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INTRODUÇÃO
A Citologia (gr: KYTOS = célula; LOGOS = estudo) é a parte da Biologia que estuda a
célula em todos os seus aspectos: bioquímico, morfológico e funcional. A célula é
considerada a unidade fundamental dos seres vivos, com exceção dos vírus, que são
organismos acelulares, ou seja, não são constituídos por células, mas dependem de-
las para sua sobrevivência.
Nos organismos unicelulares, a única célula presente realiza todas as funções neces-
sárias à manutenção da vida, enquanto as várias células dos organismos pluricelulares
apresentam diferentes formas adaptadas ao desempenho das mais variadas funções.
UNIDADE 1
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> O histórico da
descoberta da
célula e sua
importância;
> Diferenças
morfológicas,
estruturais e
funcionais entre
células eucarióticas
e procarióticas.
1 ESTRUTURA E
FUNCIONAMENTO CELULAR
Para que a Citologia surgisse como Ciência, foi necessária a invenção de um tipo mui-
to simples de microscópio, em 1590, pelos irmãos Jensen.
Em 1665, Robert Hooke, cientista inglês, observou pela primeira vez células, utilizan-
do um microscópio muito simples iluminado a vela. Hooke observava pedaços de
cortiça ao microscópio e descreveu pequenas cavidades em seu interior que fo¬ram
denominadas células (CELL = cela, em inglês). Na realidade, Robert Hooke observou
a parede de celulose e o espaço vazio que era ocupado por cada célula quando viva,
fato esse justificado por ser a cortiça um tecido vegetal morto, denominado súber.
Em 1858, Virchow demonstrou que toda célula provém de outra pré-existente, o que
explica melhor a continuidade da vida.
Em 1927, Brush inventou o microscópio eletrônico que, ao invés de luz, utiliza feixes
de elétrons, permitindo ampliações superiores a 1.500 vezes. Com isso, a Citologia
apresentou grandes avanços como ciência.
Quanto à organização, existem dois tipos celulares básicos: Célula Procariota e Célula
Eucariota.
A forma das células procariotas é mantida pela presença de uma parede externa em
relação à membrana citoplasmática, denominada parede celular.
Nos próximos itens desse capítulo, será feito o estudo morfológico e funcional das
partes fundamentais de uma célula: membrana citoplasmática, citoplasma e núcleo.
Nas células eucariotas vegetais observamos, externamente à membrana citoplasmá-
tica, uma parede rígida com função protetora denominada parede celular.
UNIDADE 2
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> Substâncias
inorgânicas da célula
- água e sais minerais -
e suas funções;
> Substâncias
orgânicas da célula -
carboidratos, lipídios,
proteínas, vitaminas
e ácidos nucleicos - e
suas funções.
2 BIOQUÍMICA CELULAR
As substâncias químicas presentes nas células podem ser divididas em dois grandes
grupos: substâncias inorgânicas e substâncias orgânicas.
ÁGUA
É a substância mais abundante encontrada no interior das células. A taxa de água nos
organismos vivos varia em função de três fatores: atividade metabólica, idade e espécie.
c. Espécie: O teor de água nos organismos vivos varia de espécie para espécie. Na
espécie humana, a água representa cerca de 65% do peso, enquanto que nas
águas-vivas o teor médio é de 98%.
• Atua como regulador térmico nos animais homeotermos, animais que man-
têm a temperatura do corpo constante, independente da temperatura am-
biental. A evaporação da água na superfície da pele retira o excesso de calor
do corpo, favorecendo a manutenção da temperatura.
SAIS MINERAIS
Desempenham as mais variadas funções no interior das células, sendo muito impor-
tantes para o perfeito funcionamento celular. Os sais minerais são encontrados nos
organismos vivos sob duas formas de ocorrência: insolúvel e solúvel.
ÍONS MINERAIS
(SAIS MINERAIS PAPEL BIOLÓGICO
SOLÚVEIS)
ÍONS MINERAIS
(SAIS MINERAIS PAPEL BIOLÓGICO
SOLÚVEIS)
Faz parte dos nucleotídeos, unidades formadoras dos ácidos nucleicos. Faz
Fosfato (PO4-) parte da molécula de ATP, que se relaciona à transferência de energia nas
células.
CARBOIDRATOS
São consik1 Mos principalmente por carbono ( C ) hidrogênio (H) e oxigênio (O), po-
dendo também aparecer o nitrogênio (N) cu o enxofre (S). Veja dois exemplos de
carboidratos:
a) Monossacarídeos: São os açúcares mais simples que não podem ser hidrolisados.
