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COMUNICAÇÃO E
EXPRESSÃO
MULTIVIX
do Estado do Espírito Santo, com unidades em
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
Desde 1999 atua no mercado capixaba,
destacando-se pela oferta de cursos de
graduação, técnico, pós-graduação e
extensão, com qualidade nas quatro áreas
do conhecimento: Agrárias, Exatas,
Humanas e Saúde, sempre primando pela
qualidade de seu ensino e pela formação
de profissionais com consciência cidadã
para o mercado de trabalho.
R EE II T O R
R
Estes resultados acadêmicos colocam
todas as unidades da Multivix entre as
melhores do Estado do Espírito Santo e
entre as 50 melhores do país.
MISSÃO
VISÃO
EDITORIAL
EXECUTIVA
maior grupo educacional de Ensino Superior do
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico(a)
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada
em seis unidades, com temas e subtemas que, por sua vez, são subdivididos em
seções (tópicos), atendendo aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem.
Cabe destacar que esse modelo interativo se aplica também ao estudo da disci-
plina de Comunicação e Expressão no ensino a distância, destacando que, para
se realizar um bom curso, sua participação nos fóruns de discussão é de suma
importância, para que os intercâmbios conceituais possam reverberar.
PLANO DE ENSINO
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE OBJETIVO
01 Linguagem e língua
02 Ato comunicativo
03 Leitura
04 Processamento da escrita
05 Textualidade
06 Modelos de escrita
UNIDADE 01 02 03 04 05 06
PRAZO PARA
ENTREGA
SUMÁRIO
UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO 13
1.1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 13
1.2 LÍNGUA 18
1.2.1 – LÍNGUA E LINGUAGEM 18
1.2.2 A LÍNGUA É MUTÁVEL 19
1.3 GRAUS DE FORMALIDADE 26
UNIDADE 2 DESENVOLVIMENTO 31
2.1 COMUNICAÇÃO 32
2.1.1 MODELOS DE COMUNICAÇÃO/ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 32
2.1.2 COMUNICAÇÃO E INTENCIONALIDADE DISCURSIVA 34
2.1.3 RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO 37
2.2 RESUMO 40
UNIDADE 3 DESENVOLVIMENTO 43
3.1 CONCEPÇÕES DE LEITURA 43
3.2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA 44
3.3 FATORES DE COMPREENSÃO DA LEITURA 45
3.4 ESCRITA E LEITURA: CONTEXTO DE PRODUÇÃO E CONTEXTO DE USO 49
3.5 RESUMO 51
UNIDADE 4 DESENVOLVIMENTO 54
4.1 CONCEITO DE TEXTO 54
4.2 RESUMO 58
UNIDADE 5 DESENVOLVIMENTO 60
5.1 - COERÊNCIA TEXTUAL 60
5.2- COESÃO TEXTUAL 67
5.2.1 MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL 68
5.2.2 ESTRATÉGIAS DE COESÃO REFERENCIAL 69
5.2.3 COESÃO SEQUENCIAL 71
SUMÁRIO
5.3 CONCLUINDO 73
5.4 RESUMO 74
UNIDADE 6 DESENVOLVIMENTO 77
6.1 ESCRITA COMERCIAL 77
6.2 ESCRITA OFICIAL 80
6.3 RESUMO 87
REFERÊNCIAS 88
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS
GLOSSÁRIO QUESTÕES
MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES CITAÇÕES
EXEMPLOS DOWNLOADS
UNIDADE 1
OBJETIVOS
1 DESENVOLVIMENTO
Como salvar a dimensão soberba da comunicação, uma das mais belas do homem,
aquela que lhe faz desejar entrar em relação com os outros, interagir com os outros?
Nas palavras do sociólogo e pesquisador da área de comunicação, Dominique Wol-
ton, “[...] Como salvar a dimensão humanista da comunicação, quando triunfa sua
dimensão instrumental?” (WOLTON, 2004, p. 28). Tais interrogações nos trazem uma
perspectiva comunicacional dialógica e voltada para a potência na geração de laço
social e estabelecimento de vínculos.
Sendo assim, nesta unidade, serão apresentados conceitos e reflexões que habilitem
ao discente o uso da comunicação, da linguagem verbal e da linguagem não verbal
de forma correta. É, portanto, de suma importância o estudo da linguagem, nos pro-
cessos de interação na contemporaneidade.
tons de voz, assim como imagens expressas pelo homem em suportes diversificados.
Segundo Émile Benveniste (2005), a linguagem é um sistema de signos socializados.
Símbolos que apresentam um sentido uniformizado em uma comunidade linguísti-
ca. A premissa de socialização explicitada remete a uma proposição comunicacional
da linguagem. Quanto à menção “sistema de signos”, seu emprego refere-se à de-
finição de linguagem como um conjunto cujos elementos se determinam em suas
inter-relações, ou seja, um conjunto no qual nada significa por si, mas tudo significa
em função dos outros elementos. Dito de outro modo, o sentido de um termo, bem
como o de um enunciado, é função do contexto em que ele ocorre (VANOYE, 2003,
p. 21). Dessa forma, a linguagem é considerada fruto de aprendizagem social e refle-
xo da cultura de uma comunidade; além disso, seu domínio é primordial na inserção
do indivíduo na sociedade.
Observe que, tanto na comunicação entre as pessoas da Figura 1, mediada por dis-
positivos eletrônicos, quanto da Figura 2, há formas de comunicação. A diferença é
que, na segunda imagem, os movimentos e gestos também auxiliam na construção
de sentidos e são formas de expressão da linguagem.
Soneto de Fidelidade
1.2 LÍNGUA
A língua é um código, formado por palavras e leis combinatórias, por meio das
quais as pessoas se comunicam e interagem entre si. Quanto maior o domínio
que temos da língua, maiores são as possibilidades de termos um desempenho
linguístico eficiente.
• SIGNO
Vanoye (2003, p.21) define signo como uma noção básica na linguística. Signo é
a menor unidade dotada de sentido em um código dado. Decompõe-se em um
elemento material, perceptível: o significante, e em um elemento conceitual, não
perceptível, o significado. O referente é o objeto real ao qual remete o signo em uma
instância de enunciação.
