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MEIO AMBIENTE E
SANEAMENTO
MISSÃO
VISÃO
EDITORIAL
Seja bem-vindo!
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 26
SUMÁRIO
2.2.6.6 CRIPTOSPORIDIOSE 47
2.2.6.7 FEBRE TIFOIDE 48
CONCLUSÃO 49
3 ESGOTAMENTO SANITÁRIO 52
3.1 INTRODUÇÃO 52
UNIDADE 3 3.1.1 CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS 52
3.1.2 COMPOSIÇÃO DOS ESGOTOS 54
3.2 LEGISLAÇÃO SOBRE ESGOTOS SANITÁRIOS 57
3.2.1 IMPACTO DO LANÇAMENTO DE EFLUENTES NOS CORPOS
RECEPTORES - PROCESSO DE AUTODEPURAÇÃO DAS ÁGUAS 57
3.2.2 EUTROFIZAÇÃO 58
3.2.3 NÍVEIS DE COLETA E MECANISMOS DE TRATAMENTO DOS ESGOTOS 60
3.2.3.1 PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS 61
CONCLUSÃO 63
CONCLUSÃO 80
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 90
CONCLUSÃO 99
REFERÊNCIA
100
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS
GLOSSÁRIO QUESTÕES
MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES CITAÇÕES
EXEMPLOS DOWNLOADS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina Saúde e Saneamento Ambiental tem o propósito de apresentar a você
a inter-relação entre Saneamento do Meio Ambiente e Saúde Pública. A partir do
estudo da disciplina, você poderá conhecer os efeitos nocivos da ausência e precarie-
dade do saneamento. Também permitirá sua capacitação para conhecer as diversas
legislações, concernentes ao saneamento, nos âmbitos federal, estadual e municipal
e demonstrar por meio de dados estatísticos as melhorias nos níveis de saneamento
ocorridos no Brasil, e estudar os processos de tratamento e distribuição de água para
abastecimento público e os sistemas de coleta e tratamentos dos esgotos sanitá-
rios, além dos sistemas de coleta e destinação final dos resíduos sólidos urbanos e
limpeza pública urbana. Esses assuntos fazem com que você seja capaz de adquirir
conhecimento técnico e principalmente associar o conteúdo da disciplina de ma-
neira crítica e integrada ao cotidiano, o que possibilitará a compreensão de que o
estabelecimento dos princípios de saúde é fundamental para o entendimento das
questões socioambientais e a interligação entre os componentes ambiental, animal
e humano.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
UNIDADE 1
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
1 MEIO AMBIENTE E
SANEAMENTO
O saneamento ambiental, muitas vezes negligenciado em países subdesenvolvidos e
em desenvolvimento como o Brasil, está presente na grande maioria das atitudes hu-
manas e é assunto em eventos sociopolíticos e econômicos. Reflita sobre as seguintes
situações: “os garis entraram em greve por melhores condições de trabalho”; “chuvas
torrenciais assolaram a cidade na tarde de hoje”; “com a entrada do período chuvoso,
as agências de vigilância sanitária brasileira entram em estado de alerta”.
Bons estudos!
Conforme apresentado por Rocha (2016), foi em meados de 1850 que se identificou
o surgimento da necessidade em se proceder ao tratamento dos esgotos antes que
alcançassem os mananciais como os rios, lagos e represas, levando à sua poluição.
Para que você possa ampliar os seus conhecimentos sobre o assunto, su-
gerimos a leitura deste livro: ROCHA, Aristitides Almeida. Histórias do Sa-
neamento. 1. ed. digital. ISMB, 2018. Este livro está disponível na Biblioteca
Virtual.
O conceito de poluição vai além de uma definição básica que as pessoas possam
imaginar. A Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente,
traz em seu texto o conceito de poluição, como: degradação da qualidade ambien-
tal resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades
Dessa forma, têm-se a poluição da água, do ar, do solo, poluição sonora, poluição vi-
sual. No mundo moderno, as pessoas vivem sob diferentes fontes e formas de pressão
e agentes poluidores que afetam a qualidade de vida das pessoas, que, às vezes, nem
se dão conta que aquele é um fator poluidor. Vejam-se estes exemplos.
Qual a última vez que você olhou e contemplou um céu estrelado? Qual foi a
última vez que você contou estrelas ou tentou identificar as constelações em
uma noite escura. Se você o fez e conseguiu, ótimo, mas pergunte a alguma
criança se ela já viu uma estrela cadente. Esses eventos têm se tornado cada
vez mais raros. Com a evolução das cidades, os humanos têm se afastado
do contato com a natureza, e, além das tarefas do dia a dia e do excesso de
espaços fechados, outro problema tem feito com que as pessoas não enxer-
guem mais tantas estrelas no céu: a poluição luminosa das grandes cidades
(POLUIÇÃO..., 2010).
Para ler toda a reportagem, acesse o site oficial do Portal Eco Desenvolvi-
mento e busque pelo título “Em 16 anos, poluição do ar matará 256 mil só
em São Paulo”.
Esse é apenas um exemplo de poluição que afeta as pessoas e que talvez seja aquele
tipo que venha de imediato à mente quando se trata de saneamento.
Veja outro exemplo: em outubro de 2018, o Jornal Folha de São Paulo pu-
blicou uma reportagem que afirmava que: “Diariamente 207 milhões de bra-
sileiros vão ao banheiro, mas 100 milhões deles não têm acesso à coleta de
esgotos [...] com isso as cem maiores cidades brasileiras despejam diariamen-
te mais de 2.300 piscinas olímpicas de esgotos nos mares, e rios, sendo que
os rios constituem os mesmos recursos de onde será captada água doce, que
após o tratamento vai ser utilizada no abastecimento da população”.
