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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

MEIO AMBIENTE E
SANEAMENTO

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD


Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SUMÁRIO 1
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul


do Estado do Espírito Santo, com unidades em
MULTIVIX Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto


grupo de Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos
de excelência em ensino.

Estes resultados acadêmicos colocam


todas as unidades da Multivix entre as
melhores do Estado do Espírito Santo e
entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência cida-


dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a
credibilidade, segurança e modernidade, visando
à satisfação dos clientes e colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-


da nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

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2 SUMÁRIO
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EDITORIAL

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX

Diretor Executivo Revisão de Língua Portuguesa


Tadeu Antônio de Oliveira Penina Leandro Siqueira Lima

Diretora Acadêmica Revisão Técnica


Eliene Maria Gava Ferrão Penina Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Diretor Administrativo Financeiro Graziela Vieira Carneiro
Fernando Bom Costalonga
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Diretor Geral Carina Sabadim Veloso
Helber Barcellos da Costa Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Diretor da Educação a Distância Aline Ximenes Fragoso
Pedro Cunha Genivaldo Félix Soares

Conselho Editorial Multivix Educação a Distância


Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
do Conselho Editorial) Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Kessya Penitente Fabiano Costalonga Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Carina Sabadim Veloso Direção EaD
Patrícia de Oliveira Penina Coordenação Acadêmica EaD
Roberta Caldas Simões

BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

de Valéria Martins Godinho


Saúde e Saneamento Ambiental / de Valéria Martins Godinho. – Serra: Multivix, 2019.

Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra


2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com

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APRESENTAÇÃO Aluno (a) Multivix,

DA DIREÇÃO Estamos muito felizes por você agora fazer parte


do maior grupo educacional de Ensino Superior do

EXECUTIVA Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a


Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.

A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-


ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia,
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999,
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de
cursos de graduação, pós-graduação e extensão
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento:
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.

Além da qualidade de ensino já comprova-


da pelo MEC, que coloca todas as unidades do
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das
Instituições de Ensino Superior de excelência no
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade
de qualidade mas que precisam superar alguns
obstáculos.
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretor Executivo do Grupo Multivix Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é:
“Formar profissionais com consciência cidadã para o
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e
colaboradores.”

Entendemos que a educação de qualidade sempre


foi a melhor resposta para um país crescer. Para a
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o
mundo à sua volta.

Seja bem-vindo!

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LISTA DE FIGURAS

>>FIGURA 1 - “Latrina” pública romana encontrada nas


escavações de Ostia Antica 17
>>FIGURA 2 - Arcos da Lapa – Rio de Janeiro, Brasil 19
>>FIGURA 3 - Mulheres indianas em busca de água para levarem a
suas casas na área rural de Jaisalmer, Índia 31
>>FIGURA 4 - Vista da rodovia Marginal Tietê, do muro de contenção do rio
Tietê e do fluxo poluído do rio Pedras, na zona oeste da cidade de
São Paulo 33
>>FIGURA 5 - Componentes básicos de um sistema público
de abastecimento de água 37
>>FIGURA 6 - Sistema Cantareira de abastecimento de água,
em São Paulo 38
>>FIGURA 7 - Vibrião colérico 42
>>FIGURA 8 - Casal de parasitas adultos de Ascaris lumbricoides
(fêmea e macho) 43
>>FIGURA 9 - Forma trofozoíta de Giardia 44
>>FIGURA 10 - Morfologias de enterobactérias 45
>>FIGURA 11 - Casal de Schistosoma mansoni em cópula 46
>>FIGURA 12 - Paciente com ascite ou barriga d’água 47
>>FIGURA 13 - Oocisto de Cryptosporidium (imagem em 3D) 48
>>FIGURA 14 - Bactéria do gênero Salmonella 49
>>FIGURA 15 - Descarte de esgotos sem tratamento em uma
área de recife de corais 53
>>FIGURA 16 - Composição dos Esgotos Sanitários 55
>>FIGURA 17 - Classificação dos sistemas de coletas dos
esgotos sanitários 56
>>FIGURA 18 - Lago Eutrófico 59
>>FIGURA 19 - Esquema básico de uma Estação de
Tratamento de Esgotos 61

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LISTA DE FIGURAS

>>FIGURA 20 - Diagrama das vias de acesso de agentes patogênicos


para os humanos por meio do lixo disposto inadequadamente. 66
>>FIGURA 21 - Descarte inadequado de lixo. 67
>>FIGURA 22 - Exemplo de resíduos perigosos 69
>>FIGURA 23 - Exemplo de resíduos não perigosos 70
>>FIGURA 24 - Exemplo de resíduos de fácil degradação 71
>>FIGURA 25 - Resíduos celulósicos de moderada degradação 71
>>FIGURA 26 - produto de difícil degradação no ambiente 72
>>FIGURA 27 - Material que não se degrada no ambiente 72
>>FIGURA 28 - Modelo esquemático de uma planta básica de
incineração de resíduos 77
>>FIGURA 29 - Ocupação irregular do solo – comunidade no
Rio de Janeiro 84
>>FIGURA 30 - Exemplo de processo erosivo causando a
destruição de propriedade. 85
>>FIGURA 31 - “Boca- de – lobo” - exemplo de microdrenagem 87
>>FIGURA 32 - “poço de visita” 88
>>FIGURA 33 - “Talvegues ou fundos de vales” 88
>>FIGURA 34 - Galerias de drenagem pluvial 89
>>FIGURA 35 - Escala Saffir-Simpson para furacão, o desenho
ilustra as categorias de força, dano e velocidade do vento. 93
>>FIGURA 36 - Solo seco – sertão nordestino 94
>>FIGURA 37 - Lama oriunda da ruptura da barragem de
Fundão (SAMARCO) 96

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LISTA DE QUADROS

>>QUADRO 1 - Distribuição dos recursos hídricos segundo as


regiões brasileiras 32
>>QUADRO 2 - Uso geral da água X Qualidade requerida 34
>>QUADRO 3 - Tipo de resíduo ou rejeito e responsáveis diretos
pela disposição. 79

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SUMÁRIO

1 MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO 15


UNIDADE 1 1.1 HISTÓRICO DO SANEAMENTO 16
1.1.1 EVOLUÇÃO DO SANEAMENTO NO BRASIL 18
1.2 POLUIÇÃO AMBIENTAL 20
1.2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE POLUIÇÃO 21
1.2.2 POLUIÇÃO E SANEAMENTO 23
1.3 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) 24

CONCLUSÃO 26

UNIDADE 2 2 A ÁGUA PARA ABASTECIMENTO 28


2.1 INTRODUÇÃO 29
2.2 A ÁGUA PARA ABASTECIMENTO 29
2.2.1 A DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA 29
2.2.1.1 CRISE HÍDRICA 30
2.2.1.2 DISPONIBILIDADE DO RECURSO NO BRASIL 31
2.2.2 PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA 32
2.2.2.1 REQUISITOS DE QUALIDADE DA ÁGUA 34
2.2.2.2 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS 34
2.2.3 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO RECURSO “ÁGUA” 35
2.2.4 SISTEMA PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 36
2.2.4.1 PARTES COMPONENTES DE UM SISTEMA
DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 37
2.2.5 ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA 38
2.2.5.1 CLARIFICAÇÃO 38
2.2.5.2 FILTRAÇÃO 39
2.2.5.3 DESINFECÇÃO 39
2.2.6 DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA 40
2.2.6.1 CÓLERA 41
2.2.6.2 ASCARIDÍASE 42
2.2.6.3 GIARDÍASE 43
2.2.6.4 DIARREIAS 44
2.2.6.5 ESQUISTOSSOMOSE 45

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SUMÁRIO

2.2.6.6 CRIPTOSPORIDIOSE 47
2.2.6.7 FEBRE TIFOIDE 48

CONCLUSÃO 49

3 ESGOTAMENTO SANITÁRIO 52
3.1 INTRODUÇÃO 52
UNIDADE 3 3.1.1 CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS 52
3.1.2 COMPOSIÇÃO DOS ESGOTOS 54
3.2 LEGISLAÇÃO SOBRE ESGOTOS SANITÁRIOS 57
3.2.1 IMPACTO DO LANÇAMENTO DE EFLUENTES NOS CORPOS
RECEPTORES - PROCESSO DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS 57
3.2.2 EUTROFIZAÇÃO 58
3.2.3 NÍVEIS DE COLETA E MECANISMOS DE TRATAMENTO DOS ESGOTOS 60
3.2.3.1 PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS 61

CONCLUSÃO 63

4 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 65


4.1 SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL 66
UNIDADE 4 4.2 CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS 67
4.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS 68
4.2.2 PRINCIPAIS ABNT - NBR 74
4.3 TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS E REJEITOS 76
4.3.1 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM 78
4.3.2 LIMPEZA PÚBLICA MUNICIPAL 79

CONCLUSÃO 80

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SUMÁRIO

UNIDADE 5 5 DRENAGEM URBANA 82


5.1 DRENAGEM E SANEAMENTO 82
5.1.1 ATUALIZAÇÃO SOBRE DRENAGEM NO BRASIL 83
5.1.2 EROSÕES URBANAS 84
5.1.3 NSTRUMENTOS DE CONTROLE DA EROSÃO 85
5.2 BASES ESTRUTURAIS DE DRENAGEM PLUVIAL 86
5.2.1 MICRODRENAGEM 86
5.2.2 MACRODRENAGEM 88

CONCLUSÃO 90

UNIDADE 6 6 SANEAMENTO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA 92


6.2.1 SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA 93
6.2.2 DESASTRES NATURAIS E INTERVENÇÃO HUMANA 94
6.1 RISCO, PERIGO E VULNERABILIDADE 96
6.2 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL (PAE) 98

CONCLUSÃO 99

REFERÊNCIA
100

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ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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SUMÁRIO 11
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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina Saúde e Saneamento Ambiental tem o propósito de apresentar a você
a inter-relação entre Saneamento do Meio Ambiente e Saúde Pública. A partir do
estudo da disciplina, você poderá conhecer os efeitos nocivos da ausência e precarie-
dade do saneamento. Também permitirá sua capacitação para conhecer as diversas
legislações, concernentes ao saneamento, nos âmbitos federal, estadual e municipal
e demonstrar por meio de dados estatísticos as melhorias nos níveis de saneamento
ocorridos no Brasil, e estudar os processos de tratamento e distribuição de água para
abastecimento público e os sistemas de coleta e tratamentos dos esgotos sanitá-
rios, além dos sistemas de coleta e destinação final dos resíduos sólidos urbanos e
limpeza pública urbana. Esses assuntos fazem com que você seja capaz de adquirir
conhecimento técnico e principalmente associar o conteúdo da disciplina de ma-
neira crítica e integrada ao cotidiano, o que possibilitará a compreensão de que o
estabelecimento dos princípios de saúde é fundamental para o entendimento das
questões socioambientais e a interligação entre os componentes ambiental, animal
e humano.

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OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Ao final desta disciplina espera-se que você seja capaz de:

• Definir os conceitos de saneamento ambiental e saúde.

• Discutir os problemas oriundos da ausência de saneamento e sua interferên-


cia em saúde.

• Aplicar os conceitos associados ao saneamento em uma perspectiva holística


da saúde.

• Interpretar as legislações pertinentes ao tema nos três níveis (federal, estadual


e municipal).

• Debater a importância de políticas públicas de saneamento.

• Compilar os temas e articular o conhecimento teórico ao prático.

• Validar a aplicabilidade do conhecimento adquirido por meio da prática pro-


fissional.

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SUMÁRIO 13
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UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:

> Enunciar o conceito de


saneamento.

> Interpretar os primórdios


conceituais do saneamento.

> Comparar a evolução do


saneamento ambiental.

> Formular questionamentos


sobre saneamento e saúde.

> Valorizar as conquistas


alcançadas em relação ao
saneamento ambiental e
saúde, além de apontar porque
este é um dos objetivos de
desenvolvimento sustentável a
serem alcançados.

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1 MEIO AMBIENTE E
SANEAMENTO
O saneamento ambiental, muitas vezes negligenciado em países subdesenvolvidos e
em desenvolvimento como o Brasil, está presente na grande maioria das atitudes hu-
manas e é assunto em eventos sociopolíticos e econômicos. Reflita sobre as seguintes
situações: “os garis entraram em greve por melhores condições de trabalho”; “chuvas
torrenciais assolaram a cidade na tarde de hoje”; “com a entrada do período chuvoso,
as agências de vigilância sanitária brasileira entram em estado de alerta”.

Esses e inúmeros outros exemplos integrados ao saneamento ambiental e saúde pú-


blica estão presentes no dia a dia de todos os brasileiros. Aqueles que pertencem às
classes menos favorecidas sentem mais intensamente o peso desses eventos, algu-
mas vezes naturais e muitas vezes ocasionados em função da interferência humana.
Pense a respeito! Nesta unidade, serão apresentados a origem do saneamento, os
primeiros relatos sobre a importância do saneamento, de que forma saneamento e
saúde se interligam, e finalmente porque os objetivos de desenvolvimento sustentá-
vel destacam o saneamento ambiental como um dos seus tópicos.

Bons estudos!

Desde que os humanos saíram de sua condição nômade para se estabelecerem de


modo definitivo nos ambientes, na busca de uma vida mais estável, iniciou-se um
processo de alteração ambiental em detrimento de sua nova forma de viver. Desde
então, os humanos começaram a valorizar o cultivo dos alimentos, expandir a criação
animal e a construção de moradias que lhe propiciassem proteção contra as altera-
ções climáticas, predadores etc.

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Com isso, problemas de diferentes contextos começaram a aparecer, dentre eles, as


questões sanitárias alcançaram proporções avassaladoras; como exemplo, podemos
citar a presença de animais que se tornaram verdadeiras pragas urbanas, devido às
alterações no ambiente silvestre, a maior disponibilidade de alimentos e abrigo nas
cidades. Vários desses animais (considerados sinantrópicos) estavam associados à
disseminação de doenças que atingiam humanos e animais domésticos em grandes
proporções, sendo responsáveis por uma série de epidemias que levavam milhares
de pessoas à morte.

Segundo o Dicionário de Epidemiologia, Saúde Pública e Zoonoses, animal


sinantrópico é aquele que se adaptou a viver junto aos humanos, a despei-
to da vontade destes. Ele se difere dos animais domésticos, que são aque-
les que os humanos criam e cuidam com as finalidades de companhia, por
exemplo, o cão e o gato, ou aqueles com finalidade de produção de alimen-
tos, como o porco, boi e cabra, e também daqueles que têm como finalidade
o transporte, que podem ser o boi ou cavalo.

São exemplos de animais sinantrópicos: baratas, escorpiões, formigas, pom-


bos, ratos, lacraias, morcegos. Todos eles estão presentes no nosso dia a dia.

