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POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

PÓS-GRADUAÇÃO ENSINO A DISTÂNCIA

POLÍTICAS PÚBLICAS E
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD


Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 1
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a


sul do Estado do Espírito Santo, com unidades EDITORIAL
MULTIVIX em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo,
Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e
Vitória. Desde 1999 atua no mercado
capixaba, destacando-se pela oferta FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX
de cursos de graduação, técnico,
pós-graduação e extensão, com quali-
Diretor Executivo Revisão Técnica
dade nas quatro áreas do conheci-
Tadeu Antônio de Oliveira Penina Alexandra Oliveira
mento: Agrárias, Exatas, Humanas e Alessandro Ventorin
Saúde, sempre primando pela quali- Diretora Acadêmica Graziela Vieira Carneiro
dade de seu ensino e pela formação Eliene Maria Gava Ferrão Penina Juliana Lima Barboza

de profissionais com consciência Tatiana de Santana Vieira


Diretor Administrativo Financeiro
cidadã para o mercado de trabalho.
Fernando Bom Costalonga Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Atualmente, a Multivix está entre o
Diretor Geral Maico Pagani Roncatto
seleto grupo de Instituições de Ensino Superi-
Helber Barcellos da Costa Ednilson José Roncatto
or que possuem conceito de excelência junto Aline Ximenes Fragoso
ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 Conselho Editorial Genivaldo Felix Soares
instituições avaliadas no Brasil, Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do
Conselho Editorial) NEAD – Núcleo de Educação à Distância
apenas 15% conquistaram notas 4 e
Kessya Penitente Fabiano Costalonga Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
5, que são consideradas conceitos de Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Carina Sabadim Veloso
REITOR excelência em ensino. Patrícia de Oliveira Penina Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Roberta Caldas Simões Coordenação Geral de EAD
Estes resultados acadêmicos colocam
- todas as unidades da Multivix entre as Revisão de Língua Portuguesa
melhores do Estado do Espírito Santo Leandro Siqueira Lima
e entre as 50 melhores do país.

BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

MISSÃO
T429p Thiebaut, Alexandre Haleson dos Santos.
Formar profissionais com consciência cidadã Políticas públicas e legislação ambiental / Alexandre Haleson dos Santos Thiebaut,
para o mercado de trabalho, com elevado Joãzito Cabral Amorim(revisor). – Serra : Multivix, 2017.
padrão de qualidade, sempre mantendo a credi- 147 f.: il.; 30 cm
bilidade, segurança e modernidade, visando à Inclui referências.
satisfação dos clientes e colaboradores. 1. Direito ambiental 2. Educação ambiental 3. Meio ambiente – políticas públicas I.
Amorim, Joazito Cabral(revisor) II. Faculdade Multivix –NeaD. III. Título.
CDD: 341.347

VISÃO
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhe-
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
cida nacionalmente como referência em quali-
dade educacional. As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com

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2 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 3
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

APRESENTAÇÃO Aluno(a) Multivix,

SUMÁRIO
DA DIREÇÃO
Estamos muito felizes por você agora fazer parte do
maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito

EXECUTIVA
Santo e principalmente por você ter escolhido a Multi-
vix para fazer parte da sua trajetória profissional.

A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro 1 APRESENTAÇÃO 7


de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São

2
Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no
mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos BREVE HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL 8
de graduação, pós-graduação e extensão de quali- 2.1 DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO 10
dade nas quatro áreas do conhecimento: 2.2 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO 11
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na 2.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL 13
modalidade presencial quanto a distância. 2.4 FONTES DO DIREITO AMBIENTAL 19
2.5 O BEM AMBIENTAL PROTEGIDO 22
Além da qualidade de ensino já comprovada 2.6 DIREITO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 23
REITOR pelo MEC, que coloca todas as unidades do 2.7 DANO AMBIENTAL 24
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 2.7.1 O QUE É DANO AMBIENTAL? 24
Instituições de Ensino Superior de excelência no
-
Brasil, contando com sete unidades do Grupo
entre as 100 melhores do País, a Multivix
preocupa-se bastante com o contexto da
3 3 POLÍTICA AMBIENTAL NO BRASIL 28
3.1 CONCEITO DE POLÍTICA AMBIENTAL 28
realidade local e com o desenvolvimento do
país. E para isso, procura fazer a sua parte,
investindo em projetos sociais, ambientais e na
promoção de oportunidades para os que
4 4 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 31
4.1 CONCEITO DE POLÍTICA 31
sonham em fazer uma faculdade de qualidade
mas que precisam superar alguns obstáculos.
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretor Executivo do Grupo Multivix
Buscamos a cada dia cumprir com nossa missão que 5 5 POLÍTICAS DE GESTÃO DE RESÍDUOS (URBANOS E RURAIS) 35
é: “Formar profissionais com consciência cidadã para 5.1 O PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS 35
o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- 5.1.1 FUNDAMENTOS 35
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e 5.1.2 PERICULOSIDADE DOS RESÍDUOS 37
modernidade, visando à satisfação dos clientes e 5.1.2.1 RESÍDUOS INDUSTRIAIS 38
colaboradores.” 5.1.2.2 RESÍDUOS RURAIS 38
5.1.2.3 RESÍDUOS URBANOS 39
Entendemos que a educação de qualidade sempre foi
a melhor resposta para um país crescer. Para a Multi-
vix, educar é mais que ensinar. É transformar o
mundo à sua volta.
6 6 AMBIENTAL COM ÊNFASE EM RESÍDUOS URBANOS 42

Seja bem-vindo!
7 7 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS, EIA/RIMA 46

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4 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 5
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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

8 8 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA – LEI 6938/81) 60


1 APRESENTAÇÃO
9 9 PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃOI AMBIENTAL (PRONEA) 79
A satisfação das necessidades e das aspi-
rações sociais é a finalidade primordial do
10 10 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL desenvolvimento. Para atender as suas ne-
(LEI 9795/99) 89 cessidades básicas, a sociedade interfere no
10.1 POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (LEI 9265/2009) 96 ambiente ocasionando alterações nas suas
10.2 DECRETO Nº 4.281/2002 - REGULAMENTAÇÃO DA
condições e na sua qualidade. Assim sendo,
LEI NO 9.795,/1999, QUE INSTITUI A POLÍTICA NACIONAL DE
as demandas sociais estão associadas aos
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 111
objetivos de desenvolvimento de uma so- As demandas sociais
ciedade. ocasionam interações nos

11 11 DECRETO Nº 6.040/2007- DA LEI NO 9.795,/1999, QUE INSTITUI A


Esta apostila é um resumo das políticas pú-
sistemas ambientais e
justificam intervenções que
POLÍTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS podem resultar em diferentes
POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS 116 blicas e legislação que giram em torno do
possibilidades de impactos
11.1 ANEXO AO DECRETO 6.040/2007 DA POLÍTICA NACIONAL DE ambiente, num esforço de abordar os seus ambientais.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS POVOS E COMUNIDADES principais pontos.
TRADICIONAIS 118

12 12 POLÍTICA NACIONAL DE RECURSO HÍDRICOS (LEI Nº 9.433/97) 124

13 13 REFERÊNCIAS 145

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6 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 7
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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

2 BREVE HISTÓRICO DA
• Decreto-lei nº 221 (Código de Pesca),
• Decreto-lei nº 227 (Código de Mineração),

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO • Decreto-lei nº 289, (todos de 28.02.1967), que criam o Instituto Brasilei-
ro de Desenvolvimento Florestal, com incumbência expressa de "cum-

BRASIL
prir e fazer cumprir" tanto o Código Florestal, (como a Lei de Proteção
à Fauna).
• Foram instituídas reservas indígenas, criados Parques Nacionais e Re-
Desde os tempos coloniais, a legislação brasileira preocupava-se com a proteção da servas Biológicas.
natureza, especialmente recursos naturais, florestais e pesqueiros. • 1972 - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente realizada em Es-
tocolmo. Marco decisivo e que repercutiu de forma notável sobre a legislação
• 1602 – regulamentada a pesca da baleia. ambiental brasileira.
• 1605 - foi estabelecido condições para a exploração do pau-brasil. Nos primei- • 1973 - Criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente- SEMA, criada pelo
ros tempos, as explorações da madeira e de seus subprodutos representavam Decreto nº 73.030, de 30 de outubro de 1973, como "órgão autônomo da Ad-
a base colonial e se constituíam em Monopólio da Coroa. ministração Direta" no âmbito do Ministério do Interior "orientada para a con-
• 1760 – normas tais como: proibia o corte de árvores de mangue; declarava servação do meio ambiente e uso racional dos recursos naturais".
propriedade da coroa portuguesa a vegetação marginal ao mar e aos rios que • 1981 - Lei 9.938/81 – estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente – CONA-
desembocavam no mar. MA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) – prevê a competência do Ministé-
rio Público em propor a ação civil para a reparação de danos causados ao meio
- República:
ambiente - o legislador passa a tratar o meio ambiente enquanto um sistema
integrado.
• 1916 – Código Civil Brasileiro - normas em relação as questões ambientais.
• 1985 – Lei 7.347/85 – regula a Ação Civil Pública – amplia suas competências
• 1934- Constituição - surgem os 3 primeiros códigos ecológicos: o código das
com a criação do inquérito Civil Público.
águas (que privilegia a sua exploração para geração de energia elétrica), o
código Florestal, o código de caça e o de Mineração. Estes códigos tinham seu • 1986 – CONAMA – editou a resolução 01/86 que trata do Estudo do Relatório
foco voltado para a proteção de determinados recursos ambientais de impor- de Impacto Ambiental.
tância econômica. • 1988 – Constituição – o meio ambiente foi alçado ao status de norma consti-
• 1940 – novo Código Penal incorpora a aplicação de penas a condutas lesivas tucional – cultura e meio ambiente separado- um capítulo exclusivo ao tema:
ao meio ambiente, mas ainda sob a ótica da saúde pública. o capítulo IV- pessoa física (restrição da liberdade)e jurídica esta sujeita à lei
penal.
• Foi no ciclo de governos inaugurados pela auto denominada Revolução de
1964, que apareceram as primeiras preocupações referentes a utilização dos • 1992 - II Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente – Rio de Janeiro.
recursos naturais de forma racional. Desse período datam: • 1998 – Lei 9.605/98 – Lei dos Crimes Ambientais - incorpora o conceito de
• A Lei nº 4.504, de 30.12.1964 (Estatuto da Terra), cultura e meio ambiente associado – tipifica ações e condutas lesivas ao meio
ambiente construído, cominando-lhes penas cabíveis. Regulamentação da
• O novo Código Florestal (Lei nº 4.771, de 15.09.1965),
previsão de aplicação de pena a pessoa jurídica.
• A Lei de Proteção à Fauna (Lei nº 5.197, de 03.01.1967),
• 2002 – Rio+ 10 – Joanesburgo.

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8 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 9
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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

2.1 DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO "Conjunto de normas e princípios editados


objetivando a manutenção do perfeito equi-
líbrio nas relações do homem com o meio
Primeiramente, iremos ver algumas definições de Meio Ambiente, Legislação Am- ambiente" (Tycho Brahe Fernando Neto).
biental e Direito Ambiental citada por alguns autores brasileiros:
"Conjunto de princípios e regras destinados
Meio Ambiente à proteção do meio ambiente, compreen-
dendo medidas administrativas e judiciais, Direito ambiental é um ramo
O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, com a reparação econômica e financeira dos do direito, constituindo
biológica, socioeconômicas e culturais que permitem, abrigam e regem a vida em danos causados ao meio ambiente e aos um conjunto de princípios
todas as suas formas. lei estadual nº 7.799/01. ecossistemas de uma maneira geral." (Car- jurídicos e de normas jurídicas
voltado à proteção jurídica da
los Gomes de Carvalho).
OU, qualidade do meio ambiente.

“circunvizinhança, em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos
naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações”. 2.2 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO
(NBR ISSO 14001;1996) AMBIENTAL BRASILEIRO
Legislação Ambiental Os doutrinadores nacionais têm apontado as seguintes características que mar-
cam o direito ambiental brasileiro:
Conjunto de leis que tratam da matéria ambiental.
- Aspecto Vertical e Horizontal
- Espécies Normativas
- Aspecto Vertical do Direito Ambiental, refere-se à matéria em virtude deste di-
I - Lei
reito abranger aspecto do direito público, do interesse da coletividade e também
Estabelece os critérios, condições, restrições e penalidades. do particular, funcionaria como uma ligação ou um intermédio entre o direito
II - Decreto público e particular.

O Decreto detalha os procedimentos previstos na lei e orienta a sua aplicação. - O aspecto Horizontal, é a interação, a recorrência com que o direito do ambien-
- Regulamenta a Lei. te faz dentro dos diversos ramos do direito, lançando mão e espargindo seus
institutos nos mesmos e sendo influenciado pelos mesmos. Assim é que se pode
- Hierarquicamente inferior a lei.
extrair e associar aspectos do direito ambiental no direito penal, civil, processual
Direito Ambiental civil, direito administrativo etc. Seria o aspecto interdisciplinar deste ramo do
direito ou sua interdisciplinaridade. Um bom exemplo é o instituto do Estudo de
"O conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos organicamente estrutura- Impacto Ambiental, inovação na legislação brasileira, trazida pela Lei 6938/81
dos para assegurar um comportamento que não atente contra a sanidade mínima (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente).
do meio ambiente." (Sérgio Ferraz).

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10 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 11
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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

- Visão Holística e Sistematizada do Meio Ambiente. belezas naturais ou de objetos de valor histórico ou artístico pelas indústrias, ou
pelo crescimento das cidades.
Neste âmbito, ainda que não seja dispensado o tratamento por bem ambiental
específico, deve -se sempre trabalhar com a visão totalizante, ou seja, o meio - Ramo do Direito Público (consequência: interpretação restritiva da norma).
ambiente, na realidade, é constituído por um complexo de relações que não po-
dem ser vistas de forma seccionada, isolada, inconsequente.

- Multidisciplinar 2.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO


O direito do ambiente, sabe-se, lida com o meio ambiente. Assim, seus con- DIREITO AMBIENTAL
ceitos, normas e doutrina, necessariamente recorrem às ciências que estudam
o meio ambiente para serem construídos. Neste aspecto, o direito ambiental
O Direito Ambiental está fundado em princípios, e tratando-se de um ramo do Direi-
necessita grandemente de recorrer à Biologia, à Geografia, à Agronomia, Enge-
to, possui princípios que são reconhecidos por diversos documentos da Organização
nharia Florestal, Biotecnologia, Ecologia etc. Alguns denominam também como
das Nações Unidas, e estão presentes nas Cartas Magnas de cada nação. Conforme
transversalidade. É impossível estudar e aplicar o Direito Ambiental, sem recor-
Antunes:
rer a conhecimentos de outros ramos da ciência.

- Visa Proteger Direitos Difusos ... Sabemos, contudo, que não se pode conceber o Direito Ambiental dentro
dos quadros do Direito tradicional. A relação do Direito Ambiental com os de-
Os direitos difusos caracterizam-se por mais ramos do Direito é uma relação transversal, isto é, as normas ambientais
tendem a se incrustar em cada um dos demais ramos do Direito. O Direito
serem disseminados e não individuados
Ambiental penetra em todos os demais ramos da Ciência Jurídica. ... (1996)
os seus beneficiários. De modo espe-
cífico, pode ser definir Direitos Difusos
como: "são os direitos transindividuais, Delgado (2005), afirma que a palavra princípio significa proposição elementar e
de natureza indivisível, de que sejam ti- fundamental que embasa um determinado ramo de conhecimento ou proposição
tulares pessoas indeterminadas e liga- lógica básica em que se funda um pensamento.
das por circunstâncias de fato." Também Conforme Moraes (2004):
chamados de metaindividuais e referen- "Outro aspecto de As razões que torna fundamental o estudo e à análise dos princípios do Direito Am-
te ao macrobem. extrema importância está biental, são:
em considerar o Direito
TEIXEIRA (1990) comenta sobre “Os no- Ambiental como um dos a) são os princípios que permitem compreender a autonomia do Direito Ambiental
ramos integrantes do Direito em face dos outros ramos do Direito;
vos “interesses difusos”: “A economia de
Público, assim considerado
massa, que caracteriza os tempos atuais, como toda disciplina jurídica
b) são os princípios que auxiliam no entendimento e na identificação da unidade e
trouxe novos problemas, como o dos da- que crie e/ou regulamente
obrigações entre o Estado e coerência existentes entre todas as normas jurídicas que compõem o sistema legis-
nos causados a milhares de consumidores
o particular, enquanto aquele lativo ambiental;
por pequenos defeitos nos produtos; o da
esteja envolvido em face
fraude publicitária; o da adulteração de ali-
de disposição legal e com c) é dos princípios que se extraem as diretrizes básicas que permitem compreender
mentos; o da poluição do ar, das águas, do natureza normatizadora. a forma pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade;
solo, pelas indústrias; o da destruição de

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12 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 13
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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

d) e, finalmente, são os princípios que servem de critério básico e inafastável para 1. Princípio da Prevenção
a exata inteligência e interpretação de todas as normas que compõem o sistema (PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO E DA ATUAÇÃO PREVENTIVA)
jurídico ambiental, condição indispensável para a boa aplicação do Direito.
O poder público e os particulares têm o dever de prevenir os danos ambientais.
Os Princípios que norteiam o Direito do Ambiente, tem suas origens nas Confe- Tal princípio desdobra-se na precaução. "Para proteger o meio ambiente, medidas
rências - marco de âmbito internacional, convocadas pela Organização das Nações de precauções devem ser largamente e aplicadas pelos Estados segundo suas ca-
Unidas -ONU- e foram influenciar os direitos internos dos países. O direito interno pacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de cer-
do Brasil seguiu a mesma lógica, uma vez que o legislador pátrio vai construir nor- teza absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas
mas ambientais relevantes, características, sistematizadas, depois da primeira Con- efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente" (Declaração do Rio/
ferência mundial de o meio ambiente humano em 1972. Os doutrinadores pátrios CNUMAD/92).
elencam, a partir de suas visões, de suas percepções, os Princípios que vão presidir
o Direito Ambiental brasileiro. Machado (1994), elenca cinco itens que cons-
tituem a aplicação do princípio da prevenção
São vários os elencos de princípios escritos pelos doutrinadores nacionais e es- e precaução, que são: a) identificação e in-
trangeiros como: O prof. Paulo Afonso Leme Machado, Ramón Martín Mateo, Celso ventário das espécies animais e vegetais de
Pacheco Fiorillo, Edis Milaré e Marcelo Abelha. um território, quanto a conservação da natu-
reza e identificação e inventário das fontes
Nesta apostila trabalharemos com uma síntese dos princípios: contaminantes das águas e do ar, quanto ao
controle da poluição; b) Identificação e in-
1ª Princípio do Meio Ambiente equilibrado como um direito humano fundamental No aspecto da prevenção
ventário dos ecossistemas, com a elabora-
teve sua origem na Declaração de Estocolmo/72 (CNUMAH). O homem tem o direito específica, a degradação
ção de um mapa ecológico; c) Planejamento
ao ambiente ecologicamente equilibrado, pois havendo o desequilíbrio ecológico, deve ser prevenida através
ambiental e econômico integrados; d) Orde- de medidas de combate
está em risco a própria vida humana. Todos os demais princípios decorrem deste.
namento territorial ambiental para valoriza- à poluição, por exemplo.
Colocado por alguns como direitos de terceira geração, dentro dos chamados Direi- Prevenção leva a ideia de que
ção das áreas de acordo com sua aptidão; e
tos de Solidariedade (Direitos de 1ª Geração: Direitos de Liberdade; Direitos de se há um perigo comprovado,
e) Estudo de impacto ambiental.
deve ser eliminado. Já na
2ª Geração: Direitos de Igualdade; Direitos de 3ª Geração: Direitos de Fraternidade Precaução, as ações positivas
Alguns doutrinadores discordam dessa clas-
ou solidariedade). Do ponto de vista do direito interno, o mais relevante reconhe- em favor do ambiente devem
sificação e diferenciam prevenção de pre- ser tomadas mesmo sem
cimento deste princípio está no caput do artigo 225 da Constituição da República
caução. evidência científica absoluta.
Federativa do Brasil de 1988 que diz:
A Precaução "é anterior à
2. Princípio Democrático manifestação do perigo". A
Precaução surge quando o
“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Tal princípio tem raízes nos movimentos rei- risco é alto
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presen- vindicatórios da sociedade civil e, como tal,
tes e futuras gerações.” é essencialmente democrático. Ele concretiza-se através do direito à informação
e do direito à participação. Sua origem está associada à Declaração de Estocolmo,
onde o momento ambientalista evidenciou-se.

Assegura ao cidadão o direito pleno de participar na elaboração e na execução das

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14 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 15
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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

políticas públicas ambientais. A Constituição brasileira estatui: custa da degradação do meio ambiente. A busca do desenvolvimento sustentável
implica no uso de ações racionais que preservem os processos e sistemas essen-
1) O dever jurídico do povo defender e preservar o meio ambiente; ciais à vida e à manutenção do equilíbrio ecológico.

2) Direito de opinar sobre as políticas públicas, através das audiências públicas e Neste âmbito, pode-se inserir, inclusive, a questão da função socioambiental da
integrando os órgãos colegiados ambientais. propriedade, pois a exploração racional e a preservação dos recursos naturais, com-
põem exatamente a ideia do desenvolvimento sustentável, ou seja, busca do de-
Previsões legais:
senvolvimento sem violar a sustentabilidade do meio ambiente.

