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SISTEMA DE
PRODUÇÃO
MISSÃO
VISÃO
EDITORIAL
Maluly, Carlos.
Sistema de Produção / Carlos Maluly. – Serra: Multivix, 2019.
Seja bem-vindo!
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 19
1.1 A ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 20
1.1.1 O QUE É A ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES 22
1.2 A IMPORTÂNCIA DA FUNÇÃO PRODUÇÃO E OPERAÇÕES NAS ORGANIZA-
ÇÕES 24
1.3 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E AS INFLUÊNCIAS NOS AMBIENTES DA IN-
DÚSTRIA 26
1.4 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 31
1.4.1 AS PRÁTICAS GERENCIAIS NO CHÃO DE FÁBRICA 36
BIBLIOGRAFIA COMENTADA 38
CONCLUSÃO 39
INTRODUÇÃO 42
2.1 DEFINIÇÃO DO SIGNIFICADO E CONCEITO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
43
2.2 TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E OS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
46
2.2.1 TIPO DE PROCESSO POR PROJETO 48
2.2.2 TIPO DE PROCESSO POR JOBBING 48
2.2.3 TIPO DE PROCESSO EM LOTE OU BATELADA 49
2.2.4 TIPO DE PROCESSO DE PRODUÇÃO EM MASSA 50
2.2.5 TIPO DE PROCESSO DE PRODUÇÃO CONTÍNUO 51
2.3 TIPOS DE PROCESSOS APLICADOS AOS SERVIÇOS 52
2.3.1 TIPO DE PROCESSO EM SERVIÇOS PROFISSIONAIS 54
2.3.2 TIPO DE PROCESSO EM LOJAS DE SERVIÇO 55
2.3.3 TIPO DE PROCESSO EM SERVIÇOS EM MASSA 55
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 64
INTRODUÇÃO 67
3.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO TRADICIONAL E SISTEMA DE
PRODUÇÃO ENXUTA 68
3.1.1 A PRODUÇÃO EM MASSA, A PRODUÇÃO EM GRANDES LOTES
E A PRODUÇÃO EMPURRADA 69
3.1.2 A TRANSIÇÃO DA PRODUÇÃO EM MASSA PARA A
PRODUÇÃO PUXADA 72
3.2 VISÃO GERAL DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO 73
3.2.1 AS ORIGENS DO JUST-IN-TIME E A PRÁTICA DO KANBAN 76
3.2.2 HISTÓRICO DA PRODUÇÃO ENXUTA 78
3.3 OS PILARES E A FILOSOFIA DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO 79
3.4 A ESTRUTURA DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO 80
3.5 O PENSAMENTO LEAN 81
3.6 APLICAÇÕES E VANTAGENS DA PRODUÇÃO ENXUTA 82
CONCLUSÃO 84
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 86
4.1 ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO 87
4.1.1 A ESTRATÉGIA NOS AMBIENTES PRODUTIVOS E A
FÁBRICA FOCALIZADA 90
4.1.1.1 FOCALIZAÇÃO NOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
REPETITIVA EM LOTES 94
4.2 CÉLULAS DE MANUFATURA 95
4.2.1 CONFIGURAÇÃO DAS CÉLULAS DE MANUFATURA 96
4.3 FOCALIZAÇÃO DAS CÉLULAS NOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO 98
4.3.1 FOCALIZAÇÃO NOS PROCESSOS DE MONTAGEM 99
4.3.2 FOCALIZAÇÃO NA ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO 99
CONCLUSÃO 100
INTRODUÇÃO 103
5.1 PRINCÍPIOS DA MANUFATURA ENXUTA 104
5.1.1 A COMPOSIÇÃO DO LEAD TIME PRODUTIVO 106
5.2 PRÁTICAS DA MANUFATURA ENXUTA 108
5.3 PRÁTICAS DE MELHORIA CONTÍNUA 109
5.4 CAUSAS DOS DESPERDÍCIOS 111
5.5 REDUÇÃO NOS TEMPOS DE ESPERA E INSPEÇÃO 112
5.6 A TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTA 115
5.7 A DINÂMICA DA AUTONOMAÇÃO PARA A PRODUÇÃO
ENXUTA E A DISTRIBUIÇÃO DOS TEMPOS DE SETUP 117
CONCLUSÃO 119
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 122
6.1 PADRONIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES 123
6.2 BALANCEAMENTO DOS CENTROS DE TRABALHO 124
6.2.1 TEMPO DE CICLO DE PRODUÇÃO, ROTINA DE OPERAÇÕES-
PADRÃO E TAKT TIME 125
6.3 POLIVALÊNCIA 127
6.3.1 OPERADORES POLIVALENTES 129
6.3.2 MULTITAREFAS E AS PESSOAS EM PRODUÇÃO E OPERAÇÕES 129
6.4 ORIGENS, COMPONENTES E APLICAÇÕES DA INDÚSTRIA 4.0 130
6.5 A ROBOTIZAÇÃO NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 134
CONCLUSÃO 135
REFERÊNCIAS 137
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS
GLOSSÁRIO QUESTÕES
MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES CITAÇÕES
EXEMPLOS DOWNLOADS
BIODATA DO AUTOR
Carlos Vinicius Maluly
JUSTIFICATIVA
A função produção está inserida nos Sistemas de Produção envolvidos no contexto
do interesse principal da Administração da Produção, que tem a responsabilidade
de gerenciar os recursos, no caso das entradas de bens tangíveis (inputs) no conjun-
to das atividades e operações que transformam os recursos para gerar e entregar
produtos ou serviços através das saídas (outputs) também de bens tangíveis com a
ampliação da utilidade. As atuais exigências de mercado, por exemplo, com relação
aos requisitos de qualidade, confiabilidade, rapidez e prazo de entrega, flexibilida-
de provocam enormes desafios aos envolvidos local ou globalmente com a área de
produção e operações de uma forma geral. Com a abordagem atual de uma gestão
da produção integrada com o desenvolvimento de produtos ou serviços, o que inclui
a função marketing, as vendas passaram a ser direcionadas para os mercados que
hoje exigem produtos e/ou serviços direcionados para satisfação dos requisitos dos
clientes, bem como do comércio em geral.
A função produção, então, engloba outras funções além do apenas comercial incluin-
do as áreas de recursos humanos, contabilidade, finanças, sistemas e tecnologia da
informação. Dentro dos temas a serem trabalhados ao longo da disciplina, você
entenderá como o desenvolvimento da temática sob o olhar estratégico da produ-
ção e operações contribuiu para a classificação atual dos sistemas de produção, bem
como os diferentes tipos de arranjo físico-organizacional de produtos da evolução
histórica da área até a implantação da produção em massa ou produção em série.
ENGAJAMENTO
Nos ambientes organizacionais você está em contato a todo momento com as ques-
tões decorrentes dos conceitos da Administração da Produção. Particularmente é
importante compreender como as relações existentes entre a rede de fornecedores,
as áreas de transformação e geração de bens e serviços afetam o seu dia a dia.
• Você tem domínio das competências que são obrigatórias para a sua
compreensão da área de produção e operações?
APRESENTAÇÃO DA
DISCIPLINA
Bem-vindo(a) à disciplina Sistemas de Produção!
Com esta disciplina você entrará em contato com os conteúdos básicos da Adminis-
tração da Produção com foco nos Sistemas de Produção, valorizando e entenden-
do as mudanças na área. Será tomado como ponto de partida as técnicas tradicio-
nais desenvolvidas a partir do século XX, produtos das influências do pensamento
da Organização Racional do Trabalho, do pensamento taylorista e pelas práticas do
fordismo.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de:
UNIDADE 1
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA
GESTÃO DA PRODUÇÃO
A Administração da Produção ganhou a abrangência também no contexto das opera-
ções quando entendemos as várias fases envolvidas na configuração dos ambientes
relacionados com a função técnica produção dentro do âmbito das organizações.
