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O USO DAS TIC’S NO ENSINO SUPERIOR: UM PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO PARA ALÉM DA PANDEMIA

Juliana Assunção Ferreira


julianassuncao9@gmail.com
Pós Graduação em
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
Instituição de Ensino:
Faculdade de Ensino de Minas
Gerais- FACEMINAS

RESUMO

Desde a introdução das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), na


década de 70, no Brasil, até os dias atuais, as TIC’s vêm contribuindo
significativamente no ambiente escolar auxiliando na interação entre aluno, escola e
seu entorno. Com a Pandemia, causada pelo novo Corona Vírus, instaurada à nível
mundial em 2020 e o estabelecimento do distanciamento social obrigatório como
medida preventiva, fez-se necessário a interrupção das aulas presenciais, em todos
os níveis de ensino, sendo o uso dos meios tecnológicos nas práticas educativas
extremamente necessário e é hoje a base fundamental do Ensino a Distância (EaD)
e do Ensino remoto. É nessa perspectiva que este artigo faz uma reflexão sobre a
necessidade de utilizar-se das TICs para o fazer pedagógico, não só em tempos de
pandemia, mas como um processo contínuo e habitual, dado a sua relevância em
uma sociedade globalizada como a nossa. O presente trabalho procura-se
fundamentar na ideia que as TIC’s, quando utilizadas no contexto educativo formal
são importantes dispositivos que possibilitam a formação dos sujeitos e a
transformação de suas práticas nos espaços/tempos. Ele pretende discutir o tema
da apropriação das TIC’s na prática pedagógica docente e seus reflexos em sala de
aula, considerando seu contexto histórico originário e atual no ambiente escolar,
apresentando uma discussão sobre os desafios enfrentados pelo discente e
docentes no uso de tais tecnologias nas práticas educacionais e também sobre os
benefícios que elas trazem para o novo modelo de ensino.

Palavras-chaves: Tecnologias de informação e comunicação; TIC’S; Pandemia;


Formação continuada; práticas pedagógicas

ABSTRACT

Since the introduction of Information and Communication Technologies (ICTs),


in the 70s, in Brazil, to the present day, ICTs have contributed significantly to the
school environment, helping in the interaction between student, school and its
surroundings. With the Pandemic, caused by the new Corona Virus, established
worldwide in 2020 and the establishment of mandatory social distancing as a
preventive measure, it was necessary to interrupt face-to-face classes, at all levels of
education, with the use of technological means in educational practices extremely
necessary and is today the fundamental basis of Distance Learning (EaD) and
Remote Learning. It is in this perspective that this article reflects on the need to use
ICTs to do pedagogical work, not only in times of a pandemic, but as a continuous
and habitual process, given its relevance in a globalized society like ours. The
present work seeks to base itself on the idea that ICTs, when used in the formal
educational context, are important devices that enable the formation of subjects and
the transformation of their practices in spaces/times. It intends to discuss the theme
of the appropriation of ICT's in teaching pedagogical practice and its reflexes in the
classroom, considering its original and current historical context in the school
environment, presenting a discussion on the challenges faced by students and
teachers in the use of such technologies in practices educational programs and also
about the benefits they bring to the new teaching model.
Keywords: Information and communication technologies; TIC'S; Pandemic;
Continuing education; pedagogical practices

INTRODUÇÃO

A pandemia causada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2 ) trouxe inúmeros


impactos na vida das pessoas ao redor do globo, segundo a OMS, só no Brasil,
foram registrados mais de 20 milhões de casos, até agosto de 2021, gerando
impacto na economia, na saúde, na política, na cultura e também na educação.
Com a obrigatoriedade do distanciamento social ,houve a necessidade da
paralisação das aulas presenciais e o estabelecimento das aulas em formato à
distância (Ead), com isso, o ensino remoto ganhou maior proporção e a utilização
das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) tornaram-se fundamentais,
sendo consideradas uma emergência para o fazer pedagógico, uma vez que elas
oferecem possibilidades para a continuação dos estudos em todos os níveis e
modalidades de ensino. Com tamanho impacto, os governos de todo o mundo
tiveram que se readequar a nova realidade, buscando novas estratégias para dar
continuidade às suas ações nos mais variados âmbitos , inclusive nas unidades
escolares, que também precisaram reinventar suas práticas de ensino,
buscando novos critérios de uso de tais ferramentas, tão fundamentais em nossa
sociedade globalizada.
Com esse propósito as TIC’s estão à nossa disposição, não só para as
práticas pedagógicas e educativas, mas para todas as atividades que envolvem a
comunicação e a informação nas relações sociais, tanto pessoais como coletivas.
Atualmente os meios tecnológicos tornaram-se o eixo condutor das atividades
humanas em todo o mundo, aquilo que não pode ser realizado no contato físico e
presencial se realiza virtualmente por meio dos aplicativos que as tecnologias nos
oferecem.