1.1 HISTÓRICO DO SANEAMENTO

No prefácio do livro Saneamento, Saúde e A mbiente, o médico sanitarista e profes-


sor da USP Ruy Laurenti relata que o tema da obra literária é tão antigo que remonta
aos tempos de Hipócrates (séc. V e VI a.C.) remetendo ao estudo da medicina às es-
tações do ano, vento, água e lugares, os quais Hipócrates apresenta como povoados
(PHILLIPI JR., 2005).

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Os primeiros relatos sobre saneamento datam de informações sobre a busca dos


humanos da Antiguidade por água na China e apontamentos acerca de redes de es-
goto na Antiga Babilônia (Mesopotâmia), 3.750 a.C., além de redes de água na Assíria,
em 690 a.C. Já a Civilização Minoica, uma das primeiras civilizações a abandonar a
vida nômade, situada na ilha de Creta, em 1.700 a.C., contava com salas de banho e
um sistema para destinar as águas residuárias.

Os romanos são considerados os pioneiros nos assuntos de engenharia sanitária, fo-


ram eles os responsáveis pela construção da “Cloaca Máxima”, que é um dos sistemas
de esgotamento sanitário mais antigos do mundo, construído em Roma em meados
de 600 a.C. Estes sistemas eram utilizados para drenar os “pântanos” e remover os
esgotos de uma das cidades mais antigas do mundo (AR-ITU, 2016).

Conforme apresentado por Rocha (2016), foi em meados de 1850 que se identificou
o surgimento da necessidade em se proceder ao tratamento dos esgotos antes que
alcançassem os mananciais como os rios, lagos e represas, levando à sua poluição.

FIGURA 1 - “LATRINA” PÚBLICA ROMANA ENCONTRADA NAS ESCAVAÇÕES


DE OSTIA ANTICA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

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Devido à precariedade do saneamento, na Inglaterra da Idade Média, havia


uma lei conhecida como “Lei dos Pobres”. De acordo com essa legislação, o
Estado inglês transferiu para a igreja a responsabilidade pela assistência à
população em relação à saúde (AR-ITU, 2016).

1.1.1 EVOLUÇÃO DO SANEAMENTO NO BRASIL

O saneamento no Brasil começou a se estruturar anos após o descobrimento, por vol-


ta de 1560, no Rio de Janeiro, onde pela primeira vez é relatada a escavação de um
poço, cuja água seria utilizada para abastecimento doméstico.

Conforme descrito no Portal Inventários dos Monumentos RJ (2015), os primeiros


edifícios a serem ligados a linhas de adutoras de água foram os conventos de Santa
Teresa no Rio de Janeiro, por volta de 1746, e o convento da Luz, na cidade de São
Paulo. Em meados de 1750, foram concluídas as obras de construção do Aqueduto
da Carioca (“Arcos da Lapa”), cujas águas eram provenientes do rio Carioca com o pro-
pósito de abastecer a população do Rio de Janeiro da época. O aqueduto chegava
até o chafariz do Largo da Carioca, compreendendo uma extensão de 270 m. No sé-
culo XIX, com a chegada do abastecimento de água encanada, o aqueduto tornou-se
obsoleto e foi desativado.

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18 SUMÁRIO
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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

FIGURA 2 - ARCOS DA LAPA – RIO DE JANEIRO, BRASIL

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Em São Paulo, relatos históricos sobre saneamento se relacionam à presença dos


chafarizes que existiram na cidade, sendo o mais famoso o de Thebas, ou chafariz do
“Largo da Misericórdia”, construído pelo pedreiro Joaquim Pinto de Oliveira Thebas,
em 1793. Entre os anos de 1857 e 1877, o governo desenvolveu o primeiro Sistema
Cantareira de abastecimento para fornecer água à capital do Estado.

No Rio Grande do Sul, o sistema de abastecimento de água encanada para abastecer


a capital, Porto Alegre, ficou pronto no ano de 1861. Em 1893, houve dois registros na
história do saneamento brasileiro, um foi à inauguração do Sistema de Tratamento
do Ribeirão Guaraú, utilizando mecanismos de Filtros Lentos, na cidade de São Paulo,
e o outro se refere à criação da Companhia de Água e Esgoto de Belo Horizonte, em
Minas Gerais.

Para que você possa ampliar os seus conhecimentos sobre o assunto, su-
gerimos a leitura deste livro: ROCHA, Aristitides Almeida. Histórias do Sa-
neamento. 1. ed. digital. ISMB, 2018. Este livro está disponível na Biblioteca
Virtual.

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SUMÁRIO 19
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

O ano de 1934 trouxe um importante elemento que consolidou o saneamento no


Brasil, trata-se da Lei nº 10.890 (de 10/01/1934), o primeiro registro de legislação para
controle da poluição das águas, que criou a Comissão de Investigação das Águas do
Estado de São Paulo. Entretanto, foi na década de 1950 que os problemas de urba-
nização começaram a se intensificar. Um aumento da movimentação popular para
as áreas urbanas induziu à formação das periferias, culminando com a precariedade
da qualidade de vida e total falta de estrutura e urbanização destas áreas, aspectos
que resultaram em conflitos sociais, ocupação inadequada e desordenada do solo,
gerando sérios problemas de ordem sanitária.

Esses eventos propiciaram o aumento das doenças infecciosas e parasitárias, muito


em função da precariedade do saneamento, sobretudo água de boa qualidade para
abastecer toda a população e a destinação adequada dos esgotos domésticos. O au-
mento de ligações clandestinas das residências que não eram ligadas à rede favore-
cia a contaminação dos rios urbanos, a exemplo dos rios Tietê, Paraíba do Sul, rio das
Velhas, rio Guandu, rio Doce, a confluência dos rios Beberibe e Capibaribe e diversos
outros, Brasil afora.

Tornou-se primordial e inadiável a elaboração de políticas públicas para ges-


tão dos serviços de saneamento, e então na década de 1970 foi criado o Pla-
no Nacional de Saneamento (PLANASA) e as atuais companhias estaduais de
saneamento.

1.2 POLUIÇÃO AMBIENTAL

O conceito de poluição vai além de uma definição básica que as pessoas possam
imaginar. A Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente,
traz em seu texto o conceito de poluição, como: degradação da qualidade ambien-
tal resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades

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sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições es-


téticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo
com os padrões ambientais estabelecidos (BRASIL, 1981).

1.2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE POLUIÇÃO

Dessa forma, têm-se a poluição da água, do ar, do solo, poluição sonora, poluição vi-
sual. No mundo moderno, as pessoas vivem sob diferentes fontes e formas de pressão
e agentes poluidores que afetam a qualidade de vida das pessoas, que, às vezes, nem
se dão conta que aquele é um fator poluidor. Vejam-se estes exemplos.

Qual a última vez que você olhou e contemplou um céu estrelado? Qual foi a
última vez que você contou estrelas ou tentou identificar as constelações em
uma noite escura. Se você o fez e conseguiu, ótimo, mas pergunte a alguma
criança se ela já viu uma estrela cadente. Esses eventos têm se tornado cada
vez mais raros. Com a evolução das cidades, os humanos têm se afastado
do contato com a natureza, e, além das tarefas do dia a dia e do excesso de
espaços fechados, outro problema tem feito com que as pessoas não enxer-
guem mais tantas estrelas no céu: a poluição luminosa das grandes cidades
(POLUIÇÃO..., 2010).

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Em 2014, o Portal Eco Desenvolvimento publicou uma notícia afirmando que:


“[...] Nos próximos 16 anos, 256 mil pessoas terão morrido, ocorrerá um mi-
lhão de internações e gastos públicos estimados em mais de R$ 1,5 bilhão”.

Você certamente associou os números a uma possível guerra no Oriente Mé-


dio ou Leste Europeu, mas, na verdade, eles dizem respeito ao Estado de São
Paulo. A causa? A poluição atmosférica decorrente da presença de material
particulado no ar.

Para ler toda a reportagem, acesse o site oficial do Portal Eco Desenvolvi-
mento e busque pelo título “Em 16 anos, poluição do ar matará 256 mil só
em São Paulo”.

Esse é apenas um exemplo de poluição que afeta as pessoas e que talvez seja aquele
tipo que venha de imediato à mente quando se trata de saneamento.

Veja outro exemplo: em outubro de 2018, o Jornal Folha de São Paulo pu-
blicou uma reportagem que afirmava que: “Diariamente 207 milhões de bra-
sileiros vão ao banheiro, mas 100 milhões deles não têm acesso à coleta de
esgotos [...] com isso as cem maiores cidades brasileiras despejam diariamen-
te mais de 2.300 piscinas olímpicas de esgotos nos mares, e rios, sendo que
os rios constituem os mesmos recursos de onde será captada água doce, que
após o tratamento vai ser utilizada no abastecimento da população”.

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A notícia visa alertar às pessoas que um grande volume de esgotos domésticos ainda
é descartado nos rios sem nenhum tratamento; entretanto, num próximo momento,
é neste mesmo rio que será feita a captação da água, e esta será submetida a trata-
mento nas ETAs (estações de tratamento de água) para ser utilizada pelas pessoas
em suas atividades, ou seja, água e esgoto são os mesmos recursos, fluindo por rotas
diferentes!

Para ler a reportagem na íntegra, acesse o site oficial do Jornal Folha de São Paulo
e busque pela reportagem “Drama nacional, saneamento é subdimensionado em
planos de presidenciáveis”.

1.2.2 POLUIÇÃO E SANEAMENTO

Diante disso, vem à tona o seguinte questionamento: se milhões de pessoas vivem


em precariedade de banheiro, água, e estão sujeitas a diversas enfermidades causa-
das pela ausência desses itens, o que são o saneamento e saúde?

A OMS (Organização Mundial da Saúde) define saneamento como o “controle de to-


dos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito dele-
tério sobre o seu bem estar físico, mental ou social”. Mota (2006, p. 85) também apre-
senta outra definição clássica de saneamento, como sendo o conjunto de medidas
visando preservar ou modificar as condições do meio, com a finalidade de prevenir
doenças e promover a saúde. A própria OMS define “saúde” como o estado de com-
pleto bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doenças (HELLER;
DA COSTA; BARROS, 2005, p. 13).

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Em função do crescente aumento dos problemas ambientais, as atividades


do saneamento podem ser elencadas em termos de:

• Abastecimento de água.
• Coleta, tratamento e destinação final adequados dos resíduos líqui-
dos (esgotos).
• Coleta, gestão, tratamento e destino final dos resíduos sólidos (lixo).
• Drenagem das águas pluviais.
• Controle de vetores (insetos e roedores transmissores de doenças).

E mais, saneamento dos alimentos, dos locais de trabalho, dos locais de recreação, e
aplicado ao planejamento territorial e estudos de impacto ambiental. Você imagina-
va que saneamento, modernamente, abrangia todos estes itens? Isso porque se torna
impossível desvincular o saneamento da saúde nos dias atuais. Em ambiente onde
não existe saneamento, a saúde é precária, e se permite o estabelecimento de doen-
ças que impedem aos humanos ter qualidade de vida.

1.3 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO


SUSTENTÁVEL (ODS)

A Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável foi um processo


que se iniciou em 2013, após as discussões que ocorreram na Conferência Rio+20,
em 2012. Esse evento estabeleceu quais seriam os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM) que deveriam ser alcançados até 2015. Já os Objetivos de Desenvolvi-
mento Sustentável (ODS) construíram-se devido ao sucesso dos ODM.

Os ODS são mais universais, podem e devem ser aplicados por todos os países, e não
somente por aquelas nações em desenvolvimento. Os novos objetivos reconhecem,
por exemplo, que combater a mudança global do clima é essencial ao desenvolvi-
mento sustentável.

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Sendo 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecer, entender e aplicá-los


é primordial para que seja possível manter a vida plena do planeta, que vem sofrendo
diversos impactos negativos no decorrer do desenvolvimento da humanidade.

Para essa nova etapa, foram inclusas novas metas, que deverão ser alcançadas entre
2015 e 2030, contemplando temas que irão orientar os países, tais como: saúde,
energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mu-
danças climáticas, proteção e uso sustentável dos oceanos, dentre outras. Para todo
o futuro vindouro, viver de modo mais sustentável, preservando os recursos naturais,
desde a forma mais ínfima, até a mais sofisticada é uma tarefa que deve envolver
todos os cidadãos.

Você pode consultar notícias sobre o assunto no acervo do jornal Estadão,


sob o título “O que são os ODS, da ONU, e como o Brasil projeta o desenvolvi-
mento sustentável”; além desta, existem dezenas de notícias sobre o presen-
te tema no acervo deste e de outros jornais.

Todos os 17 objetivos e 169 metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


(ODS) podem ser conhecidos a partir de pesquisas no site e publicações da ONU
(Organização das Nações Unidas). Existe também uma cartilha de “Perguntas e
Respostas” dos ODS criada pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desen-
volvimento), que você pode acessar pelo site do PNUD – Brasil, pois está disponível
a toda sociedade.

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CONCLUSÃO
Ao término desta unidade, pode-se perceber que o estudo do saneamento ambien-
tal vai além de conhecer sobre abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Foi possível aprender que os problemas de ordem sanitária não estão atrelados so-
mente aos séculos XX e XXI, e sim que, desde que os humanos ocuparam definitiva-
mente os ambientes terrestres, começaram a surgir as necessidades de se lidar com
os dejetos produzidos. Entretanto, desde a metade do século XX, diante dos proble-
mas ambientais, sociais e econômicos, que intervêm decisivamente no contexto da
saúde pública, dificuldades vêm se agravando pouco a pouco e alcançando níveis
dramáticos na primeira década e meia do século XXI. São inúmeros os exemplos do
cotidiano em que se pode perceber como questões sócio-sanitárias estão presentes
no dia a dia. A grande maioria das pessoas já sentiu, por exemplo, os efeitos provoca-
dos por uma enchente ou o impacto de se descartar lixo nas ruas, e ainda o mal-estar
advindo dos odores do esgoto, e quem pode se isentar do quão desanimador é che-
gar em casa após um dia de trabalho e faltar água para um banho reconfortante, para
o preparo dos alimentos, e na região rural para “molhar” as plantas, manter a vida dos
animais e tantas outras atividades.

Esta unidade propiciou a você conhecer e perceber como as questões sanitárias são
tão cotidianas quanto assuntos políticos e econômicos. Nesta disciplina, ainda serão
abordados todos os itens técnicos necessários à implementação do saneamento, os
prejuízos advindos da sua ausência ou precariedade e como a proposta e aplicação
de políticas públicas ambientais (entendam-se ecológicas, de saúde pública, e so-
ciais) são imprescindíveis para a qualidade de vida humana dos animais e do planeta.
Estes são apenas os primeiros fundamentos para o desenvolvimento sustentável que
visam garantir às gerações atuais e vindouras viver em um ambiente que proporcione
qualidade de vida. Sinta-se motivado ao aprendizado, que permitirá a você ser plena-
mente capaz de aplicar esses conhecimentos em sua futura profissão.

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UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:

> Explicar os problemas associados aos


recursos hídricos no planeta.

> Diferenciar escassez física de água de


escassez econômica.