Você estudará nesta unidade as conceituações básicas sobre a Administração da
Produção, para poder definir o que é a Administração da Produção e Operações. Com
isso, terá condições de compreender a importância da função produção e operações
nas organizações. Também conhecerá sobre os papéis de relevância em termos das
influências da revolução industrial nos ambientes da indústria, ou seja, considerando
o avanço da tecnologia e o impacto nos processos produtivos. Desse modo, estabele-
cerá as origens da função técnica da produção.
Vamos lá?
INTRODUÇÃO
Ter uma visão sistêmica da organização, ajuda na compreensão dos principais fatores
que influenciam as boas práticas da gestão no ambiente da produção. Basicamente
dentro da área de sistema de produção, a administração da produção é voltada para
considerar as atividades relacionadas com as atividades industriais. Portanto, produ-
zem bens físicos. No entanto, quando observamos as operações estamos fazendo
Por isso, é importante destacar que a função produção, no contexto das organiza-
ções, seja interpretada e ao mesmo tempo trabalhada a partir do foco na visão que
define uma postura capaz de orientar um determinado posicionamento estratégico
na implantação dos sistemas produtivos e operacionais gerando resultados capazes
de configurar de fato uma vantagem competitiva para a organização empresarial em
relação aos concorrentes.
Nesse sentido, com esta unidade você conseguirá entender como os impactos da
mudança de vertente no campo da administração da produção possibilitou a cons-
trução do sistema produtivo dos dias de hoje.
Bons estudos!
Em relação à função da produção, alguns autores argumentam que ela pode ser
“entendida como o conjunto de atividades que levam à transformação de um bem
tangível em outro com maior utilidade, acompanha o homem desde sua origem”
(MARTINS; LAUGENI, 2012, p. 1).
Assim, nesse sentido, você pode observar que é um primeiro estágio dentro do proces-
so de produção. Até que de forma habilidosa começou propriamente uma fase do
comércio em função da solicitação por terceiros de algum conjunto de especifica-
ções para determinados utensílios ou ferramentas. Para atender a essas necessidades
surge a figura do artesão, que constituirá uma fonte de produção para atender às
necessidades apresentadas, com a fixação de preços e prazos determinados para as
demandas realizadas. Essa nova estruturação vai implicar diretamente na ampliação
da produção com o enfoque artesanal, ocorrendo inclusive para essa forma ou modo
de produção a necessidade de contratação de ajudantes para aprender o ofício e
desse modo conseguir atender à necessidade de aumento do volume de produção.
Perceba ser bem oportuno aproveitarmos uma frase dos autores Nigel Slack, Bran-
don-Jones e Robert Johnston (2018, p. 11), quando escrevem que “A Produção não
movimenta o mundo, mas faz o mundo se movimentar”. Não é bem interessante essa
frase? Por isso, nesse contexto, cabe entender como a aplicação da produção dentro
da área de especialização da administração passa a atender ao interesse das opera-
ções para garantir a redução de custo com a utilização adequada de matéria-prima
e escolha do processo produtivo de fabricação. Ou seja, fica claro que são muitas as
possibilidades da aplicação da função produção e operações no ambiente das orga-
nizações.
Por outro lado, quando se leva em consideração a questão da escassez dos recursos,
sejam eles humanos, tecnológicos, informacionais etc., a gestão de produção e de
operações atua principalmente no sentido estratégico, pois articula as quantidades
compatíveis desde a capacidade de atender, envolvidos com os atributos de qualida-
de e os fatores tempo e custo, para que haja uma boa relação no atendimento das
necessidades dos clientes. Por isso, independentemente da questão relacionada ao
lucro, as funções de operações trabalham para gerar valor aos seus clientes, o que
necessariamente envolve produtos e serviços (CORRÊA, 2019).
Nesse sentido, perceba que a base para se alcançar um bom nível de produ-
tividade tem relação direta com o aumento do nível de satisfação dos clien-
tes o que poderá resultar na redução de preços e o aumento das vendas.
A divisão do trabalho impõe efeitos positivos e negativos, mas é ainda um fator signi-
ficativo no projeto do trabalho. Projetando métodos de trabalho tem-se o conceito
de administração científica.
[...] os artesãos, que até então trabalhavam em suas próprias oficinas, come-
çaram a ser agrupados nas primeiras fábricas. Essa verdadeira revolução na
maneira como os produtos eram fabricados trouxe consigo algumas exigên-
cias, como a padronização dos produtos e seus processos de fabricação; o trei-
namento e a habilitação da mão de obra direta; a criação e o desenvolvimento
dos quadros gerenciais e de supervisão; o desenvolvimento de técnicas de
planejamento e controles financeiros e da produção; e o desenvolvimento de
técnicas de vendas. Muitos dos conceitos que hoje nos parecem óbvios não o
eram na época, como o conceito de padronização de componentes introduzi-
do por Eli Whitney, em 1790. (MARTINS; LAUGENI, 2012, p. 2)
A figura a seguir ilustra, no contexto das funções básicas citadas, a relação da depen-
dência dos resultados obtidos a partir da aplicação dos princípios básicos da adminis-
tração. Ou seja, reforçando o desdobramento da função administrativa com as ações
de planejar ou prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Esse desdobra-
mento é visível quando observamos a visão da transformação dos recursos de entra-
da (inputs) para gerar os recursos de saída (outputs). Nesse contexto da concepção
dos princípios gerais da administração: a função comercial para cuidar das relações
de compra e venda; a função financeira para cuidar do caixa da empresa; a função
contábil responsável pelos registros contábeis da empresa; e a função de segurança
com a responsabilidade das questões patrimoniais da empresa.
Cabe agora a você entender como essa transformação se deu ao longo da evolução
da administração da produção.
Fonte: Elaborada pelo autor, adaptada de SLACK; JONES; JOHNSTON, 2018, p. 315.
Com isso, várias mudanças nos ambientes da produção propiciaram condições para
mudanças significativas no sentido da aplicação de práticas gerenciais para a melho-
ria da produtividade e redução de custos com reflexos nas quantidades e no controle
da geração de estoques. Ou seja, isso permite até pensar na melhoria da eficiência
operacional das organizações, principalmente a partir dos ambientes da indústria
como resultado da evolução da função produção no contexto da administração da
produção.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
É importante a leitura do primeiro capítulo do livro de Daniel Moreira, sob o título
A Administração da Produção e Operações. No final do capítulo 1, o autor trata de
conceituar pontos de interesse para o entendimento do tema. Por exemplo, ele abor-
da a Administração da Produção e Operações (APO) argumentando que “é uma das
grandes divisões funcionais, nas quais se costuma dividir a Administração de Empre-
sas para efeitos didáticos” (Moreira, 2008). É importante conhecer a defesa apresen-
tada pelo autor, quando ele define prestação de serviços; e você aprenderá que “O
serviço é prestado e consumido no mesmo instante, por um contato próximo entre o
cliente e o prestador” (MOREIRA, 2008).
Para a sua relação com uma obra atual, no caso da obra de Henrique Corrêa sobre a
Administração da Produção, além da atualidade dos exemplos, você poderá entrar
em contato com o tratamento do tema sobre o enfoque da abordagem voltada para
CONCLUSÃO
Você aprendeu que a administração da produção no contexto teórico está funda-
mentada na divisão das suas áreas de atuação e de conhecimento dentro de uma
trajetória histórica desde, as origens com as aplicações no início das práticas da Admi-
nistração Científica e da Teoria Clássica até o momento atual, caminhando para apri-
morar a aplicação das técnicas gerenciais no chão de fábrica com foco na utilização
das ferramentas tecnológicas da era da internet para integrar e conectar máquinas,
fornecedores, fabricantes, distribuidores e o mercado com processos, por exemplo,
dentro dos sistemas de produção adequados conforme a demanda. Ao compreen-
der que a função técnica nasceu dentro do foco tradicional voltado para o controle
das questões relacionadas ao controle de equipamentos, quantidades, recursos e uso
adequado de estoques. Porém, sempre considerando a articulação com o incremen-
to dos recursos humanos.
UNIDADE 2
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
2 CLASSIFICAÇÃO DOS
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Dentro do contexto da organização dos meios de produção, a Administração da
Produção e Operações trabalha com a sistematização quanto a definir os tipos de
sistemas de produção.