Possuem fórmula geral CnH2nOn, sendo que n varia de 3 a 7. Sua classificação é feita
de acordo com o número de átomos de carbono que apresentam. Assim, temos:
Maltose - Formada pela união de duas moléculas de glicose. Apresenta função ener-
gética, estando presente no pão e na batata.
Sacarose - Formada pela união de uma molécula de glicose e uma de frutose. Apre-
senta função energética, estando presente na cana-de-açúcar e na beterraba.
Lactose - Formada pela união de uma molécula de glicose e uma de galactose. Apre-
senta função energética, estando presente no leite.
Celobiose - Formada pela união de duas moléculas de glicose. Apresenta função es-
trutural, já que é um produto de degradação parcial da celulose, polissacarídeo inte-
grante da parede celular dos vegetais.
Amido - Formado pela união de várias moléculas de glicose, constituía reserva ener-
gética dos vegetais. Encontra-se armazenado em grandes proporções em raízes tu-
berosas como a mandioca e caules tubérculos como a batata inglesa. A hidrólise total
do amido forma moléculas de glicose, enquanto a hidrólise parcial produz moléculas
de maltose.
CARBOI- CONSTITUÍDO
OCORRÊNCIA FUNÇÃO
DRATO POR
PENTOSES
Ribose - Estrutural
RNA DNA
Desoxirribose - Estrutural
Monossacarí- HEXOSES
deos
Glicose Sangue, Mel Energética
-
Frutose Frutas Energética
-
Galactose Leite Energética
Maltose Glicose + Glicose Batata, Pão Energética
Sacarose Glicose + Frutose Cana-de-açúcar Energética
Dissacarídeos
Lactose Glicose + Galactose Leite Energética
Celobiose Glicose + Glicose Células Vegetais Estrutural
Reserva
Amido Várias Glicoses Vegetais
Energética Vege-
tal
Reserva
Vegetais
PROTEÍNAS
São as mais abundantes substâncias orgânicas dos seres vivos, sendo definidas como
polímeros de aminoácidos. Assim, os aminoácidos são as unidades formadoras das
proteínas.
Estrutura de um aminoácido
Ligação Peptídica
É o tipo de ligação que une os aminoácidos. Ocorre entre o grupo ácido de um ami-
noácido e o grupo amina de outro aminoácido com liberação de uma molécula de
água.
a) Proteínas Simples
Constituídas apenas por aminoácidos. Como exemplos temos insulina, queratina, al-
bumina, colágeno, fibrinogênio, etc.
b) Proteínas Conjugadas
Clorofila Magnésio
a. O número de aminoácidos.
a) Função Estrutural
b) Função Coagulante
c) Função Imunológica
d) Função Hormonal
Muitos hormônios são proteínas. Como exemplos, podemos citar a insulina produzi-
da pelo pâncreas e os hormônios da tireoide.
e) Função Contrátil
f) Função Respiratória
g) Função Enzimática
As enzimas são proteínas catalisadoras das reações químicas. Como exemplos, pode-
mos citar a maltase, a amilase e a tripsina.
ENZIMAS
Denomina-se substrato a substância que sofre ação da enzima, enquanto centro ati-
vo ou sítio ativo é a parte da enzima que se liga ao substrato.
a) As enzimas são específicas. Para cada tipo de substrato existe uma enzima especí-
fica. Assim, a sacarase é uma enzima que catalisa a quebra da sacarose em uma mo-
lécula de glicose e outra de frutose, enquanto a amilase é uma enzima que catalisa a
quebra de amido em moléculas de maltose.
c) As enzimas atuam em ambos os sentidos na reação química, até certo ponto (atua-
ção reversível).
Deve ser feita acrescentando-se o sufixo ASE ao nome do substrato. Veja alguns
exemplos:
SUBSTRATO ENZIMA
Lípide Lipase
Amido Amilase
Maltose Maltase
As enzimas podem ser proteínas simples ou conjugadas Caso seja uma proteína
conjugada, a enzima é denominada holoenzima, constituída pela apoenzima e pela
coenzima. A apoenzima é a porção constituída pelos aminoácidos, enquanto a coen-
zima representa o grupo prostético. Assim, temos:
a) Concentração do Substrato
Observa-se que a partir do ponto X, mesmo que a concentração do substrato seja au-
mentada, a velocidade da reação permanece constante. O ponto Y representa a con-
centração ótima de substrato, já que a velocidade da reação é máxima nesse ponto.