1) O direito à informação tem a previsão legal no art. 5º, XXXIII da Constituição Fe-
4. Princípio da Responsabilidade Intergeração
deral de 1988;
A solidariedade e perpetuidade da vida humana enquanto espécie faz com que o
2) O direito de petição (art. 5º, inciso XXXIV, "a", C.F.). Assim, o cidadão pode acio-
homem pense não só na existência presente, mas nas gerações que virão suces-
nar o poder público para que este, no exercício de sua autotutela, ponha fim a uma
sivamente. O meio ambiente é um bem que vem do passado, passa pelo presente
situação de ilegalidade ou de abuso de poder.
e há de permanecer viável para a humanidade que se sucede continuamente. Tal
compromisso define o sentido da responsabilidade intergeração. Interessante no-
3) O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (Art. 225,1V, § 1º C.F.). O Decreto 99.274 de
tar que há uma responsabilização por um direito futuro, por vir, não presente, mas
06/06/1990 explicita em seu artigo 14, I, que o SISNAMA deverá observar: "o aces-
possível.
so da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio ambiente e às
ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo Conama;". Há ainda os
5. Princípio da Consideração da Variável Ambiental
mecanismos jurídicos (medidas judiciais) fundados no princípio democrático: ação
popular e ação civil pública, dentre outras. Há que se "levar em conta a variável ambiental em qualquer ação ou decisão -
pública ou privada - que possa causar algum impacto negativo sobre o meio". É o
A Educação ambiental em todos os níveis também se insere em tal princípio. Cabe
princípio da ubiquidade defendido por Fiorillo. Alguns exemplos positivados podem
a está um papel transformador no lidar com as questões ambientais da sociedade,
exemplificar a preocupação do legislador brasileiro neste aspecto:
possibilitando um tratamento holístico que o meio ambiente requer e a sociedade
como sujeito da história. Especificamente quanto à educação ambiental, vale men- A)- O Decreto 95.733 de 12.2.88, preconiza: " no planejamento de projetos e obras,
cionar o art. 225, art. da Constituição Federal de l988. Tal Princípio tem como sinô- de médio e grande porte, executados total ou parcialmente com recursos federais,
nimo o Princípio da Participação Comunitária ou Princípio da Participação Popular. serão considerados os efeitos de caráter ambiental, cultural e social, que esses em-
preendimentos possam causar ao meio considerado".
3. Princípio do Desenvolvimento Sustentável
Não só "obras e projetos federais" serão obrigados a considerar o "efeito ambien-
Equilíbrio entre os desejos humanos e as potencialidades do planeta, esta é a meta,
tal", mas projetos e obras estaduais e municipais, que tenham recebido ou irão
pois o homem deve produzir sem degradar, consumir sem destruir, manejar sem
receber verbas federais.
aniquilar, posto que é fundamental assegurar uma sadia qualidade de vida para
as futuras gerações, possibilitando a satisfação das necessidades humanas, com o B) - O Decreto 468 de 6.3.92, estabelece regras para redação de atos normativos do
equilíbrio dos recursos naturais. poder executivo e dispõe sobre a tramitação de documentos sujeitos à aprovação
do Presidente da República.
Se há o direito dos povos à busca do desenvolvimento, este não se deve efetivar à

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16 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 17
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

O anexo II prevê que deve ser levado em conta sete itens: 1) síntese...; 2) solução lista as incumbências do poder público na defesa do meio ambiente. Neste caso,
e...; 3) Alternativas; 4) custos; 5) razões que...; 6) Impacto sobre o meio ambiente tomado como uma proposta da doutrina brasileira aponta-se de alcance nacional.
(sempre que o ato ou medida possa vir a tê- lo); 7) síntese do...
8. Princípio do Poluidor Pagador (Ppp)
O servidor público (inclusive os Ministros e Secretários de Estado) passa a ser res-
ponsáveis pela análise da possibilidade de efeitos ambientais do ato ou medida que O objetivo do princípio do poluidor-pagador é forçar a iniciativa privada a inter-
se proponha. A responsabilidade não se circunscreve ao M.M.A., mas se dissemina nalizar os custos ambientais gerados pela produção e pelo consumo na forma de
por toda administração federal direta e indireta. Por ter origem na doutrina brasilei- degradação e de escasseamento dos recursos ambientais.
ra, tem alcance nacional.
O poluidor tem que arcar com o ônus dos danos de sua atividade. O que se quer é
6. Princípio da Cooperação Internacional Entre Os Povos a prevenção, a precaução, o cuidado prévio (e aqui, cabe ao potencial poluidor cus-
teá-los). No entanto, ocorrida a degradação e a poluição, cabe ao poluidor pagar tal
Os países têm que se pautar, conforme o Direito Internacional Geral propugna, pela reparação. Como o princípio enuncia, não se deve inferir que paga-se para poluir.
busca da cooperação internacional. Também aqui se inclui a responsabilidade por Assim, o poluidor deve não só pagar, mas reparar o dano. "Visa sinteticamente à
ações e omissões cometidas num dado território que podem afetar seus vizinhos. internalização dos custos externos de deterioração ambiental" (Morato Leite).
Os países têm responsabilidades ambientais comuns, mas diferenciadas, segundo
seu desenvolvimento e sua capacidade. 9. Princípio do Usuário-Pagador

A Cooperação Internacional expressa-se na solidariedade entre os povos. Dada a escassez e a sensibilidade dos recursos ambientais, é um direito do poder
público cobrar do usuário do recurso, a devida contrapartida financeira para custear
Neste princípio está incluída a cooperação no sentido de repassar os conhecimentos direta ou indiretamente, o movimentar da máquina administrativa pública visando
de tecnologia limpa e conhecimentos de proteção do ambiente obtidos pelos países a proteção em todos os níveis destes recursos ambientais.
mais avançados e que têm possibilidade econômica de investir e obter resultados
nas pesquisas ambientais. Também é de se considerar que o acesso específico de alguns a tais recursos (em
detrimento da maioria), implica num certo retorno de recursos para a coletividade
7. Princípio da Natureza Pública da Proteção Ambiental que não teve acesso a este recurso ambiental.

Ao lado da participação comunitária, o poder público tem o dever indeclinável de

2.4 FONTES DO DIREITO AMBIENTAL


exercer tal proteção, devendo levar em consideração a variável ambiental no pro-
cesso decisório político administrativo. Cabe-lhe elaborar uma legislação nacional
eficaz, tanto no aspecto material, quanto processual, delineando o papel de cada
esfera do poder neste âmbito. A palavra "fonte", aplicada ao direito, como coloca MONTORO, citando o jurista hún-
garo Barna Horvath, "é o próprio direito em sua passagem de um estado de fluidez
Há atos e instrumentos da política nacional do meio ambiente que só serão vá-
e invisibilidade subterrânea ao estado de segurança e clareza." As Fontes dividem-
lidos se tiverem a tramitação pelos órgãos públicos ambientais (Licenciamentos,
-se em Fontes Materiais e Fontes Formais.
licenças, EIA/RIMA, entre outras.). Neste sentido, a natureza pública da proteção
ambiental se faz muito presente. O artigo 225 da Constituição Federal, no seu pa- - FONTES MATERIAIS: Especificamente, a doutrina ambiental brasileira aponta algu-
rágrafo primeiro, informa que "Para assegurar a efetividade desse direito (ao meio mas fontes materiais específicas, pois correlacionam-nas como diretamente ligadas
ambiente ecologicamente equilibrado) incumbe ao poder público:" e daí em diante ao surgimento de uma fonte formal, ora a lei, ora uma Convenção Internacional. São

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18 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 19
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

fontes materiais do direito ambiental: os aspectos ambientais que são ali apontados nos incisos respectivos. Basta men-
cionar que a Fonte Maior prevê no artigo 225, o direito ao meio ambiente ecologica-
- Movimentos Populares: (por uma melhor qualidade de vida; contra o uso da ener- mente equilibrado, incumbindo ao poder público e à coletividade o dever de defen-
gia nuclear e a destinação do lixo atômico; contra o uso indiscriminado de agrotóxi- dê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. As regras de competência
cos; contra o extermínio das baleias que gerou a proibição mundial de caça às ba- dos entes federados é dada nos artigos 23. 24 e 30 da C.F./88, dentre outras.
leias, adotada pela Comissão Baleeira Internacional (IWC), com base na "Convenção
Internacional de Pesca à Baleia" (no Brasil, decreto 73.497 17/01/94. Atualmente, - Leis Ordinárias: Esta fonte é a mais expressiva, pois o direito em geral e o brasi-
países que continuam caçando a baleia: Japão, Noruega e Islândia; contra as explo- leiro em particular, possui expressivas matérias ambientais tratados na lei ordinária.
sões atômicas experimentais). Como referenciar, adiante se apontará os "Marcos Legislativos Ambientais", em que
as principais leis ambientais e seus conteúdos suscintos são trazidos. Como exem-
- Descobertas Científicas: A descoberta científica de que os Efeitos do CFC na cama- plo, basta citar a Lei 6938/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), a Lei
da de Ozônio era um dos responsáveis pelo Buraco na Camada de Ozônio foi deci- 7347/85 ( Lei da ação Civil Pública ) e a Lei 9605/98 ( Lei dos Crimes Ambientais ),
siva para a criação do Protocolo de Montreal sobre as substâncias que destroem a como diplomas extensamente utilizados no âmbito da legislação ordinária.
camada de Ozônio; a associação científica de que a emissão excessiva de CO2 pelos
carros e pela indústria (queima de combustível fóssil) e as queimadas intensas, fa- - Atos Internacionais: (âmbito do direito internacional público e do direito constitu-
vorecem as chuvas ácidas e induz ao efeito estufa teve um papel capital para que cional). Atos validamente firmados, bem ditos. Neste campo estão os Tratados ou
se elaborasse a Convenção sobre as Mudanças Climáticas Globais e o Protocolo de Convenções Internacionais, cuja ritualística de formatura está apontada na Cons-
Kyoto, este especificamente referente às emissões dos gases de efeito estufa. tituição Federal de l988. Juridicamente, um ato internacional, após sua assinatu-
ra, deverá ser ratificado pelo Presidente, desde que previamente autorizado pelo
- Doutrina Jurídica: Em especial no campo dos princípios e estudos que organizam Congresso Nacional. Com a carta de ratificação, o documento internacional passa a
e sugerem uma adequação legislativa que vai influenciar na elaboração das leis e ser obrigatório para o Brasil e, alcançado o número mínimo de ratificações interna-
na aplicação judicial das normas de proteção ao meio ambiente. Neste sentido for- cionais, entrará em vigor no ordenamento internacional.
mularam-se princípios tais que o Princípio da Prevenção, o Princípio da Precaução e
outros, que embasam toda uma construção legislativa posterior. Há uma gama de Convenções regionais ou mundiais que o Brasil é signatário na
área ambiental. Cita-se a Convenção da Biodiversidade e a Convenção-Quadro so-
- FONTES FORMAIS: As fontes formais tratam do direito positivado, normatizado. bre as Mudanças Climáticas Globais (da qual deriva o Protocolo de Quioto, outro
Como o direito, advindo das fontes materiais, se revela formalmente, obrigando. No Tratado Internacional) como exemplos relevantes. No ordenamento jurídico brasi-
dizer de MORAES18, a "lei é fonte de obrigação do Direito Ambiental. Sua interpre- leiro, a doutrina constitucionalista entende que as Convenções são recepcionadas
tação, por carregar norma limitativa e proibitiva, possui interpretação restritiva e, ao nível de lei ordinária (à exceção dos Tratados de Direitos Humanos, que são
como visto nesse tópico, qualquer ato (contrato, acordo, termo etc.), realizado pela recepcionados como Emendas Constitucionais, conforme o Artigo 5º, § 3º, C.F./88,
Administração na área ambiental, deve ter objeto específico e dentro do limite da introduzido pela Emenda 45/2004).
lei, ou seja, mesmo sendo bem jurídico coletivo, de interesse ao bem comum, os
excessos e as exigências de proteção ao meio ambiente, acima dos limites legais, - Normas Administrativas: originárias dos órgãos competentes Neste âmbito, ci-
devem ser reduzidos até o limite da legislação, para que não causem lesão e outros tam-se as RESOLUÇÕES do Conselho Nacional do Meio Ambiente, as quais detalham
direitos, também com proteção constitucional. a aplicação da lei. É certo que não se caracterizaria como uma fonte formal típica.
Entretanto, na prática, os detalhamentos vão muito além do que a lei claramen-
- Constituição: A Constituição Federal de 1988 é a norma superior interna, que pre- te normatizou. Neste aspecto limitado, as RESOLUÇÕES, PORTARIAS, INSTRUÇÕES
side as demais. Quando se mencionar as principais leis ambientais, serão apontados NORMATIVAS emanadas dos órgãos ambientais competentes, cumprem uma fun-

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20 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 21
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

ção normativa que tem sido relativamente aceita ou contestada, vislumbrando-se - Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que dire-
uma função legislação e reveladora da norma, que a norma que lhe é superior não ta ou indiretamente:
contém nem lhe autoriza.
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
- Jurisprudência: rigorosamente, não é uma fonte formal. Utilizada na aplicação da b) criam condições adversas às atividades sociais e econômicas;
norma e sua interpretação. A reiteração de uma decisão de um tribunal firmas e na
c) afetem desfavoravelmente a biota;
jurisprudência. Nos Tribunais Superiores, existem as SÚMULAS. Para alguns, numa
visão extremada, na medida em que a jurisprudência que se dirigia num sentido, d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
altera-se para outro, cria uma nova visão e até revela um novo direito. e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais;

- Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do

2.5 O BEM AMBIENTAL PROTEGIDO meio ambiente;

- Poluidor: Pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta


Definição Legal de "Meio Ambiente" ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.

"O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e Enfim, em qualquer organização pública ou privada, o Direito Ambiental traduz a
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas" (lei 6938/81, busca permanente pela melhoria da qualidade ambiental de serviços, produtos e
artigo 30). É uma definição limitada e a doutrina tem elastizado o seu alcance, muito ambientes de trabalho, num processo de aprimoramento que propicia o desenvol-
mais do que a definição permite. vimento de sistemas de gestão ambiental globalizados e abrangentes. Ao operar
nesses sistemas, as organizações incorporam as melhores práticas corporativas em
Definição de Bem Ambiental vigência, além de procedimentos gerenciais e técnicos que reduzem ao mínimo as
possibilidades de dano ao meio ambiente, da produção à destinação de resíduos.

“O bem ambiental é aquele de interesse difuso, indispensável à manutenção


da qualidade ambiental. Sobrepõe-se à natureza jurídica pública ou privada
que um bem possa ter. Os titulares da posse ou propriedade do bem ambien-
tal devem ser ao mesmo tempo o poder público e a sociedade civil. Na verda-
2.6 DIREITO AMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
de, pode-se ter bem privado de interesse difuso e bem público de interesse
difuso. Segue abaixo um quadro com diversos bens ambientais.” Juristas Lei-
gos – Direito Ambiental, 2002 (extraído da apostila Juristas Leigos – Direito Ambiental, 2002)

- Recurso Ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, O Direito ambiental brasileiro tenta conciliar a produtividade, a livre concorrência,
os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna a propriedade privada e a busca do pleno emprego com a preservação e defesa do
e a flora. meio ambiente. A Constituição Federal de 1988, ao disciplinar a ordem econômica
no seu art. 170, tenta estabelecer essa conciliação que é bem definida no conceito
As expressões “bem ambiental” e “recursos ambiental”, são consideradas equiva-
de desenvolvimento sustentável. Desse modo:
lentes.

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22 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 23
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

- e, quando devidamente cobrado (sempre por ação civil pública), destina-se a um


O desenvolvimento sustentável é a tentativa de conciliar produtividade e pro-
teção ambiental atendendo “às necessidades do presente sem comprometer fundo (art. 3º da lei 7.347/85). Enquanto o segundo refere-se ao dano individual e
a capacidade de as gerações futuras atenderem às suas”. sua indenização é dirigida a recomposição do patrimônio individual das vítimas.

A responsabilidade ambiental é de 03 (três) tipos: Administrativas, Civil e Penal.


“Isso implica a superação do modelo jurídico estruturado sobre uma concepção pa-
trimonialista de jurisdicização de interesses e a incorporação de novas concepções Responsabilidade Administrativa: resulta da infração de normas administrativas
de direito, que pautem a reflexão e a construção teórica de forma que se atenda a sujeitando-se o infrator a uma sanção de natureza também administrativa tais
estas novas demandas de respeito universal à pessoa enquanto inserida num meio como multa, advertência, interdição de atividades, suspensão de benefícios etc.
ambiente e dele dependente, meio esse cuja proteção efetiva encontra-se ameaça-
da pela inadmissível concepção individualista e não solidária de direito”. Para fazer valer suas normas a administração pública se vale do poder de polícia
exercido sobre bens e atividades que possam afetar a coletividade.

As sanções administrativas requerem a instauração do respectivo processo admi-


2.7 DANO AMBIENTAL nistrativo punitivo, necessariamente contraditório com oportunidade de defesa e
estrita observância do devido processo legal.

2.7.1 O QUE É DANO AMBIENTAL? Responsabilidade Criminal: deriva do cometimento de crimes ou contravenção, fi-
cando o infrator sujeito a multa (pena pecuniária) ou perda da liberdade (pena de
O dano ambiental, a degradação ambiental está definida no artigo 3º da Lei nº perda de liberdade).
6.938/1981 como:
Só se constitui crime ecológico aquilo que estiver definido em lei. Não existe crime
sem definição legal anteriormente prevista. Vale dizer que ação penal relativas aos
É a alteração adversa das características do meio ambiente, de tal maneira crimes ecológicos são de natureza pública e só podem ser propostas pelo Ministério
que prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar da população, crie condi-
Público, na forma do Código de Processo Penal.
ções prejudiciais às atividades sociais, afete desfavoravelmente a biota, pre-
judique condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente ou, por fim, lance
rejeitos ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

Helita Barreira Custódio (1993), adverte que o conceito legal do dano, mencionado
acima, compreende a degradação de todos os recursos naturais e culturais inte-
grantes do patrimônio ambiental, considerados individualmente ou em conjunto. É
intuitivo, quanto mais grave o dano ecológico, maior a soma de recursos gastos na
recuperação ambiental.

A legislação prevê expressamente duas modalidades de dano ambiental: o dano


causado ao meio ambiente, denominado dano ambiental coletivo e o dano causado
a terceiros, denominado dano ambiental individual.

O primeiro é causado ao ambiente globalmente considerado – patrimônio coletivo

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24 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 25
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

No quadro abaixo está descrito os principais crimes ambientais, com as respectivas Em alguns casos, as penas podem ser aumentadas em até um terço, se das infra-
penas, de acordo com a lei 9.605/98: ções resultarem diminuição das águas naturais, erosão ao solo, modificação do solo
climático ou se o crime for cometido em épocas de queda de sementes, formação
Pesca com utilização de explosivos e subs- vegetal, seca ou inundação.
Um a cinco anos de reclusão.
tâncias tóxicas.
Responsabilidade Civil: é aquela que impõe ao infrator a obrigação de restituir os
Caça a espécies de fauna silvestres. Seis meses a um ano detenção e multa.
prejuízos causados pelas condutas lesivas aos bens ambientais. Pode derivar da lei
(responsabilidade legal) ou do contrato (responsabilidade contratual).
Danos à procriação da fauna. Seis meses a um ano de detenção e multa.

Exportação de pele e couro bruto de


Um a três anos de reclusão.
répteis e anfíbios.

Maus tratos e experiências


Três meses a um ano de detenção.
dolorosas em animais.

Um a três anos de detenção para os respon-


Poluição das águas por empresas
sáveis.

Degradação a viveiros e açudes Um a três anos de detenção.

Danos à flora Um a cinco anos de reclusão.

Destruição de florestas Um a três anos de detenção e multa.

Provocação de incêndios em matas Até quatro anos de reclusão e multa.

Fabricação e venda de balões Um a três anos de detenção e multa.

Extração mineral Seis meses a um ano de detenção e multa.

Corte e transformação de madeira de lei


Um a dois anos de reclusão e multa.
em carvão

Impedir a regeneração natural de florestas Seis meses a um ano de detenção e multa.

Comercialização e uso ilegal da motoserra Seis meses a um ano de detenção e multa.

Pesca em períodos proibidos Um a três anos de detenção e multa.

Pesca em quantidades excessivas Um a três anos de detenção e multa.

Poluição com danos à saúde humana Um a quatro anos de reclusão.

Danos ao patrimônio público Um a três anos de reclusão e multa.

Pinchar ou grafitar monumentos Três meses a um ano de detenção e multa.

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26 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 27
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

3 POLÍTICA AMBIENTAL NO
pria, não articuladas à questão ambiental, o que evidenciou o desenvolvimento
isolado deste setor.

BRASIL Ao longo dos anos 1990, o modelo de política ambiental executado no Brasil entrou
em crise, por não atender a nova pauta da política internacional definida na Eco-
92; e, por não atender às demandas de cidadania e de consciência ambiental que
se generalizava. Isso fez com que se comprovasse, finalmente, a necessidade de
3.1 CONCEITO DE POLÍTICA AMBIENTAL redefinição das opções de política ambiental e do próprio papel do Estado Brasileiro.

A criação do Ibama não consolidou um modelo institucional adaptado aos novos


desafios. O próprio Ministério do Meio Ambiente, segundo Celso Bredariol, “sempre
Declaração de uma organização expondo suas intenções e princípios em rela-
ção ao seu desempenho ambiental global, que prevê uma estrutura para ação viveu uma grande defasagem entre prática e proposta de política ambiental”. Se-
e definição de objetivos e metas ambientais. Filho et al, 2000 gundo o MMA, a sua proposta consiste em conceder “especial ênfase à inserção da
dimensão ambiental nas decisões de políticas públicas” e à “introdução da variável
ambiental como critério relevante nas decisões de política econômica e de financia-
No Brasil, a política ambiental brasileira nasceu e se desenvolveu nos últimos qua-
mentos de projetos pelas agências oficiais de desenvolvimento (...)”
renta anos como resultado da ação de movimentos sociais locais e de pressões
vindas de fora do país. Do pós-guerra até 1972 – ano da Conferencia de Estocolmo Assim, a política ambiental brasileira propriamente dita se desenvolveu de forma
–, não havia propriamente uma política ambiental, mas sim, políticas que acabaram tardia em relação às demais políticas setoriais do país e em função das pressões
resultando nela. externas dos países desenvolvidos. A Lei de Crimes Ambientais, por exemplo, não
chega a completar uma década de existência. Segundo Raquel Rigotto, se partir-
Os temas predominantes eram o fomento à exploração dos recursos naturais, o
mos de uma visão socioambiental integradora das diferentes dimensões da relação
desbravamento do território, o saneamento rural, a educação sanitária e os emba-
entre sociedade e natureza, devemos desenvolver uma compreensão ampla das
tes entre os interesses econômicos internos e externos. A legislação que dava base
repercussões ambientais sobre a vida social, particularmente dos efeitos das trans-
a essa política era formada pelos seguintes códigos:
formações ambientais sobre a saúde da população em geral.

→ De águas (1934);
No entanto, não foi isso o que aconteceu no caso do Brasil desse último século. A
→ Florestal (1965); política ambiental brasileira não foi abordada, na prática, sob uma ótica integrada
→ e de caça e pesca (1967). às demais áreas com ela relacionadas, como as de saúde e de saneamento, por
exemplo. Essas áreas, que foram alvo de políticas setoriais próprias, exercem e
Não havia, no entanto, uma ação coordenada de governo ou uma entidade gestora sofrem impactos extremamente visíveis sobre o meio ambiente. Para se ter uma
da questão. ideia, o lançamento de esgoto a céu aberto é, segundo o IBGE, hoje, a degradação
ambiental mais frequente nas cidades brasileiras, o que gera, por consequência, um
O modelo da política ambiental brasileira elaborada a partir da Conferência de impacto negativo na saúde coletiva, especialmente a infantil.
Estocolmo tinha assim como pilares: o controle da poluição e a criação de uni-
dades de conservação da natureza. O crescimento populacional e o saneamento A política ambiental ideal seria aquela que incorporasse as diversas dimensões da
básico – componentes de políticas setoriais de impacto sobre o meio ambiente vida humana em sociedade, o que inclui as suas dimensões sociais, ambientais, po-
– ficaram excluídos desse modelo, constituindo, cada um, objeto de política pró- líticas e econômicas. O planejamento deve assim orientar-se em torno do princípio

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28 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 29
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

4 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
de sustentabilidade, entendido aqui como o princípio que fornece as bases sólidas
para um estilo de desenvolvimento humano que preserve a qualidade de vida da
espécie no planeta.