> Identificar quem são os maiores


consumidores de água e as legislações
brasileiras pertinentes.

> Identificar como a disponibilidade de água


de qualidade está totalmente associada à
saúde humana e animal.

> Descrever as principais doenças


relacionadas à água.

> Explicar as etapas do tratamento da água.

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2 A ÁGUA PARA
ABASTECIMENTO
Prezado aluno, nesta unidade será abordado o assunto “água para abastecimento”,
um recurso que por muitos anos foi considerado como infinito. Hoje, em pleno sé-
culo XXI, percebeu-se que a exploração intensa desse recurso, associada à explosão
demográfica observada nos últimos 30 anos e ao aumento da poluição gerada pelas
atividades humanas, levou a repensar o seu uso de forma mais racional.

Os estudiosos e, algumas vezes, as pessoas comuns, têm mudado a maneira de per-


ceber esse recurso. A água tem sido comparada em termos econômicos ao petróleo
produzido principalmente pelo Oriente Médio, região economicamente “poderosa”,
que, entretanto, sofre fortemente com a escassez quase que permanente de fontes
de água doce.

A autora Sandra Postel, no sumário do seu livro “Last oasis”, publicado em 1992, cita
a Terra vista do espaço e o quanto é difícil imaginar como um planeta tão azul possa
estar passando por problemas de falta d’água. Quantas vezes pensa-se nisso e não se
consegue saber a resposta? Você verá nesta unidade que isso ocorre porque mais de
99% dessa água não está disponível para consumo.

Postel ainda apresenta um relato impactante sobre esses fatos, mostrando que, no
Oriente Médio (do petróleo), nove entre 14 países já vivem em escassez física de água
e que aproximadamente 40% da população mundial vive em bacias hidrográficas
compartilhadas por dois ou até mais países e se envolve em frequentes disputas, a
exemplo de Bangladesh e Índia, pelo rio Ganges ou México e os EUA, pelo rio Colo-
rado.

E quanto ao Brasil, existe escassez hídrica ameaçadora? As águas doces superficiais


poderão nos abastecer por quanto tempo mais? Estamos sob o risco de escassez físi-
ca? O que fazer para preservar esse recurso, usá-lo de uma forma mais consciente e
aplicando o tão reproduzido conceito de sustentabilidade? Convidamos você agora
para mergulhar nesse assunto.

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2.1 INTRODUÇÃO

A água constitui o principal elemento constituinte de todos os seres vivos. Os hu-


manos conseguem sobreviver sem alimentos por, aproximadamente, 60 dias, entre-
tanto, sem água, sobrevive somente por três a cinco dias, quando o corpo humano
começa a apresentar sinais de colapso.

Por muito tempo, se cogitou que a água era um recurso natural infinito, porém o au-
mento populacional e a urbanização fizeram com que os mananciais se tornassem
mais poluídos, em virtude do volume de esgotos que lhe eram lançados. Então os
corpos hídricos foram perdendo a capacidade de autorrecuperação. A escassez hídri-
ca tem graves consequências nos âmbitos socioeconômico e ambiental. A água é um
recurso que precisa ser preservado para manter o bem estar do planeta e de todas as
formas de vida que nele vivem.

2.2 A ÁGUA PARA ABASTECIMENTO

2.2.1 A DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA

A água disponível na Terra representa um volume total de 1,36x1018 m3 distribuído


da seguinte forma: 97% compreendem as águas salgadas e, 2,7%, as águas doces.
Dos 2,5% das águas doces, 0,3% compreende os rios e lagos, 68,9%, as geleiras e a
neve permanente, 29,9%, águas subterrâneas e, 0,9%, representadas por outras for-
mas (PHILIPPI JR.; MARTINS, 2005). E é devido a essa pequena parcela de água doce
disponível que se deve usar esse recurso com responsabilidade.

A questão hídrica torna-se mais especial quando se avalia que, dos 0,3% de água
disponível e de mais fácil captação, 65% são utilizados em atividades agrícolas, 22%,
pela indústria, 7%, pelos municípios, e os outros 6% são perdidos em termos de uso
para os humanos.

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SUMÁRIO 29
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

A água circula no ambiente de um meio a outro. Essa movimentação é conheci-


da por ciclo hidrológico e compreende os seguintes mecanismos: precipitação,
escoamento superficial, infiltração, evaporação e transpiração.

2.2.1.1 CRISE HÍDRICA

Reichardt e Timm (2016) relatam que a questão do consumo e, por consequência,


da escassez de água, é um grande problema mundial e um desafio para o século XXI.
O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água disponível
e tem a maior reserva de água doce do planeta, equivalente a 12% do total mundial.

Entre os países com maior risco de escassez hídrica, estão a região árida do
Oriente Médio, Norte da África e, ainda, Bahrein, Catar, Kuwait, Líbia, Djibuti, Iê-
men, Arábia Saudita, Omã e Egito. Estes são categorizados como os países que
mais apresentam estresse hídrico no mundo. Algumas dessas áreas de intensa
escassez hídrica apresentam, além de conflitos pelo uso da água, outros de or-
dem territorial e religiosa, por exemplo, Israel, Líbano, Jordânia e Síria. Para saber
mais sobre esse assunto, acesse o site Maple Croft.

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A viabilidade do abastecimento de água nas principais regiões da China, Índia, Pa-


quistão, África do Sul e EUA também está fortemente ameaçada pelas demandas
industriais e agrícolas insustentáveis. A Organização Mundial da Saúde (OMS) (REFE-
RÊNCIA) relata que, até o ano de 2050, cerca de 50 países enfrentarão crise no abas-
tecimento de água.

FIGURA 3 - MULHERES INDIANAS EM BUSCA DE ÁGUA PARA LEVAREM A SUAS CASAS NA


ÁREA RURAL DE JAISALMER, ÍNDIA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

2.2.1.2 DISPONIBILIDADE DO RECURSO NO BRASIL

O Brasil figura entre os países com a maior disponibilidade de água no mundo, po-
rém a distribuição do recurso é desigual, quando se avaliam as regiões brasileiras.
A região Norte, por exemplo, concentra aproximadamente 80% da quantidade de
água disponível, mas representa apenas 5% da população brasileira. Já as regiões
próximas ao Oceano Atlântico possuem mais de 45% da população, porém menos
de 3% dos recursos hídricos do país. A tabela apresenta a distribuição dos recursos
hídricos e a respectiva população entre as cinco regiões brasileiras.

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QUADRO 1 - DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS SEGUNDO AS REGIÕES BRASILEIRAS

REGIÃO RECURSOS HÍDRICOS POPULAÇÃO


(%) (%)
Norte 68,5 7,0
Centro-Oeste 15,7 6,4
Sul 6,5 15,0
Sudeste 6,0 42,6
Nordeste 3,3 29,0
Total 100 100

Fonte: Adaptado de AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2005.

A Agência Nacional de Águas (ANA) disponibiliza anualmente o relatório dos


recursos hídricos no Brasil. No relatório de 2018, no Capítulo 2, você poderá
entender melhor a quantidade e a qualidade da água no país. Para baixar esse
arquivo, acesse o site oficial da Agência Nacional das Águas e busque por “Con-
junturas dos Recursos Hídricos no Brasil 2018”.

2.2.2 PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA

A qualidade da água pode ser representada por meio de diversos indicadores. Em


função disso, refletem as suas principais características, sejam elas, físicas, químicas
e biológicas. O Índice de Qualidade das Águas (IQA) é o principal indicador qualitati-
vo usado no país. O IQA foi desenvolvido visando avaliar a qualidade da água para o
abastecimento público, após o tratamento convencional. A interpretação dos resulta-
dos da avaliação do IQA deve levar em consideração o uso da água.

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Um valor baixo de IQA indica má qualidade da água para abastecimento, mas


essa mesma água pode ser utilizada em usos menos exigentes, tais como a na-
vegação, geração de energia e a diluição de despejos.

Von Sperling (2005) descreve de forma detalhada os parâmetros físicos, químicos e


biológicos que podem interferir na qualidade das águas. Porém, o IQA é calculado
com base nos seguintes parâmetros: temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido,
resíduo total, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), coliformes termotolerantes,
nitrogênio total, fósforo total e turbidez.

A Agência Nacional das Águas (2005), no relatório da qualidade das águas das bacias
hidrográficas federais, revelou que, entre as bacias que apresentaram os menores
valores do Índice de Qualidade das Águas, destacam-se as bacias do rio Tietê (São
Paulo), rios Joanes e Ipitanga (Bahia) e rios das Velhas e Paraíba do Sul (Minas Gerais).

FIGURA 4 - VISTA DA RODOVIA MARGINAL TIETÊ, DO MURO DE CONTENÇÃO DO RIO TIETÊ


E DO FLUXO POLUÍDO DO RIO PEDRAS, NA ZONA OESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

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2.2.2.1 REQUISITOS DE QUALIDADE DA ÁGUA

Os humanos utilizam água para uma diversidade de tarefas e dependem totalmente


dela para sua sobrevivência. Assim, primeiramente faz-se necessário determinar o uso
geral e, daí, definir os requisitos de qualidade necessários.

Os principais usos da água são abastecimento humano, abastecimento industrial,


irrigação, dessedentação de animais, recreação, preservação da fauna e da flora, aqui-
cultura (criação de animais e vegetais), recreação e lazer, geração de energia, trans-
porte e diluição de despejos. Vejamos alguns exemplos de uso e requerimento de
qualidade (MOTA, 2006; VON SPERLING, 2005).

QUADRO 2 - USO GERAL DA ÁGUA X QUALIDADE REQUERIDA

USO GERAL QUALIDADE REQUERIDA


Isenta de substâncias químicas e de organismos
Abastecimento de água prejudiciais à saúde, adequada aos serviços do-
mésticos e esteticamente agradáveis.
Isenta de substâncias químicas e de organismos
Irrigação
prejudiciais à saúde e salinidade não excessiva.
Vai depender do uso específico, isto é, se a água
é incorporada ao produto, se entra em contato
Abastecimento industrial
com o produto ou se não entra em contato com
o produto.
Isenta de substâncias químicas e de organismos
Dessedentação de animais
prejudiciais à saúde animal.

Fonte: Adaptado de VON SPERLING, 2005.

2.2.2.2 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

A poluição da água é resultante do processo de introdução de resíduos na forma de


matéria ou energia, tornando-a inapropriada para o consumo, dependendo do uso,
ou prejudicial a outras formas de vida.

Conforme relatam Mota (2006) e Agência Nacional das Águas (2005), entre as prin-
cipais formas de poluição da água superficial e subterrânea, estão os esgotos (do-
mésticos e industriais), pesticidas, fertilizantes, detergentes e carreamento de solo,
em função de erosão. Já para as águas subterrâneas, a origem dos poluentes pode

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ser devido à infiltração de esgotos oriundos de valas e sumidouros, intrusão de água


salgada, percolação de chorume resultante de depósitos de lixo no solo e necrocho-
rume de cemitérios, além de outras formas.

Como consequência da poluição das águas, podem advir vários problemas negativos
de ordem social, ambiental e econômica, como prejuízos ao abastecimento humano,
elevação dos custos de tratamento, assoreamento dos mananciais, desvalorização
das propriedades e prejuízos aos peixes e outros organismos aquáticos.

Artigo publicado no portal Ecycle [2013?] afirma que, assim como em várias
partes do planeta, a maior parte do lixo marinho é constituída por plástico. De-
terminados fatores, como o descarte incorreto desses resíduos e a falta de coleta
seletiva em determinadas regiões, faz com que o plástico, quando descarta-
do no ambiente marinho, acarrete diversos problemas para o ecossistema. No
Brasil, o consumo de peixe aumentou 196% entre 2002 e 2010. Isso tem gera-
do preocupações, uma vez que existe o problema com relação à toxicidade do
plástico em animais marinhos.

2.2.3 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO RECURSO “ÁGUA”

O Brasil é um dos países com maior fonte de recursos hídricos, por isso deve ser
exemplo na gestão e preservação desse recurso imprescindível para a vida. A partir
dos anos 1980, os três principais enfoques dessa gestão eram a sustentabilidade am-
biental, social e econômica. Tornou-se imperativa a busca de leis mais apropriadas na
formulação de políticas públicas para integrar toda a sociedade.

Em 1997, foi sancionada a “Lei das Águas” (Lei n° 9.433/1997). Essa legislação estabe-
leceu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).

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Um dos objetivos da lei é assegurar a disponibilidade de água dentro de padrões


de qualidade apropriados e também promover a utilização racional e integrada dos
recursos hídricos. A lei se fundamenta na compreensão de que a água é um bem
público (não é passível de ser privatizada) e que sua se gestão baseia em usos múlti-
plos (abastecimento, geração de energia, irrigação, indústria, etc.). Deve ser também
descentralizada, com a participação de consumidores, sociedade civil e do governo. A
lei traz, ainda, que, em situações de escassez, é prioritário o consumo humano sobre
qualquer outro uso.

Outra legislação em destaque, quando se trata de recursos hídricos, é a Resolução n°


357, de 17 de março de 2005, alterada pelas Resoluções 410/2009 e 430/2011, que:
“Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências” (BRASIL, Resolução n° 325/2005).

Também é de suma importância a Portaria de Consolidação n° 05/2017, do Ministé-


rio da Saúde, que traz a consolidação da antiga Portaria n° 2.914/2011, já revogada.
Atualmente, a Portaria de Consolidação n° 05/2017 está em vigor.

Para que você amplie os seus conhecimentos a respeito do tema, consulte ou-
tras legislações do governo federal no portal de legislação.

2.2.4 SISTEMA PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Quando se constata um aumento da densidade demográfica de forma intensa, a so-


lução para o abastecimento de água que se apresenta com melhor custo benefício é
o sistema de abastecimento de água.

Quando se diz que um município implantou um sistema de abastecimento de água


com vistas ao consumo humano, significa que ocorreu a instalação de um conjunto
de obras civis, materiais e equipamentos voltados para a produção e distribuição ca-
nalizada de água potável para populações. Esta é uma responsabilidade do poder
público, mesmo quando administrada por regime de concessão ou permissão.

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2.2.4.1 PARTES COMPONENTES DE UM SISTEMA DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Ao se planejar um sistema de abastecimento de água, devem-se prever todas as eta-


pas mostradas na figura a seguir, que apresenta os elementos constituintes de um
sistema público para abastecimento de água.

FIGURA 5 - COMPONENTES BÁSICOS DE UM SISTEMA PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE


ÁGUA

Fonte: Adaptado de CENTRO EXPERIMENTAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO,
[20-?].

Um dos elementos mais importantes é o manancial, pois é dele que será retirada
toda a água que abastecerá a comunidade. O manancial pode ser superficial (rios,
reservatórios ou lagoas) ou subterrâneo (coleções subterrâneas de água).

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FIGURA 6 - SISTEMA CANTAREIRA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, EM SÃO PAULO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

2.2.5 ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA

O tratamento da água engloba um conjunto de atividades e técnicas adequadas,


com vistas a alterar a qualidade da água sob os aspectos sanitários, estéticos e eco-
nômicos, de modo a adequar a qualidade da água para ser utilizada para abasteci-
mento doméstico.