A notícia visa alertar às pessoas que um grande volume de esgotos domésticos ainda
é descartado nos rios sem nenhum tratamento; entretanto, num próximo momento,
é neste mesmo rio que será feita a captação da água, e esta será submetida a trata-
mento nas ETAs (estações de tratamento de água) para ser utilizada pelas pessoas
em suas atividades, ou seja, água e esgoto são os mesmos recursos, fluindo por rotas
diferentes!
Para ler a reportagem na íntegra, acesse o site oficial do Jornal Folha de São Paulo
e busque pela reportagem “Drama nacional, saneamento é subdimensionado em
planos de presidenciáveis”.
• Abastecimento de água.
• Coleta, tratamento e destinação final adequados dos resíduos líqui-
dos (esgotos).
• Coleta, gestão, tratamento e destino final dos resíduos sólidos (lixo).
• Drenagem das águas pluviais.
• Controle de vetores (insetos e roedores transmissores de doenças).
E mais, saneamento dos alimentos, dos locais de trabalho, dos locais de recreação, e
aplicado ao planejamento territorial e estudos de impacto ambiental. Você imagina-
va que saneamento, modernamente, abrangia todos estes itens? Isso porque se torna
impossível desvincular o saneamento da saúde nos dias atuais. Em ambiente onde
não existe saneamento, a saúde é precária, e se permite o estabelecimento de doen-
ças que impedem aos humanos ter qualidade de vida.
Os ODS são mais universais, podem e devem ser aplicados por todos os países, e não
somente por aquelas nações em desenvolvimento. Os novos objetivos reconhecem,
por exemplo, que combater a mudança global do clima é essencial ao desenvolvi-
mento sustentável.
Para essa nova etapa, foram inclusas novas metas, que deverão ser alcançadas entre
2015 e 2030, contemplando temas que irão orientar os países, tais como: saúde,
energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mu-
danças climáticas, proteção e uso sustentável dos oceanos, dentre outras. Para todo
o futuro vindouro, viver de modo mais sustentável, preservando os recursos naturais,
desde a forma mais ínfima, até a mais sofisticada é uma tarefa que deve envolver
todos os cidadãos.
CONCLUSÃO
Ao término desta unidade, pode-se perceber que o estudo do saneamento ambien-
tal vai além de conhecer sobre abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Foi possível aprender que os problemas de ordem sanitária não estão atrelados so-
mente aos séculos XX e XXI, e sim que, desde que os humanos ocuparam definitiva-
mente os ambientes terrestres, começaram a surgir as necessidades de se lidar com
os dejetos produzidos. Entretanto, desde a metade do século XX, diante dos proble-
mas ambientais, sociais e econômicos, que intervêm decisivamente no contexto da
saúde pública, dificuldades vêm se agravando pouco a pouco e alcançando níveis
dramáticos na primeira década e meia do século XXI. São inúmeros os exemplos do
cotidiano em que se pode perceber como questões sócio-sanitárias estão presentes
no dia a dia. A grande maioria das pessoas já sentiu, por exemplo, os efeitos provoca-
dos por uma enchente ou o impacto de se descartar lixo nas ruas, e ainda o mal-estar
advindo dos odores do esgoto, e quem pode se isentar do quão desanimador é che-
gar em casa após um dia de trabalho e faltar água para um banho reconfortante, para
o preparo dos alimentos, e na região rural para “molhar” as plantas, manter a vida dos
animais e tantas outras atividades.
Esta unidade propiciou a você conhecer e perceber como as questões sanitárias são
tão cotidianas quanto assuntos políticos e econômicos. Nesta disciplina, ainda serão
abordados todos os itens técnicos necessários à implementação do saneamento, os
prejuízos advindos da sua ausência ou precariedade e como a proposta e aplicação
de políticas públicas ambientais (entendam-se ecológicas, de saúde pública, e so-
ciais) são imprescindíveis para a qualidade de vida humana dos animais e do planeta.
Estes são apenas os primeiros fundamentos para o desenvolvimento sustentável que
visam garantir às gerações atuais e vindouras viver em um ambiente que proporcione
qualidade de vida. Sinta-se motivado ao aprendizado, que permitirá a você ser plena-
mente capaz de aplicar esses conhecimentos em sua futura profissão.
UNIDADE 2
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
2 A ÁGUA PARA
ABASTECIMENTO
Prezado aluno, nesta unidade será abordado o assunto “água para abastecimento”,
um recurso que por muitos anos foi considerado como infinito. Hoje, em pleno sé-
culo XXI, percebeu-se que a exploração intensa desse recurso, associada à explosão
demográfica observada nos últimos 30 anos e ao aumento da poluição gerada pelas
atividades humanas, levou a repensar o seu uso de forma mais racional.
A autora Sandra Postel, no sumário do seu livro “Last oasis”, publicado em 1992, cita
a Terra vista do espaço e o quanto é difícil imaginar como um planeta tão azul possa
estar passando por problemas de falta d’água. Quantas vezes pensa-se nisso e não se
consegue saber a resposta? Você verá nesta unidade que isso ocorre porque mais de
99% dessa água não está disponível para consumo.
Postel ainda apresenta um relato impactante sobre esses fatos, mostrando que, no
Oriente Médio (do petróleo), nove entre 14 países já vivem em escassez física de água
e que aproximadamente 40% da população mundial vive em bacias hidrográficas
compartilhadas por dois ou até mais países e se envolve em frequentes disputas, a
exemplo de Bangladesh e Índia, pelo rio Ganges ou México e os EUA, pelo rio Colo-
rado.
