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INTRODUÇÃO À
ENGENHARIA
MISSÃO
VISÃO
EDITORIAL
Seja bem-vindo!
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 24
CONCLUSÃO 39
CONCLUSÃO 55
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 73
CONCLUSÃO 92
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 110
REFERÊNCIAS 111
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS
GLOSSÁRIO QUESTÕES
MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES CITAÇÕES
EXEMPLOS DOWNLOADS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro(a) Aluno(a), você está iniciando a disciplina Introdução à Engenharia. Esta disci-
plina abordará aspectos iniciais e fundamentais sobre a profissão e atuação na área
de engenharia. Inicialmente, serão abordadas questões, como a definição de enge-
nheiro e da engenharia, seu histórico, grandes contribuições da área e o perfil do
profissional.
Bons estudos!
Objetivos da disciplina
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de:
UNIDADE 1
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
1 A ENGENHARIA E O
ENGENHEIRO
Nesta unidade, você conhecerá os principais conceitos relativos à engenharia e ao seu
profissional, o engenheiro. Será também apresentado um breve histórico da atuação
e das contribuições da engenharia ao longo do tempo. Além disso, você conhecerá
um pouco mais sobre as definições dadas ao engenheiro, a partir da descrição das
suas principais aptidões e características.
Por fim, você encontrará uma lista das principais funções desenvolvidas pelos enge-
nheiros dentro do seu contexto de atuação. Com isso, você já poderá vislumbrar algu-
mas áreas de atuação do engenheiro e quais as características necessárias para ser
um profissional de sucesso.
1.1 INTRODUÇÃO
Uma boa parcela da população brasileira e mundial não possui uma ideia muito clara
do que é e do que faz um engenheiro. Apesar das obras de engenharia (sejam de
grande porte, sejam de menor impacto) estarem às vistas, cerca de 60% da popula-
ção adulta diz não ter um conhecimento claro sobre as atividades de um engenheiro.
Assim, a engenharia é, por muitas vezes, vista como uma profissão discreta e imper-
ceptível na sociedade. Alguns autores, como Telles (2015), atribuem esse desconhe-
cimento no âmbito nacional a fatores de ordem cultural e social. Contudo, essa reali-
dade passou a mudar a partir do século XIX.
Este capítulo introdutório traz discussões que podem sanar alguns dos questiona-
mentos mais tradicionais acerca da atuação no campo da engenharia. Questiona-
mentos estes, que, na visão de Cocian (2017), envolvem, entre outras perguntas, saber
o que faz um engenheiro, para que se estuda engenharia, quem são esses profissio-
nais, como e onde atuam.
Além da definição do que vem a ser um engenheiro, pode-se traçar uma breve dife-
renciação entre estes e os cientistas:
Ao final do século XIX, uma grande inovação da engenharia foi apresentada ao mundo.
Trata-se da máquina a vapor, que permitiu ao homem desbravar grandes distâncias
em menores espaços de tempo, fazendo, assim, com que outras inovações fossem
apresentadas (como os ciclos de refrigeração e o automóvel) e com que o comércio e
a industrialização se expandissem de maneira nunca vista anteriormente.
Este tópico se propõe a apresentar algumas destas características e sua relação com
as funções que o engenheiro desenvolve na sua vida profissional, funções estas que
serão apresentadas a seguir.
Você deve estar se perguntando o que é preciso para que possa exercer tais ativida-
des. Além das competências básicas em ciências naturais (como matemática, física e
química), o engenheiro precisa apresentar características analíticas, de comunicação,
de liderança, de criatividade e de resolução de problemas (HOTZAPPLE; REECE, 2013).
• discernimento;
• feeling;
• experiência;
• conhecimento;
• determinação;
• bom senso;
• empreendedorismo;
• curiosidade;
• ousadia.
promoção negada, caso não aprimore sua formação de engenharia. [...] Bons
engenheiros contam com boas habilidades de comunicação oral e escrita que
os capacitam a trabalhar com seus colegas e transmitir seus conhecimentos
para uma ampla gama de clientes. [...] Bons engenheiros apresentam boas
‘habilidades interpessoais’ que os permitem interagir de maneira eficiente
com várias pessoas nas organizações. Por exemplo, comunicam-se bem com
especialistas de vendas e marketing e com os próprios colegas. [...] Os enge-
nheiros devem escrever relatórios. Esses relatórios podem ser extensos, deta-
lhados e técnicos, com gráficos, diagramas e plantas, ou podem ser breves
memorandos ou resumos executivos. [...] Os engenheiros são hábeis no uso de
computadores de várias maneiras diferentes para modelar e analisar diversos
tipos de problemas prático” (MOAVENI, 2016, p. 12-13).
CONCLUSÃO
Nesta unidade, você foi apresentado aos conceitos iniciais da engenharia e do enge-
nheiro. Você pôde observar como a atuação do engenheiro foi preponderante na
evolução da humanidade. Suas grandes contribuições, em termos de obras e equipa-
mentos, foram responsáveis não só pela segurança e sobrevivência do homem, como
também deram a ele a possibilidade de desenvolver novas formas de se produzirem
bens e comercializá-los.
Espera-se que, com essas reflexões, você tenha se animado para conhecer um pouco
mais sobre o mundo da engenharia e da profissão do engenheiro. Lembre-se de que a
engenharia está além das atividades de projeto e acompanhamento de obras. Atual-
mente, os engenheiros são requeridos para as mais diversas funções e nos mais dife-
rentes tipos de empresas. Você pode encontrar engenheiros atuando como gestores
em grandes hospitais, diretores em fábricas de alimentos e até mesmo como consul-
tores de investimentos na bolsa de valores.
Essas são apenas algumas das possíveis ocupações que esperam por você em um
futuro próximo na engenharia. Bons estudos e até a próxima!
UNIDADE 2
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
2 O CAMPO DE ATUAÇÃO DO
ENGENHEIRO
Olá. Dando continuidade à disciplina de Introdução à Engenharia, você será apresen-
tado ao campo de atuação do engenheiro. Na verdade, esta unidade serve de apro-
fundamento sobre as diversas funções que podem ser exercidas por esse profissional.
