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Introdução à Engenharia

INTRODUÇÃO À
ENGENHARIA

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD


Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SUMÁRIO 1
Introdução à Engenharia

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul


do Estado do Espírito Santo, com unidades em
MULTIVIX Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto


grupo de Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos
de excelência em ensino.

Estes resultados acadêmicos colocam


todas as unidades da Multivix entre as
melhores do Estado do Espírito Santo e
entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência cida-


dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a
credibilidade, segurança e modernidade, visando
à satisfação dos clientes e colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-


da nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

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2 SUMÁRIO
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EDITORIAL

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX

Diretor Executivo Revisão de Língua Portuguesa


Tadeu Antônio de Oliveira Penina Leandro Siqueira Lima

Diretora Acadêmica Revisão Técnica


Eliene Maria Gava Ferrão Penina Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Diretor Administrativo Financeiro Graziela Vieira Carneiro
Fernando Bom Costalonga
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Diretor Geral Carina Sabadim Veloso
Helber Barcellos da Costa Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Diretor da Educação a Distância Aline Ximenes Fragoso
Pedro Cunha Genivaldo Félix Soares

Conselho Editorial Multivix Educação a Distância


Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
do Conselho Editorial) Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Kessya Penitente Fabiano Costalonga Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Carina Sabadim Veloso Direção EaD
Patrícia de Oliveira Penina Coordenação Acadêmica EaD
Roberta Caldas Simões

BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

Moreira Tainá, e Filogônio Vitor


Língua Portuguesa III / Moreira Tainá, e Filogônio Vitor. – Serra: Multivix, 2019.

Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra


2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com

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APRESENTAÇÃO Aluno (a) Multivix,

DA DIREÇÃO Estamos muito felizes por você agora fazer parte


do maior grupo educacional de Ensino Superior do

EXECUTIVA Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a


Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.

A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-


ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia,
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999,
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de
cursos de graduação, pós-graduação e extensão
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento:
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.

Além da qualidade de ensino já comprova-


da pelo MEC, que coloca todas as unidades do
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das
Instituições de Ensino Superior de excelência no
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade
de qualidade mas que precisam superar alguns
obstáculos.
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretor Executivo do Grupo Multivix Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é:
“Formar profissionais com consciência cidadã para o
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e
colaboradores.”

Entendemos que a educação de qualidade sempre


foi a melhor resposta para um país crescer. Para a
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o
mundo à sua volta.

Seja bem-vindo!

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LISTA DE FIGURAS

>>FIGURA 1 - Pirâmides do Egito 15


>>FIGURA 2 - Coliseu, em Roma 16
>>FIGURA 3 - Grande muralha da China 16
>>FIGURA 4 - Torre Eiffel 18
>>FIGURA 5 - Engenheira de manutenção inspecionando uma
instalação de óleo e gás 19
>>FIGURA 6 - Engenheiros de produção em visita a uma fábrica 22
>>FIGURA 7 - Engenheiros trabalhando no desenvolvimento
de um drone 28
>>FIGURA 8 - Engenharia de construção e instalação 32
>>FIGURA 9 - Aula de aplicações de engenharia 45
>>FIGURA 10 - Estrutura curricular de Engenharia de Produção
da Multivix 53
>>FIGURA 11 - Estrutura curricular de Engenharia de
Produção da Multivix 54
>>FIGURA 12 - Estrutura curricular de Engenharia de Produção
da instituição X 55
>>FIGURA 13 - Desastre ambiental na cidade de Mariana, Minas Gerais 67
>>FIGURA 14 - Inspeção de prédios antigos e obras públicas 70
>>FIGURA 15 - PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DO PROJETO 81

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LISTA DE QUADROS

>>QUADRO 1 - Comparação de duas alternativas de projeto 79

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 1 A ENGENHARIA E O ENGENHEIRO 13


1.1 INTRODUÇÃO 13
1.2 CONCEITOS INICIAIS SOBRE A ENGENHARIA E O ENGENHEIRO 14
1.2.1 UM BREVE HISTÓRICO DA ENGENHARIA E SUAS REALIZAÇÕES 15
1.2.2 O PERFIL DO ENGENHEIRO 18
1.2.3 AS FUNÇÕES DO ENGENHEIRO 21

CONCLUSÃO 24

UNIDADE 2 2 O CAMPO DE ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO 26


2.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 26
2.2 DEFINIÇÕES NORMATIVAS SOBRE A ATUAÇÃO DOS ENGENHEIROS 27
2.3 AS FUNÇÕES DOS ENGENHEIROS 30
2.4 ÁREAS DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 34

CONCLUSÃO 39

UNIDADE 3 3 ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO 41


3.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 41
3.2 HABILIDADES REQUERIDAS NA ENGENHARIA 42
3.3 EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA 44
3.4 A ESTRUTURA CURRICULAR NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 48

CONCLUSÃO 55

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SUMÁRIO 7
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SUMÁRIO

UNIDADE 4 4 CONSELHO REGIONAL - CREA 57


4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 57
4.2 DEFINIÇÕES INICIAIS 57
4.3 A IMPORTÂNCIA DO CONSELHO E DO PROFISSIONAL CREDENCIADO. 59
4.3.1 O PROFISSIONAL CREDENCIADO 62
4.3.2 A ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) 63
4.3.3 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REQUERER
CARTEIRA PROFISSIONAL 65
4.3.4 CONSULTAS PÚBLICAS 66

CONCLUSÃO 73

UNIDADE 5 5 CONCEITO DE PROJETO E TOMADA DE DECISÃO 75


5.1 O PROCESSO DO PROJETO DE ENGENHARIA 75
5.2 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS DE PROJETO 82
5.2.1 SUSTENTABILIDADE NO PROJETO 82
5.2.2 ENGENHARIA ECONÔMICA 86
5.3 O MÉTODO DE PROJETO DE ENGENHARIA 86
5.4 DINÂMICA DO PROJETO DE ENGENHARIA 87
5.4.1 HABILIDADES E FERRAMENTAS DO PROCESSO DE PROJETO 87
5.4.2 O ESPAÇO DE PROJETO 88
5.4.3 CLUSTERS NO NÚCLEO DO PROCESSO DE PROJETO 88
5.4.3.1 GERAÇÃO DE REQUISITOS: DEFININDO O ESPAÇO DE PROJETO 88
5.4.3.2 FERRAMENTAS MULTIÚSO DE PROJETO PARA CARACTERIZAR/DEFINIR/
DESCREVER/DETALHAR O ESPAÇO DE PROJETO 89
5.4.3.3 FERRAMENTAS DE GERAÇÃO DE IDEIAS: EXPANDINDO O ESPAÇO DE
PROJETO 89
5.4.3.4 TOMADA DE DECISÃO: REDUZINDO O ESPAÇO DE PROJETO 90
5.4.3.5 ITERANDO: ITERANDO NO ESPAÇO DE PROJETO 90
5.4.3.6 INVESTIGANDO IDEIAS: EXPLORANDO O ESPAÇO DE PROJETO 90
5.4.3.7 PROJETO PÓS-CONCEITUAL: DEIXANDO O ESPAÇO DE PROJETO 91

CONCLUSÃO 92

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SUMÁRIO

UNIDADE 6 6 ÉTICA PROFISSIONAL E SEGURANÇA 94


6.1 ÉTICA NA ENGENHARIA 94
6.1.1 UM EXEMPLO DE CÓDIGO DE ÉTICA PARA ENGENHEIROS 95
6.1.2 O JURAMENTO DO ENGENHEIRO 102
6.2 COMPROMISSO COM A SEGURANÇA 104
6.2.1 INCERTEZAS NO PROJETO 105
6.2.2 ÉTICA AMBIENTAL E ASPECTOS SOCIAIS 106
6.2.3 AS DECISÕES TÉCNICAS E O BEM-ESTAR HUMANO 109

CONCLUSÃO 110

REFERÊNCIAS 111

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SUMÁRIO 9
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ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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10 SUMÁRIO
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Introdução à Engenharia

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro(a) Aluno(a), você está iniciando a disciplina Introdução à Engenharia. Esta disci-
plina abordará aspectos iniciais e fundamentais sobre a profissão e atuação na área
de engenharia. Inicialmente, serão abordadas questões, como a definição de enge-
nheiro e da engenharia, seu histórico, grandes contribuições da área e o perfil do
profissional.

Mais à frente, trazem-se discussões sobre o campo de atuação do engenheiro (em


particular no Brasil), seu processo de formação e o seu conselho de classe, o Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). A disciplina destaca um espaço espe-
cial para o papel dos projetos na área de engenharia, área que se apresenta como um
diferencial profissional, bem como uma forma de abordagem de problemas dentro
do contexto de atuação da engenharia. Por fim, discutem-se aspectos sobre a ética,
responsabilidade social e a segurança no trabalho de engenharia.

Espera-se que esses temas, juntamente com aqueles apresentados complementar-


mente nos fóruns e estudos orientados, despertem mais a vontade de adentrar no
mundo da engenharia e exercer suas funções de forma não apenas eficiente, mas
também satisfatória à sua formação. É a partir desses materiais que você terá maior
proximidade com a realidade da engenharia no país, como os novos desafios enfren-
tados pelos profissionais com as mudanças nos ambientes econômico e político, a
chegada de novas tecnologias e a atualização das demandas do mercado.

Bons estudos!

Objetivos da disciplina
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de:

• Distinguir as principais características dos profissionais de engenharia e do seu


conselho de classe, o CREA.

• Examinar a estrutura curricular do curso.

• Ilustrar as áreas de atuação e funções do engenheiro.

• Organizar a realização de atividades segundo a abordagem de projetos.

• Avaliar a atuação no campo da engenharia a partir de princípios éticos e de


segurança.

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SUMÁRIO 11
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UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Descrever como a


engenharia contribuiu
para o desenvolvimento
tecnológico e social da
humanidade ao longo
das eras.

> Ilustrar as principais


definições acerca
da engenharia e do
engenheiro.

> Identificar as principais


características do perfil
comportamental do
engenheiro de sucesso.

> Ilustrar as áreas de


atuação e funções mais
frequentes no contexto
da engenharia.

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12 SUMÁRIO
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Introdução à Engenharia

1 A ENGENHARIA E O
ENGENHEIRO
Nesta unidade, você conhecerá os principais conceitos relativos à engenharia e ao seu
profissional, o engenheiro. Será também apresentado um breve histórico da atuação
e das contribuições da engenharia ao longo do tempo. Além disso, você conhecerá
um pouco mais sobre as definições dadas ao engenheiro, a partir da descrição das
suas principais aptidões e características.

Por fim, você encontrará uma lista das principais funções desenvolvidas pelos enge-
nheiros dentro do seu contexto de atuação. Com isso, você já poderá vislumbrar algu-
mas áreas de atuação do engenheiro e quais as características necessárias para ser
um profissional de sucesso.

1.1 INTRODUÇÃO

Uma boa parcela da população brasileira e mundial não possui uma ideia muito clara
do que é e do que faz um engenheiro. Apesar das obras de engenharia (sejam de
grande porte, sejam de menor impacto) estarem às vistas, cerca de 60% da popula-
ção adulta diz não ter um conhecimento claro sobre as atividades de um engenheiro.

Assim, a engenharia é, por muitas vezes, vista como uma profissão discreta e imper-
ceptível na sociedade. Alguns autores, como Telles (2015), atribuem esse desconhe-
cimento no âmbito nacional a fatores de ordem cultural e social. Contudo, essa reali-
dade passou a mudar a partir do século XIX.

Este capítulo introdutório traz discussões que podem sanar alguns dos questiona-
mentos mais tradicionais acerca da atuação no campo da engenharia. Questiona-
mentos estes, que, na visão de Cocian (2017), envolvem, entre outras perguntas, saber
o que faz um engenheiro, para que se estuda engenharia, quem são esses profissio-
nais, como e onde atuam.

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SUMÁRIO 13
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1.2 CONCEITOS INICIAIS SOBRE A ENGENHARIA E


O ENGENHEIRO

Apesar de ressaltar a dificuldade em se caracterizar a engenharia, Cocian define-a


como “a arte da aplicação dos princípios científicos, da experiência, do julgamento e
do senso comum, para implementar ideias e ações em benefício da humanidade e
da natureza” (COCIAN, 2017, p. 1). Ainda segundo o autor, a engenharia estaria orien-
tada ao desenvolvimento de produtos ou sistemas adequados à resolução de ques-
tões específicas. Para tanto, o engenheiro (profissional que pratica a engenharia) faz
uso de materiais e recursos naturais.

Para o autor, o engenheiro “é competente em virtude da sua educação fundamental


e do treinamento para aplicar o método científico (e da engenharia)” (COCIAN, 2017,
p. 4). A partir da aplicação das ciências e sempre assumindo uma postura de respon-
sabilidade, o engenheiro é determinante na solução de problemas da humanidade.
O engenheiro é uma pessoa qualificada pela sua capacidade, educação e experiência
em executar tarefas de engenharia.

Entretanto, conforme um dos questionamentos previamente apresentados, pode-


-se perguntar: para que os engenheiros fazem uso dos materiais e recursos natu-
rais? Hotzapple e Reece (2013) destacam que os engenheiros possuem um papel de
grande importância na transformação dos já citados recursos naturais em objetos e
soluções comuns, que podem ser observadas no mercado. Mais que isso, os enge-
nheiros realizariam tais feitos de forma eficiente. Os autores, citando o engenheiro A.
M. Wellington (1847–1895), descrevem a engenharia como a “a arte de fazer... bem,
com um dólar, aquilo que qualquer outro pode fazer com dois” (HOTZAPPLE; REECE,
2013, p. 1).

Além da definição do que vem a ser um engenheiro, pode-se traçar uma breve dife-
renciação entre estes e os cientistas:

Engenheiros são indivíduos que combinam conhecimentos da ciência, da


matemática e da economia para solucionar problemas técnicos com os quais
a sociedade se depara. É o conhecimento prático que distingue os enge-
nheiros dos cientistas, que também são mestres da ciência e da matemática
(HOTZAPPLE; REECE, 2013, p. 1).

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14 SUMÁRIO
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O termo engenheiro deriva das palavras engenho e engenhoso, que possuem


seu radical no latim in generare, que significa a faculdade de saber, criatividade.

1.2.1 UM BREVE HISTÓRICO DA ENGENHARIA E SUAS


REALIZAÇÕES

A história da engenharia se confunde com a história da civilização humana. Muitas


das grandes realizações da humanidade estão associadas à ação da engenharia.
Desde a Antiguidade, quando figuras, como Alexandre, Júlio César e Carlos Magno
fizeram uso de transportes diferenciados e máquinas de guerras para expandir seus
domínios, passando pelos esboços das incríveis invenções (como tanques, submari-
nos e planadores) de Leonardo da Vinci, a engenharia sempre permeou o imaginário,
bem como a mudança na rotina da humanidade.

Algumas realizações da engenharia ao longo dos anos podem ser observadas em


diferentes categorias. No campo da arquitetura, podem ser elencadas as grandes
construções, como as grandes pirâmides do Egito, o Coliseu, em Roma, e a Grande
Muralha da China.

FIGURA 1 - PIRÂMIDES DO EGITO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

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FIGURA 2 - COLISEU, EM ROMA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

FIGURA 3 - GRANDE MURALHA DA CHINA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

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Ainda em se tratando dos desenvolvimentos relativos ao Império Romano, destacam-


-se a estrutura de estradas desenvolvidas ao longo de todo o território do império.
Hotzapple e Reece (2013) relatam que os engenheiros romanos eram deslocados para
vários territórios do império, a fim de acompanharem a construção de estradas que
eram ligadas à capital Roma. De acordo com os autores “no Império Romano existiam
aproximadamente 75.000 km de estradas construídas de acordo com os princípios de
pavimentação e drenagem usados até hoje” (HOTZAPPLE; REECE, 2013, p. X).

O ditado “todos os caminhos levam a Roma” deriva da grande amplitude da rede


de estradas construídas durante o Império Romano. Além disso, tem-se o fato
de que a capital Roma era o ponto central do sistema de estradas do império.

Outra categoria diferencial de desenvolvimentos da engenharia são os avanços obti-


dos na hidráulica e distribuição de água. Alguns desses desenvolvimentos datam do
ano 2000 a.C., quando represas e canais de irrigação foram construídos à margem
do Rio Nilo. Cidades, como Constantinopla (atual território da Turquia) e Atenas,
possuíam cisternas e aquedutos para atender às necessidades da população.

Com o desenvolvimento da metalurgia, o homem pôde assumir maior controle sobre


os metais e suas propriedades. Com isso, desenvolver ferramentas que deram margem
a outros desenvolvimentos. A partir do manejo do bronze, ferramentas, como serras
e brocas, puderam ser desenvolvidas para a construção das pirâmides. Com o passar
das eras, esse desenvolvimento foi levado à concepção dos metais, como materiais
para a construção de estruturas e componentes. Veja o caso da Torre Eiffel, com mais
de 320 metros de altura e 7.300 toneladas de aço, ou das grandes edificações moder-
nas que fazem uso de estruturas metálicas combinadas com outros materiais, como
concreto e vidro, nos seus projetos.

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Introdução à Engenharia

FIGURA 4 - TORRE EIFFEL

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Ao final do século XIX, uma grande inovação da engenharia foi apresentada ao mundo.
Trata-se da máquina a vapor, que permitiu ao homem desbravar grandes distâncias
em menores espaços de tempo, fazendo, assim, com que outras inovações fossem
apresentadas (como os ciclos de refrigeração e o automóvel) e com que o comércio e
a industrialização se expandissem de maneira nunca vista anteriormente.

1.2.2 O PERFIL DO ENGENHEIRO

Após abordar brevemente algumas das principais realizações da engenharia, pode-


-se refletir a respeito de mais alguns dos questionamentos sobre a engenharia e o
engenheiro: o que faz de uma pessoa um engenheiro? Pode-se reformular esse ques-
tionamento perguntando-se quais as características que um indivíduo deve ter para
exercer a engenharia.

Este tópico se propõe a apresentar algumas destas características e sua relação com
as funções que o engenheiro desenvolve na sua vida profissional, funções estas que
serão apresentadas a seguir.

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18 SUMÁRIO
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Primeiramente, é preciso compreender um pouco melhor a engenharia como profis-


são. Mais especificamente, entender quais as aptidões que um profissional deve
possuir para desenvolver suas atividades dentro da engenharia. Para Moaveni (2016),
a atuação do engenheiro prevê a aplicação de leis e princípios das ciências naturais
(particularmente, química, física e matemática) para o projeto de produtos e serviços,
como automóveis, computadores, aviões, roupas, etc. O projeto e a produção desses
itens levam em consideração diversos fatores, como eficiência, custo, credibilidade,
sustentabilidade e segurança. Para tanto, é preciso que sejam realizados testes acer-
ca da durabilidade e segurança dos produtos, assim como a busca contínua pela
melhoria dos processos.

FIGURA 5 - ENGENHEIRA DE MANUTENÇÃO INSPECIONANDO


UMA INSTALAÇÃO DE ÓLEO E GÁS

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

O autor ressalta também que os engenheiros exercem importante papel no desen-


volvimento e manutenção da infraestrutura de um país, na medida em que projetam
e supervisionam a construção de prédios, usinas, rodovias, sistemas de transporte
de massa e de comunicação. Além disso, estão sempre orientados ao desenvolvi-
mento de novos materiais (mais baratos e/ou resistentes, por exemplo) para diferen-
tes aplicações.

Contudo, os engenheiros não precisam estar associados exclusivamente às ativida-


des técnicas da profissão. Alguns engenheiros podem atuar como consultores de
processos, suporte técnico e até mesmo como representantes de vendas de produ-
tos. De acordo com Moaveni:

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SUMÁRIO 19
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Muitos engenheiros envolvem-se em vendas e suporte ao cliente, pois sua


formação permite que expliquem e discutam as informações técnicas para
auxiliar na instalação, operação e manutenção de vários produtos e máquinas”
(MOAVENI, 2016, p. 9).

Você deve estar se perguntando o que é preciso para que possa exercer tais ativida-
des. Além das competências básicas em ciências naturais (como matemática, física e
química), o engenheiro precisa apresentar características analíticas, de comunicação,
de liderança, de criatividade e de resolução de problemas (HOTZAPPLE; REECE, 2013).

Visto que a engenharia é uma atividade mental, uma característica do estudo da


engenharia é a necessidade de adquirir um modo específico de pensar. Complemen-
tarmente, as seguintes características são ressaltadas (COCIAN, 2017):

• discernimento;

• feeling;

• experiência;

• conhecimento;

• determinação;

• bom senso;

• empreendedorismo;

• curiosidade;

• ousadia.

Para Alexander e Watson (2015), uma carreira de sucesso de um engenheiro perpas-


sa pelo desenvolvimento de um perfil profissional que contemple as características
previamente comentadas. Ademais, habilidades, como gerenciamento de tempo,
apresentação profissional, captura de informação, visão sistêmica, desenvolvimento
de equipes e de redes de contatos, são preponderantes para um perfil mais abran-
gente e completo frente a um mercado de grande competitividade.

Em relação aos bons hábitos e características do engenheiro, Moaveni defende que:

[...] Bons engenheiros demonstram o desejo de estar sempre aprenden-


do. Por exemplo, participam de aulas de educação continuada, seminários
e workshops para estarem informados sobre inovações e tecnologias emer-
gentes. Isso é particularmente importante no mundo de hoje, pois as rápidas
mudanças tecnológicas exigem que você, como engenheiro, acompanhe as
novas tecnologias. Além disso, você correrá o risco de ser demitido ou ter uma

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Introdução à Engenharia

promoção negada, caso não aprimore sua formação de engenharia. [...] Bons
engenheiros contam com boas habilidades de comunicação oral e escrita que
os capacitam a trabalhar com seus colegas e transmitir seus conhecimentos
para uma ampla gama de clientes. [...] Bons engenheiros apresentam boas
‘habilidades interpessoais’ que os permitem interagir de maneira eficiente
com várias pessoas nas organizações. Por exemplo, comunicam-se bem com
especialistas de vendas e marketing e com os próprios colegas. [...] Os enge-
nheiros devem escrever relatórios. Esses relatórios podem ser extensos, deta-
lhados e técnicos, com gráficos, diagramas e plantas, ou podem ser breves
memorandos ou resumos executivos. [...] Os engenheiros são hábeis no uso de
computadores de várias maneiras diferentes para modelar e analisar diversos
tipos de problemas prático” (MOAVENI, 2016, p. 12-13).