2.1 INTRODUÇÃO
Por muito tempo, se cogitou que a água era um recurso natural infinito, porém o au-
mento populacional e a urbanização fizeram com que os mananciais se tornassem
mais poluídos, em virtude do volume de esgotos que lhe eram lançados. Então os
corpos hídricos foram perdendo a capacidade de autorrecuperação. A escassez hídri-
ca tem graves consequências nos âmbitos socioeconômico e ambiental. A água é um
recurso que precisa ser preservado para manter o bem estar do planeta e de todas as
formas de vida que nele vivem.
A questão hídrica torna-se mais especial quando se avalia que, dos 0,3% de água
disponível e de mais fácil captação, 65% são utilizados em atividades agrícolas, 22%,
pela indústria, 7%, pelos municípios, e os outros 6% são perdidos em termos de uso
para os humanos.
Entre os países com maior risco de escassez hídrica, estão a região árida do
Oriente Médio, Norte da África e, ainda, Bahrein, Catar, Kuwait, Líbia, Djibuti, Iê-
men, Arábia Saudita, Omã e Egito. Estes são categorizados como os países que
mais apresentam estresse hídrico no mundo. Algumas dessas áreas de intensa
escassez hídrica apresentam, além de conflitos pelo uso da água, outros de or-
dem territorial e religiosa, por exemplo, Israel, Líbano, Jordânia e Síria. Para saber
mais sobre esse assunto, acesse o site Maple Croft.
O Brasil figura entre os países com a maior disponibilidade de água no mundo, po-
rém a distribuição do recurso é desigual, quando se avaliam as regiões brasileiras.
A região Norte, por exemplo, concentra aproximadamente 80% da quantidade de
água disponível, mas representa apenas 5% da população brasileira. Já as regiões
próximas ao Oceano Atlântico possuem mais de 45% da população, porém menos
de 3% dos recursos hídricos do país. A tabela apresenta a distribuição dos recursos
hídricos e a respectiva população entre as cinco regiões brasileiras.
A Agência Nacional das Águas (2005), no relatório da qualidade das águas das bacias
hidrográficas federais, revelou que, entre as bacias que apresentaram os menores
valores do Índice de Qualidade das Águas, destacam-se as bacias do rio Tietê (São
Paulo), rios Joanes e Ipitanga (Bahia) e rios das Velhas e Paraíba do Sul (Minas Gerais).
Conforme relatam Mota (2006) e Agência Nacional das Águas (2005), entre as prin-
cipais formas de poluição da água superficial e subterrânea, estão os esgotos (do-
mésticos e industriais), pesticidas, fertilizantes, detergentes e carreamento de solo,
em função de erosão. Já para as águas subterrâneas, a origem dos poluentes pode
Como consequência da poluição das águas, podem advir vários problemas negativos
de ordem social, ambiental e econômica, como prejuízos ao abastecimento humano,
elevação dos custos de tratamento, assoreamento dos mananciais, desvalorização
das propriedades e prejuízos aos peixes e outros organismos aquáticos.
Artigo publicado no portal Ecycle [2013?] afirma que, assim como em várias
partes do planeta, a maior parte do lixo marinho é constituída por plástico. De-
terminados fatores, como o descarte incorreto desses resíduos e a falta de coleta
seletiva em determinadas regiões, faz com que o plástico, quando descarta-
do no ambiente marinho, acarrete diversos problemas para o ecossistema. No
Brasil, o consumo de peixe aumentou 196% entre 2002 e 2010. Isso tem gera-
do preocupações, uma vez que existe o problema com relação à toxicidade do
plástico em animais marinhos.
O Brasil é um dos países com maior fonte de recursos hídricos, por isso deve ser
exemplo na gestão e preservação desse recurso imprescindível para a vida. A partir
dos anos 1980, os três principais enfoques dessa gestão eram a sustentabilidade am-
biental, social e econômica. Tornou-se imperativa a busca de leis mais apropriadas na
formulação de políticas públicas para integrar toda a sociedade.
Em 1997, foi sancionada a “Lei das Águas” (Lei n° 9.433/1997). Essa legislação estabe-
leceu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).
Para que você amplie os seus conhecimentos a respeito do tema, consulte ou-
tras legislações do governo federal no portal de legislação.
Fonte: Adaptado de CENTRO EXPERIMENTAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO,
[20-?].
Um dos elementos mais importantes é o manancial, pois é dele que será retirada
toda a água que abastecerá a comunidade. O manancial pode ser superficial (rios,
reservatórios ou lagoas) ou subterrâneo (coleções subterrâneas de água).
2.2.5.1 CLARIFICAÇÃO
2.2.5.2 FILTRAÇÃO
2.2.5.3 DESINFECÇÃO
Você viu nos tópicos anteriores que diversos agentes poluidores, quando introduzidos
nos corpos hídricos, podem ocasionar alterações e prejudicar os seus usos, sobretudo
os usos considerados nobres, como o consumo humano e dessedentação de animais.
Leia o trecho a seguir:
[...] “Há 20 anos, a vida de 126 famílias de Caruaru/PE foi marcada por um caso
conhecido como “A Tragédia da Hemodiálise”. Cerca de 60 pacientes morreram
em uma clínica de hemodiálise por causa de uma intoxicação apontada pela
Secretaria Estadual de Saúde como hepatite tóxica. [...] A conclusão foi que a
morte dos doentes renais foi provocada por uma toxina chamada microcistina,
liberada por cianobactérias, presentes na água usada na hemodiálise. Trata-se
de um micro-organismo comum em rios, lagos e açudes e que produz uma to-
xina chamada microcistina LR, que é uma substância tóxica.”
Esse exemplo é para mostrar que a água, na situação descrita, apresentava-se dentro
dos parâmetros preconizados pela legislação, conforme relatado pela secretaria de
saúde do município. Esse tratamento, no entanto, não ofereceu informações sufi-
cientes da qualidade biológica da água, primordial para a saúde. Pretende-se que
você compreenda que os micro-organismos indicadores, bem como os patogênicos,
como o próprio nome sugere, não são possíveis de serem detectados na água a olho
nu.