Vamos lá?
INTRODUÇÃO
Para adentrarmos no conceito dos sistemas de produção, vale ressaltar que, dentro do
campo da administração da produção e operações nas organizações, apresentam-se
Sendo assim, um dos pontos relevantes é o layout que representa exatamente a forma
como o espaço físico deve ser organizado para atender ao objetivo determinado.
Bons estudos!
A palavra sistema tem sua origem proveniente do grego e do latim, na palavra syste-
ma. A sua origem permite compreender que sistema é na verdade um conjunto de
elementos que são interdependentes, mas que atuam de forma a produzir um todo
organizado. Isto é, junto e acrescido do conceito de permanecer, a palavra systema
na origem é aquilo que está ou permanece junto. Cabe ressaltar ainda que, em um
contexto mais amplo, o sistema possui a característica de atender a um objetivo geral
que precisa ser alcançado. Nesse contexto, é necessário definir como é a escolha do
processo de produção para aquele produto que será manufaturado.
Nesse sentido, o conceito de sistema permeia a noção que este é a união de inúme-
ras partes diferentes. Ou seja, entender essa origem permite aprender que, desde a
sua origem, o sistema é aquele que faz algo funcionar em união ou junto. Você pode
perceber que essa definição tem ocorrência em várias áreas de conhecimento, por
exemplo, nas Ciências da Saúde, nas áreas da Comunicação, Direito e na Adminis-
tração. Então, considerando essa definição, se todas as partes estão integradas, espe-
ra-se que haja a completa sinergia dos elementos deste sistema para garantir que o
objetivo determinado possa ser atingido. Ou seja, o sistema é um conjunto de partes
com diferentes e específicas funções integradas, relacionadas, pois o mau ajuste ou
funcionamento de uma das partes pode provocar ocorrências tais como mau funcio-
namento, que levará a falhas no sistema como um todo.
Observe a figura a seguir, que ilustra essa definição através da visão sistêmica. Isso
resulta em diferentes processos de transformação a partir da administração da produ-
ção dos recursos de entrada para produzir recursos de saída com valor agregado para
o atendimento destinado aos clientes.
• Materiais • Instalação
• Informações • Funcionários
Fonte: Elaborada pelo autor (adaptada de SLACK; JONES; JOHNSTON, 2018, p. 13).
uma sequência de atividades que são orientadas para produção de um bem físico.
Também é definida para o caso da prestação de serviços. Por isso, são estabelecidos
os tipos de sistemas de produção permitindo a devida atuação do administrador na
gestão da produção com a responsabilidade de administrar e controlar o desempe-
nho da produção dos bens e dos serviços para atender aos objetivos estabelecidos
para os volumes e variedades de produtos que são fabricados.
Flexibilidade
Projeto
Jobbing
Lotes
Massa
Custo
Contínuo
Fonte: Elaborada pelo autor (adaptada de SLACK; JONES; JOHNSTON, 2018, p. 212).
FIGURA 10 - PROCESSOS
Baixo Alto
Volume
Alta
Processos
de projeto
Processos
de jobbing
Variedade
Processos
de lotes
Processos
em massa
Processos
Baixa
contínuos
Fonte: Elaborada pelo autor (adaptada de SLACK; JONES; JOHNSTON, 2018, p. 207).
Processos por jobbing, conforme Slack, Jones e Johnston (2018), “são exem-
plificados pelo trabalho de alfaiates que trabalham com roupas sob medida,
muitas operações de engenharia de precisão, como ferramentarias especia-
lizadas, oficinas de restauração de móveis e gráficas que imprimem ingres-
sos para um evento social local. Este marceneiro está usando uma tecnologia
de corte de madeira de uso geral para fabricar um produto para um cliente
individual”. Dessa forma, apresentam que “O próximo produto fabricado será
diferente (embora talvez similar) para um cliente diferente” (SLACK; JONES;
JOHNSTON, 2018, p. 208-211).
Agora entenda um pouco mais sobre os tipos de processos associados aos serviços.
Flexibilidade
Serviço
profissional
Loja de
Serviços
Serviços
Custo
de massa
Fonte: Elaborada pelo autor (adaptada de SLACK; JONES; JOHNSTON 2018, p. 212).
Veja que, sob o enfoque teórico, é importante entender sobre os tipos de layout e
as suas relações diretamente influenciadas pelo modo de operação dos sistemas de
produção. Então, é necessário compreender sobre os tipos principais de layout deno-
minados por processo ou funcional, em linha, celular, por posição fixa e mistos.
A figura a seguir ilustra como se dá o arranjo físico de acordo com cada tipo de proces-
so de produção.
SERVIÇOS
PROFISSIONAIS
SERVIÇOS DE
CONTÍNUO POR PRODUTO MASSA
Fonte: Elaborada pelo autor (adaptada de SLACK; JONES; JOHNSTON, 2018, p. 237).
Uma pergunta que pode surgir é: você sabe o que é o arranjo físico e como ele pode
influenciar o desempenho? Resposta bastante didática e que contribui para o seu
aprendizado é a de Slack, Jones e Johnston, quando explicam que o “arranjo físi-
co (ou layout) de uma operação ou processo significa a forma como seus recursos
de transformação são posicionados entre si, como suas várias tarefas são alocadas a
esses recursos de transformação e a aparência geral desses recursos” (SLACK; JONES;
JOHNSTON, 2018, p. 238).
Compreenda que cada arranjo físico tem relação com a posição física em termos
relativos com os recursos utilizados na fase da transformação, isso para as operações
e processos. Isso significa que diretamente, inclusive, a alocação para as tarefas e para
os recursos faz parte dessa definição. Em outras palavras, o padrão do fluxo dos recur-
sos que são transformados durante e ao longo do processo.
Slack, Jones e Johnston destacam que arranjo físico “diz respeito ao posicionamen-
to físico de suas pessoas e instalações [...]. Arranjo físico significa decidir onde colo-
car todas as instalações, mesas, máquinas, equipamento e pessoas da operação.
Também trata da aparência física de uma operação em sentido mais amplo” (SLACK;
JONES; JOHNSTON, 2018, p. 237).
Considerando o exposto, fica claro que há uma relação de implicações que condicio-
nam a forma do arranjo físico, por exemplo, dos escritórios e o desempenho das opera-
ções, do mesmo modo que numa área de fábrica. Com muito destaque mundial, por
exemplo, podem ser observados os escritórios da Google, com relação ao espaço para
ambientes de trabalho, visto que são projetados para promover a criatividade e cola-
boração entre os funcionários.
É importante entender quais são os aspectos que tornam um arranjo físico bom.
Devemos levar em consideração que o tipo de arranjo escolhido dependerá princi-
palmente tanto da operação quanto dos objetivos determinados para esta. Podemos
destacar os seguintes aspectos antes da escolha do tipo de arranjo físico, sempre
considerando os objetivos:
3. Extensão do fluxo.
A partir da definição dos objetivos cabe a escolha do tipo de layout para determinada
produção. Temos os seguintes tipos de arranjos físicos ou layouts:
• Posicional ou fixo.
• Celular.
• Por produto.
• Misto.
Nesse caso, o arranjo físico denominado posicional, ou fixo, é utilizado para os siste-
mas de produção sob encomenda. Observe que Slack, Jones e Johnston (2018, p.
242) apontam a existência de “uma contradição em termos, já que os recursos trans-
formados não se movem entre os recursos de transformação”. Por outro lado, ao invés
dos materiais terem movimento, quem tem atenção do movimento são os equipa-
mentos e o maquinário e as pessoas dentro das situações necessárias. Dentro dessa
definição, observa-se, ainda conforme os autores, que “isso pode ocorrer porque o
produto ou o receptor do serviço é muito grande para ser movido de forma conve-
niente, pode ser muito delicado para ser movimentado ou, talvez, pode recusar-se a
ser movido”.