Você vai poder observar que essas funções são, inclusive, previstas pelo principal órgão
normativo da classe, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA).
Você vai perceber, também, a ênfase dada aos campos de atuação e áreas de conhe-
cimento do engenheiro de produção, previstas e apresentadas por sua entidade de
classe, a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO).
Apesar da sua grande importância para a sociedade, a engenharia ainda parece ser
uma profissão distante e desconhecida para boa parte da população. Ainda é comum
pensar no engenheiro como uma pessoa introvertida, que gosta de trabalhar com
cálculos e sem a presença de outras pessoas. Mas a engenharia e suas várias facetas
estão aí para provar o contrário. Esta unidade tem como objetivo mostrar caracterís-
ticas da atuação do engenheiro, que vão desde a legislação, que prevê e define os
termos da sua atuação, até os diversos campos de atuação dos engenheiros.
A mesma Resolução define, em seu artigo 5º, no §1º, dezoito possíveis atividades
profissionais atribuídas ao exercício de engenharia, que podem ser realizadas de
forma integral ou parcial, e de forma complementar. Você perceberá, ao longo desta
unidade, que essas atividades representam as linhas gerais para a identificação das
principais funções realizadas pelos engenheiros no mercado profissional, bem como
as áreas de conhecimento estabelecidas pelas associações específicas das diversas
habilitações da engenharia (nos fixaremos em uma, em particular) e, eventualmente,
na estruturação dos currículos dos cursos superiores responsáveis pela formação dos
engenheiros.
Para Cocian (2017), a atuação no campo da engenharia é formada por uma série de
funções que se diferenciam das áreas de interesse dos engenheiros, uma vez que
estão relacionadas às suas aptidões e ao seu treinamento. Ainda segundo o autor,
certas pessoas podem, por exemplo, se sair bem em atividades de pesquisa, mas
nem tanto na atividade de vendedor.
Uma vez que enfrentam problemas tanto de natureza técnica quanto humana, é
preciso que os engenheiros de produção possuam uma formação abrangente,
incluindo, então, forte base teórica nas ciências exatas, mas também em aspectos
aplicados como engenharia econômica e controle de qualidade. Em complemento à
sua formação, sugere-se treinamento prático que pode ser obtido em visitas técnicas
a instalações fabris ou em estágios.
Gestão: para Cocian (2017), o engenheiro que atua na função de gestão determina os
principais propósitos de um empreendimento, para antecipar as tendências e áreas
de crescimento, selecionando os projetos mais promissores e formulando as diretivas
a serem seguidas. Assim sendo, o engenheiro gestor estabelece a estrutura organi-
zacional e a hierarquia da empresa, selecionando os recursos humanos necessários
para a sua operação. Em termos de mercado, existe uma valorização dos engenheiros
para cargos de gestão, uma vez que possuem uma boa capacidade analítica e visão
sistêmica. Ao tratar das principais características da função de gestão na engenharia,
Cocian comenta que:
Consultoria: é uma atividade ampla que pode ser encontrada nos mais diversos
campos da engenharia. A principal diferença desta função em relação às demais
apresentadas está no fato de que, na consultoria, os problemas técnicos podem ser
rotineiros, e o objetivo, muitas vezes, está associado a conseguir desempenho e segu-
rança com um mínimo de custo para o cliente. Cocian ressalta, ainda, a necessidade
de os engenheiros consultores conhecerem bem seu público e venderem suas ideias:
“na maioria dos casos, seu senso comercial é tão importante quanto as suas habilida-
des técnicas na determinação do sucesso profissional” (COCIAN, 2017).
1.3.Gestão da Manutenção
1.6.Engenharia de Métodos
2. LOGÍSTICA
2.7.Logística de Defesa
3. PESQUISA OPERACIONAL
3.2.Programação Matemática
3.3.Processos Decisórios
3.4.Processos Estocásticos
3.6.Análise de Demanda
3.7.Inteligência Computacional
4. ENGENHARIA DA QUALIDADE
5. ENGENHARIA DO PRODUTO
6. ENGENHARIA ORGANIZACIONAL
6.2.Gestão de Projetos
6.4.Gestão da Informação
6.5.Redes de Empresas
6.6.Gestão da Inovação
6.7.Gestão da Tecnologia
6.8.Gestão do Conhecimento
7. ENGENHARIA ECONÔMICA
7.1.Gestão Econômica
7.2.Gestão de Custos
7.3.Gestão de Investimentos
7.4.Gestão de Riscos
8. ENGENHARIA DO TRABALHO
8.2.Ergonomia
9. ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
9.1.Gestão Ambiental
9.6.Responsabilidade Social
9.7.Desenvolvimento Sustentável
10.4.
Práticas Pedagógicas e Avaliação Processo de Ensino-Aprendizagem
em Engenharia de Produção
CONCLUSÃO
Dando continuidade aos estudos introdutórios sobre a engenharia, esta unidade
adentrou um pouco mais no campo de atuação do engenheiro. Você pôde conhecer
um pouco sobre a legislação vigente, que define vários termos e delimita o campo de
atuação da engenharia e outras funções correlatas.
Você pôde conhecer, também, um pouco mais sobre as diversas funções que podem
ser exercidas pelo engenheiro. Essas funções são bastante amplas e diversificadas,
abrangendo desde a atuação em projetos e grandes construções até a prestação
de serviços de consultoria e pós-venda. A ideia principal com a apresentação dessas
funções foi mostrar a você que o campo profissional do engenheiro não está restrito
a um escritório ou a uma fábrica. Você pode se deparar com atividades extremamen-
te diferentes (como a análise de risco em projetos de investimento ou do impacto
ambiental da construção de um novo shopping) daquela visão tradicional de um
engenheiro fazendo cálculos sozinho em uma sala.