Existem várias doenças que podem ser transmitidas por meio de água não tratada
ou com baixa qualidade no tratamento. Não é possível, neste texto, listar todas as
doenças de relacionada à água. Assim, você deve buscar mais detalhes por meio da
pesquisa bibliográfica.
Para você buscar mais informações sobre o tema, sugerimos a leitura dos livros
abaixo.
• TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C.L. Microbiologia. 12. ed. Porto Ale-
gre: Artmed, 2016.
Outras obras:
2.2.6.1 CÓLERA
Causada por uma bactéria chamada Vibrio cholerae, a transmissão da cólera é quase
exclusivamente pela água. Os principais sintomas da doença são diarreia, variando de
leve a aguda, vômito e perda excessiva de fluidos, que pode levar a morte. Os reserva-
tórios principais do micro-organismo são os humanos e o ambiente. Epidemiologica-
mente, é uma doença endêmica em vários países da Ásia, rara nos EUA e Europa, já
ocorreu no Chile e Peru, devido ao consumo de vegetais contaminados com esgoto
sem tratamento (BASTOS, 2003; VON SPERLING, 2005; PHILLIPE JR., 2006). No Brasil,
entre 1991 e 2001, a sétima pandemia atingiu várias regiões do país, com um total de
168.598 casos e 2.035 óbitos, com predominância na região Nordeste. A prevenção e
controle são, basicamente, o tratamento de água e esgoto.
2.2.6.2 ASCARIDÍASE
2.2.6.3 GIARDÍASE
2.2.6.4 DIARREIAS
Diarreia não se trata de uma doença, e sim sintomas caracterizados pelo aumento do
número de evacuações e a perda de consistência das fezes, que se tornam líquidas.
Uma das piores complicações da diarreia é a desidratação. As diarreias infecciosas
podem ser causadas por agentes de origem bacteriana (Toxinas bacterianas de Sta-
phylococcus), por bactérias dos gêneros Salmonella, Shigella, sorotipos patogênicos
de bactérias do grupo dos coliformes (Escherichia coli), infecções virais e por parasitas
intestinais.
2.2.6.5 ESQUISTOSSOMOSE
2.2.6.6 CRIPTOSPORIDIOSE
CONCLUSÃO
A presente unidade apresentou uma série de novos conhecimentos que propiciou a
você conhecer, descrever e associar a água não só ao abastecimento, mas também
como um elemento primordial para a vida e a saúde. Foram expostos dados sobre a
disponibilidade de água no mundo e no Brasil, permitindo que você examine, a partir
do seu aprendizado, o quanto o recurso hídrico é de extremo valor para os humanos
e demais seres vivos. Esta unidade trouxe, em diversos aspectos, razões pelas quais é
imperativo usar a água de modo sustentável.
Com o estudo desta unidade, você se tornou capaz de elencar as principais legis-
lações pertinentes à preservação do recurso e aquelas associadas à sua qualidade,
assim como entender que as legislações são importantes instrumentos para regula-
mentar os usos da água, a classificação dos corpos hídricos, as medidas de segurança
hídrica e todas as etapas do tratamento, certificando que a preservação da água seja
a garantia da sobrevivência dos seres vivos no planeta.
humanas é uma necessidade que o poder público deve oferecer aos cidadãos de
uma comunidade. Em última análise, você também conheceu as principais doenças
relacionadas à água e como esse bem, tão precioso, pode conter impurezas, agentes
poluidores e micro-organismos com potencial de causar graves danos à saúde e até
ocasionar a morte. Deseja-se que o estudo da unidade tenha possibilitado a você,
mais do que conhecer as doenças e seus agentes causadores, saber como preveni-las.
Esperamos que você siga em frente com seus estudos e encerramos a unidade.
UNIDADE 3
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
> Descrever os
mecanismos de coleta
dos esgotos.
3 ESGOTAMENTO SANITÁRIO
3.1 INTRODUÇÃO
A água tratada depois de usada, em função do seu uso, transforma-se em água resi-
duária. Durante muito tempo, as águas residuárias produzidas a partir das atividades
humanas foram descartadas no corpo receptor (rios, lagoas) sem nenhum tratamen-
to, isso porque o corpo de água tem, por natureza, uma capacidade de autorrecupe-
ração. Entretanto, com o aumento da população, os volumes de esgotos gerados, so-
bretudo nas áreas urbanas, cresceram além do que é possível tolerar, o que se tornou
um grande problema poluidor para os mananciais.
Phillipi Jr. (2008) descreve que nas áreas urbanas as principais fontes de águas re-
siduárias compreendem os esgotos domésticos provenientes das residências, co-
mércio e instituições públicas; esgotos industriais oriundos de indústrias e esgotos
especiais derivados de empreendimentos como hospitais, shopping centers e aero-
portos; infiltrações e vazões adicionais, por exemplo, as águas de infiltração que pe-
netram no sistema de esgotamento por juntas de tubulações, e defeitos nas paredes
das tubulações.
A vazão dos esgotos domésticos é calculada com base no consumo da água de abas-
tecimento de uma localidade e pode variar conforme o clima e o aspecto de vida da
comunidade, além das atividades econômicas que são desenvolvidas no local. Com o
aumento do consumo de água, o volume dos esgotos cresceu proporcionalmente e,
além de ser coletado adequadamente, precisava passar por etapas de tratamento a
fim de reduzir a carga poluidora e manter a qualidade dos mananciais.