Apesar da subárea de atuação do engenheiro determinar de forma incisiva as


ferramentas computacionais a serem utilizadas no seu dia a dia, alguns soft-
wares comumente são utilizados pelos engenheiros, independentemente da
sua área, e contribuem consideravelmente para sua formação. Alguns desses
programas são o editor de planilhas Excel®, o Autocad® (software alemão volta-
do aos desenhos 2D e 3D), R (linguagem de programação de livre acesso utiliza-
da para modelagem matemática e estatística) e Matlab® (software amplamen-
te utilizado para modelagem matemática).

Você pode conhecer um pouco mais os detalhes sobre as características de um


engenheiro de sucesso lendo o tópico 1.10 do livro “Introdução à engenharia”,
de Hotzapple e Reece (2013, p. 21 – 23), disponível em Minha Biblioteca.

1.2.3 AS FUNÇÕES DO ENGENHEIRO

Mesmo com diversas especialidades ou habilitações da engenharia, os engenhei-


ros podem ser classificados a partir das funções que exercem. Hotzapple e Reece
(2013) listam e comentam algumas destas funções. Primeiramente, pode-se citar os

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SUMÁRIO 21
Introdução à Engenharia

engenheiros que assumem papel de professores em cursos de graduação, tecnólogo


ou de nível técnico. Esses profissionais têm a função de ensinar a outras pessoas os
fundamentos da engenharia nas suas mais variadas especialidades.

Os engenheiros podem assumir funções de pesquisadores. Nesse caso, aplicam seus


conhecimentos para o desenvolvimento de novos conhecimentos ou para a resolu-
ção de problemas complexos que não possuem uma solução imediata disponível.

Em se tratando de ambientes empresariais e, particularmente, industriais, os enge-


nheiros podem assumir uma gama de outras funções. Os engenheiros de desenvol-
vimento fazem uso de conhecimentos (novos ou já existentes) para a concepção de
novos produtos, estruturas ou processos. Os engenheiros de projeto empreendem
atividades de acompanhamento e implantação de atividades e alocação de recur-
sos, de modo que os planos para produzir produtos ou processos sejam realizados
conforme a expectativa das empresas.

Os engenheiros de produção atuam nos processos necessários para a manufatura de


produtos ou para a realização de serviços, especificando as etapas e o cronograma de
produção. Para tanto, determinam a disponibilidade de recursos (humanos, mate-
riais, financeiros, etc.), bem como atuam em sistemas de suporte, como logística,
manutenção e qualidade. Os engenheiros de teste executam verificações em produ-
tos, de modo a garantir sua confiabilidade e adequação às especificações técnicas e
de mercado.

FIGURA 6 - ENGENHEIROS DE PRODUÇÃO EM VISITA A UMA FÁBRICA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

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22 SUMÁRIO
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Introdução à Engenharia

Hotzapple e Reece (2013) identificam ainda outras funções para os engenheiros, a


saber:

• Engenheiros de construção: são responsáveis pelo projeto, construção e manu-


tenção de grandes estruturas.

• Engenheiros de vendas: possuem o conhecimento técnico necessário para


vender produtos de tecnologia e dar suporte técnico aos clientes.

• Engenheiros consultores: especialistas contratados por empresas para comple-


mentar a competência da engenharia de seu corpo de funcionários.

Grandes empresas de consultoria empresarial geralmente contratam engenhei-


ros para os mais diversos cargos. Se tomarmos as quatro maiores consultorias
do mundo – a saber, Deloitte, PricewaterhouseCoopers (PwC), Ernst & Young
(EY) e KPMG –, é possível encontrar engenheiros das mais variadas formações
em cargos de todos os níveis. Seja desenvolvendo softwares e aplicações para
a resolução dos problemas das empresas-cliente, seja atuando na mediação
de grandes projetos de energia renovável, os engenheiros são requeridos em
função da sua atuação dinâmica e capacidade analítica.

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Introdução à Engenharia

CONCLUSÃO
Nesta unidade, você foi apresentado aos conceitos iniciais da engenharia e do enge-
nheiro. Você pôde observar como a atuação do engenheiro foi preponderante na
evolução da humanidade. Suas grandes contribuições, em termos de obras e equipa-
mentos, foram responsáveis não só pela segurança e sobrevivência do homem, como
também deram a ele a possibilidade de desenvolver novas formas de se produzirem
bens e comercializá-los.

Você também pôde conhecer alguns conceitos sobre a engenharia e o engenheiro,


algumas das suas características, em termos de conhecimentos e aptidões, e a sua
diferenciação para os cientistas. As características que trazem diferencial ao perfil do
engenheiro e que podem garantir uma carreira de sucesso também foram apresen-
tadas na visão de diversos autores.

Espera-se que, com essas reflexões, você tenha se animado para conhecer um pouco
mais sobre o mundo da engenharia e da profissão do engenheiro. Lembre-se de que a
engenharia está além das atividades de projeto e acompanhamento de obras. Atual-
mente, os engenheiros são requeridos para as mais diversas funções e nos mais dife-
rentes tipos de empresas. Você pode encontrar engenheiros atuando como gestores
em grandes hospitais, diretores em fábricas de alimentos e até mesmo como consul-
tores de investimentos na bolsa de valores.

Essas são apenas algumas das possíveis ocupações que esperam por você em um
futuro próximo na engenharia. Bons estudos e até a próxima!

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Introdução à Engenharia

UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Distinguir os termos


utilizados para
descrever a atuação do
engenheiro.

> Ilustrar as principais


funções exercidas pelo
engenheiro.

> Demonstrar algumas


atividades realizadas
nas diversas funções
dos engenheiros de
produção.

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Introdução à Engenharia

2 O CAMPO DE ATUAÇÃO DO
ENGENHEIRO
Olá. Dando continuidade à disciplina de Introdução à Engenharia, você será apresen-
tado ao campo de atuação do engenheiro. Na verdade, esta unidade serve de apro-
fundamento sobre as diversas funções que podem ser exercidas por esse profissional.
Você vai poder observar que essas funções são, inclusive, previstas pelo principal órgão
normativo da classe, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA).

Você vai perceber, também, a ênfase dada aos campos de atuação e áreas de conhe-
cimento do engenheiro de produção, previstas e apresentadas por sua entidade de
classe, a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO).

2.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE

Apesar da sua grande importância para a sociedade, a engenharia ainda parece ser
uma profissão distante e desconhecida para boa parte da população. Ainda é comum
pensar no engenheiro como uma pessoa introvertida, que gosta de trabalhar com
cálculos e sem a presença de outras pessoas. Mas a engenharia e suas várias facetas
estão aí para provar o contrário. Esta unidade tem como objetivo mostrar caracterís-
ticas da atuação do engenheiro, que vão desde a legislação, que prevê e define os
termos da sua atuação, até os diversos campos de atuação dos engenheiros.

Em especial, a unidade apresenta, ainda, um aprofundamento sobre o campo de


atuação do engenheiro de produção e como a sua principal entidade de classe, a
Associação Brasileira de Engenharia de Produção, divide os seus diversos campos de
atuação por áreas de conhecimento.

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2.2 DEFINIÇÕES NORMATIVAS SOBRE A ATUAÇÃO


DOS ENGENHEIROS

A Resolução nº 1.073, de 19 de abril de 2016, regulamenta a atribuição de títulos,


atividades, competências e campos de atuação aos profissionais registrados no Siste-
ma CONFEA/CREA. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e os
respectivos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) são os órgãos
responsáveis pela regulamentação e fiscalização do exercício profissional dos enge-
nheiros no Brasil.

Para tanto, define alguns termos.

Atividade profissional: conjunto de práticas profissionais que visam à aquisição


de conhecimentos, capacidades, atitudes, inovação e formas de comportamentos
exigidos para o exercício das funções próprias de uma profissão regulamentada.

Campo de atuação profissional: conjunto de habilidades e conhecimentos


adquiridos pelo profissional no decorrer de sua vida laboral em consequência
da sua formação profissional obtida em cursos regulares, junto ao sistema oficial
de ensino brasileiro.

Formação profissional: processo de aquisição de habilidades e conhecimentos


profissionais, mediante conclusão com aproveitamento e diplomação em curso
regular, junto ao sistema oficial de ensino brasileiro, visando ao exercício respon-
sável da profissão.

Competência profissional: capacidade de utilização de conhecimentos, habili-


dades e atitudes necessários ao desempenho de atividades em campos profis-
sionais específicos, obedecendo a padrões de qualidade e produtividade.

Fonte: CONFEA, 2016.

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SUMÁRIO 27
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A mesma Resolução define, em seu artigo 5º, no §1º, dezoito possíveis atividades
profissionais atribuídas ao exercício de engenharia, que podem ser realizadas de
forma integral ou parcial, e de forma complementar. Você perceberá, ao longo desta
unidade, que essas atividades representam as linhas gerais para a identificação das
principais funções realizadas pelos engenheiros no mercado profissional, bem como
as áreas de conhecimento estabelecidas pelas associações específicas das diversas
habilitações da engenharia (nos fixaremos em uma, em particular) e, eventualmente,
na estruturação dos currículos dos cursos superiores responsáveis pela formação dos
engenheiros.

FIGURA 7 - ENGENHEIROS TRABALHANDO NO DESENVOLVIMENTO DE UM DRONE

Fonte: Shutterstock, 2018.

A seguir, a lista de atividades previstas pelo sistema CONFEA/CREA atribuídas aos


profissionais de engenharia:

I. Gestão, supervisão, coordenação, orientação técnica.

II. Coleta de dados, estudo, planejamento, anteprojeto, projeto, detalhamen-


to, dimensionamento e especificação.

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Introdução à Engenharia

III. Estudo de viabilidade técnico-econômica e ambiental.

IV. Assistência, assessoria, consultoria.

V. Direção de obra ou serviço técnico.

VI. Vistoria, perícia, inspeção, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técni-


co, auditoria, arbitragem.

VII. Desempenho de cargo ou função técnica.

VIII. Treinamento, ensino, pesquisa, desenvolvimento, análise, experimentação,


ensaio, divulgação técnica, extensão.

IX. Elaboração de orçamento.

X. Padronização, mensuração, controle de qualidade.

XI. Execução de obra ou serviço técnico.

XII. Fiscalização de obra ou serviço técnico.

XIII. Produção técnica e especializada.

XIV. Condução de serviço técnico.

XV. Condução de equipe de produção, fabricação, instalação, montagem,


operação, reforma, restauração, reparo ou manutenção.

XVI. Execução de produção, fabricação, instalação, montagem, operação, refor-


ma, restauração, reparo ou manutenção.

XVII. Operação, manutenção de equipamento ou instalação.

XVIII. Execução de desenho técnico.

Para conhecer um pouco mais sobre as atividades do exercício profissional do


engenheiro e suas definições formais, você pode pesquisar o Anexo I da reso-
lução 1.073, de 19 de abril de 2016, do CONFEA. Nesse anexo, você vai encon-
trar um glossário dos diversos termos utilizados no texto, que são de natureza
específica. É o entendimento desses termos que guia a atuação profissional dos
engenheiros, minimizando eventuais entendimentos distintos.

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2.3 AS FUNÇÕES DOS ENGENHEIROS

Para Cocian (2017), a atuação no campo da engenharia é formada por uma série de
funções que se diferenciam das áreas de interesse dos engenheiros, uma vez que
estão relacionadas às suas aptidões e ao seu treinamento. Ainda segundo o autor,
certas pessoas podem, por exemplo, se sair bem em atividades de pesquisa, mas
nem tanto na atividade de vendedor.

Alguns exemplos de funções no campo da engenharia são:

Pesquisa: é realizada em instituições de ensino como universidades, laboratórios


industriais, organizações patrocinadas por governos e institutos de pesquisa. Enge-
nheiros que atuam nesta função estão na fronteira do conhecimento científico,
desenvolvendo o estado da arte das suas respectivas áreas. Para tanto, é necessário
um conjunto particular de competências, dentre as quais, algumas de ordem social.
Para Cocian:

Esses engenheiros devem ser hábeis no raciocínio abstrato e indutivo, e


devem saber expressar-se de forma matemática. Os pesquisadores de enge-
nharia devem ser hábeis na concepção, execução e análise dos experimentos.
Devem estar cientes, porém, de que podem encontrar várias falhas, fracassos
e perdas antes de obter o sucesso. Para isso, é imprescindível ter imaginação,
criatividade e aceitação da incerteza (COCIAN, 2017, p. 27).

Concepção e desenvolvimento: esta função está posicionada estrategicamente entre


a pesquisa e o projeto. Tem como objetivo garantir a funcionalidade das descobertas
da pesquisa em termos de modelos funcionais, com características desejadas para
posterior entrada na fase de produção. Assim, como na função anterior, a comunica-
ção (com outros engenheiros, projetistas e pesquisadores) é primordial.

Projeto: a partir dos resultados obtidos pelos engenheiros de desenvolvimento para


criar um produto útil e economicamente viável, os engenheiros, atuando na função
de projeto, elaboram o sequenciamento das atividades necessárias para a implemen-
tação desses resultados em termos práticos. Para tanto, segundo Cocian:

[..] selecionam métodos de execução, especificam materiais e determinam


os meios de satisfazer os requisitos físicos, químicos, térmicos e elétricos. Um
bom projeto deve ser econômico em termos de materiais, fabricação, instala-
ção, operação e manutenção (COCIAN, 2017, p. 28).

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Introdução à Engenharia

Somam-se a essas características a habilidade necessária na síntese por meio da


expressão gráfica, mas, principalmente, é imprescindível a essa função uma forte
base em economia para a realização dos estudos de viabilidade dos projetos.

Produção: esta função harmoniza aspectos técnicos como a definição de layout de


fábricas e seleção de equipamentos, com fatores humanos e econômicos. Engenhei-
ros de produção realizam estudos sobre o processo de fabricação dos mais diversos
produtos, sua sequência de atividades, ferramentas e métodos necessários à manu-
fatura eficiente. Para Cocian, os engenheiros de produção:

[...] desenvolvem estações de trabalho que facilitam os esforços humanos e


automáticos para aumentar a produção; implementam os meios e métodos
para a inspeção e teste, eliminam os funis de produção e corrigem as falhas
nos procedimentos de manufatura. Trabalham lado a lado com os projetis-
tas desde os primeiros estágios da produção e participam no reprojeto. É
sua responsabilidade converter a matéria-prima em um produto acabado de
forma mais eficiente que os concorrentes do mercado (COCIAN, 2017, p. 29).

Uma vez que enfrentam problemas tanto de natureza técnica quanto humana, é
preciso que os engenheiros de produção possuam uma formação abrangente,
incluindo, então, forte base teórica nas ciências exatas, mas também em aspectos
aplicados como engenharia econômica e controle de qualidade. Em complemento à
sua formação, sugere-se treinamento prático que pode ser obtido em visitas técnicas
a instalações fabris ou em estágios.

Construção e instalação: constitui um dos grandes segmentos da economia da maior


parte dos países, sendo responsável por uma fatia significativa do Produto Inter-
no Bruto. Os engenheiros atuando nesta função são responsáveis pela supervisão
e preparação dos ambientes que serão utilizados para a construção de estruturas
ou instalações. É a partir dos projetos desenvolvidos previamente por outros enge-
nheiros, contendo especificações técnicas, que os engenheiros de construção devem
transformar essas informações em um produto palpável e exequível. São atribuições
do engenheiro de construção a determinação dos procedimentos a serem seguidos
(tomando por base questões econômicas, de qualidade e segurança), a organização
das equipes responsáveis pela execução das obras e a gestão dos materiais neces-
sários e da montagem propriamente dita. Assim, é preciso que estes engenheiros
sejam capazes de coordenar adequadamente equipes diversas enquanto possuem
uma boa noção dos custos operacionais envolvidos e emitam relatórios técnicos às
diversas áreas da empresa.

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FIGURA 8 - ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO E INSTALAÇÃO

Fonte: Shutterstock, 2018.

Vendas, aplicações e serviços: os engenheiros de vendas, ou engenheiros de aplica-


ções, lidam com constantes análises sobre as necessidades dos clientes e a posterior
recomendação de itens para o atendimento dessa demanda. Desta forma, combi-
nam o treinamento técnico às suas competências interpessoais (o que inclui a comu-
nicação com pessoas de diversos níveis e a capacidade de convencimento). Ainda no
escopo desta função, estão a análise das reclamações dos clientes e o treinamento
de seus funcionários.,

Gestão: para Cocian (2017), o engenheiro que atua na função de gestão determina os
principais propósitos de um empreendimento, para antecipar as tendências e áreas
de crescimento, selecionando os projetos mais promissores e formulando as diretivas
a serem seguidas. Assim sendo, o engenheiro gestor estabelece a estrutura organi-
zacional e a hierarquia da empresa, selecionando os recursos humanos necessários
para a sua operação. Em termos de mercado, existe uma valorização dos engenheiros
para cargos de gestão, uma vez que possuem uma boa capacidade analítica e visão
sistêmica. Ao tratar das principais características da função de gestão na engenharia,
Cocian comenta que:

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Os requisitos principais incluem uma base sólida dos fundamentos da enge-


nharia, habilidades nas relações humanas e destreza nos negócios. [...] As
características mais importantes do gestor são a sensibilidade nas relações
humanas, o entendimento dos desejos básicos de segurança e reconhecimen-
to, e a aceitação da responsabilidade de contribuir para o bem-estar pessoal
dos seus funcionários (COCIAN, 2017, p. 32).

Consultoria: é uma atividade ampla que pode ser encontrada nos mais diversos
campos da engenharia. A principal diferença desta função em relação às demais
apresentadas está no fato de que, na consultoria, os problemas técnicos podem ser
rotineiros, e o objetivo, muitas vezes, está associado a conseguir desempenho e segu-
rança com um mínimo de custo para o cliente. Cocian ressalta, ainda, a necessidade
de os engenheiros consultores conhecerem bem seu público e venderem suas ideias:
“na maioria dos casos, seu senso comercial é tão importante quanto as suas habilida-
des técnicas na determinação do sucesso profissional” (COCIAN, 2017).

Cocian (2017, p. 33) ilustra alguns exemplos da atuação de engenheiros na


função de consultoria. De acordo com o autor, o consultor pode ser o engenheiro
civil que trata principalmente com o público e pode inspecionar a casa de uma
pessoa, esquematizar uma subdivisão de um problema para um engenheiro
de desenvolvimento, planificar uma planta de tratamento de esgoto para uma
pequena comunidade, determinar os requisitos estruturais para a obra de um
arquiteto ou definir o melhor local para uma ponte e uma autoestrada.

Da mesma forma, um engenheiro mecânico especialista em projetos pode criar


sua própria empresa e oferecer serviços a qualquer cliente que deseje contra-
tá-lo. Um engenheiro industrial com particular habilidade na automação de
processos de produção pode oferecer os seus serviços como consultor a uma
grande variedade de pequenas empresas.

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2.4 ÁREAS DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

De acordo com o site da Associação Brasileira de Engenharia de Produção:

Compete à Engenharia de Produção o projeto, a implantação, a operação, a


melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados de bens e servi-
ços, envolvendo homens, materiais, tecnologia, informação e energia. Compe-
te ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas para
a sociedade e o meio ambiente, recorrendo a conhecimentos especializados
da matemática, física, ciências humanas e sociais, conjuntamente com os
princípios e métodos de análise e projeto da engenharia (ABEPRO, 2018).

Ainda segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção, a atividade de


produção perpassa a simples utilização dos conhecimentos de natureza científica
e tecnológica. Assim, é preciso que haja uma integração entre fatores de natureza
diversa, dentre os quais destacam-se os fatores humanos e psicológicos em linha
com parâmetros de qualidade, eficiência e custos. Desta forma:

[...] a Engenharia de Produção, ao voltar a sua ênfase para as dimensões do


produto e do sistema produtivo, veicula-se fortemente com as ideias de
projetar produtos, viabilizar produtos, projetar sistemas produtivos, viabilizar
sistemas produtivos, planejar a produção, produzir e distribuir produtos que
a sociedade valoriza. Essas atividades, tratadas em profundidade e de forma
integrada pela Engenharia de Produção, são fundamentais para a elevação da
competitividade do país. (ABEPRO, 2018).

De modo a cumprir tais objetivos e, por consequência dar suporte à elevação da


competitividade do país, a engenharia de produção apresenta a característica de
ampla atuação em diversas funções e nos mais variados tipos de empresas. Assim,
a ABEPRO, principal representante da engenharia de produção no país, prevê uma
série de campos de atuação para os engenheiros de produção, estratificando também
suas subáreas. São essas áreas e subáreas que balizam a atuação dos engenheiros de
produção e delimitam também os conhecimentos necessários para tal atuação.

As dez áreas, respectivas subáreas, definições e limites de atuação


descritas a seguir estão disponíveis no próprio site da ABEPRO (2018).
São elas:

1. ENGENHARIA DE OPERAÇÕES E PROCESSOS DA PRODUÇÃO

Projetos, operações e melhorias dos sistemas que criam e entregam os


produtos (bens ou serviços) primários da empresa.

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1.1.Gestão de Sistemas de Produção e Operações

1.2.Planejamento, Programação e Controle da Produção

1.3.Gestão da Manutenção

1.4.Projeto de Fábrica e de Instalações Industriais: organização industrial,


layout/arranjo físico

1.5.Processos Produtivos Discretos e Contínuos: procedimentos, métodos


e sequências

1.6.Engenharia de Métodos

2. LOGÍSTICA

Técnicas para o tratamento das principais questões envolvendo o transporte, a movi-


mentação, o estoque e o armazenamento de insumos e produtos, visando à redução
de custos e a garantia da disponibilidade do produto, bem como o atendimento dos
níveis de exigências dos clientes.

