ou hialoplasma
Membrana
Retículo Agranular ou liso, granular
Endoplasmático ou ergastoplasma

Ribossomos
Célula Complexo de Golgi
Orgânulos Lisossomos
Centríolo
Citoplasma Vacúolo
Mitocôndria

Plastos leucoplastos
cromoplastos

Cariolinfa ou nucleoplasma
Núcleo Cromossomos
Nucléolo

COMPONENTES CELULARES

1 - Membrana plasmática ou membrana celular


É uma película fina e elástica. É um envoltório que contém e protege o citoplasma, além de
controlar a entrada e saída de substâncias da célula. A propriedade de selecionar as substâncias é
chamada de permeabilidade seletiva. A sua composição química é lipoprotéica. No modelo de Danielli
(1954) a membrana é constituída por 2 camadas de proteína que envolvem 1 camada dupla de lipídio.
No mesmo modelo encontramos ainda poros. Há dois processos de permeabilidade : transporte passivo
sem gastos de energia e transporte ativo com gasto de energia. O transporte ativo ocorre quando a
passagem da substância se dá contra alguma força.
Endocitose é a ingestão de partículas pela célula e pode ser de dois tipos:
a) Fagocitose
É o processo de ingestão de partículas sólidas através da emissão de pseudópodes (ou
pseudópodos = falsos pés).
b) Pinocitose
É o processo de ingestão de partículas líquidas por invaginações da membrana.
Clasmocitose é o processo de egestão de partículas pela célula (expulsão de partículas). As
células podem apresentar outras membranas, mais externas à membrana plasmática. A célula vegetal
possui sempre uma parede celular rígida formada por celulose. Nos animais podemos encontrar células
com membranas externas formadas por quitina.
A membrana pode apresentar diferenciações especiais relacionadas com a função da célula.
Células da parede intestinal apresentam microvilosidades, que aumentam a superfície de absorção.
Células epiteliais podem apresentar dobras da membrana denominadas desmossomos. Os
desmossomos tem a função de aumentar a aderência entre células vizinhas.
2 - Citoplasma
É o espaço entre a membrana plasmática e o núcleo da célula.

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3 - Retículo Endoplasmático
É um sistema de membranas distribuídas pelo citoplasma. As membranas são lipoprotéicas e
constituem tubos, vesículas e cisternas. O retículo está relacionado com a membrana plasmática e com
a carioteca. Há dois tipos de retículo: agranular e granular. O granular é denominado Ergastoplasma, e
é constituído pela associação do retículo com os ribossomos. O retículo agranular tem as funções de
aumentar a superfície intracelular, e também de armazenamento e segregação de substâncias. No
ergastoplasma ocorre a síntese protéica. Ribossomos são pequenas partículas, presentes em todas as
células vivas, ricas em RNA. São encontrados agrupados em conjuntos de 5 a 40 ribossomos,
denominados polírribossomos. Sobre os polírribossomos ocorre a síntese protéica.

4 - Complexo de Golgi
É um conjunto de sacos achatados e empilhados no citoplasma. Ao conjunto de 4 a 5 sáculos
dá-se o nome de dictiossomo. Sua constituição química é lipoprotéica. Sua função principal é
armazenamento e secreção de substâncias. As substâncias secretadas podem ser enzimas, hormônios,
lipídios, etc...

5 - Lisossomos
São pequenas vesículas cujo interior contém enzimas digestivas, formadas provavelmente do
Complexo de Golgi. Estão presentes na maioria das células vegetais. Sua função está relacionada com
os processos de digestão intracelular. Tem um papel importante nos glóbulos brancos, que são os
responsáveis pela defesa do organismo. Os lisossomos que se formam a partir do complexo de Golgi
são os primários. O lisossomo primário funde-se ao pinossomo ou ao fagossomo (bolsa contendo a
partícula alimentar) e forma o lisossomo secundário ou vacúolo digestivo. O lisossomo secundário, após
a digestão é denominado corpo residual, pois passa a conter resíduos, eliminados por Clasmocitose
(egestão de partículas).

6 - Centríolos
Cada centríolo é constituído por dois cilindros perpendiculares entre si. Cada cilindro possui
nove conjuntos de 3 túbulos, dispostos em círculo. Dentre os seus constituintes químicos encontramos
o DNA, que permite a autoduplicação. São encontrados nos animais e nos vegetais inferiores. Os
centríolos estão relacionados com os processos de divisão celular (em torno deles forma-se o aparelho
mitótico) e movimentação celular (formam os cílios e flagelos).
Os cílios e flagelos se diferenciam pelo número, tamanho e tipo de movimento.

7 - Vacúolos e inclusões
Vacúolos são bolsas dentro do citoplasma. Surgem de vesículas do retículo ou se formam pela
fagocitose e pinocitose. Após a fagocitose encontramos vacúolos digestivos nas células animais.
Vacúolos contráteis são encontrados em protozoários, para eliminar o excesso de água que
neles penetra. Nas células vegetais, há um grande vacúolo central. Sua função é de armazenamento de
reservas e a osmorregulação.
As inclusões são estruturas não vivas, em forma de cristais, encontradas no citoplasma.

8 - Mitocôndrias
Encontramos nas células com respiração aeróbica (que se utilizam do oxigênio para respirar).
São formadas por duas membranas lipoprotéicas. A externa é contínua e lisa e a interna emite várias
expansões para o interior da mitocôndria. Essas expansões são denominadas cristas mitocondriais e a
parte amorfa (sem forma) entre elas constitui a matriz mitocondrial. As mitocôndrias apresentam forma
esférica ou em bastonete. Elas tem capacidade de autoduplicação por possuírem na sua constituição
DNA. Nas mitocôndrias ocorre a respiração celular.

7.1 - BIOLOGIA
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9 - Plastos
São orgânulos encontrados apenas nos vegetais. Podem ser: leucoplastos (incolores) e
cromoplastos (coloridos). Os leucoplastos têm função de armazenar e formar grãos de amido. O
cromoplasto mais importante é o cloroplasto pois contém a clorofila. Os cloroplastos são responsáveis
pela fotossíntese. Eles apresentam forma oval e internamente um sistema de membranas (lamelas)
mergulhado em um material, o estroma. As lamelas formam pilhas de vesículas achatadas chamadas
grana. Cada disco da pilha denomina-se granum. A substância fundamental para a realização da
fotossíntese é a clorofila. A clorofila é um pigmento fotossensível (sensível à luz). Absorve intensamente
a radiação vermelha e a azul. Refletem radiação verde, vindo daí a sua cor. Existem dois tipos
fundamentais de clorofilas: a clorofila a e a b. Esses dois tipos diferem entre si por absorverem
comprimentos de onda luminosa diferentes.
A principal fonte energética para os seres vivos constitui-se na energia solar.
A fotossíntese é um mecanismo especial para transformação de energia luminosa em energia
química. Por este mecanismo os vegetais clorofilados produzem matéria orgânica (glicose) a partir de
matéria inorgânica (CO e HO). A equação simplificada da fotossíntese é:

CO + 6HO CHO + 6O

10 - Núcleo
É uma estrutura geralmente esférica que fica mergulhada no citoplasma. O núcleo está
envolvido por uma membrana, denominada carioteca que o separa do citoplasma. Dentro do núcleo
existem um ou mais nucléolos, uma parte líquida, que é a cariolinfa e os cromossomos. A carioteca é
uma membrana lipoprotéica. Apresenta em sua extensão poros denominados “anulli”. Pelos anulli
passam substâncias do núcleo para o citoplasma e vice-versa. Os nucléolos são estruturas mais densas
e ricas em RNA. Os cromossomos são fios muito finos e longos constituídos por DNA, RNA e proteínas.
Os fios estão esticados (não condensados) quando a célula não está se dividindo (interfase). Na
interfase certas regiões dos cromossomos encontram-se sempre condensadas. Essas regiões são
chamadas de heterocromatina e a parte não condensada de eucromatina. Durante a divisão celular o
cromossomo se condensa, tornando-se mais espesso. A região denominada eucromatina se condensa
muito mais do que região denominada heterocromatina. A heterocromatina vai então corresponder a
regiões mais estreitas, as constricções. Todo cromossomo possui centrômero. O centrômero localiza-se
numa constricção denominada primária.
Essa estrutura é importante para a divisão celular. De acordo com a posição do centrômero os
cromossomos são classificados em:
a) Metacêntrico
Quando o centrômero se localiza na região média do cromossomo.
b) Submetacêntrico
Quando o centrômero se encontra um pouco deslocado da região mediana.
c) Aerocêntrico
Quando o centrômero está quase na extremidade do cromossomo.
d) Telecêntrico
Quando o centrômero for terminal.

PARA VOCÊ ENTENDER MELHOR ESTA AULA

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1 – lípidios são gorduras = reservas de enegia
2 – propídios são proteínas = construtoras da célula
3 – glicoses são açúcares = fontes de energia → os carboidratos dão origem às glicoses
4 – lipoproteínas são substâncias formadas de gorduras e proteínas
5 – a verdadeira respiração ocorre na célula, na mitocôndria
6 – as células ingerem partículas e ejetam resíduos.
7 – pseudópode ou pseudópodo significa {falso (pseudo) – pé (pode ou podo)}
8 – a respiração celular pode ser de dois tipos:
- respiração anaeróbica, onde não há presença de oxigênio;
- respiração aeróbica, onde há presença de oxigênio.
A respiração aeróbica também é conhecida como fermentação e é realizada por bactérias e fungos.
São exemplos de fermentação a fabricação de:
- vinho
- iorgute
- vinagre
- pão
- cerveja
A respiração aeróbica acontece em 3 fases:
1 – Glicólise – quando há a quebra da glicose
2 – Ciclo de Krebs – acontece dentro da mitocôndria onde a quebra da glicose forma moléculas de gás
carbônico que são liberadas
3 – Cadeia respiratória – também dentro da mitocôndria quando os hidrogênios da quebra da glicose se
unem com os oxigênios formando a água
A respiração pode ser representada da seguinte maneira:

Glicose + Oxigênio → gás carbônico + Água + Energia

C6 H12 O6 + 6O2 6CO2 6 H2O + 38 ATP

ATP = trisfosfato de Adenosina, que é a energia que necessitamos para VIVER !

Aula 02 – Seres Unicelulares, Pluricelulares e Acelulares

SUMÁRIO
Seres unicelulares
Seres pluricelulares
Seres acelulares
 virus

Como você já estudou, as células são as menores estruturas organizadas que formam um
organismo.
Atualmente, com o avanço das pesquisas celulares, descobriu-se que cada ser vivo é formado
por um número diferente de células. Sendo assim, os seres vivos podem ser divididos em: Unicelulares
e Pluricelulares.
SERES UNICELULARES
São formados por apenas uma célula. Exemplo: bactérias, protozoários e alguns fungos.
SERES PLURICELULARES
São formados por mais de uma célula. Exemplo:alguns fungos seres do reino vegetal e seres do
reino animal.

7.1 - BIOLOGIA
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SERES ACELULARES
Os vírus não possuem célula.
Estes "organismos" não estão inseridos em nenhum dos grandes reinos dos seres vivos, daí a
necessidade de serem estudados à parte. Suas principais características são:
1. não possuem estruturas celulares (membrana plasmática, citoplasma, etc.).
2. são formados basicamente por uma cápsula protéica denominada capsômero ou capsídio que
contém em seu interior um só tipo de ácido nucléico. Alguns vírus mais complexos podem apresentar
também lipídios e glicídios presos à cápsula. A informação genética de um vírus é seu ácido nucléico,
que pode ser DNA ou RNA, nunca ambos. Todos os vírus de uma mesma família apresentam o mesmo
tipo de ácido nucléico. Chamamos de retrovírus os vírus que possuem RNA como material genético.

Aula 03 – Divisão Celular

SUMÁRIO
Conceito
Cromossomo
Cromátides
Cromátides irmãs
Gene dominante
Gene recessivo
Divisão celular
Mitose (fases)
Meiose (fases)
Gametogênese
Espermatogênese
Ácidos nucléicos (DNA/ RNA)

Antes de começarmos a estudar a divisão celular vamos aprender um conceito importantíssimo:


O cromossomo é uma estrutura formada de cromatina espiralizada.
Os filamentos de cromatina quando se espiralizam enrolando-se sobre si mesmos, condensam-
se formando os cromossomos.
Cromatina é uma estrutura formada pela molécula de DNA associada à proteínas denominadas
histonas.
DNA é a sigla de ácido desoxirribonucleico.
O DNA fica dentro do núcleo da célula e é responsável pelas características físicas de todo o ser
vivo. Herdamos nosso DNA (e portanto nossas características) de nossos pais, avós, bisavós, tataravôs
e ancestrais mais distantes.

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CROMOSSOMOS
Conceitos
Cromossomos é a cromatina espiralizada, pronto para ser duplicado na divisão celular.
No cromossomo duplicado, cada um dos filamentos é denominado CROMÁTIDE. Quando duas
cromátides estiverem ligadas pelo mesmo centrômero são chamados de CROMÁTIDES – IRMÃS.
Ao longo dos cromossomos estão os genes. Os genes são regiões do DNA que se constituem
nas informações hereditárias dos seres vivos. São eles que controlam o funcionamento celular
determinando as características do indivíduo. A região do cromossomo onde se encontra o gene é
chamada de “lócus gênico”. Nas células, normalmente, os cromossomos estão dispostos aos pares. Os
cromossomos pareados são iguais em forma e tamanho e são chamados de homólogos. Eles
apresentam a mesma seqüência do “lócus gênico”. As células que possuem pares de cromossomos
homólogos são denominadas DIPLÓIDES (2n). Quando uma célula possui apenas um cromossomo de
cada par é denominada HAPLÓIDE (n). Genes que ocupam o mesmo “lócus gênico” em cromossomos
homólogos que determinam a mesma característica são chamados de GENES ALELOS.
GENE DOMINANTE é aquele que basta estar em dose simples para manifestar a característica
por ele determinada.
GENE RECESSIVO é aquele que precisa estar em dose dupla para manifestar a característica
por ele determinada.
Quando os genes alelos forem idênticos, o indivíduo é HOMOZIGOTO para este par de alelos. Se os
genes alelos forem diferentes ele será HETEROZIGOTO para esse par.

DIVISÃO CELULAR
Há dois tipos de divisão celular: Mitose e Meiose.
Mitose: na mitose uma célula diplóide (2n) dá origem à duas células também diplóides e geneticamente
iguais à célula-mãe. A mitose constitui-se na forma de reprodução mais comum entre os organismos
unicelulares. Nos organismos pluricelulares a mitose promove o crescimento e a reposição de células
perdidas.
 Atenção:
 Organismo celular: formado por uma única célula. Exemplo: ameba e bactéria;
 Organismo pluricelular: formado por muitas células. Exemplo: árvores, peixes e humanos.
O período que antecede a mitose é a interfase.
1 - Interfase:
os cromossomos se duplicam
2 – Mitose – suas fases em relação aos cromossomos:
a) Prófase (Pró=antes)
espiralização dos cromossomos.
b) Metáfase (meta=depois)
cromossomos no máximo da espiralização. Os cromossomos estão duplicados.
C) Anáfase (ana=separação)
migração dos cromossomos irmãos para os pólos da célula.
d) Telófase (telo=final)
desespiralização dos cromossomos (descondesação).
Ocorre a formação de duas células diplóides (2n).
2 – Meiose I – Na meiose uma célula diplóide (2n) dá origem a 4 células haplóides (n). A meiose é
observada nos órgãos de reprodução. Antes da mitose ocorre a interfase.
Fases da meiose em relação aos cromossomos
a) Prófase I:
- Leptóteno (leptos=fino, delgado)
cromossomos iniciam a condensação, tornando-se visíveis.
- Zigóteno (zigou=emparelhamento)
pareamento de cromossomos homólogos (sinapse)
- Paquíteno (pachys=espesso, grosso)
“crossing-over” (recombinação gênica): fenômeno durante a qual as cromátides homólogas, porém não
irmãs, se entrelaçam, sofrem quebras e ocorre troca de genes, aumentando a variabilidade de genética
das espécies.

7.1 - BIOLOGIA
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- Diplóteno (diplos=duplos)
formam-se os quiasmas.
separação dos cromossomos homólogos.
- Diacinese (dia=através / cinese=movimento)
nucléolos começam a desaparecer.
terminalização dos quiasmas.
desaparecimento da carioteca.
Separação dos cromossomos já com segmentos trocados.
b) Metáfase I :
- Cromossomos migram para o equador da célula e atingem condensão máxima.
c) Anáfase I ;
- cromossomos migram para os polos da célula.
d) Telófase I :
- descondensação dos cromossomos, surgem dois núcleos e ocorre a citose que é a divisão do
citoplasma, cada um com seu núcleo.
- formação de duas células n. Antes da Meiose II ocorre um período curto de movimento
inbtercinese.
Meiose II
a.1 Prófase II :
- condensação dos cromossomos.
- formação do fuso aeromático.
b.2 Metáfase II :
- cromossomos na linha equatorial da célula.
- União dos cromossomos às fibras do fuso.
b.3 Anáfase II :
- divisão dos centrômeros com separação de cromátides-irmãs.
b.4 Telófase II :
- descondensação dos cromossomos.
- Formação de 2 células n.
 Atenção: Você, ao estudar a divisão celular, deve ter notado que:
 a mitose é uma divisão simples que dá origem a 2 células iguais;
 a meiose é uma divisão dupla que dá origem a 4 células iguais.
Logo:
a) na mitose o número de cromossomos da célula continua o mesmo;
b) na meiose o número de cromossomos se reduz a metade.
É muito importante você entender os processos de divisão celular porque, por exemplo, no caso
dos seres humanos a mitose dá origem às células dos órgãos e a meiose dá origem às células
sexuais ou gametas.

A célula sexual da mãe + a célula sexual do pai = filho !

DIFERENÇAS ENTRE A DIVISÃO CELULAR ANIMAL E VEGETAL


ANIMAL
A divisão é dita Astral (com formação do áster) e cêntrica (com centríolo). A divisão do
citoplasma (citocinese) é centrípeta, pois ocorre por estrangulamento da célula.

VEGETAL
A divisão é dita anastral (sem formação do áster) e acêntrica (sem centríolos) nos vegetais
superiores. A divisão do citoplasma (citoconese) é centrífuga, pois ocorre por deposição da pectina do
centro para a periferia da célula.
 Atenção: áster ou astrofera é um conjunto de fibrilas radiantes.
 NOTA: fibrilas são fibras muito pequenas.

214 7.1 - BIOLOGIA


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GAMETOGÊNESE
É o processo pelo qual as células germinativas, sofrendo meiose, formam gametas. Existem dois
tipos:
1 – ESPERMATOGÊNESE
Ocorre no órgão reprodutor masculino e forma os espermatozóides. Formam-se quatro
espermatozóides de cada divisão de 1 célula germinativa.
2 – OVULOGÊNESE
Ocorre no órgão reprodutor feminino e forma os óvulos. Forma-se um óvulo de cada divisão da
célula germinativa.

ÁCIDOS NUCLEICOS
São compostos importantes por estarem ligados à transmissão das características hereditárias.
São encontrados em todos os seres vivos. Os ácidos nucléicos mais importantes são:
DNA – ácido desoxirribonucleico
RNA – ácido ribonucléico

Aula 04 – Estrutura do DNA e Estrutura do RNA

SUMÁRIO
Estrutura do DNA
Bases nitrogenadas
Detalhe da “Escada” do DNA
Autoduplicação do DNA
Duplicação do DNA
Estrutura do RNA
Código Genético e Síntese Protéica
Aminoácidos
Principais diferenças entre DNA e RNA

ESTRUTURA DO DNA
BASES NITROGENADAS
Bases Púricas são moléculas formadas por dois anéis.
Bases Pirimídicas são moléculas formadas por um único anel.
As bases púricas do DNA são: Adenina e Guanina.
As bases pirimídicas são: Timina e Citosina.
A pentose é a desoxirribose.
A molécula do DNA se parece com uma escada de corda torcida. Cada degrau da escada é
constituído por 2 bases nitrogenadas, que se ligam por pontes de hidrogênio. Os pares possíveis de
bases nitrogenadas são:
ADENINA – TIMINA (A-T)
CITOSINA – GUANINA (C-G)

7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Os degraus estão ligados entre si por dois corrimãos formados por moléculas de desoxirribose
ligadas a moléculas de ácido fosfórico.
NUCLEOTÍDEO: - base nitrogenada.
Molécula de pentose.
Ácido fosfórico.
NUCLEOSÍDIO: - base nitrogenada.
Molécula de pentose.
O DNA – é um polinucleotídio pois é constituído por muitos nucleotídios.

DETALHE DA “ESCADA” DO DNA

AUTODUPLICAÇÃO DO DNA
A molécula de DNA se autoduplica por ação da enzima
polimerase. Essa enzima provoca a abertura da molécula pelo
desligamento das bases nitrogenadas. Com a abertura em dois
corrimãos novos nucleotídeos a ela se ligam. Essa ligação obedece
a ordem A-T e C-G. Ao final do processo de duplicação temos duas
novas moléculas. Cada nova molécula é formada por uma fita nova e
a outra proveniente da molécula - mãe.
DUPLICAÇÃO DO DNA
1) DNA se abre
2) Novos nucleotídios encaixam-se aos 2 corrimãos abertos.
3) Forma-se uma nova molécula de DNA, idêntica a molécula –
mãe.

ESTRUTURA DO RNA
O RNA tem estrutura semelhante ao DNA. O RNA é constituído por uma única hélice (o DNA é
formado por duas). Ele tem como bases:
Bases púricas : Adenina (A)
Guanina (G)
Bases pirimícas: Uracila (U)
Citosina (C)
O RNA é produzido pelo DNA, que serve de molde.
A molécula de RNA, depois de formada se desprende da hélice do DNA. As duas hélices do
DNA se ligam novamente.
Há 3 tipos de RNA :
1. RNA ribossômico (RNAr):
É o da cadeia mais longa e mais pesada.
Faz parte dos ribossomos e provém dos nucléolos.
2. RNA mensageiro (RNAm):
Forma-se no núcleo e prende-se aos ribossomos. Leva ao citoplasma as ordens do DNA na
síntese protéica. Apresenta cadeia e peso molecular menores que os do RNAr.
3. RNA transportador (RNAt):
Ou RNA solúvel (RNAs):
Com menor peso molecular e cadeia mais curta. É formado no núcleo e constitui-se no
anticódon da síntese protéica.

CÓDIGO GENÉTICO E SÍNTESE PROTÉICA


Proteínas são substâncias orgânicas constituídas por uma longa cadeia de aminoácidos (AA).
Os aminoácidos são as unidades protéicas. Proteínas podem ser classificadas em :
a- SIMPLES : cadeia constituída apenas por AA.
b- CONJUGADA: cadeia constituída por AA ligada a grupos protéicos ( lipídios, glicídeos, ácido
fosfórico, pigmento)

216 7.1 - BIOLOGIA


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AMINOÁCIDOS
Aminoácidos são nutrientes que representam a fonte da vida.
As proteínas que constituem o corpo são formadas por 20 tipos de aminoácidos.
O nome aminoácidos surgiu como um termo genérico atribuído às substâncias compostas pelo
grupo amino e o grupo carila (ácido carílico) em suas estruturas.
Os aminoácido desempenham papéis ativos em vários segmentos, como na alimentação,
esportes, cuidados médicos, cuidados estéticos, e cuidados com a saúde.
A deficiência de aminoácidos pode levar a distúrbios no crescimento, da nutrição e da função de
vários órgãos e sistemas.
Entretanto, não há deficiência de aminoácidos em uma dieta completa e balanceada.
Os aminoácidos possuem as mesmas calorias da glicose, porém apenas um pequena
quantidade de aminoácidos é absorvida dos suplementos de aminoácidos (medicamentos), portanto, é
praticamente impossível ganhar peso devido a ingestão excessiva de aminoácidos.
Os aminoácidos ingeridos em excesso são quebrados e eliminados do corpo, não causando
acúmulo nem dano perceptível.
No entanto, a ingestão excessiva de qualquer nutriente, incluindo os aminoácidos, sobrecarrega
os órgãos do corpo, como o fígado e rins.
Para se obter uma dieta bem balanceada com os aminoácidos essenciais, é recomendável
consumir muitas variedades de alimentos, incluindo pão, cereais ou arroz, frutas e vegetais, carnes,
aves ou peixes, laticínios etc, em proporções bem equilibradas.
Alguns aminoácidos são utilizados em produtos farmacêuticos e produtos de beleza como
xampus e cremes.
Em pacientes incapazes de ingerir alimentação ou em estado pós-operatório é ministrado soro
com aminoácidos.
Os aminoácidos constituem as mioproteinas, portanto, os atletas utilizam aminoácidos para fins
nutricionais e recuperação da fadiga.

Principais diferenças entre DNA e o RNA


 A pentose do DNA é desoxirribose e a do RNA é a ribose.
 A estrutura do DNA é uma dupla-hélice e a do RNA é uma hélice-única.
 A base exclusiva do DNA é a timina e a do RNA é uracila.
 A função do DNA é a formação genética, é a do RNA é a síntese protéica.

7.1 - BIOLOGIA
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Aula 05 – 1ª Lei de Genética ou 1ª Lei de Mendel

SUMÁRIO
Genética
Mendelismo
1ª Lei de Mendel
Ausência e dominância
Alelos múltiplos
Grupo sangüíneo do sistema A B O
Reação antígeno – anticorpo ou aglutinação
Transfusões sanguíneas
Tipos de transfusões possíveis no ser humano
Herança do sistema A B O
Fator RH (Rhesus)
Talassemia
Calvície

GENÉTICA
Genética é a parte da biologia que estuda a hereditariedade. O conjunto das características
morfológicas, fisiológicas e comportamentais de um indivíduo é chamado de fenótipo. A estrutura, o tipo
sanguíneo, cor dos olhos e tipo de cabelo são algumas características que constituem o fenótipo.
Genótipo é o conjunto de todos os genes do indivíduo. Esses genes ele recebeu de seus pais através
dos gametas.
Vamos recordar alguns itens da citologia:
No cromossomo duplicado, cada um dos filamentos é denominado cromátide. Quando duas
cromátides estiverem ligadas pelo mesmo centrômero, são chamadas cromátides – irmãs.
Ao longo do cromossomo estão os genes. Os genes são regiões do DNA que se constituem nas
informações hereditárias dos seres vivos. São eles, que controlam o funcionamento celular
determinando as características do indivíduo. A região do cromossomo onde se encontra o gene é
chamada de lócus gênico.
Nas células, normalmente,os cromossomos estão dispostos aos pares. Os cromossomos
pareados são iguais em forma e tamanho e são chamados de homólogos. Eles apresentam a mesma
seqüência de lócus gênico. As células que possuem pares de cromossomos homólogos são
denominadas diplóides (2n).
Quando uma célula possui apenas um cromossomo de cada par é chamada de haplóide (n).
Genes que ocupam o mesmo lócus gênico em cromossomos homólogos e determinam a mesma
característica são chamados de genes alelos.
Gene dominante é aquele que basta estar em dose simples para manifestar a característica por
ele determinada.
Gene recessivo é aquele que precisa estar em dose dupla para manifestar a característica por
ele determinada.
Quando os genes alelos forem idênticos, o indivíduo é homozigoto para este par de alelos. Se os
genes alelos forem diferentes ele será heterozigoto para esse par.

MENDELISMO
O estudo da genética que obedece às 1ª e 2ª Leis de Mendel é chamado Mendelismo. Mendel
realizou um série de experiências que deram origem a Genética. Mendel usou nos experimentos ervilha
pelos seguintes motivos:
1) são de fácil cultivo;
2) a autofecundação é um processo natural;
3) há grande produção de sementes;
4) o seu ciclo de vida é curto;
5) as características são bem visíveis e contrastante.

218 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
1ª LEI DE GENÉTICA OU 1ª LEI DE MENDEL

“Cada caráter é condicionado


por um par de fatores que se separam
na formação dos gametas, onde
ocorrem em dose simples”.

Mendel utilizava duas plantas que diferiam em apenas um caráter e


observava os descendentes de seus cruzamentos. Os organismos paternos são
representados por P e os descendentes por F . Eram cruzadas, por exemplo,
plantas de flores vermelhas homozigotas com plantas de flores brancas
homozigotas. Todos indivíduos de F apresentam flores vermelhas. O caráter flor
vermelha foi chamado de dominante (se manifesta em F).
O caráter que não se manifesta em F , flor branca, foi denominado caráter
recessivo. Em F2, Mendel observou 2 tipos de indivíduos : 75% deles com flores
vermelhas e 25% com flores brancas.

P: Flor Vermelha x Flor Branca F2 :


BB bb B B
B BB Bb
b Bb bb
Gametas: B b

F : 100% de flores vermelhas Bb P: pais


F x F : Bb x Bb F2 : 75% vermelhas: Bb F1: filhos
25% brancas: bb F2: netos
Gametas : B,b B,b

A flor usada é conhecida como “Maravilha”, cujo nome científico é Mirabilis jalapa.

Ausência de Dominância
No estudo da herança dos caracteres entre os seres vivos, encontramos alguns caracteres
determinados por genes com ausência de dominância e recessividade entre eles e são também
chamados de codominantes. Ocorrência: cor da flor da planta “maravilha” (Mirabilis jalapa).
Existem dois genes alelos codominantes, representados por CV e CB.

GENÓTIPOS FENÓTIPOS

V V
C C vermelha Veja: não era dominância
pois se misturar os
B B
C C branca genótipos vermelho e
e branco nascem flores
B V
C C rosa de cor rosa.

Mendel utilizou em suas experiências, a cor das sementes das ervilhas e


constatou que:
Ervilhas amarelas cruzadas com ervilhas verdes produziam ervilhas amarelas,
em vez de ervilhas verde-amareladas.

7.1 - BIOLOGIA
219
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

CARÁTER FORMA DE MANIFESTAÇÃO


Interior das sementes Amarelo Verde
Tegumento das sementes Cinzento Branco
Superfície das sementes Lisa Rugosa
Cor da vagem Verde Amarela
Posição das flores Terminais Axilares
Aspecto da vagem Robusta Murcha
Tamanho Alta Baixa

ALELOS MÚLTIPLOS  POLIALELIA


São genes alelos (mais do que dois) que ocupam o mesmo “lócus” gênico nos cromossomos
homólogos. Ocorrem dois a dois e determinam a mesma característica. Ocorrência: em coelhos
podemos encontrar quatro variedades de pelagem.
A pelagem pode ser:
Aguti ou selvagem
Chinchila
Himalaia
Albino
Quatro genes alelos múltiplos determinam esses fenótipos. São representados respectivamente
por c, cch, ch, ca. Os genes foram relacionados na ordem decrescente de dominância. Abaixo temos os
genótipos possíveis para cada fenótipo:
GENÓTIPOS FENÓTIPOS
ch h a aguti ou selvagem
cc, Cc , Cc , Cc

ch ch ch h ch a chinchila
c ,c ,c ,c ,c ,c

h h h a himalaia
c c ,c c
albino
a a
c c
Embora a questão da hereditariedade seja geralmente bem mais complicada do que o
cruzamento de ervilhas, Mendel havia se deparado com um princípio genético fundamental. Tão logo as
descobertas de Mendel foram cruzadas com a biologia da célula, a genética emergiu como um novo
campo. Com o melhoramento dos microscópios, os biólogos foram capazes de observar que as células
se reproduzem dividindo-se em duas, e que cada célula resultante herda metade de cada cromossomo
do original. Em meados de 1870, foi também descoberto que, quando um espermatozóide fertiliza um
óvulo, os cromossomos se combinam.
Essas duas observações juntas explicam o mecanismo básico da hereditariedade. Os "fatores"
de Mendel foram eventualmente renomeados de genes, e descobriu-se que cada par de cromossomos
em uma célula carrega vários pedaços de informação genética. De um modo geral, a genética abriu
caminho para uma linha darwiniana modificada: a evolução se processa algumas vezes por mutação
súbita, com as novas características sendo passadas geneticamente, mas principalmente pela variação
genética natural (recombinação de genes). Em cada caso, a natureza "seleciona" as mudanças
favoráveis à sobrevivência e rejeita as mudanças que não são para melhor (como são geralmente as
mutações radicais).

GRUPOS SANGUÍNEOS DO SISTEMA A B O


Ainda, como exemplo de Polialelia no gênero humano, consideraremos os grupos sanguíneos do
Sistema A B O.
O sangue é um tipo de tecido conjuntivo formado por uma parte líquida e outra sólida. O plasma
constitui a parte líquida e é formado por água, sais e substâncias orgânicas. A parte sólida é constituída
por hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas.
No inicio do século XX, na Áustria, Karl Landstainer concluiu pela existência de quatro tipos
sanguíneos, que constituem o chamado sistema A B O, cujos grupos são: A, B, AB e O.
220 7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Nas hemácias sanguíneas podem estar presentes duas proteínas denominadas aglutinogênios
“A” e “B”, responsáveis pela determinação do fenótipo sanguíneo. Por sua vez o plasma sanguíneo
pode conter duas outras proteínas, as aglutininas “anti-A” e “anti-B”.
O contato de aglutininas e aglutinogênios de mesmo nome, num indivíduo, causa a reação do
tipo: Antígeno x Anticorpo, conhecida como Aglutinação.

REAÇÃO ANTÍGENO-ANTICORPO OU AGLUTINAÇÃO


Quando um organismo é invadido por um corpo estranho (antígeno), reage produzindo
anticorpos.
Anticorpos são proteínas específicas para cada tipo de antígeno, que com eles reage,
destruindo-os.
Nessa reação as hemácias se juntam umas às outras, formando pequenos grumos
(amontoados).
TRANSFUSÕES SANGUÍNEAS
Considerando que a taxa de aglutinogênios das hemácias (antígenos) é maior que a taxa de
aglutininas do plasma (anticorpos), deve-se observar nas transfusões sanguíneas, que:
Se o sangue doado apresenta aglutinogênios A, o receptor não pode conter aglutininas anti-A;
Se o sangue doado contém aglutinogênios B, o receptor não pode conter aglutininas anti-B,
evitando-se assim, uma reação do tipo antígeno x anticorpo, que resultaria na aglutinação do sangue
doado, levando o receptor a morte.

TIPOS DE TRANSFUSÕES POSSÍVEIS AO SER HUMANO


Com base no que acabamos de estudar, têm-se o esquema entre doadores e receptores.

O » Doador Universal (não possui aglutinogênio nas


hemácias)

A A B B

AB

AB » Receptor Universal (não possui aglutinogênio


no Plasma Sanguíneo)
Resumindo:
Receptor
Doador A B AB O
A Pode Não pode Pode Não pode
B Não pode Pode Pode Não pode
AB Não pode Não pode Pode Não pode
O Pode Pode Pode Pode

HERANÇA DO SISTEMA A B O
a
I = condiciona a síntese do aglutinogênio “A”
Ib = condiciona a síntese do aglutinogênio “B”
i = não condiciona a síntese de aglutinogênios
Ia e Ib têm dominância completa em relação ao gene i. Entre outros, porem, há ausência de
dominância que é expressa: Ia = Ib > i

7.1 - BIOLOGIA
221
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Fenótipos Genótipos
Grupo A Ia I a, Ia i
Grupo B Ib I b, Ib i
Grupo AB Ia I b
Grupo O ii

FATOR RH (RHESUS)
Forma um outro sistema de grupos sanguíneos no homem independente do Sistema A B O.
Descoberto por Landsteiner e Wiener em 1937. É determinado por um par de alelos, R e r, sendo R
dominante sobre r.

TALASSEMIA
A talassemia é um tipo de anemia humana provocada por gene letal “M”. Os indivíduos
homozigotos “MM” são severamente atacados (talassemia maior anemia severa), enquanto os
heterozigotos “Mm” com talassemia menor, são apenas portadores da anemia.
Considerando-se:
“M” – gene para a talasemia – (letal)
“m” – gene para normal
Tem-se :
P: Mm x Mm
G: M,m M,m
M m
F1 = M MM Mm O indivíduo “MM” são portadores de talassemia maior
m Mm mm
Curiosidade:
Freqüência de grupo sangüíneo A B O:
Raças O A B AB
Negros 51 % 28 % 19 % 2%
Brancos 48 % 42 % 8% 2%
Chineses 30,7 % 25,1 % 34,2 % 10 %
Índios americanos 97,4 % 2,6 % - -

CALVÍCIE
Este caráter é condicionado por um gene dominante “C” em relação ao seu alelo recessivo “c”
para a condição normal.
Como se trata de herança influenciada pelo sexo, os heterozigotos serão calvos ou não,
dependendo do sexo.
SEXO GENÓTIPO FENÓTIPO
MASC CC CALVO
MASC Cc NORMAL
MASC Cc CALVO
FEM CC CALVO
FEM Cc NORMAL
FEM Cc NORMAL

222 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 06 – 2ª Lei de Genética ou 2ª Lei de Mendel

SUMÁRIO
2ª Lei de Mendel
Determinação do sexo
Proporções Genotípicas e Fenotípicas
Convenções usadas nos problemas sobre genética humana
Genótipo
Fenótipo
Nota para lembrar
Gametas
Genoma
Célula haplóide
Célula diplóide
Célula triplóide

GENÉTICA
2ª LEI DE MENDEL

“Na formação dos gametas os genes não alelos se distribuem


independentemente, formando todas as combinações possíveis com igual
probabilidade.”

Mendel analisou a herança de dois caracteres simultaneamente. Observou por exemplo cor e
forma das sementes.
Partiu de plantas de sementes amarelas e lisas homozigotas que foram cruzadas com plantas de
sementes verdes e rugosas homozigotas. Em F obteve apenas indivíduos com sementes amarelas e
lisas. Concluiu que o caráter semente amarela era dominante sobre verde, e lisa sobre rugosa.
Ocorreram nas seguintes proporções respectivamente 9:3:3:1
P: amarelo liso x verde rugoso
VVRR vvrr

Gametas: VR vr

F : Amarelo liso X amarelo liso


VvRr VvRr

Gametas: VR,Vr,vR,vr VR,Vr,vR,vr


Considerando-se os gametas formados teremos o seguinte quadro de cruzamento:
Proporções genotípicas e fenotípicas
VR Vr vR Vr
VR VVRR am. Liso VVRr am. Liso VvRR am. Liso VvRr am. Liso
Vr VVRr am. Liso VVrr am. Rug. VvRr am. Liso Vvrr am. Rug.
vR VvRR am. Liso VvRr am. Liso vvRR verd.liso vvRr verd.liso
vr VvRr am. Liso Vvrr am. Rug. vvRr verd.liso vvrr verd.rug.
9 amarelo lisa ( V _ R _ )
3 amarelo rugosa ( V _ rr )
3 verde lisa ( vv R_)
1 verde rugosa (vv rr )

7.1 - BIOLOGIA
223
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Nota para lembrar: Você sabe que gametas são as células sexuais, logo nos seres
humanos, possuem 23 cromossomos, pois são células haplóides  possuem um
genoma.
Genoma é o conjunto de cromossomos encontrados em uma célula.
A célula haplóide (n) possui um genoma.
A célula diplóide (2n) possui dois genomas.
A célula triplóide (3n) possui três genomas (exemplo: banana).

A cor dos olhos, a cor e o tipo de pele, tipo de cabelo, etc., são características do fenótipo que
dependem do genótipo. Tudo depende da herança genética.
Genótipo: conjunto de genes de um indivíduo.
Fenótipo: aparência de um indivíduo resultante de seu genótipo e do meio ambiente.

DETERMINAÇÃO DO SEXO
Em muitas espécies as células masculinas e femininas apresentam diferenças num par de
cromossomos são chamados de CROMOSSOMOS SEXUAIS. Em outras espécies os sexos são
diferenciados na célula por ausência de um dos cromossomos sexuais. Os sistemas de determinação
de sexo são:
a) Sistema XY : além dos autossomos (cromossomos não relacionados com o sexo ) os
indivíduos apresentam um par de cromossomos sexuais. O sexo feminino é Homogamético (XX),
produz um só tipo de gameta. O sexo masculino é Heterogamético (XY), produz dois tipos de
gametas. Ocorre em muitos mamíferos, como por exemplo na espécie humana.
b) Sistema XO : o sexo feminino é homogamético (XX). O sexo masculino é heterogamético (XO)
. Os machos possuem apenas um cromossomo sexual. Ocorre em algumas espécies de insetos.
c) Sistema ZW: o sexo feminino agora é heterogamético (ZW) e o masculino homogamético (ZZ).
Ocorre em algumas espécies de insetos e algumas espécies de peixes e aves.
d) Sistema ZO : as fêmeas são heterogaméticas (ZO), possuem apenas um cromossomo sexual.
Os machos são homogaméticos (ZZ). Ocorre em galinha e répteis.
e) Machos Haplóides : a determinação do sexo depende do número de cromossomos. Por
exemplo em abelhas, as fêmeas (operárias e rainhas) são diplóides (2n). Os zangões são
haplóides (n). Eles se originam por partenogênese.
Partenogênese é a forma de reprodução sexual em que um óvulo se desenvolve sem ter havido
fertilização. Ocorre em algumas plantas e em alguns invertebrados.

224 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
CONVENÇÕES USADAS NOS PROBLEMAS SOBRE GENÉTICA HUMANA

1 2


?
- - sexo masculino

- - sexo feminino

- - presença do caráter em estudo

- sexo desconhecido

- gêmeos

- gêmeos incertos quanto à identificação genética


?

- casamento consangüíneo

- - presença do caráter em estudo

♀ - morto na infância

Aula 07 – 3ª Lei de Genética ou Lei de Morgan

SUMÁRIO
Herança ligada ao sexo
Aberrações cromossômicas humanas
Cariótipo
a) Síndrome de Down ou Mongolismo
b) Síndrome de Turner
c) Síndrome de Klinefelter
Apontamentos importantes
1- Linkage
2- Crossing – over
3- Genótipo
4- Fenotipo

HERANÇA LIGADA AO SEXO


É a herança determinada por genes localizados nos cromossomos X e Y. Os cromossomos
sexuais possuem regiões homólogas e não homólogas.
Herança ligada ao cromossomo X ou herança ligada ao sexo.

7.1 - BIOLOGIA
225
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
É determinada pelos genes que se encontram na região do cromossomo X que não tem
correspondência no Y. O sexo masculino portanto apresenta apenas um gene, e não um par de genes,
que determina a característica.
Esse gene se encontra no cromossomo Y e ele é considerado homozigoto. O sexo feminino é
homozigoto ou heterozigoto. Possui dois cromossomos X, cada um com um gene da característica.
Exemplo: na espécie humana:
a) DALTONISMO: é condicionado por um gene recessivo ligado ao sexo. O gene para visão normal é
dominante. Representa-se o gene para daltonismo por d e o gene que condiciona a visão normal por D.
Na tabela abaixo, estão representados os possíveis genótipos e fenótipos.

Genótipo Fenótipo
XD XD ♀ - normal
XD Xd ♀----- normal
Xd Xd ♀--------- daltônica
XD Y ♂--------------- normal
Xd Y ♂ --------------------- daltônico
b) HEMOFILIA: o indivíduo hemofílico tem dificuldades na coagulação do sangue. O gene para
hemofilia é recessivo e se encontra na região do cromossomo X não homólogo ao Y.
Herança restrita ao sexo: é determinada por genes que se encontram na região do cromossomo
Y sem correspondência no X. Esses genes são chamados
de Genes Holândricos. Ocorrência: na espécie humana a
presença de pêlos longos nas orelhas é chamado de
hipertricose: só ocorre nos homens.
Os genes que se encontram nas regiões
homólogas dos cromossomos X e Y,determinam
características chamadas parcialmente ligadas ao sexo.
Os genes holândricos são exclusivos do
cromossomo Y, só ocorrem nos indivíduos de sexo
masculino e passam de geração em geração, sempre pela
linhagem masculina.
Como já sabemos o sexo na espécie humana está
determinado pelos cromossomos sexuais X e Y. As
mulheres são homogaméticas (XX) e os homens são
heterogaméticas (XY). Se no momento da concepção um
óvulo X e une com um espermatozóide X, o zigoto resultará em uma mulher. Se um óvulo X se une com
um espermatozóide Y, dará um homem.

ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS HUMANAS


CARIÓTIPO: constitui-se no conjunto de informações a respeito do número, forma e tamanho
dos cromossomos de uma célula diplóide. O cariótipo da espécie humana compreende 46
cromossomos (23 pares) dos quais 44 são autossomos e 2 são cromossomos sexuais. Alterações no
cariótipo são chamadas Aberrações e traduzem-se em conjuntos de anomalias denominadas
Síndromes.
As principais são:
a) Síndrome de Down ou Mongolismo:
Cariótipo: 47 cromossomos ocorrência de trissomia do autossomo 21.
45 autossomos + 2 cromossomos sexuais.
Fenótipo: debilidade mental, olhos do tipo mongol, estatura baixa, inserção da orelha abaixo do
normal, deficiências cardíacas, geralmente estéreis.
Causa: não disjunção do cromossomo 21 na formação dos gametas.

226 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
B) Síndrome de Turner:
Cariótipo: 45 cromossomos.
Ocorrência: apenas do cromossomo sexual X.
44 autossomos + 1 cromossomo sexual X.
Fenótipo: sexo feminino, pescoço “alado”, genitália
infantil, pequeno desenvolvimento dos seios, inteligência
abaixo do normal.
Causas: não disjunção dos cromossomos X.
b) Síndrome de Klinefelter:
Cariótipo: 47 cromossomos.
Ocorrência: de três cromossomos sexuais.
44 autossomos e 3 cromossomos sexuais (XXY) ou 2
AXXY.
Fenótipo: sexo masculino. Testículos atrofiados, às
vezes desenvolvimento dos seios, inteligência abaixo do
normal.
Causa: não disjunção do cromossomo X.
 NOTA: Os cromossos que diferenciam uma
célula masculina de uma célula feminina são os
cromossomos sexuais ou alossomos. Os demais
cromossomos, pares idênticos nas células
masculinas e femininas, são cromossomos
autossomos.

Apontamentos Importantes
1 – “Linkage”, ligação fatorial ou vinculagem: quando, durante a meiose da formação dos gametas
(gametogênese) os genes situados no mesmo cromossomo passaram juntos para o mesmo gameta.
Nesse caso o indivíduo, mesmo sendo heterozigoto produz somente dois tipos de gametas.
2 – “Crossing-over”ou permuta: quando se desfaz, em parte a “linkage”. Dizemos que os seres
resultantes do “crossing-over” são recombinantes.
De modo simplificado, temos:
3 – Genótipo: é o conjunto de gens (ou genes) de um indivíduo.
4 – Fenótipo: é a aparência de um indivíduo resultante do seu genótipo e as interações do meio
ambiente.

NOTA: Agora você sabe porque existem tantos milhões de indivíduos e todos são diferentes entre si
?

7.1 - BIOLOGIA
227
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 08 – Teorias Evolucionistas


Hipóteses de Lamarck e Darwin

SUMÁRIO
Evolução biológica
Lamarckismo – Teoria de Lamarck
Lei do uso ou desuso
Lei da transmissão dos caracteres adquiridos
Darwinismo – Teoria de Darwin
Evidências da evolução
Anatomia comparada
 Órgãos homólogos
 Órgãos análogos
Embriologia comparada
Bioquímica
Fósseis

EVOLUÇÃO BIOLÓGICA
Chama-se evolução biológica as transformações ocorridas nos seres vivos ao longo do tempo ,
originando novas espécies.
Até o século XIX, a ciência não tinha conseguido explicar a evolução das espécies, e a idéia
adotada por vários cientistas importantes era a de que as espécies eram únicas e imutáveis, princípio
chamado fixismo.
O evolucionismo começou a ser cientificamente discutido e comprovado a partir dos trabalhos de
Lamarck e Darwin.

LAMARCKISMO – TEORIA DE LAMARCK


Jean Baptiste Lamarck (1744-1829), naturalista francês, foi um dos primeiros cientistas a
propor uma teoria consistente para explicar o mecanismo da evolução. O Lamarckismo se baseia em
duas leis fundamentais:
Lei de uso ou desuso
De acordo com essa lei, um órgão se devolvia com o uso e se atrofiava com o desuso.
Lei da transmissão dos caracteres adquiridos
De acordo com essa lei, o caráter adquirido, resultante do desenvolvimento pelo uso ou da
atrofia pelo desuso, seria transmitido aos descendentes. Veja um exemplo dado por Lamarck para
explicar sua teoria:

Segundo Lamarck, as girafas teriam


surgido de animais com pescoços
menores. Com o esforço para alcançar
as folhagem das árvores, de que se
alimentavam, o pescoço aumentara de
tamanho. Essa característica adquirida
era transmitida aos seus
descendentes. A repetição deste
suposto mecanismo, por várias
gerações, teria dado origem as girafas
atuais.

228 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
A teoria de Lamarck não é mais aceita atualmente, pois está comprovado que as características
adquiridas não são hereditárias. Somente uma modificação no padrão genético e, mesmo assim, nas
células germinativas, poderá ser transmitida às gerações seguintes.