2.2.5.1 CLARIFICAÇÃO

Esta é a primeira etapa do tratamento e consiste na adição de um coagulante para


que ocorra a agregação das partículas de maior peso e densidade (coagulação-flo-
culação). Em seguida, esses flocos serão removidos por sedimentação ou flotação. O
primeiro produto químico a ser adicionado à água é o coagulante, pode ser o sulfato
de alumínio ou o cloreto de polialumínio (PAC). Essa etapa ocorre no tanque de mis-
tura rápida.

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2.2.5.2 FILTRAÇÃO

Nessa etapa, não é adicionado nenhum produto químico. Os filtros consistem de


tanques compostos por camadas de seixos (pedras), areia e antracito. Na filtração, o
restante dos flocos que não foram removidos na etapa de decantação (ou flotação)
é removido. Essa etapa é importante não só porque remove a turbidez da água, mas
também porque se inicia a remoção de micro-organismos patogênicos. A filtração é
uma barreira sanitária do tratamento, pois não se pode garantir uma adequada se-
gurança da água com relação à presença de patógenos se ela não passar pelo filtro.

2.2.5.3 DESINFECÇÃO

É definitiva na remoção de micro-organismos patogênicos. Adiciona-se cloro (Cl) para


removê-los. A Portaria Complementar n° 05/2017 (anexo 4 do Anexo XX) estabelece
que a companhia de saneamento deve fornecer ao consumidor a água tratada com
um teor mínimo de cloro residual livre de 0,4 mg/L. Porém, para que o cloro continue
mantendo seu poder de desinfecção, o usuário deve higienizar a caixa d’água a cada
seis meses ou conforme recomendado pelas companhias de saneamento locais.

A próxima etapa é a fluoretação, obrigatória no Brasil, estabelecida pela Lei n° 6.050,


de 1974, e regulamentada pelo Decreto n° 76.872, da Presidência da República, em
22 de dezembro de 1975. Na maior parte do Brasil, o teor de flúor utilizado na água
é de 0,6 a 0,8 mg/L.

A última etapa é a neutralização ou correção do pH adicionando-se cal hidratada


(Ca(OH)2). O pH é um escala que varia de zero a 14, sendo sete o ponto que indica
que uma substância é neutra (nem ácida nem básica). Em algumas localidades que
apresentam águas duras (acima de 150 mg/L de cálcio e o magnésio), é necessária
uma etapa de abrandamento para adequar a qualidade da água a legislação.

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2.2.6 DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA

Você viu nos tópicos anteriores que diversos agentes poluidores, quando introduzidos
nos corpos hídricos, podem ocasionar alterações e prejudicar os seus usos, sobretudo
os usos considerados nobres, como o consumo humano e dessedentação de animais.
Leia o trecho a seguir:

[...] “Há 20 anos, a vida de 126 famílias de Caruaru/PE foi marcada por um caso
conhecido como “A Tragédia da Hemodiálise”. Cerca de 60 pacientes morreram
em uma clínica de hemodiálise por causa de uma intoxicação apontada pela
Secretaria Estadual de Saúde como hepatite tóxica. [...] A conclusão foi que a
morte dos doentes renais foi provocada por uma toxina chamada microcistina,
liberada por cianobactérias, presentes na água usada na hemodiálise. Trata-se
de um micro-organismo comum em rios, lagos e açudes e que produz uma to-
xina chamada microcistina LR, que é uma substância tóxica.”

Fonte: DANTAS, Amanda. “Tragédia da Hemodiálise” que deixou quase 60 mor-


tos completa 20 anos”. G1. Caruaru. 4 Fev. 2016. Disponível em: <https://glo.
bo/2MbFx93>. Acesso em: 17 Dez. 2018.

Esse exemplo é para mostrar que a água, na situação descrita, apresentava-se dentro
dos parâmetros preconizados pela legislação, conforme relatado pela secretaria de
saúde do município. Esse tratamento, no entanto, não ofereceu informações sufi-
cientes da qualidade biológica da água, primordial para a saúde. Pretende-se que
você compreenda que os micro-organismos indicadores, bem como os patogênicos,
como o próprio nome sugere, não são possíveis de serem detectados na água a olho
nu.

Existem várias doenças que podem ser transmitidas por meio de água não tratada
ou com baixa qualidade no tratamento. Não é possível, neste texto, listar todas as
doenças de relacionada à água. Assim, você deve buscar mais detalhes por meio da

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pesquisa bibliográfica.

Para você buscar mais informações sobre o tema, sugerimos a leitura dos livros
abaixo.

Disponíveis na biblioteca virtual:

• TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C.L. Microbiologia. 12. ed. Porto Ale-
gre: Artmed, 2016.

• BITTENCOURT, Claudia; PAULA, Maria Aparecida Silva de. Tratamento de


águas e efluentes: fundamentos de saneamento ambiental e gestão de
recursos hídricos. São Paulo: Érica, 2014.

Outras obras:

• VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento


de esgotos. 3. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005. 452 p.

• BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed.,


rev. Brasília, 2004. 408 p.

2.2.6.1 CÓLERA

Causada por uma bactéria chamada Vibrio cholerae, a transmissão da cólera é quase
exclusivamente pela água. Os principais sintomas da doença são diarreia, variando de
leve a aguda, vômito e perda excessiva de fluidos, que pode levar a morte. Os reserva-
tórios principais do micro-organismo são os humanos e o ambiente. Epidemiologica-
mente, é uma doença endêmica em vários países da Ásia, rara nos EUA e Europa, já
ocorreu no Chile e Peru, devido ao consumo de vegetais contaminados com esgoto
sem tratamento (BASTOS, 2003; VON SPERLING, 2005; PHILLIPE JR., 2006). No Brasil,
entre 1991 e 2001, a sétima pandemia atingiu várias regiões do país, com um total de
168.598 casos e 2.035 óbitos, com predominância na região Nordeste. A prevenção e
controle são, basicamente, o tratamento de água e esgoto.

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FIGURA 7 - VIBRIÃO COLÉRICO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

2.2.6.2 ASCARIDÍASE

Causada por um helminto parasita chamado Ascaris lumbricoides, a transmissão é


feco-oral. É um dos patógenos mais encontrados nas fezes humanas, a doença é cos-
mopolita e atinge aproximadamente um bilhão de pessoas em todo mundo. É en-
contrado também na água não tratada e no solo. Os sintomas são mais identificáveis
em áreas com altos índices de transmissão da doença. Os ovos apresentam resistên-
cia aos principais processos de tratamento de esgoto e o controle se faz por meio de
saneamento básico e higiene.

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FIGURA 8 - CASAL DE PARASITAS ADULTOS DE ASCARIS LUMBRICOIDES (FÊMEA E MA-


CHO)

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

2.2.6.3 GIARDÍASE

É causada pelo protozoário Giardia lamblia. Os principais reservatórios são os hu-


manos e os animais, a infecção inicia-se pela ingestão dos cistos por meio da água
e alimentos contaminados e também pessoa-pessoa (feco-oral). Os principais sinto-
mas são diarreia aquosa, dores abdominais e flatulência. Epidemiologicamente, está
distribuída no mundo inteiro.

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FIGURA 9 - FORMA TROFOZOÍTA DE GIARDIA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

2.2.6.4 DIARREIAS

Diarreia não se trata de uma doença, e sim sintomas caracterizados pelo aumento do
número de evacuações e a perda de consistência das fezes, que se tornam líquidas.
Uma das piores complicações da diarreia é a desidratação. As diarreias infecciosas
podem ser causadas por agentes de origem bacteriana (Toxinas bacterianas de Sta-
phylococcus), por bactérias dos gêneros Salmonella, Shigella, sorotipos patogênicos
de bactérias do grupo dos coliformes (Escherichia coli), infecções virais e por parasitas
intestinais.

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FIGURA 10 - MORFOLOGIAS DE ENTEROBACTÉRIAS

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

“Diarreia dos viajantes” é a doença que acomete principalmente pessoas que


viajam de países desenvolvidos para países subdesenvolvidos. É causada pela
bactéria Escherichia coli sorotipo enterotoxigênica (ETEC), que se traduz por
sintomas, como diarreia aquosa e, consequente, perda de eletrólitos, náusea e
dores abdominais.

2.2.6.5 ESQUISTOSSOMOSE

A esquistossomose é uma doença causada por parasitas intestinais pertencentes ao


Filo Platelminto e da classe Trematoda. Seis espécies de Schistosoma podem causar
esquistossomose aos humanos: S. hematobium, S. intercalatum, S. japonicum, S. ma-
layensis, S. mansoni, e S. mekongi, mas apenas Schistosoma mansoni é encontrada
nas Américas.

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FIGURA 11 - CASAL DE SCHISTOSOMA MANSONI EM CÓPULA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

A parasitose atinge milhões de pessoas no mundo, principalmente em países que


ainda não conseguiram resolver seus problemas de ordem sanitária. O Brasil ainda
aparece como uma das principais regiões endêmicas em todo mundo. Foram trazi-
dos ao Brasil juntamente com o tráfico negreiro de escravos e em função da imigra-
ção oriental. O caramujo do gênero Biomphalaria é o hospedeiro intermediário. Os
sintomas dependem da fase da doença. Na fase aguda, caracterizam-se por febre,
dores abdominais, diarreia sanguinolenta, falta de ar e tosse. Na fase crônica, ocorrem
os maiores problemas para os infectados e se constituem em sintomas hepáticos
(fígado) nefropatias (rins), sendo um sintoma típico o aumento do abdômen ou “bar-
riga d’água”.

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FIGURA 12 - PACIENTE COM ASCITE OU BARRIGA D’ÁGUA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

2.2.6.6 CRIPTOSPORIDIOSE

É uma doença causada por protozoário parasita do gênero Criptosporidium, a forma


infectante do parasita é o oocisto. São parasitas intestinais de diversos animais, como
aves, cães, gatos, roedores, répteis, ovinos, bovinos e outros. A transmissão pode ser
feco-oral, por meio do solo, alimentos e água contaminada com fezes humanas ou de
animais infectados. Os principais sintomas são diarreia severa (sem sangue) e dores
abdominais. Epidemiologicamente, está distribuída no mundo inteiro. O controle da
doença se faz com saneamento, água de boa qualidade e cozimento dos alimentos.

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FIGURA 13 - OOCISTO DE CRYPTOSPORIDIUM (IMAGEM EM 3D)

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

2.2.6.7 FEBRE TIFOIDE

O agente etiológico da doença é uma bactéria. Dependendo da espécie que acome-


te os humanos, pode-se ter diferentes doenças. A febre tifoide é causada pela Salmo-
nella typhi, já nas febres paratifoide e salmoneloses (envolvidas em gastroenterites),
estão as espécies S. thyphimurium e S. enteriditis. A bactéria se instala no trato gas-
trointestinal humano e de outros animais, assim, uma das formas de transmissão é a
feco-oral. Os principais sintomas também variam em função da espécie que acomete
os humanos. No caso de febre tifoide, os sintomas principais são febre, náusea e diar-
reia, já no caso da enterocolites, os sintomas principais são muito similares, entretan-
to não ocorre febre e são verificados dor abdominal e diarreia. Epidemiologicamente,
está amplamente distribuída e pode permanecer viável no ambiente por meses.

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FIGURA 14 - BACTÉRIA DO GÊNERO SALMONELLA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

CONCLUSÃO
A presente unidade apresentou uma série de novos conhecimentos que propiciou a
você conhecer, descrever e associar a água não só ao abastecimento, mas também
como um elemento primordial para a vida e a saúde. Foram expostos dados sobre a
disponibilidade de água no mundo e no Brasil, permitindo que você examine, a partir
do seu aprendizado, o quanto o recurso hídrico é de extremo valor para os humanos
e demais seres vivos. Esta unidade trouxe, em diversos aspectos, razões pelas quais é
imperativo usar a água de modo sustentável.

Com o estudo desta unidade, você se tornou capaz de elencar as principais legis-
lações pertinentes à preservação do recurso e aquelas associadas à sua qualidade,
assim como entender que as legislações são importantes instrumentos para regula-
mentar os usos da água, a classificação dos corpos hídricos, as medidas de segurança
hídrica e todas as etapas do tratamento, certificando que a preservação da água seja
a garantia da sobrevivência dos seres vivos no planeta.

A água de boa qualidade e em quantidades suficientes para atender às atividades

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SUMÁRIO 49
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humanas é uma necessidade que o poder público deve oferecer aos cidadãos de
uma comunidade. Em última análise, você também conheceu as principais doenças
relacionadas à água e como esse bem, tão precioso, pode conter impurezas, agentes
poluidores e micro-organismos com potencial de causar graves danos à saúde e até
ocasionar a morte. Deseja-se que o estudo da unidade tenha possibilitado a você,
mais do que conhecer as doenças e seus agentes causadores, saber como preveni-las.

Esperamos que você siga em frente com seus estudos e encerramos a unidade.

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UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:

> Apontar os dados


atuais sobre a coleta e
tratamento de esgotos
no Brasil.

> Definir a composição


dos esgotos.

> Descrever os
mecanismos de coleta
dos esgotos.

> Diferenciar os sistemas


de tratamento dos
esgotos.

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3 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

3.1 INTRODUÇÃO

Um dos elementos primordiais quando se trata de saneamento básico é a questão


dos esgotos sanitários. Dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Sa-
neamento) de 2016 mostram que a coleta e o tratamento dos esgotos ainda são bai-
xos no Brasil. Em relação à coleta, o indicador de 2015 foi de 51,5% para as áreas to-
tais dos municípios. Já o indicador de tratamento do esgoto, embora tenha crescido,
continua baixo em todas as regiões, quando comparado à água de abastecimento,
ficando entre 18,3% no Norte e 52,6% no Centro-Oeste. Vinte e dois estados tratam
menos de 50% do esgoto gerado, e seis tratam menos de 20%. Os melhores indica-
dores estão no Distrito Federal (84,4%), em São Paulo (62,8%) e no Paraná (69,8%). O
estado com maior crescimento no tratamento de esgoto foi Alagoas, já que o trata-
mento mais do que dobrou, passando de 20,1% para 41,7%.

A situação de coleta também é crítica, apesar de estar um pouco melhor do que


o tratamento. Considerando as áreas urbanas, dezenove estados contam com indi-
cador de coleta menor do que 50%, incluindo quase todos da região Norte, com
exceção de Roraima e da região Nordeste, além dos estados de Santa Catarina, do
Rio Grande do Sul e do Mato Grosso. Os melhores indicadores estão em São Paulo
(91,7%), no Distrito Federal (85,2%) e em Minas Gerais (81,1%). O pior indicador é o de
Rondônia, que conta com apenas 5,3% dos esgotos coletados.