2.1.Gestão da Cadeia de Suprimentos

2.2. Gestão de Estoques

2.3. Projeto e Análise de Sistemas Logísticos

2.4. Logística Empresarial

2.5. Transporte e Distribuição Física

2.6. Logística Reversa

2.7.Logística de Defesa

2.8. Logística Humanitária

3. PESQUISA OPERACIONAL

Resolução de problemas reais envolvendo situações de tomada de decisão, por meio


de modelos matemáticos habitualmente processados computacionalmente. Aplica
conceitos e métodos de outras disciplinas científicas na concepção, no planejamen-
to ou na operação de sistemas para atingir seus objetivos. Procura, assim, introduzir
elementos de objetividade e racionalidade nos processos de tomada de decisão, sem
descuidar dos elementos subjetivos e de enquadramento organizacional que carac-
terizam os problemas.

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3.1.Modelagem, Simulação e Otimização

3.2.Programação Matemática

3.3.Processos Decisórios

3.4.Processos Estocásticos

3.5.Teoria dos Jogos

3.6.Análise de Demanda

3.7.Inteligência Computacional

4. ENGENHARIA DA QUALIDADE

Planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão da qualidade que conside-


rem o gerenciamento por processos, a abordagem factual para a tomada de decisão
e a utilização de ferramentas da qualidade.

4.1.Gestão de Sistemas da Qualidade

4.2.Planejamento e Controle da Qualidade

4.3.Normalização, Auditoria e Certificação para a Qualidade

4.4.Organização Metrológica da Qualidade

4.5.Confiabilidade de Processos e Produtos

5. ENGENHARIA DO PRODUTO

Conjunto de ferramentas e processos de projeto, planejamento, organização, deci-


são e execução envolvidos nas atividades estratégicas e operacionais de desenvolvi-
mento de novos produtos, compreendendo desde a concepção até o lançamento do
produto e sua retirada do mercado com a participação das diversas áreas funcionais
da empresa.

5.1.Gestão do Desenvolvimento de Produto

5.2.Processo de Desenvolvimento do Produto

5.3.Planejamento e Projeto do Produto

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6. ENGENHARIA ORGANIZACIONAL

Conjunto de conhecimentos relacionados à gestão das organizações, englobando


em seus tópicos o planejamento estratégico e operacional, as estratégias de produ-
ção, a gestão empreendedora, a propriedade intelectual, a avaliação de desempenho
organizacional, os sistemas de informação e sua gestão e os arranjos produtivos.

6.1.Gestão Estratégica e Organizacional

6.2.Gestão de Projetos

6.3.Gestão do Desempenho Organizacional

6.4.Gestão da Informação

6.5.Redes de Empresas

6.6.Gestão da Inovação

6.7.Gestão da Tecnologia

6.8.Gestão do Conhecimento

6.9.Gestão da Criatividade e do Entretenimento

7. ENGENHARIA ECONÔMICA

Formulação, estimação e avaliação de resultados econômicos para avaliar alternati-


vas para a tomada de decisão, consistindo em um conjunto de técnicas matemáticas
que simplificam a comparação econômica.

7.1.Gestão Econômica

7.2.Gestão de Custos

7.3.Gestão de Investimentos

7.4.Gestão de Riscos

8. ENGENHARIA DO TRABALHO

Projeto, aperfeiçoamento, implantação e avaliação de tarefas, sistemas de traba-


lho, produtos, ambientes e sistemas para fazê-los compatíveis com as necessidades,
habilidades e capacidades das pessoas visando à melhor qualidade e produtivida-
de, preservando a saúde e integridade física. Seus conhecimentos são usados na
compreensão das interações entre os humanos e outros elementos de um sistema.
Pode-se, também, afirmar que esta área trata da tecnologia da interface máquina–
ambiente–homem–organização.

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8.1.Projeto e Organização do Trabalho

8.2.Ergonomia

8.3.Sistemas de Gestão de Higiene e Segurança do Trabalho

8.4.Gestão de Riscos de Acidentes do Trabalho

9. ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE

Planejamento da utilização eficiente dos recursos naturais nos sistemas produtivos


diversos, da destinação e tratamento dos resíduos e efluentes desses sistemas, bem
como da implantação de sistema de gestão ambiental e responsabilidade social.

9.1.Gestão Ambiental

9.2.Sistemas de Gestão Ambiental e Certificação

9.3.Gestão de Recursos Naturais e Energéticos

9.4.Gestão de Efluentes e Resíduos Industriais

9.5.Produção mais Limpa e Ecoeficiência

9.6.Responsabilidade Social

9.7.Desenvolvimento Sustentável

10. EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Universo de inserção da educação superior em engenharia (graduação, pós-gradua-


ção, pesquisa e extensão) e suas áreas afins, a partir de uma abordagem sistêmica
englobando a gestão dos sistemas educacionais em todos os seus aspectos: a forma-
ção de pessoas (corpo docente e técnico administrativo); a organização didático peda-
gógica, especialmente o projeto pedagógico de curso; as metodologias e os meios
de ensino/aprendizagem. Pode-se considerar, pelas características encerradas nesta
especialidade como uma “Engenharia Pedagógica”, que busca consolidar essas ques-
tões, assim como visa apresentar como resultados concretos das atividades desenvol-
vidas, alternativas viáveis de organização de cursos para o aprimoramento da ativida-
de docente, campo em que o professor já se envolve intensamente sem encontrar
estrutura adequada para o aprofundamento de suas reflexões e investigações.

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Introdução à Engenharia

10.1.Estudo da Formação do Engenheiro de Produção

10.2.Estudo do Desenvolvimento e Aplicação da Pesquisa e da


Extensão em Engenharia de Produção

10.3.Estudo da Ética e da Prática Profissional em Engenharia de Produção

10.4.
Práticas Pedagógicas e Avaliação Processo de Ensino-Aprendizagem
em Engenharia de Produção

10.5.Gestão e Avaliação de Sistemas Educacionais


de Cursos de Engenharia de Produção

CONCLUSÃO
Dando continuidade aos estudos introdutórios sobre a engenharia, esta unidade
adentrou um pouco mais no campo de atuação do engenheiro. Você pôde conhecer
um pouco sobre a legislação vigente, que define vários termos e delimita o campo de
atuação da engenharia e outras funções correlatas.

Você pôde conhecer, também, um pouco mais sobre as diversas funções que podem
ser exercidas pelo engenheiro. Essas funções são bastante amplas e diversificadas,
abrangendo desde a atuação em projetos e grandes construções até a prestação
de serviços de consultoria e pós-venda. A ideia principal com a apresentação dessas
funções foi mostrar a você que o campo profissional do engenheiro não está restrito
a um escritório ou a uma fábrica. Você pode se deparar com atividades extremamen-
te diferentes (como a análise de risco em projetos de investimento ou do impacto
ambiental da construção de um novo shopping) daquela visão tradicional de um
engenheiro fazendo cálculos sozinho em uma sala.

Por fim, entramos ainda mais no nível de detalhamento da atuação do engenheiro.


Em particular, foram apresentadas as dez áreas e subáreas de atuação do engenheiro
de produção. Elaboradas pela ABEPRO, essa subdivisão baliza a forma como a atua-
ção do engenheiro de produção é realizada no país, bem como norteia os diversos
conhecimentos necessários para tal atuação.

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SUMÁRIO 39
Introdução à Engenharia

UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Ilustrar as principais


habilidades requeridas
de um engenheiro.

> Interpretar como as


áreas de conhecimento
se desdobram em
disciplinas do curso
de engenharia de
produção.

> Comparar estruturas


curriculares de
diferentes cursos em
funcionamento do país.

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Introdução à Engenharia

3 ESTRUTURA CURRICULAR
DO CURSO
Olá. Nesta unidade será discutida a estrutura curricular dos cursos de engenharia no
país. Para isso, serão apresentadas, inicialmente, algumas das principais habilidades
requeridas na formação do engenheiro e, a partir daí, como essas habilidades dão
base às principais áreas de conhecimento que formam a estrutura curricular de um
curso de engenharia.

Com isso, serão aprofundados ainda mais os detalhes da formação do engenheiro e


também da grade curricular de alguns cursos de engenharia de produção em funcio-
namento no país. A partir de exemplos extraídos de cursos reais, será discutido esse
percurso formativo.

3.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE

Figurado como um curso de graduação de grande procura e com um vasto poten-


cial de empregabilidade no processo de reestruturação do país, o curso de enge-
nharia de produção apresenta uma multidisciplinaridade que destoa dos demais
cursos de engenharia. Logo, compreender como é estruturado o percurso formativo
de um aluno de graduação nesta área se mostra um desafio de grande importância
e responsabilidade.

É preciso que você, aluno de um curso de engenharia tão plural, compreenda que
esta formação está baseada em bem mais do que em uma série de disciplinas de
cálculo ou física. Elas serão, sim, a base para muitas das suas habilidades futuras, mas,
combinadas às disciplinas da esfera de projeto de engenharia e humanidades, farão
de você um profissional mais completo.

Para que você entenda bem a estrutura do seu curso, inicialmente é preciso entender
que ele, antes de tudo, é um curso de engenharia e, como tal, pressupõe uma forma-
ção que apresente uma série de habilidades requeridas. Iniciaremos nossa unidade
tratando de tais habilidades, posteriormente será discutido como essas habilidades

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SUMÁRIO 41
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desencadeiam a necessidade de formação em áreas de conhecimento específicas e,


por fim, falaremos das disciplinas. Para tratar especificamente deste último tema, serão
apresentados e discutidos currículos de cursos de engenharia de produção no país.

3.2 HABILIDADES REQUERIDAS NA ENGENHARIA

Em se tratando de uma profissão dotada de dinamismo e calcada em um conjun-


to complexo de conhecimentos, a engenharia apresenta um processo de formação
profissional intenso e bastante característico. Esse processo, por sua vez, decorre de
uma série de habilidades que são demandadas aos engenheiros para a realização de
suas atividades.

Algumas dessas características já foram abordadas em unidades anteriores, contudo,


para trazer à tona a sua relação com a formação e os conhecimentos necessários ao
engenheiro, destacam-se três destas habilidades ilustradas por Moaveni (2016, p. 12):

• Bons engenheiros desenvolvem sólido conhecimento dos princípios funda-


mentais da engenharia que podem ser usados para resolver grande variedade
de problemas.

• Bons engenheiros demonstram o desejo de estar sempre aprendendo. Por


exemplo, participam de aulas de educação continuada, seminários e workshops
para estarem informados sobre inovações e tecnologias emergentes. Isso é
particularmente importante no mundo de hoje, pois as rápidas mudanças
tecnológicas exigem que você, engenheiro, acompanhe as novas tecnologias.
Além disso, você correrá o risco de ser demitido ou ter uma promoção negada,
caso não aprimore sua formação de engenharia.

• Independentemente da área de especialização, os bons engenheiros contam


com conhecimento profundo, que pode ser aplicado em muitas áreas. Portan-
to, engenheiros bem treinados são capazes de trabalhar fora de sua área de
especialização, em outros campos relacionados. Por exemplo, um bom enge-
nheiro mecânico, com ampla base de conhecimento, pode trabalhar como
engenheiro automotivo, aeroespacial ou químico.

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Perceba o peso dado ao conhecimento pelo autor e entenda que esta não é uma
exclusividade sua. Outros autores, assim como o senso comum que se tem da enge-
nharia, associam com bastante ênfase o conhecimento possuído pelo engenheiro à
sua base de recursos para a resolução de problemas.

Para Hotzapple e Reece (2006, p. 14), o conhecimento se expande a uma taxa expo-
nencial. E mesmo sendo impossível dominar a engenharia completamente em
um curso de graduação de cinco anos, a formação em engenharia dá subsídios em
termos de competências e habilidades individuais que se demonstram diferenciais
no mercado de trabalho. Ainda segundo os autores, “embora você continue a apren-
der em seu trabalho, sua experiência tende a se estreitar, ficando focada nas necessi-
dades da companhia” (HOTZAPPLE; REECE, p. 14).

De modo a direcionar de forma harmoniosa a estruturação de cursos de graduação


em engenharia, entidades como Ministério da Educação (MEC), no Brasil, e o Conse-
lho de Acreditação de Engenharia e Tecnologia (ABET - Accrediting Board for Engi-
neering and Technology), nos Estados Unidos, definem as bases curriculares para que
os cursos possam emitir seus certificados de formação superior. Hotzapple e Reece
(2006, p. 15) destacam que o propósito primário é garantir que os formandos sejam
adequadamente preparados para praticar a engenharia. Para tanto, é previsto que:

O currículo deve culminar com uma grande experiência de projeto conside-


rando limitações realistas e associadas a aspectos econômicos, ambientais, de
sustentabilidade, de possibilidade de manufatura, éticos, de saúde, de segu-
rança, sociais e políticos (HOTZAPPLE; REECE, p. 15).

Apesar da flexibilidade dos cursos para definirem as disciplinas que comporão sua
estrutura curricular em termos de descritivos, carga horária, ementa e conteúdo
programático, algumas das principais habilidades requeridas no processo de forma-
ção dos graduandos em engenharia são (HOTZAPPLE; REECE, p. 16):

a. Habilidade para aplicar conhecimentos de matemática, ciência e engenharia.

b. Habilidade para projetar e conduzir experimentos, assim como para analisar e


interpretar dados.

c. Habilidade para projetar um sistema, componente ou processo para atender às


especificações desejadas.

d. Habilidade para trabalhar em equipes multidisciplinares.

e. Habilidade para identificar, formular e solucionar problemas de engenharia.

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f. Entendimento das responsabilidades profissionais e éticas.

g. Habilidade para se comunicar eficientemente.

h. Conhecimento amplo, necessário para entender o impacto de soluções de


engenharia em um contexto global e social.

i. Consciência da necessidade de um aprendizado contínuo e habilidade para


nele se engajar.

j. Conhecimento de temas contemporâneos.

k. Habilidade para utilizar técnicas, aptidões e ferramentas modernas de enge-


nharia para a prática da engenharia.

3.3 EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA

Cocian (2017) destaca que a educação em engenharia como a conhecemos data


do final do século XIX. Ao longo dos anos, o percurso formativo representado pelas
estruturas curriculares dos cursos foi sendo modificado. Contudo, gradualmente vêm
evoluindo em torno de cinco áreas (COCIAN, 2017, p. 25):

• Ciências: geralmente inclui o estudo dos mecanismos da natureza, como físi-


ca, química e matemática, e, em alguns casos especiais, biologia, astronomia,
geologia, anatomia e até botânica.

• Ciências da engenharia: inclui os princípios da ciência aplicados à solução de


uma classe particular de problemas que envolve algum tipo de técnica. Alguns
temas importantes são a mecânica dos fluidos, os fenômenos de transporte, a
ciência dos materiais e a eletricidade aplicada.

• Aplicações de engenharia: trata da aplicação das técnicas ao dia a dia. Com


essas técnicas, os estudantes treinam a resolução de problemas reais, prefe-
rencialmente sob a supervisão de um professor engenheiro experiente. Um
tema típico das aplicações de engenharia são os projetos de engenharia (ou a
engenharia de projetos).

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FIGURA 9 - AULA DE APLICAÇÕES DE ENGENHARIA

Fonte: Shutterstock, 2019.

• Humanidades, sociedade e meio ambiente: é incluído nos currículos porque


o engenheiro deve resolver os problemas das pessoas e da sociedade, sempre
preservando o meio ambiente, de onde tira os seus recursos.

• Comunicação e expressão: o desenvolvimento de habilidades de comunica-


ção e expressão (oral, escrita e visual) é um aspecto importante na educação
em engenharia, pois engenheiros trabalham com pessoas e para as pessoas.
Esses temas são geralmente tratados em matérias especiais, nas avaliações
dos relatórios e nas apresentações de projetos das disciplinas técnicas.

Cocian (2017) ainda destaca que, depois de formado, é importante que o enge-
nheiro dedique de 10% a 20% do seu esforço para aprender novas tecnologias.
Para tanto, pode realizar estudos individualmente, participar de encontros nas
associações de engenharia ou realizar cursos de curta duração.

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Atualmente, cerca de um terço dos engenheiros continua os seus estudos


formais na especialização, no mestrado e no doutorado, e esses números estão
crescendo.

As habilidades requeridas e as áreas previamente comentadas se unem ao conhe-


cimento das normas de engenharia e das restrições do mundo real, como fatores
econômicos, segurança, confiabilidade, ética e impacto social e ambiental, para a
composição dos tópicos básicos para a formação em engenharia (COCIAN, 2017, p.
41). Para o autor:

Os estudantes de engenharia geralmente procuram treinamento em outras


áreas especializadas durante o seu curso de graduação, incluindo matérias
que ajudam na comunicação efetiva com clientes, funcionários e o público
em geral. Muitos estudantes de engenharia cursam disciplinas eletivas de
contabilidade, gestão, qualidade e legislação (COCIAN, 2017, p. 41).

Ainda segundo Cocian (2017, p. 42), os conhecimentos básicos que compõem cerca
de 30% de um currículo de curso de engenharia devem abordar as seguintes áreas:

• Matemática: em qualquer currículo de formação de engenheiros, as disciplinas


de matemática são muitas e alcançam um nível bem elevado. Os engenheiros
precisam ter habilidades de avaliação, tanto qualitativa quanto quantitativa, e
os números servem muito bem para isso, junto com padrões de comparação.
Antes de começar um curso de engenharia, o estudante deve ser hábil no uso
da aritmética, geometria, álgebra, trigonometria e lógica, para poder estudar
as disciplinas de matemática. Para os engenheiros, a matemática, sem aplica-
ção, é só filosofia.

• Física: a física é útil ao engenheiro para entender a mecânica de funcionamen-


to do nosso universo e, junto com a matemática, serve para que ele desenvol-
va os seus modelos matemáticos de comportamento ou previsão. No ensino
médio, as pessoas aprendem os mecanismos básicos usando uma mate-
mática fundamental. Já na formação de engenheiros, são somados a esse

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conhecimento os modelos que utilizam as técnicas de cálculo diferencial e


integral. Em muitas especialidades, os modelos matemáticos para descrever
os sistemas físicos continuam a ser usados com técnicas de matemática avan-
çada e cálculo numérico. Para o estudante de engenharia, a física é o momen-
to de utilizar a matemática. Estudar física é o hobby do engenheiro.

• Química: o entendimento das reações químicas serve ao engenheiro para fazer,


por exemplo, previsões de comportamentos, corrosões, geração de eletricida-
de, etc., assim como para elaborar máquinas para a produção de produtos e
serviços que se aproveitem desse comportamento.

• Ciência e tecnologia dos materiais: a ciência dos materiais estuda as rela-


ções entre a estrutura interna e o comportamento das propriedades físicas
dos materiais. Baseia-se na química e na física para fornecer informações
fundamentais para o processamento dos materiais, para as suas mais variadas
formas e utilidades. Trata dos materiais no estado sólido, mas não se limita a
essa fase, já que, com a aplicação de princípios físico-químicos, também estu-
da o comportamento de materiais líquidos (em altas e baixas temperaturas) e
gases, com algumas limitações.

• Fenômenos de transporte: é uma das ciências da engenharia dedicada ao


estudo da matéria, quantidade de movimento e energia. Para os engenheiros
que utilizam deslocamento de matéria nas suas soluções, o conhecimento
profundo desses fenômenos é extremamente útil.

• Mecânica dos sólidos: é também uma das ciências da engenharia e se ocupa


do estudo dos corpos formados por partículas que impõem entre si restrições
de movimento, provocando deformações permanentes ou temporárias. Rela-
ciona conteúdos de física, matemática e ciência dos materiais.

• Eletricidade aplicada: o conhecimento básico para um estudante de enge-


nharia passa pelo estudo do comportamento dos circuitos elétricos, do
comportamento dos componentes básicos lineares e não lineares, de eletrôni-
ca fundamental, de equipamentos elétricos, como condutores, interruptores,
disjuntores, transformadores e máquinas elétricas, assim como de noções de
transmissão de sinais, sensores e infraestrutura dos sistemas computacionais.

• Metodologia científica e tecnológica: a metodologia científica é um méto-


do de investigação utilizado para a produção de conhecimento científico.
Ele consiste na observação sistemática, incluindo medição, experimentação,
formulação, análise e modificação de hipóteses. A aplicação desse método é
uma habilidade básica a ser desenvolvida por qualquer engenheiro.

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• Comunicação e expressão: alguns currículos de formação de engenheiros


incluem disciplinas de redação técnica, oratória e desenho como disciplinas
específicas ou optativas, que objetivam o desenvolvimento de habilidades de
comunicação.

• Informática: os computadores são, no mínimo, as principais ferramentas de


trabalho e, em algumas especialidades, se tornam o objeto das suas atividades.

• Expressão gráfica: a comunicação de informações por meio de gráficos é de


extrema importância no trabalho dos engenheiros. Os projetos de soluções
podem envolver sistemas físicos muito complexos e, para a sua devida inter-
pretação, desenhos, diagramas, gráficos e outros recursos são imprescindíveis
para que não haja falha de comunicação ou ambiguidades.

• Administração: a administração na engenharia é uma ciência social que tem


como objeto o estudo das organizações e as técnicas utilizadas para o plane-
jamento, a organização, a direção e o controle dos recursos (humanos, finan-
ceiros, materiais, tecnológicos, de conhecimento, etc.).

• Economia: a economia é também uma ciência social que estuda a exploração,


produção, comercialização, distribuição e consumo de bens e serviços, assim
como as formas e métodos de satisfazer as necessidades humanas mediante
os recursos disponíveis, que são sempre limitados.

• Ciências do ambiente: engloba o estudo dos problemas ambientais, principal-


mente daqueles gerados pelas atividades de engenharia, e objetiva a elabo-
ração de propostas para o desenvolvimento sustentável. O grande número de
leis de proteção ambiental e o esgotamento dos recursos naturais fazem dessa
ciência um dos grandes desafios para o trabalho dos engenheiros.