Segundo dados do IBGE (2010) a cidade de São Paulo possuía em 1970 uma
população de 3.781.446 habitantes e até essa época os esgotos gerados pela
população paulistana eram descartados nos corpos hídricos sem nenhum
tratamento. Somente 10 anos depois é que foram executadas as primeiras
obras de construção de Estações de Tratamento de Esgotos. Nos anos 2010,
a população alcançou um patamar da ordem de 11.253.503 habitantes. Ima-
gine se todo o esgoto produzido por essa população ainda fosse despejado
nos mananciais sem nenhum tratamento. O corpo de água simplesmente
não suportaria.
Phillipi Jr. (2008) ainda mostra que a vazão de esgotos domésticos é calculada por
meio do conceito de vazão de retorno, que é em média 80%. Esclarecendo, significa
que, se uma família consome 100 litros de água, 80 seriam convertidos em esgotos.
Von Sperling (2005) descreve que os esgotos são compostos por 99,9% de água e
0,1% de sólidos, orgânicos e inorgânicos, além da carga de micro-organismos, e ainda
relata que é devido a essa pequena porcentagem de sólidos que há a necessidade de
tratar os esgotos.
As principais características físicas dos esgotos domésticos, de acordo com von Sper-
ling (2005), são: temperatura, cor, odor e turbidez.
Esgotos Sanitários
Você pode buscar o detalhamento das informações nos livros Sistemas Sus-
tentáveis de Esgotos (MENDONÇA; MENDONÇA, 2018) e Saneamento, saúde
e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável (PHILLIPI
JR., 2008), ambos disponíveis na Biblioteca virtual, além do Manual de Sa-
neamento da Fundação Nacional de Saúde (2004), que está disponível gra-
tuitamente para download no portal da Fundação Nacional de Saúde.
troduzem uma carga de substâncias químicas tóxicas aos animais e aos humanos.
Os esgotos precisam ser coletados e destinados, para assim evitar a transmissão de
doenças e reduzir os danos ao ambiente.
O sistema coletivo engloba uma rede de coleta de esgotos que pode ser de diferen-
tes tipos: único ou combinado, em que as águas pluviais e os esgotos domésticos são
coletados em conjunto no mesmo sistema; sistema parcialmente separador, no qual
é comportada na rede somente a fração das águas pluviais provindas de telhados e
pisos dos domicílios; e o sistema separador absoluto, pelo qual as águas pluviais e os
esgotos domésticos são conduzidos em tubulações autônomas.
No Brasil, bem como nos países tropicais, é adotado o sistema separador total, devido
a algumas vantagens, tais como custo-benefício devido às dimensões das tubulações
serem menores; possibilidade de melhores formas de controle da contaminação das
águas para o tratamento, reduzindo o custo das Estações de Tratamento de Esgotos
(ETE); facilidade de construção por etapas, de acordo com a disponibilidade, e a con-
veniência financeira, assegurando melhor viabilidade, e outros (MENDONÇA; MEN-
DONÇA, 2018).
Entretanto, não são todas as localidades que possuem a coleta de esgotos por meio
de rede e necessitam adotar sistemas individuais de coleta de esgotos. Soluções in-
dividuais são indicadas para serem usadas na área rural ou no âmbito de populações
mais dispersas.
Dentre os sistemas individuais existentes estão as fossas. As fossas sépticas são uti-
lizadas quando ocorre o lançamento de excretas humanas em privadas higiênicas
provenientes de uma unidade familiar e podem, também, ser utilizadas para afastar
os esgotos gerados por poucas unidades habitacionais, não conectadas por meio de
rede. Usualmente, seu uso envolve a infiltração no solo, constituindo, assim, um siste-
ma de coleta e tratamento dos esgotos.
O lançamento de efluentes sanitários nos corpos de água, quando feito sem nenhum
tratamento, é responsável pela introdução de grandes cargas de matéria orgânica, o
que vai culminar na redução de oxigênio dissolvido na água e que pode ocasionar
muitos problemas na biota aquática. Os mananciais, quando recebem uma carga
orgânica, têm uma capacidade natural de se autorrecuperar por meio de diversas
etapas. Esse processo é conhecido como autodepuração das águas, requer tempo e
ocorre em função da diluição dos despejos. O processo compreende, basicamente,
quatro etapas, conforme descrito em von Sperling (2005) e apresentado a seguir.
Zona de Degradação: esta etapa tem início assim que ocorre o lançamento do esgo-
to no curso d’água. A principal característica química dessa região é a elevada con-
centração de matéria orgânica ainda em seu estado mais complexo, mas decompo-
nível em potencial.
Zona de Decomposição Ativa: na fase inicial ocorre uma perturbação geral do ecos-
sistema, que começa a se reorganizar porque os micro-organismos iniciam a degra-
dação da matéria orgânica. Nesta etapa, o corpo d’água está no estado de degrada-
ção o mais deteriorado possível.
Você pode ter mais informações sobre o que ocorre mais especificamente em cada
etapa no livro Tratamento de Águas e Efluentes: fundamentos de saneamento am-
biental e gestão de recursos hídricos, de Cláudia Bittencourt e Maria Aparecida Silva
de Paula, disponível na Biblioteca Virtual.
Caso queira ampliar ainda mais o seu conhecimento, sugerimos outras obras, como:
Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos, de M. von Sperling, e
o Manual de Saneamento, da Fundação Nacional de Saúde (2004).
3.2.2 EUTROFIZAÇÃO
Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que “dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providên-
cias”.
Os níveis de tratamento dos esgotos têm relação direta com os poluentes que se de-
seja remover. Dessa forma, os níveis de tratamento são:
A maioria dos sistemas aquáticos naturais tem o fósforo como nutriente limitante das
atividades biológicas e, em virtude desse fato, sua remoção é adotada para o controle
dos processos de eutrofização (BITTENCOURT; PAULA, 2014; von SPERLING, 2005).