DARWINISMO – TEORIA DE DARWIN


O cientista Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês, explicou a evolução por meio de
seleção natural. Ele concluiu que os indivíduos com mais oportunidades de sobrevivência seriam
aquelas cujas características fossem mais apropriadas para enfrentar as condições ambientais.
Esses organismos teriam mais chances de reproduzir-se e deixar descendentes. Dessa forma,
as variações favoráveis tenderiam a ser preservadas e as desfavoráveis destruídas. Assim, surgia o
conceito de seleção natural. O ambiente tem um papel muito importante, tanto para Lamarck como para
Darwin. Para Lamarck, o ambiente é causador direto da variação e para Darwin ele seleciona a variação
mais adaptativa.
A teoria de Darwin serviu de base para a moderna teoria evolutiva. Em sua teoria, Darwin não
soube explicar a origem das variações existentes nas populações. A origem das variações só foi
explicada após a redescoberta das leis de Mendel e o surgimento das teorias sobre mutação,
elaboradas por De Vries.
O Neodarwinismo explica, de maneira satisfatória, o mecanismo evolutivo. Ele toma como base
a idéia de seleção natural acrescida dos conceitos sobre mutação, recombinação e genética das
populações.
As variações hereditárias são determinadas pelas mutações e pela recombinação genética. As
mutações representam a fonte básica para a variabilidade genética, pois fornecem a matéria prima para
a evolução. Os novos genes produzidos determinam características fenótipicas que poderão ou não ser
úteis aos seres que a possuem. Caso sejam e passem à decadência, serão perpetuadas. A
recombinação genética também contribui para a variabilidade, graças ao crossing-over (permutação).

Quanto maior for o número de permutações ocorridas durante a meiose, maior será a
variabilidade de gametas formados e maior a probabilidade de genótipos diferentes.

EVIDÊNCIA DA EVOLUÇÃO
Para explicar como ocorreu a evolução dos seres vivos, os cientistas realizaram um verdadeiro
trabalho de investigação, procurando as evidências do processo evolutivo. Elas são resumidas nos
seguintes itens: anatomia comparada, embriologia comparada, bioquímica e os fósseis.
Anatomia comparada
As semelhanças e diferenças entre as estruturas anatômicas de duas ou mais espécies é feita
pela anatomia comparada. A anatomia comparada leva em conta dois tipos de estruturas: homólogas
e análogas.

Órgãos homólogos  São aqueles de espécies diferentes que têm a mesma origem
embrionária, embora possam ter funções distintas. Os membros anteriores do homem, do cão,
das aves e da baleia representam estrutura homólogas. As diferenças entre os órgãos
homólogos devem-se à adaptação a ambientes diversificados, o que ocorreu por radiação
adaptativa. A presença de órgãos homólogos mostra o grau de parentesco entre os seres
vivos aparentemente diferentes, mas que evoluíram de um mesmo ancestral.

Órgãos análogos  São aqueles que têm origem embrionária diferente, embora
desempenhem a mesma função. As asas de insetos e as asas das aves são exemplos de
estruturas análogas. O fato de aves e insetos terem asas não significa que ocorra entre eles
algum parentesco, indica apenas um fenômeno chamado convergência adaptativa.

7.1 - BIOLOGIA
229
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Embriologia comparada
Na fase embrionária, os animais de espécies diferentes, quando comparados, mostram uma
grande semelhança. Quanto maior a semelhança entre os adultos de espécies diferentes, mais
prolongada é a fase embrionária. A embriologia comparada permitiu que se descobrisse parentesco
entre espécies que, quando adultas, são muito diferentes umas das outras.
Bioquímica
O estudo dos ácidos nucléicos e das proteínas representa o mais recente e promissor método do
conhecimento da seqüência evolutiva. A quantidade de diferença fornece uma idéia de tempo transcorrido
desde que o antepassado comum se diversificou em duas espécies.

Fósseis
Constituem restos de seres vivos de épocas passadas ou qualquer vestígio deixado por esses seres. O estudo
dos fósseis nos dá as informações sobre a anatomia e o modo de vida de uma espécie extinta. Além disso,
com auxílio do estudo da desintegração e de elementos radioativos, pode-se determinar aproximadamente a
época em que a espécie viveu.

A ciência que estuda os fósseis é denominada Paleontologia.

Aula 09 – Ecologia: Cadeia Alimentar – Teia Alimentar

SUMÁRIO
O que é Ecologia – Conceito
Níveis de organização dos seres vivos
Conceitos básicos em Ecologia
Conceito de Ecossistema
Componentes Bióticos de um Ecossistema
Produtores
Consumidores
Decompositores ou Microconsumidores
As cadeias alimentares no Ecossistema
Fluxo de matéria e energia no Ecossistema
Principais tipos de relações ecológicas
Exemplos de Cadeias Alimentares
Teia Alimentar

ECOLOGIA
Imaginemos uma floresta, um campo ou um deserto. Essas regiões abrigam plantas que, como
seres fotossintetizantes, são produtores do alimento que garante, em última análise, a energia biológica
necessária para a subsistência dos diversos tipos de organismos ai presentes. Abrigam, também, os
animais que se nutrem diretamente das plantas e os outros que se nutrem de outros animais. No solo,
uma análise cuidadosa revelaria a presença de um verdadeiro batalhão de microorganismos que se
nutrem de matéria orgânica morta, decompondo-a e transformando-a em sais que constituem a nutrição
mineral dos organismos fotossintetizantes. Observa-se, pois, que todos os organismos citados
estabelecem entre si relações mais ou menos íntimas; a extinção de uma única espécie de seres vivos
pode causar sérios desequilíbrios ambientais, comprometendo a estabilidade dos demais componentes
vivos.
Além de interagirem uns com os outros, os seres vivos dependem das condições do meio em
que vivem. A temperatura, a luminosidade, a disponibilidade de água e o tipo de solo são alguns entre
tantos fatores ambientais que podem influenciar o desenvolvimento da vida em uma determinada
região. As baixas temperaturas e a escassez de luz, por exemplo, são fatores que limitam o
desenvolvimento de uma vegetação exuberante nas regiões árticas, com evidentes reflexos sobre a
vida animal. Os seres vivos, por sua vez, interferem sobre o ambiente, muitas vezes melhorando-o. Um
exemplo disso é uma cobertura de gramíneas que, ao se desenvolverem sobre um terreno desmatado,
protegem o solo contra a ação direta das chuvas, pois com suas raízes, evitam a erosão do solo pelas
enxurradas que removem a camada fértil de húmus.
230 7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
O QUE É ECOLOGIA?
Conceito
Ecologia (do grego ékos=casas. lagos=estudo) é a parte da biologia que se encarrega de
estudar todas as interações dos seres vivos com os outros e com o meio ambiente.
Esta definição abrange todo o objetivo da ecologia. Os seres vivos, que se alimentam de
vegetais. Ou animais como a onça que atacam e devoram outros animais. Existem plantas que atacam
plantas e plantas que atacam animais.
Os exemplos citados ilustram relações dos seres vivos entre si. Contudo, os seres vivos mantêm
relação com o meio em que vivem. É o meio que fornece a animais e plantas a luz, a água, o ar, o solo
de que necessitam para viver. Em síntese os seres vivos mantêm relações entre si e com o meio
ambiente. É o estudo dessas relações que constitui o objetivo da Ecologia.

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS


O estudo da ecologia é facilitado pela compreensão dos níveis de organização dos seres vivos.
Analisaremos esses níveis partindo do mais simples em direção ao mais complexo.
Consideremos como nível mais simples o protoplasma que é definido como substância viva.
O protoplasma é o constituinte das células. A célula é a unidade básica dos seres vivos. Um
conjunto de células com forma e função semelhantes constituem um tecido. Vários tecidos constituem
um órgão e um conjunto de órgãos forma um sistema.Os sistemas em conjunto dão origem a um
organismo. Organismos de uma mesma espécie que vivem numa determinada região constituem uma
população. Várias populações formam uma comunidade. Uma comunidade mais o meio físico onde vive
constitui um ecossistema. As partes da terra onde existem os ecossistemas são denominadas biosfera.
População  comunidade  ecossistema  biosfera (quer sejam animais, vegetais ou
microorganismos,mantêm entre si diversos tipos de relações).

Organismo

Sistema

Órgão

Tecido

Célula

Protoplasma

CONCEITOS BÁSICOS EM ECOLOGIA


a) Espécie – define-se espécie como o conjunto de indivíduos semelhantes e capazes de se
intercruzar em condições naturais, produzindo descendentes férteis.
b) População – é o conjunto de indivíduos da mesma espécie, que vivem na mesma área e no
mesmo tempo, mantendo entre si certa interdependência.
c) Comunidade ou Biocenese – é o conjunto de populações interdependentes que vivem em
determinada área geográfica. Por viverem no mesmo local dependem dos mesmos fatores físicos
e químicos como exemplo podemos citar a comunidade de uma floresta, de um lago, etc.
d) Ecótono – entre duas comunidades há uma zona de transição de dimensões variáveis. Essa
zona é conhecida como ecótono. Ex: molusco (floresta) e no lago jacaré.
e) Biótopo – é o ambiente físico ou químico onde vive a comunidade. Trata-se da área
geográfica explorada pela comunidade.
f) Ecossistema – consideremos uma parte limitada de uma determinada região. Nela existem
dois componentes: um físico, denominado biótopo e outro vivo que povoa o primeiro e é
denominado biocinese. Ao conjunto destes componentes denominamos ecossistema. Portanto:
Ecossistema = biótopo + biocinese

7.1 - BIOLOGIA
231
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
O ecossistema é, pois, o conjunto de uma comunidade mais o meio ambiente que a cerca. De
outra maneira, podemos dizer que de um ecossistema fazem parte componentes bióticos (seres
vivos) e componentes abióticos (água, sais, solo, ar, etc) que se inter-relacionam.
O ecossistema é a unidade funcional básica da ecologia. São exemplos de ecossistemas os rios,
os mares, os lagos, as florestas, etc.
g) Biosfera – é a região do planeta que contém todo o conjunto de seres vivos e na qual a vida
é permanentemente possível. Pode ser considerada como o conjunto de todos os ecossistemas.
h) Habitat – é o lugar onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu “endereço” dentro
de um ecossistema.
i) Nicho ecológico – é o papel que um organismo desempenha dentro de um ecossistema.
Pode-se considerar o nicho ecológico como a “profissão” da espécie. O habitat de uma espécie
indica onde encontrá-la. Já o nicho informa onde e as custas do que se alimenta a quem serve de
alimento, onde e como se reproduz, etc. Assim, o nicho ecológico diz respeito ao conjunto de
atividades ecológicas que uma espécie desempenha no ecossistema. Ao dizermos que o leão
habita as savanas africanas, estamos nos referindo ao seu habitat. Mas se dissermos que nas
savanas o leão atua como predador devorando grandes herbívoros como a zebra, estaremos
referindo-nos ao nicho ecológico.

CONCEITO DE ECOSSISTEMA
Um ecossistema pode ser definido da forma seguinte: “Ecossistema é o conjunto de
componentes abióticos e bióticos que num determinado meio trocam matéria e energia”.
Trata-se, portanto, de um sistema formado pela comunidade de seres vivos (biótica) e meio
ambiente (abiótico), com suas conseqüentes inter-relações.
O ecossistema não é uma soma de seres vivos e fatores abióticos. Antes ele incluiu uma extensa rede
de relações entre todas as partes da comunidade e do meio ambiente não vivo. Por isso, deve ser
entendido como um sistema de influências mútuas entre os componentes de uma comunidade e desses
com o meio ambiente representado pela água, solo, energia luminosa, gases atmosféricos, etc. A
comunidade que se abriga num ecossistema é chamada biocenose e o meio abiótico em que vive, é
denominado biótopo.

COMPONENTES BIÓTICOS DE UM ECOSSISTEMA


Os componentes bióticos (biocenose) que integram um ecossistema podem ser estruturados em
três categorias: produtores, consumidores e decompositores.
a) Produtores
São seres que, no ecossistema, conseguem fabricar substâncias orgânicas a partir de
compostos inorgânicos. Há dois tipos de organismos produtores: quimiossintetizantes e
fotossintetizantes. Os quimiossintetizantes são os que obtêm energia que necessitam a partir de
substâncias inorgânicas através de reações químicas (oxidações). Com a energia obtida sintetizam
compostos orgânicos. Como exemplo temos as bactérias que oxidam o gás sulfídrico (H2S), que são
denominadas sulfobactérias. A partir do gás sulfídrico produzem enxofre livre e liberam energia. Além
das sulfobactérias temos as ferrobactérias (oxidam compostos de ferro), as nitrobactérias (oxidam
compostos que produzem nitrogênio) e as hidrobactérias (oxidam a água). Os fotossintetizantes são os
que sintetizam a substância orgânica a partir da inorgânica na presença de luz. São os vegetais verdes
a cujo cargo está a quase totalidade da produção da natureza.
Os vegetais verdes apresentam o pigmento verde clorofila, capaz de absorver a energia
luminosa do sol. É com esta energia que transformam substâncias inorgânicas em orgânicas, através
do processo denominado fotossíntese.
Os produtores, dada a capacidade de produzirem sua própria matéria orgânica, são conhecidos
como seres autotróficos.
b) Consumidores
São seres que, pela incapacidade de fabricar o seu próprio alimento, vão buscá-lo direto ou
indiretamente, junto aos produtores. Estes seres são ditos heterótrofos, pois não sintetizando o seu
próprio alimento, utilizam substâncias produzidas pelos autótrofos. Os consumidores são subdivididos
em primários, secundários e terciários.

232 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Um consumidor é dito primário ou de primeira ordem, quando se alimenta diretamente dos
produtores. É o caso de animais herbívoros como o gafanhoto, o coelho. Os consumidores secundários
ou de segunda ordem, são aqueles que se nutrem de consumidores primários. É o caso dos animais
carnívoros como a cobra, a coruja e o lagarto.
Os consumidores terciários, ou terceira ordem são os que se alimentam de consumidores
secundários. Como exemplo temos a onça e o falcão. É claro que podemos nessa seqüência de
raciocínio ter consumidores de ordem superiores a terciária.
Além desses, podemos citar os seres onívoros. Estes possuem alimentação mista utilizando
tanto animais como vegetais. O homem pode ser citado como exemplo de ser onívoro.
c) Decompositores ou Microconsumidores
São seres que se alimentam de cadáveres em decomposição. São capazes de degredar
substâncias orgânicas liberando substância inorgânicas, que podem ser novamente utilizadas pelos
produtores. São decompositores certas bactérias e fungos.
Consumidores terciários (onça)
Consumidores secundários (cobra)
Consumidores primários (capivara)
Produtores (plantas)
Decompositores (fungos e bactérias)

AS CADEIAS ALIMENTARES NO ECOSSISTEMA


Os componentes bióticos de um ecossistema formam, na ordem, produtores consumidores e
decompositores, onde um organismo é ingerido pelo nível superior. A partir desta noção, podemos
definir cadeia alimentar.
“Cadeia alimentar é uma seqüência de seres vivos, na qual uns comem aqueles que os
precedem na cadeia, antes de serem comidos por aqueles que seguem”.
O exemplo de cadeia alimentar citado por Guimarães Ferri diz o seguinte:
“Certas árvores produzem frutos que são comidas por pássaros, que são ingeridos por pequenos
animais carnívoros como certos gatos do mato, estes são mortos pelo tiro de um caçador, que
abandona a carcaça que alimenta uma série de insetos e bactérias, os ossos se degeneram e
finalmente se incorporam ao solo, as raízes de certas plantas vão aproveitar os minerais assim
aduzidos ao solo: oportunamente vão produzir novos frutos e sementes que alimentarão outros
pássaros. A cadeia está assim fechada.
Às vezes, a cadeia se fecha, ou se completa com um número muito menor de elos, outras vezes
são incontáveis esses elos”.

FLUXO DE MATÉRIA E ENERGIA NO ECOSSISTEMA


Um ser, ao se alimentar de outro, obtém a partir deste, matéria e energia. Há, portanto, nas
cadeias alimentares uma transferência de matéria e energia desde produtores até consumidores
falando-se então, em fluxo de matéria e energia.
A partir da noção de fluxo, podemos reformular o conceito de cadeia alimentar já apresentado.
“Cadeia alimentar é o sistema de transferência de energia dos produtores, representados pelos
vegetais fotossintetizantes, através de uma série de organismos com estágios de comer e ser comido.”

7.1 - BIOLOGIA
233
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
PRINCIPAIS TIPOS DE RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Os principais tipos de relações ecológicas são as colônias, as sociedades, a competição, o
comensalismo, o inqüilismo, o mutualismo, o amensalismo, o predatismo e o parasitismo. A tabela a
seguir apresenta um resumo das relações ecológicas que serão estudadas neste capítulo.

Colônias: indivíduos unidos que atuam em conjunto; às vezes


repartem funções. Ex: corais
Harmônicas
Sociedades: indivíduos independentes, organizados
Relações
cooperativamente. Ex: abelha
intra-específicas
Competição intra-específica: indivíduos concorrem pelos
Desarmônicas mesmos recursos do meio ambiente. Esse tipo de relação existe
em praticamente todas as espécies.
Protocooperação: indivíduos associados se beneficiam e a
associação não é obrigatória.
Inquilismo: um indivíduo usa outro como moradia, sem prejudicá-
lo. Ex: plantas epífitas sobre as árvores.
Comensalismo: um indivíduo usa restos da alimentação de outro,
Harmônicas
sem prejudica-lo. Ex: hienas que aproveitam restos das presas dos
leões.
Mutualismo: indivíduos associados se beneficiam e a associação
é fundamental para a sobrevivência de ambos. Ex: algas e fungos
que formam liquens.
Competição interespecífica: indivíduos com nichos ecológicos
Relações
similares competem por recursos do meio. Ex: animais que se
interespecíficas
alimentam do mesmo tipo de planta.
Amensalismo: um indivíduo libera substâncias que inibem o
crescimento de outro. Ex: fungos que liberam antibióticos contra
bactérias.
Desarmônicas Herbivorismo: animais (herbívoros) devoram plantas inteiras ou
partes delas. Ex: gado que se alimenta de capim.
Predatismo: animais (carnívoros) matam e devoram outros
animais. Ex: gavião que devora outros pássaros e roedores.
Parasitismo: indivíduo vive à custa de outro, causando prejuízos
geralmente sem levar à morte. Ex: lombrigas que parasitam o
intestino humano.

EXEMPLOS DE CADEIAS ALIMENTARES


1) Planta (que produz alimento) – Pássaro (que come sementes) – gavião (que come o pássaro)
2) Planta (que produz alimento) – inseto (que come planta) – aranha (que come o inseto) – pássaro
(que come a aranha) – cobra (que come o pássaro) – gavião (que come a cobra)

TEIA ALIMENTAR
Quando ocorre uma superposição de cadeias alimentares surge o que denominamos Teia
Alimentar.

A matéria da planta pode fluir para o esquilo, que come, e


deste para o gavião. Mas pode seguir outros rumos
totalmente diferentes, como, por exemplo, passar para um
inseto herbívoro, que devora a planta; deste, para a
aranha, que devora o inseto; para o pássaro que devora a
aranha, e daí chegar, finalmente, ao gavião, que devora o
pássaro. São múltiplos os caminhos de uma teia
alimentar.

234 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 10 – Ecologia: Níveis Tróficos e Ciclos Biogeoquímicos

SUMÁRIO
Níveis tróficos
Recordação da aula 9
Ciclos biogeoquímicos
Resumo
Ciclo do Nitrogênio
Esquema simplificado do Ciclo do Nitrogênio
Ciclo do Carbono
Esquema simplificado do Ciclo do Carbono
Ciclo do Oxigênio
Nota de fixação
Ciclo da Água
Comunidades e Ecossistemas
Relações entre populações de uma comunidade
Relação harmônica
Relação desarmônica
Influência do homem no meio ambiente e poluição
Poluição e seus efeitos
Poluição química
Poluição biológica
Poluição radioativa
Aquecimento global
Resumo
Conceitos de Ecologia para você lembrar sempre!

NÍVEIS TRÓFICOS
Nas cadeias alimentares estabelecem-se diversos níveis tróficos ou níveis alimentares. Assim
reconhecem-se quatro níveis tróficos: primário, secundário, terciário e quartenário.
O nível primário é aquele em que se encontram os produtores, o secundário é o dos
consumidores de primeira ordem, o terciário é o dos consumidores de segunda ordem, o quartenário é o
dos consumidores de terceira ordem.
De modo geral, podemos afirmar que nos ecossistemas os organismos cujo alimento é obtido a
partir de plantas, através do mesmo número de passagens, pertencem ao mesmo nível trófico.
Os níveis tróficos são os mesmos nos diversos ecossistemas, apesar de se observar variações
quanto a seus componentes.
Uma característica importante de um ecossistema é a sua auto-suficiência, ou seja, depende o menos
possível de outro ecossistema para existir.
Um bom exemplo de ecossistema é um lago. Nele encontramos todos os componentes bióticos
de um ecossistema produtores, consumidores e decompositores.
Os produtores são representados pelas plantas da margem e do fundo. A sobrevivência de todos
os outros seres vivos do lago depende dos compostos orgânicos sintetizados pelos produtores.
Os consumidores primários representados pelos caramujos e por peixes herbívoros (ou de
1ªordem).
Os consumidores secundários são os peixes carnívoros, insetos (ou de 2ª ordem).
Os consumidores terciários são representados por aves da margem (ou de 3ª ordem).
Os consumidores quaternários podem ser representados por peixes grandes que se alimentam
de peixes menores (ou de 4ª ordem).
Os decompositores são bactérias e fungos encontrados principalmente no fundo do lago. Usam
como alimento restos de plantas e animais, obtendo, assim, a energia para os seus processos
vitais. Ao degradarem os compostos que utilizam, devolvem ao ambiente substâncias nutritivas e
minerais que serão novamente utilizadas pelos produtores.

7.1 - BIOLOGIA
235
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Recordação da aula 9
Teias Alimentares
A teia alimentar é o conjunto de cadeias alimentares de uma comunidade.
A cadeia alimentar diz respeito a um dos caminhos pelo qual flui a matéria e a energia no
ecossistema. Já a teia alimentar representa o máximo de relações entre os componentes de uma
comunidade, ou seja, o conjunto de caminhos de transferência de matéria e energia no ecossistema.

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
RECICLAGEM DA MATÉRIA
Num ecossistema, o fluxo de energia se processa num único sentido dos produtores para os
consumidores e decompositores. Esse fluxo unidirecional exige um suprimento constante de energia do
meio externo pois parte dessa energia é consumida nos diferentes níveis tróficos.
Assim, o suprimento de energia para os ecossistemas é garantido pelo sol.
Com a matéria isso não ocorre. As substâncias inorgânicas que participam dos ecossistemas
não necessitam de um suprimento constante a partir de uma fonte externa, pois estão em constante
reciclagem, sendo sempre reaproveitados. Dessa forma, ora elas são encontradas nos seres vivos, ora
no meio externo.
Por envolverem os seres vivos (produtores, consumidores e decompositores), os componentes
geológicos e as substâncias químicas do ecossistema, essas reciclagens recebem o nome de ciclos
biogeoquímicos. Na biosfera ocorre uma série de ciclos biogeoquímicos. Destes, destacaremos os
ciclos do nitrogênio, do carbono e da água.

CICLO DO NITROGÊNIO
O nitrogênio é um elemento essencial na constituição de substâncias básicas para os seres
vivos. Cerca de 78% do nitrogênio da Terra é encontrado na atmosfera. Porém como os seres vivos não
têm capacidade de absorvê-lo sob a forma gasosa torna-se necessária sua transformação em sais
nitrogenados.
A formação de sais a partir do nitrogênio gasoso depende, na sua maior parte da ação de algas
azuis e de algumas espécies de bactérias. Esses organismos fixam o nitrogênio do ar e o transformam
em nitratos. Esse processo é denominado fixação do nitrogênio.
Os organismos fixadores de nitrogênio vivem livremente no solo. Algumas espécies de bactérias
vivem em associação íntima com raízes de plantas.
Essa associação assegura as plantas o seu suprimento de nitratos, além de tornar o solo, em
que elas vivem, rico em sais.
Quando os organismos morrem sofrem a ação de certas bactérias que decompõem os
compostos nitrogenados, transformando-os em amônia. Os decompositores também transformam em
amônia a uréia, uma substância excretada pelos seres vivos. Algumas espécies de bactérias
nitrificantes transformam a amônia em nitritos. Outras espécies transformam os nitritos em nitratos.
A absorção de nitrato nos ecossistemas é apenas feita pelos produtores. Com esses nitratos
eles formam compostos nitrogenados, que depois são assimilados pelos consumidores.
A libertação de nitrogênio para a atmosfera é feita através da ação de bactérias desnitrificantes
que agem sobre os nitratos.

Bactérias
Nitratos Nitrogênio
Desnitrificantes

Nitrosomonas Nitrobactérias
Amônio Nitritos Nitrato

236 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
RESUMO
Algas azuis e certas bactérias são capazes de captar o nitrogênio gasoso e transformá-lo em
nitratos. Esse nitrato livre no ambiente pode ser incorporado pelos vegetais e, daí, ser transferido pela
cadeia alimentar. Na urina dos animais e nos cadáveres há nitrogênio que volta ao solo. Esse nitrogênio
pode dar origem a nitratos ou nitritos por ação dos nitrificadores.
Bactérias desnitrificantes transformam nitrato em nitrogênio gasoso que volta à atmosfera (único
processo pelo qual o nitrogênio volta à atmosfera). Através de descargas elétricas pode haver formação
de nitrato na atmosfera.

ESQUEMA SIMPLIFICADO DO CICLO DO NITROGÊNIO

CICLO DO CARBONO
Os vegetais fixam o CO2 atmosférico e o carbono é incorporado. Parte do carbono é perdido na forma
de CO2 durante a respiração, outra vai para a crosta terrestre na forma de detritos. Os animais ao
comerem os vegetais incorporam o carbono; o carbono nos animais segue os mesmos caminhos. Os
decompositores podem agir sobre os detritos causando a volta de CO2 à atmosfera. Na crosta terrestre
os detritos podem transformar-se em carvão fóssil, petróleo, etc. Pela combustão dessas substâncias o
CO2 volta à atmosfera.

7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

CICLO DO CARBONO
O carbono é um dos constituintes essenciais das moléculas dos compostos orgânicos. Nos
organismos vivos existem aproximadamente 30% de compostos orgânicos como proteínas, lipídios,
carboidratos, etc. Portanto a reciclagem do carbono é de fundamental importância para a manutenção
da vida animal e vegetal na biosfera.
A única fonte de carbono utilizável pelos seres vivos autótrofos é o dióxido de carbono (CO2)
atmosférico.
O CO2 atmosférico é absorvido pelos autótrofos e usado na síntese de compostos orgânicos.
Estes compostos, pela cadeia alimentar, poderão chegar até aos animais herbívoros e carnívoros. Os
organismos autotróficos e os animais devolvem o carbono na forma de CO2 à atmosfera pela
respiração.
Os autótrofos e os animais, quando mortos, serão degradados pelos organismos
decompositores.
Estes também devolverão o carbono dos compostos orgânicos degradados à atmosfera na
forma de CO2.
A decomposição parcial de animais e vegetais resultará na fabricação de depósitos orgânicos
fósseis ricos em combustíveis como carvão e petróleo. Com a queima do carvão o CO2 pode ser
liberado novamente para a atmosfera.

ESQUEMA SIMPLIFICADO DO CICLO DO CARBONO

238 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
CICLO DO OXIGÊNIO
O oxigênio participa da composição de todas as moléculas que fazem parte da estrutura dos
seres.
Essas moléculas são sintetizadas pelos autótrofos, passando para os heterótrofos, através da
alimentação.
Em sua forma livre (O2) o oxigênio é indispensável para a respiração dos aeróbicos, sendo
encontrado como componente da atmosfera ou dissolvido na água.
O principal mecanismo de produção de oxigênio é a fotossíntese, no qual ocorre a liberação
desse gás para a atmosfera. O oxigênio é um elemento químico essencial à respiração dos organismos
aeróbicos. O oxigênio é consumido pelos seguintes fenômenos: respiração dos seres vivos, combustão
e pela formação de óxidos metálicos. As algas que formam o fitoplâncton representam as principais
fontes de reabastecimento do oxigênio atmosférico.

O CICLO DA ÁGUA
A água é a substância que existe em maior quantidade no corpo dos seres vivos. Além disso,
ela fornece átomos de hidrogênio para elaboração da matéria orgânica.
NOTA DE FIXAÇÃO
As plantas verdes e os animais retiram o oxigênio atmosférico (21%) pela respiração aeróbia e os
animais ainda obtém oxigênio ingerindo vegetais. As plantas verdes devolvem o elemento oxigênio pela
fotossíntese, ou pela respiração, mas sob forma de gás carbônico, sendo este último mecanismo também
realizado pelos animais. Uma parte do oxigênio atmosférico é continuamente fixado por metais. Se não fosse a
fotossíntese todo o oxigênio atmosférico já estaria esgotado assim, impossibilitando a vida aeróbica.

Na natureza, a água é encontrada na forma líquida (oceanos, rios, lagos), sólida (geleiras) e gasoso
(vapor d’água na atmosfera). Os oceanos são maiores reservatórios de água no estado líquido. O calor
do sol permite a evaporação da água que passa a fazer parte da atmosfera. Com a chuva, a água
retorna aos rios, mares e solos. Ela pode permanecer entre as partículas do solo ou infiltrar-se até
alcançar os lençóis subterrâneos. Para obter água a maioria dos animais tem de ingeri-la, já as plantas
terrestres absorvem-na diretamente do solo. Pela respiração e transpiração, os animais e as plantas
eliminam água para o meio físico. Os animais também a eliminam através da excreção (urina, fezes).
Os decompositores adquirem água dos organismos mortos devolvendo-a ao meio físico através
da respiração. Através desses processos a água passa do meio físico para os seres vivos e vice-versa.

Devido ao aquecimento global do nosso planeta pelo sol, a água no estado líquido sofre um
constante processo de evaporação e penetra na atmosfera em forma de vapor. A volta ao estado líquido
ocorre por meio de precipitações, como a neve e a chuva, indo constituir os rios, os lagos que
deságuam nos oceanos. Parte da água precipitada pode ser absorvida pelo solo e pelas raízes das
plantas.
A água retirada do ambiente pelos seres vivos retorna à atmosfera pelos processos de
transpiração.
7.1 - BIOLOGIA
239
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
Tipos: 1) aquáticas (mares, rios, lagos, oceanos)
2) terrestres (florestas, cerrados, etc.)
Algumas comunidades são estratificadas. Nos vários estratos encontrados observam-se climas
diferentes. Estes constituem nos microclimas. Cada espécie tem o seu ambiente característico. Esse
ambiente é chamado habitat. No seu habitat a espécie tem uma certa função ou posição chamada de
nicho ecológico. A Biosfera é subdividida em Biociclos:
- talassociclo (meio marinho)
- limnociclo (água doce)
- epinociclo (meio terrestre)
Sucessão Ecológica – é o processo de substituição de comunidades numa certa região no correr do
tempo. Numa região estéril estabelecem-se primeiro as espécies pioneiras (líquens). As espécies
pioneiras criam condições para a instalação de comunidades temporárias. No final da sucessão
estabelece-se uma comunidade estável que não é mais substituída. Essa última comunidade é
chamada comunidade clímax.

RELAÇÕES ENTRE POPULAÇÕES DE UMA COMUNIDADE


As principais relações entre os seres vivos são:
a- competição
b- predatismo
c- simbiose:
c1- interespecífica – ocorre entre indivíduos de espécies diferentes
- mutualismo (harmônica)
- parasitismo (desarmônica)
- comensalismo (harmônica)
c2- intraespecífica – ocorre entre indivíduos da mesma espécie
- colônia (harmônica)
- sociedade (harmônica)
a) Competição – ocorre quando indivíduos de espécies diferentes ocupam o mesmo nicho
ecológico (interespecífica). A competição pode ocorrer entre indivíduos de mesma espécie quando
o espaço e alimento tornam-se limitados. Ex: competição pela luz entre plantas de um mesmo
habitat.
b) Predatismo – ocorre quando um indivíduo devora outro de espécie diferente. O devorado é a
presa e o outro o predador. Ex: coruja e rato.
Quando um indivíduo devora outro da mesma espécie, falamos em canibalismo. Ex: aranhas.
c) Simbiose - é a associação entre indivíduos.
d) Mutualismo: é a simbiose onde os dois associados têm vantagens. Ex: fungos e algas formando
liquens (harmônica).
e) Parasitismo: é a simbiose onde um organismo vive às custas do outro, prejudicando-o . Ex:
cipó-chumbo. O que prejudica é o parasita, o prejudicado é o hospedeiro (desarmônica).
e) Comensalismo: é a simbiose onde só um dos indivíduos tem vantagens e o outro não é
prejudicado Ex: orquídeas em troncos de arvores (harmônica).
g) Simbiose: (intraespecífica)
- colônia – é a associação entre indivíduos que apresentam interdependência . Ex: coral
(harmônica).
- Sociedade – ocorre entre organismos perfeitamente individualizados. Ex: abelha (harmônica).

INFLUÊNCIA DO HOMEM E POLUIÇÃO


O meio ambiente sofre interferência do homem de varias formas. A derrubada de florestas pode
causar desequilíbrio sérios na natureza. A caça e pesca indiscriminada pode levar certas espécies à
extinção. O despejo de produtos químicos poluentes nos rios pode alterar completamente esses
ecossistemas.
Poluição e seus efeitos – a principal origem de poluição causada pelo homem são as industrias. Os
meios de transportes também colaboram para o aumento da poluição. O uso indiscriminado de
inseticidas e pesticidas na agricultura pode causar sérios distúrbios na flora e na fauna. A poluição de
qualquer tipo, constitui-se em séria ameaça ao equilíbrio ecológico.
240 7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Poluição química – provocada por descargas maciças de detritos industriais, como ácidos,
detergentes, mercúrio, chumbo, hidrocarbonetos, etc.
Pode haver mistura de vários poluentes, o que pode causar sérios danos ao meio ambiente. A mistura
pode resultar num aumento do poder poluente de cada um dos dois. Certos pesticidas usados na
agricultura podem determinar a deposição de resíduos químicos tóxicos. Esses resíduos vão se
acumulando no ambiente e dificultando a sobrevivência da fauna e da flora.
Poluição biológica – como poluentes biológicos temos os materiais orgânicos que sofrem fermentação
no ambiente.
Poluição radioativa – é causada a partir de explosões atômicas. Resíduos radioativos podem ser
arrastados pela água que resfria reatores atômicos, aos rios e mares.
Essa água torna-se uma ameaça às espécies aquáticas.

AQUECIMENTO GLOBAL
O efeito estufa (ou efeito de estufa) é um processo que faz com que a temperatura da Terra seja
maior do que a que seria na ausência de atmosfera. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é
de vital importância pois, sem ele, a vida, como a conhecemos, não poderia existir. O que se pode
tornar catastrófico é um agravamento do efeito estufa que desestabilize o equilíbrio energético no
planeta e origine um maior aquecimento global.
São chamados gases de estufa:
dióxido de carbono : (CO2),
metano (CH4),
gás nitroso (N2O)
CFC´s (CFxClx)
Esses gases absorvem parte da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e
radiam por sua vez parte da energia absorvida de volta para a superfície.
Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera do que a que
recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30ºC mais quente do que estaria sem a presença dos gases
de estufa.
A influência no aquecimento global acelerado nos últimos 100 anos, esta aumentando o efeito
estufa e tornando-o prejudicial a vida no planeta.
Desmatamento e poluição:causam rapidamente os efeitos indesejáveis sobre a vida na face
terrestre do que a capacidade de reposição planetária.
A poluição dos últimos duzentos anos tornou mais espessa a camada de gases existentes na
atmosfera. Essa camada impede a dispersão da energia luminosa proveniente do Sol, que aquece e
ilumina a Terra, e também retém a radiação infravermelha (calor) emitida pela superfície do planeta. O
efeito do espessamento da camada gasosa é semelhante ao de uma estufa de vidro para plantas, o que
originou seu nome. Muitos desses gases são produzidos naturalmente, como resultado de erupções
vulcânicas, da decomposição de matéria orgânica e da fumaça de grandes incêndios. Sua existência é
indispensável para a existência de vida no planeta, mas a densidade atual da camada gasosa é devida,
em grande medida, à atividade humana. Em escala global, o efeito estufa agravado provoca o
aquecimento do clima, o que tem consequências catastróficas.
O derretimento das calotas polares e de geleiras, por exemplo, eleva o nível das águas dos
oceanos e dos lagos, submergindo ilhas e amplas áreas litorâneas densamente povoadas. O
superaquecimento das regiões tropicais e subtropicais contribui para intensificar o processo de
desertificação e de proliferação de insetos nocivos à saúde humana e animal. A destruição de habitats
naturais provoca o desaparecimento de espécies vegetais e animais. Multiplicam-se as secas,
inundações e furacões, com sua sequela de destruição e morte.
O aumento dos gases estufa na atmosfera, mantida a quantidade de radiação solar que entra no
planeta, fará com que a temperatura aumente nas suas partes mais baixas.

7.1 - BIOLOGIA
241
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
AS CAUSAS DO AUMENTO DAS EMISSÕES DOS GASES ESTUFA
A fossilização de restos orgânicos (vegetais e animais) ocorreu ao longo da história da Terra,
mas a grande quantidade preservada por fossilização ocorreu a partir do início do período Carbonífero,
entre 350 e 290 milhões de anos antes do presente, em uma forma mais ou menos pura de carbono,
isenta de agentes oxidantes. Este material está preservado sob a forma de carvão mineral. A partir de
cerca de 200 milhões de anos começou a preservar-se o petróleo e o gás natural; estes materiais são
compostos de carbono e hidrogênio. Resumindo, o carbono e o hidrogênio, combustíveis, são isolados
do meio oxidante, preservando a sua potencialidade de queimar em contato com o oxigênio, produzindo
vários gases estufa, sendo o gás carbônico e o metano os mais importantes.
Tanto o carvão mineral quanto o petróleo e o gás natural são chamados, no jargão dos
engenheiros e ambientalistas, de fontes não renováveis de energia. A energia produzida por geradores
eólicos, células solares, biomassa, hidroelétricas etc. são consideradas fontes renováveis.
Com o advento da produção em escala industrial dos automóveis, no início do século XX,
iniciou-se a produção e o consumo em massa do petróleo e, de utilização mais recente, o gás natural na
produção da energia elétrica, aquecimento doméstico e industrial e no uso automotivo.
O processo da queima de combustíveis fósseis, além de criar as condições para a melhoria da
qualidade de vida da humanidade, produz como resíduo inevitável o gás carbônico e outras substância
químicas, também muito poluidoras.
Os gases produzidos pela queima de combustíveis fósseis seguem vários caminhos: parte é
absorvida pelos oceanos e entra na composição dos carbonatos que constituem as carapaças de
muitos organismos marinhos ou é simplesmente dissolvida na água oceânica e finalmente depositada
no assoalho oceânico como carbonatos. À medida que estes animais vão morrendo, depositam-se no
fundo do mar, retirando o carbono, por longo tempo, do ciclo geoquímico. Outra parte é absorvida pelas
plantas que fazem a fotossíntese, tanto marinhas (algas e bactérias) como pelas florestas, reiniciando o
ciclo de concentração e fossilização dos compostos carbonosos, se as condições ambientais locais
assim o permitirem.
O que interessa aqui, no entanto, é que uma parte importante do gás carbônico concentra-se
na atmosfera.
A emissão exagerada de gases causadores do efeito estufa está provocando mudanças
climáticas.
Com o objetivo de diminuir as emissões de gases de efeito estufa, o Protocolo de Kyoto,
assinado por 84 países, determina uma redução de, em média, 5,2%. O debate em torno do protocolo
evidenciou as diferenças políticas entre Europa e Estados Unidos, que mesmo sendo o maior poluidor
do planeta não entrou no acordo."Os europeus vêm sofrendo há décadas com as consequências da
poluição, como as chuvas ácidas, e com episódios climáticos atípicos,como grandes enchentes. Os
países da Europa vêm desnvolvendo alternativas não-poluentes como energia eólica,que já configuram
parte importante da matriz energética de alguns deles" ,diz o geólogo Alex Peloggia, especialista em
política internacional.

A DISPUTA PELAS CAUSAS DO AQUECIMENTO GLOBAL


A teoria do efeito estufa é um assunto estritamente científico que trata de como os ambientes
planetários que possuem alguma atmosfera ou simplesmente as estufas de vidro para a criação de
plantas são aquecidas. Sobre este assunto espera-se que não haja controvérsias. A controvérsia, que
se tornou mais política do que científica, advém das causas do aquecimento global acelerado (do
último século e meio) que a maioria dos pesquisadores imputa às emisões de gases estufa na
atmosfera devido a ações humanas.
Os sinais evidentes do aquecimento global já podem ser sentidos em todas as regiões do
mundo, com verões cada vez mais quentes e invernos cada vez mais curtos e menos frios. O efeito
estufa ocasiona ainda o derretimento do gelo principalmente das geleiras continentais, o afinamento da
espessura das placas e gelo no mar Ártico e mesmo o desaparecimento da camada do gelo que cobria
este oceano mesmo no verão do hemisfério norte. As mudanças climáticas se expressam, também,
pelo aumento dos desastres naturais tais como as grandes inundações, secas de longa duração, tufões
em maior quantidade e intensidade, aparecendo, com mais freqüência, em regiões extra-tropicais,
recrudescimento do fenômeno "El Niño" com suas más conseqüências para o clima e para a economia
das regiões pesqueiras de todo o oceano pacífico.
242 7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
RESUMO – CONCEITOS DE ECOLOGIA
População
Genericamente, uma população é o conjunto de pessoas ou organismos de uma mesma
espécie que habitam uma determinada área, em um espaço de tempo definido.
Comunidade
Comunidade pode ser entendida como um conjunto de seres vivos inter-relacionados que
habita um mesmo lugar.
Também chamada biocenose - é a totalidade dos organismos vivos que fazem parte do mesmo
ecossistema e interagem entre si.
Ecossistema
Ecossistema designa o conjunto formado por todos os fatores bióticos e abióticos que atuam
simultaneamente sobre determinada região. Considerando como fatores bióticos as diversas
populações de animais, plantas e bactérias e os abióticos os fatores externos como a água, o sol, o
solo, o gelo, o vento...
A alteração de um único elemento costuma causar modificações em todo o sistema, podendo
ocorrer a perda do equilíbrio existente. Todos os ecossistemas do mundo formam a Biosfera.
Nicho ecológico
Nicho ecológico descreve a variedade de condições e qualidade de recursos dentro das quais
o indivíduo, ou a espécie, funcionam.
Esses fatores ecológicos são constituídos pelos elementos naturais (componentes orgânicos e
inorgânicos) da teia extremamente complexa e frágil de reações físico-químicas, movidas pela energia
solar, que constitui a vida na Terra. No processo de armazenar e consumir a energia solar, os seres
vivos fazem circular elementos químicos por toda a biosfera (a parte do planeta em que pode haver
vida).
Cada uma das espécies de seres vivos se especializa em realizar uma parte do trabalho
necessário para o fecho dos ciclos. A essa especialização dá-se o nome de nicho ecológico. Todas as
populações de seres vivos (com exceção talvez de algumas bactérias que vivem da energia de fontes
termais) dependem da manutenção do equilíbrio da biosfera como um todo.
Há quem confunda o conceito de "habitat" com o conceito de nicho ecológico. No entanto, nicho
ecológico expressa uma realidade mais vasta: não é apenas o local onde um ser vivo vive mas também
a sua função (posição nos vários ciclos de matéria e energia dos ecossistemas).

RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Nas comunidades bióticas dentro de um ecossistema encontram-se várias formas de interações
entre os seres vivos que as formam, denominadas relações ecológicas ou interações biológicas.
Essas relações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si.
Algumas dessas interações se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres vivos, ou de
apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmónicas ou positivas.
Outras formas de interações são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em
benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de desarmônicas ou negativas.
Tanto as relações harmónicas como as desarmônicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma
espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quando as interações ocorrem entre organismos da
mesma espécie, são denominadas relações intra-específicas ou homotípicas. Quando as relações
acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de interespecíficas ou
heterotípicas.
 1 Relações intra-específicas
 1.1 Sociedades
 1.2 Colônias
 2 Relações Intra-específicas Desarmônicas
 2.1 Canibalismo
 3 Relações Interespecíficas Harmônicas
 3.1 Simbiose
 3.2 Mutualismo
 3.3 Inquilinismo ou Epibioses
 3.4 Comensalismo
7.1 - BIOLOGIA
243
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
 4 Relações Interespecíficas Desarmônicas
 4.1 Amensalismo ou Antibiose
 4.2 Sinfilia ou Esclavagismo (ou Escravagismo)
 4.3 Predatismo
 4.4 Parasitismo
 4.5 Competição
 5 Ligações externas
Ecótono
É a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Na área de
transição (ecótono) vamos encontrar grande número de espécies e, por conseguinte, grande número
de nichos ecológicos.
"Transição entre duas ou mais comunidades diferentes é uma zona de união ou um cinturão de
tensão que poderá ter extensão linear considerável, porém mais estreita que as áreas das próprias
comunidades adjacentes. A comunidade do ecótono pode conter organismos de cada uma das
comunidades que se entrecortam, além dos organismos característicos (Odum, 1972).
Biótopo
Biótopo ou ecótopo (do grego = lugar onde se encontra vida) é uma região que apresenta
regularidade nas condições ambientais e nas populações animais e vegetais, das quais é o habitat.
Para viver, a biocenose depende de fatores físicos e químicos do meio ambiente. No exemplo de
uma floresta, o biótopo é a área que contém um tipo de solo (com quantidades típicas de minerais e
água) e a atmosfera (gases, umidade, temperatura, grau de luminuzidade, etc.) Os fatores abióticos de
um biótopo afetam diretamente a biocenose, e também são por ela influenciados. O desenvolvimento de
uma floresta, por exemplo, modifica a umidade do ar e a temperatura de uma região.
Bioma
Bioma é uma comunidade biológica, ou seja, fauna e flora e suas interações entre si e com o
ambiente físico: solo, água e ar. Área biótica é a área geográfica ocupada por um bioma. O bioma da
Terra compreende a biosfera. Um bioma pode ter uma ou mais vegetações predominantes. É
influenciado pelo macroclima, tipo de solo, condição do substrato e outros fatores físicos, não havendo
barreiras geográficas; ou seja, independente do continente, há semelhanças das paisagens, apesar de
poderem ter diferentes animais e plantas, devido à convergência evolutiva.
Um bioma é composto da comunidade clímax e todas as subclímax associadas ou degradadas,
é geralmente identificado pela flora clímax, pela estratificação vertical ou pela adaptação da vegetação.
São divididos em:
1. Terrestres ou continentais
2. Aquáticos
Biosfera
Biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra.
É um conceito da ecologia, relacionado com os conceitos de litosfera, hidrosfera e atmosfera.
Incluem-se na biosfera todos os organismos vivos que vivem no planeta, embora o conceito seja
comumente alargado para incluir também os seus habitats.
O homem, como ser vivo, faz parte da biosfera, e adapta o seu lar da maneira que ele precisar,
causando modificações positivas e negativas à biosfera, como por exemplo a chuva ácida (negativo) e a
agricultura (positivo).

244 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 11 – Relações entre os Seres Vivos

SUMÁRIO
Epidemiologia
Tipos de doenças
Epidemia
Endemia
Pandemia

Um primeiro critério de classificação será a divisão em Relações Harmônicas (também


chamadas interações positivas), em que não há prejuízo para nenhuma das espécies consideradas e
vantagem pelo menos para uma delas e Relações Desarmônicas (ou interações negativas), em que
pelo menos uma das espécies é prejudicada. Quando a interação estiver ocorrendo entre espécies
diferentes, falamos que é interespecífica (ou heterotípica); quando ela ocorrer entre indivíduos da
mesma espécie empregamos o termo intra-específico (ou homotípica).
EPIDEMIOLOGIA
É o estudo de uma determinada doença para profilaxia, isto é, prevenção.
Saúde X Doença
Todos os seres vivos procuram constantemente manter seus organismos ajustados em relação
ao ambiente. Para isso, eles dispõem de controle que mantém seu corpo em condições compatíveis
com a vida mesmo que o ambiente externo mude. Assim quase todas as agressões do ambiente que
ameaçam o equilíbrio do ser vivo são compensados por mecanismo de defesa. Se estes mecanismos
falham, instalam-se um desequilíbrio no organismo, a doença.
Podemos dizer que a doença resulta de uma agressão ao organismo por fatores múltiplos:
Ecológicos (parasitas);
Físicos (calor, radioatividade);
Químico (substâncias tóxicas).
A poluição, causas genéticas dependentes do sexo ou da idade, falhas nos mecanismos naturais
de defesa e o ambiente social e econômico, também podem ser deflagradores de diversas doenças.

TIPOS DE DOENÇAS
a) Hereditárias ex: Hemofilia
b) Poluição ex: desequilíbrio do ambiente
c) Doenças de carência ex: vitaminas
d) Infecciosas baixa resistência do organismo facilita a instalação
de microorganismos
e) Doenças degenerativas ex: cardio vascular, artrite
f) Doenças parasitárias ex: contaminação por vermes
Epidemia
É a ocorrência, numa coletividade ou região, de casos que ultrapassam nitidamente a incidência
normalmente esperada de uma doença e deriva de uma fonte comum de infecção.
Endemia
É a prevalência visual de determinada doença em relação a área. A doença permanece
constante por vários anos, dando uma idéia de equilíbrio entre doença e população.
Ex: rubéola, sarampo (inverno), disenteria (verão).
Pandemia
Quando a doença toma grandes proporções, até mesmo mundiais.
Ex: gripe espanhola, peste, gripe aviária.