No ponto Y, todas as moléculas de enzimas estão “ocupadas” pelo substrato, de nada
adiantando aumentar ainda mais a concentração do mesmo.
b) Concentração da Enzima
Observa-se que a partir do ponto X, mesmo que a concentração da enzima seja au-
mentada, a velocidade da reação permanece constante. O ponto Y representa a con-
centração ótima de enzima, já que a velocidade da reação é máxima nesse ponto. A
partir do ponto X, é possível que não exista substrato suficiente para a grande con-
centração de enzima.
c) Temperatura
d)pH
A amilase salivar, enzima que inicia a digestão do amido na boca, atinge o máximo
de atividade em pH 7, enquanto a pepsina, enzima que inicia a digestão das proteí-
nas no estômago, atinge o máximo de atividade em pH 2.
LÍPIDES
a) Lípides Simples
- CÉRIDES - O álcool não é o glicerol, e sim um álcool superior de cadeia mais longa.
Como exemplo, temos as ceras.
b) Lípides Conjugados
Constituídos por ácido graxo, álcool e uma outra substância. Os exemplos mais im-
portantes são os fosfolípides, que apresentam radicais fosfato, e os esfingolípides, que
apresentam nitrogênio. Os fosfolípides são importantes por entrarem na constitui-
ção das membranas celulares, enquanto os esfingolípides são abundantes no tecido
nervoso, estando relacionados ao aumento da velocidade de condução do impulso
nervoso.
c) Lípides Esteroides
Apresentam estrutura química muito diferente dos demais lípides, fato que exige
uma classificação à parte para o seu caso. Os principais esteroides são o colesterol e
os hormônios sexuais (testosterona no homem, e progesterona na mulher). O coles-
terol é o precursor dos demais esteroides e o seu excesso pode ser nocivo à saúde,
em função do seu acúmulo nas paredes internas dos vasos sanguíneos, dificultando
a circulação do sangue.
CLASSE DE LÍPI-
EXEMPLOS PAPEL BIOLÓGICO
DES
Reserva energética. Nas aves e nos mamíferos, as
Gorduras e óleos (Gli-
gorduras exercem importante papel de isolante tér-
cérides)
Lípides Simples mico.
Papel impermeabilizante em superfícies sujeitas à
Ceras (Cérides)
desidratação, como frutos e folhas.
Fosfolípides Fazem parte das membranas celulares.
Lípides Compostos
Esfingolípides Fazem parte do tecido nervoso.
CLASSE DE LÍPI-
EXEMPLOS PAPEL BIOLÓGICO
DES
Faz parte das membranas celulares. Precursor dos
Colesterol
outros esteroides.
a) Reserva Energética
b) Isolante Térmico
Nas aves e nos mamíferos, as gorduras acumulam-se no tecido adiposo, sob a pele,
formando uma camada que dificulta a perda excessiva de calor para o ambiente. Em
animais que vivem em clima frio, essa camada é muito mais desenvolvida.
c) Amortecedores
d) Estrutural
e) Impermeabilizantes
f) Modeladores
Quadris e mamas, por exemplo, são modelados com lipídios, envolvendo atributos
sexuais.
ÁCIDOS NUCLEICOS
Nucleotídeos
São as unidades formadoras dos ácidos nucleicos. Cada nucleotídeo é formado por:
Observa-se que o ácido fosfórico se liga à pentose que, por sua vez, se liga à base ni-
trogenada.
Existem dois tipos de pentoses que entram na constituição dos nucleotídeos: ribose,
encontrada nos nucleotídeos do RNA e desoxirribose, encontrada nos nucleotídeos
do DNA.
Nucleosídeo
As ligações entre os radicais fosfato são altamente energéticas, liberando, assim, gran-
de quantidade de energia para a célula, quando quebrada. Quando uma dessas liga-
ções é rompida, uma grande quantidade de energia é liberada, juntamente com um
grupo fosfato e o ADP (difostato de adenosina). A energia desprendida nessa transfor-
mação pode ser utilizada pela célula para as mais variadas atividades. Para garantir
um perfeito mecanismo de obtenção e armazenamento de energia, moléculas de
ADP podem se converter em moléculas de ATP por um mecanismo conhecido como
fosforilação.
Formação de um Polinucleotídeo
De acordo com o modelo proposto por Watson e Crick, a molécula de DNA é cons-
tituída por duas cadeias de nucleotídeos enroladas uma ao redor da outra na forma
de dupla hélice. Os eixos das hélices são formados por moléculas de ácido fosfórico
e desoxirribose, enquanto as bases nitrogenadas se dispõem perpendicularmente ao
eixo principal da estrutura e voltadas para dentro dela. As bases nitrogenadas de uma
hélice se unem às bases nitrogenadas da hélice complementar através de ligações
denominadas pontes de hidrogênio, que se estabelecem de forma altamente espe-
cífica da seguinte maneira: Adenina e Timina se unem através de duas pontes de hi-
drogênio enquanto Guanina e Citosina se unem através de três pontes de hidrogênio.