Sistemas anaeróbios
Os modelos mais conhecidos são os reatores UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blan-
ket, reatores de manta de lodo) ou RAFA (reator anaeróbio de fluxo ascendente). Nes-
se processo, a oxidação da matéria orgânica ocorre em ambiente anaeróbio, onde
ocorrem os principais processos metabólicos, que são a fermentação e a respiração
(CHERNICHARO, 2007).
São bastante utilizados na remoção de carga orgânica, com elevados níveis de eficiên-
cia. Após o tratamento preliminar, a sedimentação simples é realizada no decantador
primário, cujo efluente é encaminhado para um reator de tratamento secundário
(tanque de lodos ativados ou decantador secundário). A matéria orgânica é degrada-
da por micro-organismos aeróbios e convertida em constituintes mais simples e não
poluentes (CO2 e água).
Biodiscos
A biomassa vai crescer aderida a um meio suporte, constituído de discos. Esses discos
ficam parcialmente imersos no líquido e giram, expondo a superfície ora para a parte
líquida, ora para o ar.
São lagoas ou canais rasos que abrigam plantas aquáticas. Mecanismos físicos, quími-
cos e biológicos atuam no sistema raiz-solo, atuando, assim, no tratamento dos esgotos.
CONCLUSÃO
A presente unidade ofereceu a você informações sobre os esgotos sanitários. O sanea-
mento, de maneira geral, representa uma questão que ainda está em evolução nos
países em desenvolvimento como o Brasil. Esgotamento sanitário está intimamente
ligado ao abastecimento de água, por isso a melhoria nos sistemas de abastecimen-
to de água incita a melhoria do atendimento dos serviços de esgotamento sanitário.
Entretanto, esses dois elementos do saneamento não crescem de forma equivalente.
UNIDADE 4
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
4 RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS
Os resíduos sólidos (RS) constituem desde o final do século XX e início do século XXI
um problema que gera importantes impactos ambientais e é um grande desafio
a ser enfrentado tanto pelo poder público quanto pela sociedade. A geração total
de resíduos cresceu em todo o mundo. A sociedade consumista moderna descarta
aqueles bens que às suas vistas não lhes servem mais. Os produtos, sobretudo os tec-
nológicos, são substituídos com elevada frequência e por período de uso muito curto
e isso faz com que a geração de resíduos cresça a cada ano.
Foranttini (1979) apud Lima (2004), segundo sua concepção, apresenta as principais
vias de acesso de agentes patogênicos oriundos do “lixo”, apresentados na Figura 1.
Outra questão que também interfere na qualidade de vida associada à inadequada
disposição dos resíduos são os maus odores e a poluição visual dos ambientes.
LIXO
Fonte:
Os resíduos sólidos no Brasil ainda são tratados de forma incipiente, o poder público
trata o assunto de forma compartimentada e a conscientização da sociedade brasi-
leira ainda é modesta. Em vários municípios ainda não foi possível resolver totalmen-
te o problema dos lixões, mesmo após a criação da Lei 12.305/2010.
Ainda em ralação aos dados sobre resíduos em 2014, foram coletados 71.260.045
toneladas de resíduos. Aproximadamente sete milhões de toneladas deixaram de
ser coletadas no país em 2014 e foram encaminhadas para destinos impróprios. A
quantidade de resíduos sólidos urbanos que vão para locais inadequados totalizaram
29.659.170 ton./ano, e seguiram para lixões ou aterros controlados.
Para que o resíduo tenha uma destinação adequada é fundamental conhecer a clas-
sificação em função da sua origem. Existem algumas classificações para os resíduos
conforme as suas características. Philippi Jr. (2008) apresenta a classificação dos resí-
duos de acordo com as características que os determinam. Assim os resíduos podem
ser categorizados conforme sua origem e periculosidade.
Conforme descrito na Lei 12.305/10, quanto à origem, os resíduos sólidos são classi-
ficados em:
Você pode pesquisar mais sobre a classificação dos resíduos a partir dos livros:
Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. [org.] Arnal-
do Jardim, Consuelo Yoshida, José Valverde Machado Filho. 2012. (Coleção
Ambiental – disponível na Biblioteca virtual) e também em: Barros, R. T de V.
“Elementos de Gestão de resíduos sólidos.” Belo Horizonte: Tessitura. 2012.
Os resíduos de serviço de saúde são aqueles gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA
(Sistema Nacional do Meio Ambiente no Brasil) e do SNVS (Sistema Nacional de Vigi-
lância Sanitária do Brasil) a exemplo de hospitais, clínicas de radiologia, radioterapia,
odontológicas e veterinárias, laboratórios, estúdios de tatuagem, e demais estabele-
cimentos que fazem atendimento a saúde humana e animal.
Quanto à classificação dos RSS a ABNT NBR: 12808:2016 é o documento mais atuali-
zado e estabelece a seguinte classificação para este tipo de resíduo;
Químico: resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saú-
de pública ou ao meio ambiente, devido às características de inflamabilidade, corro-
sividade, reatividade e toxicidade, conforme ABNT NBR 10004:2004.
Comum ou sem risco à saúde pública: são os resíduos que não apresentem risco bio-
lógico, químico, radioativo ou perfurocortante.
Demorou aproximadamente vinte anos até ser concluída devido ao fato de sua ela-
boração levar em conta critérios obtidos a partir das melhores tecnologias existentes
em todo o mundo, considerando ainda as peculiaridades do nosso país. Dentre as
disposições gerais o texto inicial traz o seguinte enunciado:
Art. 1 Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsa-
bilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
§ 2º Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação
específica.