7.1 - BIOLOGIA
245
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 12 – Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e


AIDS (ou SIDA)

SUMÁRIO
Gonorréia
Sífilis
Clamídia
Herpes
Vaginites
Condiloma
AIDS

Existe um grupo de doenças que se distinguem pelo fato de serem propagadas principalmente
pelo contato sexual. Sua evolução pode localizar-se apenas no aparelho genital, mas outros órgãos e
regiões do corpo podem também ser comprometidos; daí sua gravidade. Atualmente se observa em
todo o mundo um aumento muito grande no número de casos de doenças, dando origem às vezes a
pequenas epidemias. Isto pode ser atribuído a vários fatores, como:
 O uso cada vez mais difundido de pílulas anticoncepcionais , diminuindo o temor de uma
gravidez indesejada e causando o desuso dos preservativos de borracha, que dificultam o contágio.
 A liberação sexual e de costumes, o que determina certa “rotatividade” amorosa entre membros
de um grupo, facilitando a transmissão das doenças.
 A miséria e falta de oportunidade que levam muitas jovens a se prostituírem, contribuindo na
propagação dessas moléstias.
 O sentimento de vergonha ou de culpa que por vezes se manifesta nos indivíduos infectados,
impedindo que procurem o tratamento médico adequado e prolongando a evolução da doença.
 O fato de que certas doenças sexuais transmissíveis podem ficar despercebidas , principalmente
nas mulheres, que passam a funcionar como portadoras sãs, podendo contaminar seus parceiros.

Em virtude da grande incidência e de sua distribuição universal, duas doenças deste grupo
merecem maior atenção: a gonorréia e a sífilis.
Gonorréia
Também conhecida como blenorragia, é a mais comum das infecções transmitidas por contato
sexual. É ocasionada por uma bactéria - Neisseria gonorhea – ou gonococos, com baixa resistência ao
meio ambiente. Por isso, apenas raramente a infecção pode dar-se pelo contato com material
contaminado.
O período de incubação é variável, mais freqüentemente entre três e seis dias, passados os quais se
manifesta na uretra uma sensação de ardência e a produção de um corrimento de cor amarela (pus
espesso). Em mulheres, a confusão entre este corrimento e outros existentes anteriormente pode
mascarar a infecção, atrasando o tratamento. Em todo caso, o diagnóstico definitivo só será dado
através do exame da secreção em laboratório, com a identificação da bactéria.
Embora seja um evento raro, a falta de tratamento pode ocasionar complicações extragenitais.
O tratamento é feito com antibióticos.
Sífilis
É uma doença mais grave que a anterior; pois se generaliza no organismo, podendo, se não for
tratada, atingir o sistema nervoso, os pulmões, o coração, o fígado, etc.
Causada pela bactéria Treponema pallidum, a transmissão se faz por contagio direto, através do
ato sexual e, mais raramente, pelo contato com as lesões da pele dos doentes ou por beijos. A
resistência do micróbio fora do corpo é pequena assim, a possibilidade de contágio por objetos
contaminados é desprezível. A infecção pode ocorrer também através de transfusões sanguíneas.
Outra característica da doença é que ela pode ser congênita, isto é, o filho é contaminado pela mãe
através da placenta, mesmo antes de nascer.
A primeira manifestação da sífilis ocorre duas ou três semanas após a infecção, quando o micróbio já se
espalhou por todo organismo.

246 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Aparece, na mucosa do pênis ou da vulva, uma ferida de bordas endurecidas e normalmente
indolor, chamada de “cancro duro”. Esta ulceração tende a regredir mesmo sem tratamento; por isso às
vezes o individuo infectado não procura orientação medica.
Após um período que varia entre um mês e três meses desde o aparecimento do “cancro duro”,
surgem manchas avermelhadas por todo o corpo, que são altamente contagiosas. Este sintoma
também regride depois de certo tempo, mas a doença entra na etapa em que passa a afetar diversos
órgãos do corpo. O sistema nervoso central e o coração são os mais freqüentemente atacados pela
bactéria, mas é comum o comprometimento do fígado, a atrofia renal, e a formação de abscessos no
aparelho digestivo, órgãos genitais e pele.
O diagnostico da doença, no seu período inicial pode ser feito pela descoberta direta do
Treponema, o exame de sangue para a pesquisa de anticorpos é o diagnostico conclusivo. O
tratamento é feito com antibióticos, sempre sob orientação médica.
Clamídia
Causada por um agente semelhante a uma bactéria. Aproximadamente 75% das mulheres e 15
a 20% dos homens não apresentam sintomas. Os sintomas, quando se manifestam, surgem após um
mês e incluem:
• No homem: secreção anormal no pênis, aumento da frequência miccional e dor ao urinar.
• Na mulher: corrimento vaginal, dor no baixo ventre e sangramentos entre períodos menstruais. A falta
de tratamentos pode levar á esterilidade tanto do homem como da mulher.
Herpes
Causada por um vírus que provoca bolhas ao redor da boca, mas também pode fazer nascer
pequenas bolhas no pênis ou na vulva, provocando dor. Manifesta-se depois de 2 a 20 dias após o
contato sexual e pode vir acompanhada de febre, mal-estar e aumento de ínguas.
Não existe cura para o vírus herpes que continua no corpo por toda a vida.
De tempos em tempos, desencadeadas por fatores como problemas emocionais, cansaço,
menstruação, fricção, as bolhas retornam. Este vírus favorece o risco de câncer do colo do útero.
Vaginites
São inflamações na vagina causadas por bactérias ou fungos. Os sintomas são corrimentos, dor
ou coceiras.
O mesmo fungo causador do "sapinho" (Cândida albicans) causa um corrimento com placas
esbranquiçadas e coceiras na vulva.
A Tríchomonas vaginalis causa um corrimento amarelado e bastante mal cheiroso. A irritação
da vulva incomoda bastante e a pessoa também pode sentir a necessidade de urinar frequentemente.
A Gardnerella vaginailis é outra bactéria causadora de corrimento, que se diferencia da
tricomoníase pela sua coloração acinzentada e por um odor mais discreto.
Condiloma
O papiloma vírus humano pode provocar verrugas nos genitais, que lembram uma pequena
couve-flor. Vírus bastante contagioso, geralmente demora de 2 a 3 meses após a relação sexual para
que apareça a lesão.
Mesmo que as verrugas desapareçam com o tratamento, o vírus continua presente no corpo e
pode haver recorrência do quadro. Nas mulheres portadoras, há maior chance do desenvolvimento de
câncer do colo do útero.
AIDS
Esta DST é causada pelo vírus da imunodeficiência humana, abreviado em inglês, HIV. AIDS é a
sigla, também em inglês da síndrome da imunodeficiência adquirida.
Este vírus tem a capacidade de desenvolver atração por células encarregadas da defesa do
organismo, os linfócitos T. O contágio acontece através do sangue (compartilhando-se agulhas e
seringas contaminadas ou recebendo-se transfusões sanguíneas), da relação sexual (esperma e
secreções vaginais), da placenta e também através do leite materno.
O período de latência em que a doença não se manifesta pode variar de 2 a 8 anos aproxi-
madamente. Neste período os portadores assintomáticos podem transmitir os vírus. .
INFECÇÃOS - O vírus HIV possui uma glico-proteína na sua superfície que é atraída pelo antígeno CD4,
encontrado na membrana do linfócito T, além de neurônios do sistema nervoso central e outras células.
O vírus, ao entrar, deixa sua cápsula externamente e através de uma enzima que possui,
transforma o RNA num pró-vírus de DNA, ficando misturado aos cromossomos do linfócito T. Assim
pode permanecer durante vários anos.
7.1 - BIOLOGIA
247
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Num determinado momento o vírus HIV provoca a multiplicação intensa de muitos vírus HIV
destruindo a própria célula de defesa, o linfócito T. Também ataca os linfócitos B que seriam os
responsáveis pela produção de anticorpos. Assim o sistema de defesa fica impossibilitado de agir.
Logo após o contágio pode ocorrer um aumento de nódulos linfáticos, febres, mal-estar,
surgimento de manchas avermelhadas na pele ou mesmo uma meningite asséptica (não causada por
bactérias). Os sintomas podem ser confundidos com uma gripe.
Quando o vírus que estava latente se manifesta, o paciente apresenta aumento generalizado do
nódulos linfáticos, episódios de febre, sudorese, emagrecimento e diarreias, que pode durar de
semanas a meses. O aparecimento de Infecções oportunistas ou de neoplasias (câncer) costuma
ocorrer em estágios mais avançados da doença.
SIDA – sigla latina de AIDS = Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida.

Aula 13 – A Diversidade dos Seres Vivos

SUMÁRIO
Introdução
O modelo atual de classificação
 Espécie, subespécie ou raça
 Gênero
 Família
 Ordem
 Classe

INTRODUÇÃO
Há milhares de anos, os cientistas decidiram que era necessário classificar os seres vivos. Quer
dizer, organizar os seres vivos em grupos para facilitar seu estudo. Porém, naquele tempo, os cientistas
não tinham aparelhos como o microscópio, que permitem estudar com detalhes como os seres vivos
funcionam por dentro. Assim, no começo da Biologia, os seres vivos eram classificados apenas pela
aparência e pelo seu modo de vida. Por exemplo, as baleias e golfinhos eram classificados como
peixes, pois parecem peixes (pelo menos por fora) e vivem na água como os peixes. Hoje, porém, já
sabemos que, por dentro, as baleias e golfinhos não funcionam como os peixes, e sim como os
mamíferos (como o homem, cachorro, boi, etc.).
Antigamente também se pensava que os seres vivos ou eram plantas ou eram animais. Com o
uso do microscópio foram descobertos os seres unicelulares (formados por apenas uma célula) como
as bactérias e os protozoários, que não se comportam exatamente nem como plantas nem como
animais. Com essas e outras descobertas, as formas de classificar os seres vivos também foram
mudando. Até que, finalmente, chegamos ao modelo atual de classificação.
Mas antes de discutirmos o modelo atual de classificação, há uma coisa muito importante que
deve ser gravada: hoje, para classificar qualquer ser vivo, é importante:
• sua morfologia (aparência ou forma externa);
• sua forma de vida;
• sua anatomia (forma interna);
• sua fisiologia (funcionamento das suas células e órgãos);
• sua reprodução (multiplicação);
• sua embriologia (formação de um novo ser vivo, desde o cruzamento dos pais até o nascimento).

O MODELO ATUAL DE CLASSIFICAÇÃO


As regras que são usadas no modelo atual de classificação dos seres vivos foram sugeridas há
mais ou menos 250 anos por um cientista de nome Lineu, e foram um pouco modificadas por outros
cientistas. O atual modelo classificatório é dividido em 7 grupos, chamados: Reino, Filo, Classe,
Ordem, Família, Gênero e Espécie. Nesses grupos, os seres vivos são classificados de acordo
com as semelhanças que discutimos no final da introdução acima. Do Reino até a Espécie, a
semelhança entre os seres vivos será cada vez maior.
Espécie, subespécie e raça
248 7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
A espécie é o grupo básico da classificação. Dentro de uma espécie teremos o maior grau
de semelhança entre os seres vivos. Para ser de uma mesma espécie, dois seres vivos devem
poder se cruzar e ter descendentes (filhos) totalmente normais e férteis, ou seja, descendentes
que quando ficarem adultos também poderão se cruzar com outros da mesma espécie e também terão
descendentes. Se cruzarmos dois seres que não são da mesma espécie, eles não terão descendentes,
ou seus descendentes serão estéreis (inférteis).
Veja um exemplo:
O cão pastor-alemão e o cão doberman são diferentes na aparência externa, porém, se eles se
cruzarem, terão filhotes totalmente normais e férteis. Por isso, o pastor-alemão e o doberman são
considerados da mesma espécie. Por outro lado, o cavalo e a égua são muito parecidos (por fora) com
o jumento e a jumenta. Mas, se cruzarmos a égua com o jumento, ou o cavalo com a jumenta, nascerá
o burro (se for macho), ou a mula (se for fêmea). Tanto o burro como a mula são estéreis, ou seja,
nunca conseguem ter filhotes. Por isso, o cavalo e a égua não podem ser considerados da mesma
espécie que o jumento e a jumenta. Já o burro e a mula serão de uma terceira espécie, diferente das
duas anteriores.
Em alguns casos, dois seres vivos podem ser da mesma espécie, mas serem diferentes na cor,
no tamanho, etc., ou viverem em locais diferentes. Se as diferenças forem apenas essas, usam-
se os termos subespécie ou raça. É o caso, por exemplo, de uma ave chamada ema (parente do
avestruz). Existe apenas uma espécie de ema, mas essa espécie se divide em três subespécies (a ema
branca, a ema cinza e a ema grande). Os cachorros também são todos da mesma espécie, porém, são
de raças diferentes.
Gênero
Os Gêneros são grupos formados por várias espécies semelhantes.
Família
As Famílias são grupos formados por vários Gêneros semelhantes.
Ordem
As Ordens são grupos formados por várias Famílias semelhantes.
Classe
As Classes são grupos formados por várias Ordens semelhantes
Filo
Os filos são grupos formados por várias Classes semelhantes.
Reino
Os Reinos são grupos formados por vários Filos semelhantes.
Resumindo: um Reino é um grupo de Filos; um Filo é um grupo de Classes; uma Classe é um grupo de
Ordens; uma Ordem é um grupo de Famílias; uma Família é um grupo de Gêneros; um Gênero é um
grupo de Espécies e, por fim, uma Espécie é um grupo de seres vivos tão semelhantes que podem
cruzar entre si e ter filhotes totalmente normais e férteis.

7.1 - BIOLOGIA
249
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Portanto, há três pontos sobre este modelo de classificação que você deve entender e guardar:
1) À medida que caminhamos de um Reino até uma Espécie, a semelhança entre os seres vivos em
cada grupo é cada vez maior.
2) À medida que caminhamos de um Reino até uma espécie, o número de seres vivos em cada grupo
é cada vez menor. Isso ocorre justamente por que o nível de semelhança exigido é cada vez maior.
3) Se dois seres vivos estão em um mesmo grupo, eles podem não ser parecidos o suficiente para
estar juntos também no grupo seguinte. Mas, certamente serão parecidos o suficiente para estar no
mesmo grupo anterior, onde o nível de semelhança exigido é menor. Por exemplo: dois seres vivos
que são parecidos o suficiente para estar no mesmo Filo, podem, ou não, ser parecidos o suficiente
para estar na mesma Classe, onde o nível de semelhança é maior. Mas, dois seres vivos que forem
parecidos o suficiente para estar no mesmo Filo, com certeza estarão também no mesmo Reino,
onde o nível de semelhança é menor.
A semelhança entre os indivíduos em cada grupo é cada vez maior

REINO  FILO  CLASSE  ORDEM  FAMÍLIA  GÊNERO  ESPÉCIE


O

número de indivíduos em cada grupo é cada vez menor


Você entenderá ainda melhor estes três pontos a seguir, quando for dado um exemplo dentro
deste modelo de classificação.

Nota importante
É importante que você saiba que o método de classificação dos seres vivos também é conhecido
pelo nome de Taxionomia. Por isso, os grupos classificatórios (Reino, Filo. etc.), também podem ser
chamados de táxions ou grupos taxionômicos.
Os 5 reinos atuais
Como dissemos no início, faz vários anos que os biólogos já sabem que os seres vivos não são
apenas plantas ou animais. Pensando nisso, e usando o modelo de classificação que acabamos de
estudar, um cientista norte-americano chamado R.H. Whittaker fez, em 1969, uma proposta. Ele propôs
que os seres vivos poderiam ser divididos em 5 diferentes Reinos. Essa idéia foi aceita e é usada até
hoje. Veja agora quais são esses 5 Reinos:
Reino Monera
Nesse Reino encontramos os seres vivos classificados como bactérias e algas azuis. São
todos unicelulares (formados por uma só célula).
Reino Protista
Nesse Reino encontramos, entre outros, os seres vivos classificados como protozoários e
euglenas. São todos unicelulares.
Nota: euglena é um tipo de protozoário.
Reino Fungi
Nesse Reino encontramos os seres vivos classificados como fungos, cogumelos, bolores ou
mofos e fermentos. Podem ser unicelulares (formados por uma célula) ou pluricelulares
(formados por várias células).
Reino Plantae ou Metaphyta
Também chamado de Reino Vegetal. Aqui encontramos todos os seres vivos que são
classificados como vegetais ou plantas. Podem ser unicelulares ou pluricelulares.
Reino Animália ou Metazoa
Também chamado de Reino Animal. Aqui encontramos todos os seres vivos classificados como
animais. São todos pluricelulares.

250 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 14 – Reino Metaphyta


(Reino Vegetal)

SUMÁRIO
Fotossíntese
Respiração
Transpiração e Sudação
Absorção
Transporte de seiva
Órgãos vegetais
Glossário
Raiz (funções)
Caule (funções)
Tipos de caules
Folhas – funções
Nota importante
Modificação das folhas
Tipos de folhas
Vasos condutores de seiva
Flor - funções
Fecundação – Grãos de pólen – Óvulos
Nota importante
Sementes (funções)
Fruto – funções
Nota importante
Movimentos vegetais – tropismos
Glossário
Reino Vegetal – Divisões do Reino Vegetal
Algas
Divisão das algas
 Algas verdes
 Algas vermelhas
 Algas pardas
Nota importante
Briófitas – características
Divisão das Briófitas
Pteridófitas – características
Exemplos de Pterodófitas
Gimnospermas – características
Divisão das Gimnospermas
Angiospermas – características
Divisão das Angiospermas
 Monocotiledôneas

 Dicotiledôneas
Importância das Angiospermas
Glossário

Começaremos agora a falar sobre o Reino Vegetal, também chamado Reino Metaphyta ou
Reino Plantal.

7.1 - BIOLOGIA
251
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Recordando algumas coisas que já estudamos: os vegetais, que são mais conhecidos
popularmente como plantas, têm algumas características importantíssimas:

• podem ser unicelulares (formados por apenas uma célula) ou pluricelulares (formados por várias
células);

• são todos eucariontes, ou seja, têm células eucarióticas. Células eucarióticas são células com
núcleo individual organizado e várias organelas (retículo, ribossomos, mitocôndrias, complexo de
Golgi, etc.);

• são todos autótrofos clorofilados e fotossintetizantes, ou seja, todas as plantas têm a substância
verde chamada clorofila. Com a clorofila, as plantas realizam fotossíntese. E por meio da
fotossíntese, todas as plantas conseguem produzir os alimentos que fornecem a energia de que
precisam para viver (autótrofo = produzir o próprio alimento). Nas plantas, a clorofila fica dentro
das organelas celulares chamadas cloroplastos.

Nesta aula vamos entender melhor o funcionamento da fotossíntese. Também vamos discutir
outras funções (atividades) realizadas pelos vegetais para sobreviver.

FOTOSSÍNTESE
Como vimos, a fotossíntese é o processo usado pelas plantas para a produção de alimentos que
lhes fornecem energia. Veremos agora alguns detalhes importantes sobre a fotossíntese.
• A fotossíntese é um conjunto de reações químicas. De forma resumida, podemos mostrar a principal
destas reações da seguinte forma:
energia luminosa
6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6H2O +6O2 

clorofila

Onde: CO2 = dióxido de carbono (gás carbônico)


H2O = água
C6 H12O6 = glicose (açúcar)
O2 = gás oxigênio
Explicando as reações químicas acima:
• a união de gás carbônico e água dá origem à glicose, água e gás oxigênio;
• a união do gás carbônico e da água só acontece na presença de energia luminosa (luz, de
preferência natural);
• a energia luminosa só pode ser usada na presença da clorofila;
• a seta ao lado do oxigênio indica que esse gás é liberado no ambiente logo após ser formado().
Nota:
O gás carbônico e a água usados na fotossíntese são absorvidos do ambiente.
Existem ainda alguns detalhes importantes a respeito da fotossíntese:
• a fotossíntese, na realidade, é dividida em duas fases diferentes:
a) a primeira fase é chamada fase clara, e só acontece na presença de luz;
b) a segunda fase é chamada fase escura, e acontece independente da presença da luz. Porém,
a fase escura só ocorre depois da fase clara e depende da energia absorvida na fase clara. É
por isso que, de maneira geral, podemos dizer que a fotossíntese só ocorre na presença de luz.
• geralmente, a fotossíntese ocorre na presença da luz natural (do sol). Porém, a fotossíntese também
ocorre com luz artificial (de lâmpadas). Nesse caso. se a luz artificial for vermelha ou azul, ocorrem as
maiores quantidades possíveis de fotossíntese. Se a luz artificial for verde, praticamente não ocorre
fotossíntese nenhuma. Isso porque a clorofila quase não consegue absorver luz verde;
• na realidade, nas plantas existem dois tipos diferentes de clorofila. São chamadas clorofila a e clorofila
b e desempenham papéis diferentes para que ocorra a fotossíntese.

252 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Como já vimos a fotossíntese é a função mais
importante realizada pelos vegetais. Isso porque a
glicose produzida na fotossíntese garante a energia
necessária para os vegetais produzirem todos os
outros alimentos de que precisam (proteínas, vi-
taminas, etc.). E as plantas garantem, direta ou
indiretamente, a alimentação de todos os outros
seres vivos do planeta.

RESPIRAÇÃO
Para aproveitar a energia da glicose, as
células das plantas dependem de uma outra função:
a respiração.
Para retirar a energia de substâncias or-
gânicas (glicose e outros alimentos) as células
vegetais utilizam uma reação química chamada
oxidação. As oxidações, porém, só acontecem na
presença do gás oxigênio (O2). É a reação entre a
glicose e o oxigênio que produz quase toda a energia
que será usada pelas células para sobreviver.
Por outro lado, as reações de oxidação produzem, além da energia, gás carbônico (CO2) e gás
hidrogênio (H2). Estas duas substâncias são muito tóxicas e têm que ser eliminadas rapidamente para
que a célula não morra. O H2 se combina com uma parte do oxigênio, formando água (H2O), que não é
tóxica. O CO2 tem que ser "jogado" para fora das células e depois para fora do corpo da planta.
Esse tipo de respiração é chamada de respiração aeróbica, porque depende da presença do
oxigênio.
Portanto, resumidamente podemos dizer que na respiração aeróbica ocorre:
• absorção de oxigênio do ambiente;
• oxidação de alimentos, principalmente glicose;
• produção de energia;
• produção de gás carbônico (com liberação para o ambiente) e água.
Veja a seguir a equação química simplificada da respiração aeróbica com oxidação da glicose:
C6 H12 O2 + 6O2 6CO2 + 6H2 O + energia
glicose oxigênio gás carbônico água
Se você comparar as equações químicas da fotossíntese e da respiração aeróbia, ficará claro
que se trata de funções exatamente inversas, ou seja:
• na fotossíntese, as células absorvem gás carbônico e água, gastam energia, produzem glicose
e liberam oxigênio;
• na respiração, as células absorvem oxigênio, "queimam" glicose, produzem energia e liberam
gás carbônico e água;
• a energia absorvida da luz e gasta na fotossíntese é armazenada em uma substância química celular
chamada Adenosina Trifosfato, de sigla ATP;

• a energia produzida na respiração, com a queima da glicose e de outros alimentos, também é


armazenada na forma de ATP;
Atenção!
A energia (ATP) que as células gastam na fotossíntese é bem menor que a energia produzida na
respiração. Se não fosse assim, não haveria nenhum lucro para as plantas em produzir glicose na
fotossíntese e queimar essa mesma glicose na respiração.
• Os seres vivos animais não fazem fotossíntese, embora também respirem. A renovação do oxigênio
existente no ar que os seres vivos respiram é garantida pela fotossíntese realizada pelas plantas.
Portanto, além de garantir alimento para outros seres vivos, as plantas também garantem a purificação
do ar por meio da fotossíntese. Por tudo isso é que é fundamental a preservação de florestas e todos os
outros tipos de vida vegetal.
• A fotossíntese e a respiração das plantas acontecem principalmente nas folhas.

7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
TRANSPIRAÇÃO E SUDAÇÃO
A água, em quantidades normais, é fundamental para as plantas e não causa nenhum problema.
Porém, água em quantidade muito grande pode prejudicar o funcionamento das células. Por isso, as
plantas têm que eliminar a água que está em excesso nas células de seu corpo.
A eliminação do excesso de água pelas plantas pode ser feita de duas formas:
a) Transpiração
A transpiração é a eliminação da água das células das plantas na forma gasosa, ou seja,
ocorre quando as plantas eliminam vapor d'água.
b) Sudação
A sudação é a eliminação da água das células das plantas na forma líquida, ou seja, ocorre
quando as plantas eliminam gotinhas de água. A sudação também é conhecida como gutação (de
gotas).

ABSORÇÃO
Já vimos que as plantas podem absorver (tirar do ambiente) o gás carbônico e a água para a
fotossíntese bem como o oxigênio para a respiração.
Mas existe ainda um outro tipo de absorção que é fundamental para a vida das plantas. É a
absorção de sais minerais.
Os sais minerais são substâncias químicas inorgânicas - encontradas no ambiente. Nos sais
minerais existem elementos químicos como nitrogênio, cálcio, ferro, etc. É com esses elementos
químicos que as plantas sintetizam (fabricam) todos os alimentos de que necessitam (proteínas,
gorduras, vitaminas, etc.).
Nota importante:
As plantas não absorvem apenas substâncias úteis. Se o ambiente estiver poluído ou
envenenado, as plantas também vão absorver os venenos e as substâncias tóxicas. É por isso que o
uso descontrolado de agrotóxicos e inseticidas bem como a eliminação de lixo em qualquer local podem
contaminar as plantas que comemos.

TRANSPORTE DE SEIVA
Chamamos de seiva os líquidos especiais que correm por dentro do corpo das plantas. Se
a seiva não circular (correr) por todo o corpo da planta ela não conseguirá sobreviver. Existem dois tipos
diferentes de seiva nos vegetais, conforme veremos a seguir:
a) SEIVA BRUTA
A seiva bruta é formada pela mistura da água e dos sais minerais que as plantas
absorvem, geralmente pela raiz. A seiva bruta é usada em outras partes da plantas, principalmente nas
folhas. Portanto, a seiva bruta tem que ser transportada da raiz até as folhas e as outras partes do
corpo da planta.
O transporte da seiva bruta é feito por vasos chamados vasos lenhosos. O conjunto de
vasos lenhosos recebe o nome de lenho ou xilema.
b) SEIVA ELABORADA
A seiva elaborada é formada pela mistura de água com a glicose produzida pela
fotossíntese, que ocorre geralmente nas folhas. A glicose, porém, é necessária para todo o corpo da
planta. Portanto, a seiva elaborada tem que ser transportada das folhas para todo o corpo da planta.
O transporte da seiva elaborada é feito por vasos chamados vasos liberianos. O conjunto de
vasos liberianos recebe o nome de líber ou floema.
Nota importante:
A glicose é o principal alimento presente na seiva elaborada, mas geralmente há também outros
alimentos nesta seiva.

254 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
GLOSSÁRIO
agrotóxicos: venenos usados na lavoura para matar ervas-daninhas (plantas parasitas) que
atacam as plantações
inorgânicas: substâncias químicas que podem ser produzidas pelos seres vivos, mas
geralmente são encontradas fora dos seres vivos (no solo, na água, no ar, nas pedras, etc.)
organelas: estruturas que permitem o funcionamento das células.
vasos: tecidos (conjunto de células) que transportam líquidos dentro dos seres vivos. No caso
dos animais, os principais são as veias e artérias.

ÓRGÃOS VEGETAIS
Órgãos são estruturas que realizam funções (tarefas) diferentes para a sobrevivência dos seres
vivos. Veremos a seguir os principais órgãos vegetais e as funções que podem ser realizadas por cada
um desses órgãos.
Antes, porém, é importante dizer que nem todas as plantas apresentam todos estes órgãos que
iremos estudar. A presença ou não de certos órgãos é justamente o que define a divisão das plantas em
grupos diferentes.

RAIZ – FUNÇÕES
A raiz é um órgão que pode realizar várias funções para as plantas, principalmente:
• fixar (prender) a planta ao solo;
• absorver água e sais minerais (seiva bruta) necessários para que a planta produza seu alimento.
Na estrutura de uma raiz é possível notar partes diferentes com funções diferentes. Veja a figura
a seguir.
• A zona suberosa é a parte mais externa (de fora) da raiz. É da
zona suberosa que partem os ramos da raiz.
• A zona pilífera é a parte da raiz que é toda coberta por peque-
nos pêlos. Através destes pelinhos, a raiz consegue mais fa-
cilmente absorver água e sais minerais do ambiente.
• A zona lisa é uma parte da raiz que não tem pêlos. Apesar
disso, a zona lisa também consegue absorver água e sais
minerais.
• A coifa é uma espécie de "capa" bem resistente que protege a
ponta da raiz que é uma parte muito delicada e é o principal
ponto de germinação (crescimento) da raiz, ou seja, é a zona
embrionária da raiz. A proteção dada pela coifa é muito im-
portante, principalmente se, durante o crescimento, a raiz en-
contrar pedras ou solo muito duro em seu caminho. A coifa também protege a ponta da raiz contra
micróbios.
Tipos de raiz
Existem alguns tipos diferentes de raízes, como:
Raiz Axial
Raiz axial é aquela em que existe um ramo principal mais desenvolvido (mais grosso e
comprido) e vários ramos laterais mais finos e curtos. É o tipo de raiz que aparece em árvores como a
laranjeira e o cafeeiro bem como em legumes como o feijão e o tomate.
Raiz Fasciculada
Raiz fasciculada é aquela em que não existe ramo principal e todos os ramos são
aproximadamente do mesmo tamanho. Também é chamada de raiz cabeleira. A raiz fasciculada
aparece em plantas como milho, bambu, cana e grama.
Raiz Tuberosa
Raiz tuberosa é aquele tipo de raiz que tem a capacidade de acumular reservas de alimento.
São exemplos de raízes tuberosas a cenoura, a batata-doce e a mandioca.
Raiz Respiratória
A raiz respiratória tem a capacidade de crescer também para fora do solo. Saindo do solo, estas
raízes ajudam na respiração da planta. É um tipo de raiz típico de plantas do mangue

7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Raiz Sugadora
Este é o tipo de raiz das plantas parasitas. As plantas parasitas vivem sobre outras plantas, e
suas raízes penetram nestas plantas para sugar o alimento. O cipó-chumbo e a erva-de-passarinho são
exemplos de plantas que têm raízes sugadoras.
Raiz Aquática
Como o nome indica, as raízes aquáticas são raízes que ficam diretamente na água. Um
exemplo bem conhecido de planta com raiz aquática é o aguapé, que é encontrado em quase todas as
represas, rios. etc.
Nota: Se uma planta viver dentro da água, mas a raiz estiver enterrada, essa raiz não é aquática. A raiz
só é aquática se a planta estiver boiando, e a raiz, na água.

CAULE - FUNÇÕES
O caule é o órgão que faz a ligação da raiz com as outras partes da planta: folhas, flores e
frutos. O caule também sustenta todas estas outras partes da planta. Pelo caule ocorre ainda a
circulação da seiva bruta (água e sais minerais) e da seiva elaborada (água e glicose). Em alguns
casos, o caule também pode ter clorofila e realizar fotossíntese.
O caule pode respirar através de aberturas chamadas lenticelas.
O caule pode apresentar as seguintes partes:
• a gema apical é o ponto a partir de onde o caule cresce verticalmente (para cima);
• as gemas laterais são os pontos a partir de onde O caule cresce lateralmente (para os lados),
formando os ramos (ou galhos);
• os nós são as regiões das gemas laterais, ou seja, o local onde estão presos os ramos;
• os entrenós são as regiões que ficam entre os nós e onde não há ramos.
Tipos de Caule
Entre os principais tipos de caule podemos citar:
a) Tronco
Troncos são caules muito resistentes, com galhos. Os troncos são os caules que fornecem
madeira para fabricação de móveis, caixas, etc.
Exemplos: pinheiro, limoeiro, ipê, seringueira, etc.
b) Estipe
Estipes são caules parecidos com os troncos, mas com duas diferenças importantes. As estipes
não têm galhos e não servem para ser usadas como madeira.
Exemplos: coqueiros e palmeiras.
c) Colmo
Colmos são caules cilíndricos, que às vezes são ocos. Não são muito grossos e sua principal
característica é que seus nós são bastante evidentes.
Exemplos: cana-de-açúcar, bambu e milho.
d) Haste
Hastes são caules flexíveis e delicados. São os caules típicos de verduras (couve, agrião, etc.),
legumes (feijão, tomate, etc.) e cereais (arroz, trigo, etc.).

256 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
e) Rastejante
Caules rastejantes são caules mais delicados ainda do que as hastes. São tão delicados que
não conseguem ficar em pé, e crescem rastejando pelo chão.
Exemplos: abóbora, grama, melancia, etc.
f) Volúvel
Os caules volúveis também são muito delicados, como os rastejantes. A diferença é que os
caules volúveis conseguem se enrolar e subir em suportes (estacas de madeira, cercas, etc.).
Exemplos: uva, chuchu, maracujá, etc.
g) Subterrâneos
Como o nome indica, os caules subterrâneos são os que crescem dentro da terra. Dividem-se
em:
• tubérculos: são muito ricos em substâncias nutritivas (alimentos). Exemplo: batatinha;
• bulbos: são cobertos por várias folhas e também têm reserva de alimentos. Exemplo: cebola;
• rizomas: crescem paralelos ao solo e soltam folhas para fora, para cima. Exemplo: bananeira.

Nota importante:
• A batatinha (que comemos frita) é um tipo de caule subterrâneo, diferente da batata-
doce, que, como vimos antes, é um tipo de raiz.
• A parte da bananeira que sai da terra não é o tronco, é um conjunto de folhas
enroladas.

h) Aquáticos
Caules aquáticos são caules que crescem dentro da água.
Geralmente são cheios de ar para ajudar a planta a boiar na água.
Exemplo: vitória-régia.
i) Cladócio
Cladócios são caules com folhas em forma de espinhos, que conseguem armazenar grande
quantidade de água.
Exemplo: cactos, mandacaru, etc.
Tipos de Caule

FOLHA - FUNÇÕES
As folhas são órgãos importantíssimos. É nas folhas que acontece toda ou quase toda a
fotossíntese das plantas, pois as folhas concentram toda ou quase toda a clorofila da planta. Nas
folhas ocorre também grande parte da respiração, da transpiração e da sudação. As trocas de
gases (oxigênio, gás carbônico e vapor d'água) acontecem através de poros (aberturas) chamados
estômatos, que estão espalhados pela folha.

7.1 - BIOLOGIA
257
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Uma folha pode ter as seguintes partes:

o limbo é a parte principal da folha, geralmente a parte mais


larga e comprida. É no limbo que se concentram a fotossíntese,
respiração, transpiração e sudação;

• o pecíolo é o "talo" (o cabinho) que sustenta a folha;


• as nervuras são os locais da folha por onde passam os vasos
que transportam a seiva bruta e a elaborada;

• a bainha é a parte pela qual a folha fica presa no caule da


planta;

• as estípulas são prolongamentos da bainha.

Nota importante:
Nem sempre as folhas têm, obrigatoriamente,
todas essas partes.

MODIFICAÇÕES DAS FOLHAS


As folhas podem sofrer modificações e dar origem a estruturas diferentes, tais como:
• gavinhas: é aquele tipo de "molinha" que existe no chuchu e que se enrola e prende em outras
plantas, em cercas, etc.;
• espinhos: algumas folhas podem ter a forma de espinhos. É o caso dos cactos e do mandacaru, por
exemplo;
• brácteas: são folhas coloridas, parecidas com flores. É o caso da planta conhecida como antúrio.

TIPOS DE FOLHAS
As folhas podem ter formas diferentes, principalmente o limbo e as nervuras. Veja abaixo alguns
exemplos:
Tipos de folhas de acordo com de acordo com as nervuras
o formato do limbo

de acordo com a borda dolimbo

258 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
VASOS CONDUTORES DE SEIVA
Recordando algo que já estudamos, existem dois tipos de seiva que circulam no interior dos
vegetais. A seiva bruta (água e sais minerais que são retirados do ambiente) e a seiva elaborada (água,
glicose produzida pela fotossíntese e outros alimentos).
• Os vasos lenhosos transportam a seiva bruta da raiz para todo o corpo da planta. O conjunto
de vasos lenhosos recebe o nome de lenho ou xílema.
• Os vasos liberianos transportam a seiva elaborada das folhas para todo o corpo da planta. O
conjunto de vasos liberianos recebe o nome de líber ou floema.

FLOR
Praticamente todas as plantas têm algum tipo de reprodução sexuada. Relembrando, re-
produção sexuada ocorre quando um novo ser vivo surge da fecundação, que é a união de um gameta
(célula sexual) masculino com um gameta feminino, vindos dos pais.
Somente as plantas mais evoluídas (gimnospermas e angiospermas, que voltaremos a estudar)
têm flores. As flores são os aparelhos reprodutores destas plantas. Isto porque é nas flores que
ficam os órgãos sexuais masculinos e femininos da planta.
Com relação às flores, as plantas podem ser:
• monóicas: são plantas que têm flores masculinas e flores femininas em um mesmo pé;
• dióicas: são plantas que têm flores masculinas e flores femininas em pés diferentes;
• hermafroditas: são plantas que têm flores hermafroditas. Flores hermafroditas são aquelas que têm
órgãos sexuais masculinos e femininos ao mesmo tempo.
Veja a seguir as partes que formam uma flor completa:
As partes de uma flor
• o pedúnculo é o talo (cabinho) pelo qual a flor fica presa
no caule da planta;
• o receptáculo é a parte pela qual o restante da flor fica
preso no pedúnculo.
As demais partes da flor recebem o nome de
verticílios florais e ficam presas ao receptáculo.
Os verticílios florais são:
• o cálice, que é formado pelas sépalas, folhinhas modifica-
das que ficam em volta do receptáculo;
• a corola, que fica em cima do cálice e é formada pelas
pétalas, folhas também modificadas, geralmente coloridas e
perfumadas, que têm a função de proteger os órgãos
sexuais e atrair animais;
• o androceu, que é o órgão sexual masculino da planta.
O androceu é formado por:
• filete: um talinho geralmente fino e comprido;
• antera: fica na parte de cima dos filetes e produz os grãos de pólen (gametas masculinos);
• o gineceu, que é o órgão sexual feminino da planta. O gineceu é formado por:
• estigma: fica no ápice (ponta de cima) do gineceu;
• estilete: é um talo comprido que forma a maior parte do gineceu. Na parte de baixo do estilete
existe uma região mais larga, o ovário. O ovário produz os óvulos (gametas femininos).

FECUNDAÇÃO – GRÃOS DE PÓLEN – ÓVULOS


A fecundação é a união de um gameta masculino com um gameta feminino. No caso das flores,
esta fecundação ocorre a partir da união dos grãos de pólen com os óvulos. Isto porque, a fecundação
das plantas superiores é, na realidade, um fenômeno mais complexo.
A fecundação nas flores ocorre da seguinte forma:
• os grãos de pólen são liberados pelas anteras;
• alguns grãos de pólen se prendem em um estigma;
• os grãos de pólen descem por um tubo chamado tubo polínico, que começa no estigma e chega até o
ovário;
• no ovário ocorre a fecundação.

7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Nota importante:
• Na grande maioria das flores os grãos de pólen têm que ser levados até o gineceu por algum
fator externo.
Esse transporte dos grãos de pólen é chamado de polinização e pode ser feito pelo vento
ou pela água da chuva. Ou então, o transporte dos grãos de pólen pode ser feito por animais
como as abelhas e beija-flores. As cores e perfumes das plantas atraem os animais, que vão
beber o néctar. Os grãos de pólen se grudam nestes animais e podem grudar em um gineceu
quando o animal for para outra flor.
Em plantas hermafroditas pode acontecer a autofecundação. Ou seja, os grãos de pólen caírem
no gineceu da própria flor. Nesse caso, a planta estaria cruzando com ela própria.
• As flores podem ser:
• flores simples: quando um pedúnculo sustenta apenas uma flor. Exemplo: rosa;
• flores múltiplas ou inflorescências: quando um pedúnculo sustenta várias flores. São
como cachos de flores

SEMENTE - FUNÇÕES
As plantas que têm flores produzem sementes. A semente é o próprio óvulo, que, depois de
fecundado, dá origem ao zigoto e começa a acumular água e substâncias nutritivas (alimentos). O
zigoto (ou célula-ovo) dá origem ao embrião, que será a nova planta, fica dentro da semente e é
envolvido (rodeado) pela mistura de água e alimentos. Esse alimento serve para sustentar o
embrião até que a nova planta comece a fazer fotossíntese e produzir seus próprios alimentos. A se-
mente também protege o embrião, que é muito delicado.
As partes de uma semente são:
PARTES DE UMA SEMENTE
• o tegumento é a parte externa (de fora) da semente, e forma a
casca;
• a amêndoa é a parte interna da semente e se divide em:
• embrião, que formará a nova planta;
• endosperma, que é a parte que contém o alimento;
• cotilédone, que é uma estrutura que transfere o alimento do
endosperma para o embrião.
Encontrando condições ideais de solo, água e temperatura, a
semente brotará e o embrião formará uma nova planta. Se as condições não forem ideais, as sementes
ainda podem resistir algum tempo antes de o embrião morrer.
O número de sementes depende do número de óvulos no ovário. Se houver apenas um óvulo,
será formada apenas uma semente (exemplo: abacate). Se houver vários óvulos, serão formadas várias
sementes (exemplo: melancia).

FRUTO – FUNÇÕES
Algumas plantas que possuem flores (as angiospermas) podem também produzir frutos (ou
frutas).
Os frutos também são grandes reservas de água e alimentos. São quase sempre os
ovários das flores que se desenvolvem após a fecundação e dão origem aos frutos.

Formação de um fruto As partes de um fruto

260 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
• O epicarpo é a parte mais externa do fruto, geralmente forma a casca.
• O mesocarpo é a parte intermediária do fruto. É geralmente mais desenvolvida e comestível (contém
mais alimento).
• O endocarpo é a parte mais interna do fruto, geralmente é uma "pele" que fica em volta da semente.
Os frutos podem ser:
• frutos carnosos: quando o fruto é mole e suculento. Geralmente podem ser comidos crus. Exemplos:
laranja, maçã, abacate, etc.;
• frutos secos: quando o fruto é duro e seco. Geralmente não podem ser comidos crus. Exemplos:
castanha (a casca), feijão (a vagem), arroz (as espigas), noz (a casca), etc.;
• frutos simples: quando vêm de flores simples. Exemplos: limão, pêra, maracujá, etc.;
• frutos múltiplos: quando vêm de inflorescênclas (flores em cachos). Exemplos: uva, jaca e milho (a
casca de cada grão é um fruto);
• frutos falsos: quando a parte principal (mais desenvolvida) não vem do ovário, mas de outra parte da
flor. Exemplo: caju, cujo fruto verdadeiro é a castanha; a parte que chamamos de fruto, na verdade, vem
do pedúnculo (talo) da flor.
Tipos de frutos

frutos carnosos frutos múltiplos


Além de proteger as sementes, quando estão bem maduros os frutos caem no solo e se abrem,
soltando as sementes. Alem disso, os frutos caídos apodrecem e servem de adubo para as novas
plantas que irão nascer.

Nota importante:
As plantas que têm sementes e frutos têm uma grande vantagem. As sementes e
os frutos podem ser carregados para longe por animais, pela água, etc.. Assim, essas
plantas têm uma facilidade muito maior para se espalhar do que as plantas que não têm
sementes nem frutos.

MOVIMENTOS VEGETAIS – TROPISMOS


Embora sejam quase sempre fixas no mesmo lugar, as plantas possuem alguns movimentos
importantes para sua vida. Esses movimentos são provocados por fatores externos e são
causados por substâncias químicas presentes no interior da planta. A principal dessas substâncias
é chamada auxina.
Esse movimentos em que a planta reage a fatores do ambiente são chamados tropismos.
A seguir, citamos alguns tropismos:
Fototropismo
Fototropismo é o movimento da planta em função da luz. Dizemos que o caule tem fototropismo
positivo, porque cresce em direção da luz. A raiz tem fototropismo negativo, porque cresce em direção
contrária à luz.

7.1 - BIOLOGIA
261
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Geotropismo
Geotropismo é o movimento da planta em função da gravidade do centro da Terra. Dizemos que
o caule tem geotropismo negativo, porque cresce em direção contrária à do centro da terra. E a raiz tem
geotropismo positivo, porque cresce em direção ao centro da
Terra.
Tigmotropismo
Tigmotropismo é o movimento do caule da planta em
função do contato com algum objeto. Podemos notar bem o
tigmotropismo em plantas como o tomate, o maracujá, a uva,
e o chuchu, que crescem enrolando-se nas cercas e em
outros objetos em que se encostam.
Demonstrando o fototropismo e o geotropismo das plantas:
Note que, mesmo deitando o vaso, a raiz continua
crescendo em direção ao centro da Terra (geotropismo
positivo) e em direção contrária a luz (fototropismo negativo).
Já o caule continua crescendo em direção à luz (fototropismo positivo) e em direção contrária ao centro
da Terra (geotropismo negativo).
GLOSSÁRIO
cilíndricos: com formato de canos (tubos)
flexíveis: que se podem dobrar ou curvar
mangue: região alagada onde um rio se encontra com o mar
néctar: mistura de água e açúcar produzida nas flores

SERES VIVOS
REINO VEGETAL – DIVISÕES DO REINO VEGETAL
Como já vimos nem todas as plantas têm todos os órgãos possíveis. Ou seja, nem todas elas
têm raiz, caule, folhas, vasos condutores de seiva bruta e seiva elaborada. flores, sementes e frutos.
O Reino Vegetal é dividido, justamente, de acordo com os órgãos que as plantas podem ter.
Vejamos, agora, os principais grupos do Reino Vegetal e exemplos de plantas de cada um desses
grupos.

ALGAS
As algas são as plantas mais simples que existem. Nas algas não aparecem raiz, caule, folhas,
vasos condutores, flores, sementes e frutos.
O corpo da maioria das algas é formado apenas por um talo. Às vezes aparecem estruturas
parecidas com raízes (chamadas rizóides), estruturas parecidas com caules (chamadas caulóides) e
estruturas parecidas com folhas (chamadas filóides).
Por outro lado, o grupo das algas é o único do Reino Vegetal em que existem plantas
unicelulares (formadas por apenas uma célula).
As algas são quase todas aquáticas, podendo ser encontradas tanto na água doce quanto na
água salgada. Algumas poucas podem viver em pedras, troncos ou mesmo na terra, em locais úmidos.
A reprodução das algas pode ser:
• por esporos: que são células de reprodução não sexuadas. Os esporos saem das algas e,
encontrando boas condições, irão formar novas algas;
• por conjugação: união de células sexuadas (masculinas e femininas);
• por hormogonia: o corpo da alga simplesmente se parte, e os pedaços formam novas algas.
Divisão das algas
Como qualquer planta, todas as algas têm o pigmento verde clorofila, responsável pela
fotossíntese. Porém, algumas algas têm outros pigmentos de outras cores. Por isso, as algas são dividi-
das em:
Algas verdes
Possuem grande quantidade de clorofila, daí sua cor verde. São também chamadas clorofíceas.
São as algas que existem em maior quantidade no nosso planeta. Garantem alimento para
muitos peixes e outros animais aquáticos.

262 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Mas, a principal característica das algas verdes é que elas são as plantas que mais contribuem
para a renovação do oxigênio do nosso planeta, por meio da fotossíntese.
Algas vermelhas
São algas que, além da clorofila, possuem grande quantidade do pigmento vermelho chamado
ficoeritrina. Daí a sua cor vermelha. Também são chamadas de rodofíceas.
As algas vermelhas são mais desenvolvidas que as algas verdes, embora existam em menor
quantidade.
As indústrias utilizam algas vermelhas para a fabricação de laxantes (remédios para prisão de
ventre), gelatinas e sorvetes.
Algas pardas
São algas que, além da clorofila, possuem grande quantidade do pigmento castanho chamado
fucoxantina. Daí sua cor parda (marrom). Também são chamadas de algas marrons ou feofíceas.
As algas pardas são as algas mais desenvolvidas que existem, podendo atingir vários metros de
tamanho.
São muito usadas na alimentação humana, principalmente em países como Japão, China e
Coréia. Também podem ser usadas como alimento para gado e como adubo para outras plantas.

Nota importante:
Como muitas algas são formadas apenas por
um talo, estas plantas também são conhecidas como
talófitas. Por serem as plantas mais simples que
existem, as algas às vezes são chamadas de
vegetais inferiores.

BRIÓFITAS - CARACTERÍSTICAS

As briófitas são plantas um pouco mais evoluídas que as algas, mas são menos evoluídas que
as outras plantas que veremos a seguir.
Nas briófitas também não aparecem raiz, caule, folhas, vasos condutores, flores, sementes e
frutos. Mas todas elas têm rizóides, caulóides e filóides. São sempre plantas de pequeno tamanho.
As briófitas, em sua grande maioria, não são aquáticas, mas ainda dependem totalmente da
água, principalmente para a reprodução. Por isso, vivem sempre em lugares úmidos e de sombra.
A reprodução das briófitas ocorre por um sistema chamado de alternância de gerações. Nesse
tipo de reprodução, uma geração se reproduz por esporos (assexuadamente), a geração seguinte se
reproduz com gametas masculinos e femininos (sexuadamente), depois vem outra geração com
reprodução assexuada, e assim alternadamente.
Na alternância de gerações, as plantas que se reproduzem por esporos são chamadas
esporófitos. E as plantas que se reproduzem por gametas são chamadas gametófitos. Nas briófitas, na
fase de gametófito a planta é mais desenvolvida e dura mais que na fase de esporófito.

DIVISÃO DAS BRIÓFITAS


Musgos
São as briófitas mais conhecidas. Os musgos são aquelas plantinhas bem verdes que formam
um tipo de tapete aveludado e escorregadio em pedras, nos locais onde há bastante umidade.
Hepáticas
Não são tão conhecidas como os musgos. Receberam o nome de hepáticas porque têm a forma
aproximada de um fígado (hepato = fígado).