Localização do DNA
O DNA está presente principalmente no núcleo das células, fazendo parte, juntamen-
te com as proteínas, da estrutura dos cromossomos. Pode ser também encontrado
no interior de cloroplastos e mitocôndrias, presentes no citoplasma de certos tipos
celulares.
Reação de Feulgen
Funções do DNA
A molécula de RNA é constituída por uma única cadeia de nucleotídeos (fita sim-
ples). Os nucleotídeos de RNA apresentam:
Localização do RNA
O RNA está presente no núcleo das células, livre no citoplasma, no interior de cloro-
plastos e mitocôndrias e fazendo parte da estrutura dos ribossomos.
Reação de Feulgen
Função do RNA
Tipos de RNA
Existem três tipos de RNA que participam diretamente do processo de síntese pro-
teica. São eles:
No processo de síntese proteica, esses três tipos serão estudados com detalhes. O
quadro abaixo resume as principais características dos ácidos nucleicos.
DNA RNA
BASES NITROGENADAS
PIRIMÍDICAS
Citosina e Timina Citosina e Uracila
VITAMINAS
Uma dieta variada pode fornecer as vitaminas exigidas pelo organismo, em função da
larga distribuição desses compostos em muitos tipos de alimentos.
Vitaminas Hidrossolúveis - B e C
Vitaminas Lipossolúveis - A, D, E e K
- Fotofobia
Feijão - soja - Dermatite
- leite - carne
BG Piridoxina Antineurítica
- levedo de - Distúrbios neuromuscu-
cerveja lares
Leite - ovos - Anemia perniciosa: ausência de
carne -fígado - amadurecimento das hemácias
Cianocobala- do sangue
B12 produzida pela Antianêmica
mina
flora bacteria-
na intestinal - Retardo no crescimento
Frutas cítricas Escorbuto: inflamação da pele
- tomate e mucosas com sangramento
Ácido as-
C -morango - de lábios e gengivas. Fragili- Antiescorbútica
córbico
goiaba -alfa- dade dentária e diminuição
ce - maçã de resistência às infecções.
Leite - ovos
- manteiga
-óleo de fíga-
do Radiação Raquitismo: fragilidade óssea
D Calciferol ultravioleta e dentária com retardo no Antiraquítica
estimula a crescimento.
síntese de
vitamina D
na pele.
UNIDADE 3
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> Estrutura da
membrana
plasmática - modelo
mosaico-fluido;
3 MEMBRANA
CITOPLASMÁTICA
3.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Composição Química
Espessura
Organização Molecular
Na década de 70, surgiu um novo modelo proposto por Singer e Nicolson que difere
em alguns aspectos do modelo de Davson e Danielli. Segundo Singer e Nicolson, a
membrana citoplasmática seria constituída de uma dupla camada lipídica entre as
quais estariam encaixadas as moléculas de proteínas. As proteínas não teriam posi-
ção fixa, e sim se deslocariam nessa dupla camada lipídica. Com a mobilidade das
proteínas, muitas substâncias podem entrar e sair da célula com mais facilidade, pois
essas proteínas podem funcionar como poros funcionais. Esses poros surgem como
resultado da movimentação das proteínas na dupla camada lipídica.
Propriedades
d) Regeneração: Desde que a lesão não seja muito extensa, a membrana pode se
regenerar.
f) Alta Resistência Elétrica: Propriedade atribuída aos lípides pelo seu papel isolante.
Transporte Passivo
DIFUSÃO
DIFUSÃO FACILITADA
Assim como na difusão simples, este processo ocorre a favor de um gradiente de con-
centração, ou seja, de um meio mais concentrado, para um de menor concentração,
porém em uma velocidade maior.
OSMOSE
Células animais e vegetais colocadas em meio hipotônico ganham água por um pro-
cesso denominado endosmose. Ao ganhar água do meio, a célula se torna túrgida,
daí o termo turgescência aplicado a esse tipo de endosmose. Células animais podem
sofrer lise (rompimento) em função da pressão da água exercida sobre a membrana
citoplasmática, enquanto células vegetais não sofrem lise devido à resistência ofere-
cida pela parede celular. Nesse último caso, a entrada de água força a parede celular
para fora, de modo que a turgescência exerce uma força contrária cada vez maior à
entrada de água.