Para saber sobre todos os tópicos de interesse, você pode consultar a pró-
pria Lei nº 12.305/2010. Disponível no site oficial do Planalto (Presidência da
República); A cartilha da PNRS, publicada pela movieco (movimento ecoló-
gico), disponível na página Web-Resol (Instituto para a Democratização de
Informações sobre Saneamento Básico e Meio Ambiente) e o livro já referen-
ciado: Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. [org.]
Arnaldo Jardim, Consuelo Yoshida, José Valverde Machado Filho. Barueri, SP:
Manole, 2012. (Coleção Ambiental) disponível na Biblioteca virtual, como
uma importante referência para seu estudo.
• ATERRO SANITÁRIO
• INCINERAÇÃO
• COMPOSTAGEM:
O produto resultante deste processo é o composto orgânico, que pode ser usado
para a agricultura tanto em grande escala, quanto de porte doméstica. Quando com-
parado aos aterros e a incineração, o mecanismo apresenta uma viabilidade econô-
mica bastante vantajosa, entretanto, o bom funcionamento do processo depende do
modelo de negócio e da estrutura das usinas de compostagem instaladas.
Existem outros modelos para tratamento e disposição dos resíduos, como a pirólise,
microondas, radiação ionizante, mas ainda são tecnologias onerosas e pouco utiliza-
das no Brasil.
Domiciliar
Comercial Poder público (prefeituras)
Público
RSS
Industrial
O Gerador do resíduo
Portos, aeroportos
Agrícola e entulhos
CONCLUSÃO
A presente unidade proporcionou a você aprender os princípios básicos do gerencia-
mento dos resíduos sólidos urbanos. É um assunto complexo, crescente e que requer
a participação de todos os setores da sociedade, desde o cidadão comum até as
grandes indústrias, onde cada setor tem sua regulamentação específica.
Gerir os resíduos é uma tarefa que deve estar sempre na pauta dos governantes e da
sociedade civil em todos os países, desenvolvidos ou não, sobretudo com o crescente
aumento da população em todo o mundo. Esperamos que você esteja satisfeito com
mais esta unidade e continue no seu processo de aprendizagem.
UNIDADE 5
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
5 DRENAGEM URBANA
Drenagem pluvial é um componente do saneamento, e engloba as obras civis rela-
cionadas ao afastamento das águas pluviais. Philippi Jr. (2008) mostra que o escoa-
mento pluvial pode gerar inundações e impactos nas áreas urbanas devido aos pro-
cessos de inundações ribeirinhas ou em função da urbanização, tais eventos podem
estar combinados ou isolados.
Outra questão quando as águas pluviais não são drenadas adequadamente é a sa-
nitária e a presença de vetores responsáveis pela disseminação de doenças como
malária, dengue, Zika, Chikungunya.
Controlar o escoamento das águas das chuvas é primordial para impedir as impli-
cações desfavoráveis que podem aparecer por meio de empoçamento das águas,
ocorrência de inundações, erosão do solo e assoreamento. Os objetivos principais dos
sistemas de drenagem visam garantir o trânsito de pedestres e veículos, o controle
da erosão, a proteção às propriedades que estejam localizadas em áreas sujeitas a
inundações, além da proteção dos logradouros e vias públicas, (CHERNICHARO e
COSTA, 2001).
(SAIBA..., 2017.)
Um estudo do IBGE, feito em 2010, mostra que mais de oito milhões de pessoas vi-
viam em áreas com risco potencial de enchentes e deslizamentos de terra, em 872
municípios no país.
Igualmente a execução de obras, que deve ser feita pelo poder público municipal,
deve avaliar novas iniciativas construtivas que possam provocar danos, como por
exemplo, loteamentos, exploração de jazidas de areia, terraplanagem em fundos de
vale e outros.
Uma premissa que deveria sempre ser seguida é a de se fazer prevenção ao invés da
remediação, de áreas que estão em iminente risco de deslizamentos de terra e en-
chentes, mas nem sempre é o que ocorre. Outra questão é a preservação do manto
vegetal sobre o solo e o controle de uso e ocupação do solo que também deve ser
associada à execução propriamente dita das obras civis de drenagem.
Mesmo que haja a preservação total de uma bacia hidrográfica, ainda é possível ocor-
rer à remoção de solo e a sua condução por meio das águas da chuva até que esse
sedimento alcance os mananciais doces e salgados. Esse processo, quando ocorre de
forma natural, mantém as condições de equilíbrio e não ocorrerão problemas mais
graves neste sentido.
Como consequência da erosão em áreas urbanas, tem- se destacado danos aos imó-
veis, nas estruturas das redes de água, esgoto, telefonia, eletricidade, pavimentação
e nas redes de drenagem pluviais propriamente ditas. Muitas dessas obras são to-
talmente danificadas, fazendo com que a administração pública esteja sujeita a re-
construção desses serviços e/ou indenização por danos as propriedades particulares
<(http://www.agencia.cnptia.embrapa.br)> acesso em 14/01/2019.
A erosão uma vez instalada requer medidas mitigadoras que visam controlar o pro-
cesso e tentar recuperar a área atingida.
5.2.1 MICRODRENAGEM
5.2.2 MACRODRENAGEM
CONCLUSÃO
Para que um sistema de drenagem funcione e reduza as implicações insalubres cau-
sadas em função das inundações torna-se necessário que todos façam a sua parte,
desde o cidadão procedendo ao controle na fonte dentro do seu próprio terreno, e
não descartando resíduos nas ruas, até alcançar todas as esferas de governo, no qual
o município é o carro-chefe em legislar e organizar os espaços urbanos, evitando a
ocupação de locais inapropriados à construção de habitações, promovendo os proje-
tos de micro e macrodrenagem.