7.1 - BIOLOGIA
263
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Antóceros
São também pouco conhecidas. Os antóceros são bem parecidos com as hepáticas, embora
não tenham a semelhança com o formato do fígado.
Notas importantes:
• As briófitas não são muito conhecidas porque, além de serem poucas espécies, não têm
importância para a alimentação e nem para as indústrias.
• As briófitas às vezes são chamadas de vegetais intermediários, por serem mais evoluídas
que as algas e menos evoluídas que as plantas.

PTERIDÓFITAS - CARACTERÍSTICAS
Também chamadas de filicíneas, as
pteridófitas são um grupo muito importante dentro do
Reino Vegetal. Isso porque as pteridófitas são as
primeiras plantas que apresentam raiz, caule e
folhas verdadeiros. E, mais importante ainda, as
pteridófitas são as primeiras plantas que apre-
sentam vasos condutores de seiva bruta e seiva
elaborada.
Porém, as pteridófitas ainda não apresentam flores, sementes nem frutos.
A reprodução das pteridófitas também ocorre por alternância de gerações, como nas briófitas. A
diferença principal é que nas pteridófitas, na fase de esporófito (assexuada), a planta é mais
desenvolvida e dura mais que na fase de gametófito
(sexuada).
EXEMPLOS DE PTERIDÓFITAS
Os exemplos mais conhecidos de pteridófitas são
a samambaia, a avenca, a renda-portuguesa e o
xaxim, todas muito usadas como plantas de enfeite nas
casas.

Nas folhas grandes da samambaia (fase de


esporófito), podemos ver algumas bolinhas, geralmente
de cor marrom. Essas bolinhas são chamadas soros, e
dentro delas existem os esporângios. Quando estão
maduros, os esporângios se abrem, e deles saem os
esporos. Os esporos, por sua vez, são as células de
reprodução assexuada que produzirão novas plantas
(gametófitos).

GIMNOSPERMAS - CARACTERÍSTICAS
As gimnospermas são plantas que, além de raiz, caule, folhas e vasos condutores, apresentam
pela primeira vez duas estruturas muito importantes: a flor e a semente. Porém, as gimnospermas ain-
da não são capazes de produzir frutos.
As flores das gimnospermas são feias, sem cor nem perfume e com aparência de madeira. Também
chamadas de estróbilos, as flores das gimnospermas não protegem as sementes que ficam presas a
elas, ou seja, suas sementes ficam à vista. Daí justamente vem o nome gimnosperma {gimno = nua,
sperma = semente).
Um exemplo bem conhecido de flor de gimnosperma são as pinhas, dos pinheiros, que
usamos como enfeites de Natal. Um exemplo de semente de gimnosperma são os pinhões, que
comemos nas festas juninas.
A reprodução das gimnospermas é sexuada, e ocorre da seguinte forma:
• As gimnospermas podem ter estróbilos (flores) masculinos e femininos;
• Os estróbilos masculinos produzem grãos de pólen, que são os gametas (células sexuais) masculinos;
• Os estróbilos femininos produzem óvulos, que são os gametas (células sexuais) femininos;

264 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
• Os grãos de pólen fecundam os óvulos, dando origem ao embrião. Este embrião ficará protegido e
alimentado dentro da semente;
• Quando as sementes caem ao chão, ocorre o brotamento (desenvolvimento do embrião) e a formação
de uma nova planta.
DIVISÃO DE GIMNOSPERMA
As gimnospermas se dividem em dois grupos:
Cicadíneas
São as gimnospermas mais simples e menos conhecidas que existem. Seus principais
representantes são as cicas. As cicas são arbustos (árvores bem pequenas).
Coníferas
As coníferas são bem mais desenvolvidas e conhecidas que as cicadíneas. Recebem este
nome porque suas flores (pinhas) têm forma de cone.
Dentro do grupo das coníferas encontramos:
• todos os pinheiros: pinheiro comum, pinheiro de natal, cedro, araucária (pinheiro-do-paraná),
cipreste, etc.;
• as sequóias: típicas da América do Norte, são as maiores árvores do mundo e podem viver
aproximadamente 3.000 anos.

As gimnospermas têm enorme importância para o homem, pois fornecem:


• madeira: para os mais variados fins;
• celulose: para a fabricação de papel;
• substâncias químicas: para a fabricação de perfumes, desinfetantes e bebibas;
• alimento: na forma pinhões.

Nota importante:
Como você pode ver, os pinhões são sementes e não frutas. Lembre que os
pinhões são produzidos pelas gimnospermas e as gimnospermas não produzem
frutos.

ANGIOSPERMAS - CARACTERÍSTICAS
As angiospermas são as plantas mais evoluídas que existem. Possuem raiz, caule, folhas, vasos
condutores, flor e semente.
Porém, o mais importante é que as angiospermas são as primeiras e únicas plantas que
produzem frutos.
Como já vimos em outro momento, os frutos são reservas de alimentos que se formam nos
ovários das flores após a fecundação.

7.1 - BIOLOGIA
265
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
A reprodução das angiospermas também é sexuada. As flores produzem grãos de pólen e
óvulos. Os grãos de pólen e os óvulos se unem, dando origem aos embriões, que ficam dentro das
sementes, que por sua vez ficam dentro dos frutos. Os embriões se desenvolvem e formam as novas
plantas.

DIVISÃO DAS ANGIOSPERMAS


As angiospermas se dividem em dois grandes grupos: as monocotiledôneas e as dicotiledôneas.
As plantas desses dois grupos têm diferenças nos tipos de raízes,
folhas, flores, etc. Porém, a principal diferença entre elas está nas sementes.
Monocotiledôneas
As monocotiledôneas são plantas angiospermas que têm apenas um cotilédone em cada
semente (mono= 1). Como vimos anteriormente, o cotilédone é a estrutura que transfere os alimentos
da semente para o embrião.
Exemplos de plantas monocotiledôneas: arroz, banana, milho, grama, cana, trigo, cebola, coco,
palma e alho.
Dicotiledôneas
As dicotiledôneas são plantas angiospermas que têm dois cotilédones em cada semente (di = 2).
Exemplos de plantas dicotiledôneas: feijão, algodão, rosa, cenoura, amendoim, maçã, tomate,
girassol, couve, café e mandioca.
Algumas Angiospermas

Nota:
Geralmente é possível identificar as sementes monocotiledôneas e dicotiledôneas:
• as dicotiledôneas são sementes que costumam se dividir em duas facilmente, como é o caso de feijão,
ervilha, amendoim, soja, café, abacate, etc.;
• as monocotiledôneas não se dividem, mas quebram facilmente, como é o caso do arroz, da aveia, etc.

IMPORTÂNCIA DAS ANGIOSPERMAS


Atualmente, as angiospermas são as plantas que dominam nosso planeta. Existem mais
espécies de angiospermas do que de todas as outras plantas juntas. Logicamente, esse sucesso das
angiospermas se deve ao fato de elas serem as plantas mais evoluídas que existem. Principalmente
pela presença de sementes e frutos. Como já vimos, as sementes e os frutos ajudam essas plantas a se
espalharem, pois podem ser levados para longe pelo vento, pela água ou por animais.
Por serem as plantas que existem em maior quantidade, as angiospermas são também as
plantas mais utilizadas na alimentação do homem e dos animais que servem de alimento para o
homem.
As angiospermas são também as plantas mais usadas no fornecimento de madeiras e de várias
substâncias utilizadas nas indústrias.
GLOSSÁRIO
pigmento: substância que dá coloração aos líquidos ou aos tecidos (vegetais ou animais) que
contêm essa substância.

266 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 15 – Organização dos Seres Vivos

SUMÁRIO
Sistemas excretores
Esqueleto e músculos
Sistema nervoso
Glândulas Endócrinas

SISTEMAS EXCRETORES
Excreção – é o processo de eliminação de substâncias prejudiciais ou inúteis ao organismo.
Excreção nos vegetais – não há sistemas excretores especializados. A excreção é feita por difusão.
Excreção nos protistas e animais – os protistas e animais muito simples eliminam suas excretas por
difusão. Alguns protozoários tem vacúolos contráteis. Esses vacúolos eliminam o excesso de água, e
juntamente amônia. Nos platelmintos (vermes de corpo achatado) a excreção é feita por células flam.
Anelídeos apresentam um par de nefrídios em quase todos os segmentos do corpo. Em crustáceos
encontramos as glândulas verdes. Os insetos excretam por Túbulos de Malpighi. Nos equinodermos há
ausência de órgão excretor (difusão). Vertebrados possuem rins. Esses rins são mais complexos quanto
mais evoluído for o vertebrado. Os animais excretam produtos nitrogenados tais como: amônia, uréia e
acido úrico.
De acordo com o tipo predominante de composto nitrogenado excretado, os animais são classificados
em:
1) Amoniotélicos – são os que eliminam amônia.
Ocorrência : invertebrados aquáticos e peixes teleósteos (peixes com ossos e espinhas).
2) Ureiotélicos – são os que excretam uréia.
Ocorrência: mamíferos, anfíbios, peixes elasmobrânquios (tubarões e raias) e quelônios
aquáticos (quelômicos são tartarugas).
3) Uricotélicos – são os que excretam acido úrico.
Ocorrência : aves, muitos répteis, insetos e caracóis terrestres.
O CO2 é eliminado pelos organismos através de suas estruturas respiratórias.

ESQUELETO E MÚSCULO
Esqueleto – são estruturas que servem para suporte e proteção. Sustentam as partes moles de um
organismo. Com o auxílio dos músculos, possibilitam à locomoção. Podem proteger certas estruturas,
como o crânio que protege o cérebro dos vertebrados. Os esqueletos quanto à localização podem ser:
1) EXOESQUELETO – localiza-se externamente ao corpo.
Ocorrência : foraminíferos e radiolários – têm uma carapaça dura por fora da membrana celular.
Moluscos apresentam conchas de calcário. Artrópodes possuem exoesqueleto articulado.
Celenterados (corais) secretam exoesqueleto calcário.
ENDOESQUELETO – localiza-se internamente ao corpo.
Ocorrência: esponjas possuem espículas silicosas ou calcarias. Equinodermos com endoesqueletos
formado por placas calcarias fixas ou móveis. Vertebrados apresentam endoesqueleto ósseo ou
cartilaginoso, flexível e articulado.
Músculos – são estruturas de sustentação e movimentação. A locomoção depende da atividade
muscular. O movimento do sangue nos vasos é determinado por contrações musculares. O mesmo se
verifica durante a passagem do bolo alimentar no tubo digestivo.

7.1 - BIOLOGIA
267
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Os músculos podem ser:
1) liso (involuntário) – contrações lentas.
2) estriado esquelético (voluntário) – contrações rápidas.
3) estriado cardíaco (involuntário) – no coração.
Ocorrência: invertebrados mais primitivos possuem musculatura lisa. Nos mais evoluídos como
os artrópodes a musculatura é estriada. Os vertebrados apresentam musculatura estriada que
move o esqueleto. A musculatura lisa aparece nos vertebrados nos órgãos do aparelho digestivo
e nas paredes dos vasos sanguíneos. Nos dutos do sistema reprodutor encontramos também
músculo liso.
Atividade – os músculos se contraem quando são estimulados por impulsos nervosos. O músculo
estriado nunca se encontra em repouso total. Esse tipo de músculo está sempre em semicontração,
chamada TONUS.

SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é formado por células com prolongamentos especializados para a condução
de impulso nervoso. Recebem o nome de neurônios. Existem 2 tipos de neurônios:
a) SENSORIAL que tem o estímulo recebido até um centro coordenador;
b) MOTOR que leva a resposta do centro aos órgãos efetores. Quando organizados formam
cordões nervosos. Por estes cordões, os impulsos são transmitidos de uma região para a outra
do corpo. A transmissão do impulso de um neurônio a outro chama-se SINAPSE.
Função do sistema nervoso – receber os estímulos é transmitir impulsos. Coordenar e integrar o
funcionamento dos órgãos do corpo.
Ocorrência: em alguns ciliados existe um sistema de fibras nervosas. Poríferos não possuem sistema
nervoso. Celenterados possuem sistema nervoso difuso formando uma rede nervosa. Platelmintos
possuem gânglios cerebróides e cordões nervosos ao longo do corpo. Nematelmintos – anel nervoso
que envolve o esôfago e uma série de cordões nervosos. Anelídeos – moluscos- artrópodes – sistema
nervoso ganglionar ventral. Equinodermas – sistema nervoso sensorial e motor. O sistema nervoso
motor é constituído de gânglios e plexos, que enervam os músculos dos “braços”. Cordados –
apresentam tubo nervoso dorsal. Vertebrados – sistema nervoso apresenta centralização formando o
cérebro. A medula pode apresentar atividade reflexiva. Essa atividade, “arco reflexo” simples, envolve
um neurônio sensorial e um motor. Os dois neurônios realizam sinapse na medula. O controle da
atividade de certos órgãos é feito por substâncias denominadas hormônios. Os hormônios agem em
pequena quantidade excitando ou inibindo estes órgãos.
Hormônios vegetais – os principais são:
1) Auxinas – presentes nos pontos vegetativos da raiz, caule e folhas. Sua ação controla o
crescimento do caule e da raiz. Determina a inibição das gemas laterais e a queda das folhas e
dos frutos.
2) Giberlinas – parecem ser sintetizadas – nas folhas e sementes jovens e frutos. Provoca o
alongamento rápido de células do caule. Pode causar o crescimento de plantas anãs e a
partenocarpia. A germinação das sementes, crescimento das folhas e floração também são
determinadas pelas bigerelinas. São conhecidas por hormônios da floração.
3) Citocininas – são ativas nas divisões celulares .
Hormônios animais – nos animais os hormônios são secretados pelas glândulas endócrinas . São
transportados pela corrente sanguínea para todo o corpo. A coordenação da atividade endócrina é
determinada em parte pelos hormônios e em parte pelo sistema nervoso. A natureza de um hormônio é
a mesma em todos os animais em que ele ocorre.

268 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
a) Hipófise : secreta os seguintes hormônios no lobo anterior:
1 – de crescimento: promove o crescimento do esqueleto; sua deficiência provoca o nanismo
e o excesso o gigantismo.
2 – Lactogênico: estimula secreção Láctea na gravidez.
3 – Tireotrófico: estimula a tireóide.
4 – Adreno – córtico – trófico: estimula o córtex das suprarenais.
5 – Folículo-estimulante: (FSH) promove o desenvolvimento dos folículos ovarianos e
secreção de estrógeno.
6 – Luteinizante (LH): promove a ovulação, desenvolvimento do corpo amarelo e secreção
de progesterona. Sua deficiência causa distúrbios no ciclo menstrual e na gravidez. No lobo
posterior da hipófise são secretados.
7 – Oxitocina: estimula contrações uterinas no parto. Sua deficiência traz dificuldades
durante o parto.
8 – Vasopressina: controla a excreção da água pela urina. A deficiência causa diabetes
insipidus. Seu excesso diminui a produção de urina (anuria).
b) Tireóide: secreta tiroxina, que age no metabolismo de açucares e gorduras. Sua deficiência
diminui o metabolismo, causa mixedema no adulto e cretinismo na infância. O excesso aumenta o
metabolismo e causa taquicardia, irritação nervosa, tremores, exoftalmia e bócio.
c) Paratireódes: produz paratormônio. Ele controla o metabolismo do cálcio. Sua falta produz
tetânia e seu excesso leva a descalcificação dos ossos.
d) Adrenais ou Suprarrenais: secreta adrenalina, que reforça a ação dos nervos simpáticos. Sua
falta provoca a bradicardia, hipotensão e hipoglicemia. Seu excesso, taquicardia, hipertensão e
hiperglicemia.
e) Pâncreas: seu hormônio é a insulina, que controla a concentração de glicose no sangue. Sua
deficiência provoca a diabetes melitus (hiperglicemia). O excesso causa hipoglicemia
(concentração baixa de glicose no sangue) que leva a um estado de choque.
f) Testículos: produzem testosterona. Esse hormônio desenvolve os órgãos sexuais masculinos
e os seus caracteres sexuais secundários. Hormônio produzido pelas células de Leydig.
g) Ovários: secretam progesterona, que prepara a mucosa uterina para a fixação do ovo. Sua
deficiência provoca menstruação e aborto. Existem ainda outros hormônios que agem na secreção
de enzimas digestivas:
- Secretina: produzida por células do intestino, estimula a secreção do suco pancreático.
- Gastrina: atua estimulando a secreção do suco gástrico.

Aula 16 – Reprodução dos Seres Vivos

SUMÁRIO
Conceito e tipos de reprodução
Fecundação
Tipos de fecundação

CONCEITO E TIPO DE REPRODUÇÃO


Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de originar descendentes geneticamente
idênticos ou semelhantes a si próprios. Há basicamente dois tipos de reprodução: assexuada e
sexuada.
a) Assexuada: é a reprodução que ocorre sem a participação de gametas (sem recombinação
gênica). A reprodução assexuada pode ser:
1- Cissiparidade ou Bipartição: um indivíduo se divide originando 2 outros idênticos. Ocorre em
geral nos organismos unicelulares.
2- Gemiparidade ou Brotamento: consiste no aparecimento, sobre um individuo – pai, de uma
protuberância chamada BROTO ou GERME. Esse broto pode se destacar e originar um novo
individuo. Por vezes o broto não se destaca e inicia com o pai a formação de uma colônia.
Ocorrência: em vegetal o levedo; em animais como os espongiários e celenterados.
7.1 - BIOLOGIA
269
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
3- Esporulação: corresponde à produção de esporos. Ocorre nos vegetais como forma comum de
reprodução e em bactérias como formas de resistência.
4- Propágulo: são estruturas pluricelulares. Ocorre entre briófitas e algas.
5- Sorédio: tipo característico de reprodução em liquens.
6- Estrobilização: ocorre quando um individuo origina vários outros por segmentação do próprio
corpo.
Ocorrência: celenterados e platelmintos.
7- Regeneração: alguns animais como esponjas e planárias possuem capacidade de regenerar
partes perdidas, o que lhes proporciona uma forma de reprodução.
b) Sexuada: é a reprodução que ocorre com a participação de gametas, havendo sempre
recombinação gênica. Os gametas masculinos e femininos se unem para formar o zigoto. Nos
vegetais o gameta feminino é chamado oosfera e o masculino anterozóide. Nos animais o gameta
feminino chama-se óvulo e o masculino espermatozóide. Gônadas são os órgãos animais
responsáveis pela produção dos gametas. Na reprodução sexuada pode ocorrer: isogamia,
heterogamia e Oogamia. Na isogamia os gametas são morfo-fisiologicamente iguais. Na
heterogamia os gametas são diferentes quanto à função ou à forma. Na Oogamia os gametas são
diferentes quanto à formação e função.

FECUNDAÇÃO
Consiste na união de dois gametas de sexos diferentes. Dessa união forma-se o zigoto, que
dará origem ao novo individuo. Em relação ao local onde ocorre a fecundação, ela pode ser classificada
em :
1) Fecundação externa: quando a fecundação ocorre fora do corpo da fêmea.
2) Fecundação interna: quando se dá no interior do organismo feminino.
Os animais podem ser:
a) Monóicos ou Hermafroditas: são os que apresentam no mesmo organismo gônadas
masculinas e femininas. Exemplo: minhoca
b) Dióicas: cada organismo apresenta uma das gônadas.
Quanto ao desenvolvimento do ovo as fêmeas podem ser:
a) Ovíparas: são as que eliminam ovos que se desenvolverão totalmente no meio externo.
Exemplo: aves
b) Ovovivíparas: produzem ovos com desenvolvimento parcial dentro do corpo materno.
Exemplo: cascavel
O desenvolvimento do embrião pode ser:
a) Direto: logo no início o embrião possui uma forma parecida com a dos adultos.
b) Indireto (metarmofose): surgem inicialmente larvas. Essas formas são bem diferentes da forma
adulta.
Partenogênese: ocorre quando um óvulo é capaz de entrar em desenvolvimento sem que tenha havido
fecundação. Ocorrência: abelha.

Dragão de Komodo se reproduz sem macho


Flora, uma fêmea de dragão de komodo, está surpreendendo os
cientistas. A lagarta espera o nascimento de 8 filhotes sem ter sido
concebida. O ‘milagre de Natal’, como está sendo chamado por
brincadeira pelos pesquisadores, não tem nada de sobrenatural. Trata-
se de partenogênese, fenômeno no qual ocorre autofecundação da
fêmea, mas que é raro em vertebrados. Pelo ineditismo, o caso foi
destacado na Nature.
FONTE foto: Jornal “O Estado de São Paulo” – 21 de dezembro de
2006.

270 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Fêmea tem filhotes sem fecundação
Uma fêmea de dragão de Komodo, o maior lagarto do mundo, teve cinco filhotes no zoológico de
Chester, na Inglaterra, sem ter sido fecundada por um macho, em um processo conhecido como
partenogênese. O acontecimento desperta esperanças para a reprodução em cativeiro de espécies em
risco de extinção. Calcula-se que até 70 espécies podem realizar a partenogênese, entre as quais as
serpentes e as lagartixas.
FONTE: Jornal “O Estado de São Paulo” – 25 de janeiro de 2007.

A ciência constatou, portanto, que em vertebrados, mesmo ocorrendo com raridade, pode
acontecer concepção e nascimento por partenogênese, isto é, sem fecundação.
Pedogênese: ocorrência de partenogênese na fase larval.
Ocorrência: “fasciola Hepática”.
Neotenia: capacidade de reprodução na fase larval de certos organismos.
Ocorrência: salamandra.

Aula 17 – Anatomia – Fisiologia Humana e Histologia

SUMÁRIO
1- Sistema Digestório
 Órgãos
 Digestão
2- Sistema respiratório
 Respiração
3- Sistema Excretor
 Formação da urina
4- Sistema circulatório
 Circulação
 Distúrbios do Sistema Circulatório
 Prevenção de doenças Cardiovasculares
5- Sistema nervoso
Histologia - Tecidos

Todos os seres vivos necessitam de nutrientes quer seja como fonte de energia ou como
matéria-prima para o crescimento. O homem não foge a essa regra e, por isso, especializou o seu
organismo para captar nutrientes e eliminar substâncias tóxicas.

7.1 - BIOLOGIA
271
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
RESUMO DAS FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO

1. Ingestão. Captar alimento pela boca.


2. Mistura e movimento. Trituração e passagem do alimento através do trato
gastrintestinal.
3. Digestão. Degradação mecânica e química do alimento.
4. Absorção. Passagem do alimento do trato gastrintestinal ao sangue e à linfa.
5. Defecação. A eliminação de substâncias não-digeridas do trato gastrintestinal.

1 – SISTEMA DIGESTÓRIO
A função do sistema digestório é a de separar os nutrientes dos alimentos, depois absorvê-los e
eliminar o que não é útil, por isso todos os órgãos que fazem parte deste sistema estão especializados
para tais atividades.
O sistema digestório é formado por:
• Tubo digestivo (da boca ao ânus)
• Glândulas Anexas
O tubo digestivo é dividido em:
• Boca
• Estômago
• Faringe
• Intestino Fino
• Esôfago
• Intestino Grosso
Boca
Primeira porção do tubo digestivo, servindo também como órgão respiratório, fonador e
gustador.
Faringe
Tubo fibromuscular afunilado que se estende da base do crânio até a borda inferior. Função de
deglutição. E a região de cruzamento das vias aéreas e digestivas.
Esôfago
É um tubo fibromuscular com cerca de 25 cm de comprimento. Possui função de deglutição.
Estômago
E uma dilatação do tubo digestivo que vai do esôfago até o intestino. Ele fica localizado no
quadrante superior esquerdo do abdome, podendo atingir também o epigástro.
Ele possui uma forma de "J", principalmente nos longelíneos. Nos brevelíneos, ele tem a forma
de um chifre de novilha. No recém-nascido, tem a forma de um limão. No adulto, possui um volume de 2
a 3 litros, no recém-nascido, em torno de 30ml.
Ele possui dois orifícios:
• Cárdia - na junção com o esôfago
• Piloro - na junção com o intestino
Função: Digestão e armazenamento de alimentos.
Intestino
Porção do tubo digestivo que vem depois do estômago e vai até o ânus. Foi dividido em duas
partes:
Intestino Delgado Intestino Grosso
a) Intestino Fino ou Delgado
É a porção mais longa do intestino e do tubo digestivo com 7 m; fica todo dobrado na cavidade
abdominal, sendo essas dobras denominadas alças intestinais. Dificilmente se rompe por traumatismo,
pois está na região central do abdome. Está dividido em:
• Duodeno
• Jejuno-Íleo

272 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Duodeno
É a porção mais curta, mais larga e mais fixa do intestino. Mede 25 cm, ou cerca de 12 dedos
transversais, daí o nome duodeno. Ele é a região central da digestão onde o quimo vindo do estômago
é qualificado e completará sua digestão. No duodeno são absorvidos, principalmente, glicose, ferro e
ácido fólico.
jejuno-Íleo
Corresponde à maior porção do intestino delgado, responsável pela absorção dos nutrientes resultantes
da digestão, além de água e eletrólitos.
b) Intestino Grosso
Tem cerca de l ,5 m de comprimento, formando uma "moldura" ao redor do intestino delgado e tem esse
nome por possuir um diâmetro maior. Está envolvido na absorção de água e eletrólitos, formação e
armazenamento das fezes.
Reto
Tem cerca de 12 cm, é recoberto parcialmente pelo peritônio, desce colado às vértebras sacrais.
Internamente possui 3 pregas retais transversais: a superior, a média (maior) e a inferior.
Pâncreas
Glândula de função mista.
Ele é revestido por tecido conjuntivo que emite septos para dentro da glândula dividindo-a em
lobos. Possui na sua maior parte células que se agrupam formando ácinos (pâncreas exócrino), onde
produzem o suco pancreático. No meio dos lobos, entre os ácinos, encontramos células agrupadas em
ilhotas, chamadas de ilhotas de Langerhans (pâncreas endócrino).
Fígado
Maior glândula do corpo e é também a maior víscera abdominal.
É uma glândula exócrina, isto é, de secreção externa, pois produz a bile que não é lançada na
corrente sanguínea. Porém alguns autores consideram o fígado também uma glândula endócrina, pois
embora não secrete hormônios, lança diretamente no sangue açúcar.
DIGESTÃO
A digestão se processa da seguinte forma: o alimento entra pela boca e sofre o que chamamos
de digestão mecânica, que consiste da mastigação, onde temos a presença de dentes que cortam,
perfuram e trituram os alimentos, da língua que possui o sentido do paladar, cuja função é identificar o
sabor dos alimentos e das glândulas salivares que produzem a saliva (solução aquosa de consistência
viscosa, que contém enzimas que já separam alguns nutrientes como os açúcares que serão
absorvidos no fundo da boca).
Com a mastigação e a saliva transformamos o alimento em bolo alimentar que será empurrado
pela língua para a faringe, processo denominado deglutição.
O bolo alimentar passará pela faringe chegando no esôfago, onde começará o movimento
peristáltico, contrações do esôfago que servem para empurrar o alimento até o estômago. Os
movimentos peristálticos começam no esôfago e terminam no intestino grosso, onde chamamos de
onda peristáltica.
No estômago, o bolo alimentar é misturado com a secreção estomacal, o suco gástrico (solução
rica em ácido clorídrico). O suco gástrico digere proteínas quebrando-as em aminoácidos.
É no estômago que começa a digestão química (onde há presença de substâncias químicas).
Com a ação dos ácidos e enzimas o bolo alimentar é transformado em quimo.
O quimo é levado para o intestino delgado onde receberá a ação do suco pancreático, onde o
restante dos nutrientes serão separados e absorvidos tornando o quimo em quilo, que será levado ao
intestino grosso onde será absorvida a água.
A água sendo absorvida, transformará o quilo em bolo fecal e quando mais consistente em
fezes, que serão eliminadas pelo ânus.

2 – SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório tem a função de captação, aquecimento, filtração e eliminação do ar.
Para executar essas funções, o sistema respiratório possui os seguintes órgãos: nariz, fossas
nasais, laringe, faringe, traquéia, brônquios e pulmões (dentro dos pulmões encontramos os bronquíolos
e os alvéolos pulmonares).

7.1 - BIOLOGIA
273
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
RESPIRAÇÃO
O ar penetra pelo nariz onde será filtrado por pêlos e pelo muco nasal (barrando substâncias
sólidas) e também aquecido, pois o nariz possui uma
grande quantidade de vasos sanguíneos.
Passando pelo nariz o ar chega nas fossas
nasais, onde encontramos o sentido do olfato, que
serve para detectar cheiros e prevenir substâncias
tóxicas.
O ar passará pela laringe, faringe, traquéia,
brônquios, pulmões (bronquíolos e alvéolos
pulmonares), nos alvéolos pulmonares acontecerá a
hematose, ou seja, a troca de gases - o oxigênio entra
nas hemácias e o gás carbônico entra nos alvéolos.
A traquéia, os brônquios e os bronquíolos são
revestidos por cartilagem, que evita o fechamento do
tubo.
O ar só entra no sistema respiratório graças
aos movimentos musculares do diafragma, grande
peitoral, rombóide e intercostelares, onde haverá uma
contração fazendo o movimento de inspiração, e
quando há o relaxamento muscular, o movimento de expiração.
3 – SISTEMA EXCRETOR
O sistema excretor humano é
formado pelos seguintes órgãos: um par
de rins, um par de ureteres, bexiga
urinária e uretra.
A função do sistema excretor é
da filtrar o sangue, retirando as toxinas
nitrogenadas produzidas pelas células,
além disso possui também a função de
osmorregulação, ou seja, regulando a
eliminação de água e sais minerais na
urina.
Formação de urina
O sangue passando pelos rins é
filtrado pelos néfrons. Cada rim
representa mais de um milhão de
néfrons.
O néfron é uma longa estrutura
tubular que possui, em uma das extremidades, uma expansão em forma de taça, denominada cápsula
de Bowman. Esta se conecta com o túbulo contornado proximal, que continua pela alça de Henle, que
desemboca em duto coletor.
A fusão dos dutos coletores forma tubos mais grossos denominados ureteres, que saem do rim
até a bexiga urinária.
A bexiga urinária é um reservatório de paredes elásticas dotadas de musculatura lisa, cuja
função é armazenar a urina produzida pelos rins. Quando cheia pode conter mais de 250 ml de urina
que é eliminada periodicamente.
A urina, fabricada pelos rins, sai da bexiga e passa pela uretra, que na mulher termina na região
vulvar e no homem na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por
anéis musculares (esfíncteres), que quando relaxados escoam a urina para o meio externo.
Nota importante: a pele também faz parte do sistema excretor pois elimina as toxinas por meio de
suor.

274 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
4 – SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sangue se encontra dentro do sistema circulatório que é formado por:
• Vasos sanguíneos: tubos por onde o sangue circula, atingindo todas as partes do corpo.
• Coração: órgão muscular cuja contração impulsiona o sangue, dividido em 4 cavidades (2 A e 2 V = 2
aurículas e 2 ventrículos).
Circulação
O movimento do sangue pelo sistema circulatório é chamado circulação.
Para facilitar o estudo separamos a circulação em duas:
a) Pequena circulação: Coração - Pulmões – Coração;
b) Grande circulação: Coração - Corpo - Coração
a) Pequena Circulação
Começa com a entrada de sangue (rico em CO2) no átrio direito do coração pelas veias cavas
superior e inferior. O átrio cheio de sangue dilata: a isto chamamos diástole. Em seguida, o átrio faz
uma contração chamada sístole, empurrando o sangue para o ventrículo direto passando por uma
válvula denominada válvula tricúspide.
Acontece, então, no ventrículo direito uma diástole e logo após uma sístole, fazendo com que o
sangue saia do coração pela artéria pulmonar sendo levado para os pulmões, onde ocorrerá a
hematose (troca de gases - sai o CO2 e entra o O2 nas hemácias). O sangue, agora arterial (rico em O2),
volta para o coração pelas veias pulmonares entrando no átrio esquerdo, que fará uma diástole.

Partes do coração do Coração

1. Átrio Direito
2. Valvula Tricúspide
3. Ventrículo Direito (via de entrada)
4. Ventrículo Direito (via de saída)
5. Valva Pulmonar
6. Artéria Pulmonar
7. Átrio Esquerdo
8. Septo Interventricular
9. Ventrículo esquerdo
10. Valvula Mitral
11. Aorta

b) Grande Circulação
A grande circulação começa com a diástole do átrio esquerdo seguido por uma sístole, onde o
sangue será empurrado para o ventrículo esquerdo, passando por uma válvula chamada de válvula
bicúspide ou mitral.
O ventrículo esquerdo sofre uma diástole e logo após uma sístole, fazendo com que o sangue
saia do coração pela artéria aorta, onde será levado para todo o corpo, onde acontecerá trocas gasosas
e o sangue, agora, volta ao coração pelas veias cavas superior e inferior.
Com a circulação levando oxigênio e nutrientes o animal pode desenvolver mobilidade através
de um tecido chamado tecido muscular.
Distúrbios do Sistema Circulatório
Mais da metade das mortes em países industrializados é causada por doenças cardiovasculares,
como são genericamente chamadas as doenças do coração e dos vasos sangüíneos.
As doenças cardiovasculares mais graves são causadas por obstruções de artérias importantes
como as que irrigam o coração (coronárias) ou cérebro.
Aterisclerose
É um processo de perda gradual da elasticidade da parede das artérias, causada pela deposição
das placas de gordura (ateromas) na superfície arterial interna.
Uma das conseqüências é o aumento da pressão arterial sistólica, uma vez que as artérias
endurecidas perdem a capacidade de se relaxar durante a sístose do coração.

7.1 - BIOLOGIA
275
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Angina do Peito
Angina do peito é uma enfermidade em que a pessoa tem fortes dores no peito ao menor
esforço cardíaco. A angina do peito é conseqüência do estreitamento de uma ou mais artérias
coronárias, o que causa isquemia, ou seja, redução da circulação do sangue em certas regiões da
musculatura do coração (miocárdio), diminuindo sua nutrição e oxigenação.
Infarto de Miocárdio
O infarto de miocárdio, ou ataque de coração, é causado pela brusca isquemia do músculo
cardíaco, provocada pela obstrução de uma ou mais artérias coronárias.
Se uma grande região do coração for afetada pelo infarto, a condução do impulso elétrico
produzido pelo marcapasso é interrompida e o coração deixa de bater, sobrevindo a morte. Se apenas
uma pequena região é afetada, o coração continua em atividade e a lesão cicatriza, com substituição
das células musculares por tecido conjuntivo.
Isquemia Cerebral
A isquemia cerebral é o bloqueio da circulação em artérias que fornecem sangue ao encéfalo, as
causa mais freqüentes da isquemia são a formação de coágulos, devido a traumatismo ou a existência
de ateromas. As células nervosas localizadas na área isquêmica morrem, com prejuízo da atividade
cerebral.
Os efeitos da isquemia cerebral, bem como as chances de a pessoa sobreviver, dependem da
extensão e da localização da lesão. A isquemia cerebral pode causar paralisia total ou parcial do corpo,
perda total ou parcial da fala, perda da coordenação motora e diversas alterações no comportamento.
Hipertensão
Hipertensão é sinônimo de pressão sangüínea elevada, conhecida popularmente como “pressão
alta”. A hipertensão aumenta os ricos de ataques cardíacos e derrames de sangue no tecido cerebral.
As causa mais comuns da hipertensão são o estresse emocional, a alimentação inadequada
(rica em gorduras e sais) e a vida sedentária.

PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES


A constituição genética predispõe certas pessoas a desenvolverem doenças cardiovasculares.
Os genes, entretanto, atuam em conjunto com fatores ambientais que comprovadamente desencadeiam
doenças, e esses fatores podem ser controlados de modo a promover a saúde.
Fumo, dieta rica em gorduras e colesterol, falta de exercícios físicos e vida estressante são
alguns fatores que predispõem à doenças cardiovasculares.
A pessoa que quer precaver-se de doenças cardiovasculares deve evitar o fumo, os alimentos
gordurosos, sobretudo os de origem animal, manter peso corporal compatível com sua altura e idade,
fazer exercícios físicos regulares e evitar situações de estresse. Deve também medir periodicamente a
pressão arterial e fazer exames médicos.
(Livro Biologia dos Organismos – 2, Amabis e Martho – editora Moderna, página 370)

5 – SISTEMA NERVOSO
Responsável pelo ajustamento do organismo animal ao ambiente. Sua função é captar,
interpretar e responder aos estímulos.
O sistema nervoso é formado por células especiais denominadas:
a) neurônios
b) células da glia ou neuroglias.
As células da glia são responsáveis pelo suporte dos neurônios, ou seja, são as células da glia
que mantém a vida dos neurônios.
Arco Reflexo
Quando um estímulo surge, por exemplo, uma batida no pé, imediatamente esse estímulo é
captado por dendritos sensoriais que levam este estímulo para a medula que analisa e ao mesmo
tempo elabora uma resposta e conscientiza o cérebro do ocorrido. A resposta volta por um axônio motor
até o local para, por exemplo, flexionar a perna.
O dendrito sensorial mais o axônio motor formam o que chamamos de nervo.
Os nervos e órgãos formam o sistema nervoso que para efeito didático será separado em três:
- Sistema Nervoso Central
- Sistema Nervoso Periférico
- Sistema Nervoso Autônomo
276 7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Sistema Nervoso Central
Formado por cérebro, cerebelo, ponte e medula espinal.
E protegido por ossos (crânio e coluna vertebral) e por membranas denominadas meninges, que
são três, da mais externa à mais interna - dura-máter, aracnóide e pia-mater - são preenchidas pelo
líquido céfalorraquidiano, que amortece os choques mecânicos do sistema nervoso central.
Muitas vezes as meninges são atacadas ou por vírus ou por bactérias, causando uma doença
denominada meningite.
O sistema nervoso central é onde acontece a interpretação e consequentemente a elaboração
da resposta para os estímulos.
Sistema Nervoso Periférico
Formado pelos nervos e gânglios nervosos, cuja função é conectar o sistema nervoso central às
diversas partes do corpo do animal.
Sistema Nervoso Autônomo
Formado por dois ramos: simpáticos e parassimpáticos, que se distinguem tanto pela estrutura
quanto pela função.
Enquanto um dos ramos estimula determinado órgão. o outro inibe, essa ação antagónica
mantém o funcionamento equilibrado dos órgãos internos. Por exemplo, o sistema simpático é
responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, já o parassimpático desacelera os batimentos.

HISTOLOGIA – TECIDOS
Durante a evolução dos seres vivos, estes perceberam que se unindo poderiam executar
funções mais complexas com mais facilidade.
As células se uniram para executar tais tarefas e com isso deram origem a uma estrutura
denominada tecido.
As células se diferenciaram e começaram a se agrupar para executar determinadas tarefas, a
isso chamamos de tecido.

Tecido é o agrupamento de células diferenciadas e especializadas na


execução de certas funções.

Nos animais existem quatro tipos de tecido: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
Nessa aula estudaremos os tecidos animais e particularmente os que organizam o corpo
humano.
Os tecidos possuem células e substância fundamental amorfa (SFA). As células executam as
funções do tecido e a substância fundamental amorfa é um tipo de colóide que serve para nutrir e dar
suporte para as células.

Tecido Epitelial
Possui um número grande de células e pouca
substância fundamental amorfa.
Existem dois tipos de tecidos epiteliais:
• Tecido Epitelial de Revestimento
• Tecido Epitelial Glandular
Tecido Epitelial de Revestimento
Formado por células justapostas e geralmente
poliédricas, possui a função de revestir o organismo por
dentro e por fora. No corpo humano os tecidos epiteliais
estão apoiados numa camada de tecido conjuntivo
denominado de lâmina basal.
O tecido epitelial de revestimento não possui vasos
sanguíneos e nem nervos, portanto não sangra e não dói,
sendo nutridos pela lâmina basal e periodicamente sendo
renovadas.

7.1 - BIOLOGIA
277
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Quando o tecido epitelial reveste por fora o animal chamamos de serosa (pele), quando
revestem por dentro do organismo chamamos de mucosa (pleura - reveste os pulmões, pericárdio -
reveste o coração, mucosa dos lábios).
Tecido Epitelial Glandular
Formam as glândulas, estruturas especializadas em produzir substâncias úteis para o organismo
como saliva, testosterona, insulina e outras.
As glândulas podem, ou não, ter comunicação com o meio externo. Quando não possuem
comunicação com o meio, as substâncias produzidas são lançadas na corrente sanguínea e são
chamados de hormônios.
Os hormônios são substâncias muito importantes para o organismo, pois exercem um controle
mais lento e mais duradouro nas atividades, pela sua importância, algumas glândulas foram
selecionadas e formou-se, então, o Sistema Endócrino formado pelas seguintes glândulas: hipófise,
tireóide, paratireóide, pâncreas, supra-renais ou adrenais, testículos e ovários.

Tecido Conjuntivo
Ao contrário do tecido epitelial, o tecido conjuntivo apresenta uma grande quantidade de substância
fundamental amorfa e as células que constituem esse tecido
possui formas e funções variadas, tornando o tecido conjuntivo
com diversas especializações:
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito: possui a função de
preenchimento entre os órgãos para diminuir o atrito entre eles,
por exemplo, entre o coração e os pulmões existe uma
quantidade de tecido conjuntivo propriamente dito.
Tecido Adiposo: possui células que têm a função de
armazenar substância de reserva (lipídios - gorduras). As
gorduras têm tripla função para o organismo:
a primeira é de reserva de energia
propriamente dita, o organismo acumula energia para os períodos em que a comida
será escassa e assim usar essa energia. Também possui a função de isolante térmico
e elétrico e de amortecedor de impactos, nos coxins plantares, ou seja, palma da mão
e planta dos pés, o tecido adiposo serve para amortecer impactos durante o andar ou
batidas.
Tecido cartilaginoso: possui a função de sustentação do organismo, mas uma
sustentação mais flexível. Com o crescimento do organismo a cartilagem é
preenchida por sais de cálcio transformando em ossos, mas não são todas as
cartilagens que se tornam ossos, às cartilagens do nariz, orelhas e das articulações
não são impregnadas por cálcio.
Tecido ósseo: possui a função de sustentação, mas uma sustentação mais rígida,
mais inflexível, portanto formado por ossos. Além da sustentação, também possui a
função de proteção, por exemplo, na caixa torácica, crânio e coluna vertebral e
também o de hematopoiése, ou seja, o de fabricar o sangue.
Tecido Hematópoético, Muscular e Nervoso
Os animais têm de realizar, ininterruptamente, trocas de substâncias com o ambiente, pois todas
as células precisam receber nutrientes e oxigênio e eliminar gás carbônico e resíduos tóxicos
produzidos, também precisam de mobilidade para ir a busca da caça e de um centro que controle todas
as funções do organismo.
Tecido hematópoiético (Sangue)
Para realizar as trocas de substâncias o organismo desenvolveu um sistema denominado
sistema circulatório.
No interior do sistema circulatório se encontra o tecido hematopoiético ou sangue.
O sangue é produzido no interior dos ossos (medula óssea) e é constituído por um líquido
amarelado, o plasma e elementos figurados-células.
No plasma encontramos - água, íons (Na"+, K"+) proteínas, hormônio e outros.
Os elementos figurados são formados por três tipos de células: hemácias, leucócitos e
plaquetas.

278 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Células do sangue
Hemácias
Também conhecido por GLÓBULOS
VERMELHOS ou ERITRÓCITOS (do grego eritro =
vermelho; ritos = célula).
As hemácias têm a função de transporte de
gases, ou seja, transporta oxigênio para as células e
gás carbônico para fora do organismo.
Para executar a função de transporte de gases
as hemácias sofreram algumas modificações;
perderam o núcleo celular, portanto não se dividem,
são produzidas na medula vermelha dos ossos, com
uma duração de 120 dias, sendo destituídas no fígado.
Possuem, também, uma proteína vermelha
denominada de hemoglobina.
Quando a hemoglobina se liga com o oxigênio forma a oxi-hemoglobina, ao se ligar com o gás
carbônico forma a cargo-hemoglobina. A afinidade da hemoglobina é com compostos de carbono, por
isso, a hemoglobina possui uma grande afinidade com o
monóxido de carbono formando a carboxi-hemoglobina, por
isso, quando em ambientes ricos em monóxido de carbono,
por exemplo, escapamento de gás em banheiros com
aquecimento à gás, a hemoglobina terá mais afinidade com
o CO2 do que com o 02, causando, com isso. a morte do ser.
Leucócitos
Também conhecido por glóbulos brancos, são células
nucleadas que possuem movimentos amebóides.
Os leucócitos possuem função de defesa do
organismo, esta defesa é feita por fagocitose (defesa ativa)
ou fabricando anticorpos (defesa passiva) e também através
de uma propriedade chamada diapedese, que é a
propriedade que o leucócito tem em atravessar os vasos sanguíneos.
Plaquetas
São fragmentos de células denominadas trombócitos, que participam ativamente no processo de
coagulação do sangue.
Quando há dificuldades no processo de coagulação
surge um problema denominado HEMOFILIA.
Tecido Muscular
Formado por músculos, com a função de realizar
movimentos, é graças ao tecido muscular que os animais
podem nadar, voar, andar, respirar, etc.
O tecido muscular é dividido em:
- Tecido muscular estriado:
estriado
cardíaco
- Tecido muscular liso.
Tecido Estriado
É assim chamado porque ao se observar ao microscópio óptico notam-se faixas claras e
escuras, que nada mais são do que um arranjo de microfilamentos de proteínas.
O tecido muscular estriado forma nossos músculos propriamente ditos, estão ligados aos ossos
através dos tendões e são responsáveis pelas contrações voluntárias.
O tecido muscular estriado cardíaco forma o coração possuindo contrações involuntárias.

7.1 - BIOLOGIA
279
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Tecido Muscular Liso


Está presente em diversos órgãos internos (bexiga, útero,
estômago, intestino, etc.) e a sua contração é involuntária.

TECIDO – NERVOSO
Neurônios
Os neurônios são responsáveis pelo transporte dos
estímulos graças à bomba de sódio e potássio,
O neurônio é formado por duas partes - corpo celular e
prolongamentos.
No corpo celular encontramos todas as organelas
citoplasmáticas, portanto responsável pela homeostasia da célula.
Os prolongamentos são formados por dendritos (prolongamentos
mais numerosos nos neurônios que conduzem os estímulos
captados do ambiente ou de outras células em direção ao corpo
celular) e por axônios (prolongamento mais longo que os dendritos
e único, com a função de transmitir para outras células os impulsos
nervosos provenientes do corpo celular).

Aula 18 – Glândulas

SUMÁRIO
1- Pâncreas
2- Hipófise ou Pituitária
3- Tiróide ou Tireóide
4- Paratiróide ou Paratireóides
5- Ovário
6- Testículos
7- Supra Renais ou Adrenais
Rim
 Funções do Rim

Glândulas exócrinas: secretam substâncias para o meio externo. Ex: Glândulas sudoríparas – produto:
suor.
Glândulas endócrinas: secretam substâncias de natureza e funções variadas para o meio interno.
Essas substâncias são hormônios.
Ex: pâncreas, hipófise ou pituitária, tireóide, paratireóide, adrenais ou suprarrenais, ovários, testículos e
rins.

280 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
1 – PÂNCREAS
É uma glândula exócrina e endócrina. Como função exócrina produz o suco pancreático que
contém enzimas digestivas.
 Exócrina
Enzimas produzidas pelo pâncreas:
Protease, para digestão das proteínas;
Lipase, para a digestão dos lipídios;
Amilase pancreática, para digestão do amido;
Nuclease, para a digestão dos ácidos nucléicos.
O suco pancreático é rico em íons bicarbonato. Esses íons têm como função diminuir a acidez
do Quimo, que vem do estomago, tornando-o alcalino (pH 8.0). Os íons fazem com que o pH passe de
2.0 (ácido) para 8.0 (alcalino).
O suco pancreático é liberado através das ações dos hormônios secretina e colecistocinina e a
sua liberação é feita pela papila maior que é situada na porção descendente do duodeno (D2), que é
uma parte do instestino delgado.
 Endócrina – produz vários hormônios importantes, como a insulina e o glucagon. O
pâncreas endócrino é composto de aglomerções (cluster) de células especiais
denominadas Ilhotas de Langerhans. O “cansaço” crônico destas células leva ao
aparecimento da diabete no pâncreas. Existem dois tipos de células especiais, as células
de alfa, e as células de beta. As células de alfa produzem glucagon, e as de beta,
insulina.