• Humanidades, ciências sociais e cidadania: os cursos de humanidades e ciên-


cias sociais (que podem incluir literatura, filosofia, religião, história, economia,
psicologia e sociologia) ajudam o estudante a entender e apreciar os impactos
do trabalho da engenharia na sociedade e no meio ambiente.

3.4 A ESTRUTURA CURRICULAR NA ENGENHARIA


DE PRODUÇÃO

Conforme apresentado na unidade anterior, a Associação Brasileira de Engenharia


de Produção (ABEPRO) considera dez áreas (e suas respectivas subáreas) do conhe-
cimento no processo de formação do profissional de Engenharia de Produção no

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Brasil. Os cursos de graduação no país baseiam-se nessas áreas para a elaboração das
suas disciplinas, mantendo um grau de flexibilidade em termos de suas composi-
ções, cargas horárias e referências bibliográficas.

Este tópico destina-se à discussão de algumas estruturas curriculares vigentes no


país e que dizem respeito a cursos de Engenharia de Produção tradicionais ou recen-
temente reformulados que tomam por base as diretrizes da ABEPRO.

No site da ABEPRO você pode conhecer um pouco mais das áreas de atuação
que formam a estrutura curricular de um curso de Engenharia de Produção,
realizar seu cadastro para receber notícias sobre os principais eventos acadêmi-
cos da área, vagas para seleções de mestrado e doutorado, e ter acesso a muitas
outras informações. As principais áreas e suas respectivas descrições são apre-
sentadas a seguir:

1. Engenharia de operações e processos da produção


2. Logística
3. Pesquisa operacional
4. Engenharia da qualidade
5. Engenharia do produto
6. Engenharia organizacional
7. Engenharia econômica
8. Engenharia do trabalho
9. Engenharia da sustentabilidade
10. Educação em engenharia de produção

Tradicionalmente, um curso de Engenharia de Produção no Brasil tem duração de 10


períodos letivos, realizados ao longo de cinco anos. Em média, tem-se uma duração
de cerca de 3.600 horas/aula, contemplando nos últimos períodos atividades caracte-
rísticas como a realização de um estágio supervisionado e a elaboração de um traba-
lho de conclusão de curso (TCC).

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Conforme poderá ser observado nos exemplos ilustrados a seguir, os períodos iniciais
do curso, assim como em outros cursos de engenharia, estão voltados às disciplinas
do chamado “ciclo básico”. Fazem parte desse grupo as disciplinas de formação bási-
ca no campo das ciências exatas, como cálculo diferencial e integral, álgebra linear,
física teórica e experimental, química teórica e experimental.

Neste estágio inicial do curso, também são introduzidas algumas disciplinas referentes
à formação da engenharia, como mecânica vetorial (também conhecida como mecâ-
nica geral), programação de computadores e desenho técnico ou expressão gráfica.
Complementarmente, são adicionadas algumas disciplinas de formação geral do
aluno, como línguas estrangeiras (normalmente inglês), comunicação e expressão e
metodologia de pesquisa. Por fim, é muito comum observar em diversos cursos do país
a realização de uma disciplina introdutória sobre o campo da engenharia de produção.

Os períodos intermediários do curso (quarto e quinto períodos) passam a apresen-


tar uma mescla entre disciplinas de formação em engenharia, como eletricidade
básica (ou eletrotécnica), ciências e resistência dos materiais, mecânica dos fluidos
(também tratada como fenômenos de transporte) e o início do ciclo profissional da
engenharia de produção. Nesse último grupo, temos as disciplinas da área de enge-
nharia do trabalho, como ergonomia, psicologia e saúde e segurança no trabalho
(SST), custos da produção (ou custos industriais), gestão ambiental e ética. Essas disci-
plinas figuram como pré-requisitos para disciplinas que configuram ainda mais os
campos temáticos do conhecimento da área.

A partir do sexto período, os alunos passam a integrar o ciclo de componentes mais


próximas ao campo profissional da engenharia de produção. É possível verificar nessas
disciplinas a maior aderência dos conteúdos ministrados com questões advindas na
realidade das empresas e a aplicabilidade dos conhecimentos anteriores para a reso-
lução de problemas reais. Nesta fase do curso, o aluno será apresentado a campos
temáticos da área, como a gestão de projetos e instalações industriais, engenharia
econômica e análise de investimentos, gestão da qualidade, gestão da manutenção,
planejamento e controle da produção, entre outros.

Destaca-se, também, a forte formação em termos de métodos quantitativos aplicados


para a resolução de problemas nos mais variados campos de atuação. Neste sentindo,
áreas como estatística aplicada, pesquisa operacional (geralmente são ministradas
duas disciplinas para cada uma destas áreas), análise de experimentos e simulação
computacional podem oferecer o subsídio necessário para uma atuação diferen-
ciada do aluno no mercado já neste momento. De fato, já nesta etapa observa-se

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um número considerável de alunos do curso atuando em diferentes empresas, em


posições de estágio ou trainee, ou até mesmo como funcionários contratados para
funções de analista, coordenador ou supervisor.

Os últimos períodos, em geral, destinam-se às disciplinas que complementam a


formação do engenheiro de produção (disciplinas eletivas ou optativas), a realização
do estágio supervisionado e a elaboração de um trabalho de conclusão de curso.
Tradicionalmente, essas duas últimas atividades são acompanhadas por um profes-
sor orientador específico ou um coordenador de disciplina, com o objetivo de dire-
cionar os alunos na elaboração e formatação dos respectivos documentos em cada
uma das disciplinas, a escolha de temas de pesquisa (para o caso do TCC) e posterior
apresentação dos seus resultados.

As editoras nacionais (inclusive em parceria com a ABEPRO) contam com uma


linha editorial com diversas obras que cobrem muitos dos eixos de conheci-
mento previstos na engenharia de produção. Você pode encontrar títulos do
seu interesse em áreas como Gestão da Qualidade, Manutenção e Confiabili-
dade e Planejamento e Controle da Produção (PCP). Contudo, é válido ressal-
tar que, dentre estas obras, temos alguns títulos voltados especificamente para
situações particulares. A seguir, apresentam-se algumas obras que podem ser
do seu interesse e estão disponíveis na Minha Biblioteca:

• BERNARDES, Ednilson; MUNIZ JÚNIOR, Jorge; NAKANO, Davi Noboru.


Pesquisa qualitativa em engenharia de produção e gestão de opera-
ções. São Paulo: Atlas, 2019.

• MARTINS, Roberto Antonio; MELLO, Carlos Henrique Pereira; TURRIONI,


João Batista. Guia para elaboração de monografia e TCC em engenharia
de produção. São Paulo: Atlas, 2014.

• NEUMANN, Clóvis. Engenharia de produção: curso preparatório para


concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

• VENANZI, Délvio; SILVA, Orlando Roque (Orgs.). Introdução à engenharia


de produção: conceitos e casos práticos. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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Por fim, apresentam-se a título de exemplo duas estruturas curriculares referen-


tes a cursos de engenharia de produção de duas instituições de ensino supe-
rior em atuação no Brasil: Multivix e uma outra instituição X. Você pode verificar
como as disciplinas são distribuídas ao longo dos períodos em cada um dos
casos e notar as sutis diferenças entre as duas estruturas.

Perceba, por exemplo, que disciplinas similares aos dois cursos são oferecidas
em momentos distintos em cada uma das situações. Por exemplo, a área de
Custos na Multivix é ofertada por meio de duas disciplinas (Gestão de Custos I e
II, respectivamente no sexto e sétimo período), já na segunda instituição o aluno
só cursará uma única disciplina (Custos da Produção Industrial) no quinto perío-
do. Outro aspecto interessante está na composição do percurso até a realização
de uma disciplina. Se tomarmos como exemplo a disciplina de Planejamento e
Controle da Produção (PCP) nas duas instituições, veremos diferentes pré-requi-
sitos e disciplinas cursadas previamente.

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FIGURA 10 - ESTRUTURA CURRICULAR DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA MULTIVIX

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FIGURA 11 - ESTRUTURA CURRICULAR DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA MULTIVIX

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Introdução à Engenharia

FIGURA 12 - ESTRUTURA CURRICULAR DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA INSTITUIÇÃO X

CONCLUSÃO
Ao final desta unidade você pôde conhecer melhor os elementos que compõem a
estrutura curricular de um curso de engenharia. Após a apresentação das principais
habilidades requeridas aos engenheiros pelo mercado, discutiu-se como elas dão
margem às áreas ou eixos de conhecimento da formação de um engenheiro.

Posteriormente, você foi apresentado à estrutura curricular de alguns cursos de


engenharia de produção que estão em funcionamento atualmente no país. A partir
da análise do fluxograma do curso, você pôde verificar como as disciplinas propos-
tas abordam não só as habilidades demandadas pelo mercado, mas também
as áreas de conhecimento previstas pela Associação Brasileira de Engenharia de
Produção (ABEPRO).

Agora você já compreende melhor o encadeamento das disciplinas do seu curso e


como estas vão dar subsídio à sua atuação profissional. Lembre-se de que a gradua-
ção é um momento crucial para a formação do seu conhecimento e em breve
você irá atuar na resolução de problemas que demandarão tais conhecimentos.
Bons estudos e até a próxima!

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Introdução à Engenharia

UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Identificar a estrutura


vigente no sistema
Confea/ Crea.

> Descrever as
principais funções das
associações de classe
em engenharia.

> Definir os benefícios da


associação no Crea/
Confea.

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Introdução à Engenharia

4 CONSELHO REGIONAL -
CREA
Após as discussões relativas à profissão de engenheiro, às suas aptidões e à estrutura
curricular do curso, esta unidade volta-se à apresentação e ao debate da sua principal
entidade de classe: o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA.

Ao longo desta unidade, você será apresentado e aos poucos vai se familiarizar um
pouco melhor com o trabalho do conselho e como você, enquanto profissional, pode
vir a se relacionar e interagir com alguma de suas instâncias. Você também será apre-
sentado a algumas das principais atividades realizadas pelo conselho, bem como os
requisitos e benefícios em se tornar um engenheiro credenciado.

4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE

Assim como médicos, advogados, contabilistas e demais profissionais de caráter mais


técnico, a engenharia no Brasil tem na figura dos seus Conselhos Regionais (CREA) e
do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) a sua maior representa-
ção em termos de entidade de classe.

Além desta representação, os Conselhos têm o papel de regulamentar as atividades


de engenharia no país, em seus mais variados segmentos de atuação (ou habilita-
ções) e nos mais variados contextos. Assim, é de suma importância que você enquanto
engenheiro (a) em formação conheça um pouco mais sobre este órgão e sua atuação
no país.

4.2 DEFINIÇÕES INICIAIS

Apesar do termo CREA já ser um pouco mais próximo da realidade da maior parte
dos engenheiros e estudantes de engenharia, é preciso ressaltar que a sigla refere-se
a uma subdivisão de um sistema ainda mais complexo. Para explicar melhor, vamos
detalhar as siglas envolvidas.

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SUMÁRIO 57
Introdução à Engenharia

A sigla CREA identifica o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Já a


sigla CONFEA é uma abreviatura para Conselho Federal de Engenharia e Agro-
nomia.

Assim, é preciso destacar que apesar da maior frequência de citações em torno do


termo CREA, ele refere-se a uma parte menor do sistema de atuação do Conselho
Nacional de Engenharia. Outro ponto a ser destacado é que algumas pessoas ainda
podem associar o CREA ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. De fato,
esta terminologia foi utilizada por muito tempo no país, uma vez que até então o siste-
ma CREA/CONFEA abarcava as atividades de engenharia em suas mais variadas habi-
litações, bem como a arquitetura e urbanismo e também agronomia.

Contudo, a terminologia foi descontinuada no momento em que se institui o Conse-


lho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). A partir da Lei nº 12.378, de 31 de
Dezembro de 2010, as categorias relacionadas à arquitetura e ao urbanismo passam
a operar segundo uma representação profissional distinta e as siglas CREA e CONFEA
passam a destacar em seu título a agronomia em lugar da arquitetura.

Oficialmente, o CONFEA é caracterizado como uma entidade situada no nível


federal que tem o objetivo principal nortear a atuação dos engenheiros no país.

De acordo com seu sítio, o CONFEA:

“O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) é uma autarquia


pública federal instituída pelo Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933,
promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas. [...] é regido
pela Lei 5.194, de 24 de dezembro de 1966, tem sede em Brasília, e possui cer-
ca de um milhão de profissionais registrados em seu Sistema de Informações

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Introdução à Engenharia

(SIC). Sua missão é atuar eficiente e eficazmente como a instância superior da


verificação, da fiscalização e do aperfeiçoamento do exercício e das atividades
profissionais de engenheiros, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologis-
tas, técnicos e tecnólogos, sempre orientado para a defesa da cidadania e a
promoção do desenvolvimento sustentável.” (Fonte:http://www.confea.org.br/

cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=906)

Destaca-se ainda, a preocupação do órgão pelos interesses sociais e humanos calca-


dos no respeito ao indivíduo e ao meio ambiente. Neste sentido, o Conselho adota um
conjunto de valores em sua atuação que abarcam a integridade, a ética, a excelência
e a transparência.

A estrutura do CONFEA é organizada a partir de um plenário cujas atribuições e compe-


tências estão previstas na Resolução 1.015, de 30 de junho de 2006. Sua composição
prevê 18 conselheiros, uma série de comissões permanentes, o comitê de avaliação e
articulação e o conselho diretor.

É a partir desta estrutura que derivam as atuações dos CREAs. Com base nas diretrizes
do CONFEA, os Conselhos Regionais em cada estado do país idealizam suas ações e
desdobram estas atividades em nível estadual. Analogicamente, a interlocução entre
os CREAs e o CONFEA acontece na medida em que delegados ou representantes de
cada unidade estadual são designados para as eventuais reuniões e assembleias para
defenderem os interesses das regionais e/ ou apresentarem propostas de trabalho.

Esta estrutura de atuação regional dos órgãos de engenharia é similar àquela encon-
trada nos Estados Unidos. De acordo com Hotzapple e Reece (2006, p. 17), “cada esta-
do da federação tem poderes para licenciar e registrar engenheiros profissionais. O
objetivo é proteger a sociedade, assegurando um padrão mínimo de qualidade por
meio de exames, experiências e cartas de recomendação”.

4.3 A IMPORTÂNCIA DO CONSELHO E DO


PROFISSIONAL CREDENCIADO.

Você pode estar se perguntando o porquê da estruturação de um conselho como o


CREA/ CONFEA. Mais que isso, você pode questionar como isso possa vir a influenciar
o seu trabalho ou a sua formação enquanto estudante de engenharia. Pois bem, saiba

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que além de ser o órgão responsável pelas diretrizes e normatização da profissão de


engenheiro no país, o sistema CREA/CONFEA atua como um interlocutor entre as
demandas da sociedade e os profissionais de engenharia.

Após a recente tragédia ocorrida na cidade de Brumadinho – MG, onde o rompi-


mento de uma barragem contendo milhões de metros cúbicos de rejeito de
minério causou a morte de centenas de pessoas, a atenção da população civil se
voltou ainda mais para as condições destas barragens. Neste sentido, algumas
assembleias foram convocadas para averiguar a situação destas estruturas e o
eventual risco à sociedade. O CREA do estado da Bahia, por exemplo, realizou
encontros entre engenheiros, órgãos públicos e as empresas responsáveis pelas
obras de diversas barragens no estado para averiguar as ações de manutenção
tomadas após a emissão de um relatório referente às condições das estruturas
realizadas no ano anterior.

Historicamente, as sociedades ou associações profissionais de engenharia


datam do século XIX. Sendo o Instituto de Engenheiros Civis da Grã-Bretanha,
fundado em 1818, considerado a primeira destas associações. Em 1852 funda-
-se a Sociedade Americana de Engenheiros Civis (ASCE — American Society of
Civil Engineers); e a partir daí diversas outras associações são fundadas (HOTZA-
PPLE; REECE, 2006).

Ainda segundo os autores:

A função primária das sociedades profissionais é a troca de informações entre


seus membros. [...] por meio da publicação de revistas técnicas, realização de
conferências, ma- nutenção de bibliotecas, oferecimento de cursos de edu-
cação continuada, e apresentação de estatísticas sobre emprego (salários e
benefícios), de modo que os membros possam avaliar sua remuneração. Al-
gumas sociedades profissionais auxiliam seus membros na busca de empre-

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go, ou informam o governo sobre temas técnicos associados à sua profissão.


Como estudante, é aconselhável que você se integre aos capítulos de socieda-
des profissionais de sua especialidade. Eles oferecem vários benefícios, como
encontros que permitem que você interaja com a indústria, colegas de estu-
dos e professores (HOTZAPPLE; REECE, 2006, p. 17).

Hotzapple e Reece (2006, p.19 ) apresentam ainda uma lista contendo diversas
sociedades profissionais em engenharia e seus respectivos endereços eletrôni-
cos. Você pode conhecer um pouco mais sobre estas associações acessando os
sites apresentados na Tabela 1.2 do livro que está disponível no Minha Biblioteca.

Já para Moaveni (2016), o ingresso em uma associação de engenharia baseia-se em


uma série de motivos. Dentre estes, destacam-se:

• ampliar a rede de contatos, participar de visitas a fábricas;

• ouvir palestrantes técnicos convidados;

• participar de concorrências de projetos;

• frequentar eventos sociais;

• aproveitar oportunidades de aprendizado em pequenos cursos, seminários e


conferências; e,

• obter crédito estudantil e bolsas de estudo.

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Além disso, segundo o autor, as associações são locais adequados para se conhecer
um pouco mais sobre as áreas de especialização da engenharia. Muitas destas asso-
ciações partilham interesses comuns e fornecem um gama de serviços diferencia-
dos para engenheiros de diferentes habilitações. Na prática, as associações oferecem
como benefícios (MOAVENI, 2016, p. 39):

• Realização de conferências e reuniões para compartilhar novas ideias e resul-


tados em pesquisa e desenvolvimento.

• Publicação de jornais, livros, relatórios e revistas técnicas para ajudar os enge-


nheiros a se manter atualizados sobre determinadas especialidades.

• Oferecimento de pequenos cursos sobre desenvolvimento técnico atual para


manter os profissionais atualizados em seus respectivos campos.

• Prestação de consultoria para os governos federal e estadual sobre políticas


públicas relacionadas à tecnologia.

• Criação, manutenção e distribuição de normas e padrões que tratam das


práticas corretas de projeto de engenharia para assegurar a segurança pública.

• Fornecimento de um mecanismo de rede por meio do qual pode-se conhe-


cer pessoas de diferentes empresas e instituições. Isso é importante por dois
motivos:

I. Se houver um problema para o qual precise de assistência externa


a sua empresa, você tem um conjunto de colegas com os quais se
reunir para ajudá-lo a solucionar o problema.

II. Boas parcerias podem acontecer caso venha a conhecer pessoas


de outras empresas que estão à procura de bons engenheiros para
contratar enquanto você está em busca de novas oportunidades.

Apresentadas as funções e objetivos das associações de engenharia, passa-se à discus-


são da necessidade de se trabalhar com um profissional credenciado.

4.3.1 O PROFISSIONAL CREDENCIADO

O profissional credenciado é um aspecto de grande importância tanto para as empresas


que realizarão as contratações, como para você enquanto profissional de engenharia.

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De acordo com o CONFEA (2019):

“O profissional [credenciado] determina a segurança e a qualidade da obra,


além das garantias necessárias para que ela seja realizada sem problemas.
É fundamental que a sociedade entenda que aquele que estudou por vários
anos está apto para atender as demandas existentes. Contratar um profissio-
nal é, portanto, necessário para ter um bom projeto e para executá-lo com
qualidade e economia, prevendo problemas futuros que ocorrem quando o
projeto não é feito por um profissional.” (Fonte: CONFEA, 2019)

Assim, a entidade emite por meio de suas atribuições o Registro Profissional no


CONFEA/CREA. É a partir deste registro que o profissional se torna habilitado para
“realizar obras com a melhor técnica, provendo bem-estar à sociedade”. Uma vez
registrado, este profissional tem o aval da associação para atuar segundo o Código de
Ética Profissional da entidade. É a partir deste registro que o profissional pode emitir
a sua Anotação de Responsabilidade Técnica ou ART.

A ART funciona como uma assinatura profissional do engenheiro e garante


tanto benefícios para as partes envolvidas (consumidor e profissional de enge-
nharia) quanto a legitimidade do serviço prestado.

O tópico a seguir detalha a concepção e dinâmica da ART.

4.3.2 A ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA


(ART)

De acordo com a Lei nº 6.496/77, ao executarem serviços de engenharia, os profissio-


nais ficam sujeitos à Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) um documento
que reúne informações para o profissional, para a sociedade e para o contratante dos
serviços que objetivam auxiliar o controle e verificação dos serviços realizados e a sua
conformidade com os padrões técnicos vigentes.

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SUMÁRIO 63
Introdução à Engenharia

Do ponto de vista do profissional, este registro assume papel de comprovação da


prestação do serviço; garantindo ao profissional os seus direitos autorais e de remune-
ração e a comprovação de existência de um contrato mesmo em situações de contra-
tação verbal. A ART define ainda os limites de atuação do profissional, permitindo
assim, que este responda apenas pelas atividades executadas na prestação do servi-
ço. O CONFEA (2019) destaca ainda que a ART “indica para a sociedade os responsá-
veis técnicos pela execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais
referentes à área tecnológica, assim com as características do serviço contratado”.

Já para o consumidor, a ART atua como um elemento de defesa dos seus direitos,
uma vez que “formaliza o compromisso do profissional com a qualidade dos servi-
ços prestados” (CONFEA, 2019). Para aquelas situações que fogem ao acordado em
contrato, a ART possibilita a identificação individual dos responsáveis e suas respecti-
vas responsabilidades junto ao Poder Público. Para o cenário de trabalhos multidisci-
plinares ou em equipe, cada profissional deve registrar individualmente a ART, como
responsável, coautor ou corresponsável, em sua área de atuação (CONFEA, 2019).