Veja que, para Martins e Laugeni (2015), “o material permanece fixo em determi-
nada posição e as máquinas deslocam-se até ele, executando as operações neces-
sárias. É recomendado para produto único, em quantidade pequena ou unitária, e,
em geral, não repetitivo” (MARTINS, LAUGENI, 2015, p. 148). Nesse contexto, observe
que é possível exemplificar com as situações da fabricação de navios, transforma-
dores elétricos, turbinas, pontes rolantes, prensas hidráulicas, balanças para uso da
infraestrutura rodoferroviária, além de máquinas e equipamentos de grande porte.
• Cirurgia de coração.
• Construção naval.
Por isso, conforme Slack, Jones e Johnston (2018) ressaltam, os recursos e os proces-
sos que são semelhantes têm a localização aproximada em termos de proximidade
física. Ainda os autores explicam que “isso pode ocorrer porque é conveniente agru-
pá-los ou porque a utilização dos recursos de transformação é melhorada”. Nesse
sentido, as operações nesse arranjo físico trazem em si um fluxo com grau de comple-
xidade.
Ainda nesse contexto, Slack, Jones e Johnston (2018) observam que no arranjo físico
celular há a entrada no espaço mencionado, porém, de modo dimensionado e após
os recursos passarem pela transformação, pode-se seguir na sequência para outra
célula.
Naturalmente nas operações para a atuação dos sistemas de produção, observe que
“as máquinas ou estações de trabalho são colocadas de acordo com a sequência das
operações e executadas conforme ordem estabelecida sem caminhos alternativos”
(MARTINS; LAUGENI, 2015, p. 147). O que isso implica?
• Restaurante self-service.
Compreenda que podem ser projetados layouts específicos, para o caso de várias
operações com arranjos físicos híbridos, isso em diferentes partes da operação.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
Veja, a seguir, algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento
sobre os assuntos abordados na disciplina.
É importante a consulta dessa obra, para ajudar na compreensão dos aspectos rele-
vantes sobre “tipos de arranjo físico”. Os autores explicam que os layouts são deriva-
dos em grande parte da manufatura, mas também utilizam exemplos que vão além
da área da manufatura, com o interesse de exemplificar como são usados em toda
uma série de operações.
No capítulo dez da obra, você aprenderá mais sobre o “Projeto do Produto e Seleção
de Processos de Bens e Serviços”, bem como compreenderá sobre a importância do
entendimento do projeto de produto e do processo, ao analisar os aspectos existen-
tes da crescente competição no mundo das corporações.
CONCLUSÃO
Diante dos conceitos apresentados na unidade sobre os tipos de sistemas de produ-
ção, você está preparado para responder sobre o tipo de arranjo físico para cada
operação, considerando os objetivos operacionais determinados dentro de uma
organização.
Fica claro ser importante levar em consideração que o volume e a variedade levam
a definição do “fluxo” produtivo com características de maior ou menor flexibilidade.
Você aprendeu, por exemplo, que produtos com grau de exigências específicas prova-
velmente tendem a uma configuração do arranjo físico que exija um layout específico
e de posição fixa para poder garantir as condições únicas do produto a ser fabricado.
Ou seja, as variações de volume e variedade implicam diretamente a definição dos
fluxos do processo produtivo, que impactam diretamente no sistema de produção e
nas operações.
UNIDADE 3
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
3 A PRODUÇÃO EM MASSA E
A PRODUÇÃO ENXUTA
O contexto atual focaliza os ambientes relacionados aos processos produtivos funda-
mentais para a compreensão da Administração da Produção e Operações, sendo
importante compreender como se dão a relação e as implicações dos desdobramen-
tos nos Sistemas de Produção. Considerando desde a visão tradicional até a visão
mais atualizada, que deve ser capaz de avaliar os processos produtivos, o propósito
dos processos produtivos deve ser direcionado para o entendimento do modo de
atuação do modelo de produção tradicional, que pode ser definido de duas formas
básicas: empurrado e puxado.
Ainda considerando essa visão, serão trabalhados nesta unidade os conceitos e inter-
pretações sobre os tipos de processos de produção, que são: a produção em massa, a
produção em grandes lotes e a produção empurrada. Dentro disso, os conceitos que
definem a push production e a pull production também serão trabalhados, para que
você consiga entender como cada um atua nos sistemas de produção.
Vamos lá?
INTRODUÇÃO
Ao manter o foco nas definições e fundamentos sobre os Sistemas de Produção,
esta unidade apresentará as principais influências geradas a partir das mudanças
tecnológicas oriundas das transformações que ocorreram nos ambientes fabris após
a Revolução Industrial. Essas transformações no sistema de produção proporciona-
ram o surgimento das chamadas práticas voltadas para uma organização racional do
trabalho. Dentro desse contexto também temos a importância das contribuições de
Taylor e de seus vários seguidores, que alteraram os padrões dos sistemas de produ-
ção. Você também compreenderá como, a partir do incremento técnico e operacio-
nal proveniente da incorporação do conceito de linha de montagem, proposto por
Henry Ford, impactou-se na produção ao aliar a necessidade de maiores volumes
de produção para atender ao cenário econômico que se transforma dia após dia.
Essa necessidade de atendimento imediato impactava diretamente em uma maior
disponibilidade de recursos de produção, estabelecendo o que hoje conhecemos
como sistema de produção em massa.
Ainda nesse contexto dos sistemas de produção, surge uma importante contribui-
ção japonesa através da ênfase na eliminação de desperdícios, a qual traz uma nova
concepção capaz de mudar os padrões estabelecidos desde o sistema Ford de produ-
ção, chamado just-in-time.
Por isso, é fundamental a reflexão dessas práticas nos ambientes produtivos, para que
solucionem além dos problemas técnicos e sejam capazes de criar soluções abran-
gentes para o dia a dia da organização. Cada um de nós nas organizações sempre se
questiona em termos de qual é a minha responsabilidade? Qual a melhor resposta? A
melhor resposta focaliza o interesse vinculado ao seu completo aprendizado. Porém,
sem o seu envolvimento não há como conseguir a realização de todos os objetivos
envolvidos a partir do seu esforço.
Neste momento, é interessante que você entenda os conceitos que ajudam a definir
os sistemas de produção desde a concepção tradicional até o modelo denominado
sistema de produção puxado. Você sabe quais são as implicações para o ambiente
produtivo desse novo modelo de produção?
A principal implicação é, para entender os sistemas mais atuais, ser preciso refletir
sobre os principais fatores que antecederam as formas de organização do trabalho.
Por exemplo, é importante considerar que o modo de produção artesanal antecede
o modo de produção em massa.
Após as primeiras contribuições de Taylor, tem-se a figura de Henry Ford, que trouxe
a concepção da produção em série – sendo responsável pelo novo direcionamento
do modo de produção nos Estados Unidos. A nova concepção se baseava em várias
etapas de fabricação combinadas com diferentes tipos de processos de produção,
para que fosse atendida a nova exigência do mercado de uma produção em grandes
volumes. Tudo isso, claro, em um ambiente de enorme concorrência.
Quanto a esse contexto, você precisa entender o conceito de push production dentro
da produção puxada.
Por outro lado, com a nova prática do JIT (just-in-time) do sistema puxado, de modo
simples, o que se implanta é que, desse modo, as orientações para as quantidades
necessárias nascem de trás para a frente, ou seja, conceitualmente a partir das quanti-
dades requeridas pelo cliente. Portanto, considere que, se os produtos não são requi-
sitados, não há a fase da produção e não há a geração de estoques desnecessários.
Por isso, com o JIT o sistema é denominado puxado, sem a existência de produtos
fabricados sem a necessidade requerida no kanban e utilizados fisicamente como
cartões de controle. Assim, você deve considerar que o tempo de espera na área de
fabricação é diminuído, e o custo total desse modo também é diminuído.
Fica evidente que há uma transição entre os modelos de produção, pois segundo
Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018, p. 611), o conceito que define a ideia de
filosofia enxuta, traduzido do inglês “lean”, ampliou-se muito além das origens, parti-
cularmente no contexto do Sistema Toyota de Produção, influenciador de empresas
no Ocidente além da área industrial. Ainda conforme os autores, “Algumas organiza-
ções, especialmente agora que a filosofia enxuta está sendo aplicada de forma mais
ampla nas operações de serviço, visualizam a eliminação de desperdício como o mais
importante de todos os elementos da abordagem enxuta” (SLACK; BRANDON-JO-
NES; JOHNSTON, 2018, p. 611).
