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PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA

PESQUISA E
PRÁTICA PEDAGÓGICA I

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD


Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SUMÁRIO 1
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul

MULTIVIX
do Estado do Espírito Santo, com unidades em
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
Desde 1999 atua no mercado capixaba,
destacando-se pela oferta de cursos de
graduação, técnico, pós-graduação e
extensão, com qualidade nas quatro áreas
do conhecimento: Agrárias, Exatas,
Humanas e Saúde, sempre primando pela
qualidade de seu ensino e pela formação
de profissionais com consciência cidadã
para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto


grupo de Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu-
ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis-
taram notas 4 e 5, que são consideradas
conceitos de excelência em ensino.

R EE II T O R
R
Estes resultados acadêmicos colocam
todas as unidades da Multivix entre as
melhores do Estado do Espírito Santo e
entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência


cidadã para o mercado de trabalho, com elevado
padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil-
idade, segurança e modernidade, visando à satis-
fação dos clientes e colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-


da nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

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02 SUMÁRIO
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EDITORIAL

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX

Diretor Executivo Revisão Técnica


Tadeu Antônio de Oliveira Penina Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Diretora Acadêmica Graziela Vieira Carneiro
Eliene Maria Gava Ferrão Penina Juliana Lima Barboza
Tatiana de Santana Vieira
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Diretor Geral Maico Pagani Roncatto
Helber Barcellos da Costa Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Conselho Editorial Genivaldo Felix Soares
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente
do Conselho Editorial) NEAD – Núcleo de Educação à Distância
Kessya Penitente Fabiano Costalonga Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Carina Sabadim Veloso Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Patrícia de Oliveira Penina Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Roberta Caldas Simões Coordenação Geral de EAD

Revisão de Língua Portuguesa


Leandro Siqueira Lima

BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

D441 Veloso, Carina Sabadim.


Pesquisa e prática pedagógica I / Carina Sabadim Veloso. – Vitória : Multivix , 2014.

33 f. : il. ; 30 cm

Inclui referências.

1. Prática de ensino. 2. Pesquisa educacional. 3. Didática. II. Faculdade Multivix. III.Título.

CDD: 370.71

Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra


2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com

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SUMÁRIO 03
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APRESENTAÇÃO Aluno (a) Multivix,

DA DIREÇÃO Estamos muito felizes por você agora fazer parte do

EXECUTIVA
maior grupo educacional de Ensino Superior do
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.

A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro


de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São
Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no
mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos
de graduação, pós-graduação e extensão de
qualidade nas quatro áreas do conhecimento:
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na
modalidade presencial quanto a distância.

Além da qualidade de ensino já comprovada


REITOR
pelo MEC, que coloca todas as unidades do
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das
- Instituições de Ensino Superior de excelência
no Brasil, contando com sete unidades do
Grupo entre as 100 melhores do País, a Multivix
preocupa-se bastante com o contexto da
realidade local e com o desenvolvimento do
país. E para isso, procura fazer a sua parte,
investindo em projetos sociais, ambientais e na
promoção de oportunidades para os que
sonham em fazer uma faculdade de qualidade
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina mas que precisam superar alguns obstáculos.
Diretor Executivo do Grupo Multivix
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é:
“Formar profissionais com consciência cidadã para
o mercado de trabalho, com elevado padrão de
qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segu-
rança e modernidade, visando à satisfação dos
clientes e colaboradores.”

Entendemos que a educação de qualidade sempre


foi a melhor resposta para um país crescer. Para a
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o
mundo à sua volta.

Seja bem-vindo!

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04 SUMÁRIO
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APRESENTAÇÃO A disciplina de Pesquisa e Prática Pedagógica I pos-

GERAL DA
sui o caráter integrador e vem consonância com as
diretrizes de formação que regem o curso de Pe-

DISCIPLINA dagogia, bem como, no intuito de proporcionar


uma oportunidade de análise, reflexão e crítica do
processo educativo em relação aos seus aspectos
administrativo e pedagógico, levando em consi-
deração as especificidades dos diversos contextos
educacionais.

A ênfase da disciplina é proporcionar desde o início


do curso a relação entre teoria e prática, desenvol-
vendo a oportunidade de identificação e reflexão
sobre a organização do cotidiano escolar e das rela-
ções existentes no processo ensino-aprendizagem,
e a análise das perspectivas e desafios profissionais
do pedagogo.

A abordagem é dentro de uma perspectiva de


educação participativa e dialógica, relacionando
conteúdos analisados nas demais disciplinas que
compõem a matriz curricular do curso em questão,
possuindo como parâmetro a visão do professor
que age como mediador na construção do conhe-
cimento, que se realizará a partir da realidade vi-
venciada pelos discentes nas instituições de ensino
onde realizarão a atividade proposta, articulando
assim o eixo que norteia a graduação: Ensino, Pes-
quisa e Extensão.