Apesar da clara definição do papel da ART para cada uma das partes envolvidas,
profissional de engenharia e contratante, operacionalmente a adoção do registro
enfrenta alguns percalços. É possível observar um lapso de tempo entre a edição e a
revisão dos normativos relativos à ART e ao acervo técnico. Com isso, verificou-se uma
falta de uniformidade de ação pelos CREAS . Neste sentido, empresas ou profissionais
que atuavam em diferentes regiões enfrentavam a situação de adoção de “diferentes
critérios, exigências e documentos requeridos, bem como o atendimento da legisla-
ção federal por meio de entendimentos diversificados e muitas vezes antagônicos”
(CONFEA, 2019).

Assim, passou-se ao processo de revisão das normas relativas à emissão da ART de


modo a harmonizar tal demanda. Para tanto, a revisão focou-se em (CONFEA, 2019):

a. identificar a legislação federal vinculada à matéria;

b. sistematizar os procedimentos e documentos adotados pelos Regionais, e

c. conhecer as necessidades, as sugestões e as críticas dos principais interessados,


ou seja, dos Creas, do Confea, dos profissionais e de órgãos públicos de controle
e de estatística.

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Assim, a partir de uma série de parcerias, o sistema CONFEA/ CREA passou a propor
procedimentos operacionais normatizados com o objetivo de uniformizar os proces-
sos de emissão das ART sem desconsiderar as peculiaridades dos estados e dos seus
respectivos CREAS.

Com isso, foram elaborados os seguintes documentos (CONFEA, 2019):

• Resolução nº 1025/2009: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técni-


ca e o Acervo Técnico Profissional, e dá outras providências.

• Decisão Normativa nº 85/2011: aprova o manual de procedimentos operacio-


nais para aplicação da Resolução nº 1.025, de 30 de outubro de 2009, e dá
outras providências.

• Resolução nº 1050/2013: dispõe sobre a regularização de obras e serviços de


Engenharia e Agronomia concluídos sem a devida Anotação de Responsabili-
dade Técnica – ART e dá outras providências.

Veja a seguir a documentação necessária para requerer o seu registro no CREA do


seu estado.

4.3.3 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REQUERER


CARTEIRA PROFISSIONAL

Uma vez que tenha concluído sua graduação, o profissional de engenharia pode soli-
citar o seu registro profissional e sua carteira de identificação junto a um CREA. Este
vínculo também está disponível para profissionais que tenham realizado sua forma-
ção no exterior.

Para solicitar sua carteira profissional, é preciso que engenheiro compareça ao CREA
do estado em que pretende atuar, preencha o formulário específico e apresente
originais e cópias dos seguintes documentos:

• Original do diploma ou do certificado, registrado pelo órgão competente do


Sistema de Ensino.

• Histórico escolar com indicação das cargas horárias das disciplinas cursadas.

• Carteira de identidade ou cédula de identidade de estrangeiro com indicação


de permanência no País, expedida na forma da lei.

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• Cadastro de Pessoa Física – CPF.

• Título de eleitor, quando brasileiro.

• Prova de quitação com a Justiça Eleitoral, quando brasileiro.

• Prova de quitação com o Serviço Militar, quando brasileiro e do sexo masculino.

• Comprovante de residência.

• Duas fotografias, de frente, nas dimensões 3x4cm, em cores.

É possível incluir na sua carteira profissional informações relativas ao tipo sanguí-


neo e ao fator RH.

4.3.4 CONSULTAS PÚBLICAS

Conforme já comentado, o sistema CONFEA/ CREA além de atuar na normatização


das relações entre consumidores e prestadores de serviços de engenharia e no desen-
volvimento das diretrizes de atuação destes profissionais, assume também o papel
de interlocutor entre a sociedade civil e a classe dos profissionais de engenharia. Esta
outra faceta de atuação do órgão se sobressai em situações em que a sociedade
demanda maiores explicações sobre questões técnicas relacionadas às obras ou servi-
ços de engenharia e seus respectivos impactos na sociedade e no meio ambiente.

É o que pode ser observado em situações de desastres naturais ou causados


pela ação do homem como aqueles observados no rompimento da barragem
de rejeitos de minérios da empresa Samarco na cidade de Mariana, Minas Gerais;
ou no evento em que um viaduto na Marginal Pinheiros, em São Paulo, cedeu
interditando boa parte do trânsito daquela região da cidade.

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FIGURA 13 - DESASTRE AMBIENTAL NA CIDADE DE MARIANA, MINAS GERAIS

Fonte: Shutterstock, 2019

Neste sentido, o sistema CONFEA/ CREA realiza, a partir do seu Sistema de Consulta
Pública, um processo de coleta de manifestações de profissionais, estudantes e da
sociedade em geral sobre projetos de lei e de normativos do próprio sistema que
possam afetar a vida do profissional e a segurança pública.

De fato, esta vertente de atuação do sistema CONFEA/ CREA se mostra bastante


presente nos últimos anos. Sendo inclusive, responsável pelo diálogo entre empresas,
sociedade e a classe dos engenheiros em questões concernentes à demarcação de
terras da União, aspectos legais e técnicos sobre a acessibilidade de indivíduos, utili-
zação de agrotóxicos, etc.

Alguns exemplos recentes da atuação do Sistema de Consulta Pública do siste-


ma CONFEA/ CREA são (CONFEA, 2019):

• Projeto de Lei - PL 9998/2018 - Criar regras de gestão de segurança em


unidades de conservação ambiental - Alterar as Leis 9985/2000, 7797/1989 e
11771/2008 para disciplinar a visitação pública para fins de turismo, esporte e
recreação em unidades de conservação integrantes do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação - SNUC. Até 24/11/2018

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Introdução à Engenharia

• Projeto de Lei do Senado - PL 0219/2015 - Altera a Lei nº 10.098, de 19 de


dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências, para obrigar as empresas
aéreas a possuírem rampas de acesso ou mecanismos acessórios para auxiliar
no embarque e desembarque de pessoas com deficiência. Até 29/11/2018

• Projeto de Lei da Câmara - PLC 0079/2016 - Serviço de telecomunicações -


Alterar as Leis nºs 9.472, de 16 de julho de 1997, para permitir a adaptação da
modalidade de outorga de serviço de telecomunicações de concessão para
autorização, e 9.998, de 17 de agosto de 2000; e dar outras providências. Até
02/12/2018

• Projeto de Lei – PL 6950/2017 - Acrescentar o inciso VI ao art. 32 da lei nº 13.146,


de 6 de julho de 2015. - Projeto de Lei – PL 7184/2017 (Apensado) - Alterar a
Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015, para tornar obrigatória a adaptação dos
imóveis destinados às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos
públicos. Até 04/12/2018

• Projeto de Lei – PL 9851/2018 - Alterar o Decreto Lei 9.760/1946 - Incluir onde


couber, na Seção II – Da demarcação dos terrenos de marinha. Até 04/12/2018

• Projeto de Lei – PL 1710/2003 e Apensado: PL 3482/2012 - Licenças Ambien-


tais - Alterar a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Até 15/12/2018

• Projeto de Lei – PL 2163/2011 - Licenciamento Ambiental - Altera a Lei nº 6.938,


de 31 de agosto de 1991, dispondo sobre o licenciamento ambiental para a
instalação, a ampliação e o funcionamento de empreendimentos agropecuá-
rios, florestais ou agrossilvipastoris. Até 16/12/2018

• Projeto de Lei – PL 1634/2007 - Proteção às abelhas e à flora a elas relacionada.


- Alterar as Leis nºs 5.197, de 03 de janeiro de 1967, e 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998, e estabelece medidas de proteção às abelhas e à flora a elas relacio-
nada. Até 17/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0414/2018 - Composição dos órgãos executivos


dos conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas - Estabelecer um
percentual mínimo para cada sexo na composição dos órgãos executivos dos
conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas e da Ordem dos Advo-
gados do Brasil. Até 18/12/2018

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• Projeto de Decreto Legislativo – PDC 0809/2012 - Comunicado de 19/07/2012-


IBAMA - Sustar a eficácia do Comunicado, de 19 de julho de 2012, do Insti-
tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Até
18/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0541/2015 - Restringir o registro e uso de agro-


tóxicos. - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para restringir o registro
e uso de agrotóxicos. Até 18/12/2018

• PLS 0337/2008 e PLC 0055/2007 - Alterações na Lei dos Agrotóxicos - PLS


0337/2008: Alterar o art. 7º da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para insti-
tuir a rastreabilidade de agrotóxicos. - PLC 0055/007: Excluir da lei a menção
ao indexador MVR (Maior Valor de Referência), adaptando os tipos penais ao
regime de multa adotado pelo Código Penal. Até 19/12/2018

• Projeto de Lei Complementar – PLP 0539/2018 - Avaliação periódica de desem-


penho de servidores públicos estáveis - Regulamentar o inciso III do § 1º do
art. 41 da Constituição Federal, para disciplinar o procedimento de avaliação
periódica de desempenho de servidores públicos estáveis das administrações
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Muni-
cípios. Até 22/12/2018

• Projeto de Lei – PL 10870/2018 - A atividade do profissional de Segurança do


Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho. - Alterar a Lei nº
7.410, de 27 de novembro de 1985, para dispor sobre a atividade do profissio-
nal de Segurança do Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Traba-
lho. Até 22/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0438/2011 - Criminalizar a venda ilegal de


agrotóxicos - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 e a Lei nº 8.072, de
25 de julho de 1990, para criminalizar a venda ilegal de agrotóxicos e condutas
correlatas. Até 23/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0136/2014 - Prazo de validade de registro


de agrotóxico - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para fixar prazo
de validade de registro de agrotóxico no país e dá outras providências. Até
23/12/2018

• Projeto de Lei – PL 10882/2018 - Produção orgânica - Alterar a Lei nº 10.831,


de 23 de dezembro de 2003, para instituir o Sistema Brasileiro de Avaliação
da Conformidade Orgânica e criar o selo de comprovação da conformidade

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Introdução à Engenharia

orgânica do produto alimentício e definir o órgão responsável pela fiscalização


do cumprimento das normas regulamentadas para a produção orgânica nos
estabelecimentos produtores registrados. Até 23/12/2018

• Projeto de Lei – PL 1291/2015 - Política Nacional de Biocombustíveis Florestais


- Dispõe sobre a Política Nacional de Biocombustíveis Florestais e dá outras
providências (alterar a Lei 10.336/2001). Até 24/12/2018

• Projeto de Lei – PL 5733/2009 e Apensados - Alteração, Estatuto da Cida-


de, competência, municípios, criação, normas, utilização, fonte alternativa
de energia, edifício, edifício público, prioridade, aquecimento, água, energia
solar, obtenção, recursos financeiros, financiamento, (SFH), construção. Até
25/12/2018

• Projeto de Lei – PL 2457/2011 e Apensados - Buscar medidas para reduzir o


impacto da escassez de água no País. Até 26/12/2018

• Projeto de Lei – PL 4990/2016 - Vida útil de prédios. - Determinar a divulgação,


na forma que especifica, do tempo estimado de vida útil de prédios e demais
edificações públicas e dar outras providências. Até 30/12/2018

• Projeto de Lei – PL 3516/2015 (POL/SOPL) - Instituir o Programa Obra Legal e


o Selo Obra Pública Legal. Até 30/12

FIGURA 14 - INSPEÇÃO DE PRÉDIOS ANTIGOS E OBRAS PÚBLICAS

Fonte: Shutterstock, 2019.

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70 SUMÁRIO
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Introdução à Engenharia

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0222/2015 - Cadastro Brasil Eficiente – CBE -


Estabelece normas relativas ao controle centralizado de informações sobre as
obras públicas custeadas com recursos federais e cria o Cadastro Brasil Eficien-
te - CBE. Até 31/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0538/2011 - Carteira de Projetos da Adminis-


tração Pública - Alterar os arts. 2º e 4º da Lei Complementar nº 101, de 4 de
maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, para criar a Carteira
de Projetos da Administração Pública, estabelecer medidas de controle das
obras públicas e adotar outras providências. Até 01/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0011/2014 - Lei das Licitações - Alterar a Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos),
para dispor sobre os custos unitários das obras e serviços de engenharia contra-
tados por órgãos e entidades da Administração Pública Federal ou com recur-
sos dos Orçamentos da União. Alterar o mesmo diploma legislativo para esta-
belecer que, para os fins da lei, o Projeto Básico deverá conter a anotação de
responsabilidade técnica pelo orçamento detalhado, o qual deverá ser compa-
tível com os custos do sistema de referência, na forma da lei. Até 05/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0195/2013 - Licitações: projeto executivo prévio


- Alterar a Lei nº 8.666/93, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências, para exigir o projeto executivo prévio nas licitações
para contratação de obras com valor estimado superior a 100 milhões de reais.
Até 06/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0377/2014 - RDC e a matriz de riscos - Acres-


centar alínea ao inciso I do § 2º do art. 9º da Lei nº 12.462/2011 (Regime Dife-
renciado de Contratações Públicas - RDC), para exigir a inclusão, na contratação
integrada de obras e serviços de engenharia, de uma “matriz de riscos” no instru-
mento convocatório e na minuta contratual, em que sejam detalhados os riscos
inerentes à consecução do objeto licitado, bem como a repartição prévia das
responsabilidades e dos ônus cabíveis a cada uma das partes. Até 06/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0426/2013 - Licitações: Procedimento de Mani-


festação de Interesse - PMI. - Alterar a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas
para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências,
para dispor sobre o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Até
06/01/2019

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SUMÁRIO 71
Introdução à Engenharia

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0444/2013 - Disciplinar a concessão de obra


pública. - Alterar a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o
regime de concessão e permissão da prestação de serviços previsto no art. 175
da Constituição Federal, e dá outras providências, e a Lei nº 11.079, de 30 de
dezembro de 2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito da administração pública, para disciplinar
a concessão de obra pública. Até 07/01/2019

• Projeto de Lei – PL 1759/2015 - Política Nacional de Proteção e Defesa Civil . -


Alterar a Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012, que institui a Política Nacional
de Proteção e Defesa Civil. Até 08/01/2019

• Projeto de Lei – PL 6268/2016 (principal) - Dispor sobre a Política Nacional


de Fauna e dá outras providências. Alterar a Lei 7.797/1989. Revogar a Lei
5.197/1967 e dispositivo da Lei 9.605/998.

• Projeto de Lei - PL 7129/2017 (apensado) - Alterar as Leis 5.197/1967, 9.605/1998,


e 9.985/2000, para normatizar o abate e o controle de espécies exóticas inva-
soras. Até 20/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0091/2014 - Projetos básico e executivo em


Licitações - Alterar a Lei nº 8666/93 - que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administra-
ção Pública e dá outras providências - para estabelecer que nenhuma licitação
pode ser iniciada sem que os respectivos projetos básico e executivo estejam
plenamente atendidos em todos os seus requisitos e atestados por parecer
jurídico do órgão responsável pelo processo licitatório que comprove tal regu-
laridade; estabelece que o não cumprimento da regra acima referida sujeita
o dirigente do órgão responsável pelo processo licitatório a responder pelo
crime de responsabilidade. Até 06/11/2019

Perceba, através destes exemplos, como é ampla a atuação do mecanismo de consul-


tas públicas do CONFEA/ CREA. A partir dele, a entidade pode se aproximar e contri-
buir junto à sociedade na resolução de questões das mais diversas naturezas. Esta
atuação ampla e de grande complexidade é uma marca da postura do engenheiro
– independente da sua habilitação –, e como pode ser visto foi transportada para a
postura adotada pela sua associação de classe.

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Introdução à Engenharia

CONCLUSÃO
Nesta unidade você tomou conhecimento da principal associação de classe de enge-
nharia no país, o sistema formado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agrono-
mia (CONFEA) e suas sucursais, os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia
(CREA). Mais especificamente, você foi apresentado ao histórico das recentes mudan-
ças ocorridas no conselho (com a saída das áreas de Arquitetura e Urbanismo da
autarquia), suas principais funções e vantagens para os seus associados.

Você também pode observar como a atuação do CONFEA/ CREA é ampla e complexa.
Figurando não só como um legislador das atividades dos profissionais de engenharia,
mas também como uma entidade que garante legitimidade aos serviços prestados
pelos seus profissionais devidamente credenciados (através da carteira profissional e
da ART).

Agora você pode inclusive, pesquisar como a classe dos engenheiros (devidamente
representada pelos CREAs em todo o país) se posiciona e dialoga com a socieda-
de frente a questões diversas. Você, enquanto estudante e futuro profissional, pode
iniciar diálogos com estas entidades e outros profissionais e levar à discussão aspec-
tos técnicos e contributivos para a sociedade, sob o prisma do posicionamento da sua
entidade de classe. Você pode discordar ou concordar integralmente com a posição
do órgão, mas o mais importante, é que você desenvolva um senso crítico apoiado
nos seus conhecimentos técnicos e efetivamente, possa contribuir para um melhor
cenário nacional. Bons estudos e até a próxima!

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SUMÁRIO 73
Introdução à Engenharia

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> demonstrar a
relevância do projeto
de engenharia na
tomada de decisão
empresarial;

> classificar as etapas


do projeto de
engenharia quanto
às suas funções e
contribuições;

> analisar a importância


de aspectos
complementares
ao projeto como
engenharia
econômica e
sustentabilidade.

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5 CONCEITO DE PROJETO E
TOMADA DE DECISÃO
Os projetos no contexto da engenharia podem ser encarados de maneira muito mais
complexa do que a tradicional visão de uma planta baixa em cima de uma mesa.
Os projetos devem ser encarados como uma abordagem multifuncional orientada à
resolução de um problema. Em função desta perspectiva, o processo de projeto em
engenharia está fortemente associado ao processo de tomada de decisão. É sob este
prisma que esta unidade é estabelecida. É preciso entender as principais etapas do
projeto e como estas se relacionam com outras características dos processos empre-
sariais, como por exemplo, aspectos econômicos e técnicos.

5.1 O PROCESSO DO PROJETO DE ENGENHARIA

Começaremos por enfatizar o que dissemos no Capítulo 1 sobre o que os enge-


nheiros fazem. Eles aplicam as leis da física, leis e princípios químicos e a matemá-
tica para projetar milhões de produtos e serviços que usamos em nosso cotidiano.
Estes produtos incluem automóveis, computadores, aviões, roupas, brinquedos,
eletrodomésticos, equipamentos cirúrgicos, equipamentos de aquecimento e refri-
geração, dispositivos de cuidados de saúde, ferramentas e máquinas que fazem
vários produtos, etc. Engenheiros levam em conta fatores importantes como custo,
eficiência, confiabilidade, sustentabilidade e segurança na concepção dos produtos e
realizam testes para ter certeza de que os produtos que projetam suportam diversas
cargas e condições. Os engenheiros também buscam continuamente maneiras de
melhorar os produtos já existentes. Também projetam e supervisionam a constru-
ção de edifícios, barragens, estradas e sistemas de transporte de massa e de usinas
que fornecem eletricidade para indústrias, residências e escritórios. Os engenheiros
desempenham um papel importante no projeto e na manutenção da infraestrutu-
ra das nações, incluindo sistemas de comunicação, serviços públicos e transporte.
Eles desenvolvem continuamente materiais novos e mais avançados para fabri-
car produtos mais leves e mais resistentes para diferentes aplicações. Também são
responsáveis por encontrar maneiras adequadas e projetar os equipamentos neces-
sários para extrair petróleo, gás natural e matéria-prima.

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SUMÁRIO 75
Introdução à Engenharia

Vamos agora olhar mais de perto o que constitui o processo do projeto. Os enge-
nheiros seguem certas etapas quando projetam produtos e serviços. Essas etapas
incluem o reconhecimento da necessidade de um produto ou serviço, realização de
pesquisa preliminar, gerar ideias para a solução, escolher a melhor ideia, avaliação
detalhada e teste dela, otimização, se necessário, e apresentação do projeto final.

Estas são as etapas básicas que os engenheiros, independentemente de sua expe-


riência, seguem para chegar a soluções para os problemas: (1) reconhecimento da
necessidade de um produto ou serviço, (2) definição e compreensão do problema (a
necessidade), (3) realização de pesquisa e preparação preliminares, (4) conceituação
das ideias para possíveis soluções, (5) síntese dos resultados, (6) avaliação detalhada
das boas ideias, (7) otimização do resultado para chegar à melhor solução possível e
(8) apresentação da solução.

Tenha em mente que essas etapas, que discutiremos em breve, não são indepen-
dentes umas das outras e não necessariamente se seguem na ordem em que são
apresentadas aqui. Na verdade, os engenheiros muitas vezes precisam voltar para as
etapas 1 e 2, quando os clientes decidem mudar os parâmetros do projeto. Muitas
vezes, os engenheiros também são obrigados a fornecer, regularmente, relatórios
orais e escritos. Portanto, esteja ciente de que, embora listemos a apresentação do
processo do projeto como Etapa 8, ela poderia muito bem ser parte integrante de
muitas outras etapas do projeto. Vamos agora dar uma olhada mais de perto em
cada etapa, começando com a necessidade de um produto ou serviço.

Etapa 1: Reconhecimento da necessidade de um produto ou serviço

Tudo o que você tem a fazer é olhar em volta para perceber o grande número de produ-
tos e serviços – projetados por engenheiros – que você usa todos os dias. Na maioria
das vezes, damos como garantida a disponibilidade desses produtos e serviços, até
que, por alguma razão, haja uma interrupção no fornecimento desses produtos e
serviços. Alguns dos produtos existentes estão constantemente sendo modificados
para que se beneficiem de novas tecnologias. Por exemplo, carros e eletrodomés-
ticos estão constantemente sendo reprojetados para incorporar novas tecnologias.
Além dos produtos e serviços já em uso, novos produtos são desenvolvidos todos os
dias com a finalidade de tornar nossa vida mais confortável, mais agradável e menos
trabalhosa. Costuma-se dizer que sempre que alguém se queixa de uma situação,
de uma tarefa, ou reclama de um produto, bem aí existe uma oportunidade para o

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desenvolvimento de um produto ou serviço. Como você pode perceber, a necessida-


de de produtos e serviços existe; o que se tem a fazer é identificá-la. A necessidade
pode ser identificada por você, pela empresa na qual você eventualmente trabalha
ou por um cliente que precisa da solução para um problema ou de um novo produto
que desempenhe sua função de modo mais fácil e mais eficiente.