• CÓDIGO
• DENOTAÇÃO/CONOTAÇÃO
Dominar bem uma língua não significa apenas conhecer seu vocabulário; é preciso
também ter domínio de suas leis combinatórias. Conhecemos o sentido de cada
uma das palavras deste enunciado:
Porém ele nada significa para nós, porque não foram respeitadas as leis de combina-
ção das palavras. Veja como o enunciado ganha sentido se combinarmos as palavras
desta forma:
Exemplo: sala de bate-papo não tem nenhuma relação natural com espaços para
interação dentro de comunidades virtuais específicas. Dessa forma, não há nenhuma
regra que diga que o termo “mesa” faça referência ao objeto que consideramos
ser uma mesa. É apenas um convenção. É disso que se trata a arbitrariedade. A
linguagem também muda à medida que inventamos novas palavras ou atribuímos
novos significados a palavras existentes.
LEITURA COMPLEMENTAR
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha im-
plicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sem-
pre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a
Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total
inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas
exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço,
as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras.
Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto pas-
sageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na
sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que
outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de
outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo.
São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão
ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as
com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra
seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em
sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e
colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar
todos os dias pra saber quem é que manda.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. O gigolô das palavras. In: ______. Para gostar de ler. Luis Fer-
nando Verissimo: o nariz e outras crônicas. 10. ed. v. 14. São Paulo: Ática, 2002. p. 77-78.
VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Apesar de uma língua ser uma construção social e sofrer padronizações para se tor-
nar o mais uniforme possível, sempre haverá variação em seu uso. Ou seja, a variação
“sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação normativa.
Assim, quando se fala em ‘Língua Portuguesa’ está se falando de uma unidade que
se constitui de muitas variedades [...]” (BRASIL, 1998, p. 29). É preciso destacar que
as variações de uma língua ocorrem de acordo com condições/peculiaridades de
natureza social, cultural, regional ou até histórica.
Gorski e Coelho (2010) destacam que há três importantes tipos de variações linguís-
ticas: variação regional ou geográfica, variação social e variação estilística. Vamos nos
ater um pouco em cada uma delas.
Variação Regional: é aquela que acontece por razões geográficos. Por exemplo, o
sotaque Gaúcho falado no Rio Grande do Sul, o sotaque baiano falado na Bahia etc.
Variação Social: essa variação (também conhecida como variação diastrática - GOR-
SKI; COELHO, 2010) está relacionada a fatores econômicos, a classes sociais e ao
acesso à educação. Também podem influenciar fatores como o sexo, a idade, o grau
de escolaridade, a profissão do indivíduo. Segundo Gorski e Coelho (2010), são exem-
plos típicos de variação social: a vocalização do -lh- > -i-, como em “mulher/muié”;
“blusa/brusa”; “cantando/cantano”; a concordância nominal e verbal, como em “os
meninos saíram cedo/os menino saiu cedo”.
Gorski e Coelho (2010, p. 77) destacam que “tanto a variação geográfica como a
variação social estão intimamente associadas às forças internas que promovem ou
impedem a variação e a mudança e à identidade do falante”. Ou seja, ao abrir a boca
e falar, um sujeito pode revelar muitas informações sobre si, como a sua região de
origem; “como se ele, pela sua forma de falar, se identificasse como pertencente ou
não a determinada comunidade e a determinado grupo social” (GORSKI, COELHO,
2010, p. 77).
É nesse contexto que pode acontecer o preconceito linguístico, que diz respeito ao
julgamento, com preconceito, da forma de falar de um indivíduo.
Como vimos, as variações linguísticas são normais e podem ser de diferentes nature-
zas: geográficas, sociais ou estilísticas. Portanto, é absolutamente inadequado eleger
uma maneira de falar como superior às demais, principalmente quando estivermos
nos referindo a sotaques (GORSKI; COELHO, 2010) .
Aprendemos nossa língua em casa, no contato com a família, imitando o que ouve e
apropriando-se do vocabulário e das leis combinatórias da língua. Exercitamos tam-
bém o aparelho fonador para produzir sons que se transformam em palavra, frases e
textos inteiros. Dessa forma, é preciso levar em conta que
[...] Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma lín-
gua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de emprego de palavras,
de morfologia e de construções sintáticas, as quais não somente identifi-
cam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões, como
ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala. Não existem,
portanto, variedades fixas: em um mesmo espaço social convivem mescla-
das diferentes variedades linguísticas, geralmente associadas a diferentes
valores sociais (BRASIL, 1998, p. 29).
A linguagem formal sempre trará a norma padrão da língua, aquela manifestada nas
gramáticas, nos dicionários.
LEITURA COMPLEMENTAR
Texto 1:
Todo mundo fala errado?*
Lya Luft
Frequentemente se ouve alguém afirmar, desamparado, que “todo mundo fala erra-
do”. Se apenas observarmos superficialmente, poderemos achar que a afirmação está
correta. É verdade: ninguém ou quase ninguém fala “certo”. Talvez devêssemos então
indagar o que é falar “certo”. A maioria das respostas será que é “falar como está nas
gramáticas”, isto é: todo mundo deveria usar, com naturalidade e frequência, as formas
mais sofisticadas da chamada língua-padrão. Nesse caso, diríamos aos amigos, aos fi-
lhos, aos empregados coisas como na página seguinte:
Ou ainda:
- Não vos posso dar essa resposta, porque seria demasiado desanimadora.
Ora, dirão os meus leitores, que linguajar mais horrível. Que pedantismo, que erudição
falsa, que inadequação à nossa realidade. Ninguém fala assim. Enfim uma observação
inteligente: ninguém fala assim, porque essas formas, e muitas outras que não estão
nos livros, não se usam. Tornaram-se arcaicas, pertencem a um nível de linguagem
culto formal, que se aceita, com dor nos ouvidos, em discursos, em sermões de igreja
(e olhe lá! Pelo que nossa liturgia e posturas na Igreja andam evoluindo, em breve a
música religiosa será considerada blasfêmia...). São formas apenas aturadas, como se
aturam trastes velhos pela casa, enquanto não sabemos onde os colocar. Isso significa
que aquilo que os mais ingênuos julgam ser a maneira correta de falar, não passa de
fórmula livresca, seca, sem vida. Mas não é, nem de longe, o que devemos empregar
*LUFT, Lya. Todo mundo fala errado? In: SMITH, Marisa Magnus; MOREIRA, Maria Eunice;
BOCCHESE, Jocelyne da Cunha (Org.). ENADE comentado: letras 2011. Dados eletrôni-
cos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2013. 122p.