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 O COTIDIANO ESCOLAR CONTEMPORÂNEO 09

UNIDADE 2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E O REGIMENTO 12

UNIDADE 3 INSTÂNCIAS COLEGIADAS 15


3. 1 CONSELHO DE CLASSE 15
3.2 GRÊMIO ESTUDANTIL 16
3. 3 CONSELHO ESCOLAR 18
3. 3.1 BASE LEGAL DO CONSELHO ESCOLAR 18
3.3.2 OBJETIVOS DO CONSELHO ESCOLAR 19
3.3.3 FUNÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR 20
3.3.4 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO ESCOLAR 21
3.3.5 ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR 22
3.3.6 PERFIL DO CONSELHEIRO 23
3.3.7 IMPORTÂNCIA DO CONSELHO ESCOLAR PARA A GESTÃO DEMOCRÁTICA 23

UNIDADE 4 RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE 26

UNIDADE 5 O PAPEL DO DIRETOR NA GESTÃO DEMOCRÁTICA 29

REFERENCIAS 32

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06 SUMÁRIO
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ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES

LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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SUMÁRIO 07
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UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos:

> Compreender os
conceitos apresentados
e trazer uma reflexão
crítica acerca da ética na
atualidade.

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08 SUMÁRIO
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O COTIDIANO ESCOLAR
CONTEMPORÂNEO
No processo de relação entre
teoria e prática, se faz necessá-
ria uma reflexão sobre os de-
safios do professor no contexto
do cotidiano escolar atual, para
assim, compreender quais os
conhecimentos se fazem neces-
sários para organizar as possi-
bilidades inerentes ao processo
ensino-aprendizagem que por
sua vez irão possibilitar aos alu-
nos a construção de novos conhecimentos, bem como, a apropriação dos conhe-
cimentos existentes no decorrer do desenvolvimento da história da humanidade.
Considerando nesse processo de análise, a realidade no qual esses alunos encon-
tram-se inseridos.

Em seu contexto atual o cotidiano escolar apresenta ao docente inúmeros desa-


fios para o desenvolvimento do seu trabalho, tais como: problemas relacionados a
disciplina/comportamento dos alunos; excesso de alunos em uma mesma sala de
aula; alunos desmotivados; falta de participação da família; excesso de jornada de
trabalho; má formação profissional inicial; falta de formação continuada; escassez de
recursos materiais e/ou audiovisuais; problemas com a gestão da instituição e outros.

Realizar a análise das situações acima citadas, assim como, dos demais desafios que
surgem no cotidiano escolar contemporâneo, se faz necessária para que os futuros
educadores possam refletir os aspectos históricos, sociais, econômicos e políticos que
estão imbricados nesse contexto e que irão possibilitar o desenvolvimento de uma
prática profissional coerente com a realidade existente e portanto, mas eficiente.

Em um cotidiano escolar contemporâneo, permeado de constantes mudanças e


desafios, é importante que o docente desenvolva uma prática inovadora, que leve o
discente a evoluir na construção e reconstrução de conceitos, habilidades e atitudes.

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ANOTAÇÕES

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UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos:

> Estabelecer relações


entre os conceitos de
educação e democracia;

> Entender a modernidade


como um elemento
motriz para as
modificações nos
processos de ensinar e
aprender;

> Perceber a pós-


modernidade e suas
nuances no contexto
educacional.

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PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO E O
REGIMENTO
O Projeto Político Pedagógico (PPP), assim como o Regimento Escolar são docu-
mentos primordiais para a gestão escolar. Estão contidas neles a proposta/objetivos
pedagógicos que norteiam o trabalho da instituição e toda sua regulamentação,
dando respaldo as ações educativas que serão desenvolvidas.

A elaboração, bem como, o desenvolvimento e aplicabilidade de ambos os docu-


mentos pressupõem o contexto de uma gestão democrática por parte da direção
escolar, oportunizando o envolvimento de todos os envolvidos no contexto educa-
cional, incluindo a comunidade na qual a escola está inserida. Pois, esses documen-
tos precisam ter como base os objetivos mais amplos da formação geral discente,
assimilando as características da sociedade contemporânea e da comunidade local.
Para em seguida, delinear o trabalho mais especifico dos docentes e suas inter-rela-
ções no que diz respeito as diversas disciplinas.

De forma geral o Projeto Político Pedagógico irá nortear as ações pedagógicas, esta-
belecendo sua missão, visão e valores e o Regimento se caracteriza como um docu-
mento balizador da prática dessas ações.