Etapa 2: Definição e compreensão do problema

Uma das primeiras coisas que você precisa fazer como engenheiro de projeto é
compreender totalmente o problema. Esta é a etapa mais importante em qualquer
processo do projeto. Se não tiver uma boa compreensão de qual é o problema ou
do que o cliente quer, não chegará a uma solução relevante para a necessidade do
cliente. A melhor maneira de entender completamente um problema é fazer muitas
perguntas. Você pode fazer perguntas ao cliente, tais como: Quanto você está dispos-
to a gastar com este projeto? Existem restrições quanto ao tamanho ou aos tipos de
materiais que podem ser usados?

Quando você precisa do produto ou do serviço? Quantos desses produtos você


precisa? As perguntas muitas vezes levam a mais perguntas, que definirão melhor o
problema. Além disso, tenha em mente que os engenheiros geralmente trabalham
em um ambiente de equipe, consultando-se mutuamente para resolver problemas
complexos. Eles dividem a tarefa entre si em problemas menores, mais manejáveis;
consequentemente, os engenheiros produtivos devem trabalhar bem em equipes.
Boas habilidades de relacionamento interpessoal e comunicação são cada vez mais
importantes nos dias de hoje por causa da globalização. Você precisa ter certeza de
que entende claramente a sua parte do problema e como ela se encaixa com os
outros problemas. Por exemplo, várias partes de um produto podem ser fabricadas
por diferentes empresas, localizadas em diferentes estados ou países. Com a finalida-
de de garantir que todos os componentes se encaixam e funcionam bem em conjun-
to, a cooperação e a coordenação são essenciais, o que exige trabalho em equipe e
boas habilidades de comunicação. Certifique-se de você entendeu o problema e de
que ele está bem definido, antes de passar para a próxima etapa. Nunca é demais
repetir este ponto. Bons solucionadores de problemas são aqueles que primeiro
entendem completamente qual é o problema.

Etapa 3: Pesquisa e preparação

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SUMÁRIO 77
Introdução à Engenharia

Uma vez que você entendeu completamente o problema, a próxima etapa é recolher
informações úteis. De modo geral, um bom começo é fazer pesquisas para determi-
nar se já existe o produto que atenda a necessidade de seu cliente. Talvez um produto
ou os componentes de um produto já tenham sido desenvolvidos por sua empresa,
os quais você pode modificar para atender a necessidade. Você não quer “reinventar
a roda”. Como mencionado anteriormente, dependendo do escopo, alguns proje-
tos requerem colaboração com outras empresas, assim você precisa descobrir o que
está disponível também através dessas outras empresas. Tente recolher toda a infor-
mação que puder. É nesse ponto que você gasta muito tempo não só com o clien-
te, mas também com outros engenheiros e técnicos. Motores de busca na internet
estão se tornando ferramentas cada vez mais importantes para reunir tais informa-
ções. Depois de ter recolhido toda a informação pertinente, você deve, em seguida,
analisá-la e organizá-la de forma adequada

Etapa 4: Conceituação

Durante esta fase do projeto, você precisa gerar algumas ideias ou conceitos que
possam oferecer soluções razoáveis para o seu problema. Em outras palavras, sem a
realização de qualquer análise detalhada, você precisa gerar algumas possíveis manei-
ras de resolver o problema. Você precisa ser criativo e talvez desenvolver várias solu-
ções alternativas. Nesta fase do projeto, não é necessário descartar qualquer conceito
de trabalho razoável. Se o problema consiste em um sistema complexo, você precisa
identificar os componentes do sistema. Você ainda não precisa olhar para os detalhes
de cada solução possível, mas precisa realizar análise suficiente para ver se os concei-
tos que está propondo têm méritos. Simplificando, você precisa perguntar a si mesmo:
Os conceitos serão suscetíveis de funcionar se forem levados adiante? Durante todo o
processo do projeto, você também deve aprender a programar seu tempo. Bons enge-
nheiros têm habilidades de gerenciamento de tempo que lhes permite trabalhar de
forma produtiva e eficiente. Você deve aprender a criar um diagrama de marcos, deta-
lhando o seu planejamento de tempo para a conclusão do projeto e mostrar os prazos
e as tarefas correspondentes que devem ser executadas nesses prazos.

Você começa atribuindo um nível de importância (I) para cada critério do projeto. Por
exemplo, pode usar uma escala de 1 a 5, com I = 1 indicando pouca importância e I=5
significando extremamente importante. Em seguida, avaliará (A) de que modo cada
conceito viável atende a cada critério de projeto. Você pode usar a escala A = 3, A = 2
e A = 1 para bom, regular e ruim, respectivamente.

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Observe que os critérios de projeto que listamos na Tabela são exemplos e não crité-
rios absolutos de projeto. Os critérios de projeto variam de acordo com o projeto.
Para o seu projeto de classe, você deve listar aqueles que sente serem importantes.
Além disso, note que é costume dividi-los em positivos e negativos. Depois de atribuir
os valores I e A para suas opções de projeto, você adiciona as pontuações A × I para
cada projeto e seleciona o projeto com a mais alta classificação geral. Um exemplo
demonstrando como avaliar alternativas é mostrado no Quadro.

QUADRO 1 - COMPARAÇÃO DE DUAS ALTERNATIVAS DE PROJETO

PROJETO I PROJETO II
Critérios do Projeto I A AxI A AxI
Positivos
Originalidade 4 2 8 3 12
Viabilidade 4 3 15 2 10
Capacidade de fabricação 5 3 15 2 10
Confiabilidade 5 3 15 3 15
Desempenho 5 3 15 2 10
Durabilidade 4 2 8 2 8
Aparência 4 2 8 3 12
Rentabilidade 5 3 15 2 10
Outros
99 87
Negativos
Custo de produção 5 2 10 3 15
Custo operacional 4 2 8 2 8
Custo de manutenção 3 2 6 3 9
Tempo para executar o projeto 5 3 15 3 15
Impacto ambiental 5 2 10 3 15
Outros
49 62
Pontuação líquida 50 25

Etapa 5: Síntese

Recapitulando o que dissemos no Capítulo 1, os bons engenheiros têm uma sóli-


da compreensão dos princípios fundamentais da engenharia, os quais podem usar
para resolver diversos problemas. Bons engenheiros são analíticos, orientados para

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SUMÁRIO 79
Introdução à Engenharia

detalhes e criativos. Durante esta fase do projeto, você começa a considerar os deta-
lhes. Precisa fazer cálculos, executar modelos de computador, diminuir os tipos de
materiais a serem utilizados, dimensionar os componentes do sistema e responder
perguntas sobre como o produto será fabricado. Você consultará os códigos e normas
pertinentes e se certificará de que seu projeto estará em conformidade com esses
códigos e normas.

Etapa 6: Avaliação

Você pode ter que identificar os parâmetros de projeto críticos e considerar suas
influências em seu projeto final. Nesta fase, precisa ter certeza de que todos os cálcu-
los estão corretos. Se existem algumas incertezas em sua análise, você deve executar a
investigação experimental. Quando possível, modelos de trabalho devem ser criados
e testados. Nesta fase do processo do projeto, a melhor solução deve ser identificada
a partir das alternativas. Os detalhes de como o produto deve ser fabricado devem ser
totalmente desenvolvidos.

Etapa 7: Otimização

Otimização significa minimização ou maximização. Existem dois grandes tipos de


projeto: o projeto funcional e o projeto otimizado. Projeto funcional é o que aten-
de a todos os requisitos de projeto preestabelecidos, mas permite melhoria em
determinadas áreas. Para entender melhor o conceito de projeto funcional, consi-
deraremos um exemplo. Vamos supor que estamos projetando uma escada de 3
metros de altura para suportar, com um certo fator de segurança, uma pessoa que
pesa 1.335 newtons. Chegaremos a um projeto que consiste em uma escada de
aço com 3 metros de altura e que pode suportar com segurança a carga de 1.335 N
em cada degrau. A escada custaria certa quantia de dinheiro. Esse projeto atende-
ria a todos os requisitos, incluindo os de força e tamanho e, portanto, constitui um
projeto funcional. Antes de considerarmos a melhoria em nosso projeto, precisamos
nos perguntar quais critérios devemos utilizar para otimizar o projeto. A otimiza-
ção do projeto é sempre baseada em algum critério particular, como custo, resis-
tência, tamanho, peso, confiabilidade, ruído ou desempenho. Se usarmos o peso
como critério de otimização, então o problema se torna minimizar o peso da esca-
da, sem comprometer sua resistência. Podemos considerar, por exemplo, construir
a escada em alumínio. Conseguiríamos também realizar a análise de tensão sobre
a nova escada para ver se poderíamos remover material de determinadas seções da

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escada, sem comprometer os requisitos de carga e de segurança. Outro fato impor-


tante a ter em mente é que a otimização de componentes individuais de um siste-
ma de engenharia não conduz necessariamente a um sistema otimizado. Consi-
dere, por exemplo, um sistema fluido térmico, como um refrigerador. No que diz
respeito a alguns critérios, a otimização dos componentes individuais de forma inde-
pendente – como o compressor, o evaporador ou o condensador – não conduz a
um sistema global otimizado (refrigerador). Tradicionalmente, as melhorias em um
projeto vêm do processo de começar com um projeto inicial, realizar uma análise,
olhar para os resultados e decidir se podemos ou não melhorar o projeto inicial.
Esse procedimento é mostrado na figura a seguir. Nas últimas décadas, o proces-
so de otimização tornou-se uma disciplina que varia de técnicas de programação
linear para não linear. Como em qualquer disciplina, o campo da otimização tem
sua própria terminologia. Há cursos avançados sobre o processo de otimização de
projeto, se você quiser aprender mais sobre o assunto.

FIGURA 15 - PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DO PROJETO

SHUTTERSTOCK, 2019.

Etapa 8: Apresentação

Agora que você tem a solução final, precisa comunicá-la ao cliente, que pode ser
seu chefe, outro grupo dentro de sua empresa ou um cliente externo. Você pode
ter que preparar não só uma apresentação oral, mas também um relatório escrito.

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SUMÁRIO 81
Introdução à Engenharia

Como dissemos no Capítulo 1, os engenheiros devem escrever relatórios. Depen-


dendo da dimensão do projeto, esses relatórios podem ser extensos, detalhados e
técnicos, contendo gráficos, diagramas e desenhos de engenharia ou podem assu-
mir as formas de uma breve nota ou de resumos executivos. Lembramos novamente
que, apesar de termos listado a apresentação como Etapa 8 do processo do projeto,
muitas vezes os engenheiros são obrigados a fornecer relatórios orais e escritos regu-
larmente para vários grupos. Logo, a apresentação poderia muito bem ser parte inte-
grante de muitas outras etapas do projeto. Finalmente, lembre-se de que, em nossa
discussão no Capítulo 1 sobre os atributos dos bons engenheiros, dissemos que eles
têm habilidades de comunicação oral e escrita que os equipam para trabalhar bem
com seus colegas e transmitir seus conhecimentos para uma ampla gama de clien-
tes. Além disso, os engenheiros têm boas “habilidades pessoais” que lhes permitem
interagir e comunicar-se de forma eficaz com várias pessoas na organização. Eles são
capazes, por exemplo, de se comunicar igualmente bem com os especialistas de
vendas e de marketing e com os próprios colegas da engenharia.

5.2 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS DE PROJETO

5.2.1 SUSTENTABILIDADE NO PROJETO

Nos últimos anos, você tem ouvido ou lido muito sobre sustentabilidade. O que
significa sustentabilidade e por que é importante para você, como futuro enge-
nheiro, obter uma boa compreensão sobre esse tema? Para começar, é importan-
te saber que não existe uma definição universal para sustentabilidade e engenha-
ria sustentável. Sustentabilidade significa coisas diferentes para diferentes profissões.
No entanto, uma das definições geralmente aceitas é: “projeto e desenvolvimento
que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gera-
ções futuras satisfazerem as próprias necessidades”. Como você já sabe, os engenhei-
ros contribuem para ambos os setores da nossa sociedade, o público e o privado.
No setor privado, eles projetam e produzem os bens e serviços que usamos em nossas
vidas diárias, os mesmos bens e serviços que nos permite desfrutar de um alto padrão
de vida. Também já explicamos o papel do engenheiro no setor público. Os engenhei-
ros fornecem suporte para missões locais, estaduais e federais, atendendo às nossas

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Introdução à Engenharia

necessidades de infraestrutura, segurança energética e alimentar e defesa nacional.


Em razão das tendências socioeconômicas mundiais, das preocupações ambientais
e dos recursos finitos da Terra, espera-se cada vez mais dos engenheiros. Como futu-
ros engenheiros, espera-se que vocês projetem e forneçam produtos e serviços que
elevem o padrão de vida e melhorem a assistência sanitária, bem como abordem as
graves preocupações ambientais e de sustentabilidade. Em outras palavras, ao proje-
tar produtos e serviços, você deve considerar a relação entre os recursos finitos da
Terra e os fatores ambientais, sociais, éticos, técnicos e econômicos. Além disso, há
uma competição internacional para engenheiros que possam trazer soluções que
abordem segurança energética e alimentar e visem simultaneamente as questões
de sustentabilidade. A escassez potencial de engenheiros com formação em susten-
tabilidade – engenheiros que possam aplicar os conceitos, métodos e ferramentas de
sustentabilidade nos processos de tomada de decisão e de resolução de problemas
– pode ter consequências graves para o nosso futuro. Por causa disso, nos últimos
anos, organizações como a American Society of Civil Engineers (ASCE), a American
Society for Engineering Education (ASEE), a American Society of Mechanical Engi-
neers (ASME) e o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) saíram em
apoio à educação para a sustentabilidade nos currículos de engenharia.

Os engenheiros civis desempenham um papel cada vez mais importante na abor-


dagem das questões relativas às alterações climáticas e à sustentabilidade que
estão sendo discutidas nacional e internacionalmente entre legisladores e políticos.
A seguinte declaração de sustentabilidade da American Society of Civil Engineers
(ASCE) atesta esse fato: “A consciência crescente do público de que é possível alcan-
çar um ambiente sustentável, enquanto se abordam desafios como os desastres
naturais e os provocados pelo ser humano, a adaptação às alterações climáticas e o
abastecimento de água global, está reforçando a mudança do papel do engenhei-
ro civil de projetista/construtor para líder político e planejador, designer, construtor,
operador e mantenedor (sustentador) do ciclo de vida. Os engenheiros civis não são
reconhecidos como contribuintes significativos para um mundo sustentável”*. Em 4
de novembro de 2008, a diretoria da ASCE adotou a sustentabilidade como sua quar-
ta prioridade. As outras três são renovação da infraestrutura do país, elevação do nível
de educação em engenharia civil e a abordagem do papel dos engenheiros civis no
ambiente profissional atual, em constante mudança. Além disso, em 8 de janeiro de
2009 o artigo da ASCE News intitulado “Board of Direction Views Sustainability Stra-
tegy as Key Priority”, de William Wallace – fundador e presidente do Wallace Futures

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SUMÁRIO 83
Introdução à Engenharia

Group of Steamboat Springs, do Colorado, e autor de “Becoming Part of the Solu-


tion: The Engineer’s Guide to Sustainable Development”, (Washington, D.C.: American
Council of Engineering Companies, 2005) – propõe cinco questões que devem ser
compreendidas e espera-se que os engenheiros assumam novas responsabilidades
quanto à sustentabilidade. Elas são:

O atual desenvolvimento econômico mundial não é sustentável – a população


mundial já utiliza recursos que ultrapassam em aproximadamente mais de 20% a
capacidade de suporte do planeta. (UN Millennium Ecosystem Assessment Synthesis
Report, 2005.)

Os efeitos da ultrapassagem da capacidade de suporte da Terra já atingiram propor-


ções de crise – os custos de energia aumentam, eventos climáticos extremos causam
enormes prejuízos e há a perspectiva de aumento do nível do mar, ameaçando cida-
des costeiras. O aumento da população mundial ultrapassa a capacidade das insti-
tuições de enfrentá-lo.

Será necessário muito trabalho para que o desenvolvimento mundial se torne susten-
tável – uma revisão completa dos processos, sistemas e infraestrutura mundiais terá
de ser empreendida.

A comunidade da engenharia deveria estar liderando o caminho para o desenvol-


vimento sustentável, mas ainda não assumiu essa responsabilidade. Os engenhei-
ros civis têm poucos incentivos para mudar. A maioria dos engenheiros civis entrega
projetos de engenharia convencionais que atendem aos códigos de construção e
protegem o status quo.

Pessoas de fora da comunidade da engenharia estão capitalizando essa nova opor-


tunidade – empresas de contabilidade e arquitetos são exemplos citados por Walla-
ce. Os arquitetos ajustam suas práticas de acordo com o U.S. Green Building Coun-
cil’s Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) Green Building Rating
System (Sistema de Classificação da LEED – Liderança em Energia e Projeto Ambien-
tal – do Conselho de Construção Sustentável dos EUA).

Como mencionado, outras organizações também têm percebido a importância da


sustentabilidade no ensino da engenharia. Por exemplo, em janeiro de 2009, o Insti-
tute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) formou o Sustainability Ad Hoc
Committee (Comitê Ad Hoc para a Sustentabilidade) para mapear e coordenar as

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questões relacionadas com a sustentabilidade no IEEE. Também estudou ativida-


des de sustentabilidade de outras organizações para determina áreas de colabora-
ção e teve papel ativo na criação de uma rede mundial de monitoramento da Terra
para “tomar o pulso do planeta”. O projeto, conhecido como Global Earth Obser-
vation System of Systems (GEOSS) (Sistema de Sistemas de Observação Global da
Terra), envolve a coleta de dados de milhares de sensores, medidores, boias e esta-
ções meteorológicas em todo o globo. O objetivo do GEOSS é ajudar a promover
o desenvolvimento sustentável. O IEEE define o desenvolvimento sustentável como
“o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras satisfazerem as próprias necessidades”. Como é
evidente pelas abordagens assumidas e declarações feitas por diferentes associações
de engenharia, a sustentabilidade tem que ser uma parte importante de sua educa-
ção em engenharia e de qualquer projeto de engenharia. Conheça agora a definição
dos principais conceitos, métodos e ferramentas de sustentabilidade.

• Principais conceitos de sustentabilidade – compreensão dos recursos finitos


da Terra e das questões ambientais, das questões socioeconômicas relacio-
nadas com a sustentabilidade, dos aspectos éticos da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentável.

• Principais métodos de sustentabilidade – análise baseada em ciclo de vida;


gestão de recursos e resíduos (material, energia); análise do impacto ambiental.

• Principais ferramentas de sustentabilidade – avaliação de ciclo de vida; avalia-


ção ambiental; utilização de indicadores de desenvolvimento sustentável;
sistema de classificação do U.S. Green Building Council (USGBC) Leadership in
Energy and Environmental Design (LEED).

O “LEED é um sistema de certificação de construção verde reconhecido interna-


cionalmente atuando como entidade externa na verificação de que um edifício ou
comunidade foi projetado e construído utilizando estratégias destinadas a melhorar
o desempenho em todas as áreas mais importantes: economia de energia, eficiên-
cia da água, redução de emissões de CO2, melhoria da qualidade ambiental interna
e manejo de recursos e sensibilidade a seus impactos. Desenvolvido pelo U.S. Green
Building Council (USGBC), o LEED fornece aos proprietários de edifícios e operadores
uma estrutura concisa para identificação e implementação de soluções práticas e
mensuráveis para projeto, construção, operações e manutenção de edifícios verdes”.

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Você pode conhecer mais sobre o LEED visitando o site da U.S. Green Building
Council (USGBC). E à medida que faz cursos adicionais em engenharia e projeto,
você gradualmente estudará mais detalhadamente esses conceitos, métodos
e ferramentas e os aplicará às soluções de problemas de engenharia e projeto.

5.2.2 ENGENHARIA ECONÔMICA

Os fatores econômicos sempre desempenham papéis importantes na tomada de


decisões nos projetos de engenharia. Se você projetar um produto cuja fabricação
seja muito cara, ele não poderá ser vendido a um preço que os consumidores possam
pagar e ainda ser rentável para sua empresa. O fato é que as empresas projetam
produtos e prestam serviços não só para tornar nossa vida melhor, mas também para
ganhar dinheiro.

5.3 O MÉTODO DE PROJETO DE ENGENHARIA

No ensino médio, você provavelmente foi apresentado ao método científico:

1. Desenvolver uma hipótese (uma possível explicação) sobre um fenômeno físico.

2. Projetar um experimento para testar criticamente a hipótese.

3. Realizar o experimento e analisar os resultados para determinar que hipótese é


consistente com os dados.

4. Generalizar os resultados experimentais e propor uma lei ou teoria.

5. Publicar os resultados.

Embora engenheiros usem conhecimento gerado pelo método científico, eles não
empregam o método rotineiramente; este é o reino dos cientistas. Os objetivos de
cientistas e engenheiros são diferentes. Os cientistas se preocupam em descobrir o

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que é, enquanto os engenheiros se preocupam em projetar o que será. Para alcan-


çar seus objetivos, os engenheiros utilizam o método de projeto de engenharia, que
pode ser sumariamente apresentado como:

1. Identificar e definir o problema.


2. Reunir a equipe de projeto.
3. Identificar restrições e critérios para atingir o sucesso.
4. Buscar soluções.
5. Analisar cada solução em potencial.
6. Selecionar a “melhor” solução.
7. Documentar a solução.
8. Comunicar a solução à gerência.
9. Construir a solução.
10. Verificar e avaliar o desempenho da solução.

Sua formação em engenharia terá como foco principal a análise. As centenas (ou
milhares) de exercícios e questões de provas que você fará durante seus estudos têm
como objetivo aprimorar suas habilidades analíticas. Os engenheiros utilizam mode-
los na análise de sistemas físicos. Um modelo representa o sistema real de interesse.
Dependendo da qualidade do modelo, este pode ou não ser uma representação
acurada da realidade.