Observe o quadro a seguir, que apresenta uma comparação das diferenças básicas
entre o Sistema Ford e o Sistema Toyota, ao considerar o tamanho do lote e o fluxo
do produto, para concluir sobre os benefícios de cada uma das características levan-
tadas.
SISTEMA SISTEMA
CARACTERÍSTICA BENEFÍCIOS
TRADICIONAL FORD TOYOTA
Redução do
tamanho
Tamanho do lote Grande Pequeno
do estoque
intermediário
Possibilidade Redução
Poucos modelos (exemplo
Fluxo do produto de fluxo misto do estoque
com produto único)
(muitos modelos) intermediário
A própria fábrica da Toyota define o seu sistema: sigla TPS, que, em inglês, tem o signi-
ficado de Toyota Production System. A definição atribui a ligação do sistema com
questões relacionadas à cultura organizacional, pois, segundo a Toyota, tal relação
apresenta-se como objetivo de expor e ao mesmo tempo resolver problemas que
sempre surgem nos diversos ambientes e em diferentes situações sejam eles opera-
cionais e/ou administrativos.
Após o exposto, cabe refletirmos sobre as origens do conceito just-in-time, bem como
a adoção da prática do kanban.
ÊNFASE SITUAÇÃO
ÊNFASE SITUAÇÃO
Ênfase no melhoramento Ford reconhecia que não existia um meio simples e definitivo de
contínuo fazer as coisas que fosse constante ao longo do tempo.
Com isso compreende-se que a adoção dessas novas condutas é capaz de fomentar as
alterações do sistema clássico de produção para o modelo mais praticado atualmente.
Para uma melhor definição da prática do JIT é possível identificar sete tipos de perdas
que necessariamente devem ser eliminados durante o processo de produção:
• Por superprodução.
• Por transporte.
• Por estoque.
• No processamento em si.
• No movimento.
Sobre o nascimento da produção enxuta, Dennis (2008) relata e associa o termo com
o conceito lean. No início em 1950, Eiji Toyoda membro da família da empresa que
seria chamada de Toyota, fundada em 1937, visita a fábrica da Ford em Detroit, que
tinha uma produção considerável de veículos por dia. Posteriormente junto com
Taiichi Ohno, conclui-se que a produção em massa não era adequada ao Japão sem
que fossem feitas algumas melhorias, já que ao se pensar no tamanho do mercado,
além de demandar grande variedade de produtos, necessitava-se inclusive de uma
frota de caminhões grandes e pequenos, dentre outras deficiências, isso sem consi-
derar a situação da economia ainda destruída por causa da guerra, portanto, carente
de recursos.
Uma observação levantada por Shingo (2007) atribui a Taiichi Ohno esta frase:
“Não são as ferramentas que constroem uma empresa ENXUTA e sim os processos e
os sistemas”.
Para completar, Monden (2015) configura que o Sistema Toyota requer alguns aspectos
importantes aliados do sistema kanban, tais como: “método de sincronização da produ-
ção; redução do tempo de preparação; padronização das operações; leiaute das máqui-
nas; trabalhadores multifuncionais; atividades de melhoria promovidas por pequenos
grupos e por sistema de sugestões para reduzir o pessoal e elevar o moral dos trabalha-
dores; sistema de controle visual para alcançar o conceito de autonomação; sistema de
administração funcional a fim de realizar o controle de custos” (MONDEN, 2015).
O Sistema Toyota de Produção pode ser definido como Sistema Lean de Produção,
ou seja, produção lean. Para a popularização do termo lean, você pode associar essa
definição a partir das contribuições dos autores da obra A Máquina que mudou o
mundo, James Womack, Daniel Jones e Daniel Roos, publicada em 1990, além da
obra Lean Thinking, de James Womack e Daniel Jones, publicada em 1996. A produ-
ção nesse sentido é enxuta e tem a representação de poder fazer mais com menos,
no sentido de menos tempo, ocupação de menos espaço, e dispêndio de menos
esforço da mão de obra e, até mesmo, menos máquinas, consequentemente menos
matéria-prima (DENNIS, 2008).
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
Veja, a seguir, algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento
sobre os assuntos abordados na disciplina.
O livro se concentra no estudo para explicar a filosofia por trás do Sistema Toyota de
Produção; você conhecerá os objetivos de Taiichi Ohno, que, de modo resumido, defi-
nem o Sistema Toyota como um sistema de produção e o método kanban como uma
técnica adequada e desenvolvida para sua implementação.
A partir da seção 1, você entrará em contato com “sistema geral e passos para imple-
mentação”. E, no capítulo 1, você poderá também consultar os tópicos: visão geral do
Sistema Toyota de Produção; sistema kanban; autonomação e medidas para a imple-
mentação do Sistema Toyota de Produção. Perceberá que é uma obra que incorpora
várias situações aplicáveis ao dia a dia do gestor. É uma visão de aspectos profissio-
nais desenvolvidos com cuidado didático.
CONCLUSÃO
A partir do foco nas definições e fundamentos sobre os Sistemas de Produção com
enfoque tradicional, conclui-se o processo de transição do Sistema de Produção
Tradicional ser, desde o ambiente no chão de fábrica, capaz de conviver com lotes
pequenos, repetitivos e frequentes, sem a geração de estoque desnecessário, capaz
de propiciar a diminuição de custos, com as considerações desde as bases da Orga-
nização Racional do Trabalho até o surgimento e incorporação das linhas de monta-
gem implantadas por Henry Ford, definidoras do Sistema de Produção em Série.
Após essa publicação, surge a obra Lean Thinking, de 1996, que serve para ampliar
a disseminação do conceito lean. Desse modo, as comparações são possíveis para
as reflexões sobre os conceitos de push production (produção empurrada) e pull
production (produção puxada).
UNIDADE 4
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
4 PRODUÇÃO FOCALIZADA
É fundamental a compreensão da importância da administração do sistema de
produção, ao considerarmos o relevante papel da área da manufatura dentro de uma
empresa. É sabido que houve um aumento dessa importância dentro das organiza-
ções industriais com a implementação da prática do planejamento racional, que está
voltado para um melhor direcionamento do planejamento estratégico de manufa-
tura. Por isso, considera-se de suma importância que o planejamento inicie primei-
ramente com a determinação de objetivos e, em seguida, seja feita a definição de
políticas e planos da organização.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, a ideia principal é desenvolver os conceitos teóricos sobre a fábrica
focalizada, que tem o seu objetivo voltado à fabricação de uma variedade de produtos
que utilizem uma mesma série de processos produtivos. A partir disso, você poderá
compreender que a fábrica focalizada tem o objetivo de contribuir com a especializa-
ção nos processos produtivos. O entendimento dos aspectos teóricos fundamentais
da produção focalizada está atrelado às pesquisas realizadas no final dos anos 60
sobre a estratégia da manufatura o que irá explicar como o conceito de fábricas foca-
lizadas tem relação direta com os aspectos estratégicos no que diz respeito à produ-
tividade e competitividade.
Dentro dos conceitos teorizados sobre a produção focalizada, podemos dividir a temá-
tica em três pontos centrais que são: a aplicação da estratégia na produção, as impli-
cações nos processos de fabricação repetitiva em lotes e as células de manufatura.
Bons estudos!
Compreenda que esse é um questionamento que tem sentido quando você entende
os desdobramentos que ocorrem ao interpretar os aspectos operacionais e as suas
implicações estratégicas, principalmente com relação ao conteúdo das estratégias
nos ambientes produtivos que envolvem situações, decisões e ações pontuais e espe-
cíficas capazes de estabelecer fundamentalmente o papel, os objetivos com o intuito
de abranger o sistema de produção como um todo, bem como todas as suas ativida-
des no ambiente da área da produção.