O que é um projeto político-pedagógico? É um instrumento de trabalho


que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem, para
chegar a que resultados. Além disso, explicita uma filosofia e harmonia as
diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua
autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da
identidade da escola e um chamamento à responsabilidade dos agentes
com as racionalidades interna e externa. Esta idéia implica a necessidade de
uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os envol-
vidos, daí a importância de que seja elaborado participativa e democratica-
mente. (VEIGA, 1995, p.110).

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UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos:

> Estabelecer relações


entre os conceitos de
educação e democracia;

> Entender a modernidade


como um elemento
motriz para as
modificações nos
processos de ensinar e
aprender;

> Perceber a pós-


modernidade e suas
nuances no contexto
educacional.

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INSTÂNCIAS COLEGIADAS

3. 1 CONSELHO DE CLASSE

O Conselho de Classe deve ser um


fórum de discussões que venha a
contribuir com o processo educativo,
criando condições de analisar o ensi-
no-aprendizagem. É regido por regu-
lamento próprio, elaborado e direcio-
nado pela escola.

Se pensarmos em uma escola dentro


dos moldes tradicionais e autoritários,
o que ocorre no bojo das discussões é o aproveitamento quantitativo do aluno. Nes-
sas circunstâncias, só é levado em consideração a nota. Não se considera a experiên-
cia social, afetiva e cultural do aluno.

(…) a sociedade burguesa aperfeiçoou seus mecanismos de controle. Entre


outros, destacamos a seletividade escolar e seus processos de formação das
personalidades dos educandos. O medo e o fetiche são mecanismos impres-
cindíveis numa sociedade que não opera na transparência, mas sim nos sub-
terfúgios. (LUCKESI 2011, p 41)

Mesmo assim, não podemos negar que esta é uma forma de avaliar, porém, o que
está sendo avaliado é exclusivamente o aluno e sua “digestão” conteudista, na qual
os aspectos externos e internos imbricados no processo de avaliação não são consi-
derados, mas a ênfase por sua vez se dá na figura do professor e na análise dos con-
teúdos que estão sendo avaliados, assim o processo de ensino-aprendizagem perde
o seu objetivo de redefinir e ressignificar o papel e a função social da escola.

Por outro lado, se a escola pretende caminhar em uma trajetória delineada na ges-
tão democrática, o Conselho de Classe tem outro caráter. É um espaço onde culmi-
nará os resultados das várias avaliações dos seguimentos que compõem a escola.

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Não podemos fugir a avaliação global, todos os envolvidos no processo ensino-apren-


dizagem precisam ser avaliados, assim como, se faz necessário avaliar as ações edu-
cacionais que estão sendo desenvolvidas pela instituição.

Certamente, é preciso que se estabeleçam critérios e formas de avaliações contínuas


que levem em consideração:

• Relação professor-aluno;

• Relação aluno-professor;

• Relação escola-comunidade;

• Relações sociais e a realidade dos educandos.

Partindo desses princípios, podemos dizer que o Conselho de Classe é parte funda-
mental de um processo avaliativo que deve funcionar de forma contínua e integral,
proporcionando ao educando e a toda comunidade escolar a construção de co-
nhecimentos, permitindo aos alunos pensar, dialogar, formular hipóteses, dominar
informações, transformar e construir conceitos. Segundo Mattos (2005), o Conselho
de Classe é um momento de reflexão sobre as concepções de aprendizagem que
os professores acreditam e desenvolvem suas aulas, mas também o momento de
compreensão da função social da escola, analisando portanto a concepção filosófica
e sociológica que estão imbricadas nesse contexto.

3.2 GRÊMIO ESTUDANTIL

Ao longo da história a classe estudantil marcou com sua participação os rumos da


educação e da história do país. Todo o processo de transformação social foi vivido
instantaneamente pelos estudantes que, em suas organizações, buscavam maior
atuação na escola e na sociedade.

O movimento estudantil cresceu significativamente e os grêmios, nas escolas de En-


sino Fundamental e Médio, eram sua maior expressão. A partir de uma breve aná-
lise histórica, o golpe militar, em abril de 1964, representou o fim da mobilização
estudantil com a imposição de uma grande vigilância ao pensamento, ao debate e
a repressão aos grêmios. O movimento torna-se clandestino e os congressos de estu-
dantes realizam-se secretamente.

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O decreto-lei 228 de fevereiro de 1967, conhecido como Suplicy-Aragão, regula rigi-


damente o movimento estudantil. Em 1968 o movimento estudantil busca recupe-
rar-se e volta às ruas sendo reprimido com mais violência do que nunca. Com isso,
as atividades organizadas pelos estudantes desaparecem da sociedade. Mas uma
parte da sociedade organiza uma resistência, sendo os jovens da época os principais
integrantes dos grupos de resistência, que por sua vez, utilizavam os ambientes uni-
versitários como palco de contestação (RIDENTI, 1997).

