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Discíplina : Cidadania e Desenvolvimento Social

Classe : 110 Ano

Trimestre : 10 Trimestre

Unidade 1 : Participação Comunitária

Preparado pelo: Prof. Salustiano Rodrigues Pereira, L.Ed

1. PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

1.1.Participação Cívica

A Participação Cívica refere-se a capacidade de cada cidadão intervir na esfera pública, isto

é, de integrar a discussão e tomada de decisão das questões coletivas. O envolvimento dos

cidadãos é fundamentalmente para o desenvolvimento social, político, cultural e económico

das comunidades.

1.1.1. Participação Cívica e Democrácia

A Participação Cívica: é uma condição vital da democrácia. Enquanto, a

democrácia tem sido defenida como poder do povo partilhado entre o povo. A

participação cívica processa-se através de: estruturas formais (como associações) e

estruturas informais (redes de soliedariedade entre familiares, amigos, e vizinhos), e

pode expressar de forma individual e coletiva.

1.1.2. Formas de Participação Individual e Coletiva

Os cidadãos podem participar através de diferentes formas de participação:

1) A participação individual: ocorre, por exemplo uma pessoa vota.

2) A participação coletiva: envolvem grupos de pessoas que associam voluntariamente,

partilhando conhecimentos e experiências na prossecução de objectivos comuns, por

exemplo, através de movimentos sociais (tais como, o movimento indignados).


Votar em eleições e referendos constitui uma forma de participação dos cidadãos na

governação do país em questões de interrese nacional. Os cidadãos podem eleger os

seus representantes (sistema democrácia representativo) ou manifestar a sua opinião

sobre uma questão de interrese nacional através de referendos (sistema democrácia

direta). O direito de participação política é reconhecido na constituição RDTL, no

artigo 46o:

1. Todo o cidadão tem o direito de participar, por si ou através de representantes

democraticamente eleitos, na vida política e nos assuntos públicos do país.

2. Todo o cidadão tem o direito de constituir e de participar em partidos politicos.

3. A constituição e a organização dos partidis politicos são reguladas por leí.

O direito de voto é concedido a todos os cidadão a partir de idade legal consagrada

na constituição de cada país. Em Timor-Leste de acordo com o artigo 47o (Direito de

Sufrágio), “todo o cidadão maior de dezassete anos tem o direito de votar e de ser

eleito” e “o exercício do direito de sufrágio é pessoal e constitui um dever cívico”.

O sufrágio universal reconhece o direito de voto a todos os eleitores sem qualquer

discriminação por sexo, raça, religião ou condição social.

A constituição da RDTL reconhece o Sufrágio Universal e o Multipartidarismo

como um dos princípios fundamentais. O artigo 7o da constituição refere: “o povo

exerce o poder político através do sufrágio universal, livre, igual, directo, secreto e

periodico e através das demais formas previstas na constituição”, e “o estado

valoriza o contributo dos partidos politicos para a expressão organizada da vontade

popular e para a participacão democrática do cidadão na governação do país”.


 Voluntariado

O voluntariado designa-se as ações realizadas por cidadãos que tomam a iniciativa

de contribuir para o beneficio da comunidade, sem remuneração pecuniária. A

declaração universal sobre o voluntáriado foi proclamada em 1990, pela Associação

Internacional para o Esforço Voluntário (International Association for Volunteer

Effort-IAVE).

 Associativismo

O associativismo constitui uma forma de participação cívica e organização social que

pressupõe a agregação voluntária e sem fins lucrativos de cidadãos na pressecução de

objetivos comuns. O associativismo desempenha um papel importante na história da

democrácia.

A Liberdade de associação é um direito consagrado na declaração universal dos

direitos humanos (artigo 20o):

“Toda a pessoa tem direito à Liberdade de reunião e de associação pacíficas”.

Na constituição da RDTL, o artigo 43o determina:

1. A todos é garantida a liberdade de associação, desde que não se destine a

promover a violência e seja comforme com leí;

2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associão ou a nela permanecer

contra sua vontade;

3. São proibidas as associões armadas, militares ou paramilitares e as organizações

que defendam ideias ou apelem a comportamentos de carácter racist ou xenófobo

ou que promovam o terrorismo.


 Movimentos Sociais

Os movimentos sociais: consistem na ação coletiva de um conjunto de cidadãos

que partilham valores, aspirações e ideias comuns. Os movimentos sociais

dependem da tomada de consciência e da vontade de reforçar os direitos de

cidadania e alargar espaços de participação.

1.2.Capital Social e Desenvolvimento Comunitário

Capital Social é um termo que descreve o valor gerado pelas relações sociais,

realçandoas consequências positivas da sociabilidade para os indivíduos (como o

acesso a recursos, informações) e para coletividades (aumento da eficácia pela

cooperação entre individuos).