SISTEMAS DE
PRODUÇÃO
DESEMPENHO
DA PRODUÇÃO
ESTRATÉGIA DA
ADMINISTRAÇÃO
PRODUÇÃO
DA PRODUÇÃO
Fonte: Elaborada pelo autor – adaptada de SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2015, p. 65.
De modo mais abrangente, o termo estratégia pode também significar uma forma
de pensar no futuro, ou seja, você pode partir de um instante momentâneo e fazer
alguma projeção para o futuro, o que irá envolver e exigir algumas ações que estejam
integradas com o processo decisório.
A partir disso é importante entender como devem ser elaboradas as estratégias nos
ambientes produtivos aliados ao conceito de fábrica focalizada.
Por exemplo, a questão é que para uma indústria tornar-se ou manter-se sempre
inovando ela precisa desenvolver estratégias na área da manufatura. Desde os concei-
tos teorizados por Skinner sobre fábricas focalizadas e as implicações nas estraté-
gias de produtividade, é fato que já se antevia o fim da organização produtiva com
as características das montadoras que se responsabilizavam pelo todo da produção
ao assumir a fabricação de todos os componentes envolvidos nos processos para a
montagem final dos veículos.
Observe a figura a seguir, que apresenta os níveis básicos das estratégias nas empresas
no contexto da tomada de decisão. A implantação da estratégia aplicada no sentido
de cumprir sua função no sentido operacional está aliada à estratégia funcional, que
precisa sido concebida para atender à estratégia dos negócios.
ESTRATÉGIAS
enfoque hierárquico na estrutura da empresa, isto é, de “de cima para baixo”. O efeito
top-down determinará o que a empresa deseja estabelecer. Por outro lado, a estra-
tégia de produção configura-se numa atividade com efeito bottom-up, ou seja, de
baixo para cima.
O termo top-down significa “de cima para baixo”, e, bottom-up, “de baixo
para cima”. São utilizados com frequência para ilustrar o processo de toma-
da de decisão em termos da orientação nas situações aplicadas dentro das
estruturas das organizações.
Uma “fábrica focalizada” com estratégia pode se orientar com base em um ou dois
objetivos de desempenho. Muito importante é que os sistemas de produção foca-
lizados estejam orientados dentro do conceito dos processos de negócios e foco
no cliente.
Fonte: Elaborada pelo autor – adaptada de SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2015, p. 82.
Fonte: Elaborada pelo autor – adaptada SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2015, p. 72.
Desse modo, as decisões estratégicas podem ser compreendidas nos níveis corpora-
tivos, das unidades de negócio e para atender aos objetivos funcionais. Por exemplo,
quando algumas perguntas devem ser respondidas para permitir a alocação adequa-
da de recursos dentro de várias possibilidades de negócio – depois, com a definição
MISSÃO
VISÃO
ESTRATÉGIA
FUNÇÃO DEMAIS
PRODUÇÃO FUNÇÕES
Esse tipo de layout possui uma configuração centralizada em um mesmo local com
todas as máquinas destinadas a uma produção específica num processo em que
etapas são repetitivas criando espaços departamentais em que cada um realiza deter-
minada parte do processo (como, por exemplo, tornearia, fresagem, corte, usinagem,
pintura etc.). Note que, mesmo com a distinção entre as operações no processo, há
uma interligação entre elas dentro do processo.
É importante entender o conceito das células de manufatura, que podem ser orga-
nizadas de acordo com as características específicas de cada área e dos ambien-
tes produtivos. A estrutura em si é simples e muito funcional. Dentro do contexto
da produção focalizada, a produção tem como principal objetivo propiciar agilidade
para a tomada de decisão, por isso, cada célula é composta de grupos de trabalho
onde cada grupo trabalha sob a supervisão de um líder. Isso é uma célula de manu-
fatura.
Pode ocorrer que em cada célula existam atividades indiretas, visto que estas podem
proporcionar uma importante característica, que é maior agilidade e autonomia
permitindo maior nível de informação junto ao processo produtivo. Essa ideia cola-
bora com o raciocínio do conceito de pequenas fábricas com o objetivo de buscar
melhores resultados com o trabalho em equipe.
Veja que a disposição física da célula adota a metodologia da distribuição das opera-
ções que determina o espaço físico em função da adequação da quantidade de
operações e do número de máquinas e operários envolvidos no conjunto das opera-
ções dentro da visão de trabalho departamental.
É importante notar que, desse modo, é possível configurar o layout para o aproveita-
mento em termos de tempo de trabalho para evitar períodos ociosos em relação ao
tempo de operação das máquinas, para que seja preenchido o tempo total de opera-
ção da máquina.
Entenda que o layout celular, em vez de agrupar os processos produtivos por função,
trabalha com o agrupamento de produtos ou famílias de produtos.
Além disso, nesse mesmo layout tem-se a chance de manter o padrão individual para
as operações. Com essa configuração, ainda se tem a facilidade de adequar o layout
físico em relação às instalações disponíveis. Outro aspecto é a possibilidade da flexibi-
lidade na determinação da capacidade dos volumes de produção em função de alte-
rações do contingente de recursos disponíveis para eventuais alterações do número
de operadores envolvidos.
Outro ponto de destaque é com relação aos estoques, pois a melhoria no fluxo da
linha repercute positivamente no ritmo de produção com a possibilidade de traba-
lhar com a produção puxada até em pequenos lotes.
Deve-se atentar, nesse contexto, para alguns pontos importante, como: a redução
dos leads times produtivos, o uso de lotes econômicos, as devidas quantidades que
possam expressar algum fator de segurança para eventuais variações aleatórias na
demanda exigida. Por último, até algum tipo de controle com implicações quanto
às vantagens relativas ao preço, no caso do incremento das quantidades de estoque
para a prevenção de possíveis elevações de preços de produtos.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
• MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações. São Paulo: Saraiva,
2012. (Série Temas Essenciais em Administração).
O autor aborda em sua obra o que são produção focalizada e as implicações com
os aspectos estratégicos – especificamente no capítulo X, o conceito de produção
focalizada.
CONCLUSÃO
Nesta unidade foram desenvolvidos os conceitos que permitiram a compreensão da
importância da adoção da estratégia nos ambientes produtivos. Essa conceituação
contribuiu com a compreensão das influências nos sistemas de produção em relação
aos conceitos estratégicos na busca por vantagem competitiva dentro das práticas
da boa gestão do uso dos recursos disponíveis, principalmente em relação ao uso de
processos e tecnologias capazes de colaborar para competir com produtos e serviços
nos mais variados e diferentes mercados.
UNIDADE 5
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
A unidade iniciará com uma conceituação sobre lead time e sua contextualização,
além dos desmembramentos das aplicações. Desse modo, o uso e as questões práti-
cas são de igual modo importantes. Há uma relação natural e pertinente dos leads
time em relação às questões tecnológicas.
INTRODUÇÃO
A ideia principal desta unidade é o entendimento acerca do conceito de manufa-
tura enxuta que implica diretamente na implantação de melhorias nos ambientes
Nesta unidade, então, tem-se como compromisso principal aliar os conceitos que
envolvem a manufatura enxuta, para compreender de modo completo todas as
possibilidades necessárias, inclusive ao considerar o papel dos tempos de espera e de
inspeção para a organização.
O conceito essencial da manufatura enxuta permite entender que ela engloba essen-
cialmente estratégias da produção a partir de práticas desenvolvidas pelo sistema
Toyota de produção. Isso implica entender que esse conjunto de práticas, dentro do
sistema Toyota, estará mais focado na diferenciação de produtos, o que necessaria-
mente implica trabalhar com estratégias no ambiente produtivo.
O maior objetivo é o desenvolvimento de rotinas que contribuam para uma visão que
incentiva as mudanças. Do contrário, a falta de participação e envolvimento por parte
dos colaboradores pode impactar na quantidade e na qualidade da produção, geran-
do consideráveis níveis de desperdícios. Considerando as práticas que impactam no
desenvolvimento da produção, tem-se algumas ações importantes que estão rela-
cionadas com os seguintes aspectos: lead time produtivo, ações enxutas e melhorias
contínuas. Entenda cada uma separadamente a seguir.