VIVER EM UM MUNDO CONECTADO: AS TIC’S E SEU CONTEXTO HISTÓRICO


A tecnologia faz parte da vida de bilhões de pessoas, todos os dias, nós a
utilizamos a todo momento, ela já está tão enraizada em nossas vidas que a
incorporamos em nosso lazer, em nosso trabalho, em nossas brincadeiras e não
conseguimos sobreviver sem ela, pois acabam se tornando inerente à nossa
construção pessoal, e por conseguinte, coletiva, à medida em que a utilizamos
corriqueiramente. Muitas vezes, não refletimos sobre sua produção, tão pouco de
forma crítica a utilizarmos, já que, a consumimos de forma mecânica e alienante,
dado que, ela é fruto de um processo anterior, cujo início se deu muitas vezes, antes
mesmo de nascermos. As novas tecnologias, assim sendo, nascem, de um lado,
devido à posse dos instrumentos lógicos e materiais indispensáveis para se chegar
a uma nova realização, na base dos quais está o desenvolvimento científico, e, de
outro, de uma incessante exigência social de superação de obstáculos e busca de
inovações, daí porque nenhuma tecnologia se antecipa à sua época (PINTO, 2005).
Mas afinal, o que é essa tal tecnologia? Segundo Longo (1984), “tecnologia é
o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos empregados na produção e
comercialização de bens e serviços”. Já a conceituação de Blaumer (1964) apud
Fleury (1978) se concentra mais na fabricação, ou seja, “se refere ao conjunto de
objetos físicos e operações técnicas (mecanizadas ou manuais) empregadas na
transformação de produtos”, similar à proposição de Abetti (1989) apud
Steensma(1996), que define tecnologia como “um corpo de conhecimentos,
ferramentas e técnicas, derivados da ciência e da experiência prática, que é usado
no desenvolvimento, projeto, produção, e aplicação de produtos, processos,
sistemas e serviços”. Sendo assim, a utilização da palavra “tecnologia” vem sendo
ampliada para muitas áreas do conhecimento, alterando muitas vezes seu
significado e distanciando-se da conceituação tradicional. Portanto, o conceito de
tecnologia utilizado neste trabalho envolve todas essas definições, já que estamos
falando das diversas técnicas, instrumentos e metodologias empregadas na
comunicação e na disseminação da informação, cujo objetivo final é aprimorar os
meios sob os quais a educação se dá, sejam elas nas metodologias de ensino,
quanto nas relações sociais que englobam o amplo processo de ensino-
aprendizagem.
Logo, quando se usa o termo tecnologia não estamos falando apenas de
equipamentos sofisticados, de técnicas demasiadamente especializadas, nem
tampouco de especificidades lógicas apreendidas por uma parcela diminuta de seres
humanos, os quais controlam seu processo de produção e dispersão, e sim seus
aspectos mais básicos e cotidianos, estes sim, assimilados pelos mais variados
sujeitos, tendo em vista que a nossa história tecnológica começou assim que o
primeiro homem descobriu que era possível recriar o espaço ao seu redor,
modificando a natureza e seu entorno, para melhorar as suas próprias condições de
vida. O conhecimento histórico do desenvolvimento das técnicas e das tecnologias
produzidas pelo homem desde o começo dos tempos contribui de maneira
significativa para que possamos entender o processo criador da humanidade e,
essencialmente, compreendermos melhor a tecnologia como uma fonte de
conhecimentos próprios, em contínua transmutação e com novos saberes sendo
agregados a cada dia, de forma cada vez mais veloz e dinâmica (VERASZTO,
2008).
Atualmente, a tecnologia nos ajuda a nos movimentar, através dos GPS, a
nos entreter, através das redes sociais, TV e as mais variadas plataformas de
entretenimento, como o Youtube, a nos comunicar, através das ligações telefônicas
e aplicativos (apps) como o Whatsapp e também em nossa educação formal, são
vários sites e “apps” que se utilizam de metodologias e conteúdos trabalhados pela
escola no currículo formal, sendo assim, as informações e a geração de
conhecimentos produzidos pelo acesso á tecnologia permeiam toda uma rede de
comunicação, diminuindo assim à distância entre as pessoas, produzindo e a
trocando saberes, favorecendo assim, a produção de conhecimento por todos em
qualquer lugar e a qualquer hora.
Neste sentido, a escola é a instituição socialmente considerada como
responsável pela produção e transmissão de conhecimento bem como pela
socialização dos sujeitos. Para Kenski (2010, p. 29) “tradicionalmente, a
aprendizagem de informações e conceitos era tarefa exclusiva da escola”,porém o
atual momento em que vivemos, onde as fronteiras foram expandidas com o
advento da globalização, o curto tempo que são disseminadas informações e
diminuição das barreiras de comunicação, afetaram significativamente este papel
enrijecido atribuído á escola:“a possibilidade de acesso generalizado às tecnologias
eletrônicas de comunicação e informação trouxe novas formas de viver, de trabalhar
e de se organizar socialmente”. (KENSKI, 2010, p.29) Por este motivo, a escola
precisa estar sempre passando por “reinvenções” em seus métodos, conteúdos e
teorias pedagógicas buscando acompanhar as transformações sociais, históricas, e
das tecnologias que são criadas ou se inovam constantemente.
Sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas, Polato
elucida este enredado desafio:

[...] TICs, tecnologias da informação e comunicação. Cada vez mais parece


impossível imaginar a vida sem essas letrinhas. Entre os professores, a
disseminação de computadores, internet, celulares, câmeras digitais, emails,
mensagens instantâneas, banda larga e uma infinidade de engenhocas da
modernidade provoca reações variadas. [...] [porém] a relação entre a
tecnologia e a escola ainda é bastante confusa e conflituosa. Polato (2009, p.
50)

Mas apesar de estarmos vivendo a era do boom tecnológico, com o


desenvolvimento acelerado das TIC no mundo e com inovações frequentes, existe
cada vez mais necessidade de alfabetizações. De acordo com Assman (apud
SANTOS, 2011), é necessário investir em vários tipos de alfabetização, desde o
saber formal de ler e escrever até o sociocultural (reconhecer o tipo de sociedade
em que se vive) e o tecnológico (saber interagir com máquinas complexas). Para ele
estas várias tipologias de alfabetização necessitam estar presentes nas escolas
principalmente porque tem função socializadora, alfabetizar nestas diferentes
modalidades, é também formar para a cidadania. Deste modo, Kenski afirma que
estamos vivendo um novo momento tecnológico. “A ampliação das possibilidades de
comunicação e de informação, por meio de equipamentos como o telefone, a
televisão e o computador, altera nossa forma de viver e de aprender na atualidade”
Kenski (2010, p. 24). Há então uma revolução, não só dos suportes, mas sim, de
conceitos, de ligações e de informações que se transformam em conhecimento,
portanto viver em um mundo globalizado e tecnológico implica dizer que o ar que
respiramos, os locais por onde andamos, vestes, alimentos, nossos corpos e tudo o
mais são afetados por tecnologias. Para Kenski (2010, p. 18), as tecnologias se
tornaram tão próximas e presentes, que acaba passando despercebido o fato de não
serem coisas naturais, sendo cada vez mais e de forma intensa, incorporados pela
sociedade e pelas pessoas. As TIC precisam ser na verdade, incorporadas na escola
por seus profissionais em situações que utilizem estratégias adequadas atuando
como auxiliares na aprendizagem do aluno e no trabalho do professor e não
somente como um mero instrumento facilitador do processo ensino-aprendizagem. É
necessário saber o que usar, como utilizar e saber para que está usando. Dessa
forma torna-se imperioso que a escola e seus profissionais utilizem as TIC
integrando-as continuamente nos processos de ensino-aprendizagem de forma a
aproveitar todas as vantagens que elas podem proporcionar no trabalho pedagógico.