Células animais e vegetais colocadas em meio hipertônico perdem água por um pro-
cesso denominado exosmose. Ao perder água para o meio, a célula se torna plasmo-
lisada, daí o termo plasmólise aplicado a esse tipo de exosmose. Colocando-se uma
célula plasmolisada em um meio hipotônico, ela ganha água do meio, tornando-se
túrgida. Esse tipo de endosmose denomina-se deplasmólise.
Transporte Ativo
FAGOCITOSE
PINOCITOSE
CLASMOCITOSE
Enquanto fagocitose e pinocitose são tipos de endocitose, isto é, processos que pro-
movem entrada de substâncias na célula, a clasmocitose é um tipo de exocitose, já
que ocorre eliminação de substâncias do interior da célula.
Assim, observamos que íons sódio entram na célula e íons potássio saem por difusão,
já que passam, passivamente, de um meio mais concentrado para um meio menos
concentrado. No entanto, não se atinge a isotonia entre os meios intra e extracelu-
lares devido a um tipo de transporte ativo denominado bomba de sódio e potássio.
MICROVILOSIDADES
DESMOSSOMOS
INTERDIGITAÇÕES
PREGAS BASAIS
PAREDE CELULAR
GLICOCÁLIX (GLICOCÁLICE)
UNIDADE 4
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
• Organelas
citoplasmáticas e
funções
• Metabolismo plástico
• Metabolismo
energético
4 CITOPLASMA
RIBOSSOMOS
São constituídos por duas sub-unidades de RNA ribossômico (RNAr) e proteínas, sem
membrana lipoproteica envolvente.
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO
- Síntese de lípides, principalmente esteroides. Nas células das supra-renais e dos tes-
tículos, o retículo liso é muito desenvolvido.
- Formação da lamela média de pectina nas células vegetais. A lamela média é a pri-
meira parede a aparecer entre duas células vegetais em divisão.
LISOSSOMOS
vos são formados pela fusão do lisossomo primário com um fagossomo ou pinosso-
mo. No interior do lisossomo secundário, ocorre a digestão intracelular do material
absorvido e as substâncias aproveitáveis são distribuídas à célula. Após essa distri-
buição, o vacúolo digestivo repleto de restos metabólicos forma o corpo residual ou
vacúolo residual, que se funde à membrana citoplasmática, liberando, por clasmoci-
tose, os restos digestivos para o meio extracelular.
CENTRÍOLOS
CÍLIOS FLAGELOS
CARACTERIZAÇÃO Curtos e numerosos Longos e pouco numerosos
MOVIMENTO Vibrátil Ondulatório
Certos protozoários, epi-
Certos protozoários, espermato-
OCORRÊNCIA télio da traqueia e das tu-
zoides, coanócitos dos poríferos
bas uterinas
- Nutrição - Os coanócitos são células flageladas dos poríferos que, além de criar um
fluxo de água no interior do corpo do animal, capturam o alimento com ajuda do
flagelo e iniciam a digestão intracelular.
VACUOLOS
MITOCÔNDRIAS
RESPIRAÇÃO CELULAR
FERMENTAÇÃO
FERMENTAÇÃO LÁTICA
Cada molécula de ácido pirúvico forma uma molécula de ácido lático. Ocorre a uti-
lização de hidrogênios transportados pelo NAD (transportador de hidrogênio) para
formação do ácido lático.
FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA
Cada molécula de ácido pirúvico forma uma molécula de álcool etílico (etanol) e
uma de gás carbônico. Ocorre a utilização de hidrogênios transportados pelo NAD
(transportador de hidrogênio) para formação do álcool etílico.
Resumidamente:
RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA
RESPIRAÇÃO AERÓBICA
GLICÓLISE
CICLO DE KREBS
Como são formadas duas moléculas de ácido pirúvico por molécula de glicose, ocor-
rem dois ciclos de Krebs. Em cada ciclo observamos que:
Observe que o processo foi representado com apenas uma molécula de ácido pirúvi-
co. No ciclo de Krebs, ocorre produção de 2 ATP por fosforilação do substrato (1 ATP
para cada ciclo de Krebs).
CADEIRA RESPIRATÓRIA
Observe pela figura que um NADH2 pode iniciar a cadeia respiratória cedendo dois
átomos de hidrogênios ao FAD, que se reduz a FADH2. Nessa etapa, ocorre liberação
de energia suficiente para formação de 1 ATP. A partir do FADH2, apenas os dois elé-
trons dos hidrogênios são cedidos para uma cadeia de citocromos (transportadores
de elétrons), sobrando dois prótons H+. Ao passar de um citocromo a outro, os elé-
trons liberam energia suficiente para a formação de mais 2 ATP. No final da cadeia,
os elétrons são captados pelo oxigênio (1/2 O2), que reduz a O--. Os 2 H+ se combinam
com O--, formando água.