UNIDADE 6
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
6 SANEAMENTO EM
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
As emergências ambientais podem ser provocadas por eventos naturais ou induzi-
das pela ação humana. Os desastres quando acontecem totalmente em função de
elementos naturais tem caráter geológico ou climatológico e estão restritos a deter-
minadas áreas. Terremoto e tsunamis, regiões ativamente vulcânicas, alteração da
temperatura nos oceanos que pode levar a formação de furacões, ocorrem em áreas
geologicamente previsíveis.
Todos já vimos nos noticiários, por exemplo, o quão foi desastroso o furacão Katrina,
que atingiu o litoral Sul dos Estados Unidos em 2005. Ou também o Tsunami que
devastou a ilha de Sumatra na Indonésia em 2004.
Para iniciarmos a unidade vou deixar uma pergunta para reflexão, você acha que
existe uma emergência ambiental “associada ao saneamento” que possa ser exclusi-
vamente natural?
Philippi Jr (2008) relata que a idade do planeta Terra pode ser conceituada em tem-
po geológico, mas em termos de discernimento humano é praticamente impossível
imaginar o quanto esse valor expressa. O autor vai mais além, mostrando que o tem-
po da escala da vida humana é mais facilmente entendido, o que nos leva a uma
melhor percepção temporal e espacial dos processos ambientais e sociais.
Noji (2000) relata que existem algumas definições de desastre, sob o ponto de vista
da saúde, um desastre se define baseando-se nas consequências que refletem nos
serviços de saúde. Uma definição concreta considera o desastre como o resultado
de um importante esgotamento ecológico da relação entre os seres humanos e seu
ambiente, pode ser um evento súbito e grave (ou lento, como uma seca) de tal am-
plitude que a comunidade atingida precisa esforços hercúleos para tratá-lo, muitas
vezes sendo necessários, ajuda externa ou apoio internacional.
Você pode buscar maiores informações em Philippi Jr, (2008), além disso,
está disponível para download em: <(http://www.sld.cu/galerias/pdf)> (em es-
panhol) uma excelente obra sobre o tema intitulada: Impacto de los Desas-
tres en la Salud . ERIC K. NOJI (2000).
Philippi Jr (2008) também relata que os desastres que são resultantes das atividades
humanas, são aqueles contrários aos eventos naturais, mas às vezes não se consegue
fazer uma distinção muito clara entre esses.
A massa de rejeitos era constituída basicamente por óxido de ferro e sílica, o subdis-
trito de Bento Rodrigues foi destruído e deixou uma carreira de destruição até a costa
do estado do Espírito Santo, atravessando 663,2 km de cursos d’água. <(https://www.
ibama.gov.br)> atualização em 23/10/2018, acesso em: 15/01/2019.
Sanders e McCormick, (1993) afirmam que risco não é sinônimo de perigo. Brilhan-
te e Caldas (1999) apresentam um exemplo bastante interessante, para diferenciar
risco e perigo. Segundo os autores descer uma escada, representa um risco real de
acidente, mas seria um tanto exagerado chamar o ato de descer escada como um
evento perigoso.
Uma família, por exemplo, que mora em uma região que se formou e desenvolveu
considerando os aspectos ambientais, sanitários, a capacidade de escoamento do
solo, associados a fatores sociais como, médio a alto poder aquisitivo e nível educa-
cional, está muito menos vulnerável a enchentes do que outra que vive em moldes
totalmente diferentes.
Cabe ressaltar que na maioria das vezes, a família que vive sob risco, perigo e vulne-
rabilidade de deparar com enchentes não fez uma “escolha” por viver na região com
estas características, mas diversos fatores a levaram a optar por uma área de risco, ou
que se tornou de risco para o evento/desastre enchente.
As enchentes aqui podem ser substituídas por qualquer outro exemplo de desastre
(seca, vulcanismo, furacões, ruptura de barragens, mineração excessiva etc.), guardan-
do, porém, as características inerentes a cada fator. Dessa forma a PAHO (2000) apre-
senta a equação de risco de desastre como sendo:
RISCO = PERIGO+VULNERABILIDADE
Observa-se, que nos últimos quinze anos, os desastres tem sido cada vez maiores
tanto em vítimas quanto em proporções e em termos econômicos. É sabido que a
natureza do desastre atua em conjunto com os moldes modernos de desenvolvi-
mento que tem sido perpetuado pela cultura humana de crescimento e expansão a
todo custo, ignorando que é praticamente impossível atribuir a um desastre, mesmo
sendo de caráter “natural”, possa ocorrer isoladamente, com propensão zero de inter-
ferência humana.
• ser dirigido para uma ameaça específica (não se pode usar o PAE para en-
chentes em situação de incêndio florestal);
CONCLUSÃO
O estudo das emergências ambientais, naturais ou induzidas pela atividade humana,
e suas consequências sobre as populações expressam os exemplos de problemas
ambientais existentes, e as formas para prevenir, mitigar e recuperar da melhor forma
e em tempo hábil o país, a região, ou local atingindo. Os desastres mais repetidos no
Brasil são os deslizamentos, enchentes, seca, erosões, incêndios florestais e explosões
(falha de estrutura e ruptura de barragens de rejeitos) e devemos nos aperfeiçoar em
prevenir e/ou suavizá-los.
No Brasil aprendeu-se a lidar com os desastres após a ocorrência de eventos que oca-
sionaram problemas irreparáveis a curto e médio prazo, e uma considerável perda de
vidas. Em função da ocorrência dos mesmos problemas ao longo dos tempos, tem se
aprendido a enfrentar diversas situações com mais acurácia. Um evento que ocorre
repetidamente no Brasil são as enchentes e deslizamentos de terra, e mesmo que
tenhamos evoluído em relação há quarenta anos, ainda permanecem várias dificul-
dades de enfretamento do problema.
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