UNIDADE 3
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
3 ESTRUTURA CURRICULAR
DO CURSO
Olá. Nesta unidade será discutida a estrutura curricular dos cursos de engenharia no
país. Para isso, serão apresentadas, inicialmente, algumas das principais habilidades
requeridas na formação do engenheiro e, a partir daí, como essas habilidades dão
base às principais áreas de conhecimento que formam a estrutura curricular de um
curso de engenharia.
É preciso que você, aluno de um curso de engenharia tão plural, compreenda que
esta formação está baseada em bem mais do que em uma série de disciplinas de
cálculo ou física. Elas serão, sim, a base para muitas das suas habilidades futuras, mas,
combinadas às disciplinas da esfera de projeto de engenharia e humanidades, farão
de você um profissional mais completo.
Para que você entenda bem a estrutura do seu curso, inicialmente é preciso entender
que ele, antes de tudo, é um curso de engenharia e, como tal, pressupõe uma forma-
ção que apresente uma série de habilidades requeridas. Iniciaremos nossa unidade
tratando de tais habilidades, posteriormente será discutido como essas habilidades
Perceba o peso dado ao conhecimento pelo autor e entenda que esta não é uma
exclusividade sua. Outros autores, assim como o senso comum que se tem da enge-
nharia, associam com bastante ênfase o conhecimento possuído pelo engenheiro à
sua base de recursos para a resolução de problemas.
Para Hotzapple e Reece (2006, p. 14), o conhecimento se expande a uma taxa expo-
nencial. E mesmo sendo impossível dominar a engenharia completamente em
um curso de graduação de cinco anos, a formação em engenharia dá subsídios em
termos de competências e habilidades individuais que se demonstram diferenciais
no mercado de trabalho. Ainda segundo os autores, “embora você continue a apren-
der em seu trabalho, sua experiência tende a se estreitar, ficando focada nas necessi-
dades da companhia” (HOTZAPPLE; REECE, p. 14).
Apesar da flexibilidade dos cursos para definirem as disciplinas que comporão sua
estrutura curricular em termos de descritivos, carga horária, ementa e conteúdo
programático, algumas das principais habilidades requeridas no processo de forma-
ção dos graduandos em engenharia são (HOTZAPPLE; REECE, p. 16):
Cocian (2017) ainda destaca que, depois de formado, é importante que o enge-
nheiro dedique de 10% a 20% do seu esforço para aprender novas tecnologias.
Para tanto, pode realizar estudos individualmente, participar de encontros nas
associações de engenharia ou realizar cursos de curta duração.
Ainda segundo Cocian (2017, p. 42), os conhecimentos básicos que compõem cerca
de 30% de um currículo de curso de engenharia devem abordar as seguintes áreas:
Brasil. Os cursos de graduação no país baseiam-se nessas áreas para a elaboração das
suas disciplinas, mantendo um grau de flexibilidade em termos de suas composi-
ções, cargas horárias e referências bibliográficas.
No site da ABEPRO você pode conhecer um pouco mais das áreas de atuação
que formam a estrutura curricular de um curso de Engenharia de Produção,
realizar seu cadastro para receber notícias sobre os principais eventos acadêmi-
cos da área, vagas para seleções de mestrado e doutorado, e ter acesso a muitas
outras informações. As principais áreas e suas respectivas descrições são apre-
sentadas a seguir:
Conforme poderá ser observado nos exemplos ilustrados a seguir, os períodos iniciais
do curso, assim como em outros cursos de engenharia, estão voltados às disciplinas
do chamado “ciclo básico”. Fazem parte desse grupo as disciplinas de formação bási-
ca no campo das ciências exatas, como cálculo diferencial e integral, álgebra linear,
física teórica e experimental, química teórica e experimental.
Neste estágio inicial do curso, também são introduzidas algumas disciplinas referentes
à formação da engenharia, como mecânica vetorial (também conhecida como mecâ-
nica geral), programação de computadores e desenho técnico ou expressão gráfica.
Complementarmente, são adicionadas algumas disciplinas de formação geral do
aluno, como línguas estrangeiras (normalmente inglês), comunicação e expressão e
metodologia de pesquisa. Por fim, é muito comum observar em diversos cursos do país
a realização de uma disciplina introdutória sobre o campo da engenharia de produção.
Perceba, por exemplo, que disciplinas similares aos dois cursos são oferecidas
em momentos distintos em cada uma das situações. Por exemplo, a área de
Custos na Multivix é ofertada por meio de duas disciplinas (Gestão de Custos I e
II, respectivamente no sexto e sétimo período), já na segunda instituição o aluno
só cursará uma única disciplina (Custos da Produção Industrial) no quinto perío-
do. Outro aspecto interessante está na composição do percurso até a realização
de uma disciplina. Se tomarmos como exemplo a disciplina de Planejamento e
Controle da Produção (PCP) nas duas instituições, veremos diferentes pré-requi-
sitos e disciplinas cursadas previamente.
CONCLUSÃO
Ao final desta unidade você pôde conhecer melhor os elementos que compõem a
estrutura curricular de um curso de engenharia. Após a apresentação das principais
habilidades requeridas aos engenheiros pelo mercado, discutiu-se como elas dão
margem às áreas ou eixos de conhecimento da formação de um engenheiro.
UNIDADE 4
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> Descrever as
principais funções das
associações de classe
em engenharia.
4 CONSELHO REGIONAL -
CREA
Após as discussões relativas à profissão de engenheiro, às suas aptidões e à estrutura
curricular do curso, esta unidade volta-se à apresentação e ao debate da sua principal
entidade de classe: o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA.
Ao longo desta unidade, você será apresentado e aos poucos vai se familiarizar um
pouco melhor com o trabalho do conselho e como você, enquanto profissional, pode
vir a se relacionar e interagir com alguma de suas instâncias. Você também será apre-
sentado a algumas das principais atividades realizadas pelo conselho, bem como os
requisitos e benefícios em se tornar um engenheiro credenciado.