2 - HIPÓFISE OU PITUITÁRIA
A hipófise, ou glândula pituitária, é uma glândula endócrina, situada na base do cérebro, (na
região conhecida como sela túrcica ou sela turca – na nuca) que produz numerosos e importantes
hormônios por isso reconhecida como glândula mestra do sistema nervoso. Possui dimensões
aproximadas a um grão de ervilha e esta dividida em duas partes:
1- O lobo anterior (adeno-hipófise).
2- O lobo posterior (neuro-hipófise).
Adeno-hipófise possui origem de células epiteliais, enquanto neuro-hipófise possui origem nervosa.
A hipófise é responsável pela regulação da atividade de outras glândulas e de várias funções do
organismo como o crescimento e secreção do leite (hormônio prolactina), através das mamas (o que lhe
rende o apelido de glândula-mãe ou glândula-mestra).
Hormônios
Os hormônios tróficos ou trópicos atuam sobre outras glândula endócrinas regulando suas
secreções. O sistema nervoso central manifesta seu controle sobre a hipófise através do hipotálamo via
ligações nervosas ou substâncias parecidas com hormônios conhecidas como fatores de liberação.
Os hormônios tróficos são:
 Tireotróficos: atuam sobre a tireóide.
 Adrenocorticotróficos: atuam sobre o córtex da glândula adrenal.
 Gonadotróficos: atuam sobre as gônodas masculinas e femininas.
 Somatotróficos: atuam no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e
estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também
eleva o consumo de gorduras e inibe a síntese da insulina do pâncreas, aumentando a
concentração de glicose no sangue.
Cada parte da hipófise secreta diferentes tipos de hormônios. Seus principais hormônios são:
Adeno-hipófise:
 Somatotrofina (hormônio do crescimento): atua sobre as cartilagens de crescimento dos
ossos, controla parte do metabolismo de gorduras, proteínas e hidratos de carbono.
Quando, na infância, a produção desse hormônio é insuficiente surge o quadro clinico
denominado nanismo, caracterizado pela deficiência no crescimento dos ossos e dos dentes, com
comprometimento geral do crescimento do organismo. Em contrapartida, a produção excessiva de
somatrotofina durante a fase do crescimento acarreta o gigantismo. No individuo adulto, a produção
significativa de somatrotofina resulta em acromegalismo, caracterizada pelo alongamento de pés e
mãos, pelo desenvolvimento excessivo do nariz, do queixo e das bordas supra-orbitais.

7.1 - BIOLOGIA
281
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
 Adrencorticotrófico (ACTH): estimula a secreção dos hormônios córticosupra-renais.
 Hormônio folículo estimulante (FSH): estimula a formação do folículo de Graaf do ovário
e dos túbulos seminíferos do testículo.
 Hormônios luteinizantes (LH): regula a produção e liberação de estrogênio, progesterona
e de testosterona.
 Prolactina: estabiliza a secreção do estrogênio e progesterona e estimula a secreção de
leite.
 Tirotrofina: estimula as tiróides e a formação de tiroxina.
Porção intermédia:
 Estimuladora de melanócitos (MSH): regula a distribuição dos pigmentos.
Neruo-hipófise:
 Oxitocina: atua no útero favorecendo as contrações no momento do parto, e em nível
mamário facilita a secreção do leite.
 Vasopressina (ADH): regula a contração dos vasos sangüíneos, regulando a pressão e
ação antidiurética sobre os túbulos dos rins.

3- TIRÓIDE OU TIREÓIDE
A tiróide ou tireóide é uma grande glândula endócrina localizada no pescoço anterior, em frente
à traquéia. Ela produz as hormonas/hormônios T3 e T4 que estimulam o metabolismo celular.
A principal função da glândula tiróide é a produção de hormônios tiroidianos, T3 (triiodotironina)
e T4 (tiroxina). A produção destes hormônios é feita após estimulação das células pelo hormônio da
hipófise TSH (thyroid stimulating hormone) no receptor membranar do TSH, existem em cada célula
folicular. As células intersticiais, células c, produzem calcitonina, um hormônio que leva a diminuição da
concentração de cálcio no sangue (estimulando a formação óssea).
A tiroide é a única glândula endócrina que armazena o seu produto de excreção. As células
foliculares sintetizam a partir de aminoácidos e iodo (este é convertido a partir do íon iodeto presente no
sangue que armazenam activamente até grandes concentrações graças a um transportador membranar
específico) a proteína de alto peso molecular triglobulina que secretam dentro dos folículos numa
solução aquosa viscosa, o colóide. A triglobulina aí presente é digerida nos lisossomas, e tranformada
em t3 e t4 que são libertadas no exterior do folículo para a corrente sanguínea.
A atividade das células foliculares é dependente dos níveis sanguíneos de TSH (hormona
hipofisária tirotrófica). A TSH determina a taxa de secreção de t3 e t 4 e estimula o crescimento e a
divisão das células foliculares. Esta é secretada na glândula pituitária ou hipófise. A secreção de TSH
depende de muitos fatores, um dos quais é o feedback negativo pelas hormonas tiroideias (grande
quantidade de t3 ou t4 são sentidas pela hipófise a secreção de TSH é diminuída, e vice-versa).
Os hormônios tiroidianos T3 e T4 (a T3 é mais potente e grande parte da T4 é convertida em T3
nos tecidos periféricos) estimulam o metabolismo celular (são hormonas anabólicas) através de
estimulação das mitocôndrias. Efeitos sistêmicos importantes são maior força de contração cardíaca,
maior atenção e ansiedade e outros devido maior velocidade do metabolismo dos tecidos. A sua
carência traduz-se em déficit mental e outros distúrbios.

4-PARATIRÓIDES OU PARATIREÓIDES
As paratiróides ou paratireóides são dois pares de glândulas endócrinas que se situam atrás
ou embebidas na glândula tiróide. Elas produzem paratormona/paratormônio (PTH), a hormônio
principal da regulação da concentração de cálcio no sangue.
As glândulas supra-renais (ou adrenais) têm este nome devido ao fato de se situarem sobre os
rins, apesar de terem pouca relação com estes em termos de função. As supra-renais são glândulas
vitais para o ser humano, já que possuem funções muito importantes, como regular o metabolismo do
sódio, do potássio e da água, regular o metabolismo dos carboidratos e regular as reações do corpo
humano ao stress.
Existem doenças que se caracterizam pelo excesso de produção dos hormônios das supra-
renais; as principais são a síndrome de Cushing e o feocromocitoma.

282 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
A simdrome de Cushing se caracteriza por deposição de gordura no abdome, fraqueza
muscular, estrias avermelhadas, aumento de pêlos, surgimento espontâneo de hematomas, aumento de
gorduras na face e no pescoço. O quadro clínico é semelhante ao provocado pelo uso constante de
medicamentos à base de corticóides.
O feocromocitoma é uma doença na qual ocorrem crises de hipertensão arterial podendo ou não
se acompanhar de dor de cabeça, sudorese e palpitações. Qualquer paciente jovem que apresente
hiper tensão arterial merece uma investigação médica visando excluir a possibilidade de
feocromocitoma.
Além das doenças acima (que se caracterizam por excesso de hormônios das supra-renais)
existe uma outra que se caracteriza pela falta de hormônios das supra-renais. É a doença de Addison,
que se caracteriza por fraqueza, perda de pesso, dores abdominais discretas e escurecimento de
algumas áreas da pele e das mucosas.
Convém ressaltar que as disfunções das glândulas supra-renais são pouco comuns, porém na
presença de qualquer um dos sintomas listados acima convém comunicar o médico.

5 – OVÁRIO
Ovário, em todos os seres vivos com órgãos diferenciados, é o órgão onde são produzidos os
gametas femininos – tanto nos animais como nas plantas.
Ovário das plantas
Das estruturas que constituem o carpelo, o estigma é o que se encontra na parte superior,
ligando-se ao ovário através de um pedúnculo, numa região designada por placenta.
Ovário dos humanos
O ovário tem uma região medular rica em vasos e a cortical, onde se localizam os folículos. Ele
tem a forma de amêndoa, medindo até 5 cm em seu maior diâmetro e possui um espessura máxima de
1,5 centímetro.
Sua região medular contém numerosos vasos sanguíneos e regula a quantidade de tecido
conjuntivo frouxo, e cortical, onde predominam os folículos ovarianos, contendo os ovócitos.

6- TESTÍCULO
O testículo é a gônada sexual masculina dos animais sexuados produzindo as células de
fecundação chamadas de espermatozóides (os gametas masculinos). Geralmente ocorre aos pares e
se situam protegidos por uma bolsa, chamada escroto ou no interior do corpo dos animais (geralmente
os répteis ou os marinhos). Também têm função de glândulas produzindo hormônios masculinos. Sua
função é homóloga a dos ovários das fêmeas.
Nos seres humanos, os testículos são suspensos pelos cordões espermáticos formados por
vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, músculo cremaster, epidídimo e canal deferente.
,
7 - SUPRA-RENAIS OU ADRENAIS
São glândulas endócrinas em forma de lua achatada, situadas uma sobre cada rim. São também
chamadas de adrenais e secretam vários hormônios, entre os quais destacam-se:
 a aldosterona, a adrenalina (ou epinefrina)
 a noradrenalina (ou norepinefrina).
Sua função básica está relacionada à manutenção do equilíbrio do meio interno, isto é, da
homeostase do organismo, frente a situações diversas de modificação desse equilíbrio (tensão
emocional, jejum, variação de temperatura, infecções, administração de drogas diversas, exercício
muscular, hemorragias, etc.).
A glândula supra renal é composta por uma região medular e por uma região cortical,
sendo que cada região é responsável pela produção de diferentes hormônios.
a) medula
A medula da supra-renal é responsável pela produção dos seguintes hormônios:
 Adrenalina: é responsável pelo aumento da glicemia e da concentração de ácidos graxos livres,
já que ativa a lípase hormônio-sensível no tecido adiposo. Também tem papel no aumento do
débito cardíaco, no fluxo coronário e na pressão sistólica, devido ao seu grande efeito cardíaco.
 Dopanima: baixo efeito cardíaco, aumenta a condutância periférica total levando ao aumento de
fluxo tecidual e, conseqüentemente, a queda da pressão diastólica (diástole). Uma associação

7.1 - BIOLOGIA
283
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
de dopamina e adrenalina promove aumento da pressão sistólica (sístole), diminuição da
pressão diastólica e broncodilatação. Qualquer sobrecarga é vencida pela resposta dada pela
supra-renal.
 ATP: o ATP só tem ação hormonal quando sintetizado e liberado pela glândula supra renal, indo
ao miocárdio e aí fornecendo energia.
• b-endorfina: estimula o sistema anti-algésico, inibe a memória e diminui o aprendizado.
• Adrenomedulina: Aumenta a condutância periférica total, promove vasodilatação ampla e
aumento do fluxo tecidual (ação semelhante a da dopamina).
b) córtex
O córtex da glândula supra renal é dividido em zona glomerulosa e zona fascicular:
1. zona glomerulosa:
É a região produtora de mineralocorticóides como aldosterona, desoxicorticoesterona (DOC) e
corticoesterona.
2. zona fascicular:
Região responsável pela produção de glicocorticóides como cortisol, corticosterona e cortisona.

RIM
Rim é cada um dos dois órgãos excretores, em forma de feijão (tendo no ser humano,
aproximadamente 11 cm de comprimento, 5 cm de largura e 3 cm de espessura). É o principal órgão do
sistema excretor e osmoregulador dos vertebrados. Os rins filtram dejetos (especialmente uréia) do
sangue, e os excretam, com água, na urina; a urina sai dos rins através dos ureteres, para a bexiga.
FUNÇÕES DO RIM
Além de excretar substâncias tóxicas, os rins também desempenham muitas outras funções.
Abaixo estão listadas as principais funções renais:
 Eliminar substâncias tóxicas oriundas do metabolismo, como por exemplo, a uréia e
creatinina;
 Manter o equilíbrio de eletrólitos no corpo humano, tais como: sódio, potássio, cálcio,
magnésio, fósforo, bicarbonato, hidrogênio, cloro e outras;
 Regular o equilíbrio ácido-básico, mantendo constante o pH sanguíneo;
 Regular osmolaridade e volume de líquido corporal eliminando o excesso de água do
organismo;
 Excreção de substâncias exógenas como por exemplo medicações e antibióticos;
 Produção de hormônios: eritropoietina (estimula a produção de hemácias), renina (eleva
a pressão arterial), vitamina D (atua no metabolismo ósseo e regula a concentração de
cálcio e fósforo no organismo), cininas e prostaglandinas.
 Produção de urina para exercer suas funções excetrórias.

284 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 19 – Reprodução Humana

SUMÁRIO
1- Sistema reprodutor masculino
 Os testículos
 As vias espermáticas
 As glândulas exócrinas
 Pênis
 Hormônios sexuais masculinos
2- Sistema reprodutor feminino
 Ovários
 Ovidutos
 Útero
 Vagina
 Vulva
 Ciclo ovulatório
 O ciclo ovariano
 Menopausa
 Embriologia
 Segmentação ou Clivagem
 Gastrulação
3- Fisiologia da Reprodução
 Ciclo reprodutor masculino
 Testosterona
 Ciclo reprodutor feminino
 Hormônios sexuais femininos

Para garantir a sobrevivência da espécie, os seres vivos se reproduzem. Através da reprodução


novos indivíduos são gerados para substituir os que morrem.
Na grande maioria dos animais pluricelulares a formação de um novo indivíduo é precedida pela
fecundação, que consiste na fusão das células reprodutoras ou gametas.
Os gametas masculinos são espermatozóides e os femininos são óvulos.
Estas células são produzidas por um processo chamado gametogênese e que ocorre no interior
das gônadas ou glândulas sexuais. As gônadas masculinas são os testículos e as femininas, os ovários.
Em nosso organismo existem duas linhagens de células: as somáticas e as germinativas. As
células somáticas formam os tecidos e órgãos do corpo. As células germinativas são encontradas
unicamente no interior das glândulas sexuais e são elas que originam os gametas.
As células somáticas são diplóides (2n) com 46 cromossomos e se dividem somente por mitose,
processo de divisão que mantém o numero de cromossomos nas células.
Durante a gametogênese, células germinativas diplóides sofrem meiose, o que reduz à metade o
numero de cromossomos, produzindo células haplóides (n) com 23 cromossomos, as quais se
transformam em gametas.

1- SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO


O sistema reprodutor masculino é constituído pelos seguintes órgãos:
 Um par de gônadas, os testículos, no interior dos quais estão os tubos seminíferos, onde
ocorre a espermatogênese;
 Vias extratesticulares: canais eferentes e canal epidimário no epidídimo, canal deferente,
canal ejaculador (passa no interior da próstata) e uretra (via geniturinária que atravessa o
pênis);
 Glândulas anexas: vesículas seminais, próstata e glândulas de Cowper ou bulbouretal,
que produzem secreções que, juntamente com os espermatozóides, constituem o sêmen.
 Pênis: órgão copulador.

7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Os testículos
Com aproximadamente 5 centímetros de comprimentos, os testículos são formações ovóides
que se alojam no interior de uma bolsa ou escroto, situada entre as coxas. São as únicas glândulas
localizadas fora do corpo. Os testículos iniciam suas atividades por voltas dos dez ou onze anos,
produzindo o hormônio testosterona, responsável pelo desenvolvimento das características masculinas
corporais. No fim da puberdade, os testículos começam a desempenhar nova função: a produção dos
espermatozóides.
Normalmente os testículos descem para bolsa escrotal após o sétimo mês de vida intra-uterina.
Em alguns casos, no entanto, a migração dos testículos para a bolsa sofre retardamento ou interrupção.
Tal fenômeno é chamado criptorquidia (G. crypotos = escondido; orchis = testículos), que pode ser uni
ou bilateral.
No individuo em que apenas um dos testículos permanece escondido (criptorquidia unilateral) há
a possibilidade de produção normal de espermatozóides.
Temperatura adequada é condição indispensável para produção dos espermatozóides. Isso se
verifica no interior da bolsa escrotal, cujas finas paredes são adaptadas para manter uma temperatura
constate, ligeiramente inferior à corporal, em torno de 35ºC.
As vias espermáticas
As vias espermáticas iniciam-se nos próprios testículos, formando uma extensa rede de
condutos - de calibre muito variável – que termina na uretra.
Entre os testículos e a uretra, as vias espermáticas são constituídas por diferentes estruturas,
como os epidídimos, os canais deferentes e o ducto ejaculador.
Os epidídimos são estruturas genitais independentes. A parte que recobre o pólo superior do
testículo é formada por um aglomerado de minúsculos canais que saem dos testículos, enrolados como
novelos compactos – os canais deferentes.
Com início no final do epidídimo (portanto, no interior da bolsa escrotal), o canal deferente direto
reúne-se ao esquerdo e alcança a face posterior da bexiga, onde recebe o conduto excretor das
vesículas seminais e passa a chamar-se canal ejaculador. Este atravessa a próstata e abre-se na
uretra, canal que liga a bexiga com o meio exterior, depois de percorrer todo o comprimento do pênis.

As glândulas exócrinas
As glândulas do aparelho genital masculino que têm secreção externa são: as vesículas
seminais, a próstata e as glândulas bulboretrais.
Elas têm a função de reproduzir um líquido nutritivo para os espermatozóides chamados de
líquido seminal.

286 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Pênis
O pênis, órgão masculino de contato na união sexual, é constituído de três estruturas
fundamentais, de formato cilíndrico e de tecido altamente elástico. Duas delas são os chamados corpos
cavernosos; a terceira é o corpo esponjoso, que envolve a uretra. É o pênis que deposita o esperma
(espermatozóide + líquido seminal) no interior da vagina. E para desempenhar suas funções apresenta
uma característica muito especial: suas dimensões variam muito. Esse aumento do órgão é
determinado pelo ingresso de sangue, que preenche os corpos cavernosos e o corpo esponjoso.
O corpo esponjoso, cilindro vascularizado que envolve a uretra peniana, forma a glande – porção
dilatada que constitui a cabeça do pênis. A glande é envolvida por uma prega de pele, chamado
prepúcio. Essa pele retrátil permite a exposição da extremidade do órgão quando estiver ereto.
Hormônios sexuais masculinos
Os hormônios sexuais masculinos são produzidos pelas células intersticiais de Leydig dos
testículos.
O principal é a testosterona, hormônio que estimula o desenvolvimento e mantém os caracteres
sexuais masculinos (crescimentos de pêlos, mudança de voz, aumento da cintura escapular, formação
de tônus muscular) além de estimular a própria espermatogênese (formação de espermatozóides).
A hipófise produz o hormônio gonadotrófico ICSH (hormônio estimulante das células
intersticiais), cuja função é a de estimular a atividade das células intersticiais de Leydig.

2- SISTEMA REPRODUTOR FEMININO


O sistema reprodutor feminino é constituído dos seguintes órgãos: ovário, ovidutos, útero, vagina
e vulva.
Ovários
Os ovários são duas pequenas glândulas em forma de amêndoa. Localizam-se no
abdome, à direita e à esquerda útero. Exercem duas funções: a primeira consiste na produção
dos hormônios estrógeno e progesterona, que reagem o desenvolvimento e o funcionamento
dos demais órgãos genitais e são responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres feminino
secundário. A segunda função é a produção de óvulos.
Ovidutos
Também chamados de tubas
uterinas ou trompas de falópio, são
canais que ligam cada ovário ao útero e
através dos quais o óvulo caminha.
É, geralmente, no terço final da
trompa que o óvulo é fecundado por um
espermatozóide dos que vão ao seu
encontro.
Útero
É o órgão da gestação e do
parto. Tem o formato de uma pêra
entortada em sua parte mais fina. Essa
porção mais delgada é o colo do útero;
a parte mais volumosa é o corpo. O
colo e corpo são separados por uma
cintura, o istmo.
O útero é constituído por uma parede muscular espessa, o miométrio (de mio = músculo; metra
= útero ou matriz), revestida por fora pelo peritônio e por dentro pelo endométrio (de endon = no interior
de).
Vagina
A vagina, órgão copulador da mulher, é um canal muscular que se estende até o útero.
Possibilita a eliminação do sangue menstrual para o exterior e forma parte do canal do parto. A
constituição músculo-elástica das paredes confere-lhe grande elasticidade e alguma contratilidade. As
dimensões vaginais variam conforme a raça, estrutura e compleição física.

7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Vulva
A vulva é o conjunto de formações externas que protegem a vagina e o orifício urinário e que
colaboram na copulação. É formada pelos grandes lábios, e pequenos lábios, clitóris e meato vaginal.
Por dentro dos grandes lábios estão os pequenos lábios, duas pregas cutâneas de reduzidas
dimensões e coloração rosa. No ponto de encontro superior desses lábios localiza-se um pequeno
tubérculo arredondado e erétil, o clitóris.
Às paredes do orifício vaginal aderem os bordos de uma delgada prega de mucosa altamente
vascularizada (o hímen), que, em geral, apresenta perfurações de diâmetro variável.
Ciclo ovulatório
Durante a puberdade, o aparelho genital começa a funcionar. Com a primeira menstruação,
tecnicamente denominada menarca, a menina passa a ser moça, o que ocorre por volta dos 11 a 13
anos nas mulheres brasileiras. A partir daí, em condições normais, o ciclo menstrual repetir-se-á em
períodos de 25 dias, e outras, em períodos de 35 dias.
O ciclo ovariano
Todas as alterações clínicas do aparelho genital feminino são reguladas pela hipófise, glândula
situada no meio da base do cérebro. O lobo anterior da hipófise segrega vários hormônios. Dois deles
destinam-se especificamente e regular as atividades do aparelho genital da mulher.
Os dois hormônios hipofisários gonadotróficos são: o FSH (hormônio folículo estimulante) que
estimula o crescimento dos folículos no ovário e o LH (hormônio luteinizante) que estimula a ovulação e
transformação do folículo em corpo lúteo ou corpo amarelo. O lobo anterior da hipófise produz nas
meninas um outro hormônio, a prolactina, que estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias
após o parto.
Os ovários, por sua vez, também produzem dois hormônios que atuam no ciclo ovulatório. O
folículo produz o estrógeno, que, além de estimular o desenvolvimento e a manutenção dos caracteres
sexuais femininos, atua no ciclo estimulando a regeneração da mucosa do útero após a menstruação. O
corpo lúteo produz a progesterona, que prepara a mucosa do útero para nidação.
Simplificadamente o ciclo ovulatório ocorre da seguinte maneira: o início da menstruação
(descamação da mucosa uterina) marca o início de um
novo ciclo ovulatório. Nesse momento, a taxa de todos
os hormônios é baixa.
No começo de um novo ciclo, aumenta a taxa
do FSH que estimula o desenvolvimento de alguns
folículos primários, os quais aumentam a secreção do
estrógeno. O estrógeno estimula a produção do LH e a
inibição do FSH produzidos pela hipófise.
Por volta do 14º dia do ciclo, a taxa do LH e do
estrógeno é alta e a do FSH é baixa.
O folículo que completa o amadurecimento
rompe-se e corre a ovulação. O folículo que libera o
ovócito transforma-se em corpo lúteo.
Depois da ovulação, com a formação do corpo
lúteo, diminui a produção do estrógeno e do LH e
aumenta a produção do progesterona pelo corpo lúteo. A progesterona prepara a mucosa do útero para
a nidação.
Por volta do 21º dia do ciclo, a taxa de progesterona é alta. Se não ocorreu fecundação, a partir
deste momento o corpo lúteo começa a regredir e diminui a produção de progesterona.
No 28º dia do ciclo, a taxa de todos os hormônios é novamente baixa, condição para que se
inicie uma nova menstruação, que marca o final deste ciclo e início do outro.
Se ocorrer fecundação, o embrião vai se fixar na mucosa uterina. A sua placenta passa a
produzir a gonadotrofina coriônica (HGC), hormônio que estimula a produção de progesterona pelo
corpo lúteo. Desta forma, a taxa de progesterona mentem-se elevada até o final do ciclo, impedindo a
ocorrência da menstruação e o início de um novo ciclo.
A suspensão da menstruação é um dos sintomas da gravidez. Durante a gravidez não ocorrerão
novas ovulações nem menstruação.

288 7.1 - BIOLOGIA


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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Menopausa
Depois de uns 400 ciclos menstruais completos, ou menos (se ocorrerem muito períodos de
gravidez), sobrevém o declínio sexual da mulher, o climatério.
A menopausa, interrupção permanente da menstruação, não é climatério em si, mas apenas
uma manifestação dessa crise. Afora esse sinal, o climatério envolve profundas alterações orgânicas e
psíquicas.
Embriologia
Nos animais metazoários (pluricelulares), após a fecundação e formação do ovo ou zigoto, tem
início a embriogênese, isto é, a formação de um novo indivíduo.
A embriologia descritiva nos mostra que o desenvolvimento embrionário é muito semelhante em
todos os metazoários, a ponto de ser resumida em apenas três fases: segmentação, gastrulação e
organogênese.
As duas primeiras fases possuem muitas semelhanças, mas a organogênese difere muito de
acordo com cada grupo de animal.
Segmentação ou clivagem
Consiste numa serie de divisões celulares (mitoses), mediante as quais o ovo ou zigoto origina
numerosas células chamadas blastômeros, até se transformar num aglomerado multicelular compacto,
semelhante a uma amorinha, e que por isso é chamado de mórula.
Em seguida, forma-se uma cavidade no interior da mórula, a qual se transforma em uma outra
figura chamada blástula. A blástula possui um revestimento denominado blastoderma, que é uma
cavidade cheia de líquido chamado blastocele.
Gastrulação
Gastrulação é o processo de formação gástrula a partir da blástula e se caracteriza pelo
intenso deslocamento de grupos de células.
Ocorre pelo processo de invaginação da blastoderma para o interior da blástula na altura do pólo
vegetativo, de maneira que a blastocele vai diminuindo de tamanho até desaparecer por completo. O
resultado é a formação de uma estrutura com a forma de uma sacola chamada gástrula, revestidas por
dois folhetos, um externo, chamado ectoderma, e outro interno, denominado endoderma, que reveste a
nova cavidade resultante da invaginação, que é o arquêntero ou intestino primitivo. Essa cavidade
comunica-se com o exterior através de uma abertura chamada blastóporo, considerada como sendo a
boca primitiva, cujos bordos são chamados lábios.
As células do folheto externo continuam a invaginar-se pelo lábio dorsal do blastóporo formando
o cordomesoblasto que vai se colocar no teto e nas paredes dorsolaterais do arquêntero. A parte central
do cordomesoblasto destaca-se e forma um eixo longitudinal de sustentação denominado notocorda. As
partes laterais do cordomesoblasto sofrem evaginação e também se destacam formando duas bolsas
que se expandem entre o ectoderma e o endoderma, constituindo o terceiro folheto, chamado
mesoderma, no interior do qual existe uma cavidade chamada celoma.
Simultaneamente, no ectoderma, que fica sobre a notocorda, ocorre um achatamento celular
formando a placa neural, que se dobra constituindo o sulco neural, o qual posteriormente fecha-se e se
desprende da ectoderma formando o tubo neural.
O processo de formação do tubo neural é chamado neurulação.
O resultado de todas essa transformações e a formação de uma nova figura denominada
nêurula.
Nos vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos), a gastrulação difere um pouco em
relação a do anfioxo, mas o resultado final é a formação da nêurula.

Com todos esses nomes difíceis na formação de um embrião, quando a criança nasce é até
um alívio chama-la Maria, se menina, ou João se for menino. UFA!

7.1 - BIOLOGIA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
3- FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO
Ciclo Sistema reprodutor masculino
Puberdade: os testículos da criança permanecem inativos até que são estimuladas entre 10 e
14 anos pelos hormônios gonadotroficos da glândula hipófises (pituitária).
O hipotálamo libera FATORES LIBERADORES DOS HORMÔNIOS GONADOTRÓFICOS que
fazem a hipófise liberar FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante).
FSH estimula a espermatogênese pela célula dos túbulos seminíferos. LH estimula a produção
de testosterona pelas células intersticiais dos testículos até características sexuais secundárias e
elevação do desejo sexual.
Testosterona
Efeito na espermatogênese.
A testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela deve estar presente, também, junto com o
folículo estimulante, antes que a espermatogênese se complete.
Efeito nos caracteres sexuais masculinos.
Depois que um feto começa a se desenvolver no útero materno, seus testículos começam a secretar
testosterona, quando tem poucas semanas de vida apenas. Essa testosterona, então, auxilia o feto a
desenvolver órgãos sexuais masculinos e características secundarias masculinas. Isto é, acelera a
formação do pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos deferentes e dos
outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que os testículos desçam da
cavidade abdominal para a bolsa escrotal; se a produção de testosterona pelo feto é insuficiente, os
testículos não conseguem descer; permanecem na cavidade abdominal. A secreção da testosterona
pelos testículos fetais é estimulada por um hormônio chamado gonadotrofina crônica, formado na
placenta durante a gravidez. Imediatamente após o nascimento da criança, a perda de conexão com a
placenta remove este feito estimulador, de modo que os testículos deixem de secretar a testosterona.
Em conseqüência, as características sexuais interrompem seu desenvolvimento desde o nascimento
até a puberdade. Na puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona induz os órgãos
sexuais masculinos a retornar o crescimento. Os testículos, a bolsa escrotal e o pênis crescem, então,
aproximadamente mais 10 vezes.

Efeitos nos caracteres sexuais secundários.


Além dos efeitos sobre os órgãos genitais, a testosterona exerce outros efeitos gerais por todo o
organismo para dar ao homem adulto suas características distintivas. Faz com que os pêlos crescem na
face, ao longo da linha média do abdome, no púbis e tórax. Origina, porém, a calvície nos homens que
tenham predisposição hereditária para ela. Estimula o crescimento da laringe, de maneira que o
homem, após a puberdade fica com a voz mais grave. Estimula um aumento na deposição de proteína
nos músculos, pele, ossos e em outras partes do corpo, de maneira que o adolescente do sexo
masculino se torna geralmente maior e mais musculoso do que a mulher, nessa fase. Algumas vezes, a
testosterona também promove uma secreção anormal das glândulas sebáceas da pele, fazendo com
que se desenvolva a acne pós-puberdade na face.
Na ausência de testosterona, as características sexuais secundárias não se desenvolvem e o
indivíduo mantém um aspecto sexualmente infantil.

Glândula Hormônio Órgão-alvo Principais ações


estimulam a produção de testosterona
pelas células de Leydig (intersticiais) e
testículos
controlam a produção de
Hipófise FSH e LH espermatozóides.
estimula o aparecimento dos caracteres
diversos
sexuais secundários
induz o amadurecimento dos órgãos
Sistema
Testículos Testosterona genitais, promove o impulso sexual e
reprodutor
controla a produção de espermatozóides.

290 7.1 - BIOLOGIA


_____________________________________________________________________
EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II
Ciclo Repredutor Feminino
A pituitária (hipófise) anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente
nenhum hormônio gonadotrófico até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto, por essa época, começa a
secretar dois hormônios gonadotróficos. No início, secreta principalmente o hormônio folículo-
estimulante (FSH), que inicia a vida sexual na menina em crescimento; mais tarde, secreta o hormônio
luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual.
Hormônio folículo-estimulante: causa a proliferação das células foliculares ovarianas e
estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e a crescer.
Hormônio luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células foliculares, estimulando a
ovulação.
Hormônios sexuais femininos
Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo
desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios adrenocorticais e o
hormônio masculino testosterona, são ambos compostos esteróides, formados, principalmente, de um
lipídio, o colesterol. Os estrogênios são, realmente, vários hormônios diferentes chamados estradiol,
estriol e estrona, mas que tem funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse
motivo, são considerados juntos, como um único hormônio.
Funções do estrogênio:
o estrogênio induz as células de muito locais do organismo, a proliferar, isto é, a aumentar em número.
Por exemplo, a musculatura lisa do útero, aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a
duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho. O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o
desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargam e o
estreito pélvico assumir a forma ovóide, em vez de afunilada como no homem; provoca o
desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares, e, finalmente, leva o
tecido adiposo a concentrar-se, na mulher em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o
arredondamento típico do sexo. Em resumo, todas as características que distinguem a mulher do
homem são devido ao estrogênio e a razão básica para o desenvolvimento dessas características é o
estimulo à proliferação dos elementos celulares em certas regiões do corpo.
O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade, mas
promove rápida calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se “extingam”
dentro de poucos anos, de forma que o crescimento, então pára. A mulher nessa fase, cresce mais
rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos de puberdade; já o homem tem um
crescimento menos rápido, porem mais prolongado, de modo que ele assume uma estatura maior que a
da mulher, e, nesse ponto, também se diferenciam os dois sexos.
O estrogênio tem, outrossim, efeitos muito importantes no revestimento interno do útero, o
endométrio, no ciclo menstrual.
Funções da progesterona:
a progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos; está
principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião e à preparação das
mamas para a secreção láctea. Em geral, a progesterona aumenta o grau da atividade secretória das
glândulas mamarias e, também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o
espessamento do endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sanguíneos;
determina, ainda, o surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio. Finalmente, a
progesterona inibe as contrações do útero e impede a expulsão do embrião que se esta implantando ou
do feto em desenvolvimento.

7.1 - BIOLOGIA
291
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Espero que Você tenha aprendido um pouco sobre o funcionamento do


seu corpo e os cuidados que deve tomar com ele! Parabéns por ter lido
até o fim.

292 7.1 - BIOLOGIA


Física
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Índice

Título Página

Física
Aula 01 – Introdução 295
Aula 02 – Mecânica - Cinemática 300
Aula 03 – Movimento Retilíneo e Uniforme 305
Aula 04 – Movimento Uniformemente Variado 308
Aula 05 – Mecânica – Estatística 318
Aula 06 – Mecânica – Dinâmica 328
Aula 07 – Trabalho e Energia 335
Aula 08 – Impulso ou Quantidade de Movimento 344
Aula 09 – Termologia 347
Aula 10 – Dilatação Térmica 349
Aula 11 – Calorimetria 350
Aula 12 – Óptica 358
Aula 13 – Propagação da Luz 360
Aula 14 – Eletricidade 370
Aula 15 – Força Elétrica 377
Aula 16 – Campo Elétrico 379
Aula 17 – Potencial Elétrico 384
Aula 18 – Eletrodinâmica 386
Aula 19– Estudo dos Resistores 394

294
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 01 – Introdução

SUMÁRIO
- Introdução
- O que é Física
- Ramos da Física
- O universo
- A Física e a Matemática
- Método em física
- Método experimental
- Medidas de comprimento

INTRODUÇÃO

Desde sua aparição na Terra, o Homem se preocupou em entender e dominar o universo


que o cerca. Interessou-se em explicar, por exemplo, por que um trovão faz barulho, como se vê a
Lua em relação à Terra, como a Terra, e os demais planetas, se movem em relação ao Sol ou
como são os movimentos dos objetos nas proximidades da superfície terrestre. Todos esses
problemas, por diferentes que sejam, são estudados em Física, uma ciência tão presente em
nossa vida que não podemos dispensá-la.
As cores do mundo impressionam o Homem, inspirando-o nas artes e despertando seu
interesse em explicá-las.
O desenvolvimento tecnológico permite ao homem desvendar, cada vez mais, os segredos
do Universo.

O QUE É A FÍSICA

A palavra física tem origem grega e significa natureza. Assim, a Física é a ciência que
estuda a natureza, daí o nome ciência natural. Em qualquer ciência, acontecimentos ou
ocorrências são chamados fenômenos, ainda que não sejam extraordinários ou excepcionais. A
simples queda de um lápis, por exemplo, é, em linguagem científica, um fenômeno. Os fenômenos
na Natureza são tão variados e numerosos, mesmo que, não sejam extraordinários ou
excepcionais. A simples queda de um lápis, por exemplo, é em linguagem científica, um
fenômeno. Com consequência disso, a física tem um campo de estudo cada vez mais amplo.

295
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


RAMOS DA FÍSICA

O homem tem suas primeiras informações do Universo através de seus sentidos: vê a luz
de um relâmpago, ouve o som de um trovão e pelo tato tem, entre outras noções, a de quente e
frio, motivando o estudo do calor.
Consequentemente, classificou os fenômenos observados de acordo com o sentido
empregado na observação. Relacionou a luz com o ato de ver, e daí surgiu uma ciência chamada
Óptica.
Através da audição estudou as propriedades do som e surgiu outra ciência, a Acústica.
O movimento é o fenômeno mais comum na vida diária e, por isso, é o mais estudado até
hoje, dando origem à Mecânica.
Essas ciências (Óptica, Acústica, Estudo do Calor ou Termologia e Mecânica) foram
muitas vezes estudadas, independentemente umas das outras, mas fazem parte do vasto mundo
da Física.
As propriedades elétricas da matéria só foram estudadas profundamente no século XIX, e
esse estudo, conhecido como Eletricidade, é outro ramo da Física. No século XX, a discussão da
constituição da matéria deu origem à Física Nuclear.

O UNIVERSO

Todos os corpos existentes na Natureza são quantidades


definidas de matéria. Por exemplo, a madeira é matéria e uma mesa
de madeira é um corpo; a borracha é uma matéria e o pneu de
borracha é um corpo.
A matéria e, portanto, todos os corpos do Universo são
constituídos por pequenas unidades denominadas átomos. Por
serem extremamente pequenos, os átomos não podem ser vistos,
nem com os mais poderosos microscópios. Entretanto, os cientistas
criam modelos dentro de certos limites naturais. Um dos modelos
mais simples, propostos pelo físico Ernest Rutherford (1871-1937),
estabelece que cada átomo seja constituído por um único núcleo
central, formado basicamente por dois tipos de partículas, os prótons e os nêutrons, e pela
eletrosfera, constituída por um terceiro tipo de partículas, os elétrons, que giram em torno do
núcleo. Na verdade, esta é uma visão extremamente simples do átomo, pois não existem apenas
as três partículas citadas. Atualmente sabemos que há um número muito maior de partículas no
universo atômico. O estudo das propriedades dessas partículas é muito importante para o
esclarecimento do enigma da estrutura do Universo.
Os átomos, por sua vez, formaram outros agregados: as moléculas. Existem milhares de
tipos de moléculas e seu número tende a crescer, pois, diariamente, são sintetizados novos tipos
em laboratórios de química.
O campo de estudo da física abrange todo o Universo: desde as partículas que formam o
átomo até o comportamento global dos corpos; desde corpos diminutos até gigantes, como os
planetas, as estrelas e as galáxias, que são conjuntos enormes de estrelas.

A FÍSICA E A MATEMÁTICA

NÃO
SE ASSUSTE!!!!

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A matemática ajuda muito a Física, simplificando a compreensão desse
fenômeno, de modo que, nunca deve ser assustadora para você.

MÉTODO EM FÍSICA

Usando Métodos
tudo se resolve!

O método científico busca uma verificação dos fenômenos por meio de observações e
experiências (fatos), ou seja, busca na natureza a resposta para suas perguntas e a confirmação
de suas hipóteses (opiniões baseadas em fatos).
Por exemplo, uma pergunta que vem sendo feita desde a Antiguidade se refere à queda
dos corpos: um corpo pesado e um corpo leve, soltos ao mesmo tempo e de uma mesma altura,
chegarão juntos ao chão?
Várias pessoas deram soluções para essa pergunta. Os gregos antigos achavam que o
lugar natural das coisas pesadas era o solo, por isso caem, sendo que as de maior peso chegam
primeiro. Assim como as coisas leves sobem para o céu, lugar natural do que é leve, como o fogo
ou os gases quentes. Essa forma de olhar a queda dos corpos se mantém por muitos milênios,
quase como uma afirmação sagrada, da qual não se podia duvidar, mas, por volta de 1500,
cientistas criaram o método experimental, que é a base do método científico. Um fenômeno que
ocorre em todos os lugares, como o reflexo de um rosto num espelho, é chamado de fenômeno
natural.
Galileu Galilei, o primeiro a escrever sobre esse método, estudou o fenômeno da queda
dos corpos fazendo observações e medições do fenômeno, ou seja, ele começou a observar
como, quando e, em que situação o fenômeno ocorria. Galileu deixou cair uma bala de um canhão
e um mosquete, cem vezes mais leve, do alto da Torre de Pisa, na Itália.
Isso permitiu a Galileu a seguinte conclusão:

Dois corpos abandonados, ao mesmo tempo, de uma mesma altura, chegam juntos
(simultaneamente) ao solo, mesmo que tenham pesos diferentes.

A Torre de Pisa não veio abaixo porque a


vertical que passa pelo seu centro de gravidade
ainda cai sobre a área da base.

À primeira vista, essa afirmação nos


surpreende, porque raramente temos a
oportunidade de ver uma formiga e um elefante
caindo simultaneamente de uma mesma altura e
verificar se eles chegam juntos ao chão!

O que devo fazer para


acreditar que isso é
verdade? Duvidar!

297
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Usemos o método cientifico, duvidemos dessa afirmativa! Vamos usar o método
experimental para verificar se ela é correta!

O MÉTODO EXPERIMENTAL

O que você vai fazer agora é uma experiência simples para observar a queda dos corpos
na superfície da Terra e conhecer um pouco mais sobre o método experimental.
Pegue uma folha de papel do seu caderno. Segure a folha sobre a palma da mão esquerda
e o caderno sobre a palma da mão direita, mantendo os dois à mesma altura do chão.
Espere alguns instantes e solte-os ao mesmo tempo. Qual dos dois objetos cai mais
rápido?
Realmente, nestas condições, o caderno cai mais rápido do que a folha de papel, ou seja,
apenas confirmamos o que já se esperava.

Façamos
outra Vamos trabalhar
experiência!. um pouco!!!!!!

Pegue seu caderno novamente, sustentando-o sobre a palma da mão


direita. Agora, coloque a folha sobre o caderno. Espere alguns instantes e
solte-os.

Qual dos dois objetos cai mais rápido?

Se sua resposta foi: os dois chegam ao mesmo tempo, você está perfeitamente correto. O
que fizemos?
Nós controlamos a experiência. Impedimos que o ar atrapalhasse a queda da folha de papel e
também pudemos ver que tanto a folha, quanto o caderno, caíram juntos até o chão.

Nem sempre os fenômenos naturais são observados com facilidade.


Para estudarmos as leis da natureza, temos que criar condições adequadas que possam
ser controladas.

Essa foi a grande “sacada” de Galileu ao criar o método experimental. Nas aulas a seguir,
estudaremos novamente o movimento da queda dos corpos na superfície da Terra.

MEDIDAS DE COMPRIMENTO

Para melhor conhecermos as grandezas que interferem num fenômeno, a física recorre às
medidas.
Medidas, estas, que fazem parte do Sistema Internacional (SI).

298
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


O SISTEMA INTERNACIONAL (SI)

O SI estabelece sete grandezas físicas fundamentais das quais são derivadas todas as
outras. São elas:
Corrente Quantidade de Intensidade
Comprimento Massa Tempo Temperatura
elétrica matéria luminosa

QUADRO 01-TRÊS UNIDADES FUNDAMENTAIS DO (SI)

Grandeza Nome Símbolo Definição


Distância percorrida pela luz no vácuo num
Comprimento Metro m
intervalo de tempo

Massa Quilograma Kg Massa de um cilindro padrão de platinairídio

Tempo de duração da radiação de dois níveis


Tempo Segundos s do átomo de Césio

QUADRO 02 – ALGUMAS UNIDADES DERIVADAS DO (SI)

Área Metro quadrado m²


Volume Metro cúbico m³
Velocidade Metro por segundo m/s
Aceleração Metro por segundo ao quadrado m/s²
Densidade Quilograma por metro cúbico Kg/m³

QUADRO 03 - ALGUMAS UNIDADES PRÁTICAS MAIS USADAS

Grandeza Nomes Símbolo Relação


Milímetro mm 0,001m
Centímetro cm 0,01m
Quilômetro Km 1.000m
Comprimento Polegada in 0,0254 cm
Pé ft 0,3048m ou 30,48 cm
Jarda vd 0,9144m ou 91,44cm
Milha mi 1,609m ou 1,609Km

Grama g 0,001kg
Tonelada t 1.000kg
Massa
Quilate - 0,0002Kg ou 0,2g
Libra lb 0,454Kg ou 454g
Arroba - 14,688Kg

Minuto mim 60s


Tempo Hora h 60min ou 3600s
Dia d 24h ou 86.400
Hectare 10.000 m²
ha
Alqueire (SP) 2,42 ha
Área -
Alqueire (MG,RJ,GO) 4,84 ha
-
Volume Litro l 0,001m³ ou 1,000cm³
1/3,6)m/s
Quilômetro por hora
Milha por hora Km/h
Velocidade 1,609 Km/h

1,852km/h

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Observações interessantes!!

Você deve ter notado que algumas unidades têm QUADRO RESUMIDO
símbolos diferentes, como a polegada, o pé, a jarda. Essas 1 Km = 1.000 m = 10³ m
unidades foram adaptadas do inglês: 1 1 2
1 cm = m = 2
m = 10 m
 Polegada é inches, daí o símbolo de in; 100 10
 Pé é feet, por isso, seu símbolo é ft; 1 1 3
1 mm = m= m = 10
 Jarda é yard, por isso, seu símbolo é yd. 1.000 10 3
 Atualmente é comum utilizar o símbolo pol, para 1 min = 60s
indicar a unidade polegada.
1 h = 60min = 60.60s = 3600s

1 dia = 24h = 86.400s

Aula 02 – Mecânica – Cinemática


Após estudarmos algumas noções básicas da Física, iniciaremos o estudo de uma das partes,
que recebe o nome de MECÂNICA.

A MECÂNICA É DIVIDIDA EM:

 CINEMÁTICA: Estuda o movimento dos corpos, sem considerar suas causas.


 ESTÁTICA: Estuda os corpos sólidos ou os fluidos em equilíbrio.
 DINÂMICA: Estuda os movimentos dos corpos, considerando suas causas.

SUMÁRIO
- Movimento
- Repouso
- Referencial
- Trajetória
- Movimento Retilíneo
- Movimento Curvilíneo
- Velocidade Escalar Média
- Tipos de movimento
- Movimento Progressivo
- Movimento Retrógrado

CINEMÁTICA
O ESTUDO DOS MOVIMENTOS

Cinemática é a parte da Física que estuda os movimentos, sem levar em conta as causas e as
conseqüências desses movimentos.
MOVIMENTO é o estado em que se encontra um corpo enquanto muda de posição no
espaço, em relação ao tempo e a um ponto de referência (REFERENCIAL).

Mas o que é movimento? De uma forma simples, podemos dizer que:

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


MOVIMENTO, REPOUSO E REFERENCIAL.

Como distinguir movimento de repouso?


Observe as figuras:

Considerando a placa de sinalização e os Pelo ponteiro de segundos, você observa que,


edifícios ao fundo, como referenciais, em 15 segundos, o carro mudou de posição em
podemos observar que, durante certo tempo, o relação aos pontos referencias. Logo, o carro
carro não mudou de posição. Logo, ele está em está em movimento.
repouso.

Podemos concluir que:

Um corpo está em REPOUSO quando não muda de posição no espaço, em relação ao tempo e
a um ponto de referência (referencial).

Provavelmente, você já ouviu falar na Teoria da Relatividade de Einstein. Vamos ver


agora, um caso de relatividade. A noção de movimento e repouso é uma questão de relatividade.
Uma pessoa dentro de um ônibus em movimento está em repouso, desde que, não mude de
lugar, em relação às outras pessoas e coisas que estão dentro do ônibus. Portanto, você está
considerando as coisas que estão dentro do ônibus como referenciais.
Mas se você tomar como referenciais os postes e as árvores da rua, verá que a pessoa
dentro do ônibus está em franco movimento.
Logo, um corpo pode estar em repouso e em movimento ao mesmo tempo.
É uma questão de relatividade. Em verdade, o repouso absoluto não existe. Mesmo que
algo esteja em aparente repouso, comparado com as coisas que lhe estão em volta, esse corpo
está no planeta Terra, e a Terra está em contínuo movimento ao redor do Sol (ponto referencial).
Logo, se tomarmos o Sol por referência, tudo na Terra estará em movimento.

O Sol também está em constante movimento em


relação às demais estrelas. Nada está em repouso
absoluto no universo.

TRAJETÓRIA
Imagine que você saia da sua mesa de estudo, vá até a porta, vire à direita, caminhe até o
pátio, desça a escada e chegue à calçada da rua. Você fez um percurso passando por vários
pontos. Se unirmos esses pontos, descreveremos a sua trajetória.
Logo:
TRAJETÓRIA de um corpo é a sucessão de pontos (todos os lugares)
ocupados por ele no espaço durante um movimento.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Todo corpo em movimento é um móvel. Essa trajetória qualifica o tipo de movimento
realizado pelo móvel. Qualquer móvel, ao se deslocar, descreve uma trajetória. Essa trajetória
qualifica o tipo de movimento realizado pelo móvel, que pode ser:

 MOVIMENTO RETILÍNEO: O que descreve uma trajetória em linha reta.

 MOVIMENTO CURVILÍNEO: O que descreve uma trajetória curva.

MOVIMENTO RETILÍNEO MOVIMENTO CURVILÍNEO

VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA (Vm)

Observe bem a figura.

Podemos observar que o veículo partiu de uma posição inicial no Km 20, no instante 12:00
horas.
O veículo chegou ao seu destino final no km 100, depois de 1 hora, que corresponde a sua
posição final.

ORIENTAÇÃO DA TRAJETÓRIA

S= posição inicial Km 20 S 0 = posição final = Km 100


t= tempo inicial = meio dia= (12:00h) t = tempo final = 1hora da tarde =
(13:00h)

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA é a velocidade para se percorrer um deslocamento
(S ) , durante um intervalo de tempo ( t ), e pode ser escrita através da equação:

S
Vm =
t

 = Letra grega que, em física, significa variação ou diferença.


S = espaço (usa-se S porque é a palavra inglesa para space).
 S= é a diferença entre a posição final (S) e a posição inicial (S 0 ) do móvel na trajetória.
 t= é a diferença entre o instante final(t) e o instante inicial (t 0 ) do deslocamento do móvel.
Podemos escrever a fórmula da velocidade média como:

S  S0
Vm =
t  t0

Utilizando a fórmula para resolver o exemplo anterior, temos:


S  S0 100  20 80
Vm = Vm = Vm = = 80 Km/h
t  t0 13  12 1

Podemos entender este resultado da seguinte forma:

Se o móvel partir da posição inicial (S 0 = 20 km), com uma velocidade constante de


80km/h, ele chegara à posição final (S = 100Km) depois de 1 hora ( 13h – 12h) de percurso.