Em 1969, o decreto - lei nº 447, datado de 26 de fevereiro, baixado por Artur da Cos-
ta e Silva, impõe penalidades a professores, funcionários e alunos das universidades
acusados de praticar atos considerados insubordinados; demitindo os primeiros e
desligando os segundos, sendo que os professores e/ou funcionários eram punidos
com a demissão e proibição de trabalhar em qualquer estabelecimento educacional
pelo período de cinco anos e no caso dos alunos, por sua vez ficavam proibidos de
estudar por três anos. Diante desse quadro, os estudantes tentaram resistir. Porém,
as perseguições, as prisões e as mortes inevitáveis conseguiram desarticular o movi-
mento estudantil, acabando com os grêmios.

O governo militar cria, então, os chamados centro-cívicos, cuja finalidade era desviar
a atenção dos estudantes aos problemas políticos e educacionais, direcionando para
as práticas esportivas e civis.

Com o advento da Nova República, o presidente José Sarney sanciona a lei que per-
mite a reorganização dos grêmios estudantis, em 1984, como entidades autônomas,
representativas dos interesses dos estudantes, com finalidades educacionais, cultu-
rais, desportivas e sociais.

Os grêmios estudantis dos dias atuais estão apáticos, sem uma participação mais
efetiva dentro da escola, parecem não existir. Se existem, não funcionam. Isso se
deve, em parte, a forma como é desenvolvida a gestão da escola, pois apesar das
tendências pedagógicas assim como as leis que regem a educação, estabelecerem a
diretriz de uma gestão democrática, ainda encontramos em diversas instituições de
ensino, o poder de decisão centralizado na pessoa do diretor.

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O primeiro caminho, indispensável à solução dos problemas que a educação


brasileira enfrenta, é a democratização da própria escola. Esta democratiza-
ção está intimamente ligada à da sociedade como um todo. Mas a escola não
pode esperar que a sociedade mude para dar sua contribuição à democracia;
assim na medida em que modifica sua estrutura interna, de forma a possibi-
litar a todos os seus membros uma participação ativa no planejamento, na
execução e na avaliação das suas atividades, a escola está educando para a
democracia e contribuindo para a democratização da sociedade. (PILETTI &
PILETTI, 1997, p. 228-229)

Nas perspectivas de ensino e dos processos escolares atuais, é função da escola es-
timular e promover discussões e grupos de estudos para informar aos estudantes
sobre a existência e importância dos grêmios, estimulando a formação dos mesmos,
como instrumento de melhoria da escola, deslocando-se do diretor para as organiza-
ções (internas) da própria instituição a responsabilidade de decisões, proporcionan-
do um novo enfoque administrativo na descentralização e na participação de alunos,
professores, funcionários, pais e comunidade.

Neste enfoque administrativo democrático, o educando encontra espaço para se


organizar e colocar em prática a sua cidadania. Pois terá a oportunidade de exercer
o seu direito de participar diretamente da gestão do processo de construção do seu
conhecimento, consolidando assim, o desenvolvimento de sua autonomia, auxilian-
do na busca por soluções de situações que fazem parte do seu cotidiano escolar.

3.3 CONSELHO ESCOLAR

Os conselhos de Escola das unidades escolares da rede pública são centros perma-
nentes de debates e órgãos articuladores de todos os setores, escolar e comunitário,
constituindo-se, em cada unidade escolar, de um colegiado, formado por represen-
tantes dos segmentos da comunidade escolar.

3.3.1 BASE LEGAL DO CONSELHO ESCOLAR

A instituição e o funcionamento do Conselho de Escola fundamentam-se nos se-


guintes instrumentos legais

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» Constituição Federal de 1988 – Art. 206, inciso VI: “O ensino será ministrado com
base nos seguintes princípios: VI - gestão democrática do ensino público, na
forma da lei”.

» Constituição Estadual (ES) – Art. 179: “A lei estabelecerá o plano estadual de


educação, de duração plurianual, compatibilizado com os diagnósticos e ne-
cessidades apontadas nos planos municipais de educação, respeitadas as di-
retrizes e normas gerais estabelecidas pelo plano nacional de educação. Pará-
grafo único. Fica assegurada, na elaboração do plano estadual de educação, a
participação da comunidade científica e docente, de estudantes, pais de alunos
e servidores técnico-administrativos da rede escolar.”

» Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei N.º 9.394/96: consta, expli-
citamente, a “gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino” no inciso VIII em seu art. 3° e no art. 14º: “os
sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino pú-
blico na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os
seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elabora-
ção do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar
e local em conselhos escolares ou equivalentes.