Apesar do termo CREA já ser um pouco mais próximo da realidade da maior parte
dos engenheiros e estudantes de engenharia, é preciso ressaltar que a sigla refere-se
a uma subdivisão de um sistema ainda mais complexo. Para explicar melhor, vamos
detalhar as siglas envolvidas.
cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=906)
É a partir desta estrutura que derivam as atuações dos CREAs. Com base nas diretrizes
do CONFEA, os Conselhos Regionais em cada estado do país idealizam suas ações e
desdobram estas atividades em nível estadual. Analogicamente, a interlocução entre
os CREAs e o CONFEA acontece na medida em que delegados ou representantes de
cada unidade estadual são designados para as eventuais reuniões e assembleias para
defenderem os interesses das regionais e/ ou apresentarem propostas de trabalho.
Esta estrutura de atuação regional dos órgãos de engenharia é similar àquela encon-
trada nos Estados Unidos. De acordo com Hotzapple e Reece (2006, p. 17), “cada esta-
do da federação tem poderes para licenciar e registrar engenheiros profissionais. O
objetivo é proteger a sociedade, assegurando um padrão mínimo de qualidade por
meio de exames, experiências e cartas de recomendação”.
Hotzapple e Reece (2006, p.19 ) apresentam ainda uma lista contendo diversas
sociedades profissionais em engenharia e seus respectivos endereços eletrôni-
cos. Você pode conhecer um pouco mais sobre estas associações acessando os
sites apresentados na Tabela 1.2 do livro que está disponível no Minha Biblioteca.
Além disso, segundo o autor, as associações são locais adequados para se conhecer
um pouco mais sobre as áreas de especialização da engenharia. Muitas destas asso-
ciações partilham interesses comuns e fornecem um gama de serviços diferencia-
dos para engenheiros de diferentes habilitações. Na prática, as associações oferecem
como benefícios (MOAVENI, 2016, p. 39):
Já para o consumidor, a ART atua como um elemento de defesa dos seus direitos,
uma vez que “formaliza o compromisso do profissional com a qualidade dos servi-
ços prestados” (CONFEA, 2019). Para aquelas situações que fogem ao acordado em
contrato, a ART possibilita a identificação individual dos responsáveis e suas respecti-
vas responsabilidades junto ao Poder Público. Para o cenário de trabalhos multidisci-
plinares ou em equipe, cada profissional deve registrar individualmente a ART, como
responsável, coautor ou corresponsável, em sua área de atuação (CONFEA, 2019).
Apesar da clara definição do papel da ART para cada uma das partes envolvidas,
profissional de engenharia e contratante, operacionalmente a adoção do registro
enfrenta alguns percalços. É possível observar um lapso de tempo entre a edição e a
revisão dos normativos relativos à ART e ao acervo técnico. Com isso, verificou-se uma
falta de uniformidade de ação pelos CREAS . Neste sentido, empresas ou profissionais
que atuavam em diferentes regiões enfrentavam a situação de adoção de “diferentes
critérios, exigências e documentos requeridos, bem como o atendimento da legisla-
ção federal por meio de entendimentos diversificados e muitas vezes antagônicos”
(CONFEA, 2019).
Assim, a partir de uma série de parcerias, o sistema CONFEA/ CREA passou a propor
procedimentos operacionais normatizados com o objetivo de uniformizar os proces-
sos de emissão das ART sem desconsiderar as peculiaridades dos estados e dos seus
respectivos CREAS.
Uma vez que tenha concluído sua graduação, o profissional de engenharia pode soli-
citar o seu registro profissional e sua carteira de identificação junto a um CREA. Este
vínculo também está disponível para profissionais que tenham realizado sua forma-
ção no exterior.
Para solicitar sua carteira profissional, é preciso que engenheiro compareça ao CREA
do estado em que pretende atuar, preencha o formulário específico e apresente
originais e cópias dos seguintes documentos:
• Histórico escolar com indicação das cargas horárias das disciplinas cursadas.
• Comprovante de residência.
Neste sentido, o sistema CONFEA/ CREA realiza, a partir do seu Sistema de Consulta
Pública, um processo de coleta de manifestações de profissionais, estudantes e da
sociedade em geral sobre projetos de lei e de normativos do próprio sistema que
possam afetar a vida do profissional e a segurança pública.
• Projeto de Lei do Senado – PLS 0011/2014 - Lei das Licitações - Alterar a Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos),
para dispor sobre os custos unitários das obras e serviços de engenharia contra-
tados por órgãos e entidades da Administração Pública Federal ou com recur-
sos dos Orçamentos da União. Alterar o mesmo diploma legislativo para esta-
belecer que, para os fins da lei, o Projeto Básico deverá conter a anotação de
responsabilidade técnica pelo orçamento detalhado, o qual deverá ser compa-
tível com os custos do sistema de referência, na forma da lei. Até 05/01/2019
CONCLUSÃO
Nesta unidade você tomou conhecimento da principal associação de classe de enge-
nharia no país, o sistema formado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agrono-
mia (CONFEA) e suas sucursais, os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia
(CREA). Mais especificamente, você foi apresentado ao histórico das recentes mudan-
ças ocorridas no conselho (com a saída das áreas de Arquitetura e Urbanismo da
autarquia), suas principais funções e vantagens para os seus associados.
Você também pode observar como a atuação do CONFEA/ CREA é ampla e complexa.
Figurando não só como um legislador das atividades dos profissionais de engenharia,
mas também como uma entidade que garante legitimidade aos serviços prestados
pelos seus profissionais devidamente credenciados (através da carteira profissional e
da ART).
Agora você pode inclusive, pesquisar como a classe dos engenheiros (devidamente
representada pelos CREAs em todo o país) se posiciona e dialoga com a socieda-
de frente a questões diversas. Você, enquanto estudante e futuro profissional, pode
iniciar diálogos com estas entidades e outros profissionais e levar à discussão aspec-
tos técnicos e contributivos para a sociedade, sob o prisma do posicionamento da sua
entidade de classe. Você pode discordar ou concordar integralmente com a posição
do órgão, mas o mais importante, é que você desenvolva um senso crítico apoiado
nos seus conhecimentos técnicos e efetivamente, possa contribuir para um melhor
cenário nacional. Bons estudos e até a próxima!