1.4 RESUMO
LEITURA COMPLEMENTAR
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. Português do Brasil: a variação que vemos e a variação
que esquecemos de ver. In:______. O português da gente: a língua que estudamos e a
língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006. p. 151-196.
Os autores tratam da incapacidade que o falante da Língua Portuguesa tem de lidar com
situações cotidianas que afetam diretamente o uso da língua. Além disso, Ilari e Basso
asseveram que a língua está à mercê de mudanças e variações irremediavelmente.
ANOTAÇÕES
UNIDADE 2
OBJETIVOS
2 DESENVOLVIMENTO
Devido à comunicação ser um mosaico composto de processos peculiares, que de-
mandam o desenvolvimento de habilidades perceptivas e expressivas, as quais ne-
cessitamos compreender e explorar em nosso cotidiano de convivência social, é in-
dispensável estudar a comunicação em todas as suas modalidades: comunicação e
autoimagem, comunicação nos relacionamentos pessoais, comunicação em grupos
e equipes, comunicação nas organizações, comunicação pública, comunicação de
massa e tecnologias da comunicação.
2.1 COMUNICAÇÃO
Caro Jorge,
Por favor, avise ao professor que entregarei o trabalho na semana que vem.
Joaquim.
O texto, como podemos observar, é o bilhete de Joaquim para Jorge. Em relação aos
elementos da comunicação, podemos considerar:
• Mensagem: o texto que está escrito no bilhete, o qual Jorge precisa ler para
fazer o favor solicitado por Joaquim.
Observe que todos os elementos são fundamentais para que a comunicação real-
mente se efetive!
A intenção implícita da mãe é dizer ao filho para que ele não suje o chão da sala
entrando com os pés cheios de lama. A mãe deseja, portanto, que seu filho tome
algumas destas atitudes a fim de manter o chão limpo: limpar os pés antes de entrar,
limpar a sujeira que fez no chão etc.
Dessa maneira, o modo como cada falante da língua utiliza a linguagem articulada
depende do objetivo que pretende atingir, isto é, da intenção discursiva: explicar
algo, informar, influenciar outra pessoa, expressar seus sentimentos etc.
Assim, o indivíduo:
Nesse contexto, as intenções discursivas podem ser nomeadas como funções da lin-
guagem. Isso quer dizer que, para cada elemento da comunicação, há uma função
da linguagem específica. O linguista Roman Jakobson (1991) propôs um esquema
das funções da linguagem a partir dos elementos da comunicação:
A linguagem sofre variações de acordo com a situação e assume funções que levam
em consideração o que se pretende transmitir, bem como os efeitos que se espera
obter com o que se transmite. A partir dessas considerações, analisar as funções da
linguagem nos textos alheios contribui para a descoberta dos objetivos que direcio-
naram sua elaboração. Aplicá-las aos nossos textos ajuda-nos a planejar melhor a
comunicação, que se torna, portanto, eficiente.
Segundo essa perspectiva, existem seis funções de linguagem. Vamos conhecer cada
uma delas.
Exemplo: dicionários.
Para que uma situação de comunicação ocorra efetivamente, é necessário que todos
os ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO - locutor, interlocutor, mensagem, canal, código
e contexto - estejam presentes. Porém pode haver situações em que um ou mais
elementos sofram interferências, gerando RUÍDOS.
Exemplo: Durante uma reunião em uma sala próxima à rua, o gerente interrompe a
fala cada vez que o barulho da britadeira começa.
Exemplo: textos confusos, sem coesão, sem coerência, que impedem a interpretação.
Com o objetivo de ter uma locução mais clara:
evite mensagens soterradas por um monte de informações secundárias, as quais
impedem que o assunto principal seja entendido com clareza.
evite carga excessiva de dados e fatos, pois o excesso deixa a transmissão seriamente
comprometida, exigindo esforço e capacidade maiores do receptor para acompanhar
o raciocínio.
6 - Redundância
2.2 RESUMO
• Conceito de comunicação.
• Ruídos na Comunicação.
• Tipos de ruídos.
2) Nós na fita
Trecho da comédia de Leandro Hassum e Marcius
Melhen em que tratam da redundância.
ANOTAÇÕES
UNIDADE 3
OBJETIVOS
3 DESENVOLVIMENTO
A leitura ocupa um importante papel em nossas vidas por motivos infinitos. É por
meio dela que desenvolvemos o conhecimento de mundo, vivemos experiências
novas e nos formamos como indivíduos. Ela é, também, uma importante habilidade
a ser desenvolvida pelo estudante, a fim de ampliar seus horizontes, o mercado de
trabalho, o crescimento individual etc. Por isso, dedicamos uma unidade desta apos-
tila para que você, aluno(a), conheça mais a respeito dessa competência primordial
ao ser humano.
Foco no autor
Foco no texto
O que é ler? Ler nada mais é do que decifrar símbolos e atribuir significados a eles.
É por meio da leitura que decodificamos textos, dessa forma, é seguro pontuar que
é lendo que aprendemos, é lendo que construímos conhecimento e descobrimos
melhor o mundo que nos cerca.
Para entender melhor o que é leitura, vamos visitar o conceito de Leffa (1996), que
considera a leitura uma forma de representação, já que, quando lemos, entende-
mos melhor nossa realidade, não tendo aceso ao real, mas sim a representações
da realidade:
SELEÇÃO
O leitor precisa selecionar quais as informações são mais importantes. Pela relevân-
cia, escolhe algumas informações para interpretar e reter.