A dimensão ambiental deve, por isso, integrar de forma relevante a política de de-
AMBIENTAL
senvolvimento das nações em geral. A adoção da perspectiva ambiental significa
reconhecer que todos os processos de ajuste setorial e de crescimento estão con- Atualmente, a necessidade de transformações para superarmos as injustiças am-
dicionados pelo entorno biofísico local, nacional e global. Deve, portanto, ser com- bientais é de extrema urgência, frente à desigualdade social, a apropriação da na-
binada com outras perspectivas críticas baseadas na preocupação com os direitos tureza – e da própria humanidade – como objetos de exploração e consumo.
humanos, com os valores da autonomia nacional e da identidade cultural dos povos
a que se referirem. A educação ambiental assume sua parte no enfrentamento dessa crise radicalizan-
do seu compromisso com mudanças de valores, comportamentos, sentimentos e
- Ambiente Institucional da política ambiental no Brasil atitudes, que deve se realizar junto à totalidade dos habitantes de cada base territo-
rial, de forma permanente, continuada e para todos. Uma educação que se propõe
Três esferas de poder regulamentam o ambiente institucional. No âmbito federal, a fomentar processos continuados que possibilitem o respeito à diversidade bioló-
os órgãos são: gica, cultural, étnica, juntamente com o fortalecimento da resistência da sociedade
a um modelo devastador das relações de seres humanos entre si e destes com o
• Ministério do Meio Ambiente (MMA);
meio ambiente.
• Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA);
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Para se entender educação ambiental como política pública, é interessante iniciar
(Ibama). com os significados dessas palavras:

- Responsabilidades

MMA CONAMA IBAMA


4.1 CONCEITO DE POLÍTICA
- Assume direitos, créditos
- Consultivo e deliberativo A palavra política origina-se do grego e significa limite.
e obrigações da Sup. Da
do sistema Nacional de
Borracha, do IBDF, da SEMA
Meio Ambiente;
e da Sudepe;
- Órgão colegiado, com re- “... é a arte de definir os limites, ou seja, o que é o bem comum” (Gonçalves,
- Controla e fiscaliza ativi-
- Planejamento da política presentantes do governo e 2002). Para Arendt (2000), a pluralidade é a “condição pela qual” (conditio per
dades com potencial de
da sociedade civil; quam) da política, implica e tem por função a conciliação entre pluralidade e
degradação ambiental;
- Composto por 10 câmaras igualdade.
- Exige EIA e RIMA para
técnicas permanentes e 8
licenças ou de planejamen-
temporárias.
to, instalação ou operação.
A educação ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber
ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social
e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da
apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada para a cidada-

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30 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 31
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

nia ativa considerando seu sentido de pertencimento e corresponsabilidade que, Atualmente, o conceito de desenvolvimento sustentável indica claramente o trata-
por meio da ação coletiva e organizada, busca a compreensão e a superação das mento dado à natureza como um recurso ou matéria-prima destinado aos objetivos
causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais. de mercado cujo acesso é priorizado a parcelas da sociedade que detém o controle
do capital. Este paradigma mantém o padrão de desenvolvimento que produz
Trata-se de construir uma cultura ecológi- desigualdades na distribuição e no acesso a esses recursos, produzindo a pobre-
ca que compreenda natureza e sociedade za e a falta de identidade cidadã.
como dimensões intrinsecamente relacio-
nadas e que não podem mais ser pensa- Considerando a ética da sustentabilidade e os pressupostos da cidadania, a po-
das — seja nas decisões governamentais, lítica pública pode ser entendida como um conjunto de procedimentos formais e
seja nas ações da sociedade civil — de for- informais que expressam a relação de poder e se destina à resolução.
ma separada, independente ou autônoma Quando entendemos política
(Carvalho, 2004). a partir da origem do termo, O PNEA enfatiza a questão da interdisciplinaridade metodológica e epistemo-
como limite, não falamos de lógica da educação ambiental como “componente essencial e permanente da
O meio ambiente como política pública, regulação sobre a sociedade, educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada em todos os ní-
não pontual, no Brasil, surge após a Con- mas de uma regulação veis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal” (art.
ferência de Estocolmo, em 1972, quando, dialética sociedade-Estado 2º). Reforça a responsabilidade coletiva da sua implementação, seus princípios
devido às iniciativas das Nações Unidas em que favoreça a pluralidade e básicos, objetivos e estratégias.
a igualdade social e política.
inserir o tema nas agendas dos governos,
Já o ambientalismo coloca- Apesar de no Brasil existir a ideia de leis que “não pegam”, uma lei existe para
foi criada a SEMA (Secretaria Especial de
nos a questão dos limites que
Meio Ambiente) ligada à Presidência da ser cumprida ou questionada, de modo que, logo após a promulgação da Política
as sociedades têm na sua
República. Mas apenas após a I Conferên- Nacional de Educação Ambiental (PNEA), foi criada no Ministério da Educação a
relação com a natureza, com
cia Intergovernamental de Educação Am- suas próprias naturezas como Coordenação Geral de Educação Ambiental e no Ministério do Meio Ambiente, a
biental de Tibilise, em 1977, a educação sociedades. COMENTE. Diretoria de Educação Ambiental como instâncias de execução da PNEA.
ambiental foi introduzida como estratégia
Assim, a educação ambiental insere-se nas políticas públicas do Estado brasi-
para conduzir a sustentabilidade ambiental
leiro de ambas as formas, como crescimento horizontal (quantitativo) e vertical
e social do planeta.
(qualitativo), pois enquanto no âmbito do MEC pode ser entendida como uma
A concepção de educação ambiental é de- estratégia de incremento da educação pública, no do MMA é uma função de
finida pela Política Nacional de Educação Estado totalmente nova. A perspectiva de políticas públicas do órgão gestor
Ambiental (PNEA–lei 9795/99) que em seu da educação ambiental, hoje, inclui essas três modalidades. O MEC e o MMA
artigo primeiro define a educação ambien- em seus respectivos setores de educação ambiental, pautados pelo ProNEA —
tal como processos por meio dos quais o Programa Nacional de Educação Ambiental — estão implantando programas e
indivíduo e a coletividade constroem va- projetos junto às redes públicas de ensino, unidades de conservação, prefeituras
lores sociais, conhecimentos e habilidades, municipais, empresas, sindicatos, movimentos sociais, organizações da socieda-
atitudes e competências voltadas para de civil, consórcios e comitês de bacia hidrográfica, assentamentos de reforma
conservação do meio ambiente, bem de agrária, dentre outros parceiros.
uso comum do povo, essencial à sadia qua-
São objetivos fundamentais da Educação Ambiental, descritos na Lei, o incentivo à
lidade de vida e sua sustentabilidade.

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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

5 POLÍTICAS DE GESTÃO
participação individual e coletiva permanente
e responsável na conservação e preservação
do meio ambiente, entendendo-se a defesa da
qualidade ambiental como um valor insepará-
vel do exercício da cidadania; o fomento e for-
DE RESÍDUOS (URBANOS E
talecimento à integração da educação com a
ciência, a tecnologia e a inovação na perspec-
RURAIS)
tiva da sustentabilidade; o estimulo ao desen-
Em 2009, foi sancionada, pelo
volvimento e à adoção de tecnologias menos
governador Paulo Hartung
poluentes e impactantes; dentre outros. Resíduo é tudo aquilo não aproveitado nas atividades humanas, proveniente
Gomes (ES), a Lei nº 9.265,
das indústrias, comércios e residências (exemplos: o lixo produzido de diver-
que institui a Política Estadual
sas formas, e todo aquele material altamente tóxico ou prejudicial ao meio
Nas escolas, a educação ambiental deve- de Educação Ambiental. A
ambiente).
rá ser inserida em todos os níveis e moda- lei tem como um de seus
lidades de ensino constituindo-se em uma princípios a concepção do
meio ambiente em sua
prática educativa contínua, permanente e
integrada aos projetos educacionais e incor-
totalidade, considerando
a interdependência 5.1 O PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS
porada ao projeto político-pedagógico das entre o meio natural, o
instituições de ensino. Para isso, os profissio- socioeconômico, o político e
o cultural, sob o enfoque da 5.1.1 FUNDAMENTOS
nais da educação devem receber formação
sustentabilidade
continuada em educação ambiental. Os fundamentos básicos do plano foram discutidos ao longo do documento e po-
dem assim ser resumidos:

a) Manutenção do sistema atual de coleta, transporte e destinação final no Aterro


Controlado de Ariró;

b) Melhoria imediata do sistema de coleta, transporte e destinação final, com mo-


dificações na infraestrutura existentes, melhoria e adequação dos equipamentos e
métodos em execução;

c) Separação na geração de resíduos úmidos e secos empregando-se recipientes


diferenciados;

d) Melhoria do sistema de comunicação entre a empresa terceirizada responsável


pela coleta, transporte e disposição e as comunidades atendidas;

e) Implantação de um sistema de gerenciamento e controle das ações do plano, a


cargo da SEMADUR;

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Os resíduos podem ser: Os Resíduos sólidos e líquidos podem ser de dois tipos, de acordo com sua composi-
ção química: resíduos orgânicos, provenientes de matéria viva (por exemplo, restos
- Resíduo sólido: são materiais não aproveitados que se encontram no estado sóli- de alimento, restos de plantas ornamentais, fezes etc) e resíduos inorgânicos, de
do. Dentro dessa categoria encontram-se: origem não viva e derivados especialmente de materiais como o plástico, o vidro,
metais etc.
- Resíduos do dia a dia (gerado pelas residências, escritórios e indústrias): papel,
papelão, embalagens de diversos tipos, vidros etc. Esse tipo de lixo, em sua maio-
ria, é reciclável, especialmente se feita a coleta seletiva, que separa papel, plástico, 5.1.2 PERICULOSIDADE DOS RESÍDUOS
vidro e metal.
Classificam-se atualmente os resíduos em três classes, quanto à periculosidade,
- Resíduos públicos: são provenientes das atividades de varrição de ruas e praças conforme as explicações abaixo:
e de outras formas de limpeza pública. Nessa categoria enquadra-se também o
entulho. Classe 1 - Resíduos Perigosos

- Resíduos especiais: são todos os resíduos que necessitam de tratamento espe- São aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo
cial, pois possuem uma grande capacidade de dano ao ambiente e/ou à população. tratamento e disposição especiais, em função de suas características de inflamabi-
Exemplos: pilhas, lixo hospitalar, remédios velhos, resíduos radioativos e alguns lidade, corrosividade, reatividade etc.
tipos de resíduos provenientes de indústrias, especialmente metais pesados.
Classe 2 - Resíduos Não inertes
No Brasil, 75% das cidades dispõem seus resíduos sólidos em lixões. Esta situação
São os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem
traz diversos comprometimentos ao meio ambiente e à saúde da população, assim
ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade
como: o surgimento de focos de vetores transmissores de doenças, mau cheiro,
em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
possíveis contaminações do solo e corpos d'água, além da inevitável destruição da
paisagem urbana das cidades. Ainda como fator agravante, temos a presença de
Classe 3 - Resíduos Inertes
catadores nestes locais colocando em risco, não apenas a sua integridade física e
sua saúde, mas também se submetendo a uma condição de marginalidade social e São aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização, não têm ne-
econômica, que muitas vezes se confunde com o próprio conceito de lixo, situação nhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões
está que deve ser repudiada e melhor administrada pelos governantes. de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em
contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não
- Resíduos líquidos: são aqueles materiais não aproveitados que se encontram no
se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (degradam-se muito
estado líquido. Exemplos: contaminação do solo e de águas subterrâneas pelo cho-
lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pe-
rume e o mercúrio (que é altamente tóxico, especialmente aos organismos que
dras e areias retirados de escavações.
vivem na água e que bebem dela).

- Resíduos gasosos: resultam de reações químicas feitas pelas bactérias: fermen-


tação aeróbia (com utilização de oxigênio) e anaeróbia (sem oxigênio). Exemplos:
o dióxido e carbono (CO2) e o metano (CH4), gerado na decomposição da matéria
orgânica presente no lixo. Essas bactérias utilizam especialmente o lixo proveniente
de fontes orgânicas como substrato para suas reações.

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5.1.2.1 RESÍDUOS INDUSTRIAIS vindo como de proteção ao solo ou como adubo fornecedor de nutriente ao solo. Os
resíduos sólidos, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos
São provenientes do beneficiamento de produtos agrícolas e florestais e os resí- de colheita, esterco animal etc., constituem uma crescente preocupação. A questão
duos do uso de carvão vegetal no setor siderúrgico de ferro-gusa e aço, o gás de das embalagens dos agroquímicos (adubos e defensivos), geralmente muito tóxi-
alto-forno a carvão vegetal. cos, têm sido alvo de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação
final, e por vezes, co-responsabilizando a própria indústria fabricante desses pro-
Praticamente, toda atividade industrial é dutos.
obrigada pela lei ambiental a apresentar pe-
riodicamente ao órgão de controle ambien- Uma lei em vigor desde junho de 2000 (Lei no 9.974) que altera a Lei no 7.802 de
tal um relatório que demonstre quantidade, julho de 1989 estabelece regras e responsabilidades sobre o destino final das em-
tipo, características físico-químicas, formas balagens de produtos de defensivos agrícolas. O descarte anual de embalagens
de armazenamento e estoque e ainda, a destes produtos no Brasil é de cerca de 115 milhões de unidades. A ideia, já pra-
destinação dos resíduos gerados e que es- ticada por empresas internacionais, é a reciclagem deste material, que envolve a
tão estocados e com destinação ainda não lavagem do mesmo para reutilização, reciclagem ou inutilização.
Os resíduos industriais se
definida.
contam entre os principais
responsáveis pela poluição da
Com a aprovação da Lei de Crimes Am- água. O gerenciamento dos
bientais, no início de 1998, a qual estabe- resíduos sólidos industriais
lece pesadas sanções para os responsáveis é hoje um dos principais
pela disposição inadequada de resíduos, as problemas vivenciados pelas
empresas na área de meio
empresas que prestam serviços na área de
ambiente.
resíduos sentiram certo aquecimento do
mercado - houve empresas que tiveram um
aumento de 20% na demanda por serviços logo após a promulgação da lei - mas tal
movimento foi de certa forma arrefecido com a emissão da Medida Provisória que
ampliou o prazo para as empresas se adequarem a nova legislação. Figura 1: Disposição de material reciclável.

5.1.2.2 RESÍDUOS RURAIS 5.1.2.3 RESÍDUOS URBANOS


Incluem todos os tipos de resíduos gerados pelas atividades produtivas nas zonas Vivemos numa sociedade que estimula o consumo e a produção em grande escala.
rurais, ou seja: os resíduos agrícolas, florestais e pecuários. Os resíduos agrícolas A filosofia do descartável e do excesso de embalagens predomina em diversos se-
são aqueles produzidos no campo, resultantes das atividades de colheita dos pro- tores do mercado o que significa diretamente mais rejeitos. Em 1995, o Brasil produ-
dutos agrícolas. zia 241.614 toneladas de lixo por dia, e 76% ficava exposto a céu aberto em lixões
(IPT / CEMPRE). Atualmente o crescimento em torno de 5% ao ano na quantidade
A disponibilidade de resíduos rurais é estimada com base na produção agrícola -
de lixo gerado. Grande parte do lixo ainda não é coletado permanecendo junto às
“índices de colheita”, extração de madeiras e atividade pecuária dos municípios.
residências. A produção de lixo "per capita" hoje gira em torno de 600g/hab/dia e
Grande parte dos resíduos agrícolas são deixados no próprio terreno de cultivo, ser- há poucos aterros sanitários ou aterros controlados no Brasil.

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38 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 39
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Diante destes fatos é fundamental que o governo e a sociedade assumam novas síduos deve ser incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o consumo
atitudes, visando gerenciar de modo mais adequado a grande quantidade e diver- de matéria primas, recursos naturais não renováveis, energia e água; Considerando
sidade de resíduos que são produzidos diariamente nas empresas e residências. a necessidade de reduzir o crescente impacto ambiental associado à extração, gera-
Portanto, é preciso inverter a pirâmide, o que significa colocar em prática a desejá- ção, beneficiamento, transporte, tratamento e destinação final de matérias-primas,
vel política dos “3 Rs” (Reduzir, Reusar e Reciclar) e não continuar produzindo e ge- provocando o aumento de lixões e aterros sanitários; Considerando que as cam-
rando mais resíduos, deixando que “alguém” assuma a responsabilidade de tratar panhas de educação ambiental, providas de um sistema de identificação de fácil
e dispor adequadamente. Para isso, é preciso modificar atitudes e comportamentos visualização, de validade nacional e inspirado em formas de codificação já adotadas
dos indivíduos e adotar a Política de Resíduos em entidades públicas e privadas. internacionalmente, sejam essenciais para efetivarem a coleta seletiva de resíduos,
viabilizando a reciclagem de materiais.
A Política de Resíduos visa através de seu objetivos e estratégias garantir a preser-
vação dos recursos naturais e a minimização dos impactos negativos sobre a saúde - CONSTITUIÇÃO FEDERAL, art. 24, XII – determina que a União, os Estados, o Distrito
pública e o ambiente. Para a execução destes é necessário incentivar a redução da Federal têm competência concorrente para legislar sobre a defesa e a proteção da
produção dos resíduos e a sua reutilização e reciclagem. O tratamento de resídu- saúde.
os industriais visam dois objetivos principais: a descontaminação ou detoxificação
para a viabilização de sua reciclagem e – quando a reciclagem não puder ser feita - LEI FEDERAL Nº 2.312, de 3 de setembro de 1954. Dispões sobre as normas gerais
– o tratamento com a finalidade de uma disposição mais segura do ponto de vista sobre defesa e proteção da saúde. Chamado Código Nacional de Saúde.
ambiental; Descontaminação ambiental das áreas degradadas: descontaminação
- DECRETO FEDERAL Nº 49.974, de 21 de janeiro de 1961. Regulamentou a Lei 2.312/54.
de áreas antigas e nas quais houve disposição inadequada de resíduos.

- DECRETO ESTADUAL 52.497, de 21 de julho de 1970, de São Paulo. Proíbe o lança-


Em grande medida, torna-se necessário a promoção da identificação, concepção e
mento de resíduos sólidos a céu aberto.
adoção de produtos e tecnologias mais limpas e de materiais recicláveis.

- RESOLUÇÃO CONAMA Nº 006, de 19 de setembro de 1991. Dispõe sobre a incine-


Quanto ao papel desempenhado na gestão de resíduos, o importante é promover
ração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes
ações de sensibilização e divulgação em matéria de resíduos destinadas às entida-
dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos.
des públicas e privadas.

- RESOLUÇÃO CONAMA Nº 005, de 5 de agosto de 1993. Dispõe sobre o gerencia-


No que se refere a prevenção, deve-se incentivar e desenvolver sistemas integra-
mento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, bem
dos de recolha, tratamento, valorização e destino final de resíduos (por ex., óleos
como aos terminais ferroviários e rodoviários, objetivando preservar a saúde públi-
usados, solventes, têxteis, plásticos e matéria orgânica).
ca e a qualidade do meio ambiente.
A elaboração e aplicação de um Plano Nacional de Gestão de Resíduos e o cum-
- RESOLUÇÃO CONAMA Nº 037, de 30 de dezembro de 1994. Dispõe sobre o controle
primento integral dos Planos Estratégicos de Gestão dos Resíduos são medidas de
do movimento transfronteriço de resíduos perigosos.
política de Ordenamento do Território e de Ambiente, preconizada para a prossecu-
ção dos princípios de sustentabilidade, transversalidade, integração, equidade e da
- RESOLUÇÃO CONAMA Nº 257, de 30 de junho de 1999 - Dispõe sobre a destinação
participação, advogados no Programa do Governo.
final de pilhas e baterias usadas.

As Legislações aplicadas no que se refere a Resíduos são:


- RESOLUÇÃO CONAMA Nº 258, de 26 de agosto de 1999 - Dispõe sobre a destinação
final de pneumáticos.
- Resolução CONAMA N° 275 de 25 de Abril 2001 - Considera que a reciclagem de re-

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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

6 AMBIENTAL COM ÊNFASE


uma preocupação constante entre os dirigentes de países desenvolvidos ou em
desenvolvimento, mesmo que os primeiros mostrem-se muito mais preocupados
com a poluição industrial, a escassez de recursos energéticos, a decadência de suas
EM RESÍDUOS URBANOS cidades e outros problemas decorrentes dos seus processos de desenvolvimento
e os segundos, com a pobreza e o questionamento da validade de um desenvolvi-
mento nos mesmos moldes que os primeiros.

Os resíduos urbanos gerados são:

- Resíduo Doméstico ou Residencial – resíduos gerados nas atividades diárias em


casas, apartamentos, condomínios e demais edificações residenciais.

Os Resíduos Comerciais são os resíduos provenientes de estabelecimentos comer-


ciais, escritórios, restauração, serviços e similares.

Resíduos Especiais – resíduos que, em função de suas características peculiares,


passam a merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, esto-
cagem, transporte ou disposição final. Dentro da classe de resíduos de fontes espe-
ciais, merecem destaque:

• Resíduo Domiciliar Especial – compreende os entulhos de obras, pilhas e baterias,


lâmpadas fluorescentes e pneus. Observe que os entulhos de obra, também conhe-
cidos como resíduos da construção civil, só estão enquadrados nesta categoria por
O impacto ambiental, segundo Abreu (2005), é medido em duas causa da sua grande quantidade e pela importância que sua recuperação e recicla-
extremidades do ciclo produtivo. Em uma ponta, produzem-se bens gem vêm assumindo no cenário nacional.
que serão desigualmente consumidos. Na outra, geram-se resíduos que
comprometem a existência de todos, o que acarreta uma nova injustiça: a • Resíduo Industrial – resíduos muito variados gerados pelas indústrias, que apre-
maioria paga pelo ônus dos benefícios de uma minoria. sentam características diversificadas dependendo do tipo de produto manufatura-
do. Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adota-se a NBR10004 da ABNT
O consumo desenfreado nos torna produtores de enormes volumes de lixo que nos para se classificar os resíduos industriais.
tempos presentes, se apresentam como uma das mais intrigantes ameaças à nossa
• Resíduo Radioativo – assim considerados os resíduos que emitem radiações acima
existência na face do planeta.
dos limites permitidos pelas normas ambientais. No Brasil, o manuseio, o acondicio-
Mundialmente esta situação gerou uma tendência da busca de encontrar formas namento e a disposição final do lixo radioativo estão a cargo da Comissão Nacional
que minimizem a geração de lixo, seja por meio da produção/venda de produtos de Energia Nuclear (CNEN).
dos quais restem o mínimo possível de resíduos, seja pela redução, reúso e/ou reci-
• Resíduo de Portos, aeroportos e terminais rodoferroviários – resíduos gerados
clagem dos materiais utilizados para embalar os produtos industrializados.
tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de transporte. Os re-
Os problemas sócioambientais causados pelo desenvolvimento humano tem sido síduos dos portos e aeroportos são decorrentes de passageiros em veículos e aero-

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ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

naves e sua periculosidade está no risco de transmissão de doenças já erradicadas Prevê a prevenção e a redução na geração
no País. Esta transmissão também pode se dar por meio de cargas eventualmente de resíduos, tendo como proposta a prática
contaminadas, tais como: animais, carnes e plantas. de hábitos de consumo sustentável e um
conjunto de instrumentos para propiciar o
• Resíduo Agrícola – formado basicamente pelos restos de embalagens impregna- aumento da reciclagem e da reutilização dos
das com pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são peri- resíduos sólidos (aquilo que tem valor eco-
gosos. Portanto o manuseio destes resíduos segue as mesmas rotinas e utiliza os nômico e pode ser reciclado ou reaprovei-
mesmos recipientes e processos empregados para os resíduos industriais Classe I. tado) e a destinação ambientalmente ade-
A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado quada dos rejeitos (aquilo que não pode ser
destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos nos reciclado ou reutilizado).
vazadouros das municipalidades, ou, o que é pior, sejam queimados nas fazendas e
sítios mais afastados, gerando gases tóxicos. Institui a responsabilidade compartilhada
dos geradores de resíduos: dos fabricantes,
• Resíduo de Serviços de Saúde – compreendendo todos os resíduos gerados nas importadores, distribuidores, comerciantes,
instituições destinadas à preservação da saúde da população. Segundo a NBR 12808 o cidadão e titulares de serviços de mane-
da ABNT. jo dos resíduos sólidos urbanos na Logística
Reversa dos resíduos e embalagens pós- Figura 2: Premissas da PNRS.
Outra tarefa importante da filosofia ao longo do séc. XXI será -consumo.
justamente aprofundar e levar até o fim o processo de dissolução
do idealismo alemão. COMENTE. Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui
instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, inter-
municipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem
seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Proporciona que o país tenha igualdade aos principais países desenvolvidos no que
concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de mate-
riais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Lei nº 12.305/10

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) con-
tém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfren-
tamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do
manejo inadequado dos resíduos sólidos.