UNIDADE 5
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
> demonstrar a
relevância do projeto
de engenharia na
tomada de decisão
empresarial;
5 CONCEITO DE PROJETO E
TOMADA DE DECISÃO
Os projetos no contexto da engenharia podem ser encarados de maneira muito mais
complexa do que a tradicional visão de uma planta baixa em cima de uma mesa.
Os projetos devem ser encarados como uma abordagem multifuncional orientada à
resolução de um problema. Em função desta perspectiva, o processo de projeto em
engenharia está fortemente associado ao processo de tomada de decisão. É sob este
prisma que esta unidade é estabelecida. É preciso entender as principais etapas do
projeto e como estas se relacionam com outras características dos processos empre-
sariais, como por exemplo, aspectos econômicos e técnicos.
Vamos agora olhar mais de perto o que constitui o processo do projeto. Os enge-
nheiros seguem certas etapas quando projetam produtos e serviços. Essas etapas
incluem o reconhecimento da necessidade de um produto ou serviço, realização de
pesquisa preliminar, gerar ideias para a solução, escolher a melhor ideia, avaliação
detalhada e teste dela, otimização, se necessário, e apresentação do projeto final.
Tenha em mente que essas etapas, que discutiremos em breve, não são indepen-
dentes umas das outras e não necessariamente se seguem na ordem em que são
apresentadas aqui. Na verdade, os engenheiros muitas vezes precisam voltar para as
etapas 1 e 2, quando os clientes decidem mudar os parâmetros do projeto. Muitas
vezes, os engenheiros também são obrigados a fornecer, regularmente, relatórios
orais e escritos. Portanto, esteja ciente de que, embora listemos a apresentação do
processo do projeto como Etapa 8, ela poderia muito bem ser parte integrante de
muitas outras etapas do projeto. Vamos agora dar uma olhada mais de perto em
cada etapa, começando com a necessidade de um produto ou serviço.
Tudo o que você tem a fazer é olhar em volta para perceber o grande número de produ-
tos e serviços – projetados por engenheiros – que você usa todos os dias. Na maioria
das vezes, damos como garantida a disponibilidade desses produtos e serviços, até
que, por alguma razão, haja uma interrupção no fornecimento desses produtos e
serviços. Alguns dos produtos existentes estão constantemente sendo modificados
para que se beneficiem de novas tecnologias. Por exemplo, carros e eletrodomés-
ticos estão constantemente sendo reprojetados para incorporar novas tecnologias.
Além dos produtos e serviços já em uso, novos produtos são desenvolvidos todos os
dias com a finalidade de tornar nossa vida mais confortável, mais agradável e menos
trabalhosa. Costuma-se dizer que sempre que alguém se queixa de uma situação,
de uma tarefa, ou reclama de um produto, bem aí existe uma oportunidade para o
Uma das primeiras coisas que você precisa fazer como engenheiro de projeto é
compreender totalmente o problema. Esta é a etapa mais importante em qualquer
processo do projeto. Se não tiver uma boa compreensão de qual é o problema ou
do que o cliente quer, não chegará a uma solução relevante para a necessidade do
cliente. A melhor maneira de entender completamente um problema é fazer muitas
perguntas. Você pode fazer perguntas ao cliente, tais como: Quanto você está dispos-
to a gastar com este projeto? Existem restrições quanto ao tamanho ou aos tipos de
materiais que podem ser usados?
Uma vez que você entendeu completamente o problema, a próxima etapa é recolher
informações úteis. De modo geral, um bom começo é fazer pesquisas para determi-
nar se já existe o produto que atenda a necessidade de seu cliente. Talvez um produto
ou os componentes de um produto já tenham sido desenvolvidos por sua empresa,
os quais você pode modificar para atender a necessidade. Você não quer “reinventar
a roda”. Como mencionado anteriormente, dependendo do escopo, alguns proje-
tos requerem colaboração com outras empresas, assim você precisa descobrir o que
está disponível também através dessas outras empresas. Tente recolher toda a infor-
mação que puder. É nesse ponto que você gasta muito tempo não só com o clien-
te, mas também com outros engenheiros e técnicos. Motores de busca na internet
estão se tornando ferramentas cada vez mais importantes para reunir tais informa-
ções. Depois de ter recolhido toda a informação pertinente, você deve, em seguida,
analisá-la e organizá-la de forma adequada
Etapa 4: Conceituação
Durante esta fase do projeto, você precisa gerar algumas ideias ou conceitos que
possam oferecer soluções razoáveis para o seu problema. Em outras palavras, sem a
realização de qualquer análise detalhada, você precisa gerar algumas possíveis manei-
ras de resolver o problema. Você precisa ser criativo e talvez desenvolver várias solu-
ções alternativas. Nesta fase do projeto, não é necessário descartar qualquer conceito
de trabalho razoável. Se o problema consiste em um sistema complexo, você precisa
identificar os componentes do sistema. Você ainda não precisa olhar para os detalhes
de cada solução possível, mas precisa realizar análise suficiente para ver se os concei-
tos que está propondo têm méritos. Simplificando, você precisa perguntar a si mesmo:
Os conceitos serão suscetíveis de funcionar se forem levados adiante? Durante todo o
processo do projeto, você também deve aprender a programar seu tempo. Bons enge-
nheiros têm habilidades de gerenciamento de tempo que lhes permite trabalhar de
forma produtiva e eficiente. Você deve aprender a criar um diagrama de marcos, deta-
lhando o seu planejamento de tempo para a conclusão do projeto e mostrar os prazos
e as tarefas correspondentes que devem ser executadas nesses prazos.
Você começa atribuindo um nível de importância (I) para cada critério do projeto. Por
exemplo, pode usar uma escala de 1 a 5, com I = 1 indicando pouca importância e I=5
significando extremamente importante. Em seguida, avaliará (A) de que modo cada
conceito viável atende a cada critério de projeto. Você pode usar a escala A = 3, A = 2
e A = 1 para bom, regular e ruim, respectivamente.
Observe que os critérios de projeto que listamos na Tabela são exemplos e não crité-
rios absolutos de projeto. Os critérios de projeto variam de acordo com o projeto.