3.1.1 CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS

A água tratada depois de usada, em função do seu uso, transforma-se em água resi-
duária. Durante muito tempo, as águas residuárias produzidas a partir das atividades
humanas foram descartadas no corpo receptor (rios, lagoas) sem nenhum tratamen-
to, isso porque o corpo de água tem, por natureza, uma capacidade de autorrecupe-
ração. Entretanto, com o aumento da população, os volumes de esgotos gerados, so-
bretudo nas áreas urbanas, cresceram além do que é possível tolerar, o que se tornou
um grande problema poluidor para os mananciais.

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FIGURA 15 - DESCARTE DE ESGOTOS SEM TRATAMENTO EM UMA ÁREA


DE RECIFE DE CORAIS

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Phillipi Jr. (2008) descreve que nas áreas urbanas as principais fontes de águas re-
siduárias compreendem os esgotos domésticos provenientes das residências, co-
mércio e instituições públicas; esgotos industriais oriundos de indústrias e esgotos
especiais derivados de empreendimentos como hospitais, shopping centers e aero-
portos; infiltrações e vazões adicionais, por exemplo, as águas de infiltração que pe-
netram no sistema de esgotamento por juntas de tubulações, e defeitos nas paredes
das tubulações.

A vazão dos esgotos domésticos é calculada com base no consumo da água de abas-
tecimento de uma localidade e pode variar conforme o clima e o aspecto de vida da
comunidade, além das atividades econômicas que são desenvolvidas no local. Com o
aumento do consumo de água, o volume dos esgotos cresceu proporcionalmente e,
além de ser coletado adequadamente, precisava passar por etapas de tratamento a
fim de reduzir a carga poluidora e manter a qualidade dos mananciais.

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SUMÁRIO 53
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Segundo dados do IBGE (2010) a cidade de São Paulo possuía em 1970 uma
população de 3.781.446 habitantes e até essa época os esgotos gerados pela
população paulistana eram descartados nos corpos hídricos sem nenhum
tratamento. Somente 10 anos depois é que foram executadas as primeiras
obras de construção de Estações de Tratamento de Esgotos. Nos anos 2010,
a população alcançou um patamar da ordem de 11.253.503 habitantes. Ima-
gine se todo o esgoto produzido por essa população ainda fosse despejado
nos mananciais sem nenhum tratamento. O corpo de água simplesmente
não suportaria.

Phillipi Jr. (2008) ainda mostra que a vazão de esgotos domésticos é calculada por
meio do conceito de vazão de retorno, que é em média 80%. Esclarecendo, significa
que, se uma família consome 100 litros de água, 80 seriam convertidos em esgotos.

3.1.2 COMPOSIÇÃO DOS ESGOTOS

Von Sperling (2005) descreve que os esgotos são compostos por 99,9% de água e
0,1% de sólidos, orgânicos e inorgânicos, além da carga de micro-organismos, e ainda
relata que é devido a essa pequena porcentagem de sólidos que há a necessidade de
tratar os esgotos.

As principais características físicas dos esgotos domésticos, de acordo com von Sper-
ling (2005), são: temperatura, cor, odor e turbidez.

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FIGURA 16 - COMPOSIÇÃO DOS ESGOTOS SANITÁRIOS

Esgotos Sanitários

Água (99,9%) Sólidos (0,1%)

Orgânicos (70 %) Inorgânicos (30%)

Areia Sais Metais


Proteínas Carboidratos Gorduras
(65 %) (25 %) (10 %)
Fonte: elaborado pelo autor - adaptado de Mendonça e Mendonça (2018).

Você pode buscar o detalhamento das informações nos livros Sistemas Sus-
tentáveis de Esgotos (MENDONÇA; MENDONÇA, 2018) e Saneamento, saúde
e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável (PHILLIPI
JR., 2008), ambos disponíveis na Biblioteca virtual, além do Manual de Sa-
neamento da Fundação Nacional de Saúde (2004), que está disponível gra-
tuitamente para download no portal da Fundação Nacional de Saúde.

Quando os esgotos domésticos são introduzidos nos mananciais sem tratamento,


eles serão responsáveis pelo consumo de oxigênio dissolvido na água, interferindo
na biota aquática. Mota (2006) descreve que os esgotos industriais, além disso, in-

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SUMÁRIO 55
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troduzem uma carga de substâncias químicas tóxicas aos animais e aos humanos.
Os esgotos precisam ser coletados e destinados, para assim evitar a transmissão de
doenças e reduzir os danos ao ambiente.

O sistema coletivo engloba uma rede de coleta de esgotos que pode ser de diferen-
tes tipos: único ou combinado, em que as águas pluviais e os esgotos domésticos são
coletados em conjunto no mesmo sistema; sistema parcialmente separador, no qual
é comportada na rede somente a fração das águas pluviais provindas de telhados e
pisos dos domicílios; e o sistema separador absoluto, pelo qual as águas pluviais e os
esgotos domésticos são conduzidos em tubulações autônomas.

No Brasil, bem como nos países tropicais, é adotado o sistema separador total, devido
a algumas vantagens, tais como custo-benefício devido às dimensões das tubulações
serem menores; possibilidade de melhores formas de controle da contaminação das
águas para o tratamento, reduzindo o custo das Estações de Tratamento de Esgotos
(ETE); facilidade de construção por etapas, de acordo com a disponibilidade, e a con-
veniência financeira, assegurando melhor viabilidade, e outros (MENDONÇA; MEN-
DONÇA, 2018).

FIGURA 17 - CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE COLETAS DOS ESGOTOS SANITÁRIOS

Fonte: Adaptado de von Sperling, (2005).

Entretanto, não são todas as localidades que possuem a coleta de esgotos por meio
de rede e necessitam adotar sistemas individuais de coleta de esgotos. Soluções in-
dividuais são indicadas para serem usadas na área rural ou no âmbito de populações
mais dispersas.

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Dentre os sistemas individuais existentes estão as fossas. As fossas sépticas são uti-
lizadas quando ocorre o lançamento de excretas humanas em privadas higiênicas
provenientes de uma unidade familiar e podem, também, ser utilizadas para afastar
os esgotos gerados por poucas unidades habitacionais, não conectadas por meio de
rede. Usualmente, seu uso envolve a infiltração no solo, constituindo, assim, um siste-
ma de coleta e tratamento dos esgotos.

3.2 LEGISLAÇÃO SOBRE ESGOTOS SANITÁRIOS

3.2.1 IMPACTO DO LANÇAMENTO DE EFLUENTES


NOS CORPOS RECEPTORES - PROCESSO DE
AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS

O lançamento de efluentes sanitários nos corpos de água, quando feito sem nenhum
tratamento, é responsável pela introdução de grandes cargas de matéria orgânica, o
que vai culminar na redução de oxigênio dissolvido na água e que pode ocasionar
muitos problemas na biota aquática. Os mananciais, quando recebem uma carga
orgânica, têm uma capacidade natural de se autorrecuperar por meio de diversas
etapas. Esse processo é conhecido como autodepuração das águas, requer tempo e
ocorre em função da diluição dos despejos. O processo compreende, basicamente,
quatro etapas, conforme descrito em von Sperling (2005) e apresentado a seguir.

Zona de Degradação: esta etapa tem início assim que ocorre o lançamento do esgo-
to no curso d’água. A principal característica química dessa região é a elevada con-
centração de matéria orgânica ainda em seu estado mais complexo, mas decompo-
nível em potencial.

Zona de Decomposição Ativa: na fase inicial ocorre uma perturbação geral do ecos-
sistema, que começa a se reorganizar porque os micro-organismos iniciam a degra-
dação da matéria orgânica. Nesta etapa, o corpo d’água está no estado de degrada-
ção o mais deteriorado possível.

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SUMÁRIO 57
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Zona de Recuperação: depois da fase de intenso consumo da matéria orgânica e de


degradação do ambiente aquático, inicia-se a etapa de recuperação.

Zona de Águas Limpas: as águas apresentam-se limpas e as condições anteriores à


poluição retornam, pelo menos em relação ao oxigênio dissolvido, à matéria orgânica
e aos teores de bactérias.

Você pode ter mais informações sobre o que ocorre mais especificamente em cada
etapa no livro Tratamento de Águas e Efluentes: fundamentos de saneamento am-
biental e gestão de recursos hídricos, de Cláudia Bittencourt e Maria Aparecida Silva
de Paula, disponível na Biblioteca Virtual.

Caso queira ampliar ainda mais o seu conhecimento, sugerimos outras obras, como:
Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos, de M. von Sperling, e
o Manual de Saneamento, da Fundação Nacional de Saúde (2004).

3.2.2 EUTROFIZAÇÃO

A eutrofização é causada quando os níveis de carga de nutrientes provenientes de


lançamentos de esgotos domésticos e industriais atingem altos níveis. Nessas condi-
ções, há queda na concentração de oxigênio dissolvido e floração de algas, prejudi-
cando a qualidade da água para abastecimento (BITTENCOURT; PAULA, 2014).

A eutrofização consiste no crescimento exagerado de plantas aquáticas tanto livres


quanto aderidas em função do excesso de nutrientes, sobretudo, nitrogênio e fósforo,
principalmente em lagoas e represas. Von Sperling (2005) relata que a eutrofização
pode se apresentar em vários níveis, sendo os mais comuns:

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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

• Oligotrófico: lagos com baixo nível de produtividade.

• Mesotrófico: lagos com produtividade intermediária de produtividade.

• Eutrófico: lagos que se apresentam com elevada produtividade, quando com-


parado com o nível natural básico.

FIGURA 18 - LAGO EUTRÓFICO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os principais problemas advindos da Eutrofização são relatados em von Sperling


(2005):

• Problemas estéticos e de recreação.

• Eventuais condições de anaerobiose em todo o corpo de água e efetivamente


no fundo.

• Mortandade de peixes, dependendo do grau de trofia.

• Dificuldade e aumento dos custos para o tratamento da água.

• Problemas de abastecimento das águas industriais.

• Toxicidade provocada pelas algas, comprometendo o consumo humano e ani-


mal.

• Redução da navegação e capacidade de transporte.

• Desaparecimento gradual do lago.

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SUMÁRIO 59
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

As medidas de controle do processo de eutrofização podem ser tomadas para pre-


venção do problema. Para isso, deve-se atuar na bacia hidrográfica como um todo e
tomar medidas correcionais, quando o processo já se instalou e há a necessidade de
recuperação local. Isso consiste basicamente no controle do aporte de esgotos e das
águas provindas da drenagem pluvial.

A legislação e as regulamentações para esgotamento sanitário são basicamente


aquelas apresentadas para água de abastecimento, sendo as principais:

Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005, alterada pelas Resoluções


410/2009 e 430/2011, que “dispõe sobre a classificação dos corpos de água e dire-
trizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências”.

Resolução CONAMA Nº 274, de 29 de novembro de 2000, que “define os critérios de


balneabilidade em águas brasileiras”.

Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que “dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providên-
cias”.

Lei Federal Nº 11.445/2007, que “estabelece as diretrizes nacionais para o saneamen-


to básico e para a política federal de saneamento básico”.

3.2.3 NÍVEIS DE COLETA E MECANISMOS DE


TRATAMENTO DOS ESGOTOS

Os níveis de tratamento dos esgotos têm relação direta com os poluentes que se de-
seja remover. Dessa forma, os níveis de tratamento são:

• Preliminar: objetiva a remoção de sólidos grosseiros e areia.

• Primário: nesta etapa, ocorre a remoção de sólidos sedimentáveis.

• Secundário: é a etapa propriamente dita do tratamento do esgoto. A matéria


orgânica é removida por meio da atuação de bactérias.

• Terciário: só é feito eventualmente e seu objetivo é a remoção de nutrientes,


principalmente fósforo e nitrogênio.

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FIGURA 19 - ESQUEMA BÁSICO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

A maioria dos sistemas aquáticos naturais tem o fósforo como nutriente limitante das
atividades biológicas e, em virtude desse fato, sua remoção é adotada para o controle
dos processos de eutrofização (BITTENCOURT; PAULA, 2014; von SPERLING, 2005).

3.2.3.1 PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRATAMENTO


DE ESGOTOS

Lagoas de estabilização (variantes)

É um dos tratamentos mais simples que existem e é feito a partir da intensificação


do processo natural de autodepuração. São construídas por escavação no terreno na-
tural, cercado de taludes de terra ou revestidos com placas de concreto (FNS, 2004).
Após o tratamento preliminar, o esgoto é retido em um tanque que opera por meio
de processos aeróbios na superfície e processos anaeróbios no fundo, onde ocorre a
mineralização do lodo gerado e retido. Existem variáveis das lagoas de estabilização.
Cada modelo vai depender principalmente do objetivo do tratamento e da área dis-
ponível, podendo ser lagoas anaeróbias, sistema australiano, lagoas de alta taxa ou
lagoas de maturação/polimento.

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Sistemas anaeróbios

Os modelos mais conhecidos são os reatores UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blan-
ket, reatores de manta de lodo) ou RAFA (reator anaeróbio de fluxo ascendente). Nes-
se processo, a oxidação da matéria orgânica ocorre em ambiente anaeróbio, onde
ocorrem os principais processos metabólicos, que são a fermentação e a respiração
(CHERNICHARO, 2007).

Lodos ativados convencionais

São bastante utilizados na remoção de carga orgânica, com elevados níveis de eficiên-
cia. Após o tratamento preliminar, a sedimentação simples é realizada no decantador
primário, cujo efluente é encaminhado para um reator de tratamento secundário
(tanque de lodos ativados ou decantador secundário). A matéria orgânica é degrada-
da por micro-organismos aeróbios e convertida em constituintes mais simples e não
poluentes (CO2 e água).

Biodiscos

A biomassa vai crescer aderida a um meio suporte, constituído de discos. Esses discos
ficam parcialmente imersos no líquido e giram, expondo a superfície ora para a parte
líquida, ora para o ar.

Wetlands, ou Terras úmidas construídas

São lagoas ou canais rasos que abrigam plantas aquáticas. Mecanismos físicos, quími-
cos e biológicos atuam no sistema raiz-solo, atuando, assim, no tratamento dos esgotos.

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CONCLUSÃO
A presente unidade ofereceu a você informações sobre os esgotos sanitários. O sanea-
mento, de maneira geral, representa uma questão que ainda está em evolução nos
países em desenvolvimento como o Brasil. Esgotamento sanitário está intimamente
ligado ao abastecimento de água, por isso a melhoria nos sistemas de abastecimen-
to de água incita a melhoria do atendimento dos serviços de esgotamento sanitário.
Entretanto, esses dois elementos do saneamento não crescem de forma equivalente.

Os dados apresentados mostram que, em temos de abastecimento de água, há um


percentual de atendimento a mais de 80% da população em todo o país, o que não
pode ser dito em relação aos esgotos, embora os percentuais do serviço venham cres-
cendo. Você viu que na região Norte, por exemplo, algumas localidades coletam e
tratam menos de 20% dos seus esgotos. Ainda existe uma grande insuficiência tanto
em coleta quanto em tratamento dos esgotos, sendo este último muito aquém do
desejado.