ANTECIPAÇÃO
INFERÊNCIA
VERIFICAÇÃO
No momento de analisar um texto, seja ele da natureza que for, quatro passos pode-
rão ser executados.
Segundo passo: compreensão. Uma primeira leitura por meio de uma visão
panorâmica permite que o leitor busque esclarecimentos para melhor compre-
ensão do texto. Ele entende o assunto e o tema e compreende o vocabulário.
NO VELÓRIO
No velório, a viúva:
- O que separou a gente foi a morte.
- Coragem, Maria.
Um longo suspiro.
- A vida dele acabou...
- ...
- ...e a minha hoje começa!
Dalton Trevisan
• Texto: ler e entender o texto que está diante do leitor (um miniconto literário).
• Leitor: o leitor precisa saber se tem leituras anteriores que o auxiliam na inter-
pretação do conto.
• Terceiro passo: para interpretar o conto, o leitor precisa relacionar o seu conhe-
cimento de mundo com as informações que o texto apresenta. Assim, ao ver a
palavra velório, vai mobilizar o significado que velório apresenta na nossa cul-
tura: uma ocasião solene, em que se espera que a viúva enlutada esteja triste.
O final do conto pode ser surpreendente para o leitor, mas é sua compreensão
que pode fazer com que várias interpretações surjam. Pela leitura, percebemos
que a morte do marido não é algo a se lamentar, e sim motivo de comemora-
ção. O leitor ao interpretar o conto pode elencar razões que possam explicar a
frase final da viúva.
SELEÇÃO
ANTECIPAÇÃO
1. ao ler a palavra velório, o leitor pode antecipar que o miniconto abordará a dor
da perda.
2. ao compreender o termo viúva, o leitor pode antecipar que ela está triste e en-
lutada por perder o marido.
INFERÊNCIA
VERIFICAÇÃO
Após fazer antecipações e inferências, o leitor, no ato da leitura, vai fazendo verifica-
ções. No decorrer da leitura, perceberá que a sua primeira percepção acerca da pa-
lavra velório não se confirma, a viúva não lamenta a morte do marido. Isso desmonta
uma possível hipótese de leitura, obrigando o leitor a rever os sentidos que estava
atribuindo ao texto.
Depois de escrito, o texto tem uma existência independente do autor. Entre a pro-
dução do texto escrito e sua leitura, pode passar muito tempo, as circunstâncias da
escrita (contexto de produção) podem ser diferentes das circunstâncias da leitura
(contexto de uso), fato esse que interfere na produção de sentido (KOCH; ELIAS, 2010.
4. Voltar ao texto todas as vezes que precisar. Aplicar as quatro etapas de análise (deco-
dificação, interpretação, compreensão e retenção).
10. Relacionar as ideias e os fatos do texto ao conhecimento de mundo que você já tem.
11. Anotar as dúvidas e discutir com algum colega a compreensão que fez do texto.
3.5 RESUMO
Concepções de leitura.
Objetivos da leitura.
Funções sociais da leitura.
Importância da leitura.
Estratégias de leitura.
Passos para uma boa interpretação de texto.
SUGESTÕES DE LEITURA
1) KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São
Paulo: Contexto, 2006.
As autoras aprofundam a noção de leitura, abordando que, ao exercer essa atividade, exige-se
mais do que o simples conhecimento linguístico compartilhado pelos interlocutores.
2) TATIT, Luiz. Abordagem do texto. In: FIORIN, José Luiz (Org.). Introdução à linguística: I –
objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2003. p. 187-209.
2) PETIT, Michèle. Leituras: do espaço íntimo ao espaço público. São Paulo: Editora 34, 2013.
São ensaios que destacam a leitura para assegurar um espaço, próprio, íntimo e privado.
A obra de Solé traça uma importante reflexão sobre a importância da leitura e as possíveis
estratégias para a interpretação e compreensão de textos.
ANOTAÇÕES
UNIDADE 4
OBJETIVOS
4 DESENVOLVIMENTO
Nesta unidade, dedicamos nosso estudo à noção de texto, importantíssima para o
estudante que quer desenvolver e aperfeiçoar sua produção escrita. Será apresenta-
da a definição de texto, bem como alguns conceitos relacionados a texto (contexto
discursivo, discurso etc.). Além disso, é fundamental estudar os tipos textuais mais
presentes no cotidiano e seu papel na constituição dos gêneros textuais.
Texto – vem do latim texere (construir, tecer), cujo particípio passado textus também
era usado como substantivo e significava ‘maneira de tecer’, ou ‘coisa tecida’, e, ain-
da mais tarde, ‘estrutura’. Foi por volta do século XIV que a evolução semântica da
palavra atingiu o sentido de ‘tecelagem ou estruturação de palavras’, ou ‘composição
literária’, e passou a ser usado em inglês, proveniente do francês antigo texte (FER-
REIRA, 2009).
Tipos são formas de usar a linguagem que podem ser expressas nos textos. Podem
ser cinco: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção. Um gênero pode
ter mais de um tipo em sua composição. Por exemplo, um artigo de opinião é mar-
cadamente dissertativo, mas pode ter uma pequena história em sua constituição.
Os tipos de textos são articulados em gêneros textuais. Gêneros textuais são as for-
mas básicas em que os textos circulam em sociedade, como cartas, reportagens,
bulas, ofícios, notícias, contos, poemas, propagandas, e-mails, dentre outros.
Os gêneros são infinitos, pois eles se definem pela função social. Marcuschi (2010, p.
23) descreve-os como “textos materializados que encontramos em nossa vida diária
e que apresentem características sociocomunicativas definidas por conteúdos, pro-
priedades funcionais, estilo e composição característica”.
Um texto pode ser formado apenas pela linguagem verbal (uma notícia) ou apenas
pela linguagem não verbal (um desenho, uma pintura). Ainda, pode ser formado
pelo cruzamento de mais de uma linguagem: verbal e não verbal (história em qua-
drinhos). Um texto sempre será uma totalidade que tem sentido completo.
Nessa perspectiva, um anúncio publicitário, uma notícia de jornal, uma frase pichada
no muro, um artigo de opinião serão textos se tiverem sentido completo. O sentido
completo só é possível se considerarmos todas as partes do texto.