REDE DE CONEXÕES: A INTERNET DAS COISAS

O impacto causado pela tecnologia da informática no final do século XX só


era comparável ao da revolução industrial. Se a tecnologia da informação é o hoje o
que a eletricidade foi na Era Industrial, em nossa época a internet poderia ser
equiparada tanto a uma rede elétrica quanto motor elétrico, em razão de sua
capacidade de distribuir a força da informação por todo o domínio da atividade
humana. (CASTELLS, 2003, p. 7).
Rede de informação é um sistema que conjuga a tecnologia dos
computadores com avançados recursos de comunicação telefônica para interligar
usuários e bancos de dados de todas as partes do mundo. Na década de 1990 a
mais abrangente rede de informação mundial era a Internet, que crescia no ritmo
vertiginoso de dez por cento ao mês e interligava 400 milhões de usuários em mais
de cem países. E logo mostrou que veio para ficar e modificar as nossas vidas,
radicalmente potencializando o uso das tecnologias da informação e comunicação,
as TIC, revolucionou as formas de comunicação, interação, produção e divulgação
de informações; viabilizando que o conhecimento esteja disponível em qualquer
tempo e hora e em qualquer lugar. Possibilitando que seja compartilhado, curtido
com diversas pessoas mesmo estando distante umas das outras, sem dúvida foi um
marco divisor de águas, que dividiu a nossa forma de ver e interagir com o mundo
nossa volta. O uso de recursos assíncronos como e-mails, blogs, fóruns, ou
síncronos como Skype, MSN, Gtalk, entre outros, emergem a cada dia facilitando a
comunicação através de textos, imagens, vídeos, voz com baixo custo financeiro. É
instigante a possibilidade de produzir, publicar e acessar conteúdos digitalizados em
páginas da web com tamanha facilidade e rapidez, a internet vem se tornando uma
rede de comunicação essencial, relevante em todas as áreas d nossas vidas
chegando a ser essencial no nosso dia a dia.
Como se não bastasse tamanho invento, algo inovador e interessante vem
fazendo parte da vida das pessoas de todas as idades, de todos os cantos do
mundo com grande intensidade são as redes sociais e verbos como comentar, curtir,
compartilhar, seguir, “twittar” já faz parte do cotidiano dos internautas, de gente que
faz da internet seu principal meio de interação, comunicação, conhecimento. O
Facebook, Twitter, Tumblr, Instagram, WhatsApp e tantas outras plataformas entre
elas os softwares sociais de jogos interativos, proporcionam ampliar de forma
imensurável possibilidades de interação social, ligando, conectando pessoas de
diversos lugares e ao mesmo tempo.
Castells (2012) chama a nossa atenção sobre o uso das tecnologias
relacionando com a educação, que é preciso discernimento e sabedoria para uma
utilização eficiente das ferramentas que temos nas mãos: “Sem educação a
tecnologia não serve pra nada”, e concluindo diz que “o complicado não é saber
navegar, mas saber aonde ir, onde buscar, o que se quer encontrar e o que fazer
com o que se encontra. Isso requer educação”.