As tecnologias existem e têm melhorado no decorrer do desenvolvimento científico.


Atualmente, existem metodologias para tratamento dos esgotos que podem aten-
der a uma diversidade de variáveis climáticas, sociais e econômicas por todo o Brasil.
Resta ao poder público, já que é sua responsabilidade, entender que esse serviço traz
benefícios a toda a população e que se trata de um instrumento que proporciona,
mais do que salubridade ambiental, saúde a toda a comunidade que dele usufrui.

Após o estudo desta unidade, você compreendeu a importância de implantar es-


gotamento sanitário nos municípios, conheceu as principais legislações que regem
o esgotamento sanitário associado à preservação das fontes hídricas e entendeu os
níveis do tratamento dos esgotos e os principais métodos disponíveis para o seu tra-
tamento.

Concluímos a unidade e almejamos que você prossiga em seus estudos.

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SUMÁRIO 63
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UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:

> Relatar a situação dos resíduos


sólidos no Brasil

> Distinguir os tipos de resíduos


sólidos

> Classificar os resíduos sólidos


urbanos

> Diferenciar os principais tipos


de resíduos

> Descrever os mecanismos de


disposição dos resíduos sólidos

> Explicar o funcionamento


e apontar a importância da
reciclagem.

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4 RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS
Os resíduos sólidos (RS) constituem desde o final do século XX e início do século XXI
um problema que gera importantes impactos ambientais e é um grande desafio
a ser enfrentado tanto pelo poder público quanto pela sociedade. A geração total
de resíduos cresceu em todo o mundo. A sociedade consumista moderna descarta
aqueles bens que às suas vistas não lhes servem mais. Os produtos, sobretudo os tec-
nológicos, são substituídos com elevada frequência e por período de uso muito curto
e isso faz com que a geração de resíduos cresça a cada ano.

Os países desenvolvidos, que são os maiores geradores de resíduos, têm intensificado


a maneira de agir em relação à disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos na
tentativa de conter o seu aumento. Países como Alemanha, Suécia, Japão, Espanha,
Estados Unidos e outros, têm se destacado no gerenciamento dos seus resíduos.

A Alemanha, por exemplo, tornou-se proeminente em termos de sustentabilidade


quando o assunto são os resíduos. Neste caso toda a sociedade participou e participa
do processo, o que traz benefícios para todos sob diferentes formas. Um exemplo
disso é que desde 2005, a remessa de lixo doméstico ou industrial, sem tratamento,
foi proibida de ser enviada para os aterros. Enquanto isso, a legislação brasileira ainda
estava em processo de formação. Além do aspecto ambiental, o descarte e a disposi-
ção inadequada dos resíduos podem ter fortes implicações na saúde humana, pois é
um importante elemento disseminador de doenças.

Foranttini (1979) apud Lima (2004), segundo sua concepção, apresenta as principais
vias de acesso de agentes patogênicos oriundos do “lixo”, apresentados na Figura 1.
Outra questão que também interfere na qualidade de vida associada à inadequada
disposição dos resíduos são os maus odores e a poluição visual dos ambientes.

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FIGURA 20 - DIAGRAMA DAS VIAS DE ACESSO DE AGENTES PATOGÊNICOS PARA OS HU-


MANOS POR MEIO DO LIXO DISPOSTO INADEQUADAMENTE.

VIA DIRETA HUMANOS

LIXO

VIAS INDIRETAS ar, solo, água, vírus,


bactérias, moscas, baratas, mosquitos.
Suínos, cães, gatos, aves.

Fonte:

No Brasil o principal marco sobre os resíduos só se consolidou em 2010 com a publi-


cação da Lei dos Resíduos (Lei 12.305). Até então, embora houvesse regulamentação,
não havia uma legislação que versasse de forma aprofundada sobre o assunto. Com a
publicação da Lei houve uma ampla ordenação, amplitude de informações e enten-
dimento, sobre como “gerenciar” os RS.

4.1 SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL

Os resíduos sólidos no Brasil ainda são tratados de forma incipiente, o poder público
trata o assunto de forma compartimentada e a conscientização da sociedade brasi-
leira ainda é modesta. Em vários municípios ainda não foi possível resolver totalmen-
te o problema dos lixões, mesmo após a criação da Lei 12.305/2010.

Dados da ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resí-


duos Especiais) mostram que a geração total de resíduos sólidos urbanos no Brasil,
em 2014, foi de aproximadamente de 78,6 milhões de toneladas, o que significa um
aumento de 2,9% em relação ao ano de 2013 e é 0,9% maior que o crescimento po-
pulacional no país no mesmo período. Isto mostra que a geração de resíduos não é
proporcional ao aumento da população.

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FIGURA 21 - DESCARTE INADEQUADO DE LIXO.

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

Ainda em ralação aos dados sobre resíduos em 2014, foram coletados 71.260.045
toneladas de resíduos. Aproximadamente sete milhões de toneladas deixaram de
ser coletadas no país em 2014 e foram encaminhadas para destinos impróprios. A
quantidade de resíduos sólidos urbanos que vão para locais inadequados totalizaram
29.659.170 ton./ano, e seguiram para lixões ou aterros controlados.

4.2 CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS

Caracterizar os resíduos constitui uma importante etapa no processo do seu geren-


ciamento. Conhecer as características do resíduo possibilita definir as quantidades
geradas e a partir daí determinar as estratégias de disposição. Os resíduos são defini-
dos em termos de características físicas (gravimetria, densidade, produção per capita,
compressibilidade e teor de umidade), químicas (proporção de elementos, relação
C:N, poder calorífico, pH) e biológicas (compreende a fração orgânica dos RS). A partir
das etapas de caracterização será possível fazer a classificação dos RS.

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4.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

A Norma ABNT nº 10.004 (original de 1987 e revisada em 2004) estabelece o concei-


to de resíduos sólidos como aqueles resíduos no estado sólido e/ou semissólido que
resultam das atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrí-
colas, de serviços de varrição, incluídos também o lodo proveniente de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle da
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviáveis
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’ água, ou exijam para isto
soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia (BAR-
ROS 2012). A Lei nº 12.305/10 incorporou ainda a este texto os gases, em função da
preocupação na etapa de disposição final.

Para que o resíduo tenha uma destinação adequada é fundamental conhecer a clas-
sificação em função da sua origem. Existem algumas classificações para os resíduos
conforme as suas características. Philippi Jr. (2008) apresenta a classificação dos resí-
duos de acordo com as características que os determinam. Assim os resíduos podem
ser categorizados conforme sua origem e periculosidade.

Conforme descrito na Lei 12.305/10, quanto à origem, os resíduos sólidos são classi-
ficados em:

a. resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências


urbanas;

b. resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e


vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

c. resíduos sólidos urbanos: os englobados nos itens “a” e “b”;

d. resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados


nessas atividades, excetuados os referidos nos itens “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;

e. resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas ativida-


des, excetuados os referidos no item “c”;

f. resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

g. resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme defi-


nido em regulamento;

h. resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e de-


molições de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação
de terrenos para obras civis;

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i. resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silvicultu-


rais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j. resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, termi-
nais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k. resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou bene-
ficiamento de minérios.

Em função da periculosidade e de acordo com o estabelecido na Lei nº


12.305/10 os resíduos são classificados em:

• Perigosos: são aqueles que, em razão de suas características de in-


flamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental.
• Não perigosos: os demais resíduos, cujas características não estão in-
clusas no item anterior.

FIGURA 22 - EXEMPLO DE RESÍDUOS PERIGOSOS

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

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FIGURA 23 - EXEMPLO DE RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

Os resíduos sólidos domiciliares são o enfoque principal deste texto e sua


gravimetria (que é composição dos resíduos) é composta por: matéria or-
gânica, papel e papelão, plástico, metal, vidro e outros. Essa composição é
variável de cidade para cidade e, além disso, varia quanto à época do ano,
cultura do local, poder aquisitivo e outros elementos.

Os resíduos são classificados quanto ao potencial grau de degradabilidade,


sendo que podem ser: de fácil degradabilidade, moderada, difícil e aqueles
que não se degradam. Esses resíduos são constituídos principalmente de:

>> Fácil degradabilidade – matéria orgânica que se decompõe rapidamente,


consumindo O2 e produzindo odores desagradáveis.

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FIGURA 24 - EXEMPLO DE RESÍDUOS DE FÁCIL DEGRADAÇÃO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

>> Moderada – papel, papelão e outros produtos celulósicos.

FIGURA 25 - RESÍDUOS CELULÓSICOS DE MODERADA DEGRADAÇÃO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

>> Difícil – degradam muito lentamente e se acumulam no meio ambiente, exem-


plos: trapos, couros, borracha e madeira.

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FIGURA 26 - PRODUTO DE DIFÍCIL DEGRADAÇÃO NO AMBIENTE

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

>> Não degradável – degradam muito lentamente e se acumulam no meio ambiente,


exemplos: trapos, couros, borracha e madeira.

FIGURA 27 - MATERIAL QUE NÃO SE DEGRADA NO AMBIENTE

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

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“Um relatório do World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial) e da


Ellen MacArthur Foundation (Fundação Ellen MacArthur)”, publicado em
2016 apresenta dados dramáticos sobre questão do plástico como agente
poluidor dos oceanos. O relatório aponta que até o ano 2050 haverá mais
plásticos do que peixes nos oceanos. O relatório também destaca que a pro-
dução mundial de plásticos aumentou de 15 milhões de toneladas, em 1964,
para 311 milhões em 2014. Segundo o estudo, é esperado que a produção
dobre nos próximos 20 anos. Atualmente 26% de todo o plástico produzido
é usado em embalagens. E apenas 14% de toda a produção atual são reci-
cladas.” Fonte: reproduzido de <(https://marsemfim.com.br)> acesso em 06
de janeiro de 2019.

Você pode pesquisar mais sobre a classificação dos resíduos a partir dos livros:
Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. [org.] Arnal-
do Jardim, Consuelo Yoshida, José Valverde Machado Filho. 2012. (Coleção
Ambiental – disponível na Biblioteca virtual) e também em: Barros, R. T de V.
“Elementos de Gestão de resíduos sólidos.” Belo Horizonte: Tessitura. 2012.

Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)

Os resíduos de serviço de saúde são aqueles gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA
(Sistema Nacional do Meio Ambiente no Brasil) e do SNVS (Sistema Nacional de Vigi-
lância Sanitária do Brasil) a exemplo de hospitais, clínicas de radiologia, radioterapia,
odontológicas e veterinárias, laboratórios, estúdios de tatuagem, e demais estabele-
cimentos que fazem atendimento a saúde humana e animal.

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Quanto à classificação dos RSS a ABNT NBR: 12808:2016 é o documento mais atuali-
zado e estabelece a seguinte classificação para este tipo de resíduo;

Biológico: resíduos que, devido as suas características de virulência, infectividade ou


concentração de patógenos, podem apresentar risco à saúde pública e ao meio am-
biente, conforme definido na ABNT NBR 12807:2013.

Químico: resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saú-
de pública ou ao meio ambiente, devido às características de inflamabilidade, corro-
sividade, reatividade e toxicidade, conforme ABNT NBR 10004:2004.

Rejeito radioativo: compreendem aqueles materiais contaminados com radionuclí-


deos gerados em estabelecimentos de serviços de saúde.

Comum ou sem risco à saúde pública: são os resíduos que não apresentem risco bio-
lógico, químico, radioativo ou perfurocortante.

Perfurante e cortante: compreendem os materiais utilizados na assistência à saúde,


capazes de causar lesões por corte, escarificação ou punctura.

4.2.2 PRINCIPAIS ABNT - NBR

Os resíduos sólidos no Brasil sempre foram regulamentados por Normas ABNT/NBR


(Associação Brasileira de Normas Técnicas), cada uma trazendo uma especificidade
relacionada aos assuntos com destaque para:

• ABNT NBR 10.004:2004 - Classificação dos Resíduos Sólidos Domiciliares.

• ABNT NBR 12.808:2016 – Classificação de Resíduos de Serviço de Saúde.

• ABNT NBR 14598:2000 – Classificação para produtos de petróleo e outras mais


específicas.

A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), Lei nº 12.305/2010, é atualmente,


a legislação mais importante quando se trata de resíduos sólidos no Brasil. A Lei
foi promulgada em agosto/2010 e regulamentada em dezembro do mesmo ano.

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Demorou aproximadamente vinte anos até ser concluída devido ao fato de sua ela-
boração levar em conta critérios obtidos a partir das melhores tecnologias existentes
em todo o mundo, considerando ainda as peculiaridades do nosso país. Dentre as
disposições gerais o texto inicial traz o seguinte enunciado:

[...] “Do objeto e do campo de aplicação”:

Art. 1 Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsa-
bilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

§ 1º Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito


público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos
sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerencia-
mento de resíduos sólidos.

§ 2º Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação
específica.

Para saber sobre todos os tópicos de interesse, você pode consultar a pró-
pria Lei nº 12.305/2010. Disponível no site oficial do Planalto (Presidência da
República); A cartilha da PNRS, publicada pela movieco (movimento ecoló-
gico), disponível na página Web-Resol (Instituto para a Democratização de
Informações sobre Saneamento Básico e Meio Ambiente) e o livro já referen-
ciado: Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. [org.]
Arnaldo Jardim, Consuelo Yoshida, José Valverde Machado Filho. Barueri, SP:
Manole, 2012. (Coleção Ambiental) disponível na Biblioteca virtual, como
uma importante referência para seu estudo.

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4.3 TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DOS


RESÍDUOS E REJEITOS

Os resíduos ou rejeitos devem ser dispostos de maneira adequada a fim de manter a


saúde humana e ambiental. Até 2010 vários municípios brasileiros dispunham seus
resíduos em vazadouros a céu aberto ou lixão. Este método de disposição não é mais
permitido. A partir da promulgação da Lei nº 12.305/2010, os municípios precisariam
se adequar a lei e implantar métodos de disposição ambientalmente corretos. Con-
forme a legislação vigente e citada anteriormente são métodos adequados de dispo-
sição dos resíduos sólidos domésticos os métodos apresentados a seguir:

• ATERRO SANITÁRIO

Opção aceitável, adequada e ambientalmente correta para disposição dos rejeitos.


Culturalmente no Brasil os aterros sanitários acabam por receber inadequadamente
resíduos reaproveitáveis e recicláveis. Isto determina que os aterros tenham a sua vida
útil diminuída, tornando necessária a construção de novos aterros em menor tempo
do que seria adequado. O problema é que os aterros demandam recursos, pois se tra-
ta de um empreendimento de engenharia que é oneroso e ocupa grandes espaços.

A implantação de aterros sanitários, no entanto, é uma alternativa que trata com


responsabilidade a disposição dos resíduos num local, desde a escolha da área, até
a preparação do terreno, operação, determinação de vida útil e recuperação da área
após o seu encerramento, tudo no projeto é preparado e operado de maneira racio-
nal para evitar danos à saúde pública e ao meio ambiente. O terreno de um aterro
sanitário é impermeabilizado para evitar que o chorume (percolado resultante da
decomposição da matéria orgânica) contamine o solo e o lençol freático, além de ter
um sistema de captação deste líquido para posterior tratamento.