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7 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA):

É um instrumento de Política Ambiental, formada por um conjunto de procedimen-

AMBIENTAIS, EIA/RIMA tos capaz de assegurar desde o início do processo, que se faça um exame sistemá-
tico dos impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas, e que os
resultados sejam apresentados de forma adequado ao público e aos responsáveis
Considerando que um dos objetivos da perícia ambiental é identificar e avaliar os pela tomada de decisão.
impactos e a intensidade dos danos ambientais ocorridos em determinado evento,
vamos apresentar alguns conceitos do estudo de impacto ambiental que podem ser
Nota - se, que o conceito de impacto ambiental refere-se exclusivamente
aplicados na área em questão. aos efeitos da ação humana sobre o meio ambiente e não aos efeitos dos
fenômenos naturais como: tempestades, enchentes, incêndios florestais por
Conceito de Impacto Ambiental: causa natural, terremotos e outros.

A Avaliação de Impactos Ambientais é conceituada, conforme Moreira (1985), como:


O resultado da intervenção do ser humano sobre o meio ambiente pode ser positivo
ou negativo, dependendo da qualidade da intervenção desenvolvida. A ciência e a
"um instrumento de política ambiental formado por um conjunto de proce-
dimentos capazes de assegurar, desde o início do processo, que se faça um tecnologia podem ser utilizadas corretamente, contribuir enormemente para que o
exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta – proje- impacto humano sobre a natureza seja positivo e não negativo.
to, programa, plano ou política – e de suas alternativas, e que os resultados
sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela Os impactos ambientais geralmente se manifestam ou são identificados em virtude
tomada de decisão, e por eles devidamente considerados".
das alterações ou de situações indesejáveis da qualidade ou das condições ambien-
tais. Essas alterações e situações indesejáveis resultam das intervenções praticadas
Segundo legislação brasileira considera-se impacto ambiental, no ambiente ou das formas de utilização de um determinado recurso natural, as
quais podem comprometer outros usos deste ou de outros recursos ambientais.
Abaixo segue a lista de algumas atividades modificadoras do Meio Ambiente:
"Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a se-
- Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
gurança e o bem estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; - Ferrovias;
III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V - a
qualidade dos recursos ambientais" (Resolução CONAMA 001, de 23.01.1986). - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
- Aeroportos;

Ou, - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgo-


tos sanitários;

“Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organiza-
- Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem
ção.” (NBR ISO 14001;1996)
para fins hidroelétricos, acima de 10MW, de saneamento, abertura de canais
para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura

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46 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 47
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; – Relatório de Impacto Ambiental – que deve refletir as conclusões do EIA, sendo
- Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); apresentado para o público leigo, o que implica na utilização de termos populares,
evitando-se, sempre que possível, o emprego da terminologia técnica (Silva, 1994).
- Extração de minério;
- Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou
Do ponto de vista legal o EIA/RIMA é um instrumento da política de licen-
perigosos; ciamento ambiental do País com efetiva participação do público. Se for de-
monstrada a inviabilidade do projeto, a atividade não pode ser licenciada. Do
- Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia pri-
mesmo modo, a administração não pode negar a licença ambiental se o EIA/
mária, acima de 10MW; RIMA demonstrar a viabilidade da proposta.
- Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, side-
rúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de
A obrigação da elaboração de um estudo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA),
recursos hídricos);
na forma de um EIA/RIMA, é imposta apenas para algumas atividades com poten-
- Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; cial altamente poluidor, pelos órgãos licenciadores competentes (estadual, munici-
- Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hec- pal e o IBAMA) e pela legislação pertinente como a Resolução CONAMA no 001 de
tares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais 1986, no âmbito do processo de licenciamento ambiental.
ou de importância do ponto de vista ambiental;
- Os responsáveis pela elaboração do EIA/RIMA são:
- Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevan-
te interesse ambiental; O empreendedor é responsável pelos custos e despesas de realização do EIA/RIMA.
- Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez Os órgãos de licenciamento ambiental, além de responsáveis pelo detalhamento
toneladas por dia; das instruções que orientam os estudos, são encarregados de sua análise e enca-
minhamento dos resultados ao público para apreciação e discussão.
- Parque eólico.

- Custos
O objetivo de se estudar os impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as
consequências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualida-
Na maioria dos casos os custos de elaboração de EIA/RIMA situam-se entre 0,5 e
de de determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou
5,0 por cento do valor do projeto. Mesmo para os estudos mais complexos e con-
ações, ou logo após a implementação dos mesmos.
trovertidos, esses valores não ultrapassam os dez por cento.

No Brasil, a nível federal, o primeiro dispositivo legal associado a Avaliação de Im-


- Participação da Comunidade
pactos Ambientais deu-se por meio da aprovação Lei Federal 6.938, de 31.08.1981.
Esta Lei estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente e firma o SISNAMA - Sis- • A juízo do órgão licenciador, ou quando solicitado pela comunidade, devem
tema Nacional de Meio Ambiente como órgão executor. ser promovidas audiências públicas para discussão da proposta e seus im-
pactos ambientais;
O Estudo de Impacto Ambiental no Brasil é composto de dois documentos básicos
para o processo de licenciamento junto aos órgãos competentes, são eles: (1) EIA – • Os pedidos de licenciamento, especificando a exigência de elaboração de
Estudo de Impacto Ambiental – documento analisado pelos técnicos do órgão licen- EIA/RIMA, bem como os horários e locais de audiências públicas devem ser
ciador, que implica na utilização de farta terminologia técnica, composto de diver- divulgados na imprensa;
sos volumes referentes aos temas dos meios físico, biótico e antrópico; e (2) RIMA • Durante o período de análise do EIA/RIMA cópias do RIMA devem estar

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48 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 49
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

disponíveis aos interessados no órgão licenciador e nas sedes dos municípios 2 - Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (biogeofísico e/ou so-
envolvidos. cioeconômico) será modificado pela ação;
3 - Prever possíveis impactos no ambiente e quantificar as mudanças, projetando a
- Métodos de avaliação de impactos ambientais
proposta para o futuro;
Os principais métodos de avaliação de impacto ambiental compreendem: 4 - Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utilizados no processo de
tomada de decisão.
• métodos "ad hoc";
• listagens de controle: simples, descritivas, comparativas, em questionários, O EIA também deve atender à legislação expressa na lei de Política Nacional do
ponderáveis (Check-list); Meio Ambiente. São elas:

• matrizes de interação: simples, derivadas, cromáticas; 1 - Observar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, levando
em conta a hipótese da não execução do projeto;
• redes de interação - Networks (diagramas de sistema);
2 - Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e
• superposição de cartas;
operação das atividades;
• superposição de cartas em imagens e aerofotos;
3 - Definir os limites da área geográfica a ser afetada pelos impactos ( área de in-
• modelos de simulação; fluência do projeto), considerando principalmente a "bacia hidrográfica" na qual
• geoprocessamento. se localiza;
4- Levar em conta planos e programas do governo, propostos ou em implantação
- Licenças ambientais outorgadas através de EIA/RIMA na área de influência do projeto e se há a possibilidade de serem compatíveis.

• Licença Prévia-LP, emitida após a análise do EIA/RIMA caso fique demonstra- É imprescindível que o EIA seja feito por vários profissionais, de diferentes áreas,
da a viabilidade ambiental da proposta; trabalhando em conjunto. Esta visão multidisciplinar é rica, para que o estudo seja
• Licença de Instalação-LI, contendo exigências que complementam o EIA/ feito de forma completa e de maneira competente, de modo a sanar todas as dúvi-
RIMA e que autoriza o início das atividades de implantação; das e problemas.
• Licença de Funcionamento ou Operação - LF ou LO.
- ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE EIA
Abaixo estudaremos cada documento separadamente para melhor compreendê-los:
Os atores envolvidos no processo de EIA são:
- EIA – Estudo do Impacto Ambiental: conjunto de estudos realizados por especia-
- Órgão Ambiental Licenciador: Federal, Estadual, Municipal;
listas de diversas áreas, com dados técnicos detalhados.
- Ministério Público: Promotoria e Procuradoria Pública;
O acesso a ele é restrito, em respeito ao sigilo industrial. Propõe que quatro pontos - Empreendedor: É o interessado, do Poder Público ou privado;
básicos sejam primeiramente entendidos, para que depois se faça um estudo e uma
- Equipe Interdisciplinar: São os consultores da empresa;
avaliação mais específica. São eles:
- Órgãos Não Governamentais (ONG’s):Grupos sociais organizados;
1 - Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo proposto, o que será
- População Afetada: Direta ou Indiretamente;
feito e o tipo de material usado;
- Instituições Governamentais: Outros órgãos do governo Consultores Autôno-

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50 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 51
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

mos: Especialistas que podem ser contratados para auxiliarem na análise do O conteúdo de um EIA/RIMA é estipulado por termo de referências dos órgãos
EIA e do RIMA. ambientais competentes e pela legislação pertinente, como demonstra o extrato
abaixo da Resolução CONAMA nº 001 de 1986:
- ETAPAS DO PROCESSO DE EIA

A fim de homogeneizar a preparação, elaboração e apresentação do EIA e do RIMA “Artigo 6º – O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as se-
guintes atividades técnicas:
as etapas recomendadas são as seguintes:
I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição
e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de
- Elaboração do EIA modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do
projeto, considerando:
- Elaboração do RIMA
a) o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos
- Audiência pública minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime
hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
- Tomada de decisão b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora, destacando
as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econô-
- ELABORAÇÃO DO EIA mico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;
c) o meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a
1. Cadastramento de pessoas físicas e jurídicas: equipe multidisciplinar. socioeconômica, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históri-
cos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade
2. Atendimento a legislação: seguir diretrizes da PNMA. local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através
3. Caracterização do empreendimento: área, layout, processo, mão de obra, opera-
de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos pro-
ção, matérias-primas, produtos perigosos. váveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos
4. Definição da área de influência: limites geográficos afetados, bacia hidrográfica (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo pra-
zos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades
associada com o local.
cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
5. Diagnóstico ambiental: meio físico, biológico, socioeconômico. III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a
6. Análise dos impactos ambientais: positivos, negativos, diretos, indiretos, imedia- eficiência de cada uma delas.
tos, temporais, reversíveis etc. lV – Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem
7. Definição das medidas mitigadoras e compensatórias: medidas preventivas, cor- considerados.
retivas (sistemas de tratamento e controle), as compensatórias devem ser discu- (...)
tidas com a comunidade. Artigo 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe multidis-
ciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente do
8. Elaboração do programa de monitoramento: parâmetros, cronograma, equipa- projeto e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.
mentos e relatórios. Artigo 8º - Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e
custos referentes á realização do estudo de impacto ambiental”.
9. Apresentação e análise das alternativas de realização do projeto
10. Análise de riscos: qualitativa, quantitativa, risco individual e social.
- RIMA - Relatório de Impacto Ambiental: síntese dos estudos em formato menos
11. Participação da sociedade civil: audiência pública (publicidade).
técnico, mais simples e compreensível. De acesso público.

É o relatório que reflete todas as conclusões apresentadas no EIA. Deve ser elabo-

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52 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 53
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

rado de forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, Deve-se lembrar que a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) fornece o Roteiro Bá-
gráficos, enfim, por todos os recursos de comunicação visual. sico para a elaboração do EIA/RIMA e a partir do que poderá se desenvolver um
Plano de Trabalho que deverá ser aprovado pela secretaria.
Deve também respeitar o sigilo industrial (se este for solicitado) e pode ser acessí-
vel ao público. Para isso, deve constar no relatório: Vejamos abaixo os artigos referentes ao RIMA de acordo com a Resolução do Cona-
ma 001/86 de 23.01.86:
1 - Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e planos
governamentais.
“Artigo 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões do
2 - Descrição e alternativas tecnológicas do projeto ( matéria prima, fontes de ener- estudo de impacto ambiental e conterá, no mínimo:
gia, resíduos etc.). I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com
as políticas setoriais, planos e programas governamentais;
3 - Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto.
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, es-
4 - Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos pecificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a área
métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação. de influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os
processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos
5 - Caracterizar a futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes
de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados;
situações da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não rea-
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área
lização do mesmo. de influência do projeto;
6 - Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e opera-
negativos e o grau de alteração esperado. ção da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de
tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios
7 - Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos. adotados para sua identificação, quantificação e interpretação;

8 - Conclusão e comentários gerais. V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,


comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas,
bem como com a hipótese de sua não realização;

VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em


relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser
evitados, e o grau de alteração esperado;

VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;

VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e co-


mentários de ordem geral).

Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequa-


da a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem
acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas
de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e
desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de
sua implementação.”

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54 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 55
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

- AUDIÊNCIA PÚBLICA - LICENCIAMENTO AMBIENTAL

- A audiência pública tem por finalidade a divulgação, discussão do projeto e de - Uma vez realizado e aprovado o EIA de um empreendimento é possível a obten-
seus impactos, as suas alternativas locacionais e tecnológicas, além de colher opi- ção do licenciamento ambiental do projeto.
niões, sugestões e críticas para subsidiar a decisão do licenciamento ambiental,
- No caso da perícia ambiental, o licenciamento ambiental do empreendimento sob
constituindo-se ato formal e consultivo.
análise deve sempre ser solicitado e verificado a sua validade, as condicionantes
do licenciamento e os termos aditivos, caso existam.
- A audiência deverá ser realizada em local acessível a todos os interessados em
todos os municípios afetados e todos poderão fazer uso da palavra, pela ordem - Em diversas ocasiões o empreendimento sobre modificações estruturais e de pro-
de inscrição ela deverá ser gravada por meios sonoros e visuais e servirá de base cesso durante a sua vida útil, no entanto, o licenciamento destas modificações,
para a elaboração do relatório da reunião. Ao final de cada audiência pública será geralmente, não é solicitado conforme rege a legislação.
lavrada uma ata sucinta.
- Basicamente, existem três tipo de licenças: LICENÇA PRÉVIA, LICENÇA DE INSTALA-
ÇÃO E A LICENÇA DE OPERAÇÃO.
Para cumprir suas finalidades precípuas, as audiências devem considerar como re-
quisitos indispensáveis:
- LICENÇA PRÉVIA (LP)
- Uma prévia apreciação sobre a qualidade, pertinência metodológica e suficiência
- É solicitada no início do processo de licenciamento ambiental, ou seja, na fase de
dos dados constante no RIMA;
planejamento da atividade.
- Uma prévia divulgação e uma linguagem acessível dos Relatórios (RIMA);
- Nesta fase é exigida pelo poder público, a elaboração do EIA/RIMA.
- Procedimentos adequados para se viabilizar uma discussão efetiva dos diversos
- Os documentos, geralmente, solicitados são: o cadastro da atividade o requeri-
aspectos envolvidos;
mento do solicitante, características da obra, cópia das notícias em jornal de circu-
- Dinâmica da audiência orientada para a validade e objetivo do projeto, da previsão lação regional e no diário oficial, que torna público o pedido de licenciamento e a
dos impactos e das medidas de minimização desses impactos.
cópia do pagamento da taxa.

- TOMADA DE DECISÃO NO PROCESSO EIA-RIMA - Cabe observar que nada impede que o órgão licenciador venha exigir demais do-
cumentos para subsidiar a tomada de decisão.
Cumpridas as etapas de elaboração e análise do EIA/RIMA diferentes decisões po-
dem ser adotadas pelos órgãos governamentais, dentre as quais podemos citar: - LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)

- O EIA/RIMA são aprovados e a obra é licenciada, pois não causa impacto ambien- - Esta licença é solicitada após a obtenção da licença prévia.
tal significativo, ou por outro lado, as medidas mitigadoras e/ou compensatórias - Nesta fase são apresentados os programas ambientais tais como: planos de con-
são adequadas;
trole e recuperação ambiental, projetos das unidades de tratamento de efluentes
- O EIA/RIMA são aprovados, pois atendem às exigências constantes na legislação industrias, os programas de gerenciamento de risco.
em vigor, mas a obra não é licenciada, pois causa impacto ambiental significativo
- Os documentos são semelhantes aos apresentados na etapa anterior, porém,
negativo à região;
adequados à esta fase do licenciamento.
- O EIA/RIMA devem ser refeito, pois não atende às exigências da legislação em vigor;
- Após obtenção desta licença o interessado poderá iniciar a implantação da atividade.
- O EIA/RIMA devem ser completados e submetidos a nova análise e;
- Licença de operação (LO).
- O EIA/RIMA não foram definitivamente aprovados.

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56 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 57
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

- Esta licença é requerida após a obtenção da LP e LI e, vem acompanhada da do- - Lei 6938/81 de 31.08 (dispõe sobre PNMA, instituindo a Avaliação de Impacto Am-
cumentação necessária que será concedida se todos os procedimentos anteriores biental e o Licenciamento Ambiental);
forem aprovados. - Decreto 88351/83 de 10.06 (vincula licenciamento de atividades poluidoras à AIA);
- Nesta fase os sistemas de abatimento e tratamento dos poluentes emitidos pela - Resolução CONAMA 001 de 23.01.86 (estabelece definições, responsabilidades e
atividade são testados quanto a sua eficiência proposta no projeto. diretrizes da AIA);

As atribuições do IBAMA, determinadas pelo Art. 4º da Resolução do CONAMA nº - Resolução CONAMA 009 de 03.12.87 (regulamenta Audiências Públicas);
237/1997, fundamentada no conceito de significância e abrangência do impacto am- - Resolução CONAMA 237 de 19.12.97 (licenciamento ambiental);
biental direto decorrente do empreendimento ou atividade, foram complementadas
- Lei 9605/98 de 12.02 (dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas
e acrescidas da competência de novas ações administrativas, conforme Art. 7º da
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências);
Lei Complementar 140/2011.
- Lei 9985/00 de 18.07 (institui o Sistema Nacional de Conservação da Natureza-S-
- COMPETÊNCIAS PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL NUC).

De acordo com o Art. 9º da Lei Complementar 140/2011 foi definido que caberia aos
municípios o licenciamento de atividades e empreendimentos que causem ou possam
causar impacto ambiental de âmbito local, bem como os localizados em unidades de
conservação instituídas pelo município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APA’s)
e daquelas delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.

A competência dos estados e o Distrito Federal no processo de licenciamento am-


biental, além das ações administrativas descritas no Art. 8º, passaram a ter compe-
tência licenciatória residual. Ou seja, os processos de licenciamento ambiental que
extrapolam a competência e habilitação municipal, mas não são cabíveis à União,
são de responsabilidade dos órgãos ambientais estaduais e do Distrito Federal.

Inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no muni-


cípio, o estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua
criação. Por sua vez, na ausência de órgão ambiental capacitado ou conselho de
meio ambiente no estado e no município, a União deverá desempenhar as ações
administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos.

ATENÇÃO:

Licenciamento e Avaliação de Impacto Ambiental

- Lei 6803/80 de 27.07 (dispõe sobre Zoneamento Industrial, instituindo estudos


de impacto ambiental para localização de polos industriais, centrais nucleares e
atividades poluidoras);

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58 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 59
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

8 POLÍTICA NACIONAL DO
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o
meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
MEIO AMBIENTE II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

(PNMA – LEI 6938/81) III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

Considerando que o processo legislativo é contínuo, ressalta-se a necessidade V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
de verificação quanto a atualização dos diplomas legais exposto nesse material.
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional
e a proteção dos recursos ambientais;
O Programa Nacional do Meio Ambiente - PNMA está inserido na estrutura orga-
nizacional do Ministério do Meio Ambiente - MMA desde 1991. Após publicação
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
do Decreto nº 6.101 de 26/04/07, o programa passou à Coordenação Nacional da
Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental - SAIC, mais especifi- VIII - recuperação de áreas degradadas;
camente, ao Departamento de Coordenação do SISNAMA - DSIS.
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comuni-
dade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
Regulamento Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Texto atua-
lizado em 30.3.2001. Última alteração: Lei nº 10.165, de 27.12.20 Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas for-
sanciono a seguinte Lei: mas;

Art. 1º Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Cons- II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do
tituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos meio ambiente;
de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNA-
MA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
12.04.90) direta ou indiretamente:

Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melho- a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
ria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacio-
nal e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: c) afetem desfavoravelmente a biota;

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60 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 61
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; ambientais com fins econômicos.

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabe- Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em
lecidos; normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a pre-
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, servação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei.

V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâ- Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas
neas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.
fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 18.07.89)
DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Terri-
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: tórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, res-
ponsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e
da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais
ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito
para o meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028,
Federal, do Territórios e dos Municípios;
de 12.04.90)

III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas


II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
NAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo,
diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas para
e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis
o uso racional de recursos ambientais;
com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e vida; ( (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 12.04.90)
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessi-
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com
dade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal,
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas a sua utilização a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilí- (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 12.04.90)
brio ecológico propício à vida;
IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou inde- Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a
nizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada
pela Lei nº 8.028, de 12.04.90)

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62 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 63
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execu- as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental,
ção de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação
provocar a degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 18.07.89) ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. (Redação
dada pela Lei nº 8.028, de 12.04.90);
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e
fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; Inciso incluído pela III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante de-
Lei nº 7.804, de 18.07.89 pósito prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pela SEMA; (*)Nota:
Lei nº 7.804, de 18.07.89 - substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA
§ 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, ela- por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
boração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio
ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na
obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental (Vetado);
§ 2º Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, tam-
bém poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. V - determinar, mediante representação da SEMA, a perda ou restrição de benefí-
cios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a per-
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo de- da ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos
verão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando oficiais de crédito; (*)Nota: Lei nº 7.804, de 18.07.89 - substituir Secretaria Especial
solicitados por pessoa legitimamente interessada. do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA;
§ 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar
uma Fundação de apoio técnico científico às atividades da SEMA. (*)Nota: Lei nº VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da polui-
7.804, de 18.07.89 - substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por ção por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA Ministérios competentes;

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção
da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais,
Art. 7º - (Revogado pela Lei nº 8.028, de 12.04.90)
principalmente os hídricos.

Art. 8º - Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 12.04.90)


Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o
Presidente do Conama. Parágrafo incluído pela Lei nº 8.028, de 12.04.90.
I - estabelecer, mediante proposta da SEMA, normas e critérios para o licenciamento
de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
e supervisionado pelo SEMA; (*)Nota: Lei nº 7.804, de 18.07.89 - substituir Secreta-
ria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e
das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisi- II - o zoneamento ambiental;
tando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas,
III - a avaliação de impactos ambientais;

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64 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 65
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; § 2º Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento de
que trata este artigo dependerá de homologação da SEMA. (*)Nota: Lei nº 7.804,
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de 18.07.89 - substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto
de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.

VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público § 3º O órgão estadual do meio ambiente e a SEMA, está em caráter supletivo, po-
Federal, Estadual e Municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante derão, se necessário e sem prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, deter-
interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de minar a redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões
18.07.89); gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das condições e limites
estipulados no licenciamento concedido. (*)Nota: Lei nº 7.804, de 18.07.89 - subs-
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
tituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;

§ 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renová-


IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das medidas
veis - IBAMA o licenciamento previsto no caput deste artigo, no caso de atividades
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional. Pará-
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anu- grafo incluído pela Lei nº 7.804, de 18.07.89.
almente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
Art. 11. Compete à SEMA propor ao CONAMA normas e padrões para implantação,
- IBAMA; Inciso incluído pela Lei nº 7.804, de 18.07.89;
acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, além
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigan- das que forem oriundas do próprio CONAMA. (*)Nota: Lei nº 7.804, de 18.07.89 -
do-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; Inciso incluído pela Lei nº substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do
7.804, de 18.07.89; Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.

XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utili- § 1º A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões de qua-
zadoras dos recursos ambientais. Inciso incluído pela Lei nº 7.804, de 18.07.89. lidade ambiental serão exercidos pela SEMA, em caráter supletivo da atuação do
órgão estadual e municipal competentes. (*)Nota: Lei nº 7.804, de 18.07.89 - subs-
Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos tituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do Meio
e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencial- Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
mente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degrada-
ção ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, § 2º Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de projetos de
integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Bra- entidades, públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de re-
sileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter su- cursos ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores.
pletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. (Redação dada pela Lei nº 7.804,
Art. 12. As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais con-
de 18.07.89).
dicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento,
§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão na forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões ex-
publicados no jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional ou local pedidos pelo CONAMA.
de grande circulação.

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66 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 67
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

Parágrafo único. As entidades e órgãos referidos no caput deste artigo deverão § 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
fazer constar dos projetos a realização de obras e aquisição de equipamentos des- obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os da-
tinados ao controle de degradação ambiental e a melhoria da qualidade do meio nos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Minis-
ambiente. tério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de respon-
sabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Art. 13. O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas ao meio ambiente,
visando: § 2º No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao Secretário
do Meio Ambiente a aplicação Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias
I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos tecnológicos destinados prevista neste artigo.
a reduzir a degradação da qualidade ambiental;
§ 3º Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda,
II - à fabricação de equipamentos antipoluidores; restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira
que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cumprimento resolução
III - a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos
do CONAMA.
ambientais.
§ 4º Revogado pela Lei nº 9.966, de 28.4.2000:
Parágrafo único. Os órgãos, entidades e programas do Poder Público, destinados
ao incentivo das pesquisas científicas e tecnológicas, considerarão, entre as suas Texto original: Nos casos de poluição provocada pelo derramamento ou lançamento
metas prioritárias, o apoio aos projetos que visem a adquirir e desenvolver conhe- de detritos ou óleo em águas brasileiras, por embarcações e terminais marítimos ou
cimentos básicos e aplicáveis na área ambiental e ecológica. fluviais, prevalecerá o disposto na Lei nº 5.357, de 17/11/1967.

Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal,
municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de
dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental su- reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. (Redação
jeitará os transgressores: dada pela Lei nº 7.804, de 18.07.89).

I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) § 1º A pena e aumentada até o dobro se: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de
e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, 18.07.89)
agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento,
vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Fe- I - resultar:
deral, Territórios ou pelos Municípios;
a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente;
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder
Público; b) lesão corporal grave;

III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabe- II - a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte;
lecimentos oficiais de crédito;
III - o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado.
IV - à suspensão de sua atividade.
§ 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover

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68 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 69
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

as medidas tendentes a impedir a prática das condutas acima descritas. (Redação fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasi-
dada pela Lei nº 7.804, de 18.07.89). leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para controle
e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos
Art. 16. (Revogado pela Lei nº 7.804, de 18.07.89). naturais." (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).

Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambien- § 1º Revogado." (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
te e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de
18.07.89). § 2º Revogado." (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).

I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, Art. 17-C. A TFA será devida em conformidade com o fato gerador e o seu valor cor-
para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consul- responderá à importância de R$ 3.000,00 (três mil reais)." (AC) Art. incluído pela
toria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efe-
tiva ou potencialmente poluidoras; Inciso incluído pela Lei nº 7.804, de 18.07.89. § 1º Será concedido desconto de 50% (cinquenta por cento) para empresas de pe-
queno porte, de 90% (noventa por cento) para microempresas e de 95% (noventa
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizado- e cinco por cento) para pessoas físicas." (AC).
ras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas
que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, § 2º O contribuinte deverá apresentar ao Ibama, no ato do cadastramento ou quan-
transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio am- do por ele solicitada, a comprovação da sua respectiva condição, para auferir do
biente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. Inciso incluído pela benefício dos descontos concedidos sobre o valor da TFA, devendo, anualmente,
Lei nº 7.804, de 18.07.89. atualizar os dados de seu cadastro junto àquele Instituto." (AC).

Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos serviços e produtos do Instituto Brasileiro § 3º São isentas do pagamento da TFA, as entidades públicas federais, distritais, es-
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, a serem aplicados taduais e municipais, em obediência ao constante da alínea "a" do inciso IV do art.
em âmbito nacional, conforme Anexo a esta Lei." (AC)* Art. incluído pela Lei nº 9o do Código Tributário Nacional." (AC).
9.960, de 28.1.2000.
Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele que exerça as atividades constantes
Art. 17-B. É criada a Taxa de Fiscalização Ambiental - TFA." (AC) Art. incluído pela do Anexo VIII desta Lei. (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
§ 1º O sujeito passivo da TCFA é obrigado a entregar até o dia 31 de março de cada
§ 1º Constitui fato gerador da TFA, o exercício das atividades mencionadas no inciso ano relatório das atividades exercidas no ano anterior, cujo modelo será definido
II do art. 17 desta Lei, com a redação dada pela Lei no 7.804, de 18 de julho de 1989." pelo Ibama, para o fim de colaborar com os procedimentos de controle e fiscaliza-
(AC). ção. (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).

§ 2º São sujeitos passivos da TFA, as pessoas físicas ou jurídicas obrigadas ao regis- § 2º O descumprimento da providência determinada no § 1º sujeita o infrator a mul-
tro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utiliza- ta equivalente a vinte por cento da TCFA devida, sem prejuízo da exigência desta.
doras de Recursos Ambientais." (AC). (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).

Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo § 3º Revogado. (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).

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70 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 71
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

Art. 17-D. A TFA será cobrada a partir de 10 de janeiro de 2000, e o seu recolhimen- tritais, estaduais e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam
to será efetuado em conta bancária vinculada ao Ibama, por intermédio de docu- agricultura de subsistência e as populações tradicionais. (redação dada pela Lei nº
mento próprio de arrecadação daquele Instituto. Art. incluído pela Lei nº 9.960, de 10.165, de 27.12.2000).
28.1.2000.
Art. 17-G. A TCFA será devida no último dia útil de cada trimestre do ano civil, nos
Art. 17-D. A TCFA é devida por estabelecimento e os seus valores são os fixados no valores fixados no Anexo IX desta Lei, e o recolhimento será efetuado em conta
Anexo IX desta Lei." (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). bancária vinculada ao Ibama, por intermédio de documento próprio de arrecada-
ção, até o quinto dia útil do mês subsequente (redação dada pela Lei nº 10.165, de
§ 1º Para os fins desta Lei, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). 27.12.2000).

I – microempresa e empresa de pequeno porte, as pessoas jurídicas que se enqua- Parágrafo único. Revogado." (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
drem, respectivamente, nas descrições dos incisos I e II do caput do art. 2º da Lei no
9.841, de 5 de outubro de 1999; (Incluído pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). Art. 17-H. A TFA não recolhida até a data do vencimento da obrigação será cobrada
com os seguintes acréscimos: Art. incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
II – empresa de médio porte, a pessoa jurídica que tiver receita bruta anual supe-
rior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e igual ou inferior a R$ I - juros de mora, contados do mês subsequente ao do vencimento, à razão de 1%
12.000.000,00 (doze milhões de reais); (Incluído pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). a.m. (um por cento ao mês), calculados na forma da legislação aplicável aos tributos
federais; Incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
III – empresa de grande porte, a pessoa jurídica que tiver receita bruta anual su-
perior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais). (Incluído pela Lei nº 10.165, de II - multa de mora de 0,33% (trinta e três centésimos por cento) ao dia de atraso, até
27.12.2000). o limite máximo de 20% (vinte por cento) Incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000.

§ 2º O potencial de poluição (PP) e o grau de utilização (GU) de recursos naturais de Parágrafo único. Os débitos relativos à TFA poderão ser parcelados, a juízo do Iba-
cada uma das atividades sujeitas à fiscalização encontram-se definidos no Anexo ma, de acordo com os critérios fixados em portaria do seu Presidente. Incluído pela
VIII desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). Lei nº 9.960, de 28.1.2000.

§ 3º Caso o estabelecimento exerça mais de uma atividade sujeita à fiscalização, Art. 17-H. A TCFA não recolhida nos prazos e nas condições estabelecidas no arti-
pagará a taxa relativamente a apenas uma delas, pelo valor mais elevado. (Incluído go anterior será cobrada com os seguintes acréscimos: (redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). 10.165, de 27.12.2000).

Art. 17-E. É o Ibama autorizado a cancelar débitos de valores inferiores a R$ 40,00 I – juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês seguinte ao
(quarenta reais), existentes até 31 de dezembro de 1999. Art. incluído pela Lei nº do vencimento, à razão de um por cento; (redação dada pela Lei nº 10.165, de
9.960, de 28.1.2000. 27.12.2000).

Art. 17-F. A TFA, sob a administração do Ibama, deverá ser paga, anualmente, até II – multa de mora de vinte por cento, reduzida a dez por cento se o pagamento
o dia 31 de março, por todos os sujeitos passivos citados no § 2º do art. 17-B desta for efetuado até o último dia útil do mês subsequente ao do vencimento; (redação
Lei. Art. incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000. dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).

Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais, dis- III – encargo de vinte por cento, substitutivo da condenação do devedor em hono-

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72 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 73
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

rários de advogado, calculado sobre o total do débito inscrito como Dívida Ativa, Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
reduzido para dez por cento se o pagamento for efetuado antes do ajuizamento da
execução. (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). Parágrafo único. Revogado." (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).

§ 1º-A. Os juros de mora não incidem sobre o valor da multa de mora. (redação Art. 17-J. A multa de que trata o parágrafo único do art. 17-I terá como valor a im-
dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). portância correspondente a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) Art. incluído pela Lei nº
9.960, de 28.1.2000.
§ 1º Os débitos relativos à TCFA poderão ser parcelados de acordo com os critérios
fixados na legislação tributária, conforme dispuser o regulamento desta Lei. (reda- Parágrafo único. O valor da multa será reduzido em 50% (cinquenta por cento) para
ção dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). empresas de pequeno porte, em 90% (noventa por cento) para microempresas e
em 95% (noventa e cinco por cento) para pessoas físicas.
Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas, que já exerçam as atividades mencionadas
nos incisos I e II do art. 17 desta Lei, com a redação dada pela Lei no 7.804, de 1989, Art. 17-L. As ações de licenciamento, registro, autorizações, concessões e permis-
e que ainda não estejam inscritas nos respectivos cadastros, deverão fazê-lo até o sões relacionadas à fauna, à flora, e ao controle ambiental são de competência ex-
dia 30 de junho de 2000.Art. incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000. clusiva dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Art. incluído
pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
Parágrafo único. As pessoas físicas e jurídicas, enquadradas no disposto neste arti-
go, que não se cadastrarem até a data estabelecida, incorrerão em infração punível Art. 17-M. Os preços dos serviços administrativos prestados pelo Ibama, inclusive
com multa, ficando sujeitas, ainda, às sanções constantes do art. 17-G desta Lei, no os referentes à venda de impressos e publicações, assim como os de entrada, per-
que couber. Incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000. manência e utilização de áreas ou instalações nas unidades de conservação, serão
definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta
Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que exerçam as atividades mencionadas nos do Presidente daquele Instituto. Art. incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
incisos I e II do art. 17 e que não estiverem inscritas nos respectivos cadastros até
o último dia útil do terceiro mês que se seguir ao da publicação desta Lei incorrerão Art. 17-N. Os preços dos serviços técnicos do Laboratório de Produtos Florestais do
em infração punível com multa de: (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). Ibama, assim como os para venda de produtos da flora, serão, também, definidos
em portaria do Ministro de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta do Presi-
I – R$ 50,00 (cinquenta reais), se pessoa física; (redação dada pela Lei nº 10.165, de dente daquele Instituto. Art. incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
27.12.2000).
Art. 17-O. Os proprietários rurais, que se beneficiarem com redução do valor do
II – R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), se microempresa; (redação dada pela Lei nº Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, com base em Ato Declaratório
10.165, de 27.12.2000). Ambiental - ADA, deverão recolher ao Ibama 10% (dez por cento) do valor auferido
como redução do referido Imposto, a título de preço público pela prestação de ser-
III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de pequeno porte; (redação dada viços técnicos de vistoria. Art. incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
§ 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é opcional.
IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa de médio porte; (redação dada Incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000.
pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
§ 2o O pagamento de que trata o caput deste artigo poderá ser efetivado em cota
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de grande porte. (redação dada pela única ou em parcelas, nos mesmos moldes escolhidos, pelo contribuinte, para pa-

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74 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 75
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

gamento do ITR, em documento próprio de arrecadação do Ibama. Incluído pela Lei (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
nº 9.960, de 28.1.2000.
§ 5º Após a vistoria, realizada por amostragem, caso os dados constantes do ADA
§ 3o Nenhuma parcela poderá ser inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais). Incluído pela não coincidam com os efetivamente levantados pelos técnicos do Ibama, estes la-
Lei nº 9.960, de 28.1.2000. vrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será encaminhado à
Secretaria da Receita Federal, para as providências cabíveis. (redação dada pela Lei
§ 4o O não pagamento de qualquer parcela ensejará a cobrança de juros e multa nº 10.165, de 27.12.2000).
nos termos da Lei no 8.005, de 22 de março de 1990.Incluído pela Lei nº 9.960, de
28.1.2000. Art. 17-P. Constitui crédito para compensação com o valor devido a título de TCFA,
até o limite de sessenta por cento e relativamente ao mesmo ano, o montante efe-
§ 5o Após a vistoria, realizada por amostragem, caso os dados constantes do ADA tivamente pago pelo estabelecimento ao Estado, ao Município e ao Distrito Federal
não coincidam com os efetivamente levantados pelos técnicos do Ibama, estes la- em razão de taxa de fiscalização ambiental. (Art. incluído pela Lei nº 10.165, de
vrarão, de ofício, novo ADA contendo os dados efetivamente levantados, o qual 27.12.2000).
será encaminhado à Secretaria da Receita Federal, para as providências decorren-
tes. Incluído pela Lei nº 9.960, de 28.1.2000. § 1º Valores recolhidos ao Estado, ao Município e ao Distrital Federal a qualquer ou-
tro título, tais como taxas ou preços públicos de licenciamento e venda de produtos,
Art. 17-O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do não constituem crédito para compensação com a TCFA. (incluído pela Lei nº 10.165,
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório de 27.12.2000).
Ambiental - ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11
do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. § 2º A restituição, administrativa ou judicial, qualquer que seja a causa que a de-
(redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). termine, da taxa de fiscalização ambiental estadual ou distrital compensada com a
TCFA restaura o direito de crédito do Ibama contra o estabelecimento, relativamente
§ 1o-A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder ao valor compensado. (incluído pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA. (redação
dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). Art. 17-Q. É o Ibama autorizado a celebrar convênios com os Estados, os Municí-
pios e o Distrito Federal para desempenharem atividades de fiscalização ambiental,
§ 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigató- podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a TCFA." (incluído pela Lei nº
ria. (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). 10.165, de 27.12.2000).

§ 2º O pagamento de que trata o caput deste artigo poderá ser efetivado em cota Art. 18. São transformadas em reservas ou estações ecológicas sob a responsabi-
única ou em parcelas, nos mesmos moldes escolhidos pelo contribuinte para o pa- lidade da SEMA, as florestas e as demais formas de vegetação natural de preser-
gamento do ITR, em documento próprio de arrecadação do Ibama. (redação dada vação permanente, relacionadas no art. 2º da Lei nº 4.771, de 15/09/1965 - Código
pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000). Florestal, e os pousos das aves de arribação protegidas por convênios, acordos ou
tratados assinados pelo Brasil com outras nações. (*)Nota: Lei nº 7.804, de 18.07.89
§ 3º Para efeito de pagamento parcelado, nenhuma parcela poderá ser inferior a R$
- substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do
50,00 (cinquenta reais). (redação dada pela Lei nº 10.165, de 27.12.2000).
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA (Art. revogado pela Lei nº
9.985, de 18.7.2000).
§ 4º O inadimplemento de qualquer parcela ensejará a cobrança de juros e multa
nos termos dos incisos I e II do caput e §§ 1º-A e 1º, todos do art. 17-H desta Lei.
Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas que, de qualquer modo, degradarem

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76 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 77
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

9 PROGRAMA NACIONAL
reservas ou estações ecológicas, bem como outras áreas declaradas como de rele-
vante interesse ecológico, estão sujeitas às penalidades previstas no art. 14 desta Lei.

Art. 19. Ressalvado o disposto nas Leis nºs 5357, de 17/11/1967, e 7661, de 16/06/1988,
a receita proveniente da aplicação desta Lei será recolhida de acordo com o dispos-
DE EDUCAÇÃOI AMBIENTAL
to no art. 4º da Lei nº 7735, de 22/02/1989. (Artigo incluído pela Lei nº 7.804, de
18.07.89). (ProNEA)
Art. 20. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
O ProNEA foi criado em dezembro de 1994, em função da Constituição Federal de
Art. 21. Revogam-se as disposições em contrário. 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a Conferência do Rio, foi
criado, pela Presidência da República, compartilhado pelo então Ministério do Meio
Brasília, 31 de agosto de 1981; 160º da Independência e 93º da República. Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal e pelo Ministério da Educação
e do Desporto, com as parcerias do Ministério da Cultura e do Ministério da Ciência
JOÃO FIGUEIREDO e Tecnologia. O ProNEA foi executado pela Coordenação de Educação Ambiental do
Mário Andreazza MEC e pelos setores correspondentes do MMA/IBAMA, responsáveis pelas ações
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 2.9.1981 voltadas respectivamente ao sistema de ensino e à gestão ambiental, embora tam-
bém tenha envolvido em sua execução outras entidades públicas e privadas do
país. O ProNEA previu três componentes:

(a) capacitação de gestores e educadores,


(b) desenvolvimento de ações educativas,
(c) desenvolvimento de instrumentos e metodologias, contemplando sete linhas
de ação:

• Educação ambiental por meio do ensino formal.


• Educação no processo de gestão ambiental.
• Campanhas de educação ambiental para usuários de recursos naturais.
• Cooperação com meios de comunicação e comunicadores sociais.
• Articulação e integração comunitária.
• Articulação intra e interinstitucional.
• Rede de centros especializados em educação ambiental em todos os estados.

A abordagem do Programa Nacional de Educação Ambiental reitera um entendi-


mento, historicamente construído, dos desafios desta como processo dialético de
transformação social e cultural. Grasmci considera a sociedade civil como sede da

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78 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 79
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

superestrutura (Bobbio, 1999), ou seja, é em seu âmbito que nasce a ideia de uma • Transversalidade e Interdisciplinaridade.
nova ordem e de novos valores que implicam uma nova estrutura, um novo Estado. • Descentralização Espacial e Institucional.

Em 1999 foi criada a Diretoria do Programa Nacional de Educação Ambiental (Pro- • Sustentabilidade Socioambiental.
NEA), vinculada a Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente, que de • Democracia e Participação Social.
início passou a desenvolver as seguintes atividades:
• Aperfeiçoamento e Fortalecimento dos Sistemas de Ensino, Meio Ambiente e
• Implantação do Sistema Brasileiro de Informações sobre Educação Ambiental (SI- outros que tenham interface com a educação ambiental.
BEA), objetivando atuar como um sistema integrador das informações de educação
O ProNEA propõe um constante exercício de transversalidade para internalizar, por
ambiental no país.
meio de espaços de interlocução bilateral e múltipla, a educação ambiental no con-
• Implantação de Pólos de Educação Ambiental e Difusão de Práticas Sustentáveis junto do governo, nas entidades privadas e no terceiro setor; enfim, na sociedade
nos Estados, objetivando irradiar as ações de educação ambiental. como um todo. Estimula o diálogo interdisciplinar entre as políticas setoriais e a par-
ticipação qualificada nas decisões sobre investimentos, monitoramento e avaliação
• Fomento à formação de Comissões Interinstitucionais de Educação Ambiental nos do impacto de tais políticas.
estados e auxílio na elaboração de programas estaduais de educação ambiental.
A descentralização espacial e institucional também é diretriz do ProNEA, por meio
• Implantação de curso de Educação Ambiental a Distância, objetivando capacitar da qual privilegia o envolvimento democrático dos atores e segmentos institucio-
gestores, professores e técnicos de meio ambiente de todos os municípios do país. nais na construção e implementação das políticas e programas de educação am-
biental nos diferentes níveis e instâncias de representatividade social no país.
• Implantação do projeto Protetores da Vida, objetivando sensibilizar e mobilizar
jovens para as questões ambientais. Considerando-se a educação ambiental como um dos instrumentos fundamentais
da gestão ambiental, o ProNEA desempenha um importante papel na orientação
Em abril do mesmo ano também é aprovada a Lei n° 9.795, que dispõe sobre a Po- de agentes públicos e privados para a reflexão, a construção e a implementação
lítica Nacional de Educação Ambiental. de políticas públicas que possibilitem solucionar questões estruturais, almejando a
sustentabilidade socioambiental.
O processo de construção do ProNEA pode e deve dialogar com as mais amplas pro-
postas, campanhas e programas governamentais e não governamentais em âmbitos Com a regulamentação da Política Nacional de Educação Ambiental, o ProNEA com-
nacional, estadual e municipal, fortalecendo-os e sendo por eles fortalecido, agregan- partilha a missão de aperfeiçoamento e fortalecimento dos sistemas de ensino,
do a estas reflexões e práticas marcadamente ambientalistas e educacionais. meio ambiente e outros que tenham interface com a educação ambiental, por inter-
médio dos quais a PNEA deve ser executada, em sinergia com as demais políticas
O Programa Nacional de Educação Ambiental, cujo caráter prioritário e permanente federais, estaduais e municipais de governo.
deve ser reconhecido por todos os governos, tem como eixo orientador a perspectiva
da sustentabilidade ambiental na construção de um país de todos. Suas ações desti- O Programa Nacional de Educação Ambiental almeja contribuir para o enraizamento
nam-se a assegurar, no âmbito educativo, a interação e a integração equilibradas das de uma cultura de respeito e valorização da diversidade e da identidade (de ser hu-
múltiplas dimensões da sustentabilidade ambiental – ecológica, social, ética, cultural, mano, de ser brasileiro, de ser do município x, da raça z, do gênero y, da classe so-
econômica, espacial e política – ao desenvolvimento do país, buscando o envolvimen- cial w etc.), ou seja, de ser diferente e gostar disto, sem deixar de lutar para superar
to e a participação social na proteção, recuperação e melhoria das condições ambien- aquelas diferenças que incomodam e oprimem, mas valorizando o outro em suas
tais e de qualidade de vida. Nesse sentido, assume as seguintes diretrizes: especificidades e com ele dialogando no sentido de trabalhar os conflitos visando

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80 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 81
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

não a sua supressão, mas o seu equacionamento democrático. • Fomentar processos de formação continuada em educação ambiental, formal
e não formal, dando condições para a atuação nos diversos setores da socie-
- PRINCÍPIOS DO PRONEA dade.