5.4 DINÂMICA DO PROJETO DE ENGENHARIA

5.4.1 HABILIDADES E FERRAMENTAS DO PROCESSO


DE PROJETO

O processo de projeto de engenharia é iterativo e não sequencial. Recomendamos


que você comece com os requisitos e termine no projeto pós-conceitual, que inclui
a implementação ou a produção da tecnologia. No entanto, onde você começa, que
processos você usará durante um projeto e onde você vai acabar realmente tudo
dependerá da natureza e dos requisitos do projeto de desenvolvimento no qual você

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SUMÁRIO 87
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está trabalhando. É normal, durante um projeto de desenvolvimento, visitar e revisi-


tar etapas, tais como a geração de ideias ou a tomada de decisão, várias vezes e em
nenhuma ordem particular. Não há um conjunto de receitas sequenciais que irão
previsivelmente trabalhar efetivamente para cada projeto de desenvolvimento.

5.4.2 O ESPAÇO DE PROJETO

Fundamentalmente, o processo de projeto é sobre definir e remodelar o espaço de


projeto. O espaço de projeto é um conceito abstrato de um espaço que abrange
todas as ideias de soluções do projeto que serão consideradas em qualquer ponto
no tempo durante um projeto. Os requisitos de desenvolvimento definem os limites
do espaço de projeto. A geração de novas ideias de solução povoa (amplia) o espaço.
O descarte de ideias (isto é, a remoção de ideias de solução consideradas) diminui
o espaço de projeto. Construir e testar protótipos ou modelos explora (investiga) o
espaço de projeto. Além disso, criar um projeto detalhado destaca o espaço de proje-
to. O processo de projeto envolve geralmente todos esses procedimentos. Se você
prefere pensar sobre as coisas do ponto de vista abstrato, então o conceito de mani-
pular, explorar e clarificar o espaço de projeto pode ser uma maneira útil de vislum-
brar o processo de projeto de engenharia.

5.4.3 CLUSTERS NO NÚCLEO DO PROCESSO DE


PROJETO

5.4.3.1 GERAÇÃO DE REQUISITOS: DEFININDO O


ESPAÇO DE PROJETO

Recomenda-se geralmente que o processo de projeto comece com uma compreen-


são clara do problema que está sendo resolvido. Essa é uma das diferenças fundamen-
tais entre um processo de projeto de engenharia formal e uma resolução de proble-
mas informal. Em engenharia, geralmente é boa prática definir um problema antes
de resolvê-lo. Em termos de engenharia, um problema é definido pela declaração
do problema e por seus requisitos. Os requisitos descrevem as funções que qualquer

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solução possível deve ter, a fim de ser considerada uma solução para o problema. Os
requisitos também incluem os objetivos do projeto e suas restrições. Em adição, os
requisitos descrevem o contexto em que a solução de projeto vai operar, incluindo o
ambiente, os usuários, operadores e outros fatores existentes que irão influenciar nas
escolhas de projeto.

A equipe de desenvolvimento geralmente revisita a etapa de geração de requisitos


repetidamente durante todo o processo de projeto para rever os requisitos e melho-
rá-los.

5.4.3.2 FERRAMENTAS MULTIÚSO DE PROJETO PARA


CARACTERIZAR/DEFINIR/DESCREVER/DETALHAR O
ESPAÇO DE PROJETO

As ferramentas multiúso de projeto inclui uma grande variedade de técnicas que


podem ser usadas durante o processo de projeto. Essas ferramentas podem ser utili-
zadas em diversas etapas diferentes. Todas as ferramentas descritas nesta seção
podem ser usadas para gerar os requisitos. Contudo, elas também podem ser usadas
para gerar ideias de soluções e avaliar as soluções possíveis. Por exemplo, as ferramen-
tas podem ser usadas como métodos para rigorosamente comparar ideias de projeto
umas contra as outras ou contra as tecnologias existentes.

5.4.3.3 FERRAMENTAS DE GERAÇÃO DE IDEIAS:


EXPANDINDO O ESPAÇO DE PROJETO

As ferramentas de geração de ideias explicadas nesta seção são usadas para criar
ideias e são às vezes chamadas de métodos de criatividade. Tais como as ferramen-
tas multiúso de projeto, as ferramentas de geração de ideias podem ser usadas em
muitas fases diferentes do processo de projeto. Essas ferramentas podem ser usadas
para gerar ideias para requisitos, porém são usadas mais frequentemente para gerar
ideias para as soluções do projeto. Esses tipos de métodos são usados substancial-
mente no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e podem ser a atividade mais
importante em alguns projetos de desenvolvimento. Em outros projetos, pode haver
uma utilização muito limitada dessas ferramentas. É importante que os engenheiros

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SUMÁRIO 89
Introdução à Engenharia

estejam familiarizados com uma ampla gama de ferramentas de criatividade como


essas que podem ser utilizadas se o projeto exigir isso.

5.4.3.4 TOMADA DE DECISÃO: REDUZINDO O ESPAÇO


DE PROJETO

As tomadas de decisão são técnicas usadas para tomar decisões bem fundamenta-
das, ou seja, decisões que estão alinhadas com os requisitos e objetivos do projeto.
A natureza estruturada dessas ferramentas pode ajudar as equipes a superar a inde-
cisão e seguir em frente, quando confrontadas com requisitos complexos e contra-
ditórios ou opiniões. As ferramentas podem ser usadas para tomar todos os tipos de
decisões ao longo do processo de projeto. No entanto, elas são mais cruciais quando
a equipe de desenvolvimento deve decidir quais ideias de solução do projeto seguir
e quais descartar.

5.4.3.5 ITERANDO: ITERANDO NO ESPAÇO DE


PROJETO

O ciclo de iteração abrange: gerar → selecionar → refletir. Seguir esse processo irá
ajudar você no desenvolvimento de um melhor resultado do projeto. No projeto, os
engenheiros se esforçam para encontrar a solução ótima que encaixa as funções e as
restrições do projeto, e isso tipicamente requer iteração.

5.4.3.6 INVESTIGANDO IDEIAS: EXPLORANDO O


ESPAÇO DE PROJETO

A investigação de ideias abrange ferramentas, como o desenvolvimento de métricas,


modelagem e prototipagem, que são normalmente utilizadas para testar e avaliar as
soluções detalhadas de projeto. Essas ferramentas podem ser usadas logo no início
do processo de projeto para dar à equipe de desenvolvimento uma compreensão
concreta do problema e mostrar as vantagens e desvantagens de diferentes soluções
possíveis. Alguns projetos de desenvolvimento se beneficiam da prototipagem cedo.

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Contudo, é mais frequente que os protótipos, a modelagem e os testes venham mais


tarde: depois que os requisitos estiverem bem estabelecidos, muitas ideias de solu-
ção já tiverem sido consideradas, uma solução preferida tiver sido escolhida, e a equi-
pe estiver trabalhando em direção a um projeto detalhado.

5.4.3.7 PROJETO PÓS-CONCEITUAL: DEIXANDO O


ESPAÇO DE PROJETO

O projeto pós-conceitual aborda atividades comuns que precisam ocorrer para trazer
um projeto à realidade, isto é, para implementar, instalar ou produzir a tecnologia
que resulta do processo de projeto. Os passos necessários dependem significativa-
mente do tipo de tecnologia que está sendo projetada. Levar um produto ao merca-
do é muito diferente de construir uma usina ou distribuir um pacote de software. No
seu curso, você vai aprender mais sobre esse passo do processo, no que se refere à
sua habilitação de engenharia, conforme você se mover ao longo de seu programa
de estudo.

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SUMÁRIO 91
Introdução à Engenharia

CONCLUSÃO
Nesta unidade você conheceu um pouco mais da abordagem de projetos na enge-
nharia e como esta abordagem se relaciona com o processo de tomada de decisão
empresarial. Você pôde perceber como o projeto é subdividido em diferentes etapas
e como cada uma destas apresenta uma função específica, desde a concepção do
projeto a ser implementado, até a avaliação final do trabalho.

De forma complementar, você ficou conhecendo alguns elementos que também


devem ser levados em consideração na condução de um projeto. Da viabilidade
econômica do projeto e de suas etapas até a relação entre os departamentos da
empresa envolvidos na sua realização, o processo de projeto envolve diferentes esfe-
ras da organização, assim como diferentes competências são necessárias.

Assim, é preciso que você entenda que os projetos vão demandar diferentes perspec-
tivas, habilidades e competências em diferentes momentos. Logo, enquanto profis-
sional de engenharia, você não deveria excluir outras abordagens para a solução de
problemas. Você pode se deparar com a necessidade de novos olhares para a condu-
ção de um projeto. Mantenha-se conectado, bons estudos e até a próxima.

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Introdução à Engenharia

UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> avaliar condutas éticas


e aéticas no contexto
da engenharia;

> formular um código


de ética profissional;

> debater sobre os


impactos sociais
e ambientais
da conduta do
engenheiro

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SUMÁRIO 93
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6 ÉTICA PROFISSIONAL E
SEGURANÇA
Além de um bom conhecimento técnico, habilidades de comunicação e capacidade
analítica, o bom engenheiro precisa ter uma conduta calcada na ética. Não apenas
para si, mas também para influenciar de maneira positiva aqueles que o cercam. Esta
unidade está orientada à discussão do papel da ética na rotina do profissional de
engenharia e como esta se relaciona com outros aspectos, como por exemplo, ques-
tões morais, sociais e ambientais.

6.1 ÉTICA NA ENGENHARIA

Ética refere-se ao estudo da moralidade e opções morais que todos precisamos


fazer em nossas vidas. As sociedades profissionais, como a médica e a engenheira,
têm orientações, padrões e regras estabelecidas há muito tempo e que governam
a conduta de seus membros. Essas regras também são usadas pelos membros do
comitê de ética da organização profissional para interpretar dilemas éticos subme-
tidos por um reclamante. Conforme previamente discutido, os engenheiros proje-
tam muitos produtos, como carros, computadores, avião, roupas, brinquedos, apare-
lhos domésticos, equipamentos cirúrgicos e de refrigeração, dispositivos de saúde
e máquinas que fabricam outros produtos. Os engenheiros também projetam e
supervisionam a construção de prédios, barragens, rodovias e sistemas de transporte
em massa e a construção de usinas, que fornecem energia para empresas de manu-
fatura, residências e escritórios. Os engenheiros exercem uma importante função
no projeto e manutenção da infraestrutura de um país, o que inclui sistemas de
comunicação, serviços públicos e transporte. Também estão envolvidos com meios
de aumentar a produção agrícola de grãos, frutas e vegetais, além de melhorias na
segurança alimentar.

Como você pode ver, as pessoas contam muito com os engenheiros para obter produ-
tos e serviços bons e seguros. Não há espaços para erros ou desonestidade na enge-
nharia! Os erros cometidos por engenheiros podem custar não apenas muito dinhei-
ro, mas também vidas. Pense nisso: Um cirurgião incompetente ou sem ética poderia

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causar a morte de no máximo uma pessoa a cada vez (se uma mulher grávida morre
na mesa de cirurgia, então seriam duas mortes); ao passo que um engenheiro incom-
petente e não ético poderia causar a morte de centenas de pessoas de uma só vez.
Se, a fim de economizar dinheiro, um engenheiro não ético projeta uma ponte ou
parte de um avião que não atende aos requisitos de segurança, centenas de pessoas
estarão em risco!

Você percebe como em determinados trabalhos não há margem para erros huma-
nos. Por exemplo, se um garçom trouxer uma Coca-cola em vez de Pepsi, como soli-
citada, ou em vez de trazer batatas fritas, traz anéis de cebola, você pode muito bem
viver com esse erro. Esses são enganos que geralmente podem ser corrigidos sem
nenhum dano a ninguém. Mas se um engenheiro incompetente ou não ético projeta
incorretamente uma ponte, ou um prédio, ou um avião, ele pode ser responsável pela
morte de centenas de pessoas. Portanto, você deve perceber por que é tão importan-
te que os engenheiros praticantes futuros sigam os mais altos padrões de honestida-
de e integridade.

6.1.1 UM EXEMPLO DE CÓDIGO DE ÉTICA PARA


ENGENHEIROS

Preâmbulo: Engenharia é uma importante profissão que deve ser aprendida. Como
membros desta profissão, espera-se que os engenheiros apresentem os mais altos
padrões de honestidade e integridade. A engenharia exerce impacto direto e vital na
qualidade de vida das pessoas. Dessa forma, os serviços fornecidos pelos engenheiros
exigem honestidade, imparcialidade, equilíbrio e equidade, e devem ser dedicados
à proteção da saúde pública, da segurança e do bem-estar. Os engenheiros devem
trabalhar de acordo com um padrão de comportamento profissional que requer
adesão aos mais altos princípios de conduta ética.

I. Códigos de valores fundamentais

No comprimento de suas obrigações profissionais, os engenheiros devem:

1. Manter em condição soberana a segurança, saúde e bem-estar da população.

2. Realizar serviços unicamente nas áreas de sua competência.

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SUMÁRIO 95
Introdução à Engenharia

3. Divulgar declarações públicas somente de maneira objetiva e verdadeira.

4. Atuar para cada empregador ou cliente como agente responsável e digno de


confiança.

5. Evitar atos enganadores.

6. Manter conduta honrada, responsável, ética e seguidora da lei, de forma a contri-


buir com a honra, reputação e utilidade da profissão.

II. Regras de prática

1. Os engenheiros devem manter em condição soberana a segurança, saúde e


bem-estar da população.

a. Se o julgamento dos engenheiros for rejeitado sob circunstância em que haja


risco à vida ou à propriedade, eles devem notificar ao seu empregador ou cliente, e a
respectiva autoridade local deve ser informada.

b. Os engenheiros devem aprovar somente os documentos de engenharia que estão


em conformidade com os padrões aplicáveis.

c. Os engenheiros não devem revelar fatos, dados ou informações sem prévio consen-
timento do cliente ou empregador, exceto quando autorizado ou exigido por lei ou
por meio deste Código.

d. Os engenheiros não devem permitir o uso de seu nome ou associá-lo a empreen-


dimentos comerciais que acreditem estarem envolvidos em negócios fraudulentos
ou desonestos.

e. Os engenheiros, tendo conhecimento de alegada violação deste Código, devem


informá-la aos órgãos profissionais competentes e, quando relevante, também às
autoridades públicas, e devem cooperar com as autoridades apropriadas no provi-
mento de tais informações, conforme necessário.

2. Os engenheiros devem realizar serviços unicamente nas áreas de sua competência.

a. Os engenheiros devem aceitar atribuições somente quando qualificados por sua


formação ou experiência nas respectivas áreas de especialidades envolvidas.

b. Os engenheiros não devem incluir suas assinaturas em quaisquer planos ou docu-


mentos que tratem de matéria na qual lhes falte competência, nem qualquer plano
ou documento não preparado sob sua direção ou controle.

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Introdução à Engenharia

c. Os engenheiros podem aceitar atribuições e assumir responsabilidade pela coor-


denação de um projeto inteiro e podem assinar e selar os documentos de enge-
nharia do projeto inteiro, desde que cada segmento técnico seja assinado e selado
somente por engenheiros qualificados que prepararam o segmento.

3. Os engenheiros devem divulgar declarações públicas somente de maneira objetiva


e verdadeira.

a. Os engenheiros devem ser objetivos e verdadeiros nos relatórios profissionais,


declarações ou testemunhos. Eles devem incluir todas as informações relevantes e
pertinentes em tais relatórios, declarações ou testemunhos, que devem mostrar a
data em que o fato aconteceu.

b. Os engenheiros podem expressar publicamente opiniões técnicas, fundamenta-


das pelo conhecimento dos fatos e competência na matéria.

c. Os engenheiros não devem divulgar declarações, críticas ou argumentos sobre


questões técnicas inspiradas ou financiadas pelas partes interessadas, a menos que
precedidas por seus comentários, identificando explicitamente as partes interessa-
das em cujo nome estão falando, e revelando a existência de quaisquer interesses
que os engenheiros possam ter na questão.

4. Os engenheiros devem atuar para cada empregador ou cliente como agente


responsável e digno de confiança.

a. Os engenheiros devem revelar todos os conflitos de interesses potenciais ou conhe-


cidos que possam influenciar ou parecer influenciar seu julgamento ou a qualidade
de seus serviços.

b. Os engenheiros não devem aceitar compensação, financeira ou outra, de mais de


uma parte para serviços no mesmo projeto, ou para serviços pertencentes ao mesmo
projeto, a menos que as circunstâncias sejam completamente divulgadas e em
conformidade com todas as partes interessadas.

c. Os engenheiros não devem solicitar ou aceitar montante pecuniário ou outra obri-


gação financeira, direta ou indiretamente, de agentes estranhos ao trabalho para o
qual são responsáveis.

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SUMÁRIO 97
Introdução à Engenharia

d. Os engenheiros em função pública como membros, consultores ou empregados


de um órgão governamental ou paragovernamental não devem participar de deci-
sões com respeito aos serviços solicitados ou fornecidos por eles ou por suas empre-
sas em prática de engenharia privada ou pública.

e. Os engenheiros não devem solicitar ou aceitar um contrato de um órgão governa-


mental no qual um diretor ou empregado de sua empresa trabalhe como membro.

5. Os engenheiros devem evitar atos enganadores.

a. Os engenheiros não devem falsificar suas qualificações ou permitir qualquer má


interpretação de suas qualificações ou das de seus associados. Eles não devem dimi-
nuir nem exagerar sua responsabilidade nessa matéria quanto a atribuições prévias.
Folhetos ou outras apresentações que aparecem nas solicitações de emprego não
devem desrespeitar os fatos pertinentes a respeito dos empregadores, empregados,
associados, joint ventures ou realizações anteriores.

b. Os engenheiros não devem oferecer, conceder, solicitar nem receber, direta ou indi-
retamente, nenhuma contribuição para influenciar um contrato por parte de auto-
ridade pública, ou que possa ser razoavelmente constituída para o público, tendo
como intenção influenciar a conquista de um contrato. Não devem oferecer nenhum
presente ou outra consideração de valor para garantir o trabalho. Não devem pagar
comissão, porcentagem ou taxa de corretagem a fim de assegurar um trabalho, exce-
to a um empregado de boa fé ou a agência comercial ou de marketing estabelecida
e de boa fé mantidos por ele.

III. Obrigações do profissional

1. Os engenheiros devem orientar todas as suas relações com os mais altos padrões
de honestidade e integridade.

a. Os engenheiros devem saber reconhecer seus erros e não distorcer ou alterar os


fatos.

b. Os engenheiros devem aconselhar seus clientes ou empregados quando acredita-


rem que um projeto não será bem-sucedido.

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c. Os engenheiros não devem aceitar pagamentos externos em detrimento de seu


trabalho ou interesse regular. Antes de aceitarem qualquer emprego externo de
engenharia, devem notificar seus empregadores.

d. Os engenheiros não devem tentar atrair um engenheiro de outro empregador por


meio de pretensões falsas ou enganosas.

e. Os engenheiros não devem promover seus próprios interesses à custa da dignidade


e integridade de sua profissão.

2. Os engenheiros devem se esforçar o tempo todo para atender aos interesses


públicos.

a. Os engenheiros devem buscar oportunidades para participar de assuntos cívicos;


orientação vocacional aos jovens e trabalhar para o avanço da segurança, da saúde e
do bem-estar de sua comunidade.

b. Os engenheiros não devem completar, assinar ou selar planos e/ou especificações


que não estejam em conformidade com os padrões aplicáveis de engenharia. Se o
cliente ou empregador insistir em tal conduta antiprofissional, ele deve ser notificado
às autoridades competentes e retirado do serviço ou do processo.

c. Os engenheiros devem se esforçar para ampliar o conhecimento público e aprecia-


ção da engenharia e suas conquistas.

3. Os engenheiros devem evitar toda conduta ou prática que engane o público.

a. Os engenheiros devem evitar o uso de declarações que contenham material de má


interpretação dos fatos ou omissão de algum fato.

b. Em conformidade com o exposto anteriormente, os engenheiros devem se preca-


ver no recrutamento de pessoal.

c. Em conformidade com o exposto anteriormente, os engenheiros devem preparar


artigos para impressão técnica ou legal, mas tais artigos não devem implicar crédito
ao autor por trabalho realizado por terceiros.

4. Os engenheiros não devem divulgar, sem consentimento, informações confiden-


ciais a respeito dos negócios ou processos técnicos do cliente ou empregador atual
ou anterior, ou de órgão público para o qual trabalham.

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SUMÁRIO 99
Introdução à Engenharia

a. Os engenheiros não devem, sem consentimento de todas as partes interessadas,


promover ou contratar novo trabalho ou prática em conexão com um projeto especí-
fico para o qual o engenheiro adquiriu conhecimento particular e especializado.

b. Os engenheiros não devem, sem consentimento de todas as partes interessadas,


participar ou representar um interesse adversário em conexão com um projeto espe-
cífico em que o engenheiro obteve conhecimento especializado particular em nome
de um antigo cliente ou empregador.

5. Os engenheiros não devem ser influenciados em seus deveres profissionais median-


te conflitos de interesses

a. Os engenheiros não devem aceitar considerações financeiras ou outras, incluin-


do projetos de engenharia gratuitos, de fornecedores de materiais ou equipamentos
para especificar seu produto.

b. Os engenheiros não devem aceitar comissões ou permissões, direta ou indireta-


mente, de contratantes ou outras partes que lidem com clientes ou empregadores
do engenheiro, em conexão com o trabalho sobre o qual o engenheiro é responsável.

6. Os engenheiros não devem tentar obter emprego ou promoção ou envolvimen-


tos profissionais por meio de críticas infundadas a outros engenheiros, ou por outros
métodos impróprios e questionáveis.

a. Os engenheiros não devem solicitar, propor ou aceitar comissão em possíveis situa-


ções, sob circunstâncias em que seu julgamento possa ser comprometido.

b. Engenheiros em posições assalariadas devem aceitar trabalho de engenharia de


meio período somente consistente com as políticas do empregador e de acordo com
as considerações éticas.

c. Os engenheiros não devem, sem consentimento, usar equipamento, suprimen-


tos, laboratório ou instalações de escritório de um empregador para conduzir prática
privada de terceiros.