Contexto discursivo
Discurso
Koch (2006) aponta que, para produção e leitura de textos, precisamos mobilizar
essencialmente quatro grandes sistemas de conhecimento: o linguístico, o enciclo-
pédico, o interacional e os modelos textuais globais.
Conhecimento Linguístico
Todo falante de um idioma passa a ter conhecimento linguístico. Pode ser devido à
habilidade de extrair sentidos a partir de uma língua, ou seja, exige conhecimento de
léxico (as palavras, os significados, os duplos sentidos) e gramatical (a forma sintática
como frases e orações podem ser combinadas, as regras de gramática). O conheci-
mento linguístico auxilia o produtor de um texto na amarração do texto, por meio da
coesão, e auxilia o leitor na interpretação dos elementos da coesão e da coerência.
Conhecimento Enciclopédico
Conhecimento Interacional
É o conhecimento obtido pela interação por meio da linguagem. Acontece toda vez
que há o contato com textos e operações linguísticas, contato esse que opera um
Observe, na figura a seguir, outra possível classificação de textos, de acordo com uma
similaridade entre gêneros.
4.2 RESUMO
• Conceito de texto.
• Tipos textuais
• Dicas de redação.
• Classes de textos.
ANOTAÇÕES
UNIDADE 5
OBJETIVOS
5 - DESENVOLVIMENTO
Um texto não é apenas um aglomerado de palavras, uma sucessão de frases. Um
texto organizado não admite a ausência de regras nem a liberdade total em relação
a seus limites. Para a construção da significação adequada do texto, são importan-
tes a relação lógica de significação, sem contradições, bem como a organização dos
elementos linguísticos do texto. Estamos falando, dessa maneira, respectivamente,
de coerência e coesão, dois conceitos fundamentais no que diz respeito à produção
textual. Do texto bem arquitetado, com estruturas bem formalizadas e, por conse-
guinte, capazes de veicular sentidos, decorrem a coesão e a coerência – que são as
dimensões constitutivas do texto.
Desse modo, cada palavra tem seu sentido individual, quando essas palavras se re-
lacionam, constroem um todo significativo. O mesmo raciocínio vale para as frases,
os parágrafos e até os textos. Cada um desses elementos tem um sentido individual
e um tipo de relacionamento com os demais. Caso essas relações sejam feitas da
maneira correta, obtemos uma mensagem, um conteúdo semântico compreensível.
Uma ideia deve ser a continuação da outra. Caso não ocorra uma concatenação de
ideias entre as frases, elas acabarão por se contradizerem ou por quebrarem uma
linha de raciocínio. Quando isso acontece, dizemos que houve uma quebra de co-
erência textual.
De acordo com Koch (2010), existem fatores de coerência que são responsáveis por
identificá-la no texto. São eles:
• ELEMENTOS LINGUÍSTICOS
• CONHECIMENTO DE MUNDO
• CONHECIMENTO COMPARTILHADO
• INFERÊNCIA
Exemplo:
João comprou um uno novinho em folha.
Inferência: João tinha recursos para comprar um carro.
• FATORES DE CONTEXTUALIZAÇÃO
São fatores que ancoram o texto em uma situação comunicativa determinada, tais
como data, assinatura, elementos gráficos, timbre etc.
Exemplo:
Imagine uma carta escrita por um brasileiro de Campinas a um amigo de São Paulo
que se encontra no exterior; suponha que o primeiro se esquece de colocar data, local
e assinatura, tendo escrito o seguinte:
Hoje o dia aqui está chuvoso. Nosso vizinho da esquina mudou-se para aquele
palacete que comprou do meu avô. Não se esqueça de escrever logo para nosso
amigo de infância que mora na fazenda. Ele precisa daquela informação ainda esta
semana.
• SITUACIONALIDADE
• INFORMATIVIDADE
Exemplo:
1. O oceano é água.
2. O oceano é água. Mas ele se compõe, na verdade, de uma solução de gases e sais.
3. O oceano não é água. Na verdade, ele é composto de uma solução de gases e sais.
• FOCALIZAÇÃO
Tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma
parte de seu conhecimento, bem como com a perspectiva da qual são vistos os com-
ponentes do mundo textual.
Exemplo:
“Traga-me uma vela nova”.
a) O marido para a mulher no momento em que acaba a luz.
b) O mecânico que está consertando um carro.
c) O armador que está construindo um barco.
• INTERTEXTUALIDADE
• Intencionalidade e Aceitabilidade
• CONSISTÊNCIA E RELEVÂNCIA
Consistência – exige que cada enunciado de um texto seja consistente com os enun-
ciados anteriores. Ou seja, os enunciados não podem ser contraditórios. Exemplo:
Maria tinha lavado a roupa quando chegamos, mas ainda estava lavando a roupa.
Agora, leia o texto Circuito Fechado, de Ricardo Ramos, para compreender um pou-
co mais a noção de texto e coerência.
CIRCUITO FECHADO
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme
de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha.
Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata,
paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros,
caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos.
Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone,
agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de
saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro
e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes,
telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos,
cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro,
fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos,
pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova
de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro,
fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio,
papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis,
folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de
fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres,
copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor,
poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama,
espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
Fonte: RAMOS, Ricardo. Os melhores contos. São Paulo: Global Editora, 1998.
Você considera o conto “Circuito fechado” apenas uma série de palavras soltas? Ou se
trata de um texto? Por quê?
Que palavras compõem o texto? Podemos observar que o conto é articulado essen-
cialmente por meio de substantivos, ou seja, por nomes, principalmente substantivos
comuns, como camisa, sapatos etc. A articulação desses nomes e os seus significados
sociais nos permitem atribuir sentidos ao texto e, inclusive, perceber uma sequência
lógica coesa e coerente.
Para Koch (2010), a coesão é um fenômeno que diz respeito ao modo como os ele-
mentos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados, por
meio de recursos também linguísticos, formando uma sequência verdadeira de sen-
tidos. Veja outras características:
Exemplo: Meu filho quis colocar um piercing; aí ele quis colocar mais outro e outro...