Para o seu projeto de classe, você deve listar aqueles que sente serem importantes.
Além disso, note que é costume dividi-los em positivos e negativos. Depois de atribuir
os valores I e A para suas opções de projeto, você adiciona as pontuações A × I para
cada projeto e seleciona o projeto com a mais alta classificação geral. Um exemplo
demonstrando como avaliar alternativas é mostrado no Quadro.
PROJETO I PROJETO II
Critérios do Projeto I A AxI A AxI
Positivos
Originalidade 4 2 8 3 12
Viabilidade 4 3 15 2 10
Capacidade de fabricação 5 3 15 2 10
Confiabilidade 5 3 15 3 15
Desempenho 5 3 15 2 10
Durabilidade 4 2 8 2 8
Aparência 4 2 8 3 12
Rentabilidade 5 3 15 2 10
Outros
99 87
Negativos
Custo de produção 5 2 10 3 15
Custo operacional 4 2 8 2 8
Custo de manutenção 3 2 6 3 9
Tempo para executar o projeto 5 3 15 3 15
Impacto ambiental 5 2 10 3 15
Outros
49 62
Pontuação líquida 50 25
Etapa 5: Síntese
detalhes e criativos. Durante esta fase do projeto, você começa a considerar os deta-
lhes. Precisa fazer cálculos, executar modelos de computador, diminuir os tipos de
materiais a serem utilizados, dimensionar os componentes do sistema e responder
perguntas sobre como o produto será fabricado. Você consultará os códigos e normas
pertinentes e se certificará de que seu projeto estará em conformidade com esses
códigos e normas.
Etapa 6: Avaliação
Você pode ter que identificar os parâmetros de projeto críticos e considerar suas
influências em seu projeto final. Nesta fase, precisa ter certeza de que todos os cálcu-
los estão corretos. Se existem algumas incertezas em sua análise, você deve executar a
investigação experimental. Quando possível, modelos de trabalho devem ser criados
e testados. Nesta fase do processo do projeto, a melhor solução deve ser identificada
a partir das alternativas. Os detalhes de como o produto deve ser fabricado devem ser
totalmente desenvolvidos.
Etapa 7: Otimização
SHUTTERSTOCK, 2019.
Etapa 8: Apresentação
Agora que você tem a solução final, precisa comunicá-la ao cliente, que pode ser
seu chefe, outro grupo dentro de sua empresa ou um cliente externo. Você pode
ter que preparar não só uma apresentação oral, mas também um relatório escrito.
Nos últimos anos, você tem ouvido ou lido muito sobre sustentabilidade. O que
significa sustentabilidade e por que é importante para você, como futuro enge-
nheiro, obter uma boa compreensão sobre esse tema? Para começar, é importan-
te saber que não existe uma definição universal para sustentabilidade e engenha-
ria sustentável. Sustentabilidade significa coisas diferentes para diferentes profissões.
No entanto, uma das definições geralmente aceitas é: “projeto e desenvolvimento
que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gera-
ções futuras satisfazerem as próprias necessidades”. Como você já sabe, os engenhei-
ros contribuem para ambos os setores da nossa sociedade, o público e o privado.
No setor privado, eles projetam e produzem os bens e serviços que usamos em nossas
vidas diárias, os mesmos bens e serviços que nos permite desfrutar de um alto padrão
de vida. Também já explicamos o papel do engenheiro no setor público. Os engenhei-
ros fornecem suporte para missões locais, estaduais e federais, atendendo às nossas
Será necessário muito trabalho para que o desenvolvimento mundial se torne susten-
tável – uma revisão completa dos processos, sistemas e infraestrutura mundiais terá
de ser empreendida.
Você pode conhecer mais sobre o LEED visitando o site da U.S. Green Building
Council (USGBC). E à medida que faz cursos adicionais em engenharia e projeto,
você gradualmente estudará mais detalhadamente esses conceitos, métodos
e ferramentas e os aplicará às soluções de problemas de engenharia e projeto.
5. Publicar os resultados.
Embora engenheiros usem conhecimento gerado pelo método científico, eles não
empregam o método rotineiramente; este é o reino dos cientistas. Os objetivos de
cientistas e engenheiros são diferentes. Os cientistas se preocupam em descobrir o
Sua formação em engenharia terá como foco principal a análise. As centenas (ou
milhares) de exercícios e questões de provas que você fará durante seus estudos têm
como objetivo aprimorar suas habilidades analíticas. Os engenheiros utilizam mode-
los na análise de sistemas físicos. Um modelo representa o sistema real de interesse.
Dependendo da qualidade do modelo, este pode ou não ser uma representação
acurada da realidade.
solução possível deve ter, a fim de ser considerada uma solução para o problema. Os
requisitos também incluem os objetivos do projeto e suas restrições. Em adição, os
requisitos descrevem o contexto em que a solução de projeto vai operar, incluindo o
ambiente, os usuários, operadores e outros fatores existentes que irão influenciar nas
escolhas de projeto.
As ferramentas de geração de ideias explicadas nesta seção são usadas para criar
ideias e são às vezes chamadas de métodos de criatividade. Tais como as ferramen-
tas multiúso de projeto, as ferramentas de geração de ideias podem ser usadas em
muitas fases diferentes do processo de projeto. Essas ferramentas podem ser usadas
para gerar ideias para requisitos, porém são usadas mais frequentemente para gerar
ideias para as soluções do projeto. Esses tipos de métodos são usados substancial-
mente no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e podem ser a atividade mais
importante em alguns projetos de desenvolvimento. Em outros projetos, pode haver
uma utilização muito limitada dessas ferramentas. É importante que os engenheiros
As tomadas de decisão são técnicas usadas para tomar decisões bem fundamenta-
das, ou seja, decisões que estão alinhadas com os requisitos e objetivos do projeto.