• INCINERAÇÃO

A incineração constitui-se de um processo de combustão seca, que ocorre na pre-


sença de O2, onde são decompostos materiais que desprendem calor, gerando um
subproduto que são as cinzas. A ABRELP (Associação Brasileira de Empresas de Lim-
peza Pública e Resíduos Especiais) relata que em 2013 cerca de 44% dos resíduos de
serviços de saúde foram encaminhados para a incineração. Este é um dos principais
destinos dos RSS, devido, principalmente ao risco biológico presente neste resíduo.
Existem diferentes opções de incineradores, os de grelha fixa e de grelha móvel, a
depender do tipo e volume de resíduo produzido, além dos custos, pode-se escolher
a melhor opção.

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76 SUMÁRIO
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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

FIGURA 28 - MODELO ESQUEMÁTICO DE UMA PLANTA BÁSICA DE


INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

Você pode pesquisar mais sobre o assunto consultando os livros: PHILIPPI


JR, A. Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvol-
vimento sustentável. 2008; JARDIM, A.; YOSHIDA, C.; MACHADO FILHO, J. V.
[org.]. Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. 2012.
(ambos disponíveis na Biblioteca Virtual).

• COMPOSTAGEM:

A compostagem é um princípio de disposição dos resíduos orgânicos. Neste pro-


cesso, está envolvida a decomposição aeróbia, onde há a ocorrência de milhares de
bactérias que atuam quebrando moléculas complexas em compostos simples (gás
carbônico e água) e minerais.

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SUMÁRIO 77
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

O produto resultante deste processo é o composto orgânico, que pode ser usado
para a agricultura tanto em grande escala, quanto de porte doméstica. Quando com-
parado aos aterros e a incineração, o mecanismo apresenta uma viabilidade econô-
mica bastante vantajosa, entretanto, o bom funcionamento do processo depende do
modelo de negócio e da estrutura das usinas de compostagem instaladas.

Este modelo de disposição tem um grande componente social, que é o potencial de


se empregar vários catadores na triagem dos resíduos. Caso se faça a opção por este
processo devem-se observar alguns aspectos, dentre os quais a posição do lençol
freático, além do local, pois dentre outras variáveis, é importante que não seja feito
próximo de áreas onde haja moradias.

Existem outros modelos para tratamento e disposição dos resíduos, como a pirólise,
microondas, radiação ionizante, mas ainda são tecnologias onerosas e pouco utiliza-
das no Brasil.

4.3.1 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM

A coleta seletiva é uma atividade que consiste em separar previamente os resíduos a


fim de que possa ser encaminhando para a reciclagem de maneira mais adequada.
Esta separação pode ser feita inicialmente, somente triando o que é “seco” e o que é
“molhado”, ou seja separando a matéria orgânica dos demais resíduos. Alguns mu-
nicípios brasileiros já iniciaram a adoção da coleta de recicláveis no modelo porta a
porta. Em Belo Horizonte, por exemplo, do total de 487 bairros, 36 recebem o serviço
da coleta seletiva porta a porta, e a prefeitura atual (2018) pretende até 2026 expan-
dir o serviço para que todos os bairros sejam atendidos (PBH, 2018).

A coleta seletiva requer a participação da comunidade, os cidadãos precisam estar


motivados para que o processo funcione e alcance os resultados esperados. Para os
locais que não têm a coleta porta a porta, existe a possibilidade da coleta ponto a
ponto, onde estão presentes os LEVs, locais de entrega voluntária. Nesse contexto de
entender e participar da coleta seletiva e posteriormente do processo de reciclagem,
um cidadão que sempre se constitui um elemento inferior no processo é o catador de
recicláveis, são eles os principais agentes, pois fazem basicamente a primeira triagem,
já que muitos cidadãos ainda nãos se motivaram em participar da coleta seletiva.

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Procure informações sobre essa atividade no seu município, e participe, é um instru-


mento gerador de recursos financeiros e mais que isso, uma excelente ação de cuida-
do ambiental e qualidade de vida.

4.3.2 LIMPEZA PÚBLICA MUNICIPAL

Os serviços de limpeza pública municipal é função do poder público. As atividades


são programadas e fazem parte da gestão dos resíduos de uma cidade. Os serviços
de limpeza pública vão além da varrição e englobam os seguintes serviços:

• Limpeza de logradouros (varrição capina e outros)


• Acondicionamento dos resíduos coletados na limpeza;
• Coleta do material acondicionado;
• Tratamento e disposição final do material (aterro sanitário, compostagem ou
incineração, quando necessário).
• Reciclagem dos materiais
• Disposição de entulhos descartados incorretamente nos logradouros.

No Quadro 1 é apresentada a responsabilidade pela adequação da coleta e disposi-


ção dos resíduos domiciliares conforme disposto na legislação.

QUADRO 3 - TIPO DE RESÍDUO OU REJEITO E RESPONSÁVEIS DIRETOS PELA DISPOSIÇÃO.

RESPONSÁVEL PELA COLETA E


TIPO DE RESÍDUO OU REJEITO
DISPOSIÇÃO ADEQUADA

Domiciliar
Comercial Poder público (prefeituras)
Público
RSS
Industrial
O Gerador do resíduo
Portos, aeroportos
Agrícola e entulhos

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SUMÁRIO 79
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

Lembrando que a Lei nº 12.305/2010 trouxe várias “novidades” em relação


ao assunto, você pode procurar maiores informações sobre a disposição dos
resíduos na própria lei, já referenciada.

CONCLUSÃO
A presente unidade proporcionou a você aprender os princípios básicos do gerencia-
mento dos resíduos sólidos urbanos. É um assunto complexo, crescente e que requer
a participação de todos os setores da sociedade, desde o cidadão comum até as
grandes indústrias, onde cada setor tem sua regulamentação específica.

Gerir os resíduos é uma tarefa que deve estar sempre na pauta dos governantes e da
sociedade civil em todos os países, desenvolvidos ou não, sobretudo com o crescente
aumento da população em todo o mundo. Esperamos que você esteja satisfeito com
mais esta unidade e continue no seu processo de aprendizagem.

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80 SUMÁRIO
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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:

> Reconhecer a drenagem


pluvial como um componente
do saneamento urbano

> Apresentar os problemas


advindos do processo de
erosão.

> Conhecer os mecanismos de


controle da erosão.

> Relacionar precipitação e


escoamento pluvial.

> Diferenciar Microdrenagem e


macrodrenagem.

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SUMÁRIO 81
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

5 DRENAGEM URBANA
Drenagem pluvial é um componente do saneamento, e engloba as obras civis rela-
cionadas ao afastamento das águas pluviais. Philippi Jr. (2008) mostra que o escoa-
mento pluvial pode gerar inundações e impactos nas áreas urbanas devido aos pro-
cessos de inundações ribeirinhas ou em função da urbanização, tais eventos podem
estar combinados ou isolados.

Fatores como desmatamento, pavimentação do solo, aterramento de reservatórios e


de cursos d’ água, movimentação de terras, bem como alterações de escoamento das
águas pluviais, são os elementos chave na redução da infiltração e levam a problemas
de drenagem das águas pluviais.

Outra questão quando as águas pluviais não são drenadas adequadamente é a sa-
nitária e a presença de vetores responsáveis pela disseminação de doenças como
malária, dengue, Zika, Chikungunya.

5.1 DRENAGEM E SANEAMENTO

Controlar o escoamento das águas das chuvas é primordial para impedir as impli-
cações desfavoráveis que podem aparecer por meio de empoçamento das águas,
ocorrência de inundações, erosão do solo e assoreamento. Os objetivos principais dos
sistemas de drenagem visam garantir o trânsito de pedestres e veículos, o controle
da erosão, a proteção às propriedades que estejam localizadas em áreas sujeitas a
inundações, além da proteção dos logradouros e vias públicas, (CHERNICHARO e
COSTA, 2001).

Dentre os principais objetivos da drenagem, do ponto de vista sanitário, está a de-


sobstrução de cursos de água de córregos e riachos, no intuito de eliminar criadouros
de insetos, impedindo a proliferação de doenças

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82 SUMÁRIO
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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

As chuvas estão incluídas no ciclo hidrológico, conceitualmente a chuva é formada a


partir da evaporação da água devido ao aquecimento solar. Este vapor d’água carrega
as nuvens e, ao atingir altitudes mais elevadas ou encontrar-se com as massas frias de
ar, ele é condensado e precipitado em forma de água, ou seja: chuva. Os principais
tipos de chuvas são: orográficas, ciclônicas e convectivas.

(SAIBA..., 2017.)

Segundo Chernicharo e Costa, (2001) o processo de precipitação consiste na queda


da água na superfície do solo, o escoamento superficial é a fração que escoa pela su-
perfície e alcança os cursos de água, já a infiltração é a porção que infiltra no terreno
propiciando a recarga do lençol freático.

5.1.1 ATUALIZAÇÃO SOBRE DRENAGEM NO BRASIL

Um estudo do IBGE, feito em 2010, mostra que mais de oito milhões de pessoas vi-
viam em áreas com risco potencial de enchentes e deslizamentos de terra, em 872
municípios no país.

Salvador foi o município com o maior índice de pessoas vivendo em condi-


ções de risco o que equivale a 1,2 milhão de habitantes e expressa 45% da
população soteropolitana. Na cidade de São Paulo, 674,3 mil moradores e na
cidade do Rio de Janeiro, aproximadamente 445 mil, vivem sob risco, sendo
seguidos por Belo Horizonte e Recife.
(SARAIVA, 2018)

Igualmente a execução de obras, que deve ser feita pelo poder público municipal,
deve avaliar novas iniciativas construtivas que possam provocar danos, como por
exemplo, loteamentos, exploração de jazidas de areia, terraplanagem em fundos de
vale e outros.

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SUMÁRIO 83
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

FIGURA 29 - OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO – COMUNIDADE NO RIO DE JANEIRO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Uma premissa que deveria sempre ser seguida é a de se fazer prevenção ao invés da
remediação, de áreas que estão em iminente risco de deslizamentos de terra e en-
chentes, mas nem sempre é o que ocorre. Outra questão é a preservação do manto
vegetal sobre o solo e o controle de uso e ocupação do solo que também deve ser
associada à execução propriamente dita das obras civis de drenagem.

5.1.2 EROSÕES URBANAS

Mesmo que haja a preservação total de uma bacia hidrográfica, ainda é possível ocor-
rer à remoção de solo e a sua condução por meio das águas da chuva até que esse
sedimento alcance os mananciais doces e salgados. Esse processo, quando ocorre de
forma natural, mantém as condições de equilíbrio e não ocorrerão problemas mais
graves neste sentido.

Entretanto se a condição de equilíbrio é alterada devido à interferência humana, a


exemplo da retirada persistente da cobertura vegetal, o solo ficará exposto e suscep-
tível ao processo erosivo, ocasionando uma diversidade de problemas. O efeito noci-
vo desse processo é a formação de ravinas, isto é, aberturas que podem evoluir para
crateras e é comum em cidades cujas ruas não são pavimentadas (CHERNICHARO e
COSTA, 2001).

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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

Como consequência da erosão em áreas urbanas, tem- se destacado danos aos imó-
veis, nas estruturas das redes de água, esgoto, telefonia, eletricidade, pavimentação
e nas redes de drenagem pluviais propriamente ditas. Muitas dessas obras são to-
talmente danificadas, fazendo com que a administração pública esteja sujeita a re-
construção desses serviços e/ou indenização por danos as propriedades particulares
<(http://www.agencia.cnptia.embrapa.br)> acesso em 14/01/2019.

FIGURA 30 - EXEMPLO DE PROCESSO EROSIVO CAUSANDO A DESTRUIÇÃO


DE PROPRIEDADE.

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

5.1.3 NSTRUMENTOS DE CONTROLE DA EROSÃO

A erosão uma vez instalada requer medidas mitigadoras que visam controlar o pro-
cesso e tentar recuperar a área atingida.

Como principais ferramentas de controle da erosão urbana estão o planeja-


mento urbano, a organização do sistema viário urbano e o uso e ocupação
do solo.

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SUMÁRIO 85
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

Você pode obter um detalhamento do assunto em Philippi Jr, (2008) (lista de


referências bibliográficas ao final da Unidade). A obra está disponível na biblio-
teca virtual.

5.2 BASES ESTRUTURAIS DE DRENAGEM PLUVIAL

Os preceitos de drenagem pluvial no projeto de uma cidade são constituídos de mi-


crodrenagem e macrodrenagem.

5.2.1 MICRODRENAGEM

O Manual de Saneamento traz como conceito de microdrenagem urbana, ou siste-


ma de drenagem inicial, ou ainda sistema coletor de águas pluviais, como aquele sis-
tema composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, poços de
visita e galerias de águas pluviais e também alguns canais de pequenas dimensões.
Este sistema é dimensionado para o escoamento de águas pluviais, cuja ocorrência
tem um período de retorno (período de tempo médio que um determinado evento
hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez) entre dois e cinco anos.
Quando adequadamente projetados, minimizam consideravelmente os alagamen-
tos na área urbana. (FUNASA, 2015)

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FIGURA 31 - “BOCA- DE – LOBO” - EXEMPLO DE MICRODRENAGEM

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

O “poço de visita” é um dos elementos componentes do sistema de microdrenagem


e tem a função de permitir o acesso às canalizações em decorrência da limpeza e
inspeção, auxiliando na manutenção do sistema.

Já as “caixas de ligação ou de passagem” são elementos auxiliares, não visitáveis, que


permitem a interligação entre a boca-de-lobo e as canalizações, por meio dos tubos
de ligação. As galerias, por sua vez, são canalizações utilizadas para escoar as águas. O
sistema de galerias integra as bocas de lobo, tubulações, poços de visita e estruturas
acessórias, tendo em vista a condução de águas pluviais, desde a sua captação, nas
ruas, até a sua disposição, no sistema de macrodrenagem (FUNASA, 2015).

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SUMÁRIO 87
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

FIGURA 32 - “POÇO DE VISITA”

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

5.2.2 MACRODRENAGEM

A rede física de macrodrenagem é aquela constituída pelos principais “fundos de


vale”, independente de terem sido efetuadas obras específicas ou da localização das
áreas urbanizadas, já que este é o caminho natural das águas pluviais. Por conseguin-
te, a macrodrenagem de uma zona urbana corresponde à rede de drenagem natural
preexistente nos terrenos antes da ocupação.

FIGURA 33 - “TALVEGUES OU FUNDOS DE VALES”

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

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O sistema de macrodrenagem é o responsável pelo escoamento final das águas, po-


dendo ser formada por canais naturais ou artificiais (galerias e canais de grandes di-
mensões) e também por estruturas auxiliares. O sistema de macrodrenagem visa
melhorar as condições de escoamento de forma a atenuar os problemas de erosões,
assoreamento e inundações ao longo dos principais talvegues ou “fundos de vales”.