PLASTOS
LEUCOPLASTOS CROMOPLASTOS
COLORAÇÃO Incolores Coloridos
PIGMENTOS Ausentes Presentes
FUNÇÃO Armazenamento de Substâncias Fotossíntese
Amiloplastos Xantoplastos - (amarelos)
PRINCIPAIS TIPOS Oleoplastos Eritroplastos - (vermelhos)
Proteoplastos Cloroplastos - (verdes)
Essa última sofre invaginações, formando lamelas que apresentam uma série de dis-
cos denominados tilacoides. No interior dos tilacoides, encontramos pigmentos que
absorvem a energia luminosa para a realização da fotossíntese. Entre os pigmentos
encontramos carotenos, xantofilas, ficoeritrina e clorofila, com nítida predominância
desse último. Os tilacoides se organizam em pilhas localizadas na matriz, que recebe o
nome de estroma. Cada pilha de tilacoides é chamada granum, enquanto o conjunto
de todas essas pilhas denomina-se grana. A composição química do estroma é muito
semelhante ao que observamos na matriz mitocondrial. A presença de DNA no estro-
ma justifica a capacidade de autoduplicação dos cloroplastos, enquanto que os ribos-
somos aí situados sintetizam proteínas para consumo no interior dessas organelas.
FOTOSSÍNTESE
Absorção de Luz
Vários pigmentos diferentes estão presentes nas células dos organismos fotossinteti-
zantes. Cada pigmento absorve certos comprimentos de onda refletindo aqueles
que não são absorvidos. A cor de um pigmento é determinada pelo comprimento de
onda refletido. Assim, podemos concluir que a clorofila é verde por refletir os compri-
mentos de onda da luz verde. Pigmentos como caroteno, fucoxantina, ficoeritrina e
xantofila estão presentes no interior das células de organismos fotossintetizantes. No
entanto, observamos que nos vegetais superiores os pigmentos mais importantes são
as clorofilas a e b.
Origem do Oxigênio
Fases da Fotossíntese
FASE CLARA
FOTOFOSFORILAÇÃO CÍCLICA
A clorofila é excitada pela luz e perde um de seus elétrons, que vai adquirindo ener-
gia. Esse elétron é capturado por um transportador de elétrons, a ferredoxina, e se-
gue por uma cadeia transportadora formada também pela plastoquinona e pelos
citocromos, retornando à clorofila que o liberou. A energia adquirida pelo elétron vai
sendo perdida à medida que ele passa pela cadeia transportadora de elétrons, sendo
utilizada para a formação de ATP que será utilizado na fase escura.
FOTOFOSFORILAÇÃO ACÍCLICA
FASE ESCURA
Também denominada fase enzimática, fixação de CO2, ciclo das pentoses, ciclo de
Calvin e fase química, não depende diretamente da luz, ocorrendo no interior do es-
troma do cloroplasto. Em células procariotas, as duas fases ocorrem no hialoplasma.
INTENSIDADE LUMINOSA
CONCENTRAÇÃO DE CO2
TEMPERATURA
UNIDADE 5
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> Estruturas do
núcleo de células
eucariontes
(carioteca, cromatina/
cromossomos,
nucléolo) ;
> Processos de
replicação,
transcrição e
tradução;
Nela nós conheceremos um pouco do núcleo de células eucariontes. Como ele regu-
la o ciclo celular e é responsável pelas características genéticas.
Partes do Núcleo
CARIOTECA
SUCO NUCLEAR
NUCLÉOLO
CROMATINA
Estrutura de um Cromossomo
Estrutura de um Cromossomo
A fase do ciclo de vida de uma célula que precede a sua divisão é denominada in-
térfase. Nessa fase, ocorre a duplicação do material genético, com os cromossomos
passando de simples a duplos.
Nos gametas, os cromossomos não ocorrem aos pares. Em cada gameta encontra-
mos apenas um cromossomo de cada par de homólogos. Assim, as células que não
apresentam cromossomos homólogos, possuindo apenas um cromossomo de cada
par, são células haploides (n) e possuem metade do número de cromossomos das
células diploides desse indivíduo.
- Primeira Etapa - Rompimento das pontes de hidrogênio que unem as bases nitro-
genadas da molécula-mãe. Dessa forma, ocorre a separação das duas hélices que
compõem a molécula-mãe de DNA.