AS TIC’S NO CONTEXTO ESCOLAR BRASILEIRO

No início na década de 1970, de acordo com Moraes (1993), a informática


educativa dava os seus primeiros passos no país, através do primeiro seminário
promovido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que discutiu o uso de
computadores para o ensino de Física. Em 1973, algumas experiências com uso dos
computadores começaram a ser desenvolvidas em outras universidades. Na
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) os computadores passaram a serem
utilizados como recurso auxiliar do professor para ensino e avaliação de simulações
em Química, e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) os
computadores tornaram-se ferramenta para o desenvolvimento de software
educativo. Ainda na década de 1970, destacam-se as experiências do Laboratório
de Estudos Cognitivos do Instituto de 29 Psicologia (LEC) da UFRGS, apoiadas nas
teorias de Piaget e Papert, com crianças com dificuldades de aprendizagem de
leitura, escrita e cálculo (MORAES, 1993). Onde o autor ainda relata que no início da
década de 1980, foram realizados seminários para debater ideias de como implantar
projetos-piloto sobre uso dos computadores para ensino e aprendizagem nas
universidades. Já em 1989, o MEC institui o Programa Nacional de Informática na
Educação (Proninfe) com o objetivo de promover o desenvolvimento da informática
educativa e seu uso nos sistemas públicos de ensino (1o, 2o, 3o graus e Educação
Especial). A partir do fim da década de 1980, diversas ações municipais e estaduais
em todo o país se somam às iniciativas federais quanto a investimentos em
informática educativa. Em 1997, o MEC criou o Programa Nacional de Informática na
Educação (Proinfo) para promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informação
e Comunicações (TIC) na rede pública de ensinos Fundamental e Médio.
Outro marco fundamental foi a promulgação da Lei Nº 9.394/96 que
estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) que contribuiu
fortemente para que as TIC começassem a ter um novo enfoque. Diversos
incentivos foram dados para a reorganização do espaço escolar e a formação
continuada de professores buscando realizar mudanças significativas para a
integração das TIC na educação. O artigo 36 da LDB, inciso I afirma que o currículo
do Ensino Médio deverá destacar a educação tecnológica básica. Com relação à
importância da Educação Profissional, o artigo 39 em seu caput afirma que ela deve
estar integrada às diferentes formas de educação, trabalho, ciência e tecnologia,
desenvolvendo no aluno aptidões para a vida produtiva, visando prepará-lo para o
mercado de trabalho. Referindo-se à Educação Superior, que forma através de
cursos de Licenciaturas os profissionais que desenvolverão atividades nas escolas,
a LDBN destaca no artigo 43, inciso III, que o ensino superior deverá incentivar o
trabalho de pesquisa e investigação científica visando ao desenvolvimento do
homem e do meio em que vive o que certamente inclui as TIC. Finalizando, o caput
do artigo 80 da LDBN afirma que o poder público deverá incentivar o
desenvolvimento de programas de ensino à distância, refletindo desta maneira, a
influência e a importância da tecnologia no âmbito educacional e reconhecendo as
TIC como um meio para transmissão e aquisição do conhecimento. De acordo com
Barreto (2002, p. 131), após décadas de silêncio na formação dos professores,
ultimamente esta questão encontra-se na ordem do dia, nucleando as discussões
educacionais.
Desta forma é inegável que as tecnologias são importantes e fazem toda a
diferença no aprendizado dos discentes é uma verdade inegável. E há muito tempo
que as políticas públicas do Brasil vêm investindo para que estas façam parte do
cotidiano escolar e estejam a serviço de um ensino realmente de qualidade. É
preciso que os professores se apoderem se apropriem das TIC de forma planejada
para que ajam de forma adequada, eficaz possibilitando um uso competente,
transformador das tecnologias das quais dispõem em seu ambiente de trabalho.
Faz-se necessário uma formação continuada, pesquisar, tomar conhecimento dos
equipamentos tecnológicos disponíveis na escola para apropriar-se de forma
consciente para que o processo ensino aprendizagem seja realmente de qualidade,
eficiente e proporcione transformações significativas no aprendizado dos discentes
que estão envoltos de tecnologia por todos os lados.

O USO DAS TIC ‘s NA SALA DE AULA: A APROPRIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS


PELOS DOCENTES

É fundamental que professores(as) tenham em mente que os alunos já


nasceram neste mundo digital, globalizado, conectado a tecnologia, é algo que faz
parte da vida deles o tempo todo. E com o advento dos celulares que possuem
internet, tablets com acesso a internet ficou muito mais fácil estar conectado com o
mundo que nos cerca, então não existem limites que impeça o alcance de está em
contato com vídeos, fotos, imagens, e-mails, redes sociais, enfim comunicar-se com
todos estando em qualquer lugar. A escola como parte da sociedade e local onde as
crianças e os adolescentes passam grande parte de suas vidas, não pode e nem
deve ficar alheia a tantas mudanças, transformações que ocorrem a sua volta. A
tecnologia precisa fazer parte do cotidiano dos docentes fora do ambiente escolar,
pois estando envolvido, conectado, compartilhando e interagindo, os professores as
utilizarão no contexto educacional de forma natural, planejada, estruturada,
proporcionando às discentes aprendizagens com qualidade, divertida e interessante.
É importante que a escola toda esteja inserida neste processo. A utilização
pedagógica das tecnologias precisa estar incluída no Projeto Político Pedagógico da
escola, ser algo inerente ao cotidiano escolar, ser planejado, pois só a escola estar
conectada, ter a disposição Laboratórios / Salas de Informática e estes não
estiverem a serviço da aprendizagem de forma estruturada, organizada, planejada
será apenas para os alunos se divertirem, passar o tempo, brincar de forma
aleatório, não contribuído como deveria que é a tecnologia sendo bem utilizada,
empregada para o sucesso do processo ensino aprendizagem dos discentes.
No campo educacional, as tecnologias possibilitam mecanismos de pesquisa,
exploração de documentos e interação entre pessoas. Deste modo, a ação de
aprender ganha características singulares e o sujeito tem, também, a opção de
transitar por caminhos únicos, que respondem às suas peculiaridades e
necessidades. Na análise das entrevistas, foi possível perceber que os professores,
quando questionados sobre as TIC emitem conceitos de tecnologia que se
aproximam aos usos que eles fazem delas em experiências profissionais e pessoais.
Em suas concepções estão presentes as relações que estabelecem com as
ferramentas tecnológicas no seu dia a dia, seja nas suas residências ou na escola.
Dados semelhantes a estes foram identificados por Porto (2011), que em um estudo
com professores das redes de escolas municipais e estaduais do município de
Pelotas, percebeu que os professores “emitem seu entendimento sobre tecnologia
considerando o contexto de utilização, ou seja, o conceito do termo vem associado
ao uso que dele é feito, seja no âmbito pessoal, seja no âmbito profissional”
(PORTO, 2011, p. 9). Para Kenski (2003, 2007), a visão de tecnologias como
simples ferramentas, apesar de redutora, está extremamente impregnada no
imaginário social. Neste caso, a tecnologia é compreendida como um recurso
facilitador que se materializa, normalmente, nas máquinas. Assim, a tecnologia
torna-se algo materializado, com a função de facilitar as atividades cotidianas dos
indivíduos.
As tecnologias, portanto, servem como ferramentas de trabalho, sejam elas
antigas como o giz e a lousa, ou modernas como o computador, a internet, etc. E
essas ferramentas lhes permitem ilustrar momentos históricos, fazer simulações,
experiências científicas, auxiliando assim no desenvolvimento dos conteúdos e
subsidiando as discussões e as análises propostas pelos professores. Neste sentido
as TIC’s possibilitam aos alunos a visualização dos conhecimentos até então
desenvolvidos de forma teórica e/ou abstrata, seja por meio de imagens e/ou de
vídeos (filmes, documentários e animações), os conteúdos, deste modo, tornam-se
mais concretos e compreendidos pelos estudantes. Além disso, as TIC também
servem como instrumento de aproximação e comunicação entre professores e
alunos, seja nas aulas, devido ao fato de o professor usar linguagens para
desenvolver os conteúdos, ou nas trocas que acontecem por meio de ferramentas
de comunicação, assim, as TIC congregam diversas linguagens e possibilitam a
preparação e o estudo do docente Para Lévy (2000a, 2000b), Castells (2003) e
Kenski (2003, 2007), a internet impulsiona as trocas de informações e de
conhecimentos entre muitos com muitos, em um momento escolhido pelos sujeitos e
em uma escala global. Com a internet, as pessoas passam a estar em constante
conexão, interagindo mediante seus interesses pessoais. Esse movimento de
conexão dá forma à rede, que é constituída por um conjunto de nós interconectados
e que, pelo seu caráter virtual é desterritorializada. Por meio das conexões são
criadas diferentes formas de comunicação permanente e universal, nas quais se
estabelecem infinitos canais de interação e de aprendizagem.
Como afirmam os autores Porto (2010), Marques (1999) e Kenski (2003,
2007), o processo de ensino com TIC só se fará efetivo e produtivo se brotar das
necessidades dos sujeitos que compõem esse processo. Assim, entende-se que a
apropriação das tecnologias não depende só do interesse e disponibilidade docente
para tal. Não basta possuir o computador conectado à internet e o professor levar o
aluno para o laboratório de informática ou a sala de vídeo; é preciso o envolvimento
de professor e alunos para construírem uma outra forma de lidar com os
conhecimentos, com ou sem tecnologias. Isto porque, o uso das TIC na escola,
acima de tudo, está diretamente ligado à liberdade de alunos e professores
construírem conhecimentos que são, para eles, importantes, estabelecendo, assim,
uma relação direta entre os interesses (dúvidas e curiosidades pessoais) e o
currículo escolar. Deste modo, a apropriação das TIC na escola perpassa pela
superação e ruptura de hábitos, rotinas, ritmos e práticas que, ao longo do tempo,
foram consolidadas e tornaram-se marcos de referência de uma cultura escolar.
Além disso, esse movimento exige, também, uma mudança na apropriação pelos
docentes das ferramentas tecnológicos que possibilitam a mediação entre professor,
alunos e conhecimento, de tal modo que outras maneiras de comunicação entre os
sujeitos escolares sejam possíveis, considerando a realidade dinâmica, fluida e
incerta que hoje se vive.