3.3.2 OBJETIVOS DO CONSELHO ESCOLAR

A ênfase da Educação é sua função social, salientada na formação do cidadão, e


para isso se faz necessário proporcionar ao mesmo a oportunidade de construção
de conhecimentos, atitudes e valores, no intuito de torna-lo um cidadão consciente,
solidário, ético e participativo do seu contexto social.

Nesse contexto a escola possui uma importância fundamental para a democratiza-


ção da sociedade e para a prática efetiva da democracia, sendo primordial para isso,
a organização ativa do Conselho Escolar, que por sua vez possui como objetivos:

» Definir as várias formas de garantir a permanência dos alunos no processo edu-


cacional e a sua aprovação com qualidade;

» Criar mecanismos em que todos os conselheiros sejam capazes de colocar as


sugestões do segmento que representam e tenham clareza no momento de
tomar decisões;

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» Criar mecanismos estimuladores e condutores da efetiva participação da escola


e da comunidade em geral no processo de tomada de decisão;

» Assegurar a autonomia escolar, estimulando a criatividade e investindo na for-


mação de novas lideranças;

» Fortalecer a escola através de uma administração democrática e participativa;

» Estimular a comunidade educativa a estar junto da escola, participando da


construção de uma escola cidadã, democrática e de qualidade;

» Propiciar à comunidade educativa informações referentes à vida da escola, ga-


rantindo a transparência de gestão;

» Discutir e estabelecer os direitos e deveres de cada segmento da comunidade


escolar, tendo como princípios fundamentais o respeito mútuo e a solidariedade.

3.3.3 FUNÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR

Dentro de uma gestão democrática e participativa a função principal do Conselho


Escolar é a participação efetiva dos diversos segmentos que compõe a comunida-
de escolar no processo de decisões da escola, assim como no acompanhamento e
aplicação de recursos financeiros, tendo como base as prioridades, bem como, no
processo de avaliação e aplicabilidade da proposta pedagógica institucional. Acom-
panhamento assim todas as decisões pedagógicas, administrativas e financeiras.

Especificamente a função deliberativa diz respeito ao exame de situações encami-


nhadas ao Conselho ou por ele identificadas com vistas à tomada de decisão, à apro-
vação de diretrizes e linhas de ação da unidade escolar. O Conselho tem liberdade
para decidir e encaminhar ações referentes à escola. As deliberações ocorrerão com
a maioria simples dos membros do Conselho. Assim, decidem sobre toda a organiza-
ção da instituição acompanhando o seu funcionamento geral e propondo diretrizes
e ações que se fizerem necessárias.

Em relação a função consultiva, o Conselho emite pareceres e esclarece dúvidas so-


bre situações decorrentes das ações pedagógicas, administrativas e financeiras. Pro-
põe também alternativas de solução e procedimentos para a melhoria da qualidade
do ensino público. Com essa função o Conselho adquire a caraterística de assessorar
o processo ensino-aprendizagem, analisando todas questões demandas pelos diver-

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sos atores que compõem a comunidade escolar, apresentando assim, sugestões e/


ou soluções de acordo com as demandas recebidas, para a direção da escola.

No que se refere a função fiscalizadora no contexto do conselho escolar é possível


compreender refere-se ao acompanhamento, à fiscalização, ao controle e à avaliação
de todas as ações desenvolvidas pela escola, inclusive as que se refere à aplicação
dos recursos financeiros repassados às escolas ou por elas captados, no intuito de
sempre garantir que as normas instituições sejam compridas assim, como a qualida-
de do processo de ensino-aprendizagem.

3.3.4 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO ESCOLAR

A composição do Conselho Escolar será realizada de acordo com o Regimento que


estabelece as regras da rede de ensino e/ou da própria instituição, mas em sua maio-
ria é composta por:

» Representante (s) da categoria do magistério da unidade escolar;

» Representante (s) da categoria dos servidores administrativos da unidade escolar;

» Representante (s) de alunos, a partir de 10 (dez) anos de idade, matriculados


em qualquer série/modalidade/nível de ensino e que esteja frequentando re-
gularmente a unidade escolar;

» Representante (s) de pais de alunos da unidade escolar;

» Representante (s) da comunidade.

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3.3.5 ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR

As atribuições do Conselho Escolar serão estabelecidas de acordo com o Regimento


que estabelece as regras da rede de ensino e/ou da própria instituição, mas comu-
mente destacam-se:

1. Aspectos Administrativos e Financeiros:

» Garantir a transparência da execução das ações desenvolvidas na escola, divul-


gando, trimestralmente, informações referentes à aplicação dos recursos, resul-
tados obtidos e qualidade dos serviços prestados;

» Acompanhar a qualidade e quantidade de produtos adquiridos/recebidos para


a merenda escolar.