I – REFERENCIAL
No primeiro exemplo, “meu irmão” e “ele” são elementos correferenciais (têm o mes-
mo referente). No segundo exemplo, a correferência é estabelecida entre “o meu
bebê” e “ele”.
O referente de uma palavra ou expressão é aquilo a que ela se refere (entidade, fato,
processo etc.).
II- SEQUENCIAL
• Faz o texto progredir pelo uso de palavras ou expressões que estabelecem relações
semânticas (conclusão, condição, causa etc.) entre orações ou conjunto de orações.
Exemplos:
Condição: Se chover, não vai haver desfile.
Causa: Não houve desfile, porque choveu.
Conclusão: Choveu bastante, portanto, não houve desfile.
A coesão referencial tem como objetivo a repetição de palavras. Para isso, podem ser
utilizadas várias estratégias.
A coesão referencial foi demonstrada por meio de pronome pessoal – ele. O exemplo
a seguir ilustra o uso de pronomes demonstrativos.
Ricardo e Carlos adoram carnaval. Este é portelense; aquele é louco pela Mangueira.
Uso de verbo:
De fato, ele ficou muito constrangido com a situação; mas não foi [=ficou] tanto
quanto se poderia esperar.
Uso de numeral:
Ricardo e Carlos adoram carnaval. Ambos (ou “Os dois”) sempre desfilam.
Uso de advérbio:
Exemplo: Tem menina que diz amém pra tudo. Mas existe garota que não sossega
enquanto não dá a última palavra. E você? Faz parte da turma que comanda ou que é
comandada?
C) Uso da elipse
A elipse é a omissão de um termo que pode ser recuperado pelo contexto. No exem-
plo a seguir, há elipse do sujeito. O “zero” entre colchetes marca o ponto do texto em
que houve a omissão.
Podemos usar uma expressão que define o elemento retomado. Muitas vezes, quem
lê ou ouve tal expressão precisa ter um conhecimento prévio para interpretar o fenô-
meno da retomada.
Por exemplo, pode-se retomar “Sting” por “o ex-líder da banda Police”, “Machado de
Assis” por “o bruxo de Cosme Velho” e assim por diante.
Veremos que um texto bem produzido também precisa apresentar uma coesão
sequencial, isto é, devemos utilizar conectivos que ajudam a delinear as ideias dos
enunciados (COSTA, [s./d.]). Contudo, muitas vezes, não convém que passemos de
uma frase a outra, ou de um parágrafo a outro, de modo estanque, sem uma palavra/
expressão de ligação; faz-se necessária a presença de um elemento sequenciador no
discurso. Veja a diferença:
B) Causa (‘porque’, ‘já que’, ‘como’): Viajamos, porque houve ponto facultativo.
D) Conjunção [soma] (‘e’, ‘não somente... mas também’, ‘ainda’, ‘também’, ‘além dis-
so’): Há dois motivos para eu não sair de casa hoje: chove e faz muito frio.
E) Disjunção: (‘ou’, ‘ou então’): Estude bastante para os exames, ou você já esqueceu
que foi reprovado antes?
“(...) Basta lembrar que a cidade de São Paulo tem 56% de sua população viven-
do em favelas, cortiços, habitações precárias e até mesmo sob viadutos e nos
cemitérios, para que nos convençamos de que a oitava economia do mundo é
um grande desastre social”.
H) Conclusão (‘portanto’, ‘logo’, ‘por conseguinte’, ‘por isso’): Meu vizinho decidiu pa-
rar de fumar. Portanto, tem estado bem melhor de saúde.
I) Amplificação/ generalização (‘de fato’, ‘aliás’, ‘realmente’): Faz muito calor neste ve-
rão. Aliás, o verão no Rio é sempre muito quente.
K) Correção/ esclarecimento (‘quer dizer’, ‘isto é’, ‘ou seja’, ‘melhor dizendo’, ‘em ou-
tras palavras’): Nosso país vai sair rapidamente da crise. Ou seja, é o que queremos.
M) Contrajunção (‘mas’, ‘porém’, ‘contudo’, ‘no entanto’, ‘embora’, ‘ainda que’): Luiza
vai ficar bem, no entanto precisa tomar adequadamente a sua medicação.
Coesão X Coerência
A coesão não é condição necessária nem suficiente da coerência: as marcas de
coesão encontram-se no texto (tecem o tecido do texto), enquanto a coerência não se
encontra no texto, mas constrói-se a partir dele, em dada situação comunicativa, com
base em uma série de fatores de ordem semântica, cognitiva, pragmática e interacional
(CORREIA, 2015, p. 20-21).
5.3 CONCLUINDO
Entendemos texto como uma estrutura sempre em processo, de caráter verbal, so-
cial, cognitivo e sociocultural, cujo sentido não é construído no texto, mas a partir
dele. Ao lermos ou ouvirmos um texto, manifestamos nossa avaliação: isso faz senti-
do, é coerente; aquilo não faz sentido, não é coerente.
De um modo geral, tentamos produzir sentidos para o que lemos ou ouvimos, re-
correndo aos nossos conhecimentos sociocognitivos intencionalmente constituídos.
A coerência não está no texto, não nos é possível apontá-la, destacá-la ou coisa que
o valha, mas somos nós, leitores, em um efetivo processo de interação com o autor e
o texto, baseados nas pistas que nos são dadas e nos conhecimentos que possuímos,
5.4 RESUMO
SUGESTÕES DE LEITURA
1) FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.
A autora defende que a coerência não é mera qualidade do texto. É resultado de uma
construção realizada pelos interlocutores, em uma determinada situação de interação.
ANOTAÇÕES
UNIDADE 6
OBJETIVOS
6 DESENVOLVIMENTO
Atualmente, é fundamental que o(a) estudante e futuro(a) profissional conheça os
passos para produzir bons textos. Já estudamos as características de um texto, seus
tipos e suas qualidades: coesão e coerência. Agora, veremos alguns gêneros textuais
próprios do âmbito acadêmico, comercial e oficial.