ENSINO EAD versus ENSINO REMOTO: IMPACTO DA PANDEMIA NO


COTIDIANO ESCOLAR DO ALUNADO

Em 2020, devido a pandemia imposta pela contaminação da Covid-19, as


escolas tiveram que interromper suas atividades presenciais, por conseguinte o
Concelho Nacional de Educação (CNE) publicou alguns pareceres que orientaram
as unidades escolares a continuarem o ensino de forma remota. E para essa nova
metodologia tanto a rede pública como privada precisou adotar as tecnologias
para minimizar o desafio de adaptar o trabalho de sala de aula para o ensino
em casa. O CNE então aprovou as diretrizes para orientar escolas da educação
básica e instituições de ensino superior durante a pandemia do coronavírus,
enfatizando que busquem opções para tornar mínima a necessidade de reposição
presencial de dias letivos, a fim de permitir que seja mantido um fluxo de atividades
escolares aos estudantes enquanto durar a situação de emergência.
Destacando que a adequação do ensino e reorganização dos
calendários é de responsabilidade de cada sistema de ensino. Para o CNE, “meios
digitais, videoaulas, plataformas virtuais, redes sociais, programas de televisão ou
rádio, material didático impresso e entregue aos pais ou responsáveis são
algumas das alternativas sugeridas”. Nessa nova dinâmica entra em cena o ensino
remoto que ajuda amenizar os impactos no aprendizado dos alunos, mas na prática
esses modelos de ensino ainda geram dúvidas e muitos questionamentos a respeito
das ações a serem realizada se como desenvolvê-las de forma adequada.
Assim para efeito de compreensão do que consiste e do que se propõem em ambos
modelos é importante entender a diferença que há entre a estrutura dos dois. Em
relação ao planejamento e organização dos conteúdos e atividades, na EAD a
prioridade está nas atividades auto instrucionais, ou seja, aquelas em que os
estudantes conseguem desenvolver apenas com as orientações dadas pelo
professor. As exposições dos conteúdos, materiais digitalizados e impressos,os
vídeos aulas ficam à disposição do estudante e podem ser acessados a qualquer
momento. Enquanto as aulas remotas priorizam as transmissões ao vivo, as
gravações são estabelecidas em horário habitual e nos encontros presenciais da
turma com o professor é possível realizaras atividades em tempo real, ou seja,
professor e aluno se comunicam como se fosse na sala de aula e além do que a
carga horária é a mesma que as aulas presenciais. Ou seja, o ensino remoto
diferente do EaD, acontece apenas dentro do ambiente virtual, mas prioriza a
transmissão das aulas em tempo real. É considerado novo e surgiu como uma
resposta imediata para suprir as necessidades que o afastamento social gerou nas
escolas.
Como se sabe a educação a distância(EaD) é uma modalidade de ensino que
há tempos tem favorecido aqueles estudantes que não conseguem conciliar os
estudos com a jornada de trabalho diário. Essa modalidade permite ao estudante ter
aulas sem o contato físico com o professor; o estudante pode assistir aulas em e de
qualquer lugar, desde que, tenha um computador, tablet ou celular. Importante
destacar que essa modalidade de ensino está presente em cursos de graduação,
pós-graduação, entre outros exemplos. Atualmente o EaD continua crescendo
principalmente pelas medidas de distanciamento social, adotadas na grande maioria
dos espaços educacionais na tentativa de conter a contaminação do vírus. Diante do
exposto e visto que as escolas públicas de nossa região adotaram o ensino de forma
remota, consideramos relevante entender tanto na teoria quanto na prática as
diferenças entre as duas formas de ensino -o Ensino a Distância e o Ensino Remoto.
Até mesmo para se ter a clareza que o ensino adotado é remoto e que exige
momentos síncronos frequentemente entre professores e estudantes. Contudo é
importante ressaltar que a adoção do ensino remoto levou à organização de grupos
de pais por meio de aplicativos de mensagens instantâneas e outros
conectando professores e as famílias; à elaboração de guias de orientação às
famílias e acompanhamento dos estudantes e tudo isso, foi importante para superar
as dificuldades enfrentadas em meio a pandemia e fez parte do novo modelo de
ensino adotado em todo o município