2. Aspectos Pedagógicos:

» Participar da elaboração e aprimoramento do Projeto Político – Pedagógico da


escola;

» Participar da definição do Calendário Escolar, respeitando sempre as normas


regulamentares;

» Analisar os resultados da avaliação da unidade escolar, conforme regulamenta-


ção própria;

» Coordenar, em conjunto com os dirigentes da escola, o processo de discussão,


elaboração ou alteração do Regimento Escolar;

» Acompanhar o processo de avaliação da aprendizagem, no sentido de evitar a


reprovação e evasão escolar;

» Participar da elaboração/revisão do currículo para atender à realidade regional;

» Participar do Conselho de Classe com a finalidade de democratizar o ambiente


escolar, envolvendo alunos, pais e comunidade na condução da melhoria da
qualidade de ensino.

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3.3.6 PERFIL DO CONSELHEIRO

A participação de todos os representantes dos segmentos que compõe a comunida-


de escolar é primordial para a efetivação da gestão democrática, para isso algumas
características são essenciais para o perfil do conselheiro escolar:

» Ético no trato da coisa pública;

» É democrático, sabe ouvir e apresenta propostas para o Projeto Político Peda-


gógico da escola;

» É conhecedor dos assuntos gerais da escola, chama o seu segmento para discu-
tir problemas e definir sugestões antes das reuniões do Conselho;

» É responsável, participa das reuniões do Conselho e transmite ao seu segmento


o que foi aprovado nas reuniões;

» É conhecedor dos objetivos e funções do Conselho e deve estar consciente de


sua importância para a construção de uma escola de qualidade.

3.3.7 IMPORTÂNCIA DO CONSELHO ESCOLAR PARA


A GESTÃO DEMOCRÁTICA

A gestão democrática da escola depende da participação coletiva. O Conselho de


Escola assegura o exercício da democracia quando articula a participação da comu-
nidade escolar nas relações que se desenvolvem na escola, contribuindo assim para
o aperfeiçoamento de sua prática administrativa, financeira e pedagógica.

Para que o Conselho de Escola funcione de fato é preciso que a comunidade onde
a escola esteja inserida participe da discussão a respeito do papel da educação e da
função da escola pública na formação do cidadão.

Essa nova prática contribuirá para a formação de cidadãos críticos e capazes de via-
bilizar a busca de soluções coletivas para os problemas das unidades escolares e de
realizar ações que contribuam para a construção do processo de gestão democrática
da sociedade.

Participar, portanto, é um grande desafio e só vamos compreender de fato a am-

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SUMÁRIO 23
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA

plitude e a importância da participação, quando passamos a vivenciar, na prática, a


luta para a conquista de nossos direitos enquanto cidadãos críticos e conscientes de
nossas responsabilidades.

ANOTAÇÕES

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UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos:

> Estabelecer relações


entre os conceitos de
educação e democracia;

> Entender a modernidade


como um elemento
motriz para as
modificações nos
processos de ensinar e
aprender;

> Perceber a pós-


modernidade e suas
nuances no contexto
educacional.

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RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E


COMUNIDADE
É fundamental que a escola estabeleça laços com a comunidade a qual pertence. A
escola não deve ser um órgão isolado. Suas ações devem estar voltadas para a rela-
ção entre ela e a comunidade. A comunidade oferece a dimensão educativa das or-
ganizações populares e a escola, o conhecimento técnico-científico, à compreensão
da sociedade, da política educacional e da política em geral, de uma forma crítica.

Na medida em que a escola inclui a comunidade em seu processo de gestão, a co-


munidade passa a confiar na ação educativa, vendo a escola como um local onde
possa se conscientizar e discutir seus problemas, buscar apoio e oportunidades para
sua solução. No entanto, é preciso que a escola forneça as condições que propiciem
a participação da comunidade, saindo do processo individual para o coletivo.

Teremos, então, uma escola diferente, com gestão democrática aberta a pais, alunos
e comunidade, participando da criação de grêmios estudantis, conselho de classe,
criando espaços para discutir e intervir no programa do curso, na grade curricular,
no processo de avaliação, melhorando a qualidade do ensino público através de um
processo democrático.

A sonhada escola participativa que queremos é aquela que construímos dia-a-dia,


com trabalho permanente. A escola não é um “projeto acabado”, ela não tem um fim
em si mesma, mas, é como uma roda girando, metamorfoseando-se. Assim é o pro-
cesso de aquisição do saber. Passo a passo, definindo-se e agindo conjuntamente,
avaliando resultados, como sugere o projeto político-pedagógico que se auto avalia
e não se permite estagnação.