TIPOS DE MOVIMENTO QUANTO AO SENTIDO


MOVIMENTO RETRÓGRADO E MOVIMENTO PROGRESSIVO

Imaginemos um automóvel deslocando-se numa rodovia, de uma capital para o interior. O


motorista observa que as placas que mostram as posições na trajetória estão colocadas
numericamente em ordem crescente. Por exemplo, sai da posição no marco zero e chega ao
marco 50km. Então, sua posição final é maior que sua posição inicial.

Observação: Sendo:
 S (Delta “S”) a variação da posição final menos a posição inicial
S = S – S
0

Voltando do interior, o mesmo motorista verifica que, quanto mais ele se aproxima da
capital, as posições vão decrescendo. Sua posição inicial é maior que a posição final.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Assim, descobrimos que a trajetória foi orientada do marco zero (capital) com o sentido
para o interior. E isso não se modificou durante o movimento de ida e volta.

Então, o que mudou? Foi o sentido do movimento do automóvel. Indo para o interior, terá o
mesmo sentido da orientação da trajetória. E voltando, ele terá sentido contrário. Para
diferenciarmos estas duas situações nós as denominamos de:

MOVIMENTO PROGRESSIVO

É o movimento com sentido igual ao da orientação da trajetória. Nesse movimento, o valor


do  S e o da velocidade instantânea têm sinais positivos.

MOVIMENTO RETRÓGRADO

É o movimento com sentido contrário ao da trajetória. Com isso,  S e a velocidade têm


sinais negativos.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 03 – Movimento Retilíneo e Uniforme

SUMÁRIO
 MRU
 Função horária do espaço em relação ao tempo.

MOVIMENTO RETILÍNEO E UNIFORME (MRU)

DEFINIÇÃO:
Movimento Retilíneo e Uniforme é o movimento que acontece numa trajetória retilínea
(reta) e com uma velocidade que se mantém constante (não muda) durante todo o percurso.

Suponhamos que você realizou uma viagem entre duas cidades A e B, que se encontram
numa rodovia retilínea (reta). Se você sair da cidade A com uma velocidade de 80 km/h, e durante
o trajeto, a sua velocidade permanecer em 80 km/h, você chegará à cidade B com uma velocidade
de 80 km/h, ou seja, sua velocidade não muda durante a viagem.
Concluímos assim que você realizou um movimento retilíneo e uniforme:

RETILÍNEO  trajetória retilínea.


UNIFORME  velocidade não muda.
Neste tipo de movimento a velocidade escalar instantânea coincide com a velocidade
escalar média.

EQUAÇÃO HORÁRIA OU
FUNÇÃO HORÁRIA DO ESPAÇO EM RELAÇÃO AO TEMPO

No MRU a velocidade é constante, mas o espaço varia (muda) com o decorrer do tempo.
Para sabermos como ocorre esta variação nesse movimento foi criada uma equação
chamada: Equação ou função horária dos espaços
S = S 0 + Vt

Vejamos como esta equação foi encontrada:


A equação horária é encontrada partindo-se da fórmula da velocidade média (Vm), que no
caso, coincide com a velocidade instantânea (V).
Então temos:

S S  S0
Vm = V =  
t t  t0

Considerando t 0 = 0 A fórmula pode ser reescrita como:

S  S0
V=  V.t = S - S 0
t0

E isolando-se S, temos:

S 0 + Vt = S ou

Equação do espaço para o MRU


S = S 0 + V.t

305
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Essa fórmula matemática mostra que, partindo da posição atual do corpo, num certo
referencial, e conhecendo sua velocidade, podemos determinar a sua posição.
Temos dois casos, que veremos:

No 1º Caso, quando a velocidade é positiva (V > 0).

As posições crescem algebricamente com o tempo, isto é, o corpo caminha no sentido


adotado pela trajetória.

No 2º Caso, quando a velocidade é negativa (V < 0).

As posições decrescem algebricamente com o tempo, isto é, o corpo caminha no sentido


contrário ao positivo da trajetória.

Ou seja, com a função horária, vamos poder determinar:

A posição do ciclista em qualquer instante.


E se fornecermos a posição, identificará o instante em que ele passou por ela.

VAMOS APLICAR
O QUE APRENDEMOS!!!!!!!

306
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


APLICAÇÃO

Um ciclista corre com velocidade constante de 12m/s ao longo de uma pista retilínea. Ao
passar pela posição mostrada na figura, é acionado um cronômetro que começa a contar o tempo
a partir de zero.

A) Considerando a árvore como origem das posições, qual a função horária do movimento?
Resposta:
Adotando como positivo o sentido para a direita, a velocidade do ciclista é positiva v= 12m/s.
(movimento progressivo). Se a velocidade do ciclista é constante e a trajetória é retilínea, o
movimento do ciclista é retilíneo e uniforme (MRU). Logo, a função horária das posições é
V = 12m/s
S = 4m (metros)

S = S 0 + V.t  S = 4 + 12.t  Esta é a equação horária

B) Em que posição estará o ciclista quando o cronômetro marcar 6s(segundos)?


Resposta:
Para t= 6s (tempo igual a 6 segundos), a posição do ciclista é:
Na mesma função horária, vamos substituir t= 6s ; V = 12 m/s.
S = S 0 + Vt  S = 4 + 12 . 6
S = 4 + 72  S = 76 m  ele estará na posição 76 metros

C) Em que instante o ciclista passará pelo marco 184 m da pista?


Resposta:
Se o ciclista esta no marco 184metros, na mesma equação horária substituiremos sua velocidade
igual a 12m/s, e sua posição 184m na mesma equação e acharemos o instante.
S = S 0 + V. t  184 = 4 + 12. t  184 = 4 + 12 t  t =15s

S 0 = 4m S = 184m

307
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 04 – Movimento Uniformemente Variado

SUMÁRIO
- MUV
- Aceleração escalar Média (AM)
- Classificação dos movimentos
- Movimento Acelerado
- Progressivo
- Retrogrado
- Movimento Retardado
- Progressivo
- Retrógrado
- MRUV
- Equação horária da velocidade
- Equação horária do espaço
- Fórmula de Torricelli
- Queda dos corpos

MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO

Estudamos anteriormente os movimentos em que a velocidade se mantém constante


durante todo o percurso.
A partir de agora, estudaremos movimentos em que a velocidade muda (varia) durante o
percurso.
Esses movimentos são chamados de movimentos variados.
Em quase todos os movimentos de um corpo a velocidade varia no decorrer do tempo.
Assim, se considerarmos um carro cujo velocímetro indica uma velocidade de 5m/s em um
instante t =0, e 1 segundo após pisar no acelerador, e o velocímetro indicar 15m/s, podemos dizer
que a velocidade do carro aumentou de 10m/s em 1segundo.
Neste caso, dizemos que o carro teve um arranque, isto é, recebeu uma aceleração.
A aceleração é responsável pela variação lenta ou rápida de velocidade e relaciona duas
grandezas: variação de velocidade e tempo

ACELERAÇÃO ESCALAR MÉDIA (am)

Para definirmos aceleração escalar média, vamos considerar um móvel percorrendo a


trajetória da figura abaixo.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Temos:
V 1 = Velocidade no instante t 1 V  V2  V1 = Variação de velocidade
V 2 = Velocidade no instante t 2 t  t 2  t1 = Variação do intervalo de tempo

Define-se como aceleração escalar média, entre os instantes t 1 e t 2 , a grandeza (am),

v v2  v1
am = 
t t 2  t1
No exemplo anterior, a aceleração média do automóvel é:

v 2  v1 15m / s  5m / s 10m / s
am = am = 
t 2  t1 1s  0 1s

Isso significa que o resultado da velocidade aumentou, em, 10m/s em cada 1s.
Uma outra forma de indicar a unidade de medida da aceleração escalar média é:

10m / s m 1 m
am = = 10 .   ou 10 m (lê-se: 10metros por segundo ao quadrado)
1s s s s2 s2
Podemos utilizar também a unidade quilômetro por hora ao quadrado. ( k m ).
h2
CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS

Quando um móvel possui aceleração, o seu movimento pode ser classificado como
acelerado ou retardado.

MOVIMENTO ACELERADO E RETARDADO

Quando um carro esta acelerando, sua velocidade aumenta no decurso do tempo. Quando
está retardando, sua velocidade diminui com o tempo. No entanto, cuidado com essas noções!
Elas seriam verdadeiras se as velocidades fossem sempre positivas.
Em cinemática, de acordo com a orientação da trajetória, a velocidade escalar pode ser
positiva ou negativa. Assim, a nos referirmos a acelerado ou retardado, devemos trabalhar com
MÓDULO (o valor absoluto positivo) da velocidade escalar. Quando aceleramos ou retardamos
um veículo, estamos aumentando ou diminuindo o módulo da velocidade escalar.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


MOVIMENTO ACELERADO

O Módulo da velocidade escalar aumenta com o decorrer do tempo.

+
t1 t2
v1=(80Km/h) v2=(120Km/h)

Dependendo da orientação da trajetória, podem ocorrer duas situações:

I - O Movimento acelerado progressivo.

II - O Movimento acelerado retrogrado.

I – MOVIMENTO ACELERADO PROGRESSIVO

MOVIMENTO A FAVOR DA TRAJETÓRIA


+
t1 t2
v1= (+80Km/h) v2=
(+120Km/h)

II- MOVIMENTO ACELERADO RETRÓGRADO

+ MOVIMENTO CONTRA A TRAJETÓRIA

t1 t2
v1= (-80Km/h) v2=(-120km/h)

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


MOVIMENTO RETARDADO

O Módulo da velocidade escalar diminui com o decorrer do tempo

+
t1 t2
v1 = (120Km/h) v2 = (80Km/h)

Dependendo da orientação da trajetória, podem ocorrer duas situações:


I - O Movimento retardado progressivo.

II - O Movimento retardado retrogrado.


I - MOVIMENTO RETARDADO PROGRESSIVO

MOVIMENTO A FAVOR DA TRAJETÓRIA


+
t1 t2
v1= (+120Km/h) v2= (+80Km/h)

II- MOVIMENTO RETARDADO RETRÓGRADO

+ MOVIMENTO CONTRA A TRAJETÓRIA

t1 t2
v1= (-120Km/h) v2=(-80km/h)

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


O QUE É MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO?

Na natureza, na maior parte dos movimentos, a velocidade varia no decorrer do tempo.


Suponha que, observando o velocímetro de um carro em movimento, em intervalos de tempo de
1s, você obtenha os valores:
TEMPO VELOCIDADE
(em segundos) (em Km/h)
0 20
1 26 } v  6 Km / h Note que a variação da velocidade em cada
2 30 } v  4km / h 1s não é a mesma, ou seja, a aceleração
3 37 } v  7 km / h do carro não é constante.
4 45 } v  8km / h Nesse caso, o movimento é denominado

MOVIMENTO VARIADO (MV)

Agora, suponhamos que você esteja observando o velocímetro de um outro carro em


movimento, também em intervalos de 1s, e obtenha os valores:
TEMPO VELOCIDADE
(em segundos) (em Km/h)
0 8
} v  10 Km / h Note que a variação de velocidade em cada 1s
1 18
2 28 } v  10 Km / h é sempre a mesma, ou seja, a aceleração é
3 38 } v  10 Km / h constante.
Nesse caso, o movimento é denominado

MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO (MUV)

Para que isso ocorra em qualquer intervalo de tempo, a aceleração escalar média, deve
ser, diferente de zero e igual à aceleração escalar instantânea.

MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO É AQUELE EM QUE A VELOCIDADE ESCALAR É


VARIÁVEL E A ACELERAÇÃO ESCALAR É CONSTANTE E NÃO NULA

No caso da trajetória ser retilínea, o movimento é denominado MOVIMENTO RETILÍNEO


UNIFORMEMENTE VARIADO (MRUV).
Quando estudamos o movimento retilíneo e uniforme (MRU), aprendemos a equação
horária (S= So + vt). Para o MRUV, devemos agir da mesma forma e obter as equações horárias
que mostram a variação da velocidade e a variação dos espaços, durante o percurso.

EQUAÇÃO HORÁRIA DA VELOCIDADE

No movimento retilíneo e uniforme utilizamos a equação da velocidade média para obter a


equação dos espaços: S = S0 + vt.

Da mesma forma, quando estudamos o MRUV utilizamos a equação da aceleração média


v
( am = ) para obtermos a equação horária da velocidade, que é representada por:
t

V = V 0 + a.t

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Vejamos como esta equação foi encontrada:
A equação horária é encontrada partindo-se da fórmula da aceleração média
v
am =a =
t
mas

V  V2  V1 e t  t 2  t1

Então
v 2  v1
a=
t 2  t1

E considerando a velocidade do móvel no instante inicial igual a zero, teremos t1 = 0, a


equação é reescrita da seguinte forma:
v0 v

t0= 0 t

a = V –V 0
t

Eliminando os denominadores teremos:

a.t = V – Vo

isolando V teremos:

V 0 + at = V ou V = V0 +at

Onde:
V 0 = Velocidade inicial ou velocidade no instante inicial
V = Velocidade final ou velocidade no instante final
t 0 = Instante inicial
t = instante final
a = aceleração

EQUAÇÃO HORÁRIA DO ESPAÇO


Para saber como ocorre a variação dos espaços em função do tempo, no movimento variado, é
necessário uma equação horária para os espaços.
Consideremos um corpo percorrendo a trajetória da figura com movimento uniforme variado

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Sejam.

S 0 = a posição do móvel no instante


t 0 = 0(posição inicial)
V 0 = a velocidade do móvel no instante
t 0 =0 (velocidade inicial)
S = a posição do móvel no instante t
V = a aceleração do móvel no instante t
a = a aceleração

A posição do corpo em decorrer do tempo sobre a trajetória da figura é dada por:

1
S= S 0 + V 0 t + a.t²
2

Esta função permite determinar a posição S num intervalo t qualquer, desde que se
conheçam a posição inicial S 0 , a velocidade V 0 e a aceleração a.

FÓRMULA DE TORRICELLI

O físico Evangelista Torricelli (1608-1647) foi responsável pela fórmula que relaciona a
velocidade com o espaço percorrido pelo corpo num movimento uniformemente variado.
A equação de Torricelli é representada pela equação

V = V0 + 2 a
2 2
S

Onde
V 0 = Velocidade inicial
V = Velocidade final

VAMOS APLICAR O QUE


APRENDEMOS!!!!!!!!
S = deslocamento a = aceleração

Na decolagem, um avião percorre, a partir do repouso e sobre uma pista, 900m com
aceleração Escalar constante de 50m/s². Calcule a velocidade de decolagem do avião.
Resposta:
V²= V 0 + 2a  S  V²= 0² + 2.50.900 V²= 90 000  V=
2
90000 V = 300m/s

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


QUEDA DOS CORPOS

O movimento vertical de um corpo próximo ao solo é chamado queda livre, quando o


corpo é abandonado no vácuo, ou se considera desprezível a ação do ar. Seu estudo é idêntico
ao de um lançamento na vertical, o qual só difere da queda livre por apresentar uma velocidade
inicial vertical. Esses movimentos são descritos pelas mesmas funções horárias.
A aceleração do movimento vertical de um corpo no vácuo é denominada aceleração da
gravidade, é indicada por g. Como o movimento se realiza nas proximidades da superfície
terrestre, a aceleração da gravidade é considerada constante. Assim, a queda livre e o
lançamento na vertical são movimentos uniformemente variados (MUV).
O valor normal da aceleração da gravidade é tomado a nível do mar, na altitude de 45º, e
vale:

g = 9,80665 m/s²

Na resolução de exercícios, para efeito de cálculo, arredondamos para 10 m/s².

DESCRIÇÃO MATEMÁTICA

Na QUEDA o módulo da velocidade escalar do corpo aumenta: o movimento é acelerado.


No LANÇAMENTO VERTICAL PARA CIMA, o módulo da velocidade escalar diminui na
subida: o movimento é retardado figura 01.

Figura 01
QUEDA LANÇAMENTO PARA CIMA
A
C
E R
L E
E TA
R R
A D
D A
O D
O

Figura 02

V=0 altura máxima

h=máxima
V0

À medida que o corpo lançado verticalmente para cima, ou seja, sobe, sua velocidade
escalar decresce até se anular na altura máxima. Aí, o móvel muda de sentido e desce em
movimento acelerado (figura 02).
Estudemos os sinais da velocidade escalar e da aceleração escalar, segundo convenções
algébricas.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Para isso, orientemos a trajetória para cima (Figura 3a). Segundo essa orientação, a
velocidade escalar é positiva na subida e negativa na descida (Figura 3b). Na subida, o
movimento é retardado e a aceleração escalar é negativa, pois v e a (sendo a, aceleração
escalar) devem ter sinais contrários (figura 3c). Na descida, o movimento é acelerado e a
aceleração escalar continua negativa, pois a e v devem ter o mesmo sinal (figura 3d).
Desse modo, orientada a trajetória para cima, no percurso subidadescida, muda
apenas o sinal da velocidade escalar. A aceleração escalar é negativa, independentemente de
o corpo subir ou descer:
a = -g

Figura 3

a)  b) 

V>0

 V<0

 V0
Subida Descida

c)  d)  g
V>0 g A
R C V<0
E
TA  E
R
D L 
A a <0 E
D
O R a <0
A
Subida D Descida
O

Obs.: A velocidade escalar muda de sinal, mas a aceleração escalar é negativa quando
orientamos a trajetória para cima, esteja o corpo subindo ou descendo.

Baseado na figura 4 e utilizando o mesmo raciocínio, concluímos: orientada a trajetória


para baixo, a velocidade escalar muda de sinal , mas a aceleração escalar é positiva,
independente de o corpo subir ou descer: a = +g

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Figura 4

a) b)

V<0

 V>0

 V0
 Subida  Descida

c) d)  g
g A
V<0 V>0 C
R

E
E
L
TA
E
R  R
D
A a >0 A
D
D a >0 O
O
D
Subida Descida O
 

Obs.: A velocidade escalar muda de sinal, mas a aceleração escalar é positiva quando
orientamos a trajetória para baixo, esteja o corpo subindo ou descendo.

Assim, num lançamento na vertical e numa queda livre, o sinal da aceleração escalar só é
determinado pela orientação da trajetória e não depende de o corpo estar subindo ou
descendo.
Subir ou descer está apenas associado ao sinal da velocidade escalar.

Orientando-se a trajetória para cima a = - g


Orientando-se a trajetória para baixo a = +g

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 05 – Mecânica – Estática

SUMÁRIO
- Mecânica – Estática
- Estado das forças
- Direção e sentido de uma força
- Ponto de aplicação de uma força
- Representação gráfica de uma força
- Sistemas de força
- Cálculo do sistema de forças

ESTÁTICA
ESTUDO DAS FORÇAS

Vamos iniciar o capítulo de ESTÁTICA com a seguinte pergunta:

O que é FORÇA?

FORÇA é qualquer causa capaz de:


- imprimir movimento a um corpo;
- modificar ou paralisar o movimento de um corpo;
- mudar a força de um corpo.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Agora que você já sabe o que é força, acrescente


mais este conhecimento.

TODA FORÇA TEM QUATRO ELEMENTOS:


Direção Sentido Intensidade Ponto de aplicação

DIREÇÃO E SENTIDO DE UMA FORÇA


Para distinguirmos a diferença entre DIREÇÃO E SENTIDO, vamos começar com uma
comparação. Observe a figura.

Você vê dois caminhos distintos e perpendiculares entre si: um liga o norte ao sul e outro
que liga o leste ao oeste. Nós encontramos, nessa figura, duas DIREÇÕES distintas e
perpendiculares entre si.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A direção A corresponde ao primeiro caminho. A direção B corresponde ao segundo
caminho. Como podemos caracterizar a direção A? A melhor maneira é dizendo que ela é
perpendicular à direção B. Observamos que a DIREÇÃO não determina o movimento de alguma
coisa sobre uma reta. Não diz se algo se desloca do Norte para o Sul ou do Sul para o Norte.
Quem informa isto é o SENTIDO.
Mas se, na ilustração acima, uma indivíduo se desloca sobre o caminho A indo do Norte
para o Sul e o outro indivíduo se desloca, ao mesmo tempo, sobre o mesmo caminho, porém indo
do Sul para o Norte, ambos estarão se movimentando sobre a mesma reta.
Logo, eles têm a mesma direção. Mas se deslocam em sentidos contrários.
Podemos interpretar a direção como sendo, apenas, um segmento de reta que liga dois
pontos afastados entre si. Ora, em se tratando de forças, podemos dizer que a direção de uma
força é dada pelo ângulo que essa força forma com um eixo de referência qualquer.
Veja o gráfico abaixo. Nele, a direção A (da Força F1) é perpendicular à direção B (da
Força F2), pois forma com ela um ângulo de 90°. Veja que uma é tomada como referência para a
outra, ou seja, a origem das duas se coincide.

A F1

O 90°

F2

DIREÇÃO de uma força é a reta sobre a qual se orienta o sentido dessa força.

A DIREÇÃO PODE SER: HORIZONTAL OU VERTICAL

SENTIDO de uma força é a orientação dada à direção dessa força;

SENTIDO PODE SER: NORTE, SUL, LESTE OU OESTE

Vamos agora, ver as aplicações do que acabamos de estudar.


Veja as figuras abaixo:

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Em outras palavras: DIREÇÃO é a linha de atuação de uma força.

SENTIDO é a orientação que toma a força sobre a sua linha de atuação


- Na figura 01, o móvel está sofrendo a ação de uma força horizontal.
- Ainda na mesma figura, em relação a você, como espectador, a força atua sobre o móvel
no sentido da direita para a esquerda.
- Na figura 2, observamos a atuação de uma força na direção vertical.
- Ainda na figura 2, a força que levanta o tronco atua no sentido de baixo para cima

Para uma mesma direção, há sempre dois sentidos possíveis.

A INTENSIDADE DE UMA FORÇA

Repare na figura:

Os dois halterofilistas estão realizando forças na direção vertical.


As forças empreendidas pelos halterofilistas têm o sentido de baixo para cima.
Os dois halterofilistas exercem forças com intensidades diferentes.
Dos dois halterofilistas, o que exerce força com maior intensidade é o de calção branco.

Daí podemos concluir que:

Intensidade ou módulo é o valor numérico que expressa a grandeza da força.

O PONTO DE APLICAÇÃO DE UMA FORÇA


Já vimos o que são direção, sentido e intensidade de uma força. Resta, portanto, vermos
agora o que é ponto de aplicação de uma força. Observe a figura

O dedo empurra a bola para frente. Onde está o ponto de aplicação dessa força?
Na parte da frente da bola? Na parte de trás da bola? Em cima da bola? Embaixo da bola?
É claro que está na parte de trás da bola!
Logo, é correto dizer que:

PONTO DE APLICAÇÃO DE UMA FORÇA é o local de um corpo onde essa força


atua.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA FORÇA

Em Física, podemos distinguir as grandezas escalares e as grandezas vetoriais.


As grandezas escalares, como comprimento, volume, massa, temperatura, tempo são
bem compreendidas quando alguém simplesmente diz, por exemplo, uma barra de ferro tem 40
cm de comprimento.
No caso de grandezas vetoriais, será necessário mencionarmos sua direção, o seu
sentido e o seu ponto de aplicação.
A expressão gráfica de uma força é feita com a representação de um vetor e o
ponto de aplicação dessa força.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA FORÇA


A B

O vetor é um segmento de reta orientado (como uma flecha). Nele, distinguimos a


direção, o sentido e a intensidade da força. Na expressão gráfica de uma força que mostramos ao
lado, o ponto A significa o ponto de aplicação da força. A reta que contém o segmento AB indica a
direção da força. O sentido é representado pela ponta desta seta que você vê em B. Nesse caso,
ele mostra que a força está atuando da esquerda para a direita. A intensidade pode ser
representada pela extensão do segmento AB ou, simplesmente, pela menção numérica de
unidades de força diante dessa seta. No gráfico referido, você observa que a força que atua sobre
o ponto A é de 5 Kgf.

UNIDADES DE FORÇA
As unidades mais usadas no estudo das forças são quilograma força (Kgf), e o
Newton(N).

COMO MEDIR FORÇAS?


O aparelho usado para medir forças é o dinamômetro. Os tipos mais comuns de
dinamômetros são os dinamômetro de mola e o dinamômetro de haste.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


OS SISTEMAS DE FORÇAS
Um corpo sofre a ação de duas forças ao mesmo tempo. Dizemos, então, que há um
sistema de forças atuando sobre o corpo.
As forças de um sistema de forças podem ser classificados em:
 Forças de mesma direção e mesmo sentido.
 Força de mesma direção e sentidos opostos.
 Forças paralelas de mesmo sentido.
 Forças paralelas de sentidos contrários.
 Forças concorrentes ou angulares.

FORÇAS DE MESMA DIREÇÃO E MESMO SENTIDO

FORÇA DE MESMA DIREÇÃO E SENTIDOS OPOSTOS

FORÇAS PARALELAS DE MESMO SENTIDO

FORÇAS CONCORRENTES OU ANGULARES

Os sistemas de forças mostrados nas figuras podem ser representados graficamente por
vetores, assim:

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

F 1 ,F 2 , F 3 etc = Componentes; O = ponto de aplicação das forças.

Sempre que se instala um sistema de forças sobre um corpo, observamos que esse corpo
parece obedecer à ação de uma força única, que chamamos de resultante (R), capaz de
substituir todas as forças do sistema, fazendo o mesmo efeito delas.
Num sistema de forças, as forças atuantes são chamadas componentes e o efeito delas é
representado pela resultante.
A expressão “compor forças” significa “determinar a resultante de um sistema de
forças”.

RESULTANTE é a força que, sozinha, é capaz de produzir o mesmo efeito que todas as
componentes juntas.

O barco, puxado por dois cavalos de mesma força, se movimenta sujeito a um sistema em
que a resultante corresponde á força (bem maior) de um único cavalo (mais forte) que o puxasse
caminhando pelo meio do rio.

COMO CALCULAR A RESULTANTE DE UM SISTEMA DE FORÇAS?

Para isso, temos de distinguir os seguintes casos:


a) Forças de mesma direção e mesmo sentido
Considerando-se um sistema de forças de mesma direção e mesmo sentido, a resultante
será uma força com a mesma direção e o mesmo sentido das forças componentes, notando-se
que a sua intensidade ou módulo será calculado pela soma das intensidades ou módulos das
componentes.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Admitindo-se, na figura acima, que o primeiro homem puxa a corda com força horizontal de
35Kgf (F 1 ), o segundo homem puxa a mesma corda com força de 40Kgf (F 2 ), o terceiro com
força de 25 Kgf (F 3 ), e o quarto, com força de 30Kgf(F 4 ), a resultante do sistema corresponderá a
uma força única de 130Kgf (R).
R = F1 + F 2 + F 3 + F 4
R = 35 + 40 + 25 + 30
R = 130Kgf

CONCLUSÃO: Os quatro homens puxam o móvel com força comparável a de um gigante que
puxasse o móvel com força de 130Kgf.
b) Forças de mesma direção e sentidos opostos
Num sistema de forças de mesma direção, porém de sentidos opostos ou contrários, a
intensidade da resultante é calculada subtraindo-se a força menor da força maior. A diferença dá
a intensidade da resultante. O sentido da resultante será o da componente maior.

R = F1 - F 2
R = 25Kgf - 20Kgf
R = 5 Kgf

CONCLUSÃO: O nó (ao nível da estaca) se deslocará no sentido do indivíduo F 1 , como se


alguém puxasse sozinho aquela corda com uma força de 5kgf.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


c) Forças paralelas
Num sistema de forças paralelas, podemos distinguir se elas têm o mesmo sentido ou
sentidos contrários (opostos). Se as forças são paralelas e no mesmo sentido, a intensidade da
resultante será dada pela soma das intensidades das componentes.
A

F 1 = 12Kgf F 2 = 24Kgf R = 36Kgf

R = F 1 + F 2 R = 12 + 24 R = 36 Kgf

Se as forças paralelas forem em sentidos contrários, a intensidade da resultante será dada


pela diferença (subtração) entre as intensidades das componentes.

R = 25Kgf – 5 Kgf
R = 20Kgf

F 1 = 25Kgf F 2 = 5Kgf R = 20Kgf

d) Forças concorrentes ou angulares são aquelas que atuam sobre um mesmo ponto de
aplicação formando um ângulo.
O ângulo formado pode ser de 90º ou diferente de 90º.
Forças concorrentes com ângulo de 90º.

Num sistema de forças em que o ângulo é de 90º (ângulo reto), a resultante pode ser
calculada pela aplicação do teorema de Pitágoras. “O quadrado da hipotenusa é igual à soma
dos quadrados dos catetos”.
Imagine que as forças F 1 e F 2 da figura acima, atuem sobre o ponto 0, formando um
ângulo de 90º.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Podemos, então, proceder da seguinte forma:

1ª) Na extremidade de F1, traçamos uma paralela F 2 .


2ª) Na extremidade de F 2 , traçamos uma paralela F1.
Teremos, assim, construído um paralelogramo de forças (veja o gráfico a seguir)

F1 F1 R

90°

0 F2
0 F2

A diagonal que vai desde o ponto de aplicação das componentes até o cruzamento das
linhas traçadas dará a resultante do sistema. Você pode observar que, dessa forma, surgem dois
triângulos dentro do paralelogramo. Ambos são triângulos retângulos. A resultante de forças
compreende a hipotenusa de qualquer desses dois triângulos. Aí, é só aplicar o teorema de
Pitágoras. Vejamos um exemplo.
Qual será a resultante de forças num sistema de forças angulares em que F 1 tem o valor
6Kgf e F2 tem o valor de 8Kgf?Note-se que essas forças são perpendiculares e atuam sobre o
mesmo ponto de aplicação.
RESOLUÇÃO catetos: O F1 = 6Kgf ; OF2 = 8Kgf

R corresponde à hipotenusa. Logo:


R R²= (OF1) ² + (OF2) ²
F1=6Kgf R² = (6)² + (8) ²  R²=36 +64
R² = 100  R = 10

F2= 8Kgf

Resposta: A resultante deste sistema tem intensidade de 10Kgf.

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7.1 - FÍSICA
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Aula 06 – Mecânica – Dinâmica

SUMÁRIO
- O Estudo das forças e dos movimentos
- Dinâmica
- Força
- Interação entre os corpos
- Princípio da inércia ou 1ª Lei de Newton
- Diferencial entre massa e peso
- Segunda Lei de Newton
- Equação Fundamental da Dinâmica
- Princípio da Ação e Reação ou 3ª Lei de Newton
-
DINÂMICA

O ESTUDO DAS FORÇAS E DOS MOVIMENTOS

Quando empurramos um carro, arrastamos uma caixa, saltamos ou pulamos


algum obstáculo, estamos exercendo forças nesses corpos. Em todos esses casos,
há relação entre as forças que estão agindo e as alterações que sofrem o estado de
movimento do corpo em questão. Nosso objetivo neste momento é tentar explicar as
causas dos movimentos, estudando o conceito de força e as Leis de Newton.

Chutar, amassar, puxar, empurrar, deformar, arremessar, segurar, bater, são


ações muito comuns em nossas vidas e que está associada à grandeza física força.

DINÂMICA
A dinâmica desenvolveu-se a partir de certos conceitos chamados de Leis da Dinâmica, ou
seja, as três leis de Newton.
Quando empurramos um automóvel (aplicamos uma força) que está com velocidade
constante (movimento uniforme) alteramos a sua velocidade.
Se a força for no sentido do movimento, sua velocidade aumentará (movimento acelerado).
Se a força for em sentido contrário ao movimento, sua velocidade diminuirá (movimento
retardado). Logo a dinâmica estuda as causas que produzem e modificam o movimento.

A Relação entre força e aceleração constitui a base da mecânica clássica, formulada por
Isaac Newton.

FORÇA

Quando se chuta uma bola, ela muda a velocidade com que


chegou aos pés de quem a chutou, devido à força de contato produzida
pelo choque.
Quando acontece uma interação entre corpos (um corpo age
sobre o outro), podem ocorrer variações (mudanças) na velocidade.
No exemplo do chute, a bola chegou com uma velocidade aos
pés do jogador e depois de ser chutada.
Teve sua velocidade alterada. Este é um exemplo de interação
entre corpos onde também há variação de velocidade.
Podemos dizer que força é a causa da variação da velocidade.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


INTERAÇÃO ENTRE CORPOS.
Quando alguém diz: “eu tenho força” está cometendo um erro de linguagem bastante
comum, pois corpos não têm força. Força é o resultado da interação entre corpos.
Quando um jogador de futebol chuta uma bola parada, a força que seu pé aplica na bola
só aparece no momento do toque na bola. .Essa força irá modificar a velocidade, mas assim que a
bola se afasta do jogador, a força aplicada nela deixa de existir.
PRINCÍPIO DA INÉRCIA, OU PRIMEIRA LEI DE NEWTON.
A INÉRCIA é a propriedade pela qual um corpo não modifica espontaneamente o seu
estado de repouso ou de movimento, a não ser que sobre ele atue uma força.
Se o animal da figura abaixo empaca de repente, o cavaleiro é projetado (pela inércia) para a
frente.

Sendo assim, desde que o corpo esteja parado, não deve, por si mesmo, entrar em
movimento.
Se estiver em movimento, não deve por si mesmo, parar. Pode mover-se ou pode parar, se
forças externas atuarem sobre ele. A final, você aprendeu que força é toda causa capaz de
provocar, modificar ou até paralisar movimentos.
Você já observou que, quando um veículo dá sua partida (arrancada para frente), os
passageiros tendem a deslocarmos seus corpos para trás? Por quê? Isso acontece porque os
corpos dos passageiros tendem a conservar o estado de imobilidade de que estão possuídos.
Quando o veículo se desloca, os corpos acomodados dentro dele tendem a permanecer onde
estão, reagindo contra o movimento.
Se o veículo para bruscamente, os corpos são projetados para frente. Por quê?

Agora responda
Você mesmo!

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A PRIMEIRA LEI DO MOVIMENTO, DE NEWTON, OU PRIMEIRA LEI DE NEWTON DIZ:
“TODO CORPO TENDE A PERMANECER EM REPOUSO OU EM MOVIMENTO RETILÍNEO E
UNIFORME ENQUANTO A RESULTANTE DAS FORÇAS QUE ATUA SOBRE ELE FOR
NULA”.
Isso quer dizer que não é preciso haver uma força constante para manter o movimento,
desde que não haja uma força contrária, o movimento continuará, mercê da própria inércia.

É nessa lei que se baseia o princípio da Inércia.

DIFERENÇA ENTRE MASSA E PESO


Você já aprendeu antes que, MASSA é a quantidade de matéria de um corpo. Para avaliar
a massa de um corpo, você deve compará-lo com um corpo “padrão” de massa
convencionalmente estabelecida. O corpo-padrão convencionado é uma peça de platina iridiada
(liga de platina com irídio) em forma de cilindro, que está guardada no Arquivo Internacional de
Pesos e Medidas, em Sèvres, na França. Ele é o quilograma-padrão. Existem cópias dele por
todo o mundo.

A unidade de massa convencionada é o quilograma (Kg)

Para se avaliar a massa de um corpo, é preciso ter uma balança de dois pratos. Num dos
pratos, coloca-se o corpo a examinar. No outro prato da balança, são colocadas peças que
correspondem a múltiplos ou frações do quilograma-padrão. Conhecida a massa da peça (ou
peças) colocada no segundo prato, quando a balança estiver equilibrada, evidentemente essa
massa será igual à do corpo que está sendo avaliado. Logo, fica-se automaticamente sabendo a
massa do corpo examinado.

Com mais rigor, podemos definir massa como sendo a medida da inércia. Isso significa
que quanto mais massa tem um corpo, mais difícil me o movimentá-lo (tirando-o da condição de
imobilidade) ou pará-lo (anulando o seu movimento).

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Bem, e agora...
O que é Peso?

Peso é a força com que a Terra atrai um corpo, pela ação da gravidade. Essa força é
proporcional à massa do corpo.

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA OU SEGUNDA LEI DE NEWTON, DIZ:


Quanto maior for a massa de um corpo, maior será a força com que a Terra o atrairá.
Portanto, quanto maior a massa, maior o peso de um corpo.
Entretanto, há um detalhe: a massa de um corpo é constante em qualquer lugar.
O peso, não. Quanto mais afastado do centro da Terra, o corpo menos sofrerá a ação da
gravidade e, consequentemente, menor será seu peso, embora conserve a mesma massa.
Como a Terra é achatada nos polos, lá a gravidade é maior. Logo, qualquer corpo tem
maior peso nos polos do que no equador.

Vamos aplicar o que


aprendemos!

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


O valor do peso de um corpo corresponde ao produto da massa desse corpo pela aceleração da
gravidade.
Peso = massa do corpo X aceleração da gravidade

P=m.g
Vejamos:
Qual será o peso de um corpo que se encontra na Terra com massa de 5Kg, sabendo-se
que a gravidade na Terra é de 9,8m/s²?
P = m .g
P = 5 . 9,8  P = 49N

 Este corpo é levado até à lua, cuja gravidade é de 1,6m/s².


Qual o peso e a massa deste corpo na lua?
P = m .g Como já vimos, a massa do corpo permanece constante em qualquer parte, logo:
P = 5.1,6  P = 8N

Concluímos que:

Como já foi visto anteriormente, a massa do corpo tanto na Terra como na Lua
permaneceu a mesma, logo, o peso sofreu alteração devido a diferença da gravidade
dos dois astros.

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA OU SEGUNDA LEI DE NEWTON


Anteriormente, definimos força como sendo aquilo que provoca mudança na velocidade
dos corpos.
Se procurarmos lembrar da cinemática, toda vez que um corpo muda de velocidade
podemos dizer que ganhou uma aceleração.
O princípio fundamental da dinâmica diz que:
A resultante das forças que agem em um corpo é igual ao produto (multiplicação) de
sua massa pela aceleração que a força provoca no corpo.

Este princípio estabelece uma relação entre a força (causa) e a aceleração (efeito) que o
corpo ganha. Observe a figura abaixo:

m
⃗⃗⃗⃗⃗
De acordo com a Segunda Lei de Newton, um ponto material de massa m, submetido à ação de
uma força resultante ⃗⃗⃗⃗⃗ , adquire uma aceleração , na mesma direção e mesmo sentido da força
resultante aplicada.

Assim:
⃗⃗⃗⃗⃗ = m .

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA
No assunto que tratamos anteriormente, vimos a unidade de força e peso em Newton (N).
A explicação para esta unidade é a seguinte:
No Sistema Internacional de unidades (SI), a unidade de massa é o quilograma (kg) como
já vimos, e a unidade de aceleração é o metro por segundo ao quadrado (m/s²).
Aplicando o princípio fundamental da Dinâmica, temos a unidade de força Newton (N).

m
1N = kg .
s2
No sistema CGS a unidade de massa é a grama (g), a unidade de aceleração é o
centímetro por segundo ao quadrado (cm/s²) e a unidade de força é a dyna (dyn)

cm
dyn =g.
s2

Agora ficou claro!


Então vamos
exercitar o que
aprendemos.

Determine a aceleração de um corpo de massa 18kg, sabendo-se que sobre ele atua uma
força horizontal de 54N de intensidade.

F
m

Resolução: Aplicando o princípio fundamental da dinâmica temos:


Dados:F= 54N F = m. a
m= 18kg 54 = 18 .a
54
a=  a= 3m/s²
18
PRINCÍPIO DA AÇÃO E REAÇÃO OU TERCEIRA LEI DE NEWTON
Sempre andamos, chutamos uma bola, remamos um barco, observamos um avião ou um
foguete em pleno vôo ou empurramos uma parede quando estamos sobre patins, estamos
estudando a terceira lei de Newton, também conhecida como Princípio da Ação e Reação.
Um outro exemplo é quando chutamos uma pedra e sentimos os efeitos da reação da
pedra sobre nosso pé. É algo muito dolorido!
Para entendermos bem o que ocorre, imagine a situação abaixo esquematizada,
mostrando dois blocos de massas diferentes e uma força F aplicada sobre o bloco A:

FIGURA 1
A

B
F

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Se não considerarmos atrito na superfície, certamente ambos os blocos irão se mover
juntos, com a mesma aceleração. É fácil entender que o bloco A se move, pois a força F é
aplicada sobre ele, mas por que o bloco B se moverá? Alguém pode responder que é o bloco A
que empurra o B. Em outras palavras, o bloco A exerce uma força sobre o bloco B. Observe a
figura abaixo, onde colocamos somente o corpo B:

Observação: O bloco B do exemplo da figura 1, visto isoladamente, ou seja, sozinho.


B
FAB

Mas se o A aplica uma força no B, este reage e aplica outra força no A, de mesmo módulo,
mesma direção, mas com sentidos oposto, conforme a figura abaixo, onde colocamos somente o
corpo A:
Observação: Isolando o bloco A, da figura1, (ele visto sozinho).
A

F F BA

As duas forças que aparecem podem ganhar nomes especiais FAB e FBA, pois são
aplicadas por corpos diferentes, onde:

FAB= Força que o bloco A exerce sobre o bloco B.


FBA= Força que o bloco B exerce sobre o bloco A.

CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS :


 Possuem mesma intensidade, mesma direção, mas sentidos contrários;
 São aplicadas em corpos diferentes, logo não se anulam;
 Ocorrem simultaneamente, formando um par ação e reação.

Enunciando a 3ª lei teremos:

“Sempre que um corpo A exerce uma força sobre um corpo B, este reage exercendo em
A uma outra força, de mesma intensidade e direção, mas de sentido contrário”

Vejamos algumas aplicações para ilustrar esta lei:

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 07 – Trabalho e Energia

SUMÁRIO
- Trabalho e energia.
- Tipos de energia.
- Trabalho de uma força.
- Energia Cinética ou do Movimento.
- Energia Potencial Gravitacional.
- Energia Potencial Elástica.
- Princípio da conservação da Energia.
- Conservação da Energia Mecânica.

TRABALHO E ENERGIA
Todos os dias ouvimos a frase ”fulano trabalha 12 horas por dia, enquanto sicrano não
trabalha”. Nessas frases há o termo trabalho, que também comparece em física, mas com
significado muito preciso e diferente do anterior.
As palavras Trabalho, Potência e Energia são termos que além de possuir um significado
específico para a ciência, possuem também outros sentidos na linguagem “não científica”.
Certamente você já ouviu estas frases:
- O trabalho dignifica o Homem.
- Os Estados Unidos são uma potência econômica.
- Essas meninas têm muita energia, elas não cansam nunca!
- Os alimentos são fontes de energia e saúde!
- O pai usou de energia ao repreender o filho!
Neste caso, Trabalho pode ser considerado como uma forma de enobrecer o Homem,
Potência como destaque no cenário e a Energia foi utilizada como sinônimo de disposição, vigor e
firmeza.
Em outros momentos, essas palavras aparecerão em frases como:
- O trabalho realizado sobre o corpo causou um deslocamento.
- A potência deste motor é grande.
- Com a falta de chuvas, é preciso economizar energia.
- A Energia Cinética está relacionada com o movimento do corpo.
- O sol é a principal fonte de energia para o planeta Terra.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


O significado das palavras assume agora uma linguagem mais científica.
Nosso objetivo agora é expor os conhecimentos já adquiridos sobre estas grandezas
físicas e defini-las corretamente.
Definir Energia sempre foi um grande desafio para os físicos. Desde Galileu, passando por
Newton, até chegar a Einstein, muitas foram as definições apresentadas. Ainda hoje, no campo da
Física Teórica, brilhantes cientistas continuam estudar a Energia, que é sem dúvida um conceito
unificador da Física.
Apesar da dificuldade em sua compreensão, a energia é bastante perceptível.
Geralmente podemos dizer que a energia está relacionada à capacidade de produzir movimento
ou realizar alguma tarefa, isto é, capacidade de realizar um trabalho.
Quando atiramos um objeto, levantamos um corpo, subimos uma escada, movimentamos
um automóvel ou chutamos uma bola em um jogo de futebol, observamos a manifestação da
Energia que pode se manifestar sob diversas modalidades:
- Energia Elétrica;
- Energia Química;
- Energia Térmica;
- Energia Solar;
- Energia Nuclear;
- Energia Eólica;
- Energia Mecânica;
Mas toda a Energia necessária para realizar tarefas ou produzir movimento é proveniente
de algum combustível, como o carvão, a gasolina, o vapor, a fusão ou fissão nuclear ou a queima
de alimentos.
Um dos princípios básicos da física afirma que “a energia não pode ser criada, apenas
transformada de uma forma em outra ou transferida de um corpo para outro.”Este princípio é
chamado de Princípio da Conservação da Energia.
É muito comum em nosso cotidiano observamos as transformações de energia, por
exemplo:
 Energia química em Energia cinética.
Em um carro, a energia química do combustível (gasolina, álcool ou diesel) é transformada
em energia do movimento, também chamada de energia cinética.

Energia mecânica em Energia elétrica.


Em uma usina hidrelétrica, a energia mecânica da água é transformada em energia
elétrica.

Energia térmica ou nuclear em elétrica.


Em uma usina termelétrica ou nuclear, a energia térmica da queima de combustível como
o gás, carvão, a lenha ou proveniente de reações nucleares são transformadas em energia
elétrica.

Energia Luminosa,
Energia Térmica,
A eletricidade pode ser transformada em: Energia Mecânica,
Energia Eólica
Energia Sonora.

A energia elétrica produzida nas usinas, em nossa casa pode ser transformada em
luminosa nas lâmpadas, térmica no chuveiro ou no ferro de passar, sonora no aparelho de som,
mecânica e eólica no ventilador.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


TRABALHO DE UMA FORÇA:
Um corpo só realizará um movimento, em relação a um referencial, se possuir energia para
isso.
Quando você, mediante a aplicação de uma força, empurrar um objeto que se encontra em
repouso, utiliza parte de sua energia, obtida a partir da queima dos alimentos que ingeriu.

O ato de puxar, erguer ou empurrar um objeto, implica em uma transferência de energia


sua para o objeto.
Agora com energia, o objeto pode entrar em movimento é pode até ao colidir com uma
mola presa a uma parede rígida, aplicar uma força sobre ela, comprimindo a mola e transferindo a
energia que recebeu de você para ela.
Quando o objeto parar, é porque transferiu toda sua energia para a mola, que agora ao se
expandir pode novamente dotar o corpo de energia, para que se movimente novamente.
Acompanhe a ilustração da situação proposta.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Uma Observação interessante
Potência de uma força, é a grandeza que mede a rapidez com que o trabalho dessa força
é realizado.
No exemplo citado, a energia sendo transferida de um corpo para outro, mediante a
aplicação de forças. Com isso surge o conceito de trabalho de uma força.

Trabalho de força ( ) é a medida da energia transferida ou


transformada através de uma força

ENERGIA CINÉTICA OU DE MOVIMENTO.


É fácil imaginar que um automóvel em movimento é capaz de realizar um deslocamento ou
uma deformação em outro corpo. Portanto, ele possui energia. A esta energia decorrente do
movimento do corpo chamamos de Energia Cinética.
Observe então, uma força F constante atuando sobre um corpo de massa m, na direção de
seu deslocamento.

V0 d V

Esta força imprimirá ao corpo uma aceleração constante de valor a. O trabalho realizado
pela força para deslocar o corpo de uma distância qualquer é   F.d
Como F= m .a   = m .a.d

Da equação de Torricelli, temos:


2
V = V02 + 2ad
Assim
v 2 - v 02 = 2ad  ad = v - v 0
2 2

V 2  V02 mV 2 mV02 mV 2
Então:  m   onde Ec 
2 2 2 2
O que resulta:
Ecf  Energia cinética final
  Ecf  Eci onde
Eci  Energia cinética inicial
Assim

mV 2
Ec 
2

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


“O trabalho realizado pela força que atua sobre um corpo é igual à variação da energia cinética do
mesmo”
Observação:

Podemos acrescentar que:

 A energia cinética pode ser positiva ou nula, nunca negativa. Ec  0


 A energia Cinética é a energia que um corpo possui por causa do seu estado de movimento.
A energia Cinética é uma grandeza escalar.
A energia cinética depende do referencial.

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL


A energia potencial gravitacional é uma espécie de energia capaz de existir em estado de
reserva.
Ela é associada a um corpo devido à posição que ele ocupa em relação a um nível de
referência, como por exemplo, a superfície da Terra, e está pronta para ser transformada em outro
tipo de energia, em geral ligada ao movimento.
A energia potencial gravitacional, não depende de como o corpo atinge uma determinada
altura, nem do tipo de trajetória, depende sim das posições inicial e final do corpo em relação ao
referencial. Costuma-se atribuir à superfície da Terra uma energia potencial nula. Essa escolha é
arbitrária.
O trabalho realizado para a força F elevar o corpo até a altura H, com velocidade
constante, fica armazenado no corpo sob forma de energia potencial gravitacional, dada pela
expressão:
  P.H
Como P = m . g   m.g.h

Repare que tal energia potencial é relativa a um nível de referência


(nível onde se adota H = 0 e, portanto, Epg = 0). Assim, quanto mais alto o
corpo estiver, mais energia potencial o corpo terá em relação ao nível de
referência adotado.
Quando soltamos um corpo de uma determinada altura H diferente
de zero, ou seja, acima do nível de referência que no caso será o solo, a
(Epg) será diferente de zero, pois terá altura, e sobre a bolinha estará
agindo a força de atração da gravidade g = 10m/s², no sentido do
movimento aplicado.
Aplicando o que
Um corpo de massa 9 Kg , encontra-se a uma altura de aprendemos!
6m do solo. Considere o solo como o referencial e a g= 10m/s²,
determine sua energia potencial.