AS TECNOLOGIAS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO PARA ALÉM DA


PANDEMIA

Para assegurar o uso efetivo de qualquer instrumento lógico, seja qual for sua
natureza, é preciso garantir que irá ser utilizada uma ferramenta adequada para tal.
E só assim, cumprindo estes critérios e etapas é que se faz possível sua real
execução e conclusão. O êxito de todo processo para realizar e concluir está na
ênfase em iniciar e finalizar usando o instrumento certo e ideal para devidos fins. No
âmbito da educação especificamente no ensino aprendizado também é assim,
precisamos no atentar para as ferramentas e instrumentos necessários e que sejam
ideais para a realização de um ensino de qualidade. Nesse contexto histórico de
calamidade na saúde pública,
As ferramentas mais adequadas estão sendo as TICs, que proporcionam
tanto aos estabelecimentos de ensino quanto aos estudantes um novo método de
ensinar e aprender. No Brasil, tanto a sociedade governamental como a sociedade
civil vêm criando formas de apoiar os educadores nessa missão, uma delas foi a
criação da CIEB - Centro de Inovação para a Educação Brasileira, dão apoio às
secretarias de educação oferecendo atividades pedagógicas e estratégias de
aprendizagem remota, incentivando os educadores a inspirar e desenvolver seus
próprios modelos de aula. As estratégias se consolidam em inserir as redes sociais,
as tecnologias digitais de forma produtiva utilizando-as como ferramenta de ensino
aprendizagem e facilitar a participação de todos promovendo a troca de ideias e o
diálogo. De acordo com Santos, o uso efetivo de tecnologia de informação para
comunicar conhecimento requer que o contexto interpretativo seja compartilhado
também. Quanto mais comunicadores sociais compartilham seus conhecimentos
similares, experiências e conhecimento anteriores, maior será a eficiência da
comunicação do conhecimento por canais de mediação digital (SANTOS, 2002, p.5).
Nessa perspectiva de mediação e utilidade das TICs no espaço escolar que iniciou o
uso da televisão e do aparelho de DVD, foi a tecnologia mais utilizada por ser de
fácil acesso com o objetivo de assistir filmes e vídeos referentes a conteúdo
trabalhado em sala. A partir de então irrompeu diversos outros, tais como: rádio e
aparelho de som, também de fácil acesso que pode chegar a lugares onde não
existe luz elétrica, nesse caso pôde superar as demais tecnologias. Retroprojetores
e projetores, utilizados para apresentações de conteúdos e trabalho feito pelos
alunos, além de permitir as projeções de filmes e vídeos. De lá pra cá,
computadores e tablets, vem sendo utilizados para realizar pesquisas em
laboratórios de informática, também se usam os quadros virtuais ou lousa digital que
permitem a digitalização do conteúdo em estudo e a pesquisa à internet. Os meios
tecnológicos vêm se modernizando e agilizando a comunicação e a informação entre
as pessoas, os modernos aparelhos digitais permitem a interação imediata com
apenas um clic. Essa agilidade tem auxiliado de forma significativa no campo
educacional, onde os professores tem a possibilidade de ministrar suas aulas
virtuais,como se fosse em tempo real e fazer as intervenções necessárias
utilizando do meio que se achar viável e que cumpra seus devidos fins, pelo
WhatsApp, por exemplo, é possível criar uma rotina de estudo com regras claras
bem explicadas para utilização de áudios, vídeos e imagens com o intuito de
promover o aprendizado e trazer novidade de conteúdo tornando-os mais curtos,
agradáveis e instigadores, da mesma forma, pelo Youtube é viável indicar aulas,
palestras e até vídeos, dos in´meros criadores de conteúdo, qualificados e
gratuitos, que surgiram através desta plataforma nos últimos anos, além disso, com
a Gamificação pode-se introduzir elementos de jogos pedagógicos em tarefas
escolares para torná-las mais estimulantes e ludicas, propiciando assim um a maior
interação e aproximação com a realidade do aluno. Por fim, o uso do Google Meet
que foi utilizado não só para aulas online em escola do ensino básico, mas também,
no nível superior e no mercado de trabalho, durante a pandemia, onde as atividades
presenciais tornaram-se praticamente inviáveis. No contexto escolar, as principais
vantagens de sua utilização foi o fortalecimento da comunicação entre professor,
aluno e família e também a possibilidade de membros de uma mesma sala virtual
assistissem as aulas remotas com a mesma qualidade que as presenciais.