A revista Guia da Língua Portuguesa (2010) apresenta alguns desses modelos, pri-
meiramente, o relatório, o qual se relaciona tanto ao ambiente empresarial (comer-
cial) quanto ao acadêmico:
Veremos, então, outros gêneros textuais, apresentados por Silveira (2011), e para que
servem.
Termo
Documento registrado em processo ou livro, em que são registradas opiniões, obser-
vações e resoluções.
Aviso
Documento, claro e objetivo, que informa, convida, noticia, ordena e previne. Geral-
mente, não apresenta destinatário e expressões de cortesia.
Bilhete
Documento, simples e pequeno, que transmite uma mensagem a alguém íntimo.
Recado
Documento, simples e objetivo, que transmite uma mensagem a alguém ausente.
Boletim
Documento em que são transmitidas notificações, devendo ser distribuído aos seto-
res pertinentes e fixado em locais visíveis.
Memorando (Agilidade)
Documento, interno ou externo, em que são registrados pedidos, consultas e infor-
mações breves.
Ata
Documento em que é registrado o que ocorreu em uma reunião.
Mala direta
Documento em forma de propaganda enviada a pessoas que possam ter interesse
em um produto.
Acordo
Documento que registra um acerto entre pessoas.
Carta de cobrança
Documento que cobra de um cliente inadimplente a quitação de sua dívida.
Carta particular
Documento que apresenta ou recomenda um candidato a emprego, ou pede dis-
pensa de um emprego.
Carta comercial
Documento que mantém o contato entre empresas e seus clientes.
Contrato
Documento que resulta de um acordo firmado entre duas ou mais partes.
Convênio
Documento que registra um acordo entre duas partes, em que uma se predispõe a
prestar determinado serviço à outra.
Convocação
Documento que intima, obriga o comparecimento do destinatário a uma reunião
ou ato.
Cartão
Cartão de visita – estabelecimento de relações sociais.
Fax
Documento que transmite informações por meio do envio e recebimento, em tem-
po real, de mensagens escritas via telefone.
Ordem de serviço
Documento que libera a execução de determinadas tarefas.
Telegrama
Documento que envia rapidamente mensagens com auxílio de equipamentos de
telecomunicações.
Procuração
Documento que concede poderes de um mandante, outorgante ou constituinte a
outrem – mandatário, outorgado ou procurador.
Protocolo
Documento que registra a ocorrência de atos públicos.
Recibo
Documento que registra o recebimento de algo.
Regimento
Documento que registra as regras que determinam direitos e deveres.
Regimento interno
Documento que registra as regras de funcionamento e de serviços internos das ins-
tituições.
Regulamento
Documento que estabelece o modo como algo deve ser cumprido ou realizado.
Mensagem social
Documento que divulga eventos sociais, inaugurações ou festividades.
Mensagens comemorativas
Documento que anuncia comemorações, via imprensa escrita.
Os documentos redigidos por meio de uma escrita oficial precisam observar cinco
importantes critérios:
2. Clareza.
3. Concisão.
4. Formalidade.
5. Uniformidade.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]”. O texto do
Manual de redação ainda instrui que
A seguir, apresentamos alguns gêneros que devem usar redação oficial em sua cons-
tituição.
Ofício
Documento que faz a comunicação entre órgãos públicos.
Requerimento
Documento que solicita algo a um órgão ou a uma autoridade pública.
Abaixo-assinado
Documento que solicita algo a um órgão ou a uma autoridade pública para um gru-
po de pessoas.
Diploma
Documento que certifica a conclusão de um curso, confere um cargo, dignidade ou
privilégio a alguém.
Auto
Documento que relata detalhadamente, em livro específico, um acontecimento.
Apostila
Documento que esclarece, completa ou retifica o conteúdo de um contrato, portaria
ou certidão.
Manifesto
Documento que registra uma declaração pública que justifica um ato e é endereça-
da ao governo ou ao público em geral.
Ato
Documento que registra atos de diferentes tipos e âmbitos.
Carta oficial
Documento que retifica e confirma uma resolução, ou faz a comunicação entre a alta
chefia de uma empresa.
Certidão
Documento que certifica algo extraído de registros realizados por órgão público.
Despacho
Documento que registra a decisão de uma autoridade em relação a um pedido.
Exposição de motivos
Documento que sugere a necessidade de expansão de um ato ou de uma providên-
cia.
Exposição justificada
Documento que justifica a necessidade de expansão de um ato ou de uma provi-
dência.
Informação
Documento que fornece dados para a elaboração de um parecer.
Nota diplomática
Documento que faz a comunicação entre ministros de Estado.
Nota oficial
Documento que faz a comunicação entre altas autoridades ou entidades de classe.
Guia
Documento, no formato de formulário, que registra pagamento de impostos ou con-
tribuições, a expedição de mercadorias ou correspondências.
Notificação
Documento que informa a uma pessoa ou a uma empresa uma norma para que um
ato seja executado ou não.
Parecer
Documento que registra a análise de um caso ou emite uma opinião para auxiliar a
tomada de decisões.
SUGESTÕES DE LEITURA
Camila Pati
Confira quais são as gafes mais comuns cometidas em e-mails de trabalho e saiba
como evitá-las.
1 Erros de ortografia
Na pressa, é comum que a pessoa fique mais desatenta e assassine a ortografia. “Muitas
pessoas não têm o cuidado de reler o e-mail antes de enviar, por isso recebemos tantas
mensagens com erro”, diz Sandra. A dica é investir um tempo na mensagem para não
perder a credibilidade. Letras trocadas e erros de digitação e de português vão chamar
a atenção de quem recebe e podem ser interpretados como desleixo ou até ignorância.
2 Informalidade x formalidade
Você começa a mensagem com um simples “oi”, ou seja, um tratamento informal, mas
ao final, antes de assinar, coloca o tradicional e formal “atenciosamente”. Essa mistura
de tratamentos, diz Sandra, não é indicada no ambiente profissional. Decida se a men-
sagem é formal ou informal e não misture tratamentos. “Se começar a mensagem de
maneira mais informal, deve terminá-la informalmente também. O mesmo vale para a
mensagem formal”, diz Sandra.