Observe que, em cada nova molécula de DNA formada, há um filamento antigo que
pertencia à molécula-mãe e um filamento novo formado através do processo de
complementação de bases. Diz-se que a molécula de DNA apresenta uma autodu-
plicação semiconservativa, já que cada molécula-filha conserva metade da molécu-
la-mãe.
• Primeira Etapa - Rompimento das pontes de hidrogênio que unem as bases nitro-
genadas da molécula-mãe de DNA. Dessa forma, ocorre a separação das duas hélices.
• Segunda Etapa - Apenas uma das hélices da molécula-mãe de DNA funciona como
molde para a síntese do RNA. Assim, a molécula de RNA a ser formada terá uma fita
simples, diferentemente da molécula de DNA, que possui fita dupla. A hélice do DNA
que serve de molde para a síntese do RNA denomina-se hélice ativa. Nessa etapa, o
pareamento de bases nitrogenadas ocorre da seguinte maneira:
Três tipos de RNA estão relacionados com o processo de síntese proteica. São eles:
- RNA mensageiro - RNAm - seu papel na síntese é levar uma mensagem genética do
DNA que o formou ao citoplasma, para que a proteína possa ser sintetizada.
- RNA ribossômico - RNAr - Apresenta função estrutural, já que faz parte da estrutura
dos ribossomos.
Os três tipos de RNA são formados no interior do núcleo por um processo denomi-
nado transcrição, já estudado no capítulo Bioquímica Celular. Uma vez formadas, as
moléculas de RNA migram para o citoplasma, onde exercem suas funções.
Cada aminoácido que constitui uma proteína é codificado por uma sequência de
três bases nitrogenadas do DNA, denominada CÓDIGO GENÉTICO. O código genéti-
co determina o tipo e a sequência dos aminoácidos formadores da proteína. Assim,
podemos concluir:
Para facilitar o estudo, o mecanismo de síntese proteica será dividido em etapas, que
são:
Em uma das extremidades do RNAt, existe uma sequência de três bases nitrogena-
das, denominada anticódon, que se liga a três bases nitrogenadas que constituem o
códon do RNAm associado aos ribossomos, da seguinte maneira:
Com base na tabela anterior, podemos dizer que uma molécula de DNA com a se-
guinte sequência de bases nitrogenadas na hélice ativa AGG CAA GGG CCT GTA TGT
CCG produzirá um polipeptídio com a seguinte sequência de aminoácidos:
Observe a seguir:
SÍNDROME DE DOWN
O portador dessa síndrome apresenta baixa estatura, mãos e dedos curtos, prega si-
miesca nas mãos, olhos oblíquos, retardo mental e problemas cardíacos congênitos.
Os homens são estéreis, mas as mulheres são férteis.
Com o aumento da idade materna, o risco de nascimento de uma criança com essa
síndrome torna-se maior, principalmente após os 35 anos de idade.
Isso ocorre porque, quanto maior a idade da mãe, maior a possibilidade dessa mu-
lher apresentar gametas anômalos, nos quais ocorre uma não disjunção do par 21.
SÍNDROME DE KLYNEFELTER
SÍNDROME DE TURNER
Assim, temos:
Deficiência ou Deleção
Inversão
Translocação
Duplicação
UNIDADE 6
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
• A intérfase e as
divisões celulares
(meiose e mitose)
como partes do ciclo
celular;
• As fases e importância
da mitose;
• As fases e importância
da meiose.
6 DIVISÃO CELULAR
É o processo pelo qual uma célula se divide, originando células filhas. São conhecidos
dois tipos de divisão celular: mitose e meiose. Nesta unidade nós conheceremos um
pouco das divisões celulares e sua importância biológica.
Para entrar em divisão, uma célula deve apresentar cromossomos duplos, mas quan-
do uma célula filha é formada, ela apresenta cromossomos simples. Assim, percebe-
mos a necessidade da duplicação dos cromossomos, que ocorre em uma fase prece-
dente à divisão celular denominada intérfase.
6.2 INTÉRFASE
Não faz parte da divisão celular e tem por finalidade promover a duplicação dos cro-
mossomos (material genético) para que a célula possa entrarem divisão.
6.3 MITOSE
É um processo de divisão celular em que uma célula mãe, haploide ou diploide, com
cromossomos duplos, origina duas células filhas com o mesmo número de cromos-
somos da célula mãe, porém simples.
Para facilitar o estudo, a mitose é dividida em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase
e telófase.