OS DESAFIOS DO USO DAS TIC’S NO CONTEXTO ESCOLAR

Diante do exposto podemos reiterar que a necessidade da mediação


pedagógica não presencial é uma realidade presente no espaço das unidades
educacionais da atualidade e exige novas possibilidades didático-pedagógicas,
através dos espaços e meios virtuais, sendo assim, é relevante tomar a iniciativa de
aprimorar e fazer uso desses recursos que possibilitam um novo jeito de aprender e
ensinar e promova a interlocução entre os pares. No entanto, os desafios sempre
aparecem quando se trata de inovação, um dos primeiros é o medo e a insegurança
ao lidar com o novo e desconhecido, principalmente para o professor que ainda não
dominam uso das TICs. Por mais que essas discussões são antigas, ainda existem
professores que não sabem manusear todos os recursos que estão a sua
disposição. Há impasses também no planejamento porque a utilização das
tecnologias exige um maior tempo de preparo e organização das ações,planejar
aulas em um ambiente de tantas distrações requer maiores esforços,
principalmente para que o objetivo da aprendizagem seja alcançado. Segundo
Santiago, a tecnologia na educação requer novas estratégias, metodologias e
atitudes que superem o trabalho educativo tradicional. Uma aula mal estruturada,
mesmo com o uso da tecnologia, pode tornar-se tradicionalíssima, tendo apenas
incorporado um recurso como um modo diferente de exposição, sem nenhuma
interferência pedagógica relevante (SANTIAGO, 2006, p.10-11). De acordo com o
que o autor afirma, é claro a relevância da formação dos professores para o uso das
novas tecnologias da informação e comunicação e que essa capacitação esteja
integrada de fato ao seu planejamento, ao desenvolvimento e ao processo
avaliativo de suas práticas pedagógicas, a fim de atender as necessidades vigentes
dos temas que se propõem a lecionar. Mesmo que o ensino por meios tecnológicos
como jogos, músicas, figuras, histórias, vídeos, desenhos animados e muitos
outros tem a tendência de atrair a atenção do estudante no momento de
aprender, é necessário ater-se para o objetivo que deseja ser alcançado
levando em consideração as habilidades a serem desenvolvidas. É preciso um
questionamento crítico sobre o que os estudantes estão realmente aprendendo
nessas aulas virtuais e quais são estes aprendizados de fato, e ainda, há uma
conexão segura e significativa? A aprendizagem está de qualidade? Todos os
alunos têm acesso à internet e condições de adquirir um aparelho tecnológico que
garanta uma efetiva participação nas aulas virtuais? Se nas aulas presenciais é
possível perceber que o ritmo de aprendizagem não é uniforme e há distração no
momento das explicações dos conteúdos estudados estando fora do espaço ideal
para isso é fato que haverão mais dificuldades e refletir quanto a esses
questionamentos é essencial. Diante do exposto, o desafio de acompanhar o
desenvolvimento do estudante será maior para a família, pois requer dela um
desdobramento não apenas para assistir as aulas, como também participar
efetivamente das atividades propostas. E para o o corpo docente o desafio está em
desenvolver atividades pedagógicas que considere a proposta dos diferentes
componentes curriculares e se adequarem aos recursos midiáticos que serão
utilizados. É preciso desenvolver atividades em conformidade com a política
educacional de sua escola, com a matriz curricular, com as competências,
habilidades e os direitos de aprendizagem estabelecidos no Plano Político
Pedagógico (PPP) que foram criados para o desenvolvimento dos estudantes,
independente de qual seja as fases e modalidades de ensino.
Portanto o novo desafio está na adequação das práticas de ensino, na
organização do trabalho pedagógico para que haja uma aprendizagem
significativa. E existem inúmeros benefícios do uso das TICS nas práticas
educacionais. As inovações na experiência social e cognitiva, cooperam com a
aprendizagem e a criação do conhecimento, tanto na formação acadêmica,
independentemente da idade dos estudantes, como na formação dos professores.
Nesse sentido, mais que integrar as TICs na educação escolar e agregar aquilo que
o estudante já tem de melhor e trazer para a prática do ensino. Os alunos de hoje
são praticamente nativos digitais, tem o mundo digital muito mais integrado à sua
realidade e isso se torna em benefício, tomar algo de tamanha apreciação e forjar
como estratégia de ensino. Fazer isso é otimizar o estudo e promover o
desenvolvimento da autonomia e auto estimados estudantes. O conceito de
otimismo está interligado ao pensamento que o aluno educado por meios
tecnológicos aprende a informar-se melhor, a conhecer os outros e o mundo que o
rodeia. A preocupação está em se tornar um ser pensante de suas próprias
ações e correlacioná-las ao novo método de adquirir conhecimento e adaptar-se
ao meio que se encontra inserido. Ao mesmo, torna-se metáforas, servindo
como instrumento do raciocínio, que ampliam e transformam as maneiras
procedentes de pensar.
Subentendem que para nós professores as TICs exigem uma linguagem
contemporânea e um aprimoramento rápido e eficaz que desperte tanto em
nós educadores como estudantes maior interesse, porque a forma tradicional e
bancária de lecionar está ultrapassada e nesse cenário as tecnologias cumprem
funções fundamentais nas unidades de ensino rumo a modernidade porque
neste contexto de emergência, não há uma pós-modernidade .O futuro
promissor que as tecnologias apresentavam para a educação chegou
repentinamente junto com a pandemia e agora é presente sem possibilidades
de remediar, as técnicas usuais das aulas presenciais ficou no passado e aponta
para a inovação imediata. Os estabelecimentos de ensino enquanto instituição
social, agora tem dado conta que a utilização didática das TICs é urgente e favorece
o processo pedagógico da proposta curricular no mundo novo, tornando a
aprendizagem uma atividade dinâmica e criativa. Lembrando que não tem como
resistir, porque o acesso as informações hoje estão por toda parte e as exigências
que se faz pelo distanciamento social, torna-se imprescindível usar-se dos diversos
meios de comunicação para implementar as práticas pedagógicas, assim não
tem como se fechar e distanciar dessas novas tendências. Portanto é de suma
importância o ato de entrar-se nesse universo e sem reservas dedicar-se para que
elas sejam internalizadas como fonte e instrumento de conhecimento no interior das
práticas educativas, aproveitando dessa acessibilidade e com responsabilidade
nunca ver-se como algo desvinculado do que lhe é proposto. Nunca usar desses
artefatos como um passa tempo, pois inovar nem sempre significa mudar, mas
reorganizar para interagir em seu meio social e atender as exigências que este o faz.
Com a inserção das tecnologias nas práticas educativas, cumpriu-se o desejo
da escola em tornara família uma das protagonistas na aprendizagem de seus filhos.
No contexto atual, os familiares tornaram os maiores responsáveis pelo
acompanhamento e desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Essa parceria pode
ser considerada uma das mais importantes nesse processo de cooperação entre
família e escola, tanto na realização das atividades propostas como para
participar das aulas ministradas .Embora permanece o desafio para algumas
famílias que não tem acesso á internet ou não possui condições financeiras para
adquirir um computador, tablete, celular, enfim, um aparelho tecnológico onde seu
filho possa acompanhar as aulas ministradas pelo professor. Mas de modo geral,
essa inserção tecnológica ainda que apresentem desafios trouxe possibilidades
importantes para a construção do conhecimento em todas as fases da Educação
Infantil, Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e também do Ensino Superior,
todos estão sendo beneficiados e fundamentados pelo ensino remeto e assistidos
pelas novas tecnologias. No entanto, estudantes e educadores precisam
compreender a urgência dese adaptarem a esse novo jeito de ensinar e aprender, e
incluir-se nessa ampla dimensão que as TICs oferecem e tornar-se agentes não
passivos, mas ativos durante todo o processo da construção do conhecimento
buscando a auto confiança, autonomia e auto estima tanto nas práticas educativas
como sociais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inserção, utilização e apropriação das TIC’s no contexto escolar sem dúvida