De um modo geral, é possível compreender que esse tempo decorrido está dire-
tamente relacionado com os possíveis impactos tanto no processo produtivo, por
exemplo, quanto nas rotinas das etapas do processo de fabricação, pois a partir da
observação do tempo decorrido nas etapas de produção é possível, principalmente,
identificar e acompanhar cada etapa distintivamente. Considerando isso, a figura a
seguir traz uma contribuição para o entendimento sobre o surgimento do lead time
no ambiente de trabalho.
A partir da identificação dos tempos dos leads times dentro do processo, é possí-
vel agregar valor para o entendimento do efetivo tempo necessário para a etapa de
processamento, por exemplo. Isso implica então entender que os demais tempos das
etapas seguintes terão seu desperdício associado à medida que impactam o tempo
de produção como um todo. Por isso, quando é identificado e entendido como essa
medição de tempo está relacionada com algum tipo de desperdício devido a um
tempo exagerado gasto em uma ação, imediatamente uma outra ação será adotada
para eliminar esse desperdício. Ou seja, os tempos que não agregam valor podem e
devem ser eliminados ou reprogramados dentro do processo.
A orientação das práticas da manufatura enxuta é voltada para que o fluxo de traba-
lho no ambiente produtivo contribua diretamente com a eliminação de desperdícios.
Desse modo, as iniciativas devem contribuir para a melhoria das operações produti-
vas. A partir disso, tem-se as questões impostas pelo mercado, que exige uma deman-
da voltada para a qualidade total, o que engloba aspectos conceituais da produção
enxuta, de just-in-time e outras iniciativas de melhoramento dos sistemas produtivos
(CORRÊA, 2019).
Vale lembrar que o kaizen é uma metodologia que permite baixar os custos
e melhorar a produtividade, assim, está relacionada diretamente com as
práticas de melhoria contínua.
Veja a figura a seguir que ilustra como a adoção de algumas estratégias pode impac-
tar na melhoria dos processos.
Desenvolvimento
Planejamento
Implantação
Inovação
Estratégico
Tático
Melhorias
Ainda dentro das práticas de melhoria contínua, tem-se o chamado ciclo de PDCA. A
sigla PDCA tem origem do inglês: P= Plan (Planejar, estabelecer metas), D=Do (Execu-
tar), C=Check (Verificar) e A=Action (Atuar). É utilizado para alimentar o fluxo nas estra-
tégias de produção. Cada uma das letras significa as fases, as etapas em que a produ-
ção deverá ser estabelecida, iniciando pelo estabelecimento da definição de metas,
depois dando sequência à execução da produção até a fase da avaliação, posterior-
mente permitindo ações corretivas. O ciclo é reiniciado, e cada uma das fases é reto-
mada. A figura a seguir ilustra a relação entre cada uma das fases do ciclo.
PLANEJAR
EXECUTAR
ATUAR
VERIFICAR
Por exemplo, a fase do planejamento pode exigir treinamento do operário para uma
execução direcionada para produzir a coleta de dados mais apurada. Desse modo, o
acompanhamento poderá comparar a meta e o resultado obtido, e trazer informação
suficiente para gerar ação corretiva ou preventiva.
A grande maioria dessas práticas de melhoria contínua visa à diminuição das causas
de desperdícios dentro da produção. Entenda como podem ser minimizados os
impactos nas operações a seguir.
Nesse sentido, você deve considerar que esses desperdícios obrigatoriamente devem
ser eliminados ou reduzidos. Um dos pontos principais relacionados ao desperdício é
a necessidade de atentar para o tempo da produção. Veja a seguir como esses aspec-
tos podem impacta no andamento da produção.
Algumas ações são direcionadas exclusivamente para a redução nos tempos, que
envolvem tanto a produção quanto a inspeção dentro das organizações. A partir do
momento que se tem uma redução considerável nestes tempos, tem-se como conse-
quência direta um processo de produção mais eficiente. Os procedimentos relaciona-
dos com a redução dos tempos levam à garantia da qualidade a partir da implemen-
tação de ações de melhoria. Um exemplo é a participação adequada do operário na
operação simultânea de várias máquinas, o que possibilitará a separação dos tempos
de operação manual de outras operações, otimizando assim a produção.
Desse modo, a autonomação implica entender que o sistema é capaz de trazer infor-
mação sobre qualquer ocorrência de anormalidade, o que exigirá imediata correção.
MANUFATURA ENXUTA
Automação
• maçanetas das portas dos lavatórios do avião que devem ser giradas
para acender o aviso luminoso indicando que estão ocupados;
dois tipos de setup: interno, quando a preparação somente poderá ser feita quando
a máquina ou o equipamento estiver parado; e outro externo, quando a preparação
somente poderá ser feita quando a máquina ou o equipamento estiver em funcio-
namento.
Observe que a redução do tempo de troca pode ser alcançada através da adoção de
diferentes métodos ou procedimentos. Por exemplo, Slack (2018) apresenta alguns
métodos para caminhar na obtenção da transferência do trabalho de troca interno
para o trabalho externo. Ele explica que é necessário preparar com antecedência as
atividades e os equipamentos, pois tal procedimento não deve ser realizado durante
o período de troca.
Seguindo essas orientações, o autor conclui que há a necessidade de prática das roti-
nas de troca, pois a rotina que está associada com a repetição gera o aprendizado
em relação à necessidade de agilidade que produzirá um importante efeito na redu-
ção dos tempos de troca envolvidos.
Tempo de
Setup Amostra Inspeção Ajuste Amostra
produção
aspecto relevante dentro das operações, com itens, máquinas ou até mesmo clien-
tes com foco em situações focalizadas. Perceba que tais procedimentos podem ou
não contribuir para a agregação de valor, o que é muito significativo para o processo
como um todo, bem como para as práticas de manufatura enxuta.
CONCLUSÃO
Nesta unidade foi teorizada e explicada a compreensão acerca do conceito de lead
time. Com isso, foi possível entender a composição do lead time produtivo e os
tempos de inspeção, e como tais aspectos impactam na produção e até mesmo na
organização interna de uma empresa.
A partir do conteúdo foi possível compreender como algumas ações pontuais dentro
dos sistemas de produção podem ajudar a corrigir excessos no processo, como um
todo ou em partes, o que permite que a produção seja direcionada para o correto
desenvolvimento dos produtos.
UNIDADE 6
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
6 PADRONIZAÇÃO DAS
OPERAÇÕES E POLIVALÊNCIA
O cenário atual presente nas organizações surgiu a partir da revolução industrial que
trouxe vários impactos, desde o chão de fábrica até as operações de atendimento na
área de serviços. O surgimento de tecnologias capazes de transformar e agilizar os
processos produtivos com várias aplicações no modo de produção também é um dos
aspectos propiciadores das mudanças mais significativas no sistema de produção.
Além disso, as novas definições de padronização das operações e a polivalência de
ambientes e máquinas criaram um espaço produtivo propício para a implantação de
critérios voltados para a melhoria do desempenho dos processos no chão de fábrica.
A partir disso, mudou também o dia a dia do profissional da administração que passa
a conviver com um ambiente de tomada de decisão pautado em práticas de gestão
voltadas para o controle dos resultados obtidos e maior otimização da produção.
Considerando esse contexto, esta unidade será com base nesta mudança de parâ-
metros que desenvolveram novos padrões até mesmo de definição do tempo de
produção, permitindo um melhor desempenho para os resultados obtidos nos vários
processos que fazem parte dos sistemas produtivos.
Vamos lá?
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, o foco será voltado para o entedimento do sistema de produção atual
que se desenvolve, visando aos parâmetros estabelecidos pelas práticas do just-in-
-time, ou seja, de modo específico, as necessidades do cliente são atendidas, uma
vez que o sistema precisa modular as quantidades necessárias que devem atender à
demanda, porém com flexibilidade.