O capital Social tem sido estudado do ponto de vista individual (centrado no

individuo, nas suas interações sociais e recursos que daí obtém) e coletivo

(focado nas relações internas de um grupo, por exemplo uma organização ou

nação). O termo “Capital Social” foi utilizado pela primeira vez, em 1916, por

Lyda Hanifan (1879-1932).

 Tipos de Capital Social

Robert Putnam distinguee dois tipos de capital social:

1) Inclusivo: que reforça o lado positive do capital social;

2) Exclusivo: que corresponde ao lado negative do capital social.

O Capital Social Inclusivo: une pessoas e grupos de diferentes origens, etnias, regiões e

classes, permitindo supercar as diferenças. Consiste numa força positive que promove a

integração social, a cooperação, a valorização da diversidade e a ação coletiva.

O Capital Social Exclusivo: une aqueles que são muito semelhantes, conduzindo a clivagens

e formas de exclusão social.


 Componentes do Capital Social

O capital social envolve várias componentes: redes sociais, confiança, reciprocidade e

normas.

 Redes Sociais

As Redes Sociais: são o conjunto de relações que unem vários atores sociais (como

individuos, grupos, associações, empressas), ex. troca de informações, conhecimentos, bens e

serviços. As redes sociais podem distinguir em dois (2): redes sociais pessoais e redes

comunitárias.

1) Redes sociais pessoais: definem apartir de um individuo e referem-se ao conjunto de

atores sociais com quem esse individuo se relaciona.

2) Redes sociais comunitária: definem-se apartir de um grupo de pessoas e

organizações que interagem para atingir um objetivo comum (ex. Combater a pobreza

e exclusão social).

As redes sociais também diferenciam pelo tipo de relação: formal e informal, entre os atores

sociais.

1) As redes informais: ocorrem quando o vínculo é afetivo e não formal, como nas

relações entre familiars e amigos;

2) As redes formais: existem quando as relações se enquadram num context

formal/instituicional (organizações, instituições, empressas), como ocorre, por

exemplo, entre colegas de trabalho.

A sociedade é composta por um técido de várias redes (pessoais e comunitárias, formais e

informais) que se sobrepõem e interligam. Quanto maior a densidade das redes e as trocas

entre atores sociais, maior o volume do capital social produzido.


 Confiança e Reciprocidade

A confiança e reciprocidade são fundamentais para sustentar as redes sociais, pois na sua

ausência os laços que unem os atores sociais ficam téneus e o envolvimento em projetos

comuns torna-se mais difícil.

Ter confiança significa ter credibilidade, segurança e garantia em relação a pessoas, bens e

serviços. A confiança pode distinguir em dois (2): a particular e a social ou generalizada.

1) A confiança particular: respeita à confiança depositada nas pessoas mais próximas,

como a familia e amigos.

2) A confiança social ou generalizada: assenta em ser possível confiar na maior parte

das pessoas, ocorre quando é colocada em pessoas desconhecidas e organizações

sociais.

A reciprocidade: é um processo de troca entre duas partes (por exemplo pessoas ou grupos).

Esta troca pode assumir múltiplas formas consoante os intervenientes.

Robert Putnam considera que existem dois (2) tipos de reciprocidade: a reciprocidade

específica e a generalizada ou difusa.

1) A reciprocidade específica: respeita as trocas simultâneas de valor equivalente; por

exemplo, quando colegas de trabalho trocam dias de folga ou amigos trocam prendas

de aniversários.

2) A reciprocidade generalizada ou difusa: comprende as trocas, que mesmo não

correspondidas de emediato, envolvem expectativas mútuas de recompense no futuro;

significa que “eu ajudo hoje na expectative de um dia, quando precisar, me ser

retribuida a ajudar”.
 Normas

As normas: constituem regras que regulam o comportamento dos cidadãos em sociedade e

são assimiladas pela socialização (processo de aprendisagem e interiorização das regras ou

normas instituídas numa sociedade). As normas podem ser: formais e informais.

1) Normas formais: quando se trata de regras e leí escritas;

2) Normas informais: quando se referem a usos e costumes transmitidos entre gerações.

1.2.2. Desenvolvimento Comunitária

O desenvolvimento comunitário consiste num processo que visa potenciar a qualidade

de vida dos cidadãos de uma comunidade, através da sua participação ativa na

concretização de projetos de desenvolvimento local.

A participação dos cidadãos pode ocorrer em diversas fases dos projetos de

desenvolvimento local: diagnóstico, planeamento, tomada de decisão,

concretização e avaliação.

A fase de diagnóstico é crucial para o desenvolvimento dos projetos, pois é aqui que

se procede à identificação das necessidades e recursos determinantes para o

planeamento e execusão das fases seguintes.

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