Epg = m . g . h => Epg = 9 . 10. 6

g=10m/s² Epg = 540 J

h = 6m

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Quando arremessamos um corpo do nível de referência do solo, com sentido para cima,
este movimento será contrário ao da gravidade (que sempre é para baixo), portanto, neste caso a
gravidade terá valor negativo (-10m/s²), pois o sentido do movimento está indo contrário ao da
gravidade.

g=-10m/s²

Nível de referência

ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA


A Energia Potencial Elástica (Epe) é uma forma de Energia Mecânica, armazenada nos
sistemas que sofreram deformação elásticas.
É uma forma latente de energia, que pode se transformar em Energia Cinética.
Antes do cálculo da Energia Potencial Elástica, é necessário analisarmos a atuação de
uma força F sobre uma mola. Imaginem uma mola em equilíbrio, tendo uma de suas extremidades
presa a uma parede Vertical. Se você aplicar na mola uma força F, observará uma deformação x;
dobrando a intensidade da força, a deformação passará a ser 2x; e assim sucessivamente. Esta
proporcionalidade ocorre dentro dos limites elásticos da mola.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Concluímos que, dentro do regime elástico suportável, a força aplicada e a deformação
obtidas são grandezas diretamente proporcionais. Sendo assim, podemos escrever em símbolos:

F=K. x

Esta expressão é conhecida como Lei de Hooke, pois o físico inglês Robert Hooke (1635 –
1703) foi quem a propôs em 1678, quando escreveu um artigo sobre a elasticidade dos corpos.
A constante de proporcionalidade K é denominada constante elástica da mola. Seu valor
depende do material e das características da mola.
Exemplo: Se uma mola K = 100N/m, significa afirmar que é necessário uma força de intensidade
100N para que a deformação da mola seja igual a 1m.
A representação gráfica entre a força aplicada e a deformação é dada a seguir.

força

  área
deformação
x

Observe que um aumento gradativo na intensidade da força aplicada possibilita um


aumento da deformação. O trabalho da força aplicada é justamente a medida da energia
transferida à mola.
Esta energia fica armazenada na mola sob a forma de energia potencial elástica.
A área representa o trabalho, logo:

F .x
 mas como F = K . x
2

F .x.x
 = Epe
2

Kx 2
Epe =
2

Esta expressão permite o cálculo da Energia Mecânica Potencial Elástica de uma mola.

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

Qualquer movimento ou atividade é realizado através da transformação de um tipo de


energia em outro ou em outros, isto é, através da transformação energética (não há criação nem
destruição de energia).
Vejamos alguns exemplos:
Para uma pessoa correr, nadar, levantar peso etc., sua energia é transformada em calor e
movimento. Essa energia provém dos alimentos ingeridos do ar que ela respira.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Quando uma pessoa ou um animal se alimenta de vegetais verdes, por exemplo, cuja
energia é obtida através do processo conhecido como fotossíntese, essa energia fica armazenada
nas células da pessoa ou do animal, permitindo a realização de atividades musculares.

Nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água transforma-se em energia cinética e


movimenta a turbina acoplada a geradores elétricos. Nas usinas termelétricas, a energia necessária para
aquecer a água provém de combustíveis derivados do petróleo ou do carvão. Nas nucleares, utiliza-se como
combustível o urânio. A finalidade dessas usinas é transformar essas energias (potencial gravitacional,
potencial química ou potencial nuclear respectivamente) em energia elétrica, que terá outras formas nas
residências, nos hospitais e nas indústrias. Um liquidificador a transformará em energia cinética; uma
lâmpada, em energia térmica e luminosa; um rádio em energia sonora etc.
Para um carro avançar, ele tem que transformar em energia cinética parte da energia que provém
do combustível?

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Nos automóveis, as baterias produzem energia elétrica através de reações
químicas. Essa energia é transformada em movimento no motor de arranque, em
luz nos faróis e em energia sonora na buzina.
A principal fonte de energia que utilizamos é a energia solar. A radiação
solar é responsável pela produção dos alimentos vegetais, do carvão, do
petróleo, da evaporação, dos ventos etc.
A energia do Sol e de outras estrelas é devido a reações exotérmicas de
fusão nuclear.
Assim, podemos enunciar o princípio da conservação da energia:

A energia não se cria nem se destrói, apenas se transforma de


um tipo em outro, em quantidades iguais.

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA


A Energia Mecânica é a soma das energias cinéticas e potencial.

Em =Ec + Ep

Desprezando as forças dissipadas (atrito, resistência do ar e fluidos), diz-se que o sistema


é considerado conservativo.
Em um sistema conservativo a energia mecânica permanece constante.

Em =Ec + Ep = constante

Senso Ec = Energia Cinética


Ep= Energia Potencial Gravitacional

O que se ganha em energia cinética perde-se em energia potencial ou vice versa, de tal
modo que a energia mecânica permanece constante (inalterada).
Observe um corpo em repouso, inicialmente na posição A.
A --------------

m.v 2
Ec=
2
B
Por definição, teremos que E mB = E CA + E pA Epg= m.g.h
E CA = 0 pois V A = 0

Então,

EmA  EPA

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Ao abandonarmos o corpo na posição A, ele cai, aumentando progressivamente a energia
cinética (a velocidade aumenta) e diminuindo a energia potencial (a altura diminui) até que o corpo
atinja o ponto B, onde:
E mB = E CB + E PB

Mas
E PB = 0 pois h B = 0
Então,

E MB = E CB

Como a energia mecânica total permanece inalterada,


E MA = E MB

Aula 08 – Impulso ou Quantidade de Movimento

SUMÁRIO
- Impulso ou Quantidade de movimento.
- Princípio da conservação da quantidade de movimento.

IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO

IMPULSO DE UMA FORÇA


Considere uma pessoa dando uma tacada numa bola de bilhar.
Nesse caso, temos a ação de uma força entre taco e bola, num pequeno intervalo de
tempo, que faz com que a bola seja impulsionada.
Sempre que uma força agir em um corpo durante certo intervalo de tempo, dizemos que o
corpo recebeu um impulso.
Para definirmos o impulso, consideramos uma força atuando num corpo durante um
intervalo de tempo  t.

t
O Impulso é igual ao produto da Força F pelo intervalo de tempo

 
= . t
O impulso, sendo uma grandeza vetorial, tem três características:

 Intensidade: I = F t

 direção: mesma da força ⃗

 sentido: o mesmo de ⃗ , pois t é sempre positivo.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A unidade de Impulso no Sistema Internacional (SI) é (N.s).

Na natureza, um corpo em movimento pode transmitir, total ou parcialmente, seu


movimento a outros corpos. Por exemplo: o vento empurra um barco à vela, um jogador de bilhar
empurra o taco que bate na bola branca e, por sua vez, a bola branca bate na vermelha,
transmitindo velocidade a esta última.
A pergunta é a seguinte: existem regras que permitem calcular a velocidade, a direção e o
sentido do movimento de um corpo ao receber um impulso de outro corpo?
Certamente essas regras existem, pois um jogador de futebol, ao bater uma falta, sabe que
a velocidade, direção e o sentido do movimento que a bola irá adquirir dependem do chute, isto é,
do modo com que se transmite movimento a ela.
Vamos, portanto estudar a grandeza física que mede o movimento ou a quantidade de
movimento de um corpo. Para tanto, considere os exemplos a seguir:

1) É mais fácil parar uma bicicleta do que um caminhão em movimento, quando ambos
possuem a mesma velocidade, porque o caminhão tem massa maior que a bicicleta.

2) Um projétil disparado por uma arma penetra com maior profundidade numa madeira do
que se fosse lançado manualmente, porque possui velocidade maior.

Esses exemplos mostram a necessidade de definir uma nova grandeza física que relacione
a massa de um corpo a sua velocidade, para caracterizar o estado de movimento desse corpo.
Essa grandeza física é denominada quantidade de movimento.
Consideramos um ponto material de massa m e velocidade ⃗ .

m ⃗

Define-se como quantidade de movimento desse ponto material a grandeza vetorial

Q=m⃗

A quantidade de movimento sendo uma grandeza vetorial possui:

 intensidade: Q = m . v  direção: a mesma de ⃗  sentido: o mesmo de ⃗

A unidade de quantidade de movimento no SI é Kg .m/s.


O conceito de quantidade de movimento está estritamente ligado ao conceito de
velocidade; entretanto é muito mais útil que este último em diversas situações.

Uma dessas situações, por exemplo, ocorre quando do encontro frontal de dois automóveis ou de
duas jamantas. Em igualdade de velocidade, o segundo acidente é mais terrível que o primeiro,
pois nessa colisão não estão em jogo apenas as velocidades das jamantas envolvidas, como
também suas quantidades de movimento

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO


Considere um sistema isolado de forças externas, isto é, as forças externas são
desprezíveis ou sua resultante é nula ( FR = 0).

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Nessas condições, pelo teorema do impulso, temos:

= ⃗⃗⃗⃗ – ⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗ . t = ⃗⃗⃗⃗ - ⃗⃗⃗ 0 = ⃗⃗⃗⃗ - ⃗⃗⃗

⃗⃗⃗⃗ = ⃗⃗⃗⃗

A quantidade de movimento de um sistema de corpos


isolados de forças externas é constante.

O princípio da conservação da quantidade de


movimento é aplicado em explosões, disparos e choques, nos
quais as forças internas são mais intensas que as externas.
Nesses casos as forças externas são consideradas
desprezíveis em comparação com as forças internas
decorrentes das interações entre os componentes de cada
sistema.
Essa lei também é usada em certas máquinas em que
há uma massa propulsora que adquire quantidade de
movimento num certo sentido. Em conseqüência, a máquina
adquire quantidade de movimento em sentido oposto.
Os foguetes ejetam gases produzidos por combustão e
se deslocam

Aplicando o que
aprendemos!

Aplicação 01)
Um corpo de massa 3kg está em repouso sobre um plano horizontal liso.Aplica-se sobre o
corpo uma força constante, horizontal, no valor de 2,4 N, durante 5s. Nesse intervalo de tempo o
corpo sofre um deslocamento e desenvolve uma velocidade de 3,2m/s.
a)Calcule a intensidade do impulso aplicado ao corpo nesse intervalo de tempo.

Resposta.
I= F. t  I = 2,4. 5  I = 12 Ns (Newton por segundo).

b) Calcule a quantidade de movimento do corpo durante este deslocamento.


Resposta.
Q=m.v
Q=3. 3,2  Q = 9,6kg.m/s

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Aplicação 02)
Um peixe de 8,6Kg nadando para a direita a 1m/s, engole um peixe 0,4 kg, que nada na
sua direção a 3,5 m/s. Determine o módulo da velocidade do peixe maior imediatamente após
engolir o menor.

Resposta.
Dados m1 = 8,6 Kg, v1= 1m/s, m2=0,4 kg e v2= -3,5m/s
Utilizando o princípio da conservação da quantidade de movimento, temos:
Qantes = Qdepois  Q1 + Q 2  Qdepois

m1. V depois + m2. V depois


V 1 + m2. V 2 = m1.
8,6.1 + 0,4.(-3,5) = (8,6 . V + 0,4. V depois)
8,6 – 1,4 = (8,6 + 0,4). V depois
7,2 = 9. V  V = 7,2  9  V = 0,8

Aula 09 – Termologia

SUMÁRIO
- Termometria

TERMOMETRIA Termometria é a parte da Física que estuda as técnicas de medição da


temperatura dos corpos.
Como se mede a temperatura de um corpo? Na prática, basta colocar a mão sobre o corpo
para verificar se ele está muito quente, pouco quente ou frio. Já viu como a passadeira faz com o
ferro de engomar? E como é antigo o hábito de verificar se um doente tem febre ou não, pondo-
lhe a mão na testa? Mas esses meios nos dão uma noção muito imprecisa. Por isso, então,
criaram-se os termômetros.
Eles são instrumentos destinados a medir a temperatura com bastante precisão.
O termômetro consta de um tubo de vidro oco e fechado nas duas extremidades. No seu
interior é colocado uma substância líquida (álcool ou mercúrio), que se dilata quando aquecida e
avança pelo interior do tubo. Do lado de fora do tubo, há uma escala onde se gradua a dilatação
do líquido de acordo com a temperatura.
Existem diversas escalas termométricas usadas mundialmente. As que se tornaram mais
conhecidas foram as escalas Celsius, Fahrenheit, Reaumur e Kelvin, mas atualmente, as mais
usadas são as duas primeiras. Nos países de língua inglesa, utiliza-se a escala Fahrenheit (EUA e
Inglaterra), nos demais usa-se a escala Celsius.
Um termômetro que segue a escala Celsius é graduado da seguinte maneira: o seu bulbo
(parte dilatada contendo o mercúrio ou o álcool) é introduzido num funil com gelo picado. À
proporção em que o gelo vai derretendo (entrando em fusão), vai gotejando frasco baixo. Assim o
termômetro não ficará em contato com a água, apenas com o gelo. Observa-se o ponto em que a
coluna do líquido para. Marca-se aí o sinal de 0ºC (zero graus Celsius).
Em seguida, mergulha-se o bulbo do termômetro em água fervente (em ebulição). A coluna
de mercúrio ou álcool sobe bastante e para num outro ponto. Marca-se aí 100ºC (cem graus
Celsius).
Divide-se o espaço entre as duas marcações por 100 partes iguais. Cada uma delas
corresponde a 1ºC(um grau Celsius).
É muito comum dizer-se graus centígrados em vez de graus Celsius. É porque a escala
Celsius é dividida em 100 partes. Daí o nome centígrado. No Brasil, usa-se rotineiramente esta
escala e é muito generalizada a expressão graus centígrados.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A marcação no termômetro com escala Fahrenheit começa em 32ºF e 212 º F é dividida
em 180 partes (212 – 32 = 180). Cada divisão é um grau Fahrenheit

Ponto de Ebulição da Água

Ponto de Fusão do gelo

Escala Celsius ou centrigada Escala Fahrenheit

A escala Celsius usa o ponto de fusão do gelo e o ponto de ebulição da água como “ponto
de reparo”.
Podemos converter a temperatura achada numa escala em graus em outra, isto é,
converter graus Celsius em graus Fahrenheit ou vice-versa. Para tanto, usamos a seguinte
fórmula:

C F  32
 De onde deduzimos: 180C = 100(F – 32)
100 180
Que pode ser reduzido para 9C = 5(F – 32)
A)Para converter graus Fahrenheit em Celsius.
procedemos assim:

5( F  32)
C=
9
B)Para converter graus Celsius em Fahrenheit.
procedemos assim:

9C
F=  32
5
Vejamos alguns exemplos
A) Qual a temperatura em graus Celsius que corresponde a 80ºF?
5(80  32)
C= C= 26,6 logo 80ºF = 26,6ºC
9
B) A que temperatura corresponde, na escala Fahrenheit, a marca de 37ºC?
9.37
F=  32 F = 98,6 logo, 37ºC equivalem a 98,6ºF.
5
NOTA: O termômetro usado em medicina é chamado de termômetro clínico, e sua escala
corresponde apenas a uma fração da escala Celsius, entre 35ºC e 42ºC.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 10 – Dilatação Térmica

SUMÁRIO
- Dilatação pelo calor.
- Dilatação linear.
- Dilatação Superficial.
- Dilatação Volumétrica.

A DILATAÇÃO PELO CALOR


Quando a matéria é aquecida, as suas partículas (átomos ou moléculas) passam a vibrar
com mais intensidade e se afastam um pouco mais umas das outras. Dessa forma, todo corpo
aquecido tende a aumentar de volume.
Nos metais, o fornecimento de calor leva os átomos a vibrar com maior intensidade Assim,
eles se afastam uns dos outros e o corpo aumenta de tamanho.
A dilatação pode ocorrer de maneiras diferentes:
Dilatação Linear Dilatação Superficial Dilatação Volumétrica

DILATAÇÃO LINEAR.
É a dilatação que se observa sensivelmente numa só direção. Uma barra de ferro, quando
aquecida, sofre dilatação longitudinal, isto é, aumenta o seu comprimento.
Nos trilhos de uma estrada de ferro, observamos espaço a espaço “as juntas de dilatação”,
que são pequenos intervalos entre dois segmentos do trilho. Quando o calor aumenta e os trilhos
de aço se dilatam linearmente, as extremidades se aproximam. Se esses intervalos não
existissem, o trilho se dilataria oferecendo sérios perigos à passagem dos trens.

DILATAÇÃO SUPERFICIAL
É a dilatação que se observa quando se aquece uma placa de metal. Neste caso, a
dilatação ocorre em todas as direções, mas num mesmo plano.
A chapa aquecida aumentou em comprimento e largura (dilatação superficial).

DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA
Na dilatação volumétrica, o corpo submetido ao aquecimento dilata-se em todas as
direções e em todos os planos. Assim, ele sofre aumento de dimensão em todo o seu volume. A
a
ilustração abaixo mostra um cubo, cuja dimensão inicial é representada pela aresta . Após
b
aquecimento, todo o cubo aumentou de Volume e sua aresta, agora, é maior, .
Os líquidos e gases, quando aquecidos, também sofrem dilatação volumétrica.
A dilatação volumétrica é comprovada experimentalmente, em laboratório, com o anel de
Gravezande.
A pequena esfera metálica, quando está fria, consegue atravessar o anel do aparelho.
Mas, depois de aquecida, não passa mais pelo anel. O diâmetro dela tornou-se maior do que o
diâmetro do anel. Isso mostra que a esfera aumentou de volume em todas as direções.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Nas Figuras (01) e (02) temos uma dilatação superficial. Pois a O Cubo aumentou em
dilatação ocorre em todas as direções e num mesmo plano. A altura, largura e
chapa aquecida aumenta em comprimento e largura, logo é profundidade (dilatação
uma dilatação superficial. volumétrica).

Aula 11 – Calorimetria

SUMÁRIO
- O que é calor
- O que é frio
- Temperatura
- Fontes de calor
- Influência da temperatura no estado físico
- Mudanças de fase
- Propriedades do calor
- Unidade de calor
- Equilíbrio térmico
- Calor específico
- Fórmula fundamental da calorimetria

Há cerca de 1 bilhão de anos, a vida surgiu na Terra. De lá para cá, ela evoluiu até dar o
imenso número de espécies viventes atuais. Isso só foi possível porque a temperatura superficial
do planeta atingiu níveis compatíveis com a vida.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


O calor, dentro de certos limites, é uma condição para a sobrevivência. Os próprios
organismos geram calor através de reações químicas intracelulares.
Mas as principais fontes naturais de calor através de reações para o ambiente são o Sol e o
núcleo da Terra, de onde jorram a lava dos vulcões e as fontes de águas termais.

O CALOR EXISTE! EXISTE O FRIO?


O Calor é uma forma de energia. Portanto, ele existe. O curioso é que, em Física, o frio
não existe.
Ele é apenas a “falta do calor”.
Nós é que percebemos através dos nossos sentidos, essa diferença, e rotulamos a
ausência de calor (ou acentuada diminuição dele) com o nome de “frio”. Faça a seguinte
experiência:
Coloque três vasilhas com água. Na primeira delas, coloque água bem quente (mas que
não dê para queimar a pele!). Na segunda vasilha, água morna. Na terceira, água fria.

A experiência a cima foi proposta por John Loke (cientista inglês), em 1690.
Mergulhe a mão direita na água quente e a esquerda na água fria.
Espere um minuto. Procure perceber bem as temperaturas. Retire as duas mãos das
vasilhas e, imediatamente, mergulhe-as juntas na água morna. O que você vai sentir?
A resposta é a mão direita vai sentir a água morna como se estivesse fria, enquanto a mão
esquerda sentira a mesma água morna como quente.
Logo você percebe que a noção de frio ou de quente é puramente orgânica, é pessoal.
Assim, o que existe realmente é o calor. A ausência ou diminuição dele é que da a sensação de
frio.
VAMOS DEFINIR O CALOR
Na matéria, as partículas estão em constante agitação devido à sua energia cinética. A
intensidade dessa agitação é tanto maior quanto maior for a temperatura do corpo considerado.
Então:
TEMPERATURA é a grandeza que mede a energia cinética das partículas de um
corpo ou de uma substância.

A temperatura de um corpo ou de um substância pode ser avaliada pelos nossos sentidos


ou por instrumentos apropriados como o termômetro.
Quando corpos de temperaturas diferentes entram em contato, eles trocam calor entre si.
Por isso, podemos dizer que:
CALOR é a energia transferida de um corpo a outro devido à diferença de temperatura
entre eles.

A transferência de calor sempre ocorre do corpo de temperatura maior para o corpo de


temperatura menor.
Você verá mais adiante que a medida do calor é feita em unidades chamadas calorias ou
(cal), enquanto a medida da temperatura é feita em graus. Portanto, calor e temperatura não são
a mesma coisa.
“Entre Calor e temperatura há uma relação de causa e efeito”.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

O calor transmitido pela chama ao corpo provoca um aumento do grau de agitação das
partículas, que apresentarão maior energia cinética e, consequentemente, maior temperatura.

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO ESTADO FÍSICO


Quando a temperatura de um sólido aumenta superficialmente, a energia cinética de suas
moléculas aumenta tanto que vence as forças de atração e faz com que essas moléculas
abandonem as posições fixas que ocupam, fazendo com que o sólido passe para a fase líquida.
Continuando a aumentar a temperatura dessa substância, a agitação das moléculas
aumenta até vencer totalmente as forças de atração, e as moléculas passam a se mover com
grande facilidade, isto é, a substância atinge a fase gasosa.
Se diminuirmos a temperatura, os fenômenos se reproduzem no sentido inverso, isto é, a
agitação das moléculas diminui e a substância passa da fase gasosa à fase sólida.

MUDANÇAS DE FASE
Uma substância pode passar de uma fase para a outra através do recebimento ou
fornecimento de calor. Essas mudanças de fase são chamadas de:
Fusão: é a passagem de uma substância da fase sólida para a fase líquida.
Solidificação: é a passagem da fase líquida para a fase sólida.
Vaporização: é a passagem da fase líquida para a fase gasosa.
Condensação ou liquefação: é a passagem da fase gasosa para a fase líquida.
Sublimação: é a passagem direta da fase sólida para a fase gasosa ou da fase gasosa para a fase
sólida.

FONTES DE CALOR
A grande fonte natural de calor para os seres e as coisas da Terra é o sol. Mas não
devemos esquecer que o nosso próprio planeta possui, na maior parte do seu miolo central, um
imenso núcleo de material em alta temperatura. Esse material, ocasionalmente, é lançado para
fora através dos vulcões. Isso mostra que a própria Terra é uma fonte natural de calor. É a alta
pressão em que se encontra a matéria no centro do globo terrestre que justifica a elevada
temperatura interior do planeta.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Como fontes naturais de calor, podemos citar o Sol, o fogo, o magma (lava)
incandescente do interior da Terra, bem como o calor animal produzido pelas reações químicas
que se passam no interior dos organismos. A febre resulta da produção excessiva de calor pelo
corpo. Já como fontes artificiais de calor, distinguimos o atrito (os índios fazem fogo atritando
pedras ou pedaços de madeira) e a eletricidade (aquecedores elétricos e ferro de engomar).

PROPAGAÇÃO DO CALOR

O calor pode se propagar por 3 mecanismos:

 Condução  Convecção  Irradiação


 CONDUÇÃO
Segure uma vareta metálica de 15cm de comprimento e leve-a ao fogo, no bico de gás.
Apenas a extremidade livre dela deve ficar ao alcance da chama. Em poucos instantes, ela se
aquecerá a tal ponto que você terá que largar a outra extremidade.
Isso mostra que o calor se propagou ao longo da vareta, até chegar aos seus dedos, o
calor obtido a partir da combustão do gás se transferiu aos átomos da vareta de metal que, por
sua vez, foram transferido-o aos outros átomos seguintes, até chegar à sua mão.

O calor se propaga (avança) pela vareta metálica.


Na condução, o calor se transfere de uma partícula a outra, por vizinhança. O calor
“avança” pelo corpo.

 CONVECÇÃO
Na propagação por convecção, o calor se transmite não pela vizinhança entre os átomos
ou moléculas, mas porque as partículas aquecidas tendem a se afastar umas das outras. Então, a
substância fica mais leve e procura subir no meio em que está. As proporções dessa substância
que não estão aquecidas passam para aquele local que ficou vazio. Então, elas também se
aquecem e sobem. E surge, dessa maneira, uma “corrente de circulação”. Como a fonte de calor
é contínua, toda a massa da substância acaba se aquecendo.
É isso que ocorre numa panela de água posta ao fogo. E é isso também que se verifica nas
camadas de ar da atmosfera, explicando o aparecimento dos ventos.
Na convecção, a transferência do calor se faz pela movimentação das moléculas e com a
circulação da matéria.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A agitação que se observa na água em ebulição é provocada pelas correntes de
convecção.

 IRRADIAÇÃO
Nem sempre o calor precisa, para se propagar, de um meio material. Lembre-se que o
calor proveniente do Sol atravessa uma longa distancia no espaço sem matéria condensada,
como conhecemos em nosso meio. O calor pode propagar-se no vácuo. Essa é a propagação por
irradiação, ou seja, por meio de ondas de raios infravermelhos, que se propagam no espaço. Ao
atingir um corpo, as radiações infravermelhas transferem-lhe a energia. As partículas desse corpo
aumentam a sua "vibração" e a temperatura dele também aumenta. Se a temperatura do meio for
menor, ele passa a emitir calor.

Na irradiação, o calor se propaga na forma de ondas de raios


infravermelhos.

Podemos distinguir corpos que conduzem bem o calor e corpos que conduzem mal o calor.

Vamos fazer
uma experiência!

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Coloque uma panela de cabo metálico no fogo e, ao fim de alguns instantes, cuidadosamente,
tente pegar seu cabo. Cuidado para não queimar os dedos! O cabo metálico poderá estar
muito quente.

Agora vamos
fazer mais!

Podemos distinguir corpos que conduzem bem o calor e corpos que conduzem mal o calor.
Coloque agora uma panela com cabo de madeira no fogo. Ao fim do mesmo tempo, você
pode pegar seu cabo. Logo, os metais conduzem bem o calor a madeira, não.

Os metais são bons condutores de calor. A madeira, a borracha e o isopor são maus
condutores de calor.
O calor se transmite sob forma de raios infravermelhos. Assim, ele se propaga mesmo no
vácuo.
O ar é mal condutor de calor. Assim, os mamíferos, quando estão com frio, arrepiam os
pelos. Dessa forma, acumulam ar entre os pelos, formando um “cobertor de ar” entre eles, ao
redor do corpo.
Esse cobertor de ar isola o organismo do meio ambiente, impedindo as perdas de calor. O
mesmo sucede com as aves, que arrepiam as penas. Em nós, que não somos muito peludos,
esse recurso não funciona satisfatoriamente. Mas, mesmo assim, também nos arrepiamos quando
estamos com frio.
As roupas de lã acumulam ar entre suas fibras. Assim, elas impedem que o nosso
organismo perca calor para o ambiente. Mas, pelo mesmo processo, impedem que recebamos
calor de fora. Por isso, no deserto, há quem use roupas de lã em pleno sol. Mas, lã branca!

CURIOSIDADE!

A roupa branca reflete a luz e,


consequentemente, o calor.
A roupa preta absorve a luz e
retém o calor.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


UNIDADES DE CALOR
A quantidade de calor que faz elevar a temperatura de um corpo pode ser medido por uma
unidade chamada caloria. A caloria (cal) é a quantidade de calor capaz e necessária para elevar
de 1 ºC (de 14,5º a 15,5ºC) a temperatura da massa de 1g de água.
Muito frequentemente é usada uma outra unidade maior: a quilocaloria(Kcal), que
corresponde a 1.000cal. A quilocaloria pode, então, ser definida como a quantidade de calor
suficiente e necessária para elevar de 1ºC (de14,05 ºC a 15,5 °C) a temperatura da massa de
1.000g (1kg) de água .

CURIOSIDADE!
Os alimentos fornecem calorias para o nosso organismo. De fato, a energia do nosso
corpo é fornecida pelas calorias desprendidas por esses alimentos durante as reações químicas
que eles sofrem no interior das nossas células.
Alguns alimentos como as gorduras e os açucares fornecem maior numero de calorias. Por
isso, eles são considerados alimentos energéticos. As bebidas alcoólicas também oferecem
muitas calorias, o que explica o seu uso em locais frio.

EQUILÍBRIO TÉRMICO.
O calor é uma manifestação de energia que se transmite de um corpo a outro. Através de
experiências, podemos comprovar que um corpo quente, em presença de um corpo frio, transfere-
lhe energia térmica.
O corpo frio recebe calorias e se aquece na mesma proporção em que o corpo quente
perde calorias e se resfria. Quando as temperaturas dos dois se igualarem, estará instalando o
equilíbrio térmico.
Coloque uma pequena panela com água fervendo dentro de uma panela maior com água
fria. Ao fim de um minuto, ponha o dedo na água da panela grande. Você verá que a água estará
morna. E, logicamente, a temperatura da água da panela pequena terá diminuído um pouquinho.
Os corpos trocam calor entre si. Os mais quentes transferem calor para os mais frios.

CALOR ESPECÍFICO
Já vimos anteriormente que a unidade de calor é a caloria (cal). Ela é a quantidade de
calor necessária para elevar de 1ºC (de 14,5 ºC a 15,5ºC) a massa de 1g de água. Mas nem toda
a substância precisa da mesma quantidade de calor para elevar de 1 grau 1 g da substância da
sua massa. Essa quantidade de calorias é completamente variável.
Cada substância exige uma quantidade própria de calor para elevar 1grau a massa de 1g
dela mesma. È isso que define calor especifico de uma substância.
CALOR ESPECÍFICO de uma substância é a quantidade de calor (medida em
calorias) capaz de elevar de 1ºC a massa de 1g dessa substância

Se você submeter ao aquecimento por tempo igual, num mesmo bico de gás, 10 Kg de
ncia.
água (que correspondem a 10 litros) e depois 10kg de ferro (um bloco do tamanho de uma roda
pequena), o ferro se aquecerá mais depressa. Por quê? Porque o calor específico do ferro é
menor do que o da água, o que quer dizer que o ferro necessita de menos calor para se
esquentar.
Dizemos que o seu calor específico é maior.
Com a mesma massa, o ferro e a água exigem quantidades diferentes de calor para se
aquecerem.
O calor específico de algumas substâncias: O álcool se aquece com menos calorias que a
água; o alumínio com menos do que o álcool; e assim por diante.
Cada substância tem seu calor específico próprio e individual.
Por isso, o calor específico é também usado como uma propriedade que identifica as
substâncias.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

CALORIMETRIA
É o estudo quantitativo das trocas de calor entre os corpos.
Para calcular a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um corpo, aplica-se
a seguinte fórmula:
onde
Q = quantidade de calor necessária
Q = m . c . t
m = massa do corpo
c = calor específico da substância que forma o corpo
t = variação da temperatura do corpo
Vejamos, então, um exemplo: Você tem uma chapa de ferro de 50g, a temperatura dessa
chapa é de 10º C. Você tem uma chapa de ferro de 50g, a temperatura dessa chapa é de 10ºC.
Você quer aquecer essa chapa até que atinja 100ºC. Qual a quantidade de calorias que você deve
fornecer a essa chapa?
O calor específico do ferro é 0,117 cal/g/ ºC

Resolução: Aplicando a fórmula.


Q = m c. t
Teremos:
Q = 50g. 1,117 cal/g/ºC . 90 ºC  Q = 526, 5 Cal

Nota: 90ºC significa a diferença entre a temperatura inicial, de


10ºC, e a temperatura final, de 100ºC, da chapa de ferro.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 12 – Óptica

SUMÁRIO
- A importância da Luz.
- O que é Luz.
- Corpos Luminosos e Iluminados
- Corpos Transparentes.
- Translúcidos.

Há 40 mil anos, o homem primitivo, habitante das cavernas, já usava o fogo para obter luz
e calor. O que antes impunha pavor, como algo terrível e ameaçador, agora era procurado e
utilizado com interesse. Mas foi Thomas Alva Edson, inventor norte-americano, quem usou a
eletricidade pela primeira vez para a obtenção da luz, ao inventar a lâmpada elétrica, nos fins do
século passado.
No mundo moderno, os espelhos e as lentes permitiram a utilização da luz, dando-lhe
novas aplicações, que levaram ao surgimento do cinema, da máquina fotográfica, do microscópio,
do telescópio e de muitos outros recursos que tornaram a vida mais colorida, mais alegre e mais
prática.

LUZ, ESPELHOS, LENTES, PRISMAS.

A IMPORTÂNCIA DA LUZ

Você já ouviu falar na transferência de energia entre os corpos.


E sabe, também, que na natureza tudo se transforma. Até a energia pode ser transformada
de uma modalidade em outra. Assim, a energia luminosa que nos vem do Sol é absorvida pelas
plantas e transformada em energia química. Graças a ela, os átomos se combinam para formar
as moléculas orgânicas (açúcares, gorduras e proteínas).
Os animais, comendo os vegetais, adquirem essas moléculas e delas retiram a energia
química, transformando-a em energia térmica (que aquece seus corpos) ou energia mecânica
(com a qual realizam movimento e trabalho).
Grande parte da energia que consumimos vem de uma longa cadeia de transformações
que se origina na luz. E a grande fonte de luz para nós, na Terra, é realmente o Sol.

O QUE É LUZ
Através dos tempos, tem sido muito discutida a definição do que seja luz. Huyghens (1629
– 1695), na Holanda, admitia a natureza de um movimento ondulatório para a luz. Isaac Newton
(1642-1727) já admitia, no seu tempo, a natureza corpuscular da luz, isto é, as fontes de luz
emitiriam partículas que se propagariam com imensa velocidade.
Em verdade, a luz procede, ao mesmo tempo, como propagação corpuscular (os fótons) e
como movimento ondulatório. Mas, para simplificar, podemos dizer que:

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


CORPOS LUMINOSOS E CORPOS ILUMINADOS
Considera-se como corpo luminoso todo corpo que emite luz própria. Um metal
incandescente é um corpo luminoso. Há, entretanto, reações químicas que liberam luz sem que
haja desprendimento de grande quantidade de calor. É o que acontece, por exemplo com os
vagalumes. Portanto, não devemos associar, obrigatoriamente, a idéia de luz com a idéia de calor.
Hoje existe a lâmpada fria que emite luz sem aquecimento.
Os corpos iluminados apenas refletem ou difundem a luz que vem de fora. Em termos mais
fáceis: o Sol é um corpo luminoso e a Lua é um corpo iluminado. Olhe ao seu redor e comprove
que você está cercado de corpos iluminados.

CORPOS TRANSPARENTES, TRANSLÚCIDOS E OPACOS


Os corpos transparentes permitem que a luz os atravesse facilmente. Os raios luminosos
não encontram obstáculos. Se as paredes do corpo forem paralelas, os raios luminosos não
mudarão de direção e permitirão que se veja tudo com nitidez do outro lado do corpo.

Transparente (vidro de vidraça)

Translúcido(vidro fosco)

Opaco (madeira)

A VELOCIDADE DA LUZ
Foi em 1675 que o cientista dinamarquês Romeer, estudando os eclipses dos satélites de
Júpiter, conseguiu, pela primeira vez, fazer uma estimativa da velocidade de propagação da luz.
O cálculo dele foi razoavelmente próximo da realidade.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Atribui-se à luz uma velocidade aproximada (no vácuo) de 300.000 Km/s. Mesmo na
atmosfera, a diferença não é considerável.
É uma velocidade fantástica! Só para dar uma idéia da imensa velocidade da luz imagine:

1º) Um moderno avião supersônico voando com velocidade de 1.500 Km/h, levaria mais de oito
dias percorrendo o espaço que um raio de luz percorre um 1 segundo apenas.

2º) Um raio de luz tem velocidade para dar 7 voltas completas ao redor da Terra em apenas 1
segundo. É a maior velocidade comprovada do universo!

Aula 13 – Propagação da Luz

SUMÁRIO
- A propagação da Luz
- Reflexão da Luz
- Leis da Reflexão
- Espelhos côncavos, convexos
- Determinação da imagem no espelho Côncavo e Convexo
- Refração da luz
- Prisma
- Decomposição da Luz
- As lentes
- Tipos de Lentes

A PROPAGAÇÃO DA LUZ
Acenda uma lanterna contra uma parede num quarto escuro. Você verá que o feixe de luz
se propaga em linha reta e se projeta na parede. Seria possível você apontar a lanterna para a
parede, e o feixe de luz fazer uma curva, iluminando o teto? Claro que não! Por quê? Porque a luz
se propaga em linha reta.

Vamos fazer uma experiência?

Coloque o orifício de três cartões alinhados na mesma direção. A luz que vem de uma
lâmpada atravessa os 3 orifícios e é percebida pelo seu olho.

A prova de que os raios luminosos se propagam no vácuo é a simples constatação da luz


que nos chega proveniente do sol e das estrelas. Para tanto, a luz atravessa imensos espaços
vazios no Universo.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Acenda uma lâmpada no centro da sala. Todos os cantos da sala ficam iluminados. Então,
você conclui que a luz se propaga em todas as direções. Em outras palavras, a fonte de luz emite
raios retilíneos divergentes, em todas as direções.
Será que a luz não se propaga no vácuo como o som?
A resposta é:

A luz se propaga no vácuo e em linha reta.

A luz se propaga em todas as direções e sentidos


a partir de um ponto.

No estudo da propagação da luz são comuns as seguintes expressões:

a) Raio luminoso  É a trajetória descrita pela luz no espaço. Você pode representá-lo
simplesmente por segmento de reta orientado. Assim, você saberá a direção e o sentido de
propagação da luz.

b) Feixe luminoso  É um conjunto de raios luminosos. Um feixe pode ser formado por raios
paralelos entre si, por raios convergentes ou por raios divergentes.

Feixe de raios paralelos Feixe de raios divergentes Feixe de raios convergentes


c) Pincel luminoso  Quando o feixe luminoso é muito fino ele pode ser chamado de pincel
luminoso.

O feixe de luz que atravessa o orifício no cartão constitui um pincel luminoso.

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REFLEXÃO DA LUZ
Quando um raio luminoso bate contra uma superfície polida (muito lisa) não –
transparente, ele volta ao meio onde partiu, podendo ou não mudar de direção.
Se a luz atinge o obstáculo em posição perpendicular a ele, ela volta na mesma direção,
em sentido contrário. Se a luz incide sobre a superfície plana formando com ela um ângulo, então
vai refletir–se formando outro ângulo (portanto, muda também de direção) compare com um jogo
de Pingue-pongue.
REFLEXÃO DA LUZ É O RETORNO DO RAIO LUMINOSO AO MEIO DE ONDE PARTIU,
QUANDO ELE INCIDE SOBRE UMA SUPERFÍCIE POLIDA, PODE OU NÃO OCORRER
MUDANÇAS DE DIREÇÃO.

As superfícies muito polidas que têm a capacidade de refletir a luz são chamadas
espelhos.
Traçando-se uma linha perpendicular ao plano do espelho, tem-se a normal do espelho. O
ângulo formado pelo raio incidente com a normal é sempre idêntico ao ângulo que se forma entre
a normal e o raio refletido.

Veja as leis da reflexão:

 O raio incidente (I), a normal (N) e o raio refletido (R) estão num plano.

 O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão

Os espelhos são classificados em planos e curvos. Estes últimos compreendem os


espelhos côncavos.

Convexos e cilíndricos.
A imagem do objeto, formada num espelho plano, é chamada “imagem virtual”, porque ela
se forma atrás do espelho, numa situação que de fato não existe. Ela se apresenta por uma
questão de ilusão de óptica, pelo prolongamento dos raios refletidos.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Diz-se que a imagem é real quando ela pode ser “colhida” por um anteparo (papel, cartão,
tela) colocado na frente do espelho, no ponto onde ela se projeta. Ela pode ser obtida com
espelhos curvos.

ESPELHOS CÔNCAVOS E ESPELHOS CONVEXOS


Os espelhos côncavos e convexos representam calotas, isto é, partes de uma esfera. Se
a superfície lisa, polida, refletora for a face interna da calota, o espelho será considerado
côncavo.Se a parte espelhada for a face externa da calota, o espelho será convexo.
Os espelhos curvos são representados assim:

Num espelho côncavo, a imagem pode ser real (na maioria das vezes) ou virtual, direita ou
invertida, maior, menor ou do mesmo tamanho que o objeto. Tudo isso vai depender da distância
do objeto em relação ao espelho.
Num espelho côncavo devemos considerar os seguintes elementos:

 Centro de curvatura (C) ---- É um ponto que indica o centro da esfera imaginária a que pertence o
espelho.

 Eixo principal (EP)--- É uma reta horizontal que passa pelo centro de curvatura do espelho.

 Foco (F) --- É o ponto onde se cruzam todos os raios luminosos que incidem sobre o espelho, paralelos
ao seu eixo principal.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Particularidades dos raios luminosos

1) Todo raio luminoso que incide sobre um espelho passando pelo centro de curvatura desse espelho
reflete sobre si mesmo.
2) Todo raio luminoso que incide sobre um espelho paralelamente ao EP (eixo principal) reflete-se
passando pelo foco e vice-versa.

DETERMINAÇÃO DE IMAGENS EM ESPELHOS CÔNCAVOS.


As imagens são obtidas pelo encontro dos raios refletidos ou de seus prolongamentos.
As determinações de imagens devem ser feitas utilizando-se raios luminosos incidentes paralelos
ao EP e raios incidentes passando pelo foco. Na maioria dos casos, a imagem será real (veja os quadros 1,
2, 3). Há, porém, a possibilidade de a imagem ser virtual (veja quadro 4).

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


No último caso apresentado, os raios refletidos tornam-se divergentes (não vai encontrar-se em
lugar algum). Assim, por ilusão de óptica, faz-se o prolongamento desses raios para trás do espelho, até
que eles se encontrem e formem uma imagem virtual, direita (não invertida) e maior do que o objeto.
Nos espelhos convexos, os raios incidentes paralelos, quando se refletem, tornam-se divergentes.
Assim, só resta prolongar para trás do espelho o trajeto dos raios refletidos, o que resulta sempre uma
imagem virtual, direita (não invertida) e menor do que o objeto.

Já dissemos antes que entre os espelhos curvos também se enquadram os espelhos cilíndricos.
Conforme a face espelhada, seja a de dentro do cilindro ou a de fora, tais espelhos se classificam
em cilíndricos côncavos e cilíndricos convexos, respectivamente.
Esses espelhos deformam as imagens. E, por isso, são muito usados em parques de diversões para
provocar o riso nas pessoas.

A imagem formada num espelho cilíndrico A imagem formada num espelho cilíndrico
convexo é alargada (achatada) côncavo é alongada (comprimida)

REFRAÇÃO DA LUZ

Você já reparou que o remo de um barco, quando


mergulhado na água, parece quebrado? Faça uma
experiência colocando uma colher num copo com água
e olhe em ângulo por cima. Você vai ter semelhante
impressão com relação à colher. Qual a explicação
para isso?

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

A luz muda de direção sempre que passa obliquamente (inclinadamente) de um meio para
outro de densidade diferente. Isso ocorre quando ela passa do ar para a água, por exemplo. Esse
fenômeno é chamado refração da luz.

A refração é a mudança de direção da luz figura acima temos:


quando ela passa de um meio para outro de N = normal do sistema,
densidades diferentes. I=raio incidente
R=raio refratado,
î = ângulo de incidência,
r = ângulo de refração.

Quando a luz passa de um meio menos denso para um meio mais denso (do ar para a
água, por exemplo), ela perde velocidade e muda de direção. O raio refratado se aproxima, então,
da normal do sistema (normal é a perpendicular ao nível de separação dos dois meios).
Quando a luz passa do meio mais denso para o menos denso (da água para o ar), o raio
refratado se afasta da normal. É o que sucede no caso do remo mergulhado na água. O olho
prolonga os raios refratados e, por isso, a imagem resulta num lugar irreal.
O fenômeno da refração da luz explica o funcionamento dos prismas.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


O PRISMA
Prisma é todo corpo transparente no qual se observam duas superfícies planas não-
paralelas, formando um ângulo entre si.
A luz, ao atravessar um prisma, sofre duas refrações seguidas.Uma, ao entrar, e outra ao
sair.

A DECOMPOSIÇÃO DA LUZ
A luz branca (luz do sol), ao atravessar um prisma, se decompõe num espectro de sete
cores (como o arco-íris).
O espectro da luz mostra que a luz branca é formada pela combinação de sete cores, na
seguinte ordem:
Vermelho, Alaranjado, Amarelo, Verde, Azul, Anil e Violeta (guarde as iniciais: V, A, A, V,
A, A, V). Cada uma das sete cores do espectro da luz branca corresponde a um tipo de radiação
com frequência própria. Ao atravessar o prisma, cada radiação sofre um índice de refração
diferente dos demais, isto é, toma uma direção diferente das outras. Assim, a luz branca se
desmembra nas sete cores componentes.
Para provar que a luz branca é formada pela combinação de sete cores, usa-se em
laboratório, um aparelho chamado disco de Newton. O disco de Newton consiste numa peça
circular giratória, dividida em numerosas faixas coloridas. As faixas obedecem à seqüência de
cores do espectro da luz solar. Ao se fazer girar rapidamente o disco, as faixas coloridas se
superpõem diante do olho do observador.
O resultado é que o disco, em movimento, torna-se branco diante do espectador.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A retina do olho humano retém por 1/10(um décimo) de segundo qualquer imagem que
nela se projete.
Como nesse espaço de tempo projetam-se as faixas das sete cores, as impressões se
acumulam na retina ao mesmo tempo e são transmitidas ao cérebro, resultando na sensação do
“branco”.

AS LENTES
As lentes são corpos transparentes que possuem duas superfícies lisas, das quais uma
pelo menos é curva. Elas são usadas para aumentar ou diminuir as imagens.
As lentes se classificam em convergentes e divergentes. Os raios luminosos que
atravessam uma lente convergente se reúnem do outro lado dela, num ponto chamado foco da
lente.
Um feixe de raios luminosos paralelos que atravessa uma lente divergente sai do outro
lado como um leque luminoso, isto é, os raios se tornam divergentes.

As lentes convergentes usadas em óculos aumentam o tamanho dos objetos =, pois


fornecem uma imagem maior do que eles. Se o objeto se situar a uma distância maior do que a
distância focal (espaço entre F1 e C), os raios refratados se cruzam e projetam na retina do
observador uma imagem real, invertida e maior do que o objeto. Mas se o objeto se situar
dentro da distância focal da lente, a imagem será virtual, direita(não invertida) e também maior
do que o objeto. Portanto, a imagem será sempre maior.

No caso das lentes divergentes =, quando os raios luminosos atingem a retina, a pessoa,
sem perceber, prolonga esses raios para além da lente, aonde vai se formar a imagem. Por isso, a
imagem é sempre menor do que o objeto, virtual e direita.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


APLICAÇÃO DAS LENTES.
Na miopia, a imagem se forma antes da retina. Compensa-se a miopia com o uso de
lentes divergentes, que jogam a imagem mais para trás, precisamente na retina.

Na hipermetropia, a imagem se projeta além da retina. Também a pessoa vê os objetos


fora de foco, turvos. Compensa-se a hipermetropia com o uso de lentes convergentes, que
aproximam o foco, “puxando-o” para a retina.

Outro defeito da visão é o astigmatismo. Ele decorre de uma curvatura imperfeita da


córnea. É corrigido com o uso de lentes cilíndricas.
No astigmatismo, o indivíduo olha um ponto e vê dois pontos. A imagem é sempre
defeituosa.

Os desenhos mostram, com aumento, a imagem de um ponto. O ponto é visto sem


duplicidade, como uma imagem “com fantasma” na televisão.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 14 – Eletricidade

SUMÁRIO
- Eletrostática
- Corrida dos elétrons
- Como se forma a eletricidade
- Atração e repulsão das cargas elétricas
- Bons e maus condutores
- Sentido da corrente elétrica
- Eletrização de um corpo

ELETROSTÁTICA

O céu cinzento e carregado de nuvens escuras é riscado, de repente, pelo traçado


irregular e apavorante do raio. A imensa descarga elétrica atravessa o espaço, com sua
extraordinária velocidade, numa demonstração da espetacular energia da Natureza, nascida da
diferença de potencial elétrico entre as nuvens ou entre as nuvens e o solo.
Mas o que é a eletricidade? Que interessante fenômeno é esse que ocorre na Natureza e
que o homem, através do estudo e das pesquisas científicas, aprendeu a produzir e utilizar,
empreendendo um admirável desenvolvimento à tecnologia, à indústria, ao bem–estar e ao
progresso da civilização?
Cidades inteiras se iluminaram, máquinas complexas surgiram e o conforto no lar se tornou
uma realidade, desde a invenção da pilha de Volta, do dínamo e da lâmpada elétrica.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


MODELO DE UM ÁTOMO

A CORRIDA DOS ELÉTRONS

ORIGEM DO NOME ELETRICIDADE


Você já viu um pente de âmbar? O âmbar é uma resina amarelada, semitransparente,
retirada de vegetais e muito usada na fabricação de utensílios domésticos. Então, pegue um pente
de âmbar, atrite-o contra uma lã ou passe-o várias vezes nos cabelos. Depois, aproxime-o de
pequeninos pedacinhos de papel. Você verá que o pente vai atrair os pedacinhos de papel.
Na Grécia antiga, o âmbar era muito usado na tecelagem de fazendas, como bobinas, para
enrolar os fios. Roçando constantemente essas bobinas (carretéis) nas saias das fiandeiras, o
âmbar das bobinas começava a atrair pequenas partículas ou mesmo os pelos dos braços das
fiandeiras. Esse fenômeno chamou a atenção dos filósofos da época. Thales de Milito, filosofo e
matemático grego, fez experiências e comprovou esse fato.
Como, naquela ocasião, o âmbar era conhecido na Grécia pelo nome eléktron, foi dado ao
fenômeno o nome de eletricidade, que quer dizer “característica do eléktron“.