A natureza estruturada dessas ferramentas pode ajudar as equipes a superar a inde-
cisão e seguir em frente, quando confrontadas com requisitos complexos e contra-
ditórios ou opiniões. As ferramentas podem ser usadas para tomar todos os tipos de
decisões ao longo do processo de projeto. No entanto, elas são mais cruciais quando
a equipe de desenvolvimento deve decidir quais ideias de solução do projeto seguir
e quais descartar.
O ciclo de iteração abrange: gerar → selecionar → refletir. Seguir esse processo irá
ajudar você no desenvolvimento de um melhor resultado do projeto. No projeto, os
engenheiros se esforçam para encontrar a solução ótima que encaixa as funções e as
restrições do projeto, e isso tipicamente requer iteração.
O projeto pós-conceitual aborda atividades comuns que precisam ocorrer para trazer
um projeto à realidade, isto é, para implementar, instalar ou produzir a tecnologia
que resulta do processo de projeto. Os passos necessários dependem significativa-
mente do tipo de tecnologia que está sendo projetada. Levar um produto ao merca-
do é muito diferente de construir uma usina ou distribuir um pacote de software. No
seu curso, você vai aprender mais sobre esse passo do processo, no que se refere à
sua habilitação de engenharia, conforme você se mover ao longo de seu programa
de estudo.
CONCLUSÃO
Nesta unidade você conheceu um pouco mais da abordagem de projetos na enge-
nharia e como esta abordagem se relaciona com o processo de tomada de decisão
empresarial. Você pôde perceber como o projeto é subdividido em diferentes etapas
e como cada uma destas apresenta uma função específica, desde a concepção do
projeto a ser implementado, até a avaliação final do trabalho.
Assim, é preciso que você entenda que os projetos vão demandar diferentes perspec-
tivas, habilidades e competências em diferentes momentos. Logo, enquanto profis-
sional de engenharia, você não deveria excluir outras abordagens para a solução de
problemas. Você pode se deparar com a necessidade de novos olhares para a condu-
ção de um projeto. Mantenha-se conectado, bons estudos e até a próxima.
UNIDADE 6
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:
6 ÉTICA PROFISSIONAL E
SEGURANÇA
Além de um bom conhecimento técnico, habilidades de comunicação e capacidade
analítica, o bom engenheiro precisa ter uma conduta calcada na ética. Não apenas
para si, mas também para influenciar de maneira positiva aqueles que o cercam. Esta
unidade está orientada à discussão do papel da ética na rotina do profissional de
engenharia e como esta se relaciona com outros aspectos, como por exemplo, ques-
tões morais, sociais e ambientais.
Como você pode ver, as pessoas contam muito com os engenheiros para obter produ-
tos e serviços bons e seguros. Não há espaços para erros ou desonestidade na enge-
nharia! Os erros cometidos por engenheiros podem custar não apenas muito dinhei-
ro, mas também vidas. Pense nisso: Um cirurgião incompetente ou sem ética poderia
causar a morte de no máximo uma pessoa a cada vez (se uma mulher grávida morre
na mesa de cirurgia, então seriam duas mortes); ao passo que um engenheiro incom-
petente e não ético poderia causar a morte de centenas de pessoas de uma só vez.
Se, a fim de economizar dinheiro, um engenheiro não ético projeta uma ponte ou
parte de um avião que não atende aos requisitos de segurança, centenas de pessoas
estarão em risco!
Você percebe como em determinados trabalhos não há margem para erros huma-
nos. Por exemplo, se um garçom trouxer uma Coca-cola em vez de Pepsi, como soli-
citada, ou em vez de trazer batatas fritas, traz anéis de cebola, você pode muito bem
viver com esse erro. Esses são enganos que geralmente podem ser corrigidos sem
nenhum dano a ninguém. Mas se um engenheiro incompetente ou não ético projeta
incorretamente uma ponte, ou um prédio, ou um avião, ele pode ser responsável pela
morte de centenas de pessoas. Portanto, você deve perceber por que é tão importan-
te que os engenheiros praticantes futuros sigam os mais altos padrões de honestida-
de e integridade.
Preâmbulo: Engenharia é uma importante profissão que deve ser aprendida. Como
membros desta profissão, espera-se que os engenheiros apresentem os mais altos
padrões de honestidade e integridade. A engenharia exerce impacto direto e vital na
qualidade de vida das pessoas. Dessa forma, os serviços fornecidos pelos engenheiros
exigem honestidade, imparcialidade, equilíbrio e equidade, e devem ser dedicados
à proteção da saúde pública, da segurança e do bem-estar. Os engenheiros devem
trabalhar de acordo com um padrão de comportamento profissional que requer
adesão aos mais altos princípios de conduta ética.
c. Os engenheiros não devem revelar fatos, dados ou informações sem prévio consen-
timento do cliente ou empregador, exceto quando autorizado ou exigido por lei ou
por meio deste Código.
b. Os engenheiros não devem oferecer, conceder, solicitar nem receber, direta ou indi-
retamente, nenhuma contribuição para influenciar um contrato por parte de auto-
ridade pública, ou que possa ser razoavelmente constituída para o público, tendo
como intenção influenciar a conquista de um contrato. Não devem oferecer nenhum
presente ou outra consideração de valor para garantir o trabalho. Não devem pagar
comissão, porcentagem ou taxa de corretagem a fim de assegurar um trabalho, exce-
to a um empregado de boa fé ou a agência comercial ou de marketing estabelecida
e de boa fé mantidos por ele.
1. Os engenheiros devem orientar todas as suas relações com os mais altos padrões
de honestidade e integridade.
Com humildade e de acordo com a orientação divina, faço este juramento. Esse
juramento normalmente é usado em cerimônias de graduação ou apresentações
de certificado de licenciatura. As definições adicionais a seguir devem ser estudadas
cuidadosamente.
Plágio – O plágio refere-se a apresentar o trabalho de outra pessoa como se fosse seu.
Você pode usar ou citar o trabalho de outros, incluindo informações de artigos de
revistas, livros, fontes on-line, TV ou rádio, mas assegurando-se de citar de onde foram
obtidas as informações.
Contrato – O contrato é um acordo entre duas ou mais partes, que celebram livre-
mente. Contrato legal é o contrato com vínculo legal, indicando que, caso não seja
cumprido integralmente, poderá haver consequência legal.