• Concepção de ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência • Contribuir com a organização de grupos – voluntários, profissionais, institucio-
nais, associações, cooperativas, comitês, entre outros – que atuem em pro-
sistêmica entre o meio natural e o construído, o socioeconômico e o cultural, o
gramas de intervenção em educação ambiental, apoiando e valorizando suas
físico e o espiritual, sob o enfoque da sustentabilidade.
ações.
• Abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais,
• Fomentar a transversalidade por meio da internalização e difusão da dimen-
transfronteiriças e globais.
são ambiental nos projetos, governamentais e não governamentais, de de-
• Respeito à liberdade e à equidade de gênero. senvolvimento e melhoria da qualidade de vida.
• Reconhecimento da diversidade cultural, étnica, racial, genética, de espécies • Promover a incorporação da educação ambiental na formulação e execução
e de ecossistemas. de atividades passíveis de licenciamento ambiental.
• Enfoque humanista, histórico, crítico, político, democrático, participativo, inclu- • Promover a educação ambiental integrada aos programas de conservação,
sivo, dialógico, cooperativo e emancipatório. recuperação e melhoria do meio ambiente, bem como àqueles voltados à pre-
• Compromisso com a cidadania ambiental. venção de riscos e danos ambientais e tecnológicos.

• Vinculação entre as diferentes dimensões do conhecimento; entre os valores • Promover campanhas de educação ambiental nos meios de comunicação de
éticos e estéticos; entre a educação, o trabalho, a cultura e as práticas sociais. massa, de forma a torná-los colaboradores ativos e permanentes na dissemi-
nação de informações e práticas educativas sobre o meio ambiente.
• Democratização na produção e divulgação do conhecimento e fomento à inte-
ratividade na informação. • Estimular as empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas a
desenvolver em programas destinados à capacitação de trabalhadores, visan-
• Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas.
do à melhoria e ao controle efetivo sobre o meio ambiente de trabalho, bem
• Garantia de continuidade e permanência do processo educativo. como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente.
• Permanente avaliação crítica e construtiva do processo educativo. • Difundir a legislação ambiental, por intermédio de programas, projetos e ações
• Coerência entre o pensar, o falar, o sentir e o fazer. de educação ambiental.

• Transparência. • Criar espaços de debate das realidades locais para o desenvolvimento de me-
canismos de articulação social, fortalecendo as práticas comunitárias susten-
- MISSÃO táveis e garantindo a participação da população nos processos decisórios so-
bre a gestão dos recursos ambientais.
A educação ambiental contribuindo para a construção de sociedades sustentáveis
• Estimular e apoiar as instituições governamentais e não governamentais a
com pessoas atuantes e felizes em todo o Brasil.
pautarem suas ações com base na Agenda 21.
- OBJETIVOS • Estimular e apoiar pesquisas, nas diversas áreas científicas, que auxiliem o
desenvolvimento de processos produtivos e soluções tecnológicas apropria-
• Promover processos de educação ambiental voltados para valores humanis- das e brandas, fomentando a integração entre educação ambiental, ciência e
tas, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências que contribuam tecnologia.
para a participação cidadã na construção de sociedades sustentáveis.

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82 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 83
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

• Incentivar iniciativas que valorizem a relação entre cultura, memória e paisa- • Lideranças de comunidades rurais e urbanas, a exemplo de grupos étnicos
gem - sob a perspectiva da biofilia, assim como a interação entre os saberes e culturais.
tradicionais e populares e os conhecimentos técnico-científicos. • Tomadores de decisão de entidades públicas, privadas e do terceiro setor.
• Promover a inclusão digital para dinamizar o acesso a informações sobre a • Servidores e funcionários de entidades públicas, privadas e não governa-
temática ambiental, garantindo inclusive a acessibilidade de portadores de mentais.
necessidades especiais.
• Grupos de voluntários.
• Acompanhar os desdobramentos dos programas de educação ambiental, ze-
• Membros dos poderes legislativo e judiciário.
lando pela coerência entre os princípios da educação ambiental e a implemen-
tação das ações pelas instituições públicas responsáveis. • Sindicatos, movimentos e redes sociais.

• Estimular a cultura de redes de educação ambiental, valorizando essa forma • Entidades religiosas.
de organização. • Comunidade científica.
• Garantir junto às unidades federativas a implantação de espaços de articula- • Melhor idade.
ção da educação ambiental.
• Profissionais liberais
• Promover e apoiar a produção e a disseminação de materiais didático-peda-
• População em geral.
gógicos e instrucionais.
• Sistematizar e disponibilizar informações sobre experiências exitosas e apoiar - LINHAS DE AÇÃO E AS ESTRATÉGIAS
novas iniciativas.
GESTÃO E PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PAÍS:
• Produzir e aplicar instrumentos de acompanhamento, monitoramento e ava-
liação das ações do ProNEA, considerando a coerência com suas Diretrizes e - Planejamento da educação ambiental com base na gestão ambiental integrada;
Princípios. - Formulação e implementação de políticas públicas ambientais de âmbito local;

- PÚBLICOS - Criação de interfaces entre educação ambiental e os diversos programas e


políticas de governo, nas diferentes áreas;
• Grupos em condições de vulnerabilidade social e ambiental. - Articulação e mobilização social como instrumentos de educação ambiental;
• Gestores, do governo ou da sociedade civil, de recursos ambientais. - Estímulo à educação ambiental voltada para empreendimentos e projetos do
• Comunidades indígenas e tradicionais – ribeirinhos, extrativistas, caiçaras, setor produtivo;
quilombolas, entre outras. - Apoio institucional e financeiro a ações de educação ambiental.
• Educadores, animadores, editores, comunicadores e artistas ambientais.
FORMAÇÃO DE EDUCADORES E EDUCADORAS AMBIENTAIS:
• Professores de todos os níveis e modalidades de ensino.
• Estudantes de todos os níveis e modalidades de ensino. - Formação continuada de educadores, educadoras, gestores e gestoras am-
bientais, no âmbito formal e não formal.
• Técnicos extensionistas e agentes de desenvolvimento rural.
- COMUNICAÇÃO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
• Produtores rurais, incluindo os assentados.
• Agentes comunitários e de saúde. - Comunicação e tecnologia para a educação ambiental;

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84 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 85
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

- Produção e apoio à elaboração de materiais educativos e didático-pedagógicos. - ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DOS COLEGIADOS DO ProNEA

- INCLUSÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO: - Atribuições do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (Art. 15
da Lei no 9.795, de 27/04/1999).
- Incentivo à inclusão da dimensão ambiental nos projetos político-pedagógicos
das instituições de ensino; I – definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;
- Incentivo a estudos, pesquisas e experimentos em educação ambiental.
II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área
- MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS DE EDU- de educação ambiental, em âmbito nacional;
CAÇÃO AMBIENTAL:
III – participação na negociação de financiamentos a planos, programas e projetos
- Análise, monitoramento e avaliação de políticas, programas e projetos de edu- na área de educação ambiental.
cação ambiental, por intermédio da construção de indicadores.
- Competências do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (Art.
- ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 3º do Decreto Presidencial no 4.281, de 25/06/2002).

I - avaliar e intermediar, se for o caso, programas e projetos da área de educação


ambiental, inclusive supervisionando a recepção e emprego dos recursos públicos e
privados aplicados em atividades dessa área;

II - observar as deliberações do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA e


do Conselho Nacional de Educação - CNE;

III - apoiar o processo de implementação e avaliação da Política Nacional de Edu-


cação Ambiental em todos os níveis, delegando competências quando necessário;

IV – sistematizar e divulgar as diretrizes nacionais definidas, garantindo o processo


participativo;

V- estimular e promover parcerias entre instituições públicas e privadas, com ou


sem fins lucrativos, objetivando o desenvolvimento de práticas educativas voltadas
à sensibilização da coletividade sobre questões ambientais;

VI - promover o levantamento de programas e projetos desenvolvidos na área de


Educação Ambiental e o intercâmbio de informações;

VII - indicar critérios e metodologias qualitativas e quantitativas para a avaliação de


programas e projetos de Educação Ambiental;

Figura 3: Estrutura organizacional da PNEA


VIII - estimular o desenvolvimento de instrumentos e metodologias visando o

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86 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 87
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

10 POLÍTICA NACIONAL DE
acompanhamento e avaliação de projetos de Educação Ambiental;

IX – levantar, sistematizar e divulgar as fontes de financiamento disponíveis no País


e no exterior para a realização de programas e projetos de educação ambiental;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
(LEI 9795/99)
X – definir critérios considerando, inclusive, indicadores de sustentabilidade, para o
apoio institucional e alocação de recursos a projetos da área não formal;

XI - assegurar que sejam contemplados como objetivos do acompanhamento e ava-


liação das iniciativas em Educação Ambiental: a) a orientação e consolidação de LEI Nº 9.795, de 27 de abril de 1999.
projetos; b) o incentivo e multiplicação dos projetos bem sucedidos; e, c) a compa-
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Am-
tibilização com os objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
biental e dá outras providências.
- Atribuições do Comitê Assessor do Órgão Gestor da PNEA (Art. 4o do Decreto Pre-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sidencial no 4.281, de 25/06/2002).
sanciono a seguinte Lei:
Assessoramento do Órgão Gestor e solicitação de assessoramento de órgãos, ins-
CAPÍTULO I
tituições e pessoas de notório saber na área de sua competência, em assuntos que
necessitem de conhecimento específico.
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

- Finalidade da Câmara Técnica de Educação Ambiental do Conselho Nacional de


Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
Meio Ambiente (Art. 1o da Resolução CONAMA no 327, de 25/04/2003.).
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de
I – Propor indicadores de desempenho e de avaliação das ações de educação am-
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
biental decorrentes das políticas, programas e projetos de governo;

Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da edu-


II – propor diretrizes para elaboração e implementação das políticas e programas
cação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
estaduais de educação ambiental;
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.
III – assessorar as demais Câmaras Técnicas, no que tange à educação ambiental;
Art. 3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação
IV – ações de educação ambiental nas políticas de conservação da biodiversidade, ambiental, incumbindo:
de zoneamento ambiental, de licenciamento e revisão de atividades efetivas ou
I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir
potencialmente poluidoras, de gerenciamento de resíduos, de gerenciamento cos-
políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação am-
teiro, de gestão de recursos hídricos, de ordenamento de recursos pesqueiros, de
biental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conserva-
manejo sustentável de recursos ambientais, de ecoturismo e melhoria de qualidade
ção, recuperação e melhoria do meio ambiente;
ambiental.

II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integra-


da aos programas educacionais que desenvolvem;

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88 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 89
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, pro- Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:
mover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação,
recuperação e melhoria do meio ambiente; I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, le-
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente gais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e in-
corporar a dimensão ambiental em sua programação; II - a garantia de democratização das informações ambientais;

V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática
programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao ambiental e social;
controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na
processo produtivo no meio ambiente;
preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade
VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e
prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.
macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equi-
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: librada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia,
justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdepen-
dência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sus- VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade
tentabilidade; como fundamentos para o futuro da humanidade.

III - o pluralismo de ideais e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi CAPÍTULO II


e transdisciplinaridade;
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
Seção I
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
Disposições Gerais
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
Art. 6º É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e
Art. 7º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação,
globais;
além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente -
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cul- Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os
tural. órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e orga-
nizações não governamentais com atuação em educação ambiental.

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90 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 91
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

Art. 8º As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à participação dos
ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das se- interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à problemática
guintes linhas de atuação inter-relacionadas: ambiental;

I - capacitação de recursos humanos; IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na área


ambiental;
II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações;
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de
III - produção e divulgação de material educativo; material educativo;

IV - acompanhamento e avaliação. VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às ações
enumeradas nos incisos I a V.
§ 1º Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental serão
respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei. Seção II

§ 2º A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para: Da Educação Ambiental no Ensino Formal

I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização Art. 9º Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no
dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino; âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:

II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualiza- I - educação básica:


ção dos profissionais de todas as áreas;
a) educação infantil;
III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambien-
tal; b) ensino fundamental;

IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio am- c) ensino médio;


biente;
II - educação superior;
V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz
respeito à problemática ambiental. III - educação especial;

§ 3º As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para: IV - educação profissional;

I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à incorporação da V - educação de jovens e adultos.


dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa inte-
de ensino;
grada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.
II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão am-
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no
biental;
currículo de ensino.

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92 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 93
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

§ 2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto me- zações não governamentais;
todológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação
de disciplina específica. IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação;

§ 3º Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de
níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades conservação;
profissionais a serem desenvolvidas.
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de profes-
VII - o ecoturismo.
sores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.

CAPÍTULO III
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação comple-
mentar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 14. A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará a cargo de
Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e
um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.
de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do disposto
nos arts. 10 e 11 desta Lei. Art. 15. São atribuições do órgão gestor:

Seção III I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;

Da Educação Ambiental Não formal II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área
de educação ambiental, em âmbito nacional;
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não formal as ações e práticas educa-
tivas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e a sua III - participação na negociação de financiamentos a planos, programas e projetos
organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. na área de educação ambiental.

Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incenti- Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua compe-
vará: tência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para a
educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços
Educação Ambiental.
nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas
relacionados ao meio ambiente; Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos públicos
vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada levando-
II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não gover-
-se em conta os seguintes critérios:
namentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à edu-
cação ambiental não formal; I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de
Educação Ambiental;
III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de progra-
mas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organi-

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94 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 95
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e do Sistema Nacional de Educa- Art. 1º Fica instituída a Política Estadual de Educação Ambiental, seus objetivos,
ção; princípios e fundamentos e se constitui o Órgão Gestor da Política Estadual de Edu-
cação Ambiental.
III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a alocar e
o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto. Art. 2º Entende-se por Educação Ambiental os processos permanentes de ação e
reflexão individual e coletiva voltados para a construção de valores, saberes, co-
Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser contem- nhecimentos, atitudes e hábitos, visando uma relação sustentável da sociedade
plados, de forma equitativa, os planos, programas e projetos das diferentes regiões humana com o ambiente que integra.
do país.
Art. 3º A Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da edu-
Art. 18. (VETADO) cação estadual, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter escolar e não escolar.
Art. 19. Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio ambien-
te e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos às Art. 4º A Educação Ambiental é objeto constante de atuação direta da prática peda-
ações de educação ambiental. gógica, das relações familiares, comunitárias e dos movimentos sociais na formação
da cidadania emancipatória.
CAPÍTULO IV
Art. 5º A Educação Ambiental deve estimular a cooperação, a solidariedade, a igual-
DISPOSIÇÕES FINAIS
dade, o respeito às diferenças e aos direitos humanos, valendo-se de estratégias
democráticas e interação entre as culturas.
Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias de sua
publicação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional
CAPÍTULO I
de Educação.
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 6º São princípios que regem a Educação Ambiental em todos os seus níveis:
Brasília, 27 de abril de 1999; 178º da Independência e 111º da República.
I - o enfoque humanista, sistêmico, democrático e participativo;

10.1 POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdepen-
dência entre o meio natural, o socioeconômico, o político e o cultural, sob o enfoque

AMBIENTAL (LEI 9265/2009) da sustentabilidade;

III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da multi, inter


Institui a Política Estadual de Educação Ambiental e dá outras providências. e transdisciplinaridade;

O GOVERNADOR DO ESPÍRITO SANTO IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho, a democracia participativa e
as práticas socioambientais;
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
V - a garantia de continuidade, permanência e articulação do processo educativo

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96 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 97
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

com todos os indivíduos e grupos sociais; VIII - fortalecer a cidadania emancipatória dos povos e a solidariedade como funda-
mentos para a atual e as futuras gerações;
VI - a avaliação crítica permanente do processo educativo;
IX - estimular a criação das organizações sociais em redes, pólos e centros de edu-
VII - a abordagem articulada das questões socioambientais locais, regionais, nacio- cação ambiental e coletivos educadores, o fortalecimento dos já existentes, estimu-
nais e globais; lando a comunicação e a colaboração entre estes, em níveis local, regional, estadual
e interestadual, visando à descentralização da Educação Ambiental.
VIII - o reconhecimento, a valorização, o resgate e o respeito à pluralidade e à diver-
sidade individual, sócio-histórica e cultural; CAPÍTULO II

IX - a articulação com o princípio da gestão democrática do ensino público na edu- DAS COMPETÊNCIAS
cação básica, traduzido na participação dos profissionais da educação na elabora-
ção do projeto pedagógico da escola e na participação das comunidades escolar e Art. 8º No implemento da Política Estadual de Educação Ambiental compete:
local, em conselhos escolares ou equivalentes.
I - ao Poder Público, definir políticas públicas que incorporem a dimensão socio-
Art. 7º São objetivos fundamentais da Educação Ambiental: ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis e modalidades de
ensino e o engajamento da sociedade na conservação, preservação, recuperação e
I - desenvolver uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e melhoria do meio ambiente;
complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos,
sociais, econômicos, históricos, científicos, tecnológicos, culturais e éticos; II - aos órgãos estaduais, responsáveis pela gestão ambiental, promover programas
de educação ambiental integrados às ações de preservação, conservação, recupe-
II - garantir a democratização, a publicidade, a acessibilidade e a disseminação das ração e sustentabilidade do meio ambiente;
informações socioambientais;
III - às instituições de ensino, inserir a Educação Ambiental de forma transversal
III - estimular e fortalecer a consciência crítica sobre a problemática socioambiental; como estratégia de ação na concepção, elaboração e implementação do Projeto
Político Pedagógico - PPP pela comunidade escolar, bem como contribuir para a
IV - incentivar a participação individual e coletiva permanente e responsável, na
qualificação, a participação da comunidade local e dos movimentos sociais, visando
conservação e preservação do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualida-
ao exercício da cidadania;
de ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
IV - às instituições de educação superior públicas e privadas, produzir conhecimen-
V - estimular a cooperação entre as diversas regiões do Estado, em níveis micro e
to e desenvolver tecnologias, visando à melhoria das condições do ambiente, da
macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ecologicamente pru-
saúde no trabalho e da qualidade de vida da população do Estado, assim como o
dente, economicamente viável, culturalmente diversa, politicamente atuante e so-
desenvolvimento de programas especiais de formação adicional dos professores
cialmente justa;
e animadores culturais responsáveis por atividades de educação infantil e ensino
fundamental e médio;
VI - fomentar e fortalecer a integração da educação com a ciência, a tecnologia e a
inovação na perspectiva da sustentabilidade;
V - aos meios de comunicação e informação, incorporar a dimensão socioambiental
de forma processual, transversal e contínua em todas as suas atividades;
VII - estimular o desenvolvimento e a adoção de tecnologias menos poluentes e
impactantes, propondo intervenções, quando necessário;

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98 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 99
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

VI - às empresas e instituições públicas e privadas, entidades de classe, promover escolar e não-escolar de forma contínua, processual, permanente e contextualiza-
programas destinados à sensibilização e formação dos gestores, trabalhadores e da, devendo contemplar:
empregadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de tra-
balho, bem como sobre os impactos do processo produtivo no meio ambiente; I - a formação de agentes multiplicadores em Educação Ambiental;

VII - às empresas e instituições públicas e privadas, entidades de classe, desenvol- II - o desenvolvimento de estudos, pesquisas, experimentações e projetos de inter-
ver e apoiar programas e projetos voltados à educação ambiental, em parceria com venção;
a comunidade, visando à sustentabilidade local, em consonância com o Programa
III - o estabelecimento de critérios para a produção, a divulgação e a aquisição de
Estadual de Educação Ambiental;
materiais didáticos, paradidáticos e educativos em geral;
VIII - à Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental – Ciea, apoiar tecnica-
IV - a definição de indicadores qualiquantitativos, o acompanhamento e avaliação
mente o Órgão Gestor Estadual de Educação Ambiental na elaboração e avaliação
continuada;
do Programa Estadual de Educação Ambiental e na consolidação de políticas públi-
cas voltadas à educação ambiental;
V - a disponibilização permanente de informações;

IX - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valo-


VI - o desenvolvimento de ações de integração por meio da cultura de redes sociais;
res, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada à
prevenção, identificação e à solução de problemas socioambientais, bem como o VII - o fortalecimento da Educação Ambiental no processo de gestão ambiental;
exercício do controle social sobre as ações da gestão pública na execução das polí-
ticas públicas ambientais; VIII - o fortalecimento da Educação Ambiental nos planos de bacia hidrográfica;

X - às organizações não governamentais, às organizações da sociedade civil de in- IX - o fortalecimento dos fóruns de participação popular;
teresse público, às organizações sociais em rede, movimentos sociais e educadores
em geral, propor, estimular, apoiar e desenvolver programas e projetos de educa- X - a orientação à realização de feiras e eventos de Educação Ambiental;
ção ambiental, em consonância com o Programa Estadual de Educação Ambiental,
XI - a consolidação de ações, programas e projetos de educomunicação ambiental;
que contribuam para a produção de conhecimento e a formação de sociedades
sustentáveis. XII - a implementação e a consolidação da Educação Ambiental nos diversos setores
da sociedade civil organizada e populações tradicionais;
CAPÍTULO III
XIII - o reconhecimento da pluralidade e diversidade cultural do Estado;
DA POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
XIV - o fortalecimento dos polos e centros de Educação Ambiental;
Art. 9º A Política Estadual de Educação Ambiental será implementada por meio do
Programa Estadual de Educação Ambiental a ser instituído por instrumento legal XV - o fortalecimento da Educação Ambiental nas Áreas Protegidas e em seu entor-
estadual e que deverá se caracterizar por linhas de ação, estratégias, critérios, ins- no, notadamente nas de proteção integral;
trumentos e metodologias.
XVI - o fortalecimento da Educação Ambiental na zona rural para preservação, con-
Art. 10. O Programa Estadual de Educação Ambiental compreenderá as atividades servação, recuperação e manejo do território.
vinculadas à Política Estadual de Educação Ambiental desenvolvidas na educação

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100 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 101
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

CAPÍTULO IV CAPÍTULO V

DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ESCOLAR

Art. 11. Fica instituído o Órgão Gestor Estadual da Educação Ambiental como res- Art. 14. A Educação Ambiental na educação escolar será desenvolvida no âmbito
ponsável pelo Sistema Estadual de Informação de Educação Ambiental, cabendo à dos currículos e atividades extracurriculares das instituições de ensino públicas e
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEAMA a atribuição de privadas, englobando níveis e modalidades de ensino, a saber:
organizar a coleta, o tratamento, o armazenamento, o depósito legal, a recuperação
e a divulgação de informações sobre Educação Ambiental e fatores incipientes em I - níveis de ensino:
sua gestão.
a) educação básica:
Parágrafo único. Fica instituída a SEAMA como depositária legal de publicações de
1. educação infantil;
Educação Ambiental e de Meio Ambiente.

2. ensino fundamental;
Art. 12. São princípios para o Sistema Estadual de Informação sobre Educação Am-
biental:
3. ensino médio;

I - a descentralização da coleta e da produção de dados e informações;


b) educação superior;

II - a sistematização das informações;


II - modalidades de ensino:

III - coordenação unificada do sistema;


a) educação especial;

IV - divulgação de informações;
b) educação a distância;

V - articulação com os sistemas brasileiros de informação sobre Educação Ambien-


c) educação profissional e tecnológica;
tal e Meio Ambiente.
d) educação de jovens e adultos;
Art. 13. O Sistema Estadual de Informação sobre Educação Ambiental tem como
objetivos: e) educação do campo;

I - democratizar o acesso à informação ambiental; f) educação indígena.