De acordo com ela, clientes e gestores devem ser tratados formalmente, sempre. “As
pessoas acabam levando a informalidade da fala para o e-mail e isso é errado”, diz a es-
pecialista. Terminar a mensagem com “abraços” só vale para colegas mais próximos, na
opinião dela. Beijos também devem ser evitados. “Só entre namorados e amigos”, diz.
3 Expressões temporais
Evite marcar a mensagem com expressões como “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”.
Você não tem certeza do momento do dia ou da noite em que o e-mail será lido. ““Nes-
se caso o ‘bom dia’ é só para quem enviou a mensagem, não para quem recebeu”, diz.
4 Abreviações
Esqueça as abreviações quando estiver redigindo e-mail no trabalho. Nada de “vc” no
lugar de “você”, nem “tb” para também. O risco de usar palavras abreviadas é o excesso
de informalidade. “É comum as pessoas levarem os vícios dos bate papos virtuais ins-
tantâneos e redes sociais para o email de trabalho”, diz Sandra.
Confira a mensagem antes de enviar para ter certeza de não deixar escapar nenhuma
abreviação e evitar o excesso de informalidade no e-mail de trabalho.
5 Uso de maiúsculas
Este não chega a ser propriamente um erro, mas pode trazer um certo desconforto.
Colocar uma palavra com todas as letras maiúsculas para dar ênfase a ela pode ofender
o destinatário. “Quando se faz isso, a pessoa que lê entende como um grito”, explica
Sandra.
Por isso, pense bem antes de deixar um texto ou uma palavra com todas as letras mai-
úsculas. Se a intenção não é “dar uma bronca”, opte por outro marcador para dar mais
visibilidade ao trecho ou à palavra.
6 Mensagens desnecessárias
Muitas vezes, o problema não é que a mensagem contenha erros, mas que ela simples-
mente não deveria existir. Na opinião de Sandra, a comunicação exagerada por e-mail
resulta em problemas com a administração de tempo. “Há pesquisas que indicam que
das 8 horas que uma pessoa passa em média no escritório, 5 são dedicadas a escrever
e redigir e-mails”, diz ela.
7 Uso pessoal
Usar o e-mail do trabalho para assuntos pessoais é um mau uso da ferramenta, na opi-
nião de Sandra. Embora o Tribunal Superior do Trabalho tenha limitado o poder de fis-
calização das empresas a computadores e e-mails corporativos recentemente, mandar
mensagens particulares do endereço corporativo não é indicado.
A dica é separar as coisas. “Use o e-mail do trabalho apenas para mensagens profissio-
nais”, diz Sandra. Lembre-se de que dar uso particular para o e-mail do trabalho pode
colocar até o seu emprego em risco.
PATI, Julia. Os 7 erros mais comuns ao usar o e-mail no trabalho. Revista Exame. Dispo-
nível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/os-7-erros-mais-comuns-ao-usar-o-e-mail-
-no-trabalho/>. Acesso em: 31 jul. 2017.
• Escrita específica de redes sociais: redes sociais como Facebook, Twitter e até
mais imagéticas como Snapchat e Instangram exigem sim que seus usuários
criem textos que circularão socialmente.
• Sites: ler sites e domínios on-line, entendendo seu projeto gráfico e a forma que
os links e hiperlinks são apresentados, também é um exercício de leitura.
Muitos dos gêneros citados são transformações de gêneros já existentes. Por exem-
plo, o e-mail tem muitos elementos de semelhança com o gênero carta. O fato de
existir e-mail não significa que cartas deixaram de ser escritas. Os dois gêneros coe-
xistem. A seguir, apresentamos um quadro a respeito de gêneros digitais e sua cor-
respondência com um gênero que existia fora do meio digital-eletrônico:
Cartas E-mail
Reuniões Videoconferência
6.3 RESUMO
SUGESTÕES DE LEITURA
REFERÊNCIAS
ATTHAMEE NITHISATHIEN. Mão desenho dos desenhos animados crianças felizes
jogando. 123RF. Disponível em: <https://br.123rf.com/search.php?word=desenho&sr-
ch_lang=br&imgtype=0&Submit=+&t_word=&t_lang=br&orderby=0&t_word=&t_lan-
g=br&oriSearch=comunica%C3%A7%C3%A3o&sti=n6hv1ppn3b3p2r0gvy|&media-
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CAMARA Jr., J. M. Dicionário de linguística e gramática. 26. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
COSTA, A. L. Leitura e Produção de textos II. Rio de Janeiro: Universidade Castelo Branco,
2010. Disponível em: <http://ucbweb.castelobranco.br/webcaf/arquivos/12870/4771/
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GUIA DA LÍNGUA 2010. Revista Língua portuguesa. São Paulo: Editora Segmento,
2010.
KOCH, I. V. O texto e a construção dos sentidos. 9.ed. São Paulo: Contexto, 2010.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
2010.
LUFT, L. Todo mundo fala errado? In: SMITH, Marisa Magnus; MOREIRA, Maria Eunice;
BOCCHESE, Jocelyne da Cunha (Org.). ENADE comentado: letras 2011. Dados eletrô-
nicos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2013.
PATI, J. Os 7 erros mais comuns ao usar o e-mail no trabalho. Revista Exame. Dis-
ponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/os-7-erros-mais-comuns-ao-usar-o-e-
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PETIT, M. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. Tradução Celina Olga de Souza.
São Paulo: Editora 34, 2008.
SAUSSURE, F. Curso de lingüística geral. 26. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
SILVEIRA, E.; MURASHIMA, M. Redação empresarial. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.
VERISSIMO, L. F. O gigolô das palavras. In: ______. Para gostar de ler. Luis Fernando
Verissimo: o nariz e outras crônicas. 10. ed. v. 14. São Paulo: Ática, 2002.
Carlos Alberto Moysés; Língua Portuguesa. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
FRANÇA, Ana Shirley. Comunicação oral nas empresas: como falar bem e em públi-
co. São Paulo: Atlas, 2015.
E A D. M U L T I V I X . E DU. B R
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SUMÁRIO 91