“A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho do-


cente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino aprendiza-
gem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do tra-
balho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos
propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho
para as correções necessárias. (LIBÂNEO, 1990, p. 195)

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A consequência de tudo isso será a verdadeira relação escola-comunidade e, conco-


mitantemente, a qualidade da educação.

A atual conjectura social nos leva a buscar sempre por uma escola onde nós e nossos
filhos nos encontraremos. Uma escola que sacie a nossa fome de informações, mas,
que faça o paralelo constante entre a realidade do contexto social com contexto es-
colar. Ela não é inatingível, ela é tão necessária quanto sonhá-la o é. Há um caminho
a ser percorrido para que a educação atualize-se e atenda às necessidades atuais, a
busca por mudanças e adaptações deve, no entanto, ser constante para alcançarmos
o ensino que desejamos.

Vivemos em uma época em que os valores (até mesmo os mais simples) estão sendo
trocados. A nossa sensibilidade está endurecendo. O individualismo tomou conta de
nossos corações em detrimento da solidariedade. Precisamos mais do que nunca
procurar desenvolver em nossas relações a busca pela solidariedade, a partir do de-
senvolvimento de uma consciência em caráter de coletividade, sempre levando em
consideração as necessidades do outro.

Superar os desafios constantes no desenvolvimento de uma gestão democrática e


participativa, envolvendo as famílias no contexto do cotidiano escolar se faz primordial
para que assim possamos realmente desenvolver a função social escolar: a cidadania.

ANOTAÇÕES

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UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos:

> Estabelecer relações


entre os conceitos de
educação e democracia;

> Entender a modernidade


como um elemento
motriz para as
modificações nos
processos de ensinar e
aprender;

> Perceber a pós-


modernidade e suas
nuances no contexto
educacional.

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O PAPEL DO DIRETOR NA
GESTÃO DEMOCRÁTICA
A participação do diretor no
planejamento das atividades da
Unidade Escolar é insubstituível.
Embora ele deva delegar res-
ponsabilidades nas várias eta-
pas da organização da escola,
cabe à direção estabelecer dire-
trizes gerais, resultantes da am-
pla discussão com o pessoal de
apoio e com as equipes técnica
e docente. Essa discussão refletirá sempre a Proposta Educacional que se quer
implantar e desenvolver.

De acordo com Luck (2001), o diretor participativo possui como base de sua gestão
o conceito da autoridade compartilhada, delegando o poder aos representantes da
comunidade escolar, em um processo de gestão onde as responsabilidades são as-
sumidas por todos.

Poder-se-ia argumentar que a direção não domina os conteúdos específicos dos


componentes curriculares e, por isso, deve deixar as tarefas aos coordenadores e pro-
fessores. Porém, um diretor interessado haverá de ter presente sua capacidade de
observação e avaliação do que vivenciou ao longo dos anos em que esteve à frente
da unidade. É um acúmulo de experiências que lhe confere autoridade para orientar
quaisquer planejamentos e fornecer os mais variados subsídios.

O diretor detém a visão de conjunto do processo pedagógico e oferecê-la à compre-


ensão dos envolvidos é uma contribuição de inestimável valor. Nenhuma proposta
pedagógica será levada à frente se não houver o compromisso dos envolvidos, se
estes não se propuserem a cumpri-la integralmente. Cabe ao diretor, na sua função,
a tarefa de acompanhar, avaliar e cobrar o cumprimento das atividades. Acompa-
nhar e cobrar devem ser entendidos como detectar problemas para resolvê-los pelo
diálogo honesto e democrático. Este acompanhamento e cobrança são essenciais

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PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA

em toda instituição de ensino, para que a supervisão do processo pedagógico tenha


uma ideia do que está sendo realizado.

O julgamento da comunidade escolar e da sociedade como um todo é implacável,


embora, muitas vezes, não se expresse em palavras, mas em desprezo ou pela falta de
carinho. Acompanhar o trabalho pedagógico é uma forma da direção estar promoven-
do os docentes da unidade escolar. É fundamental que o diretor opine sobre as meto-
dologias empregadas e estimule os professores a buscarem metodologias capazes de
motivar os alunos, levando-os a refletir, permanentemente, sobre os conteúdos.

O diretor deverá conduzir todos os trabalhos no interior da escola de maneira de-


mocrática. Ao se deparar com a contradição: administrativo x pedagógico, ele deverá
superá-la ao propor interação e integração entre os membro da escola, respeito mú-
tuo, harmonia e trabalho em equipe. Isto implica em não desvalorizar o administra-
tivo e nem perder de vista o pedagógico. O diretor será o articulador consciente do
processo ensino-aprendizagem, através da proposta pedagógica da escola, elabora-
da, executada e avaliada por todos da instituição e comunidade escolar, alunos, pais,
professores e funcionários. O diretor estará comprometido com a função que ocupa
e credenciado através do saber especializado, e de sua competência técnica, e quem
o autoriza é a confiança de seus pares.