Você entenderá sobre o surgimento das multitarefas e como o perfil das pessoas
que trabalham com a produção e a operação mudou devido a esta nova postura
de produção. É fundamental destacar, dentro desse contexto, o surgimento dos
conceitos influenciadores da indústria 4.0 que implementa a noção de que trabalhos
rotineiros com tarefas simplificadas podem ter as operações substituídas por uma
combinação de instruções, procedimentos, softwares, por exemplo, acoplado com
algum tipo máquina.
Pensando que o contexto atual de produção está pautado na aplicação dos concei-
tos advindos do JIT (just-in-time), que implicam uma produção polivalente que consi-
dera e se preocupa com os processos de acordo com o tempo de ciclo programado,
você consegue responder ao que é a padronização?
Dentro desse contexto, tem-se a noção de trabalho padrão a relação direta com áreas
produtivas. Conforme Slack, Chambers e Johnston (2015), a ocorrência da padroni-
zação acontece em função da necessidade da compensação de custos considerados
excessivos por causa da elevação da variedade de produtos ou serviços, ou seja, a
administração da produção pode lançar mão da padronização de produtos, serviços
ou até de processos para diminuir os impactos tanto em custos quanto no tempo de
produção.
Como exemplos desse trabalho padrão, tem-se o caso dos restaurantes fast-
-food que trabalham com produtos padronizados, bem como empresas
da área de seguros que pautam o seu atendimento através das operações
padronizadas de telemarketing. Além disso, o caso da produção de itens do
vestuário que são fabricados de maneira padronizada de quantidade com
limites dos tamanhos.
Considerando isso, cabe entender como o tempo da produção, bem como a adoção
de operações-padrões e do conceito de takt time, são aspectos integrantes de um
trabalho-padrão.
Em primeiro lugar, é importante definir o que é takt time. O termo tem origem no
alemão e significa compasso-ritmo, ou seja, é a medida de modo exato do tempo
de trabalho dentro de um procedimento específico para a definição do tempo e do
trabalho de cada operador na produção de um produto. O conceito então está rela-
cionado ao ritmo da produção em função dos trabalhos e movimentos desempenha-
dos pelo operador.
Tempo do ciclo (ou takt time) conforme Slack, Chambers e Johnston (2015)
teve origem no Sistema Toyota de Produção. É uma adaptação da palavra
alemã taktzeit, originalmente significando “ciclo de relógio”.
Assim, é bem significativo entender que esse processo de apuração do tempo padro-
nizado tem implicações com a manutenção de distribuição homogênea para o fluxo
produtivo dentro do sistema de produção JIT, ou seja, essa distribuição homogênea
das atividades permite avaliar o tempo que deve ser destinado aos operadores dentro
do tempo de ciclo, sem que isso signifique usar todo o tempo disponível.
Para a obtenção do tempo padrão, são levantados de modo bem simples quando
associados com a velocidade normal de trabalho. Assim, ao estabelecer a próxima
etapa de trabalho, estabelece-se o ritmo mais adequado. Tubino (2015) argumen-
ta que não é frequente a rotina de operações-padrão ser maior que o envolvimento
com roteiro de fabricação. Por outro lado, quando o tempo de ciclo for muito curto
para que um único operador execute todas as operações-padrão de um item em
uma célula, o roteiro de fabricação do item deve ser redistribuído por mais operado-
res, cada um deles operando dentro do tempo de ciclo projetado.
6.3 POLIVALÊNCIA
(2015) enfatiza, surge no chão de fábrica a compreensão que a função dos operadores
agora considerados polivalentes é a de absorver no período do médio prazo todas as
variações que sejam perceptíveis na demanda, em termos de diferenciais nos tempos
de ciclos. Isso em função da mudança de sua rotina de operações-padrão. Esse novo
modo de trabalho é significativo, pois desse modo a polivalência implica situações e
implicações diretas para o indivíduo que exerce condições especificamente técnicas
dentro do projeto como cumprir o orçamento.
SITUAÇÃO IMPLICAÇÕES
Veja que, ao entender as alterações nos sistemas produtivos por conta do elevado
nível da utilização de recursos tecnológicos, é possível compreender a quantidade de
transformações experimentadas por todos nós. As empresas são afetadas, os negó-
cios são impactados. Embora a quantidade de mudanças seja intensa, a volatilidade
é algo que explica o rápido surgimento e a substituição de alguns processos e etapas.
Além da volatilidade, é compreensível o grau de incerteza que o uso da tecnologia
pode impor à operação e produção em situações que exijam um grau elevado de
complexidade.
VARIÁVEIS EXPLICAÇÕES
Observe agora uma ferramenta que pode funcionar de modo integrado no que diz
respeito ao ambiente produtivo, que é a robotização. Por exemplo, tem-se o caso do
processo de impressão 3D que traz várias alterações em termos de projeto, controle,
produção e estocagem.
Os elementos-chave da Indústria 4.0, de acordo com Batalha et. al. (2019), são apre-
sentados no quadro a seguir.
A robotização já está presente nos variados campos de ação. Na área de saúde, já são
realizados procedimentos e invenções cirúrgicas através da conjugação homem e,
por exemplo, braço robótico. Na indústria automobilística, a automação, vinculada à
robotização, já é presente em massa. Nesse caso, no chão de fábrica, o transporte de
peças, itens e componentes ocorre a partir de instrumentos e máquinas guiadas e
pré-programadas.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
Veja, a seguir, algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento
sobre os assuntos abordados na disciplina.
>> BATALHA, Mário Otávio (org.); ALVES FILHO, Alceu Gomes et al. Gestão da
produção e operações: abordagem integrada. São Paulo: Atlas, 2019. Disponí-
vel em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597021288/
cfi/6/2!/4/2/2@0:0>.
O capítulo 1 da obra aborda “A indústria 4.0” com uma linguagem acessível, embora
técnica. A parte acrescenta conteúdo específico ao relacionar os Sistemas de Produ-
ção com as questões decorrentes da Quarta Revolução Industrial.
É uma publicação atual que aborda as aplicações resultantes para a melhoria dos
sistemas de produção no que diz ao desempenho, leitura dos resultados, segurança
dos dados. A recomendação é ler o Prefácio e a Introdução.
CONCLUSÃO
Ao longo da unidade, você pôde perceber que, para que o sistema produtivo possa
manter-se atualizado e tenha o caráter de multitarefas, é preciso que os ambientes
produtivos estejam preparados para este comportamento polivalente e multifuncio-
nal para que os resultados sejam alcançados por todos os envolvidos.
Diante desse fato, constata-se que o sistema de produção atual é um cenário defini-
do pela novidade e pelo incremento de tecnologia nos processos produtivos que vão
além da organização ou do layout produtivo. Nesse contexto, é perceptível a gran-
de influência no chão de fábrica e nos sistemas de produção quanto aos impac-
tos causados pela quantidade de tecnologia disponível advindas da quarta revolu-
ção industrial e dos incrementos tecnológicos tais como: Internet das Coisas (IoT),
conectividade, sensores e monitoramento em tempo real para os dados gerados nos
ambientes produtivos.
Esses dispositivos estão ao alcance para implantação nos processos fabris incentivan-
do reformulações nos ambientes produtivos para além da mecanização, automação.
Hoje a robotização nos processos produtivos pode trabalhar além dos critérios ou
parâmetros da padronização sem perda da qualidade, assim como trabalhar para
atender às quantidades necessárias para a produção, ou seja, a robotização veio para
dentro do contexto do pensamento lean sendo então orientado para trabalhar sob o
raciocínio da produção enxuta.
Conclui-se então que esses impactos no caso do chão de fábrica trazem desafios
para a convivência entre operadores e tecnologias, aumentando as possibilidades de
melhorarias de resultados e operações com a implantação de processos robotizados.
Não obstante, deve-se atender aos aspectos que também surgem com a transforma-
ção tecnológica e digital como volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade.
As transformações digitais estão em curso e continuarão assim, cabe ao sistema de
produção como um todo à sua adequação.
REFERÊNCIAS
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manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
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integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597021288/cfi/6/2!/4/2/2@0:0>.
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dagem inovadora com desafios práticos. São Paulo: Empreende, 2019.
EAD.MU LTIVIX.EDU.BR
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SUMÁRIO 141