É constituído, em geral, por estruturas de grandes dimensões projetadas para aten-


der a ocorrência de cheias cujo período de retorno está compreendido entre 10 e 100
anos.

FIGURA 34 - GALERIAS DE DRENAGEM PLUVIAL

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

Para maiores esclarecimentos, obtenção de dimensionamento e equações


para elaboração de projetos você pode consultar o Manual de Saneamento
da FUNASA (2015), disponível em PDF para download <(http://www.funasa.
gov.br/biblioteca-eletronica)>.

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SUMÁRIO 89
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

CONCLUSÃO
Para que um sistema de drenagem funcione e reduza as implicações insalubres cau-
sadas em função das inundações torna-se necessário que todos façam a sua parte,
desde o cidadão procedendo ao controle na fonte dentro do seu próprio terreno, e
não descartando resíduos nas ruas, até alcançar todas as esferas de governo, no qual
o município é o carro-chefe em legislar e organizar os espaços urbanos, evitando a
ocupação de locais inapropriados à construção de habitações, promovendo os proje-
tos de micro e macrodrenagem.

Vale ressaltar que existem relações interativas entre o desenvolvimento sustentável,


proteção ambiental, a redução dos desastres e o bem-estar da população o que faz
com que os sistemas de drenagem ocupem um lugar de destaque no rol de inter-
venções e obras hidráulicas e sanitárias e, associados ao manejo das águas pluviais,
assumem assim, um papel de essencial importância no planejamento e saneamento
dos municípios.

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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:

> Especificar o conceito de


Emergência Ambiental.

> Determinar o que é um


desastre natural.

> Debater como a intervenção


humana interfere nos desastres

> Definir risco, perigo e


vulnerabilidade.

> Compilar os planos de ação


emergencial.

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SUMÁRIO 91
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

6 SANEAMENTO EM
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
As emergências ambientais podem ser provocadas por eventos naturais ou induzi-
das pela ação humana. Os desastres quando acontecem totalmente em função de
elementos naturais tem caráter geológico ou climatológico e estão restritos a deter-
minadas áreas. Terremoto e tsunamis, regiões ativamente vulcânicas, alteração da
temperatura nos oceanos que pode levar a formação de furacões, ocorrem em áreas
geologicamente previsíveis.

Todos já vimos nos noticiários, por exemplo, o quão foi desastroso o furacão Katrina,
que atingiu o litoral Sul dos Estados Unidos em 2005. Ou também o Tsunami que
devastou a ilha de Sumatra na Indonésia em 2004.

Para iniciarmos a unidade vou deixar uma pergunta para reflexão, você acha que
existe uma emergência ambiental “associada ao saneamento” que possa ser exclusi-
vamente natural?

Aprendemos no início da vida estudantil que de acordo com a teoria científica, o


planeta era composto inicialmente por gás e poeira. A Terra estava aquecida devido
a rochas em ebulição, vulcões ativos e intensas explosões de meteoros. Segundo os
cientistas isso aconteceu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos (4,54 x 109anos).
(Marcelle Souza em colaboração para o UOL, em São Paulo, 06/03/2018) <(https://no-
ticias.uol.com.br/ciencia)> acesso em 15/01/2019

Philippi Jr (2008) relata que a idade do planeta Terra pode ser conceituada em tem-
po geológico, mas em termos de discernimento humano é praticamente impossível
imaginar o quanto esse valor expressa. O autor vai mais além, mostrando que o tem-
po da escala da vida humana é mais facilmente entendido, o que nos leva a uma
melhor percepção temporal e espacial dos processos ambientais e sociais.

Os acontecimentos naturais constituem a base de modificação e enriquecimento


da natureza, ao provocarem alterações no meio ambiente. Quando essas alterações
interatuam com os humanos é que surge o conceito de desastre.

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FIGURA 35 - ESCALA SAFFIR-SIMPSON PARA FURACÃO, O DESENHO ILUSTRA AS CATEGO-


RIAS DE FORÇA, DANO E VELOCIDADE DO VENTO.

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018

6.2.1 SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Caracteriza-se como emergência a situação anormal, provocada por desastres, cau-


sando danos e prejuízos que impliquem o comprometimento parcial da capacidade
de resposta do poder público do ente federativo atingido (DEFESA CIVIL DE MINAS
GERAIS, 2018).

Desastre: é o resultado de eventos adversos, naturais, tecnológicos ou de ori-


gem antrópica, sobre um cenário vulnerável que fica exposto a ameaça, cau-
sando danos humanos, materiais e consequentes prejuízos econômicos e
sociais.

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SUMÁRIO 93
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

Estado de calamidade pública: é a situação anormal, provocada por desastre, causan-


do danos e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da capacida-
de de resposta do poder público do ente federativo atingido <(http://www.gabinete-
militar.mg.gov.br)> acesso em 15/01/2019.

Um exemplo de estado de calamidade pública é a situação de caos que frequente-


mente é vista nos hospitais públicos brasileiros.

6.2.2 DESASTRES NATURAIS E INTERVENÇÃO


HUMANA

Noji (2000) relata que existem algumas definições de desastre, sob o ponto de vista
da saúde, um desastre se define baseando-se nas consequências que refletem nos
serviços de saúde. Uma definição concreta considera o desastre como o resultado
de um importante esgotamento ecológico da relação entre os seres humanos e seu
ambiente, pode ser um evento súbito e grave (ou lento, como uma seca) de tal am-
plitude que a comunidade atingida precisa esforços hercúleos para tratá-lo, muitas
vezes sendo necessários, ajuda externa ou apoio internacional.

FIGURA 36 - SOLO SECO – SERTÃO NORDESTINO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

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Você pode buscar maiores informações em Philippi Jr, (2008), além disso,
está disponível para download em: <(http://www.sld.cu/galerias/pdf)> (em es-
panhol) uma excelente obra sobre o tema intitulada: Impacto de los Desas-
tres en la Salud . ERIC K. NOJI (2000).

Philippi Jr (2008) também relata que os desastres que são resultantes das atividades
humanas, são aqueles contrários aos eventos naturais, mas às vezes não se consegue
fazer uma distinção muito clara entre esses.

São exemplos de desastres ocasionados pela ação humana os desmatamentos, a mi-


neração excessiva, mudanças nos cursos de água, ocupação de encostas e outros, já
aqueles de tendência tecnológica pode-se citar, por exemplo, acidentes de transpor-
te, vazamentos de substâncias químicas e radiações e curiosamente, o mesmo autor
cita todos os tipos de guerras como desastres antrópicos.

Em 05 de novembro de 2015 ocorreu o rompimento da barragem de Fundão, da mi-


neradora Samarco, em Mariana (MG), o maior desastre socioambiental do país no se-
tor de mineração, foram lançados aproximadamente 45 milhões de m3 de rejeitos no
meio ambiente. O material poluente ultrapassou a barragem de Santarém, e correu
55 km no rio Gualaxo do Norte até o rio do Carmo, e ainda mais 22 km até o rio Doce.

A massa de rejeitos era constituída basicamente por óxido de ferro e sílica, o subdis-
trito de Bento Rodrigues foi destruído e deixou uma carreira de destruição até a costa
do estado do Espírito Santo, atravessando 663,2 km de cursos d’água. <(https://www.
ibama.gov.br)> atualização em 23/10/2018, acesso em: 15/01/2019.

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FIGURA 37 - LAMA ORIUNDA DA RUPTURA DA BARRAGEM DE FUNDÃO (SAMARCO)

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

6.1 RISCO, PERIGO E VULNERABILIDADE

Autores diferentes apresentam diferentes conceitos para o termo “risco”, entretanto o


ponto de convergência é que vem sempre associado à ideia de probabilidade.

Almeida Filho e Barreto (2011) definem como risco, em Epidemiologia, a probabili-


dade da ocorrência de uma doença, agravo, óbito, ou condição relacionada à saúde
(incluindo cura, recuperação ou melhora) em uma população ou grupo, durante um
período de tempo determinado.

Philippi Jr (2008) argumenta que um risco ambiental é uma medida de probabili-


dade ou a chance que um indivíduo ou uma população podem passar sobre um
determinado tipo de problema ambiental. O mesmo autor revela que o grau do risco
é função do efeito adverso que pode resultar de uma ação particular.

Sanders e McCormick, (1993) afirmam que risco não é sinônimo de perigo. Brilhan-
te e Caldas (1999) apresentam um exemplo bastante interessante, para diferenciar
risco e perigo. Segundo os autores descer uma escada, representa um risco real de
acidente, mas seria um tanto exagerado chamar o ato de descer escada como um
evento perigoso.

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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

Silveira (2002) contextualiza que em uma análise de risco à saúde desenvolve-se em


quatro fases, a saber: identificação do risco, avaliação da toxicidade, avaliação da ex-
posição e por fim a caracterização propriamente dita do risco. Relata ainda que o
desastre pode ser descrito como um perigo, que tem o risco ou probabilidade de
ocorrer, dependendo do grau de susceptibilidade ou vulnerabilidade a que esses sis-
temas estão expostos.

Veja um exemplo de fácil compreensão quando se relacionam os três elementos,


dentro do evento “enchentes”: a enchente é um desastre potencial de ocorrer, sobre-
tudo em locais que tem precária estrutura sanitária, e baixa qualidade nos sistemas
de drenagem pluvial. No período chuvoso, este desastre se torna um perigo potencial
para pessoas que estão mais expostas ou que apresentam maior vulnerabilidade, por
exemplo, uma família que mora em cidades situadas em vales ou em regiões onde
houve urbanização desordenada.

Uma família, por exemplo, que mora em uma região que se formou e desenvolveu
considerando os aspectos ambientais, sanitários, a capacidade de escoamento do
solo, associados a fatores sociais como, médio a alto poder aquisitivo e nível educa-
cional, está muito menos vulnerável a enchentes do que outra que vive em moldes
totalmente diferentes.

Cabe ressaltar que na maioria das vezes, a família que vive sob risco, perigo e vulne-
rabilidade de deparar com enchentes não fez uma “escolha” por viver na região com
estas características, mas diversos fatores a levaram a optar por uma área de risco, ou
que se tornou de risco para o evento/desastre enchente.

As enchentes aqui podem ser substituídas por qualquer outro exemplo de desastre
(seca, vulcanismo, furacões, ruptura de barragens, mineração excessiva etc.), guardan-
do, porém, as características inerentes a cada fator. Dessa forma a PAHO (2000) apre-
senta a equação de risco de desastre como sendo:

RISCO = PERIGO+VULNERABILIDADE

Observa-se, que nos últimos quinze anos, os desastres tem sido cada vez maiores
tanto em vítimas quanto em proporções e em termos econômicos. É sabido que a
natureza do desastre atua em conjunto com os moldes modernos de desenvolvi-
mento que tem sido perpetuado pela cultura humana de crescimento e expansão a
todo custo, ignorando que é praticamente impossível atribuir a um desastre, mesmo
sendo de caráter “natural”, possa ocorrer isoladamente, com propensão zero de inter-
ferência humana.

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SUMÁRIO 97
MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

6.2 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL (PAE)

Quando se faz um planejamento para os desastres, o propósito preponderante é a


elaboração de um plano de ação emergencial que precisa conter as seguintes metas,
conforme descrito em Philippi Jr. (2008):

• ser dirigido para uma ameaça específica (não se pode usar o PAE para en-
chentes em situação de incêndio florestal);

• estar relacionado ao Plano Nacional de Defesa Civil;

• avaliar o risco que um país ou região tem em função de determinados desas-


tres ( o Brasil não precisa ter um PAE para vulcanismo, já que aqui não se relata
esse tipo de desastre);

• listar os eventos passíveis de ocorrer e as necessidades da área de saúde para


enfrentá-los;

• organizar coordenadorias com funções e responsabilidades definidas (não


pode haver o “jogo de empurra” para áreas que não podem atuar na situação);

• desenvolver sistemas de alarmes e de evacuação da população atingida (de-


sastres como os que aconteceram em Goiânia – “Césio 137”; rompimento da
barragem da Samarco em Minas Gerais, deslizamento de encostas em Teresó-
polis no Rio de Janeiro e muitos outros, poderiam ter tido outro desfecho se
houvesse à época, um sistema de evacuação hábil e eficiente);

• desenvolver programas de educação ambiental;

• organizar exercícios de simulação de desastres que testem os mecanismos


de respostas (caso de simulação de incêndio pela corporação dos bombeiros
militares);

• assegurar recursos financeiros e materiais que estejam disponíveis em qual-


quer momento que ocorra a demanda e possam ser mobilizados em situação
de desastre (dispensar o processo licitatório, conforme previsto em legislação
Federal, Estadual ou Municipal);

• desenvolver um aplicativo em um SIG – Sistema de Informação Geográfica


com todas as informações pertinentes (demográfica, epidemiológica, serviços
de saúde) na área afetada.

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MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO

CONCLUSÃO
O estudo das emergências ambientais, naturais ou induzidas pela atividade humana,
e suas consequências sobre as populações expressam os exemplos de problemas
ambientais existentes, e as formas para prevenir, mitigar e recuperar da melhor forma
e em tempo hábil o país, a região, ou local atingindo. Os desastres mais repetidos no
Brasil são os deslizamentos, enchentes, seca, erosões, incêndios florestais e explosões
(falha de estrutura e ruptura de barragens de rejeitos) e devemos nos aperfeiçoar em
prevenir e/ou suavizá-los.

Assim como em diversas situações os países desenvolvidos, sobretudo aqueles que


estão sujeitos a desastres naturais (terremotos, furacões e outros), estão em constante
preparo para evitar e recuperar áreas envolvidas, mas devido à magnitude do evento
e ao impacto que a situação provoca, não é mais fácil para esses países controlarem a
situação do que para os países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos.

No Brasil aprendeu-se a lidar com os desastres após a ocorrência de eventos que oca-
sionaram problemas irreparáveis a curto e médio prazo, e uma considerável perda de
vidas. Em função da ocorrência dos mesmos problemas ao longo dos tempos, tem se
aprendido a enfrentar diversas situações com mais acurácia. Um evento que ocorre
repetidamente no Brasil são as enchentes e deslizamentos de terra, e mesmo que
tenhamos evoluído em relação há quarenta anos, ainda permanecem várias dificul-
dades de enfretamento do problema.

De forma geral é necessário compreender que os desastres da atualidade são na


grande maioria, ocasionados pela interferência humana nos ambientes, há que se
salientar que o modelo econômico de consumo e exploração intensiva dos recursos
pode nos levar a derrocada. Enquanto os governos e a sociedade como um todo não
atentarem de forma séria e colocar em prática efetivamente os temas discutidos em
encontros e reuniões sobre meio ambiente que ocorrem mundo afora, os desastres
continuarão a ocorrer levando a perda de bens materiais e ceifando vidas.

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SUMÁRIO 99
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