O diretor será aquele capaz de coordenar e de conduzir a construção de diretrizes


de uma instituição como um todo, de atuar para prover que tais diretrizes possam
realmente se concretizar, transformando-se num projeto em ação, em construção.
O diretor é um educador. Ao compartilhar a responsabilidade pela gestão da Escola
com professores, alunos e pais, o diretor não está abrindo mão de sua liderança e sim
a exercitando, democraticamente, num processo de educação política em que todos
os envolvidos crescem como cidadãos.

Ser diretor de escola nos dias atuais, em especial de uma escola pública, não tem
sido uma tarefa muito fácil. Seu trabalho atende à classe mais desfavorecida da so-
ciedade, a que mais reclama por transformações sociais, fato que não pode ser igno-
rado na gestão da escola.

A proposta para que a gestão escolar seja moderna e eficaz é a de que a direção
seja exercida não por um indivíduo, mas que seja coletiva e participativa, e que
nela estejam representados todos os envolvidos no processo educativo. A tarefa
do diretor é conduzir este grupo, é articular-se com os demais educadores e com

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a comunidade. Ele precisa estar consciente de que os aspectos pedagógicos e ad-


ministrativos são indissociáveis.

O diretor deverá encontrar os caminhos, com habilidades, em busca da superação


do fracasso, mobilizando os recursos físicos e humanos disponíveis para assegurar o
acesso, permanência e a aprendizagem da sua clientela. Deverá ser capaz de formu-
lar planos que integrem ações educativas no âmbito de sua unidade, que resultem
no fortalecimento pedagógico, administrativo e financeiro da mesma.

Sua missão institucional será a de construir uma escola mais dinâmica, de sucesso,
com participação e transparência, aplicando estes princípios na integração e fortale-
cimento de sua própria equipe de trabalho.

ANOTAÇÕES

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SUMÁRIO 31
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REFERENCIAS
ARAÚJO, Maria Carolina Cosenza. O diretor: condutor do processo da educação no
âmbito da escola. Revista UNORP, ano III, v. 8: 98 a 101, março, 2004.

ALVES, Nilda (org.) Formação de professores: pensar e fazer. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1999.

FREIRE, Paulo (1998). Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática edu-


cativa. SãoPaulo: Paz e Terra (9ª edição).

LIBÂNEO, José C (a). A pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1990.

LUCKESI, CIPRIANO Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposi-


ções. 22ª edição. São Paulo: Cortez Editora, 2011.

LÜCK, Heloísa. et.al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5º Ed. São
Paulo, 2001.

MATTOS, Carmem Lúcia Guimarães. O conselho de classe e a construção do fracasso


escolar. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.31, n.2, p.215-228, mai/ago 2005.

PILETTI, Nelson e PILETTI, Claudino. História da educação. São Paulo – SP: Ática, 1997.

RIDENTI, M. Que história é essa? In: REIS FILHO, D.A. et al. (org). Versões e ficções: o
sequestro da história. 2 ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1997.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Projeto político-pedagógico: uma construção


possível. 12. ed. Campinas, SP: Papirus 1995; 15 ed. São Paulo: Papirus, 2002.

_______ Escola: espaço do projeto político pedagógico. 4. ed. Campinas: Papirus, 2001.

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APÊNDICE

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SUMÁRIO 33
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APÊNDICE A - ORGANOGRAMA BÁSICO DE ESCOLAS

CONSELHO DE ESCOLA

SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR PEDAGÓGICO
- Secretaria Escolar DIREÇÃO
- Conselho de Classe
- Serviços de Apoio - Assistente de Direção ou
- Coordenação Pedagógica
- Multimeios - Coordenador de Turnos
- Orientação Educacional
(biblioteca, vídeo etc.)

- Aspectos Jurídicos PROFESSORES


PAIS E COMUNIDADE
- Aspectos Financeiros E ALUNOS

APÊNDICE B - TRABALHO A SER DESENVOLVIDO NO SEMESTRE

1) Faça uma pesquisa e uma síntese em relatório que abordem os tópicos abaixo, de
acordo com uma instituição escolar de seu interesse.

a) Funcionamento do setor administrativo (secretaria, biblioteca, laboratório e ou-


tros);

b) O papel do diretor dentro da instituição escolar;

c) O funcionamento dos conselhos (Conselho de Classe, Conselho de Escola, reu-


niões com pais) e demais instâncias colegiadas;

d) A relação da comunidade escolar no processo de gestão da instituição.

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SUMÁRIO 35

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