II - reunir, tratar e divulgar informações sobre Educação Ambiental; Parágrafo único. No contexto da Educação Ambiental, abordar as questões étnico-
-raciais em todos os níveis e modalidades de ensino.
III - atualizar permanentemente as informações sobre programas, projetos e ações
voltadas para a Educação Ambiental; Art. 15. A dimensão ambiental e suas relações com o meio social e o natural devem
estar inscritas de forma crítica nos currículos de formação dos profissionais de edu-
IV - subsidiar a elaboração e atualização do Programa Estadual de Educação Am-
cação, em todos os níveis e em todas as disciplinas.
biental.

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102 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 103
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

Parágrafo único. Os profissionais da educação em atividade devem receber forma- Art. 18. A Educação Ambiental no âmbito das instituições de ensino deve valorizar
ção continuada em Educação Ambiental, com o propósito de atender adequada- a história, a cultura, a diversidade e o ambiente para fortalecer as culturas locais.
mente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Estadual de Educação
Ambiental. Art. 19. A autorização e o reconhecimento do funcionamento de instituições de en-
sino e de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do
Art. 16. A Educação Ambiental deve ser inserida em todos os níveis e modalidades disposto nos artigos 16, 17 e 18 desta Lei.
de ensino constituindo-se em uma prática educativa contínua, permanente e inte-
grada aos projetos educacionais e incorporada ao projeto político-pedagógico das Parágrafo único. A autorização, de que trata o “caput” deste artigo, terá sua vigência
instituições de ensino. estabelecida após 180 (cento e oitenta) dias da publicação desta Lei.

§ 1º A Educação Ambiental deverá ser contemplada de forma inter e transdisciplinar CAPÍTULO VI


nos projetos político-pedagógicos e nos planos de desenvolvimento das institui-
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO ESCOLAR
ções de ensino, de acordo com as diretrizes da educação nacional.

Art. 20. Entende-se por Educação Ambiental Não-Escolar as ações e práticas edu-
§ 2º A Educação Ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no
cativas voltadas à sensibilização, mobilização e formação da coletividade sobre as
currículo de ensino na educação básica e nas modalidades de Educação do Campo,
questões socioambientais e a sua organização e participação na defesa da qualida-
Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial.
de do ambiente de forma integral.
§ 3º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto meto-
Parágrafo único. O Poder Público, em nível estadual, incentivará e promoverá:
dológico da Educação Ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação
de disciplina específica.
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços
nobres, de programas e campanhas educativas e de informações acerca de temas
§ 4º Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os
relacionados ao meio ambiente;
níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate de práticas ambientalmente sus-
tentáveis e da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas.
II - a ampla participação da escola, das instituições de educação superior e de orga-
nizações não governamentais na formulação e execução de programas e atividades
Art. 17. As instituições de ensino da rede pública e seus respectivos conselhos e
vinculadas à Educação Ambiental Não Escolar;
as instituições de ensino privadas deverão priorizar em suas atividades práticas e
teóricas:
III - o apoio e a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento
de programas de Educação Ambiental em parceria com a escola, as instituições de
I - a participação da comunidade na identificação dos problemas e potencialidades
ensino superior, as organizações não governamentais, as organizações sociais em
locais na busca de soluções sustentáveis;
rede e os polos e centros de Educação Ambiental;
II - a participação e o fortalecimento dos coletivos organizados pela escola e pelos
IV - a sensibilização e a mobilização da sociedade para a importância da preserva-
movimentos sociais;
ção e conservação do bioma mata atlântica e seus ecossistemas associados, espe-
III - a criação de espaços para a vivência, discussões e ações em Educação Ambien- cialmente das áreas protegidas e das bacias hidrográficas;
tal.
V - a sensibilização ambiental e a valorização das populações tradicionais ligadas às
unidades de conservação;

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104 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 105
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

VI - a sensibilização, mobilização e formação ambiental dos agricultores e trabalha- tal;


dores rurais inclusive nos assentamentos para as práticas agroecológicas;
XVI - a inserção da Educação Ambiental nos Conselhos Profissionais de Classe;
VII - a implantação de atividades ligadas ao turismo sustentável;
XVII - a inserção da Educação Ambiental nos programas de extensão rural, priori-
VIII - a inserção da Educação Ambiental nas: zando as práticas agroecológicas;

a) atividades de conservação da biodiversidade, de zoneamento ambiental, de li- XVIII - a formação permanente em Educação Ambiental para agentes sociais e co-
cenciamento, de fiscalização, de gerenciamento de resíduos, de gestão de recursos munitários oriundos de diversos segmentos e movimentos sociais para atuar em
hídricos, de gerenciamento costeiro, de ordenamento de recursos pesqueiros, de programas, projetos e atividades a serem desenvolvidos em comunidades, municí-
manejo sustentável de recursos ambientais e de melhoria de qualidade ambiental; pios, bacias hidrográficas e Unidades de Conservação.

b) políticas econômicas, sociais e culturais, de ciência e tecnologia, de comunicação, CAPÍTULO VII


de transporte, de saneamento e de saúde nos projetos financiados com recursos
públicos e privados e nos ditames da Agenda 21; EDUCOMUNICAÇÃO AMBIENTAL

IX - a implantação de Polos e Centros de Educação Ambiental da Mata Atlântica por Art. 21. Entende-se por Educomunicação Ambiental a utilização de práticas comuni-
meio da destinação e uso de áreas urbanas e rurais para o desenvolvimento priori- cativas comprometidas com a ética da sustentabilidade na formação cidadã, visan-
tário de atividades de Educação Ambiental; do à participação, articulação entre gerações, setores e saberes, integração comuni-
tária, reconhecimento de direitos e democratização dos meios de comunicação com
X - a participação e o controle social na gestão dos recursos ambientais, na elabo- o acesso de todos, indiscriminadamente.
ração e execução de políticas públicas;
Art. 22. São objetivos da Educomunicação:
XI - o apoio e a sensibilização para a estruturação dos coletivos de meio ambiente
do Estado, bem como a formação continuada em Educação Ambiental destes gru- I - promover a produção interativa de programas e campanhas educativas socioam-
pos; bientais;

XII - o desenvolvimento de projetos ambientais sustentáveis, elaborados pelos gru- II - apoiar e fortalecer as redes de educação e comunicação ambiental;
pos e comunidades;
III - promover ações educativas, por meio da comunicação, utilizando recursos mi-
XIII - a formação de núcleos de estudos ambientais nas instituições públicas e pri- diáticos e tecnológicos em produções dos próprios educandos para informar, mobi-
vadas; lizar e difundir a Educação Ambiental;

XIV - o desenvolvimento de Educação Ambiental a partir de processos metodológi- IV - promover mapeamento estadual e municipal da Educomunicação Ambiental;
cos, participativos, inclusivos e abrangentes, valorizando a diversidade cultural, os
V - implantar sistema virtual interativo de intercâmbio e veiculação de produções
saberes e as especificidades de gênero e etnias;
educomunicativas ambientais;
XV - a inserção do componente Educação Ambiental nos programas e projetos fi-
VI - promover a formação dos educomunicadores socioambientais, como parte do
nanciados por recursos públicos e oriundos da conversão de multas ambientais, de
programa de formação de educadores ambientais;
acordo com os critérios estabelecidos no Programa Estadual de Educação Ambien-

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106 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 107
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

VII - contribuir para o acesso aos meios de produção da comunicação junto a cole- em âmbito estadual;
tivos envolvidos com a Educação Ambiental, especialmente via equipamentos de
radiodifusão comunitária; II - articular, coordenar e supervisionar planos, programas e projetos na área de
Educação Ambiental, em âmbito estadual;
VIII - contribuir com a pesquisa e oferta de metodologias de diagnóstico de comu- III - participar na negociação de financiamentos de planos, programas e projetos na
nicação e elaboração de planos de comunicação em projetos e programas socioam- área de Educação Ambiental.
bientais;
Art. 25. Os municípios, na esfera de sua competência e nas áreas de sua jurisdição,
IX - garantir a democratização das informações ambientais; definirão diretrizes, normas e critérios para a Educação Ambiental, respeitados os
princípios e objetivos da Política Estadual de Educação Ambiental.
X - apoiar e incentivar as experiências locais e regionais de produção educomuni-
cativas;
Art. 26. A execução da Política Estadual de Educação Ambiental ficará a cargo dos
órgãos estaduais de meio ambiente integrantes do Sistema Estadual de Meio Am-
XI - apoiar e incentivar autonomia financeira e institucional dos programas de Edu-
biente, das instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino,
comunicação;
dos órgãos integrantes da Administração Pública Estadual direta e indireta, além
XII - incentivar a criação de núcleos de Educomunicação nas Secretarias de Educa- das organizações não governamentais, instituições de classe, meios de comunica-
ção e de Meio Ambiente do Estado e municípios. ção e demais segmentos da sociedade.

CAPÍTULO VIII CAPÍTULO IX


DA ALOCAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS
DA GESTÃO E DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 27. A alocação de recursos financeiros para o desenvolvimento e a implemen-
Art. 23. Fica criado o Órgão Gestor responsável pela coordenação e planejamento
tação dos programas e projetos relativos à Política Estadual de Educação Ambiental
da Política Estadual de Educação Ambiental, dirigido pelos Secretários de Estado das
guardará:
Secretarias de Educação e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

§ 1º Aos dirigentes caberá indicar seus respectivos representantes responsáveis I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Estadual de
pelas questões de Educação Ambiental de cada Secretaria. Educação Ambiental;

§ 2º As Secretarias de Estado da Educação e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos II - prioridade dos órgãos integrantes do Sistema Estadual de Meio Ambiente e do
proverão o suporte técnico e administrativo necessários ao desempenho das atri- Sistema Estadual de Educação;
buições do Órgão Gestor.
III - articulação interinstitucional;
§ 3º O Poder Executivo regulamentará as demais questões concernentes ao Órgão
Gestor. IV - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a alocar e
o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto;
Art. 24. São atribuições do Órgão Gestor:

V - equanimidade entre as diferentes regiões do Estado.


I - definir diretrizes para implementação da Política Estadual de Educação Ambiental

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108 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 109
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

Art. 28. Caberá à SEAMA, bem como à Secretaria de Estado da Educação a iniciativa
de incluir nos seus respectivos programas de trabalho, constantes do Plano Pluria-
10.2 DECRETO Nº 4.281/2002 -
nual e do Orçamento Anual, ações de Educação Ambiental no âmbito estadual.
REGULAMENTAÇÃO DA LEI NO
Art. 29. Anualmente, os órgãos públicos responsáveis pelo fomento à pesquisa alo-
carão recursos para a realização de estudos, pesquisas e experimentações em Edu-
9.795,/1999, QUE INSTITUI A POLÍTICA
cação Ambiental.
NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 30. Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio ambiente
e educação, em nível estadual, devem alocar recursos às ações de Educação Am- DECRETO Nº 4.281, de 25 de junho de 2002.
biental.
Regulamenta a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. de Educação Ambiental, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
Na leitura da Lei 9.795/99, depreende-se claramente o quanto enfatiza a impor-
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 9.795, de 27 de abril de
tância do meio ambiente e sua contínua contextualização nos planos da educação
1999,
formal e informal.
DECRETA:
Em que pese a não efetividade de muitas das disposições legais, é necessário que Art. 1º A Política Nacional de Educação Ambiental será executada pelos órgãos e
os problemas relacionados à Educação Ambiental sejam trazidos à tona. entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, pelas
instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos
Dentre eles, o destaque para a transversalidade é dos mais imprescindíveis, porque públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não
enquanto todos os professores não conseguirem perceber a abrangência e impor- governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos
tância do meio ambiente, discutindo isso com os alunos, não haverá como se falar da sociedade.
de um vigoroso processo de conscientização. Por causa da necessária reiteração da
relevância e ocorrência desse processo é que o legislador, sabiamente, preferiu pela Art. 2º Fica criado o Órgão Gestor, nos termos do art. 14 da Lei no 9.795, de 27 de
contextualização transversal, ao invés de inserção do meio ambiente em disciplina abril de 1999, responsável pela coordenação da Política Nacional de Educação Am-
específica. biental, que será dirigido pelos Ministros de Estado do Meio Ambiente e da Educa-
ção.
§ 1º Aos dirigentes caberá indicar seus respectivos representantes responsáveis
pelas questões de Educação Ambiental em cada Ministério.
§ 2º As Secretarias-Executivas dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação
proverão o suporte técnico e administrativo necessários ao desempenho das atri-
buições do Órgão Gestor.
§ 3º Cabe aos dirigentes a decisão, direção e coordenação das atividades do Órgão
Gestor, consultando, quando necessário, o Comitê Assessor, na forma do art. 4o
deste Decreto.

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110 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 111
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

Art. 3º Compete ao Órgão Gestor: c) a compatibilização com os objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

I - avaliar e intermediar, se for o caso, programas e projetos da área de educação Art. 4o Fica criado Comitê Assessor com o objetivo de assessorar o Órgão Gestor,
ambiental, inclusive supervisionando a recepção e emprego dos recursos públicos e integrado por um representante dos seguintes órgãos, entidades ou setores:
privados aplicados em atividades dessa área;
I - setor educacional-ambiental, indicado pelas Comissões Estaduais Interinstitucio-
II - observar as deliberações do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA e nais de Educação Ambiental;
do Conselho Nacional de Educação - CNE;
II - setor produtivo patronal, indicado pelas Confederações Nacionais da Indústria,
III - apoiar o processo de implementação e avaliação da Política Nacional de Edu- do Comércio e da Agricultura, garantida a alternância;
cação Ambiental em todos os níveis, delegando competências quando necessário;
III - setor produtivo laboral, indicado pelas Centrais Sindicais, garantida a alternân-
IV - sistematizar e divulgar as diretrizes nacionais definidas, garantindo o processo cia;
participativo;
IV - Organizações Não governamentais que desenvolvam ações em Educação Am-
V - estimular e promover parcerias entre instituições públicas e privadas, com ou biental, indicado pela Associação Brasileira de Organizações não Governamentais
sem fins lucrativos, objetivando o desenvolvimento de práticas educativas voltadas - ABONG;
à sensibilização da coletividade sobre questões ambientais;
V - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB;
VI - promover o levantamento de programas e projetos desenvolvidos na área de
Educação Ambiental e o intercâmbio de informações; VI - municípios, indicado pela Associação Nacional dos Municípios e Meio Ambiente
- ANAMMA;
VII - indicar critérios e metodologias qualitativas e quantitativas para a avaliação de
programas e projetos de Educação Ambiental; VII - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC;

VIII - estimular o desenvolvimento de instrumentos e metodologias visando o VIII - Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, indicado pela Câmara Técni-
acompanhamento e avaliação de projetos de Educação Ambiental; ca de Educação Ambiental, excluindo-se os já representados neste Comitê;

IX - levantar, sistematizar e divulgar as fontes de financiamento disponíveis no País IX - Conselho Nacional de Educação - CNE;
e no exterior para a realização de programas e projetos de educação ambiental;
X - União dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME;
X - definir critérios considerando, inclusive, indicadores de sustentabilidade, para o
XI - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
apoio institucional e alocação de recursos a projetos da área não formal;
IBAMA;
XI - assegurar que sejam contemplados como objetivos do acompanhamento e ava-
XII - da Associação Brasileira de Imprensa - ABI; e
liação das iniciativas em Educação Ambiental:

XIII - da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Estado de Meio Ambiente


a) a orientação e consolidação de projetos;
- ABEMA.
b) o incentivo e multiplicação dos projetos bem sucedidos;

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112 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 113
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

§ 1o A participação dos representantes no Comitê Assessor não enseja qualquer § 2o O Órgão Gestor estimulará os Fundos de Meio Ambiente e de Educação, nos
tipo de remuneração, sendo considerada serviço de relevante interesse público. níveis Federal, Estadual e Municipal a alocarem recursos para o desenvolvimento de
projetos de Educação Ambiental.
§ 2o O Órgão Gestor poderá solicitar assessoria de órgãos, instituições e pessoas de
notório saber, na área de sua competência, em assuntos que necessitem de conhe- Art. 7o O Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Educação e seus órgãos vin-
cimento específico. culados, na elaboração dos seus respectivos orçamentos, deverão consignar recur-
sos para a realização das atividades e para o cumprimento dos objetivos da Política
Art. 5o Na inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de Nacional de Educação Ambiental.
ensino, recomenda-se como referência os Parâmetros e as Diretrizes Curriculares
Nacionais, observando-se: Art. 8o A definição de diretrizes para implementação da Política Nacional de Educa-
ção Ambiental em âmbito nacional, conforme a atribuição do Órgão Gestor definida
I - a integração da educação ambiental às disciplinas de modo transversal, contínuo na Lei, deverá ocorrer no prazo de oito meses após a publicação deste Decreto,
e permanente; ouvidos o Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA e o Conselho Nacional
de Educação - CNE.
II - a adequação dos programas já vigentes de formação continuada de educadores.
Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 6o Para o cumprimento do estabelecido neste Decreto, deverão ser criados,
mantidos e implementados, sem prejuízo de outras ações, programas de educação Brasília, 25 de junho de 2002, 181o da Independência e 114o da República.
ambiental integrados:
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
I - a todos os níveis e modalidades de ensino; Paulo Renato de Souza
José Carlos Carvalho
II - às atividades de conservação da biodiversidade, de zoneamento ambiental, de
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 26.6.2002
licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, de
gerenciamento de resíduos, de gerenciamento costeiro, de gestão de recursos hí-
dricos, de ordenamento de recursos pesqueiros, de manejo sustentável de recursos
ambientais, de ecoturismo e melhoria de qualidade ambiental;

III - às políticas públicas, econômicas, sociais e culturais, de ciência e tecnologia de


comunicação, de transporte, de saneamento e de saúde;

IV - aos processos de capacitação de profissionais promovidos por empresas, enti-


dades de classe, instituições públicas e privadas;

V - a projetos financiados com recursos públicos; e

VI - ao cumprimento da Agenda 21.

§ 1o Cabe ao Poder Público estabelecer mecanismos de incentivo à aplicação de


recursos privados em projetos de Educação Ambiental.

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD


114 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 115
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

11 DECRETO Nº
I - Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se
reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que
ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução
6.040/2007- DA LEI NO cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inova-
ções e práticas gerados e transmitidos pela tradição;

9.795,/1999, QUE INSTITUI II - Territórios Tradicionais: os espaços necessários a reprodução cultural, social e

A POLÍTICA NACIONAL
econômica dos povos e comunidades tradicionais, sejam eles utilizados de forma
permanente ou temporária, observado, no que diz respeito aos povos indígenas e
quilombolas, respectivamente, o que dispõem os arts. 231 da Constituição e 68 do

DE DESENVOLVIMENTO Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e demais regulamentações; e

SUSTENTÁVEL DOS
III - Desenvolvimento Sustentável: o uso equilibrado dos recursos naturais, voltado
para a melhoria da qualidade de vida da presente geração, garantindo as mesmas
possibilidades para as gerações futuras.

POVOS E COMUNIDADES Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

TRADICIONAIS Brasília, 7 de fevereiro de 2007; 186o da Independência e 119o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


DECRETO Nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Patrus Ananias
Marina Silva
Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunida- Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.2.2007.
des Tradicionais.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Fica instituída a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos


e Comunidades Tradicionais - PNPCT, na forma do Anexo a este Decreto.

Art. 2o Compete à Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e


Comunidades Tradicionais - CNPCT, criada pelo Decreto de 13 de julho de 2006, co-
ordenar a implementação da Política Nacional para o Desenvolvimento Sustentável
dos Povos e Comunidades Tradicionais.

Art. 3o Para os fins deste Decreto e do seu Anexo compreende-se por:

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD


116 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 117
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

11.1 ANEXO AO DECRETO 6.040/2007 mas possibilidades para as gerações futuras e respeitando os seus modos de vida
e as suas tradições;

DA POLÍTICA NACIONAL DE VI - a pluralidade socioambiental, econômica e cultural das comunidades e dos po-

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS vos tradicionais que interagem nos diferentes biomas e ecossistemas, sejam em
áreas rurais ou urbanas;

POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS VII - a promoção da descentralização e transversalidade das ações e da ampla parti-
cipação da sociedade civil na elaboração, monitoramento e execução desta Política
a ser implementada pelas instâncias governamentais;
PRINCÍPIOS

VIII - o reconhecimento e a consolidação dos direitos dos povos e comunidades


Art. 1º As ações e atividades voltadas para o alcance dos objetivos da Política Na-
tradicionais;
cional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de-
verão ocorrer de forma intersetorial, integrada, coordenada, sistemática e observar
IX - a articulação com as demais políticas públicas relacionadas aos direitos dos Po-
os seguintes princípios:
vos e Comunidades Tradicionais nas diferentes esferas de governo;

I - o reconhecimento, a valorização e o respeito à diversidade socioambiental e


X - a promoção dos meios necessários para a efetiva participação dos Povos e Co-
cultural dos povos e comunidades tradicionais, levando-se em conta, dentre outros
munidades Tradicionais nas instâncias de controle social e nos processos decisórios
aspectos, os recortes etnia, raça, gênero, idade, religiosidade, ancestralidade, orien-
relacionados aos seus direitos e interesses;
tação sexual e atividades laborais, entre outros, bem como a relação desses em
cada comunidade ou povo, de modo a não desrespeitar, subsumir ou negligenciar XI - a articulação e integração com o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
as diferenças dos mesmos grupos, comunidades ou povos ou, ainda, instaurar ou Nutricional;
reforçar qualquer relação de desigualdade;
XII - a contribuição para a formação de uma sensibilização coletiva por parte dos
II - a visibilidade dos povos e comunidades tradicionais deve se expressar por meio órgãos públicos sobre a importância dos direitos humanos, econômicos, sociais, cul-
do pleno e efetivo exercício da cidadania; turais, ambientais e do controle social para a garantia dos direitos dos povos e co-
munidades tradicionais;
III - a segurança alimentar e nutricional como direito dos povos e comunidades tra-
dicionais ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantida- XIII - a erradicação de todas as formas de discriminação, incluindo o combate à in-
de suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo tolerância religiosa; e
como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade
cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis; XIV - a preservação dos direitos culturais, o exercício de práticas comunitárias, a
memória cultural e a identidade racial e étnica.
IV - o acesso em linguagem acessível à informação e ao conhecimento dos docu-
mentos produzidos e utilizados no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento OBJETIVO GERAL
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais;
Art. 2º A PNPCT tem como principal objetivo promover o desenvolvimento susten-
V - o desenvolvimento sustentável como promoção da melhoria da qualidade de tável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento, forta-
vida dos povos e comunidades tradicionais nas gerações atuais, garantindo as mes- lecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD


118 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 119
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização X - garantir o acesso às políticas públicas sociais e a participação de representantes
e suas instituições. dos povos e comunidades tradicionais nas instâncias de controle social;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS XI - garantir nos programas e ações de inclusão social recortes diferenciados volta-
dos especificamente para os povos e comunidades tradicionais;
Art. 3º São objetivos específicos da PNPCT:
XII - implementar e fortalecer programas e ações voltados às relações de gênero
I - garantir aos povos e comunidades tradicionais seus territórios, e o acesso aos nos povos e comunidades tradicionais, assegurando a visão e a participação femi-
recursos naturais que tradicionalmente utilizam para sua reprodução física, cultural nina nas ações governamentais, valorizando a importância histórica das mulheres e
e econômica; sua liderança ética e social;

II - solucionar e/ou minimizar os conflitos gerados pela implantação de Unidades de XIII - garantir aos povos e comunidades tradicionais o acesso e a gestão facilitados
Conservação de Proteção Integral em territórios tradicionais e estimular a criação aos recursos financeiros provenientes dos diferentes órgãos de governo;
de Unidades de Conservação de Uso Sustentável;
XIV - assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e coletivos concernentes
III - implantar infraestrutura adequada às realidades socioculturais e demandas dos aos povos e comunidades tradicionais, sobretudo nas situações de conflito ou ame-
povos e comunidades tradicionais; aça a sua integridade;

IV - garantir os direitos dos povos e das comunidades tradicionais afetados direta ou XV - reconhecer, proteger e promover os direitos dos povos e comunidades tradicio-
indiretamente por projetos, obras e empreendimentos; nais sobre os seus conhecimentos, práticas e usos tradicionais;

V - garantir e valorizar as formas tradicionais de educação e fortalecer processos XVI - apoiar e garantir o processo de formalização institucional, quando necessário,
dialógicos como contribuição ao desenvolvimento próprio de cada povo e comuni- considerando as formas tradicionais de organização e representação locais;
dade, garantindo a participação e controle social tanto nos processos de formação
educativos formais quanto nos não-formais; XVII - apoiar e garantir a inclusão produtiva com a promoção de tecnologias susten-
táveis, respeitando o sistema de organização social dos povos e comunidades tra-
VI - reconhecer, com celeridade, a auto identificação dos povos e comunidades tra- dicionais, valorizando os recursos naturais locais e práticas, saberes e tecnologias
dicionais, de modo que possam ter acesso pleno aos seus direitos civis individuais tradicionais.
e coletivos;
DOS INSTRUMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO
VII - garantir aos povos e comunidades tradicionais o acesso aos serviços de saúde
de qualidade e adequados as suas características socioculturais, suas necessidades Art. 4º São instrumentos de implementação da Política Nacional de Desenvolvi-
e demandas, com ênfase nas concepções e práticas da medicina tradicional; mento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais:

VIII - garantir no sistema público previdenciário a adequação as especificidades dos I - os Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicio-
povos e comunidades tradicionais, no que diz respeito às suas atividades ocupacio- nais;
nais e religiosas e às doenças decorrentes destas atividades;
II - a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
IX - criar e implementar, urgentemente, uma política pública de saúde voltada aos Tradicionais, instituída pelo Decreto de 13 de julho de 2006;
povos e comunidades tradicionais;

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120 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 121
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

III - os fóruns regionais e locais; e Comunidades Tradicionais, o qual deverá ter como base os resultados das Oficinas
Regionais mencionados no inciso I;
IV - o Plano Plurianual.
III - propor um Programa Multi-setorial destinado à implementação do Plano Nacio-
DOS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL nal mencionado no inciso II no âmbito do Plano Plurianual.

DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS

Art. 5º Os Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tra-


dicionais têm por objetivo fundamentar e orientar a implementação da PNPCT e
consistem no conjunto das ações de curto, médio e longo prazo, elaboradas com o
fim de implementar, nas diferentes esferas de governo, os princípios e os objetivos
estabelecidos por esta Política:

I - os Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradi-


cionais poderão ser estabelecidos com base em parâmetros ambientais, regionais,
temáticos, étnico sócioculturais e deverão ser elaborados com a participação equi-
tativa dos representantes de órgãos governamentais e dos povos e comunidades
tradicionais envolvidos;

II - a elaboração e implementação dos Planos de Desenvolvimento Sustentável dos


Povos e Comunidades Tradicionais poderá se dar por meio de fóruns especialmente
criados para esta finalidade ou de outros cuja composição, área de abrangência e
finalidade sejam compatíveis com o alcance dos objetivos desta Política; e

III - o estabelecimento de Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Co-


munidades Tradicionais não é limitado, desde que respeitada a atenção equiparada
aos diversos segmentos dos povos e comunidades tradicionais, de modo a não
convergirem exclusivamente para um tema, região, povo ou comunidade.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 6º A Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comuni-


dades Tradicionais deverá, no âmbito de suas competências e no prazo máximo de
noventa dias:

I - dar publicidade aos resultados das Oficinas Regionais que subsidiaram a constru-
ção da PNPCT, realizadas no período de 13 a 23 de setembro de 2006;

II - estabelecer um Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável para os Povos

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122 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 123
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

12 POLÍTICA NACIONAL DE
TÍTULO I

DA POLITICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

RECURSO HÍDRICOS (LEI Nº


9.433/97)
CAPÍTULO I

DOS FUNDAMENTOS

O meio ambiente e o desenvolvimento sustentável estão seriamente ameaçados Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamen-
devido ao desperdício, à escassez e a falta de uma gestão firme da água doce e tos:
do solo. Isso afeta a saúde e o bem estar do homem, pois gera falta de alimentos,
I - a água é um bem de domínio público;
mudanças climáticas severas, atrapalha o planejamento industrial e o equilíbrio dos
ecossistemas. II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

É claro que a água doce é recurso finito e essencial à vida. Com isso, a sua má uti- III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo
lização gera a sua escassez e, pela demanda e oferta, a tendência é se tornar um humano e a dessedentação de animais;
bem bastante caro ao longo dos anos. Por isso, é importante a conscientização dos
usuários, planejadores e dos políticos, que decidem a respeito do uso, da regula- IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das
mentação e destino, assim como a participação em todos os níveis e a proteção águas;
desse bem.
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Na-
De acordo com a Política Nacional de Recursos Hídricos, com fundamento legal na cional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Lei n˚ 9.433, de 08 de janeiro de 1997, a água é um bem de domínio público, recurso Recursos Hídricos;
natural limitado, dotado de valor econômico, cujo uso prioritário, em situações de
escassez, é o consumo humano e a dessedentação de animais. VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a partici-
pação do Poder Publico, dos usuários e das comunidades.
Lei Federal Nº 9.433/97
CAPITULO II
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Geren-
ciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição DOS OBJETIVOS
Federal e altera o art. 1 o da Lei 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei
Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
7.990, de 28 de dezembro de 1989.

I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em


O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san-
padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
ciono a seguinte Lei:

II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte


aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;

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124 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 125
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
V - a compensação a municípios;
CAPÍTULO III
VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇAO
SEÇÃO I
Art. 3º O Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Na-
cional de Recursos Hídricos: DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS

I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de Art. 6º O Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a funda-
quantidade e qualidade; mentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o
gerenciamento dos recursos hídricos.
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, de-
mográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do Pais; Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte
de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental; projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo:

IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
e com os planejamentos regional, estadual e nacional;
II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo; produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo;

VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em
e zonas costeiras. quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais;

Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento dos IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualida-
recursos hídricos de interesse comum. de dos recursos hídricos disponíveis;

CAPÍTULO IV V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a se-


rem implantados, para o atendimento das metas previstas;
DOS INSTRUMENTOS
VI - (VETADO)
Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
VII - (VETADO)
I - os Planos de Recursos Hídricos;
VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponde-
rantes da água; IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;

III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas a pro-

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126 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 127
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;

V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existen- II - ausência de uso por três anos consecutivos;
te em um corpo de água.
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclu-
§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento: sive as decorrentes de condições climáticas adversas;

I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos nú- IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
cleos populacionais, distribuídos no meio rural;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os
II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes; quais não se disponha de fontes alternativas;

III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes. VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo
de água.
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica estará subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não
forma do disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da legis- excedente a trinta e cinco anos, renovável.
lação setorial especifica.
Art. 17. (VETADO)
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos
Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas que são inalienáveis,
estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aqua- mas o simples direito de seu uso.
viário, quando for o caso.
SEÇÃO IV
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso
DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS
múltiplo destes.

Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:


Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Execu-
tivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu
real valor;
§ 1º 0 Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal
competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio
II - incentivar a racionalização do uso da água;
da União.
III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções
§ 2º (VETADO)
contemplados nos planos de recursos hídricos.

Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos
ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstân-
do art. 12 desta Lei.
cias:
Parágrafo único. (VETADO)

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128 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 129
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos de- DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS
vem ser observados, dentre outros:
Art. 25. 0 Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema de coleta,
I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos
de variação; e fatores intervenientes em sua gestão.

II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional
lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de Gerenciamento de Recursos Hídricos serão incorporados ao Sistema Nacional de
de toxidade do afluente. Informações sobre Recursos Hídricos.

Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações
aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão uti- sobre Recursos Hídricos:
lizados:
I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações;
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos
de Recursos Hídricos; II - coordenação unificada do sistema;

II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos III - acesso aos dados e informações garantido a toda a sociedade.
e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídri-
Art. 27. São objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos:
cos.

I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qua-


§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo b limitada a sete e
litativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil;
meio por cento do total arrecadado.

II - atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e demanda de


§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdi-
recursos hídricos em todo o território nacional;
do em projetos e obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade,
a qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo de água.
III - fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.

§ 3º (VETADO)
CAPÍTULO V

Art. 23. (VETADO).


DO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO MÚLTIPLO, DE INTERESSE COMUM OU
COLETIVO.
SEÇÃO V

Art. 28. (VETADO).


DA COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS

CAPÍTULO VI
Art. 24. (VETADO)

DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO


SEÇÃO VI

Art. 29. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, compete ao

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130 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 131
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

teção dos recursos hídricos. Poder Executivo Federal:

Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por I - tomar as providencias necessárias à implementação e ao funcionamento do Sis-
Estado e para o Pais. tema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

SEÇÃO II II - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e regulamentar e fiscalizar os


usos, na sua esfera de competência;
DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS PRE-
PONDERANTES DA ÁGUA III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito
nacional;
Art. 9º 0 enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos prepon-
derantes da água, visa a: IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.

I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que fo- Parágrafo único. 0 Poder Executivo Federal indicará, por decreto, a autoridade res-
rem destinadas; ponsável pela efetivação de outorgas de direito de uso dos recursos hídricos sob
domínio da União.
II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventi-
vas permanentes. Art. 30. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, cabe aos Po-
deres Executivos Estaduais e do Distrito Federal na sua esfera de competência:
Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.
I - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e regulamentar e fiscalizar o seus
SEÇÃO III usos;

DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS II - realizar o controle técnico das obras de oferta hídrica;

Art. 11. 0 regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como ob- III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito
jetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo estadual e do Distrito Federal;
exercício dos direitos de acesso à água.
IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos
de recursos hídricos: Art. 31. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes
Executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a integração das políti-
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para cas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio
consumo final, inclusive abastecimento público ou insumo de processo produtivo; ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos.

II - extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de


processo produtivo;

III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gaso-


sos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;

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132 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 133
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

TÍTULO II atuação no gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;

DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS II - representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;

CAPÍTULO I III representantes dos usuários dos recursos hídricos;

DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO IV - representantes das organizações civis de recursos hídricos.

Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com Parágrafo único. 0 número de representantes do Poder Executivo Federal não po-
os seguintes objetivos: derá exceder à metade mais um do total dos membros do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos.
I - coordenar a gestão integrada das águas;
Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
I - promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planeja-
III - implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos; mentos nacional, regional, estaduais e dos setores usuários;

IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos II - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conse-
hídricos; lhos Estaduais de Recursos Hídricos;

V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos. III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas reper-
cussões extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados;
Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:
IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conse-
I - o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
lhos Estaduais de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;

II - os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;


V - analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à
Política Nacional de Recursos Hídricos;
III - os Comitês de Bacia Hidrográfica;

VI - estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacio-


IV - os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais e municipais, cujas compe-
nal de Recursos Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Na-
tências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;
cional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
V - as Agências de Água.
VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabele-
CAPÍTULO II cer critérios gerais para a elaboração de seus regimentos;

DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS VIII - (VETADO)

Art. 34. 0 Conselho Nacional de Recursos Hídrico é composto por: IX - acompanhar a execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar
as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com

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134 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 135
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
e para a cobrança por seu uso.
V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as
Art. 36. 0 Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por: acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito
de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de
I - um Presidente, que será o Ministro titular do Ministério do Meio Ambiente, dos acordo com os domínios destes;
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir
II - um Secretário Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do os valores a serem cobrados;
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal respon-
sável pela gestão dos recursos hídricos. VII - (VETADO)

CAPÍTULO III VIII - (VETADO)

DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA IX - estabelecer critérios e promover o rateio das obras de uso múltiplo, de interesse
comum ou coletivo.
Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao
I - a totalidade de uma bacia hidrográfica; Conselho Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com
sua esfera de competência.
II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de
tributário desse tributário; ou Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:

III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas. I - da União;

Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcial-
da União será efetivada por ato do Presidente da Republica. mente, em suas respectivas áreas de atuação;

Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atu- III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
ação:
IV - dos usuários das águas de sua área de atuação;
I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a
atuação das entidades intervenientes; V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.

II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos re- § 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem
cursos hídricos; como os critérios para sua indicação, serão estabelecidos nos regimentos dos co-
mitês, limitada a representação dos poderes executivos da União, Estados, Distrito
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia Federal e Municípios a metade do total de membros.

IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as § 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios e transfronteiriços de ges-

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136 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 137
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

tão compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área
Ministério das Relações Exteriores. de atuação;

§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos;
indígenas devem ser incluídos representantes:
III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos
I - da Fundação Nacional do índio - FUNAI, como parte da representação da União; hídricos;

II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia. IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com
recursos gerados pela cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação instituição financeira responsável pela administração desses recursos;
restrita a bacias de rios sob domínio estadual dar-se-á na forma estabelecida nos
respectivos regimentos. V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobran-
ça pelo uso de recursos hídricos em sua área de atuação;
Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por um Presidente e um
Secretario, eleitos dentre seus membros. Vl - gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação;

CAPÍTULO IV Vll - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de


suas competências;
DAS AGÊNCIAS DE ÁGUA
VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la a apreciação do respectivo
Art. 41. As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva do respec- ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;
tivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica.
IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua
Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de atuação de um ou mais Comi- área de atuação;
tês de Bacia Hidrográfica.
X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de
Parágrafo único. A criação das Agências de Água será autorizada pelo Conselho Bacia Hidrográfica;
Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos
mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica. XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica:

Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao atendimento dos se- • o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento
guintes requisitos: ao respectivo Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de
acordo com o domínio destes;
I - prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;
• os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos;
II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em
sua área de atuação. • o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recur-
sos hídricos;
Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação:
• o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.

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138 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 139
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

CAPÍTULO V sos e coletivos da sociedade;

DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos.
HÍDRICOS
Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as organizações civis
Art. 45. A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será exer- de recursos hídricos devem ser legalmente constituídas.
cida pelo órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Re-
cursos Hídricos e da Amazônia Legal responsável pela gestão dos recursos hídricos. TITULO III

Art. 46. Compete a Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos: DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

I - prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recur- Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos superficiais
sos Hídricos; ou subterrâneos:

II - coordenar a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e encaminhá-lo I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva
a aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos; outorga de direito de uso;

III - instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídri- II - iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a deriva-
cos e dos Comitês de Bacia Hidrográfica; I ção ou a utilização de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, que implique
alterações no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos, sem autorização dos
IV - coordenar o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos; órgãos ou entidades competentes;

V - elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentaria anual e III - (VETADO)
submetê-los à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com
CAPÍTULO VI os mesmos em desacordo com as condições estabelecidas na outorgo;

DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a devida
autorização;
Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de recursos
hídricos: VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores dife-
rentes dos medidos;
I - consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas;
VII - infringir normas estabelecidos no regulamento desta Lei e nos regulamentos
II - associações regionais locais ou setoriais de recursos hídricos;
administrativos, compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos org5os
ou entidades competentes;
III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos
hídricos;
Vlll - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exer-
cício de suas funções.
IV – organizações nao-governamentais com objetivos de defesa de interesses difu-

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140 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 141
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar referentes a exe- TÍTULO IV
cução de obras e serviços hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos
de domínio ou administração da União, ou pelo não atendimento das solicitações DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
feitas, o infrator, a critério da autoridade competente, ficará sujeito às seguintes
Art. 51. Os consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas men-
penalidades, independentemente de sua ordem de enumeração:
cionados no art. 47 poderão receber delegação do Conselho Nacional ou dos Con-
1 - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das selhos Estaduais de Recursos Hídricos, por prazo determinado, para o exercício de
irregularidades; funções de competência das Agencias de Água, enquanto esses organismos não
estiverem constituídos.
II - multa, simples ou diária, proporcional a gravidade da infração, de R$ 100,00
(cem reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); Art. 52. Enquanto não estiver aprovado e regulamentado o Plano Nacional de Re-
cursos Hídricos, a utilização dos potenciais hidráulicos para fins de geração de ener-
III - embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras gia elétrica continuará subordinada a disciplina da legislação setorial específica.
necessárias ao efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumpri-
mento de normas referentes ao uso, controle, conservação e proteção dos recursos Art. 53. 0 Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias a partir da publicação des-
hídricos; ta Lei, encaminhara ao Congresso Nacional projeto de lei dispondo sobre a criação
das Agências de Água.
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor in-
continenti, no seu antigo estado, os recursos hídricos, leitos e margens, nos termos Art. 54. 0 art. 1' da Lei n' 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigorar com a se-
dos arts. 58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os poços de extração de água guinte redação:
subterrânea.
”Art. I' ...........................................................................
§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abas-
III - quatro inteiros e quatro décimos por cento a Secretaria de Recursos Hídricos do
tecimento de água, riscos a saúde ou h vida, perecimento de bens ou animais, ou
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior
a metade do valor máximo cominado em abstrato.
IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento Nacional de Águas e
Energia Elétrica - DNAEE, do Ministério de Minas e Energia;
§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão cobra-
das do infrator as despesas em que incorrer a Administração para tomar efetivas as
V - dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts. 36, 53, 56 e 58 do Código
de Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos danos a que der causa. § 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Am-
biente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal será empregada na implemen-
§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá recurso à autoridade
tação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerencia-
administrativa competente, nos termos do regulamento.
mento de Recursos Hídricos e na gestão da rede hidrometeorológica nacional.

§ 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.


§ 5º A cota destinada ao DNAEE sem empregada na operação e expansão de sua
rede hidrometeorológica, no estudo dos recursos hídricos e em serviços relaciona-
dos ao aproveitamento da energia hidráulica.”

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142 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 143
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

13 REFERÊNCIAS
Parágrafo único. Os novos percentuais definidos no caput deste artigo entrarão em
vigor no prazo de cento e oitenta dias contados a partir da data de publicação desta
Lei.

Art. 55. 0 Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no prazo de cento e oiten- ABREU, G. A. Como evitar o dia depois de amanhã? Editora Temas e Ideias, Rio de
ta dias, contados da data de sua publicação. Janeiro, 2005.

Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Ana Cristina Augusto de Sousa. A Evolução da Política Ambiental no Brasil do Século XX.

Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário. ANTUNES, Paulo Bessa. Curso de Direito Ambiental. 5. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2001.
Outorga de direito de uso do recurso hídrico
Apostila - Respondemos suas dúvidas sobre gestão ambiental. Publicada pela CO-
O instrumento de gestão outorga pelo uso da água assegura o controle qualitativo MISSÃO INTERNA DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DA FCF-USP, São Paulo, 2000.
e quantitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso a água
associado a uma garantia. Para tanto deverá considerar o enquadramento em clas- BENJAMIN, Antônio Herman (coord.). Dano ambiental: prevenção, reparação e re-
ses de uso e a vazão do corpo hídrico. A análise de concessão de outorga também pressão. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1993.
deverá considerar o impacto do lançamento ou captação no corpo hídrico, diante do
Brasil. Lei Federal n. 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política e Sistema
cenário real da bacia hidrográfica, e o atendimento às metas estabelecidas nos Pla-
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
nos de Recursos Hídricos, sobretudo, para as prioridades de uso estabelecidas pelo
Comitê. Cada estado possui decreto que dispões das regras para usos dos recurso CARDOSO, Lucia. Legislação Ambiental: Princípios e Fundamentos.
hídrico consuntivo e não consuntivo.
CUSTÓDIO, Helita Barreira. Questão constitucional: propriedade, ordem econômica e
Para o sucesso da aplicação da Política Nacional de Recursos Hídricos, é necessária dano ambiental. In: BENJAMIN, Antonio Herman (coord.). Dano ambiental: preven-
a articulação de todos os instrumentos da Política, dentro da diretriz de gestão inte- ção, reparação e repressão. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1993.
grada de recursos hídricos, assim como é necessário também que os Planos de Re-
cursos Hídricos estejam apoiados em programas de desenvolvimento, conservação DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 4. ed. São Paulo: LTr, 2017.
e reversão da poluição, promovendo o equilíbrio entre o desenvolvimento social e
FERRER, J. T. V. Audiências públicas realizadas no processo de licenciamento e ava-
econômico. Para isto existe a necessidade, no processo de gestão de recursos hídri-
liação de impacto ambiental no Estado de São Paulo. Avaliação de impactos, Rio de
cos, de regras claras e consistentes, que levem em consideração as peculiaridades
Janeiro, n.4, v.1, 1998.
de cada bacia, para enfrentar os possíveis conflitos gerados pelo uso da água. Isto
evidencia a importância do sistema de gestão de recursos hídricos ser descentrali- FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo:
zado, integrado, participativo e, sobretudo, transparente. Saraiva, 2013.

GONZAGA, Jéferson. Princípios do Direito Ambiental. 2009.

Juristas Leigos – Direito Ambiental. AATR-BA, 2002.

LEITE, José Rubens Morato. Dano Ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimo-

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144 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 145
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
ENSINO A DISTÂNCIA ENSINO A DISTÂNCIA

nial. Revista dos Tribunais, 2000. -http://www.pmf.sc.gov.br/portal/meioambiente/pdf/legislacao/Lei_Fede-


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MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 7. ed. São Paulo: Ma-
- https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4281.htm
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MAGRINI, Alessandra. Legislação e Gestão Ambiental no Brasil. COPPE/UFRJ, 2005.
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Marga Inge Barth Tessler. Desembargadora Federal do Tribunal Regional Federal da - http://www.licenciamentoambiental.eng.br
4ª Região, Mestre em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
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Sul – PUCRS. Especialista em Direito Sanitário pela UNB/Brasília/DF.
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Ministério do Meio Ambiente. Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável
- http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=1601
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MORAES, Luís Carlos Silva de. Curso de Direito Ambiental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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Responsabilidade Civil por Dano Ambiental. Revista da Faculdade de Direito de


Campos, Ano VI, Nº 6 - Junho de 2005

ROCHA, Carmem Lúcia Antunes. Princípios constitucionais de direito ambiental. Re-


vista da associação dos juízes federais do Brasil, ano 21, n. 74, 2º semestre, 2003.
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ROCHA, Ednaldo Cândido; CANTO, Juliana Lorensi do and PEREIRA, Pollyanna Cardo-
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TEIXEIRA, Sílvio de Figueiredo. Mandado de Segurança. São Paulo: Saraiva, 1990.

SITES CONSULTADOS:

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146 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 147
POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA


ENSINO A DISTÂNCIA

SAÚDE DIREITO
• Controle de Infecções Hospitalares • Direito Ambiental
• Gestão em Serviços de Saúde com Ênfase e • Direito Civil e Processo Civil
Programa de Saúde da Família • Direito Constitucional e Administrativo
• Direito Penal e Processo Penal
EDUCAÇÃO
• Alfabetização e Letramento GESTÃO & NEGÓCIOS
• Arte na Educação • Gestão Empresarial
• Educação Especial e Inclusiva • Gestão Financeira e Controladoria
• Filosofia da Educação • Gestão Pública
• Gestão Escolar com habilitação em Administração, • Gestão de Recursos Humanos
Supervisão, Orientação e Inspeção
• Gestão e Educação Ambiental
• Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
• Psicopedagogia Institucional
• Séries Iniciais do Ensino Fundamental e Infantil

PARA SABER MAIS, ACESSE: EAD.MULTIVIX.EDU.BR

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148 SUMÁRIO Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017

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