COMO SE FORMA A ELETRICIDADE


Como você sabe, a matéria é formada de moléculas e essas, de átomos. Devemos
recordar que os átomos, possuem partículas eletricamente positivas (prótons) e partículas
eletricamente negativas (elétrons). Na matéria não-eletrizada, os átomos estão em equilíbrio
elétrico, ou seja, em cada um deles o número de prótons é igual ao número de elétrons.
Mas você sabe, também, que os elétrons podem passar de um átomo para outro. Assim,
quando você atrita um bastão de vidro ou âmbar contra um pedaço de lã, de algodão ou de seda,
uma dessas duas coisas pode acontecer: ou passam elétrons do tecido para o bastão, ou passam
elétrons do bastão para o tecido.
O corpo que perde elétrons fica com excesso de prótons e, portanto, com carga
positiva. O corpo que ganha elétrons naturalmente fica com excesso de cargas negativa e,
consequentemente, passa a apresentar eletricidade negativa. Assim, o âmbar atritado contra a
lã adquire carga elétrica negativa.

371
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Há um princípio da física que diz: “Cargas elétricas de
mesmo sinal se repelem e cargas elétricas de sinais
contrários se atraem”. Princípio da atração e repulsão.

+ +

- -

+ -
RESUMINDO

+ + se REPELEM
_ _

- + se ATRAEM
O âmbar, eletrizado negativamente, pode atrair as partículas positivas do papel ou os pelos
do braço de uma pessoa.
O vidro procede de forma diferente da do âmbar. Enquanto o âmbar, quando atritado
contra a lã, recebe elétrons e se torna eletricamente negativo, o vidro, quando atritado contra a lã
ou a seda, cede elétrons para elas e se torna positivo. Tudo isso pode ser comprovado com o uso
do pêndulo elétrico.
Ele possui uma bolinha metálica (de alumínio) suspensa por um fio bem fino de náilon.

Você poderá perguntar:


“Mas por que as partículas do papel se mostram positivas ? ----Porque ao se aproximar do
papel o pente eletricamente negativo, os elétrons do papel são repelidos para os pontos
mais extremos dele.
Então, as partes do papel que ficam mais próximas do pente mostram-se com excesso de
prótons e, consequentemente, com cargas elétricas positivas.”
Aproxime da bolinha suspensa um bastão de vidro sem atritá-lo. Nada acontece. Depois,
atrite o bastão e novamente o aproxime da bolinha. E agora, o que acontece?

Você pode construir o seu pêndulo elétrico, fazendo


uma bolinha com papel alumínio e sustentando-a
com um fio bem fino de seda ou náilon (tirado de uma
meia velha). Experimente fazê-lo.

372
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


CURIOSIDADE!
A eletricidade formada pelo atrito da matéria contra a matéria, uma roubando elétrons da
outra, recebe o nome de eletricidade estática.
Às vezes, quando a pessoa vai subir num ônibus, ao colocar a mão na alça de metal da
porta do veículo, recebe um choque. Por que isso acontece? A explicação está na eletricidade
estática. Durante o tempo em que o ônibus esteve correndo, o atrito do metal com o ar fez com
que o metal cedesse elétrons para as moléculas dos gases que compõem o ar. Assim, a alça
metálica ficou eletrizada positivamente.
Se alguém segurar, agora, a alça, haverá uma “corrida” rápida de elétrons do solo para a
alça metálica, fazendo passagem pelo corpo dessa pessoa.Daí o choque!

BONS E MAUS CONDUTORES DE ELETRICIDADE


A corrente elétrica é um fluxo (uma descarga) de elétrons. Os elétrons passam correndo de
um ponto para outro de determinado corpo, ou até de um corpo para outro
Existem corpos nos quais os elétrons “correm” com mais facilidade, pois eles permitem a
passagem franca da corrente elétrica. Esses corpos são considerados bons condutores ou,
simplesmente, condutores de eletricidade. Assim são os metais. Por isso, você deve ter cuidado
com todos os metais que estejam ligados a alguma instalação elétrica.
Mas existem, ao contrário, corpos ou materiais que não conduzem bem a eletricidade.
Esses são classificados como maus condutores de
eletricidade. Os maus condutores são também
conhecidos como isolantes. A borracha, a madeira, o
papel, o isopor, o vidro e a cortiça são alguns materiais
que oferecem grande resistência à passagem dos
elétrons na sua “corrida”. Isso explica por quê, nos
sistemas elétricos, as peças que devem ser tocadas
pelas nossas mãos são sempre revestidas de borracha,
de vidro, de madeira etc.
Agora pense e responda: Por que os fios elétricos
(condutores) são sempre fabricados com metais
(principalmente o cobre) e revestidos de uma capa de
borracha ou material plástico?

O SENTIDO DA CORRENTE ELÉTRICA


Se a corrente elétrica é uma “disparada” de
elétrons, num circuito formado por uma pilha e um
condutor que liga os dois polos dela, qual será o sentido
da corrente? A corrente vai do polo negativo para o polo
positivo, pois os elétrons, sendo negativos, vão sempre
de onde há maior negatividade para onde há menor
negatividade.

373
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Imagine, então, que na atmosfera esteja passando uma nuvem carregada de eletricidade
negativa. E o solo esteja carregado de eletricidade positiva. Qual será o sentido da corrente de
elétrons nesse caso?
Certamente, a enorme descarga de elétrons (que se manifestará como um raio) irá da
nuvem para o solo.
Mas, vejamos agora: e se a nuvem estiver carregada de eletricidade positiva e o solo
estiver com eletricidade negativa?
Então, o raio irá do solo para a nuvem. Mas isso existe???????
Claro que existe! E você distingue isso prestando atenção na bifurcação do raio. Se ele se
bifurcar de cima para baixo, é porque está vindo da nuvem.Se ele se bifurca de baixo para cima,
está indo do solo para a nuvem.
A corrente elétrica sempre se desloca do ponto eletricamente negativo para o ponto
eletricamente positivo. Assim, o raio pode ir de uma nuvem para o solo ou do solo para uma
nuvem.

ELETRIZAÇÃO DE UM CORPO
Como já vimos anteriormente a eletrização é o processo utilizado para se eletrizar os
corpos. Um corpo para ser eletrizado precisa doar elétrons (tornando-se positivo) ou receber
elétrons (tornando-se negativo).
Podemos assim definir que:

Corpo não eletrizado: Seus átomos possuem o número de elétrons igual ao número de prótons.

Corpo eletrizado: Seus átomos estão com falta ou com excesso de elétrons. No caso do corpo
ter perdido elétrons ele é chamado de corpo eletrizado positivamente. No caso de ele ter ganho
elétrons, ele é chamado de corpo eletrizado negativamente, assim:
Corpo Eletropositivo  Corpo com falta de elétrons.
(o n º de prótons é maior que o n º de elétrons).

Corpo Eletronegativo  Corpo com falta de prótons.


(o n º de prótons é menor que o n º de elétrons.

PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
Como já vimos anteriormente, um corpo está eletrizado quando existe uma diferença entre
o número de prótons e o número de elétrons do corpo.
Vamos ver agora que existem três processos básicos para eletrizar um corpo:
 Eletrização por atrito.
 Eletrização por contato.
 Eletrização por indução.

ELETRIZAÇÃO POR ATRITO


Quando esfregamos (atritamos) dois corpos inicialmente neutros, verificamos a passagem
de elétrons de um corpo para outro. Observamos então que os corpos ficam carregados com
quantidades de cargas iguais, mas com sinais contrários. Então, dizemos que um dos corpos está
eletrizado positivamente (perdeu elétrons) e o outro, eletrizado negativamente (ganhou elétrons).

ELETRIZAÇÃO POR CONTATO


A eletrização por contato ocorre quando colocamos um corpo neutro em contato com outro
já eletrizado, ou vice-versa.
Imagine a situação onde dois corpos condutores idênticos são colocados em contato.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Ocorreram três casos:
1º caso- Corpo Neutro com corpo eletropositivo.

Antes do contato durante o depois do contato


contato
elétrons
ccocontato

+ + + +
+ + + + +
A B+ + +
+ + +
+
+ + + + +
+
+ + + +
A B
Neutro positivo +A +B
A B

Durante o contato haverá passagem de elétrons do corpo neutro (A) para o corpo eletro
positivo (B), fazendo com que a carga inicial fique dividida igualmente entre os corpos.
B
Ligação com a Terra.
Você já deve ter ouvido falar em fio terra. Em geral ele acompanha aparelhos
eletrodomésticos, por exemplo.
O fio terra serve para descarregar o excesso de carga, isto é, tornar nula a carga do
aparelho.
Esta forma de descarregar o excesso de carga é chamada ligação terra e precisa apenas
A um fio condutor.
que se ligue o corpo que se quer descarregar na terra, através de

Para essa ligação utilizaremos o símbolo da figura abaixo:

CONDUTOR

Terra

O contato entre um corpo eletrizado e a terra faz com que o corpo se descarregue
tornando-se neutro. Isso ocorre porque a terra retira os elétrons em excesso, caso o corpo seja
eletricamente negativo ou cede elétrons, caso o corpo seja eletricamente positivo.
Observe a figura abaixo.

Corpo eletrizado positivamente Corpo eletrizado negativamente

┼ ┼ ┼ ┼ ┼ ┼ ─ ─ ─ ─ ─ ─
┼ ┼ ┼ ┼ ┼ ┼ ─ ─ ─ ─ ─ ─
elétrons elétrons

ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO


Imagine a situação onde o corpo A, eletrizado positivamente, se aproxima de outro corpo
B, neutro.
Acompanhe a seqüência:

375
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


1) Corpos afastados:

+++
+++
A B

2) Corpos próximos: quando o corpo A está próximo (mas sem contato) do corpo B, observamos
uma separação das cargas elétricas no corpo B. Os prótons de A atraem os elétrons de B,
tornando um dos lados B negativo. Da mesma maneira, o outro lado B torna-se positivo.
Obs: Não há contato entre os corpos.

+ + ─ +
+ + ─ +
+ + ─ +

Quando as cargas de um corpo neutro (B) são separadas dizemos que este corpo foi induzido,
portanto, no exemplo acima, o corpo B é chamado Induzido, enquanto A é o indutor.
Observe que, apesar do corpo B estar induzido, a sua eletricidade total continua nula como
(corpo neutro).

3) Para finalizarmos a eletrização, ou seja, eletrizar o corpo B, devemos aterrar (ligar na terra) o
corpo B, ainda na presença do indutor (corpo A).

Positivo Neutro
elétrons

+ + - +

+ + - +

A B
_________________
_____________
_______

Como o corpo B(neutro) recebe elétrons da Terra, ele se torna eletricamente negativo.
Portanto, no final, teremos:

+ + +
+ + +

A B

Corpo A (indutor)  mantém a carga inicial ( positiva)


Corpo B (induzido)  foi eletrizado, adquirindo carga negativa.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 15 – Força Elétrica

SUMÁRIO
- Carga Elétrica
- Carga Pontual
- Lei de Coulomb

FORÇA ELÉTRICA, LEI DE COULOMB

CARGA ELÉTRICA
Já vimos que carga elétrica é uma grandeza utilizada para medir a quantidade de
eletricidade que os corpos possuem.
Quando duas grandezas interagem, essa interação (de forças) pode ser de atração ou de
repulsão.
Essas forças são representadas por vetores.
Deve-se lembrar que força elétrica será de repulsão se as cargas tiverem sinais iguais. A
força será de atração se as cargas tiveram sinais contrários.

CARGA PONTUAL
A idéia de carga pontual é a de carga que possui dimensões desprezíveis em relação às
demais dimensões do problema. Uma carga de tamanho pequeno, mas de valor de carga
considerável.
Na figura abaixo tem-se duas cargas pontuais estacionárias com quantidade de carga Q 1
Q2.
A distância entre ela é d, e estão no vácuo. As cargas Q 1 Q2 se interagem pelo princípio
da, ação e reação, com forças de campo, de modo que essas forças:

Q1 Q2

F d F

1- têm a direção da reta que une os seus centros;


2-são iguais em módulo, mas têm sentidos opostos;
3-são repulsivas se Q1 e Q2 forem ambas positivas ou ambas negativas;
4-são atrativas se uma das cargas for positiva e a outra negativa.
5-têm módulo dado pela:

Lei de Coulomb

Q1Q2
F  K0
d2

LEI DE COULOMB
Essa lei descreve a força de atração ou repulsão que aparece entre duas cargas
puntiformes, isto é, entre as cargas de dois corpos eletrizados que possuem dimensões
desprezíveis, quando colocados em presença um do outro.
Consideramos duas cargas elétricas puntiformes, Q 1 e Q 2 ,separadas pela distância d.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Sabemos que, se essas cargas forem de mesmo sinal, elas se repelem e, se tiverem sinais
diferentes, se atraem.
Isso acontece devido à ação de forças de natureza elétrica sobre elas.
Essas forças são de ação e reação, portanto, têm a mesma intensidade, mesma direção e
sentidos opostos.
Deve-se notar também que, de acordo com o princípio da ação e reação, são forças que
agem em corpos diferentes. Portanto, não se anulam.
Em 1784, o físico francês Charles August de Coulomb verificou experimentalmente que:

A intensidade da força elétrica de interação entre duas cargas puntiformes é


diretamente proporcional ao produto dos módulos das cargas e inversamente
proporcionais ao quadrado da distância que as separa.

Onde
Q1eQ são tomados em valor absoluto e
2
K 0 é uma constante chamada constante eletrostática do vácuo

No sistema Internacional de Unidades e Medidas (SI) tem-se:


F é medida em newton (N)
Q 1 e Q 2 são medidas em Coulomb.
d é a medida em metros (m)
K 0 vale:

N .m 2 9
K 0 = 9 x 10
C2
VAMOS APLICAR O QUE APRENDEMOS

Duas cargas pontuais Q 1 = 2 x 10  6 C e Q 2 = 3 x 10  6 , estão distanciadas de 0,30m.


Calcular a intensidade da força de repulsão entre elas.

Solução:
Q1Q2
Pela lei de Coulomb F  K 0 , tem-se:

K0
d2
2 x106.3x106 9 6 x10
-12
54x103
F = 9 x 10 9 . 2
 9 x 10 .  2
 6 x101 N
0,30 0,09 9 x10
F = 6 x101 N
Ou 0,6 N

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 16 – Campo Elétrico

SUMÁRIO
- O que é campo elétrico
- Campo elétrico criado por uma carga pontual
- Campo elétrico criado por varias cargas pontuais
- Linhas de força de um campo elétrico

CAMPO ELÉTRICO

O QUE É O CAMPO ELÉTRICO


O conceito de campo elétrico pode ser melhor apresentado fazendo-se uma analogia do
campo elétrico com o campo gravitacional criado pela Terra.
Em torno da Terra, devido a sua massa, existe um campo. A cada ponto desse campo

associamos, um vetor g , denominado vetor gravitacional ou vetor aceleração da gravidade.
Um corpo de massa m colocado num determinado ponto desse campo gravitacional ficará
sujeito à força gravitacional terrestre, comumente denominado peso do corpo, dada por ⃗⃗ = m . ⃗⃗

Vetor campo gravitacional


⃗⃗ = P
m

Um corpo eletrizado, devido à sua carga elétrica, cria ao seu redor um campo elétrico.
Cada ponto desse campo é caracterizado por um vetor ⃗ , denominado vetor campo
elétrico.
Uma carga de prova q, colocada num ponto desse campo, sofrerá a ação de uma força
  
elétrica F de tal forma que F  q . E . Então, no ponto considerado:

Q ⃗ Vetor Campo elétrico


 F
E
q
Q q

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


É importante observar que o campo criado na figura abaixo tem-se uma região do espaço
onde estão três partículas A,B,C, fixas e eletrizadas com igual quantidade de cargas Q. O meio
que as envolve é o vácuo.
Sendo E = Campo elétrico.
Q
A
+ X +
+ C
+
Y
B
Z
+

Um elétron abandonado num ponto qualquer dessa região será atraído simultaneamente
pelas cargas A, B e C. Sua aceleração terá o sentido da resultante dessas forças de atração.
Se o elétron for abandonado no ponto X próximo a A (ver figura a cima),ele se
movimentará aproximando-se do corpo A; se for abandonado num ponto Y próximo a B, vai se
deslocar aproximando-se de B. Assim, o sentido de deslocamento do elétron depende do ponto
onde ele é abandonado e dá idéia de que o espaço que contém as cargas A,B,C é dotado de uma
propriedade que assume um valor diferente para cada ponto. Essa propriedade chama-se campo
elétrico. Diz-se que o campo elétrico em X é diferente do campo elétrico em Y e que para cada
ponto do espaço que contém as cargas A,B e C há um único valor do campo elétrico.

CAMPO ELÉTRICO CRIADO POR UMA CARGA PONTUAL


Na figura abaixo, a carga pontual Q gera à sua volta um campo elétrico. Em cada ponto P

desse campo define-se um vetor chamado vetor campo elétrico E , que tem as seguintes
características:

Q P

direção de ⃗ : a da reta QP
sentido de ⃗ : depende do sinal da carga Q. Assim:

1º) Se Q for positiva, o sentido E é de Q para P .


P ⃗
Q

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


2º) Se Q for negativa o sentido de ⃗ é de P para Q e ⃗ é de aproximação de Q

─ ⃗ P
Q

Módulo de E:

Onde
9
K 0 é a constante eletrostática do vácuo (9x10 uSI);
Q
E = K0 Q é o módulo da carga criadora do campo (em Coulumbs);
d2 d é a distância do ponto P à carga Q (em metros).
N
No Sistema Internacional (SI) a unidade de campo elétrico é o “Newton por Coulomb” 1 .
C

CAMPO ELÉTRICO DE VÁRIAS CARGAS PONTUAIS


Na figura, estão representados duas cargas pontuais, Q 1 (positiva) e Q 2 (negativa) e um ponto P.
Para se calcular o campo em P, criado por Q 1 e Q 2 , procede-se do seguinte modo:

+
P ⃗1

d1
Q1 ⃗
⃗2

d2

Q2

Contribuição de Q 1 para o campo em P:

E1 =
⃗ 1 tem sentido de afastamento de Q1, suposta positiva.
⃗ 2 tem sentido de aproximação de Q2, suposta negativa

O campo resultante em P é a soma vetorial de ⃗ 1 e ⃗ 2 e é representada pela diagonal do


paralelogramo

(Figura representada acima)

⃗ = ⃗1+ ⃗2

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


LINHAS DE FORÇA DO CAMPO ELÉTRICO
As linhas de campo são representações imaginarias que nos ajudam a visualizar o
comportamento do campo do campo elétrico ao redor da carga geradora Q. Foi um conceito
introduzido pelo físico inglês Michael Faraday, um dos maiores destaques da Física experimental.

As linhas de força que sempre “SAEM” de uma carga positiva, por convenção.
As linhas de força sempre “CHEGAM” numa carga negativa por convenção.
As linhas de força nunca se cruzam.
 Linhas de força são “sinônimos” de linhas de “campo”.
 Quanto maior a densidade (mais próximos entre si) das linhas de campo, mais intenso é o
campo elétrico.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Abaixo encontra-se um esquema para podermos visualizar o comportamento do
sentido de orientação das linhas de força. O esquema nos permite visualiazar as linhas de
força de um campo elétrico criado por uma carga positiva ou negativa:

Como vimos anteriormente, quando a carga elétrica for positiva, ela irá gerar um campo
elétrico de afastamento, já quando ela for negativa, ela irá gerar um campo elétrico de
aproximação.
Vejamos a ilustração abaixo:

Espectro do campo de duas cargas puntiformes positivas e de mesmo módulo


Como vimos anteriormente, as duas cargas positivas, irão gerar um campo elétrico de
afastamento. Vejamos a ilustração:

O CAMPO ELÉTRICO CONSTANTE


Temos uma situação particular em que o campo elétrico é constante.Observe o desenho
abaixo.

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II



Um campo é uniforme quando todos os seus pontos o vetor E é constante, isto é, tem o
mesmo módulo, a mesma direção em mesmo sentido.
As linhas de campo de um campo uniforme são retas paralelas e igualmente orientadas.
Quem produz este campo elétrico uniforme é um conjunto de placas constituído de duas placas
planas paralelas entre si, eletrizadas uma positivamamente e a outra negativamente mas com a
mesma quantidade de carga.

Aula 17 – Potencial Elétrico

SUMÁRIO
- Noção de Potencial Elétrico.
- Diferença de potencial num campo elétrico uniforme.

POTENCIAL ELÉTRICO
Noção de potencial elétrico
Vimos que os pontos do campo elétrico que envolve uma carga elétrica puntiforme podem
ser caracterizados por uma grandeza vetorial que é o vetor campo elétrico E. No entanto, cada um
dos pontos do campo elétrico, produzido pela carga puntiforme Q, pode ser caracterizado também
pela grandeza escalar potencial elétrico(V). Assim, um ponto P situado à distância d da carga
puntiforme Q terá um potencial elétrico dado pela expressão:

Q
V=K
d
Q d P

Q d P

O potencial elétrico V é uma grandeza algébrica, apresentando mesmo sinal que a carga elétrica
Q.

Assim, quando a carga é positiva (V > 0),


quando a carga é negativa (V < 0).
De acordo com a expressão acima, quanto maior a distância d, tanto menor será o valor
absoluto da potência. Num ponto infinitamente afastado d =   (infinito) o potencial é nulo
(V = 0).
Portanto, esse ponto infinitamente afastado é o ponto adotado como referencial para a
medida dos potenciais. Na prática, por facilidade, adota-se como referencial (V= 0) o potencial da
terra.
No Sistema Internacional de Unidades (SI) a unidade de potencial elétrico é o volt
(símbolo: V).

384
7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


ENERGIA POTENCIAL ELÉTRICA
Quando uma carga elétrica puntiforme q é colocada num ponto P do campo elétrico criado
por outra carga elétrica Q, ela adquire uma energia potencial elétrica E, cujo valor é expresso por:

E = q .V

DIFERENÇA DE POTENCIAL
Consideremos um campo elétrico criado pela carga Q fixa.
O trabalho realizado pela força elétrica para deslocar uma carga q de um ponto A até um
ponto B desse campo é igual à diferença da energia potencial elétrica entre A e B.

(carga Q fixa) (ponto A) (força F) (ponto B)


Q A F B

q (carga q)
 AB = E PA EPB

Mas, E PA  q.V A e E PB = q .V B

Logo,  AB = q.(V A - V B )

O termo (V A - V B ) é chamado de diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B


(abreviadamente ddp) ou tensão entre os pontos A e B.
A ddp entre dois pontos é usualmente representada pela letra “U”

DIFERENÇA DE POTENCIAL NUM CAMPO ELÉTRICO UNIFORME


Considere o campo elétrico uniforme entre duas placas paralelas eletrizadas com cargas
iguais e de sinais contrários, separadamente pela distância d.
O trabalho realizado (  ) pela força para deslocar uma carga de prova q positiva, da placa
A até a placa, dado por:

 AB = q.(V A - V B )

(01)
Como o campo elétrico E e a força F, que agem na carga q, são constantes, o trabalho
realizado pela força F pode ser calculado pela expressão geral do trabalho:
 AB =F.d

Sendo F = q . E, temos

 AB =q.E.d

(02)

Igualando (01) e (02) q.(V A - V B ) = q . E . d


VA - VB = E . d
U AB = E . d

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

Aula 18 – Eletrodinâmica

SUMÁRIO
- A corrente elétrica
- Sentido e intensidade da corrente elétrica
- Medidas de quantidade de corrente e quantidade de carga elétrica
- Tipos de corrente elétrica
- Efeitos da corrente elétrica
- Elementos de um circuito elétrico
 Gerador
 Receptor
 Resistor
 Dispositivo de manobra
 Dispositivo de segurança
 Dispositivo de controle

ELETRODINÂMICA

A CORRENTE ELÉTRICA

SENTIDO E INTENSIDADE DACORRENTE ELÉTRICA


No dia a dia ouve-se falar em luz elétrica, em radio, televisão, geladeira etc.Entretanto, se
perguntar sobre a natureza da eletricidade, poucos responderão que a corrente elétrica num fio
metálico é um fluxo de elétrons livres.

figura F
Para se entender este fato considere um fio metálico AB, por exemplo, um pedaço do filamento de
tungstênio que existe dentro de uma lâmpada comum.
De início, seus elétrons livres estão em movimento caótico. Imagine que esse fio seja ligado a um
dispositivo que mantenha a extremidade A com excesso de elétrons e a B, com falta. Esse
dispositivo chama-se gerador elétrico e pode ser uma pilha comum de rádio ou uma bateria de
automóvel.

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7.1 - FÍSICA
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Um campo elétrico ⃗ é estabelecido dentro do fio, no sentido indicado na figura da bateria com o
fio ampliado, na qual se representa um fio ampliado. Esse campo faz com que os elétrons livres
deixem o movimento caótico da figura F é caminhem no sentido contrario ao de E.
Esse fluxo de elétrons livres é a corrente elétrica, que acende uma lâmpada, que alimenta um
rádio, uma televisão, uma geladeira etc.
Para simplificar convenciona-se para o sentido da corrente elétrica o contrário ao
movimento das cargas negativas livres.
Assim, num fio metálico, o sentido da corrente elétrica é contrário ao do movimento dos elétrons
livres.

Na figura anterior tem-se um trecho de condutor percorrido por corrente elétrica, no sentido
indicado. Seja n o número de cargas elétricas livres que passa na seção O no intervalo de tempo
t. A quantidade de carga correspondente “A carga de um corpo nada é mais do que o saldo
(diferença) entre o número de prótons e o número de elétrons responsáveis pela condução
de eletricidade, multiplicado pela carga elétrica elementar” é:

Q=n . e
Q= quantidade de carga correspondente.
e= carga elétrica elementar igual 1,6x 10 19 C
n = número de cargas livres

A intensidade média i de corrente elétrica na seção O do condutor é:

Q
i=
t

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7.1 - FÍSICA
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No sistema internacional, a unidade de intensidade de corrente é o ampère (A)
Onde:
Q = Carga elétrica total do corpo.
n = número de partículas presentes na carga(diferença entre o número de cargas positivas e
negativas do corpo).
e = carga elétrica elementar.

A unidade de carga elétrica, no Sistema Internacional, é o Coulomb (C ).

Aplicação:
É dado um corpo eletrizado com carga elétrica de 6,4 C .Qual é o número de elétrons em
falta neste corpo?(carga elementar do elétron: 1,6x10 19 C).

Solução: Q= n.e
6,4 x10  6 = n.1,6 x 10 19
n = 4,0 X 10 13 elétrons

TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA

Comumente considera-se dois tipos de corrente elétrica: a contínua (CC) e a alternada (CA)
Corrente contínua é aquela cujo sentido se mantém constante.
Quando, além do sentido, a intensidade também se mantém constante, a corrente é chamada

Corrente continua constante.É o que ocorre, por exemplo, nas correntes estabelecidas por uma
bateria de automóvel e por uma pilha.
Corrente alternada é aquela cuja intensidade e cujo sentido variam periodicamente.
Esse é o caso das correntes em resistências, que são fornecidas pelas usinas hidrelétrica, em que
temos uma corrente alternada de freqüência 60ciclos por segundo.

VOCÊ SABIA
Quando apertamos o interruptor de luz de uma casa,
instantaneamente a luz se acende.
Sabe por que isso ocorre?
Já vimos que a corrente elétrica consiste no movimento
dos elétrons ao longo de um fio condutor, desde
Os pontos de menor potencial para os de maior potencial
.
Como as ondas eletromagnéticas se propagam com a
velocidade da luz( 300 000 Km/s), poderíamos pensar
que os elétrons se movimentam no fio condutor com essa
velocidade.
Mas os elétrons se movimentam no fio com velocidade
das ondas eletromagnéticas.
A luz se acende rapidamente porque ao apertarmos o
interruptor surge uma ddp nos extremos do fio condutor,
fazendo com que elétrons livres do metal entrem, de uma
única vez, em movimento.
Desse modo, em todos os pontos do fio condutor surge corrente no mesmo instante, embora cada
elétron se mova bem devagar.

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7.1 - FÍSICA
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EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA

Ao percorrer um condutor, a corrente elétrica pode produzir os seguintes efeitos:

Efeito Térmico ou Efeito Joule


Os constantes choques que os elétrons livres sofrem durante o seu movimento no interior do
condutor fazem com que a maior parte da energia cinética desses átomos se transforme em calor,
provocando um aumento na temperatura do condutor.
O fenômeno do aquecimento de um condutor, devido à passagem da corrente elétrica, é chamado
de efeito térmico ou efeito Joule.Esse efeito é a base de funcionamento de vários aparelhos
como:
Chuveiro elétrico, secador de cabelos, aquecedores de ambientes, ferro elétrico etc.

Efeito Luminoso
Em determinadas condições, a passagem da corrente elétrica através de um gás rarefeito faz com
quem ele emita luz.
As lâmpadas fluorescentes o os anúncios luminosos são aplicações desse efeito.
Neles há a transformação direta de energia elétrica em energia luminosa.

Efeito Magnético
Um condutor percorrido por uma corrente elétrica cria um campo magnético na região próxima a
ele.
Esse é um dos efeitos mais importantes, a base do funcionamento dos motores, transformadores,
relés etc.

Efeito Químico
Uma solução eletrolítica sofre decomposição quando é atravessada por uma corrente elétrica .É a
eletrólise. Esse efeito é utilizado, por exemplo, no revestimento de metais:
cromagem, niquelação etc.

Efeito fisiológico
Ao percorrer o corpo de um animal, a corrente elétrica provoca a contração dos músculos,
causando a
sensação de formigamento e dor, proporcional à intensidade da corrente, podendo chegar a
provocar queimaduras, perda de consciência e parada cardíaca.
Esse efeito é conhecido como choque elétrico.

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Não vamos entrar


em choqueeeeeee

ELEMENTOS DE UM CIRCUITO ELÉTRICO


De uma maneira geral, denomina-se circuito elétrico o conjunto de caminhos que permitem a
passagem da corrente elétrica, na qual aparecem outros dispositivos elétricos ligados a um
gerador.

Quando o caminho a seguir pela corrente é único, ele é chamado circuito simples.
Num circuito simples, todos os seus pontos são percorridos pela mesma intensidade de corrente.
Para a existência da corrente elétrica são necessários: uma fonte de energia elétrica, um condutor
em circuito fechado, e um elemento para utilizar a energia da fonte.

A seguir, vamos descrever alguns elementos que compõem um circuito elétrico.

GERADOR ELÉTRICO
É um dispositivo capaz de transformar em energia elétrica outra modalidade de energia.
O gerador não gera ou cria cargas elétricas. Sua função é fornecer energia às cargas elétricas
que o atravessam. Industrialmente, os geradores mais comuns são os químicos e os mecânicos.
Os geradores químicos transformam energia química em energia elétrica. Exemplos:
pilha e bateria.
Os geradores mecânicos transformam energia mecânica em elétrica. Exemplo: dínamos e
alternador de
motor de automóvel.

A representação desses geradores no circuito é:


i
+ -

Bateria

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As placas de chumbo de uma bateria, imersas numa solução de ácido sulfúrico, transformam
energia química em elétrica.

RECEPTOR ELÉTRICO
É um dispositivo que transforma energia elétrica em outra modalidade de energia, não
exclusivamente
térmica.
O principal receptor é o motor elétrico, que transforma energia elétrica em energia mecânica, além
da parcela de energia dissipada sob a forma de calor.

Furadeira

RESISTOR ELÉTRICO
É um dispositivo que transforma toda a energia elétrica consumida integralmente em calor. Como
exemplo, podemos citar os aquecedores, o ferro elétrico, o chuveiro elétrico, a lâmpada comum e
os fios condutores em geral.

Representação de uma resistência num circuito

Resistor metálico de um chuveiro

DISPOSITIVO DE MANOBRA
São elementos que servem para acionar ou desligar um circuito elétrico. Por exemplo, as chaves
e os interruptores.

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Chave tripolar

Interruptores

DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA
São dispositivos que, ao serem atravessados por uma corrente de intensidade maior que a
prevista, interrompem a passagem da corrente elétrica, preservando da destruição os demais
elementos do circuito. Os mais comuns são os fusíveis e os disjuntores.
Representação

Fusíveis

Disjuntores

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DISPOSITIVOS DE CONTROLE
São utilizados nos circuitos elétricos para medir a intensidade da corrente elétrica e a ddp
existentes entre dois pontos, ou, simplesmente, para detectá-las. Os mais comuns são o
amperímetro e o voltímetro.
Amperímetro: aparelho que serve para medir a intensidade da corrente elétrica.
Representação

Amperímetros

Voltímetro:Aparelho utilizado para medir a diferença de potencial entre dois pontos de um circuito
elétrico
Representação do voltímetro

Voltímetro

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Aula 19 – Estudo dos Resistores

SUMÁRIO
- Resistência elétrica
- Exemplo de Resistores
- 1ª Lei de Ohm
- Potencia elétrica dissipada nos Resistores
- 2ª Lei de Ohm
- Associação de Resistores

RESISTÊNCIA ELÉTRICA
A resistência elétrica é uma característica dos condutores de eletricidade.
Como o próprio nome indica, a resistência a “vontade” que esses condutores têm em não deixar
que os elétrons o atravessem. Dizendo de outra maneira, é a capacidade que os condutores
possuem de resistir à
corrente elétrica.
Considere o resistor representado no trecho do circuito, onde se aplica uma ddp(U) e se
estabelece uma corrente de intensidade i.

Define-se como resistência elétrica R do resistor o quociente da ddp U aplicada pela corrente i
que atravessa.
U
R=
i
Portanto, quanto maior a resistência R de um resistor, menor é a corrente i que o atravessa.
A unidade de resistência elétrica no SI é o ohm (  ).

EXEMPLOS DE RESISTORES
Quando escrevemos um circuito elétrico representamos um resistor por:

Resistor elétrico

Resistor presente em lâmpadas

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Resistor elétrico

LEIS DE OHM

1ª Lei de Ohm
O cientista alemão Georg Simon Ohm (1789 – 1854), determinou experimentalmente a relação
que existe entre a d.d.p. nos terminais de um resistor e a intensidade de corrente nesse resistor.
Ele observou que, a cada diferença de potencial (tensão) U 1 , U 2 ,U 3 estabelecida num resistor,
corresponde a uma corrente i 1 , i 2 , i 3

Essa constante de proporcionalidade representa a resistência do resistor.

U
R ou U = R .i 1ª lei de Ohm
i

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A lei de Ohm, só se aplica aos resistores chamados Resistores Ôhmicos.

Esses resistores não variam sua resistência elétrica com a variação de tensão. É o caso, por
exemplo, dos resistores de carvão ou carbono que são utilizados nos equipamentos elétricos.
Se você abrir um rádio de pilha, vai encontrar uns componentes cilíndricos pintados com faixas
coloridas que representam o valor da resistência elétrica.

Em nosso curso iremos estudar apenas os resistores ôhmicos.

POTÊNCIA ELÉTRICA DISSIPADA NOS RESISTORES (P)


Considere um resistor de resistência R, submetido a uma tensão U atravessado por uma corrente
i

+ -

i U

Como já sabemos do capítulo anterior, a fórmula geral para potência dissipada é dada por:

P=Ui

Para os resistores ôhmicos é valida a 1ª Lei de Ohm:


U=R.i

Então, substituindo o valor de U na equação de potencia, pelo valor dado pela 1ª Lei Ohm, temos:

P = (R.i)i  P = R .i² equação (1)


Se substituirmos o valor da corrente temos:
U2
U = R. i  i = equação (2)
R
Tanto a equação (1) quanto a equação (2) nos dão a potência dissipada no resistor.

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SEGUNDA LEI DE OHM

Considere um fio condutor de comprimento e seção transversal de área S.

Ohm verificou em suas experiências, que a resistência elétrica depende das dimensões e da
natureza
(material) do condutor.

Essa dependência é expressa pela equação


R= 
S

Onde

R= resistência elétrica
 = comprimento
S= área da secção transversal
  constante que depende do material que constitui o condutor, denominado resistividade.

ELETRICIDADE
ELETRODINÂMICA

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Como já vimos, o resistor (resistência) é um dispositivo utilizado em circuitos elétricos.


Como o próprio nome indica, a finalidade deste dispositivo é oferecer uma resistência ( R ) à
passagem corrente elétrica ( i ) fornecida por uma fonte de tensão( U ).
Utilizando a representação de um circuito simples, teremos:

De acordo com a 1ª Lei de Ohm: U = R.i

U=R.i
“A tensão ( U ) é igual ao produto (multiplicação) da resistência ( R ) pela corrente ( i ) que passa
resistência” .

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Na prática, muitas vezes temos a necessidade de um valor de resistência maior do que o
fornecido por um único resistor.
Por exemplo, imagine que você precise de uma resistência de 4  e o fornecedor só tenha
resistência de 2  para vender.
Outras vezes, um resistor não pode suportar sozinho a intensidade de corrente exigida. Por
exemplo:
O que deve ser feito para podermos ligar uma lâmpada que suporta no máximo 110V em uma
casa que funcione sob tensão 220 V ? Outras ainda: o valor da resistência necessária não é
encontrado comercialmente .Em todos esses casos, a solução é associar vários resistores entre si
para satisfazer as condições exigidas.
Você já deve ter observado que em algumas casas, durante o Natal, certos conjuntos de
lâmpadas, utilizadas para iluminar uma árvore de Natal, se apagam totalmente quando apenas
uma das lâmpadas se queima.
O mesmo não acontece com nossas casas, onde as lâmpadas continuam acesas quando uma
delas está queimada.
Estas diferenças serão respondidas quando conhecermos os tipos de associação de resistores e
percebermos as diferenças entre elas.
Os resistores se apresentam em três tipos de associações:
 Associações em série, como nas lâmpadas das árvores de natal.
 Associação em paralelo, como nas lâmpadas residenciais.
 Associação mista, como nos circuitos dos aparelhos de rádio, televisão, amplificador de som,
etc.

ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE

Quando num circuito há vários resistores ligados um em seguida do outro, de forma a termos a
mesma corrente em todos aos resistores, dizemos que esses resistores estão ligados em série.
Observe a figura abaixo:

Observe que a corrente que passa por uma lâmpada é a mesma que passa por todas as outras;
por isso que no circuito da árvore de natal quando uma lâmpada se queima todas a outras se
apagam.
A lâmpada queimada interrompe a passagem da corrente pelo circuito.

Representação esquemática das resistências

UAB

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A intensidade da corrente é a mesma em R1, R2, R3, R4. A tensão em cada resistor vai depender
do
valor de sua resistência elétrica. A tensão total entre A e B é a soma das tensões em cada resistor
ou seja a tensão UAB é a soma das tensões em cada resistor da associação.
U1= R1 . i
U2= R2 . i
U3= R3 . i
U4= R4 . i

Somando-se as quatro equações, obtemos:


U1+U2+U3+U4= (R1+R2+R3+R4) .i
U1+U2+U3+U4 =UAB
R1+R2+R3+R4 = RAB

Assim podemos escrever UAB = RAB . i

Onde:
RAB= Resistência equivalente da associação de resistores
UAB=Tensão total entre os terminais da associação de resistores.
Dessa maneira podemos ver que:
A resistência equivalente de uma associação de resistores em sèrie é igual a
soma dos resistores pertencentes a ela

ASSOCIAÇÃO EM PARALELA
Quando num circuito há resistores ligados aos mesmos pontos, de forma a termos d.d.p (tensão)
em todos os resistores, dizemos que esses resistores estão associados em paralelo.

Observamos que todas as lâmpadas estão ligadas entre dois condutores (pontos A e B), sendo
assim, a tensão sobre uma lâmpada é igual à tensão em todas as outras lâmpadas. A corrente
inicial se divide entre as lâmpadas. Isso explica o fato das lâmpadas em nossa casa
permanecerem acesas quando uma delas se queima.

Representação esquemática do exemplo anterior.

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A tensão sobre cada resistor é a mesma (UAB), e o valor da corrente vai depender do valor da
resistência de cada resistor. A corrente total no circuito é a soma das correntes que passam nos
resistores, ou seja, a corrente que sai do gerador é dividida proporcionalmente para cada resistor.

Aplicando a 1ª lei de Ohms( U= R . i), em cada resistor:


U
U=R.i logo i=
R

U
= i1
R1

U
= i2
R2

U
= i3
R3

U
= i4
R4

Somando-se as quatro equações, teremos:

1 1 1 1 1
U AB    
R1 R2 R3 R4 R AB

R AB = resistor equivalente da associação

Assim podemos escrever que:

U AB = R AB . i
Terminando a nossa apostila de Física, é essencial ressaltarmos alguns pontos importantes:
Você já parou para pensar sobre a importância de todos esses capítulos estudados até aqui, e o
quanto ela acrescentou na sua vida? Se não pensou pense. Pois você acaba de fazer parte do
grupo de estudos de uma das mais fascinantes ciências que é a Física .
Você deve se perguntar:
- Onde eu irei aplicar tudo isso que estudei?
Vamos dar somente uma pequena amostra do que vivenciamos na Física, e o quanto ela se faz
presente em tudo.

PRIMEIRO PONTO QUE


IREMOS DISCUTIR

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


Física e Matemática: Uma união que deu certo.

Algo que assusta muito os estudantes de física é memorizar as fórmulas matemáticas e, mais que
isso, conseguir dizer o que significa cada letra dessas fórmulas.
O segredo é entender o conceito e o fenômeno físico que está por trás da fórmula.
A física usa a linguagem matemática para descrever com precisão seus fenômenos e uma das
formas utilizadas é traduzir estes fenômenos na forma de equações matemáticas com suas
incógnitas e variáveis. É como aprender um idioma diferente, uma linguagem própria.
O grande físico e astrônomo do século XVII, Galileu Galilei, descreve assim a relação da física
com a matemática: ”O universo é o grande livro da sabedoria. O livro está sempre aberto ao olhar
humano, mas não pode esperar compreendê-lo quem não dominar primeiro a linguagem e os
caracteres com as quais ele foi escrito. Essa linguagem é a matemática”.
Se você conseguir compreender as fórmulas, em vez de só decorá-las, e perceber que as
equações matemáticas não são nenhum “bicho de sete cabeças”, a cinemática as outras áreas da
física vão fazer de você um observador mais atento e mais bem preparado para avaliar os
fenômenos do cotidiano e da natureza.

PRIMEIRO PONTO DE APLICAÇÃO


QUE IREMOS DISCUTIR

SERÁ A FÍSICA UMA LINGUAGEM UNIVERSAL?

Será que somos os únicos no universo?


Será que outra civilização tem o mesmo conhecimento de física que nós?
Muitas perguntas para poucas respostas. Mas leia com atenção o relato abaixo, e você verá o
quanto
é importante tudo o que aprendemos.
Quando estudamos física podemos ampliar nossos horizontes e pensar em um universo infinito.
Pensando assim, especialistas da NASA lançaram naves espaciais em outros astros, na
esperança de que elas fossem capturadas por seres inteligentes, dotados de técnicas
aeroespaciais desenvolvidas.
O objetivo terrestre é explorar o infinito e dizer:
-Nós existimos! Somos assim.....! Falem conosco, o nosso endereço é a Terra!
Seria como “Nossa mensagem a eles”.
Não teria lógica alguma pensar que no universo infinito haveria somente um orbe habitado:
- O nosso.
As sondas Pionneer 10 e 11, lançadas respectivamente em 1972 e 1973, foram os primeiros
objetos voadores lançadas pelo homem para além do Sistema Solar.
Seguidos a eles, as sondas Voyager 1 e 2 , com o mesmo objetivo final de cruzar o espaço
exterior em busca de outras civilizações.
Em 1971, os astronautas Carl Sagan e o professor Frank Dake, da Universidade de Corne,
discutiram o teor da mensagem e decidiram fazer uma placa de alumínio banhada a ouro, com
resistência à erosão
espacial por milhões de anos, e gravar nela uma mensagem com desenhos da posição do Sol na
via Láctea, da posição da Terra e dos planetas no Sistema Solar, da figura desnuda do homem, e
ainda outros dados expressos em linguagem matemática, a qual se presume ser de entendimento
universal. Porque a física é igual em todos os mundos de matéria densa, independente da
linguagem falada ou outras formas de comunicação entre as criaturas.

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II

SEGUNDO PONTO DE
APLICAÇÃO QUE IREMOS
DISCUTIR.

A FÍSICA E A ENERGIA NO NOSSO ORGANISMO

Se pudéssemos ver nosso corpo por dentro e observar todos os processos de Respiração,
Digestão, veríamos que em todos esses processos a Física se faz presente. Vamos ver como isso
acontece!!!!!!.

Para onde vai a gordura quando você emagrece?

01)Glicose e Gordura: Sem glicose vem Gordura.


O combustível titular do corpo é a glicose. Quando ela acaba, as células de gordura liberam seu
conteúdo, os triglicérides, que contêm oxigênio, hidrogênio e carbono.

02) Triglicérides:Os triglicérides precisam ser transformados para passar pela membrana das
células.
Por diversas reações complexas, eles viram ATP, o combustível das células.

03)Oxigênio da respiração: O combustível das células o (ATP), só vira energia depois de


receber um banho de oxigênio que vem da respiração através dos glóbulos vermelhos.
O combustível é queimado, e se transforma na energia que o organismo estava pedindo.
Nessa queima sobram o gás carbônico, que é o gás impuro que o nosso organismo libera, e a
água.

04) Sobra da água: A água e liberada através da urina. Perceba que quem faz dieta sem praticar
exercícios físicos, pode aumentar a freqüência dos “ xixis”, mas quando se faz atividades físicas,
essa água é eliminada através do suor.

Todo esse processo descrito acima, completa o que descrevemos no capítulo 07 que fala sobre
trabalho.
Esse processo descrito mostra as reações químicas, o gasto de energia que ocorrem no nosso
organismo.
O nosso organismo é como um trem a vapor, se faltar lenha ele precisará de um suplemento
adicional para poder funcionar.
Na falta de glicose, o organismo irá buscar sua reserva, ou seja, começará a queimar as células
de gordura obtendo energia para funcionamento do corpo humano.
Seja como for, podemos dizer que as transformações que ocorrem em nosso organismo têm a
presença de energia (processo físico) e por consequência realizou Trabalho (processo físico),
logo, a energia se faz presente no nosso organismo.

TERCEIRO PONTO DE
APLICAÇÃO QUE IREMOS
DISCUTIR

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7.1 - FÍSICA
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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


A LEI DE AÇAO E REAÇÃO

Atitudes que no nosso cotidiano parecem ser inofensivas podem desencadear um desequilíbrio na
natureza e uma reação que será sentida por muito tempo.Um exemplo disso é jogar uma garrafa
plástica na via pública.
Não só isso, mas a degradação das nossas matas, a contaminação dos nossos oceanos e rios,
são fatores determinantes que ocasionam uma série de problemas ao nosso planeta.
Talvez a pessoa que realizou tal ação não tenha conhecimento do mal que causou.
Porque estamos colocando esse assunto em física, e ainda colocando como análise do princípio
de ação e reação?
Porque toda ação corresponde a uma reação, diz a lei. Analisemos o fato descrito acima:
se destruirmos a natureza estamos tendo uma ação incorreta que acarretará efeitos desastrosos
para nós e para o planeta.
Sendo assim, a “ação” cometida -destruição da natureza- terá como “reação” redução do
oxigênio no planeta.
Não podemos dizer que toda causa corresponderá a um efeito maléfico.
Se você plantar uma árvore estará tendo uma ação positiva, que acarretará em uma reação
também positiva.
Essa é uma pequena amostra de como a física se faz presente na nossa vida.
Seja conservando o meio ambiente, seja praticando boas ações para com as pessoas, “pois fazei
o bem e receberás o bem como recompensa.”

QUARTO PONTO DE
APLICAÇÃO QUE
IREMOS DISCUTIR

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EJA – ENSINO MÉDIO – MÓDULO II


LEI DA INÉRCIA

Você acha que é por acaso que quando estamos andando de carro e ele breca bruscamente, o
nosso
corpo é arremessado para frente sem motivo algum?
Não é por acaso não!!!!
Como vimos no capítulo 06 da apostila, a 1ª lei de Newton explica tudo isso.
O fato do seu corpo estar se movimentando junto com o carro, faz com que ele esteja com uma
certa velocidade, só que quando o corpo para, ninguém “avisa” o seu corpo que ele tem que
parar.
O carro, ao contrario do seu corpo, ao brecar, aciona o dispositivo dos freios, que causa no
veículo uma força contraria ao movimento que fará com que o carro pare.
Só que seu corpo não. Ele continuará no estado em que estava, em movimento.
Por isso a importância do uso do cinto de segurança, para que o corpo fique livre da lei da Inércia,
e fique preso pelo cinto de segurança.
Aqui temos mais um fato em que nos deparamos diariamente com a Física em nosso cotidiano.
Todas as pessoas fazem uso de algum princípio físico todos os dias e nem percebe.
Por exemplo, quando ligamos o chuveiro e quando aquecemos a água estamos usando princípios
físicos.
Quando corremos, estamos realizando Trabalho, ou seja gastando energia, princípios da física.
Não é fascinante ?
E não se esqueça, junto com a Física, temos nossa grande parceira a Matemática, que prova
através de cálculos que na vida nada se perde, tudo se transforma (Lavoisier).
Assim como você que passou a entender certas rotinas do cotidiano, transformou aquilo que era
um acaso, em conhecimento.
Tenho certeza que muitas coisas, ou quase tudo, que aprendeu você nunca mais irá esquecer.
Percebeu agora a importância de se estudar física ?
Pesquise, aprofunde seus conhecimentos, entre neste maravilhoso mundo que é ESTUDAR!

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7.1 - FÍSICA

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