A sociedade exige produtos e serviços seguros, e alguém deve pagar por essa segu-
rança. Esse é um assunto subjetivo, pois o que pode ser seguro para uma pessoa pode
não ser para outra (MARTIN; SCHINZINGER, 2010); existem diferentes percepções do
que é seguro ou podem existir situações diferentes de exposição ao risco. Por exem-
plo, um parafuso em um brinquedo pode não representar um risco para um adulto,
mas pode ser um grande perigo para uma criança.
Para ter uma noção melhor do significado de segurança, deve-se definir algum ponto
de referência objetiva, além do nosso próprio ponto de vista. Ou seja, o conceito de
segurança está intimamente ligado às percepções e valores do grupo.
Riscos
Diz-se que uma coisa não é segura quando ela expõe as pessoas a um risco inaceitá-
vel. Porém, o que significa a palavra “risco”? Um risco é simplesmente a possibilidade
de ocorrer algo indesejado ou perigoso.
Por outro lado, os perigos da natureza ainda continuam ameaçando a vida e o patri-
mônio das pessoas. A tecnologia tem ajudado a reduzir o efeito negativo de alguns
desses perigos, como o das enchentes e tormentas, mas, ao mesmo tempo, tem
aumentado a vulnerabilidade a outros perigos naturais, como os terremotos, pelos
frágeis e antigos sistemas de distribuição de água, energia elétrica, medicamentos e
alimentos. Outras consequências preocupantes relacionadas com a tecnologia são os
serviços de coleta de esgoto, aterros sanitários, recuperação e neutralização de subs-
tâncias tóxicas.
Dependendo do tipo de aplicação, uma peça mecânica pode apresentar boas carac-
terísticas estáticas e falhar quando carregada dinamicamente. Além das incertezas
sobre as aplicações de um produto, existem àquelas referentes aos materiais dos
quais é feito e o nível de tecnologia utilizado na sua produção, no transporte e na
adaptação.
Além disso, o engenheiro deve ainda entender que os dados fornecidos pelo fabri-
cante referentes aos itens utilizados nos seus projetos, como resistores, vidros ópticos,
isolantes elétricos, parafusos, cimento, ligas de aço, etc., foram calculados de forma
estatística. As características dos componentes individuais podem variar muito do
valor médio.
Um produto pode ser dito seguro se a sua capacidade excede a sua utilidade. Porém,
isso pressupõe o conhecimento exato da capacidade e da utilidade atual. Por exem-
plo, o projeto de um elevador de passageiros é composto de muitos componentes
e conta com inúmeras formas possíveis de carregamento e utilização durante a sua
operação, que nem sempre podem ser totalmente previstas. O engenheiro dimensio-
na os componentes de acordo com uma especificação mecânica de cargas e formas
de operação. Durante a construção, montagem, operação e manutenção do eleva-
dor, as condições reais de utilização podem variar muito em relação às previstas pelo
engenheiro, e isso se deve em parte pelo fato de as peças componentes apresenta-
rem certas tolerâncias nas suas dimensões físicas, assim como nas suas propriedades,
por se tornarem viáveis economicamente ou pela aproximação inexata dos modelos
utilizados. Durante as montagens, pode haver danos nas estruturas internas dessas
peças. Durante a utilização, pode ocorrer o uso fora das especificações de projeto, por
exemplo, nos casos de sobrecarga. Com o tempo, os materiais também envelhecem
e as suas propriedades físicas se alteram.
A expressão ética ambiental pode ter vários significados. Pode-se utilizar essa expres-
são para se referir ao estudo dos problemas morais relacionados com o meio ambien-
te, ou para avaliar os pontos de vistas morais desses problemas.
Não existem muitas formas de resolver esse tipo de problema. Uma das maneiras é
utilizar uma pesquisa de mercado para avaliar o valor econômico dado pela maioria
para os impactos sociais ou ambientais e então incluí-la nos custos do produto ou
processo. Em alguns casos, pode ser associado um valor monetário equivalente para
compensar esses impactos.
sobre os valores ambientais (MARTIN; SCHINZINGER, 2010) e como eles podem ser
melhor integrados na solução dos problemas de engenharia. Assim, os engenheiros
devem ser hábeis em saber trabalhar em contextos organizacionais onde os métodos
ecoamigáveis são valorizados e apoiados com ferramentas, informações e incentivos
necessários para o sucesso. Além disso, eles devem trabalhar em um mercado onde
haja um encorajamento para a produção de produtos e processos sustentáveis, bem
como em um contexto político que objetive a proteção ambiental.
Os sistemas não devem crescer pela simples interconexão entre os sistemas existen-
tes; o aumento do tamanho e da complexidade requer um controle mais sensível e
providências mais elaboradas. Ao alcançar as decisões de projeto num sistema que
se estende em cada extremidade da nossa sociedade tecnológica, o engenheiro deve
CONCLUSÃO
Nesta unidade discutimos como a ética emerge na conduta do profissional de enge-
nharia e quais os principais direcionamentos a serem seguidos de modo a garantir
uma atuação profissional que não fira os princípios éticos e morais da sociedade em
que vivemos.
Para isso, você conheceu não apenas o juramento do engenheiro, mas teve exemplos
de condutas questionáveis no meio profissional da engenharia, assim como um códi-
go de ética profissional para servir de referência para produções futuras. Agora você
poderá agir com mais segurança enquanto engenheiro e também cidadão, ao passo
que pode elaborar suas próprias diretrizes para uma conduta ética nas empresas em
que venha a atuar.
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, Charles K.; WATSON, James A. Habilidades para uma carreira de sucesso
na engenharia. Porto Alegre: AMGH, 2015.
COCIAN, Luis Fernando Espinosa. Introdução à engenharia. Porto Alegre: Grupo A, 2017.
MCCAHAN, Susan et al. Projetos de engenharia: uma introdução. Rio de Janeiro: LTC,
2017.
EAD. MU LTIVIX.EDU.BR