7. Os engenheiros não devem procurar prejudicar, adulterar ou falsificar, direta ou indi-


retamente, a reputação profissional, prospectos, prática ou emprego de outros enge-
nheiros. Os engenheiros que acreditem que alguém seja culpado de prática ilegal ou
de falta de ética devem apresentar tais informações à autoridade competente da ação.

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100 SUMÁRIO
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Introdução à Engenharia

a. Os engenheiros em prática privada não devem revisar o trabalho de outro enge-


nheiro para o mesmo cliente, exceto com o conhecimento de tal engenheiro, ou a
menos que a conexão de tal engenheiro com o trabalho tenha sido finalizada.

b. Engenheiros em empregos governamental, industrial ou educacional são incumbi-


dos de rever e avaliar o trabalho de outros engenheiros, quando assim requerido por
suas funções.

c. Engenheiros em empregos de vendas ou industrial são incumbidos de fazer compa-


rações de engenharia de produtos relacionados com produtos de outros fornecedores.

8. Os engenheiros devem aceitar a responsabilidade pessoal de suas atividades profis-


sionais, contanto que esse engenheiro possa reivindicar indenização de serviços que
surjam de sua prática decorrente da negligência de terceiros, sendo que os interesses
do engenheiro não podem ser protegidos de outra maneira.

a. Os engenheiros devem estar em conformidade com as leis de registro estadual na


prática da engenharia.

b. Os engenheiros não devem se associar com parceiros não engenheiros, empresa


ou parceiros como um “laranja” para atitudes não éticas.

9. Os engenheiros devem dar crédito por um trabalho de engenharia para aqueles


cujo crédito é devido, e deve reconhecer os interesses de propriedade de outros.

a. Os engenheiros devem, sempre que possível, nomear a pessoa ou pessoas que


possam ser responsabilizadas individualmente por projetos, invenções, escritos ou
outras realizações.

b. Os engenheiros que utilizam projetos fornecidos pelo cliente reconhecem que os


projetos continuam sendo propriedade do cliente e não podem ser duplicados pelo
engenheiro para terceiros sem permissão expressa.

c. Os engenheiros, antes de empreenderem o trabalho de outros, no qual podem fazer


melhorias, planos, projetos, invenções ou outros registros que venham a justificar direi-
tos autorais ou patentes, devem entrar em acordo positivo a respeito da propriedade.

d. Os projetos dos engenheiros, dados, registros e notas de referência exclusivas do


trabalho do empregador são propriedades do empregador. O empregador deve
indenizar o engenheiro para o uso das informações para quaisquer outros propósitos
além do original.

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SUMÁRIO 101
Introdução à Engenharia

6.1.2 O JURAMENTO DO ENGENHEIRO

O juramento do engenheiro, que foi adotado pela NSPE em 1954, é a declaração


de crença, similar ao juramento de Hipócrates feito por praticantes da medicina. Foi
desenvolvido para afirmar a filosofia de serviços da engenharia de maneira sucinta.
O conteúdo de O juramento do engenheiro é:

• Oferecer o máximo de desempenho;


• Participar unicamente de empresa honesta;
• Viver e trabalhar de acordo com as leis dos homens e com os mais altos padrões
de con-duta profissional; e
• Colocar
• o serviço à frente do lucro,
• a honra e a reputação da profissão à frente da vantagem pessoal; e
• o bem-estar público acima de todas as outras considerações.

Com humildade e de acordo com a orientação divina, faço este juramento. Esse
juramento normalmente é usado em cerimônias de graduação ou apresentações
de certificado de licenciatura. As definições adicionais a seguir devem ser estudadas
cuidadosamente.

Fraude acadêmica – A honestidade é muito importante em todos os aspectos da


vida. A fraude acadêmica refere-se ao comportamento que inclui colar nas provas,
trapacear nos deveres de casa, em relatórios do laboratório; plágio; fingir estar doen-
te para não fazer uma prova; assinar a folha de presença para outro aluno ou pedir
que outro aluno assine por você em sua ausência. As universidades apresentam dife-
rentes critérios para lidar com fraudes acadêmicas, inclusive punir o aluno desones-
to com a repetição do curso, ou pedir-lhe que saia da sala de aula, ou colocá-lo em
período experimental.

Plágio – O plágio refere-se a apresentar o trabalho de outra pessoa como se fosse seu.
Você pode usar ou citar o trabalho de outros, incluindo informações de artigos de
revistas, livros, fontes on-line, TV ou rádio, mas assegurando-se de citar de onde foram
obtidas as informações.

Conflito de interesses – Um conflito entre os interesses pessoais de um indivíduo e as


obrigações desse indivíduo geradas pela posição que ele ocupa.

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Contrato – O contrato é um acordo entre duas ou mais partes, que celebram livre-
mente. Contrato legal é o contrato com vínculo legal, indicando que, caso não seja
cumprido integralmente, poderá haver consequência legal.

Responsabilidade profissional – Trata-se da responsabilidade associada ao predomí-


nio de um tipo especial de conhecimento para o bem-estar e benefício da sociedade.

Leia os casos a seguir:

Compartilhar suíte de hotel: caso no 87-4

Fatos O Engenheiro B é diretor de engenharia em uma grande agência


governamental, que utiliza muitos consultores de engenharia. O Engenhei-
ro A é diretor em uma grande empresa de engenharia que realiza serviços
para essa agência. Ambos são membros de uma sociedade de engenharia
que conduz um seminário de dois dias em uma cidade distante. Ambos
planejam participar do seminário, e concordam em compartilhar os custos
de uma suíte de hotel de duas camas a fim de obter melhor acomodação.

Foi ético aos engenheiros A e B compartilharem a suíte do hotel?

Uso dos mesmos serviços para clientes diferentes: caso no 00-3

Fatos O Engenheiro A, um profissional de engenharia, realiza um estudo de


tráfego para o Cliente X como parte do pedido de autorização do cliente ao
fluxo do tráfego para desenvolvimento de uma loja. O Engenheiro A fornece
um orçamento ao Cliente X para o estudo de tráfego completo. Mais tarde, o
Cliente X descobre que parte do estudo de tráfego fornecido pelo Engenheiro

A para o Cliente X foi anteriormente desenvolvido pelo Engenheiro A para


um desenvolvedor, o Cliente Y, em um local perto dali, e que o Engenheiro A
faturou do Cliente Y pelo estudo de tráfego completo. O segundo estudo em
um novo projeto para o Cliente X utilizou alguns dos mesmos dados utiliza-
dos no relatório preparado para o Cliente Y. A conclusão final do estudo de
engenharia foi essencialmente a mesma nos dois estudos.

Foi ético da parte do Engenheiro A cobrar do Cliente X pelo estudo de tráfe-


go completo?

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SUMÁRIO 103
Introdução à Engenharia

6.2 COMPROMISSO COM A SEGURANÇA

A sociedade exige produtos e serviços seguros, e alguém deve pagar por essa segu-
rança. Esse é um assunto subjetivo, pois o que pode ser seguro para uma pessoa pode
não ser para outra (MARTIN; SCHINZINGER, 2010); existem diferentes percepções do
que é seguro ou podem existir situações diferentes de exposição ao risco. Por exem-
plo, um parafuso em um brinquedo pode não representar um risco para um adulto,
mas pode ser um grande perigo para uma criança.

Para ter uma noção melhor do significado de segurança, deve-se definir algum ponto
de referência objetiva, além do nosso próprio ponto de vista. Ou seja, o conceito de
segurança está intimamente ligado às percepções e valores do grupo.

Uma opção é simplesmente avaliar a segurança como a ausência de qualquer risco.


Lamentavelmente isso não se aplica a nossa vida e muito menos à engenharia.
Assim, assumindo que qualquer atividade ou produto tenha algum tipo de risco,
estes podem ser definidos como seguros quando seus riscos são totalmente conhe-
cidos e considerados aceitáveis por uma quantidade significativa de pessoas à luz da
razão, dos princípios e dos valores morais estabelecidos.

No âmbito da engenharia, o conceito de segurança está associado diretamente aos


produtos, aos serviços, aos processos e à proteção contra desastres.

Riscos

Diz-se que uma coisa não é segura quando ela expõe as pessoas a um risco inaceitá-
vel. Porém, o que significa a palavra “risco”? Um risco é simplesmente a possibilidade
de ocorrer algo indesejado ou perigoso.

No que se refere à engenharia, os riscos e perigos incluem situações que podem


resultar em possíveis danos à saúde das pessoas, perdas econômicas ou degradação
ambiental. Essas situações indesejadas podem ser ocasionadas por falhas nos produ-
tos ou sistemas, soluções economicamente inadequadas, soluções ambientalmente
danosas ou por falhas na operação ou manutenção dos processos.

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As boas práticas da engenharia têm sempre se preocupado com a segurança comple-


ta das suas soluções. Além dos perigos mensuráveis e identificáveis provenientes do
uso de produtos de consumo e dos processos de produção das fábricas, até alguns
efeitos negativos menos óbvios da tecnologia são, nos dias de hoje, de conhecimento
público. Dentre eles, alguns riscos não eram identificáveis por desconhecimento dos
seus efeitos negativos.

Por outro lado, os perigos da natureza ainda continuam ameaçando a vida e o patri-
mônio das pessoas. A tecnologia tem ajudado a reduzir o efeito negativo de alguns
desses perigos, como o das enchentes e tormentas, mas, ao mesmo tempo, tem
aumentado a vulnerabilidade a outros perigos naturais, como os terremotos, pelos
frágeis e antigos sistemas de distribuição de água, energia elétrica, medicamentos e
alimentos. Outras consequências preocupantes relacionadas com a tecnologia são os
serviços de coleta de esgoto, aterros sanitários, recuperação e neutralização de subs-
tâncias tóxicas.

6.2.1 INCERTEZAS NO PROJETO

Os riscos em um determinado produto surgem das muitas incertezas encontradas


pelos engenheiros projetistas, de produção e também pelos engenheiros de vendas.
Iniciando pela concepção do produto, os objetivos principais podem ser maximizar
os lucros na sua utilização ou ter o retorno do investimento mais rápido possível, por
exemplo.

Dependendo do tipo de aplicação, uma peça mecânica pode apresentar boas carac-
terísticas estáticas e falhar quando carregada dinamicamente. Além das incertezas
sobre as aplicações de um produto, existem àquelas referentes aos materiais dos
quais é feito e o nível de tecnologia utilizado na sua produção, no transporte e na
adaptação.

Além disso, o engenheiro deve ainda entender que os dados fornecidos pelo fabri-
cante referentes aos itens utilizados nos seus projetos, como resistores, vidros ópticos,
isolantes elétricos, parafusos, cimento, ligas de aço, etc., foram calculados de forma
estatística. As características dos componentes individuais podem variar muito do
valor médio.

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SUMÁRIO 105
Introdução à Engenharia

Os engenheiros tradicionalmente têm contornado essas incertezas sobre os materiais


ou componentes, assim como o conhecimento limitado das condições de operação
dos seus produtos, introduzindo um confortável “coeficiente de segurança”. Esse fator
tem como objetivo antecipar-se diante de possíveis condições limites de operação de
forma que o produto tenha pequena probabilidade de falha, geralmente causados
por pequenos desvios inesperados nos materiais, na variabilidade da qualidade ou
nas condições de operação.

Um produto pode ser dito seguro se a sua capacidade excede a sua utilidade. Porém,
isso pressupõe o conhecimento exato da capacidade e da utilidade atual. Por exem-
plo, o projeto de um elevador de passageiros é composto de muitos componentes
e conta com inúmeras formas possíveis de carregamento e utilização durante a sua
operação, que nem sempre podem ser totalmente previstas. O engenheiro dimensio-
na os componentes de acordo com uma especificação mecânica de cargas e formas
de operação. Durante a construção, montagem, operação e manutenção do eleva-
dor, as condições reais de utilização podem variar muito em relação às previstas pelo
engenheiro, e isso se deve em parte pelo fato de as peças componentes apresenta-
rem certas tolerâncias nas suas dimensões físicas, assim como nas suas propriedades,
por se tornarem viáveis economicamente ou pela aproximação inexata dos modelos
utilizados. Durante as montagens, pode haver danos nas estruturas internas dessas
peças. Durante a utilização, pode ocorrer o uso fora das especificações de projeto, por
exemplo, nos casos de sobrecarga. Com o tempo, os materiais também envelhecem
e as suas propriedades físicas se alteram.

6.2.2 ÉTICA AMBIENTAL E ASPECTOS SOCIAIS

A expressão ética ambiental pode ter vários significados. Pode-se utilizar essa expres-
são para se referir ao estudo dos problemas morais relacionados com o meio ambien-
te, ou para avaliar os pontos de vistas morais desses problemas.

Quando um engenheiro começa o projeto de um produto, processo ou dispositivo,


as considerações dos aspectos ambientais e sociais desse trabalho devem ser avalia-
das. Tais considerações não são novas no processo do projeto da engenharia, entre-
tanto, no mundo atual elas têm ganhado uma grande ênfase nas avaliações de quais
produtos, processos ou dispositivos deverão ser aceitos no mercado. Historicamente,

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o principal determinante da viabilidade de um produto ou processo de engenharia


tem sido o seu custo com relação a outros que podem ser utilizados com o mesmo
propósito. Se o novo produto ou processo fosse mais econômico, então ele era esco-
lhido pelos clientes como uma escolha lógica. Se ele for, portanto, mais caro que
outros produtos ou processos disponíveis, não irá sobreviver por muito tempo. Esse
processo de seleção natural do mercado é perceptível tanto para bicicletas quanto
para automóveis.

De certa forma, a escolha de um produto A com relação a um produto B, ou um


processo C por um processo D, baseados em fatores econômicos, é uma escolha justi-
ficadamente vantajosa por parte do cliente. O mesmo raciocínio não se aplica neces-
sariamente quando se levam em conta as preocupações ambientais ou sociais. O
que torna a influência dos aspectos sociais e ambientais nos projetos de engenharia
muito mais difícil é o paradoxo entre as medidas absolutas e os valores relativos. Se
um engenheiro trabalha no projeto de um novo avião comercial para viajar a uma
velocidade supersônica, o público poderá fazer algumas perguntas, como:

Qual é a poluição sonora que o avião vai gerar?

Qual é a taxa de destruição da camada de ozônio dos motores?

Ambas as questões podem ser válidas e respondidas em termos de quantidades


absolutas em decibéis de potência sonora ou pela quantidade de perda de ozônio
em toneladas por ano, levando em conta velocidade e altitude. Entretanto, o parado-
xo é que o engenheiro não pode julgar apenas os valores absolutos dos efeitos cola-
terais e secundários negativos que o seu produto ou processo impactará no ambiente
ou na sociedade.

Assim, essas quantidades absolutas não serão necessariamente comparadas com


uma base comum entre produtos ou entre tecnologias. Não se pode comparar,
por exemplo, as emissões de dióxido de enxofre e dióxido de carbono que uma
usina termelétrica de carvão produz diariamente com o rejeito radiativo produzi-
do por uma usina termelétrica nuclear. Algumas pessoas podem achar ambas as
soluções inaceitáveis, porém, dificilmente queiram viver sem eletricidade ou com
o seu uso restrito.

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SUMÁRIO 107
Introdução à Engenharia

Não existem muitas formas de resolver esse tipo de problema. Uma das maneiras é
utilizar uma pesquisa de mercado para avaliar o valor econômico dado pela maioria
para os impactos sociais ou ambientais e então incluí-la nos custos do produto ou
processo. Em alguns casos, pode ser associado um valor monetário equivalente para
compensar esses impactos.

Outra forma de resolver o problema é utilizar o sistema político e estudar os limites


regulatórios legais já estabelecidos do impacto ambiental ou social, para um deter-
minado produto ou processo. No caso em que a regulação seja inexistente, ou na
falta de normas específicas, elas podem ser estabelecidas e negociadas com a socie-
dade para alcançar um limite mensurável e razoável que permita a exploração do
produto ou processo.

Nenhum dos métodos citados é totalmente satisfatório para todos e geralmente


resulta em uma negociação com as partes entrando em conflito para tentar chegar a
um termo que seja aceitável. Nessas discussões, a falta de racionalidade e a ignorân-
cia da parte conflitante pode ser um impedimento para os projetos do engenheiro.

A engenharia e o desenvolvimento sustentável

Alguns engenheiros acreditam que existe uma forma padronizada de entendimento


na engenharia, que o mundo faz parte de um universo mecânico, onde tudo pode ser
entendido pela análise e que, então, se alguma coisa der errado, pode ser consertada
(KUHN, 2001).

Esse tipo de pensamento se contrapõe à visão de um ambiente orgânico, onde tudo


está interconectado e que assume a ignorância e estupidez humana como uma
das suas bases fundamentais. Esse segundo tipo de pensamento é chamado por
alguns de “filosofia verde” e demanda humildade, respeito e sensibilidade para com
o mundo natural.

Cabe reconhecer que, historicamente, os engenheiros não foram responsáveis como


deveriam com relação ao meio ambiente; a esse respeito, eles simplesmente refle-
tiam as atitudes predominantes da sociedade. Os movimentos sociais que muda-
ram esse comportamento surgiram timidamente no início da revolução industrial
e amadureceram no início da segunda metade do século XX. Essas transformações
culturais e sociais influenciaram os engenheiros, assim como a outros profissionais.

Os engenheiros, assim como outros profissionais, diferem consideravelmente nos


seus pontos de vista individuais, incluindo a sua própria visão holística sobre o meio
ambiente. O que é importante é que todos os engenheiros devem refletir seriamente

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sobre os valores ambientais (MARTIN; SCHINZINGER, 2010) e como eles podem ser
melhor integrados na solução dos problemas de engenharia. Assim, os engenheiros
devem ser hábeis em saber trabalhar em contextos organizacionais onde os métodos
ecoamigáveis são valorizados e apoiados com ferramentas, informações e incentivos
necessários para o sucesso. Além disso, eles devem trabalhar em um mercado onde
haja um encorajamento para a produção de produtos e processos sustentáveis, bem
como em um contexto político que objetive a proteção ambiental.

Em muitos aspectos, os engenheiros ocupam cargos de autoridade que permitem


que possam fazer as suas contribuições para o desenvolvimento sustentável e o cuida-
do com o meio ambiente. Eles podem influenciar as empresas na direção da preo-
cupação pela manutenção das condições naturais de forma a estimular a procura
por soluções inteligentes e economicamente viáveis. Em muitos casos, eles ajudam a
assegurar que as empresas estejam atendendo às leis ambientais aplicáveis.

Em todas as suas atividades, os engenheiros podem ser beneficiados pelo apoio de


um código de ética que estabeleça as responsabilidades compartilhadas da profissão
para com a exploração sustentável do meio ambiente.

O termo desenvolvimento sustentável foi introduzido na década de 1970 e foi utiliza-


do para mostrar que os padrões da atividade e do crescimento econômico daquele
tempo não se sustentariam com o crescimento da população, provocando a degra-
dação do meio ambiente e, consequentemente, da economia global.

O termo também é utilizado na discussão de novos padrões econômicos e produtos


sustentáveis, isto é, compatíveis com o desenvolvimento tecnológico e a proteção do
meio ambiente, sugerindo o compromisso da economia tradicional, que antes negli-
genciava o meio ambiente e criticava quem tentasse avisar sobre a crise ambiental.

6.2.3 AS DECISÕES TÉCNICAS E O BEM-ESTAR


HUMANO

Os sistemas não devem crescer pela simples interconexão entre os sistemas existen-
tes; o aumento do tamanho e da complexidade requer um controle mais sensível e
providências mais elaboradas. Ao alcançar as decisões de projeto num sistema que
se estende em cada extremidade da nossa sociedade tecnológica, o engenheiro deve

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SUMÁRIO 109
Introdução à Engenharia

levar em consideração a confiabilidade e a estética, assim como o custo e a seguran-


ça. Na definição da engenharia estudada nos capítulos iniciais, foi enfatizado o uso
otimizado dos recursos naturais para o bem da humanidade.

O processo da otimização implica a seleção cuidadosa das alternativas, e a engenha-


ria é, essencialmente, uma série de decisões. As decisões técnicas que envolvem fato-
res quantitativos são relativamente simples, e com elas podem-se efetuar compara-
ções numéricas de forma direta. Onde os seres humanos estão envolvidos, como em
todos os problemas importantes de engenharia, os fatores qualitativos podem ser
significativos, e as decisões do engenheiro tornam-se mais difíceis.

CONCLUSÃO
Nesta unidade discutimos como a ética emerge na conduta do profissional de enge-
nharia e quais os principais direcionamentos a serem seguidos de modo a garantir
uma atuação profissional que não fira os princípios éticos e morais da sociedade em
que vivemos.

Para isso, você conheceu não apenas o juramento do engenheiro, mas teve exemplos
de condutas questionáveis no meio profissional da engenharia, assim como um códi-
go de ética profissional para servir de referência para produções futuras. Agora você
poderá agir com mais segurança enquanto engenheiro e também cidadão, ao passo
que pode elaborar suas próprias diretrizes para uma conduta ética nas empresas em
que venha a atuar.

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Rio de Janeiro: [201-?]. Disponível em: <http://portalabepro.educacao.ws/a-profissao/#-
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COCIAN, Luis Fernando Espinosa. Introdução à engenharia. Porto Alegre: Grupo A, 2017.

CONFEA. Resolução n° 1.073, de 19 de abril de 2016. Disponível em: <http://normativos.


confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=59111>. Acesso em: 08 jan. 2019.

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www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=906>. Acesso em: 30 jan. 2019.

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Grupo GEN, 2006.

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TELLES, Pedro Carlos Silva. A engenharia e os engenheiros na sociedade brasileira. Rio


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UOL EDTECH. 2019.

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Introdução à Engenharia

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