PRÓFASE
- Formação das fibras do áster e das fibras do fuso. As fibras do áster são microtúbulos
proteicos presentes ao redor dos centríolos, enquanto as fibras do fuso são microtú-
bulos proteicos contínuos que se estendem de um pólo a outro da célula. O conjunto
das fibras do áster e das fibras do fuso constituem o aparelho mitótico.
METÁFASE
Caracteriza-se por:
- Divisão do centrômero no final desta fase, de modo que cada cromossomo duplo se
transforma em dois cromossomos simples.
ANÁFASE
Caracteriza-se por:
TELÓFASE
É a fase final da mitose e costuma ser entendida como sendo o inverso da prófase. É
caracterizada por:
CITOCINESE CENTRÍPETA
Caracteriza células animais e ocorre de fora para dentro. O citoplasma sofre um estran-
gulamento através de invaginação da membrana plasmática, formando duas células
filhas. Esse tipo de citocinese é também chamado citocinese por estrangulamento.
CITOCINESE CENTRÍFUGA
Caracteriza células vegetais e ocorre de dentro para fora. A grande resistência da pa-
rede celular das células vegetais impede a divisão do citoplasma de fora para dentro.
Vesículas do complexo de Golgi ricas em pectina formam uma estrutura denomina-
da fragmoplasto na região equatorial. Essas vesículas se fundem, formando a lamela
média, que separa as duas células filhas. Em alguns pontos, a separação entre as
células filhas não é completa, pois encontramos interrupções onde se estabelecem
pontes citoplasmáticas, que fazem a comunicação entre as células vizinhas. Essas
pontes citoplasmáticas são denominadas plasmodesmos.
6.4 MEIOSE
É um processo de divisão celular em que uma célula mãe, sempre diploide, com cro-
mossomos duplos, origina quatro células filhas com metade do número de cromos-
somos da célula mãe, porém simples.
A meiose consta de duas divisões. No entanto, só vai haver uma duplicação cromos-
sômica, razão pela qual uma célula, que vai entrar em meiose, necessite apresentar
cromossomos duplos.
Terminada a intérfase, inicia-se a meiose propriamente dita, que apresenta duas divi-
sões celulares: divisão I ou reducional e a divisão II ou equacionai. Não há necessidade
de nova intérfase entre as divisões I e II porque os cromossomos continuam duplos ao
final da divisão I. O que ocorre entre as duas divisões é um período de repouso celular
denominado intercinese.
Para facilitar o estudo, as divisões I e II da meiose são divididas em quatro fases cada
uma, como podemos observar abaixo:
DIVISÃO REDUCIONAL
PRÓFASE I
É a fase mais longa do processo, sendo dividida em 5 sub-fases, para facilitar o estu-
do. São elas: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. Observe o quadro
abaixo, que resume as principais características de cada uma das sub-fases.
O evento mais importante da prófase I da meiose é o crossing over, já que ele pro-
move a recombinação de genes localizados em cromossomos homólogos. Assim, o
crossing over é um fator de variabilidade genética, porque ele aumenta a variabilida-
de das células formadas e, assim, a variabilidade das espécies.
Observe nas figuras abaixo que a meiose com crossing over formou quatro células de
constituição genética diferente (AB, Ab, aB e ab), enquanto a meiose sem crossing
over não permitiu a recombinação de genes, formando duas células de constituição
genética AB e duas de constituição ab.
METÁFASE I
Caracteriza-se por:
ANÁFASE I
Caracteriza-se por:
TELÓFASE I
- Formação de duas células filhas. Os processos de formação das duas células filhas
são os mesmos que já foram descritos na telófase da mitose. No entanto, as células
filhas presentes na telófase I apresentarão cromossomos duplos, já que na divisão I
não ocorre divisão do centrômero.
INTERCINESE
DIVISÃO EQUACIONAL
Apresenta as seguintes fases: prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II.
PROFASE II
Caracteriza-se por:
METÁFASE II
Caracteriza-se por:
ANÁFASE II
Caracteriza-se por:
TELÓFASE II
Finalidades da meiose
MEIOSE ZIGÓTICA
Ocorre no zigoto formado por certas algas, originando quatro células haploides que
evoluem para a fase adulta do organismo.
MEIOSE ESPÓRICA
MEIOSE GAMÉTICA
REFERÊNCIAS
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia Moderna. 4. ed., São Paulo: Mo-
derna, 2013.
JUNQUEIRA, J.; CARNEIRO, L. Biologia Celular e Molecular. 8. ed., Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2005.
SOARES, José Luis. Biologia no terceiro milênio-1, 1. ed., São Paulo: Scipione, 1999.