produz benefícios relevantes para a construção do conhecimento dos discentes.
Possibilitando avanços consideráveis na maneira de interagir, comunicar, porém
essas ferramentas tecnológicas que tanto fascinam precisam está integrada ao
Projeto Político Pedagógico da escola, pois assim permitirá o planejamento de seu
uso aliando tecnologia com os conteúdos curriculares a serem desenvolvidos em
sala de aula oportunizando qualidade ao ensino, ao aprendizado na formação de
cidadãos críticos capazes de discernir e fazer bom uso das tecnologias disponíveis a
favor da aprendizagem significativa. A tecnologia faz parte do nosso cotidiano nos
acompanhados em nossos afazeres corriqueiros e a escola como parte intrínseca da
sociedade na qual vivemos e aprendemos a compartilhar, comunicar, interagir sem
lançar mão da mesma, esta não pode ficar inerte e nem indiferente a antas
mudanças que vem ocorrendo e nos atropelando de uma forma rápida e constante.
O trabalho docente, que são todas as atividades desenvolvidas por todos
aqueles que fazem educação na ânsia de contribuir, promover e permitir o sucesso
do processo ensino aprendizagem dos discentes envoltos numa educação de
qualidade está sofrendo e passando por profundas e significativas mudanças com o
uso das TIC, esses recursos que possibilitam uma nova e divertida maneira de
construir conhecimentos, relacionar, comunicar, interagir e que exige tanto dos
docentes como dos discentes uma nova postura em relação ao aprendizado. Para
compreender que apropriações são realizadas por docentes que utilizam as
tecnologias no contexto da sala de aula e como esse processo viabiliza o sucesso
de aprendizagens significativas faz-se necessário que aconteçam mudanças no
papel da escola, dos gestores e consequentemente dos docentes que passam a
serem mediadores do conhecimento promovendo diversas formas de adquirir, trocar,
transformar e construir conhecimentos. Apropriar-se das TIC requer disponibilidade
para aprender constantemente, trocar experiências, buscar informações onde quer
que ela se faça presente, seja em cursos presenciais, cursos de aperfeiçoamento,
formação inicial ou continuada, ou ainda pedindo auxílio para quem tanto entende do
assunto – os discentes. Pois dispõem de tempo e são curiosos em manusear essas
máquinas que tanto chamam e prendem a atenção. Não é um caminho fácil, mas
com interesse é possível aprender e lançar mão de algo tão importante e
interessante que de forma prazerosa, lúdica, atrai, distrai oferecendo inúmeras
possibilidades de aprendizagem. Para que realmente aconteça aprendizagem
significativa e tenha êxito com o uso das TIC é preciso usar a tecnologia como uma
ferramenta focada na aprendizagem de conteúdos e no desenvolvimento de
competências e habilidades dos alunos, estando a serviço do processo de ensino e
de aprendizagem.
As políticas públicas precisam oportunizar melhorias, condições, infraestrutura
as escolas para a apropriação das TIC aconteçam de modo satisfatório e não só no
papel e os docentes precisam informar e formar-se a respeito dos equipamentos que
tanto contribuem para o aceso e permanência dos discentes numa escola que
oportuniza aprendizagem de qualidade levando para dentro da sala de aula algo que
faz parte da realidade dos alunos. O uso didático e pedagógico das TIC requer uma
nova postura dos docentes ante as tecnologias, estes preocupados com a formação
integral dos discentes. Orientando para o uso correto e ético dos sites, redes sociais,
internet, estas ferramentas se bem utilizadas são favoráveis a uma aprendizagem
que muda, transforma e aperfeiçoam atitudes, comportamentos, modos de agir e
pensar. Os docentes estão vivendo uma nova realidade dentro da sala de aula, é
preciso pensar e repensar a atuação dos mesmos diante de tanta mudança e
inovação que auxilie de forma atual e prazerosa a aquisição do saber dos discentes.
Faz-se necessário avaliar os benefícios das TIC no contexto escolar, no fazer
pedagógico, extraindo o que a tecnologia tem de melhor para auxiliar o
desenvolvimento dos discentes. A relevância que este trabalhou proporcionou no
desenvolvimento profissional é que o uso / apropriação das TIC no fazer pedagógico
é necessário e importante, pois faz parte do cotidiano dos alunos, estes que
passamos boa parte do tempo conversando, trocando informações, conhecimentos
têm direito a uma aprendizagem / educação de qualidade, e que aconteça de forma
prazerosa, atraindo a atenção dos discentes, porém precisa ser planejada, coerente,
está a serviço dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula fazendo parte do
Projeto Político Pedagógico da escola, possibilitando assim, sucesso do processo
ensino aprendizagem.

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