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ESTRUTURA CELULAR E FUNÇÕES DAS CÉLULAS NO ORGANISMO


1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4
2. ESTRUTURAS: MEMBRANA PLASMÁTICA ........................................................... 5
Estruturas: Organelas...................................................................................... 6
Mitocôndrias .................................................................................................... 6
Retículo Endoplasmático (Re) ........................................................................ 7
Golgiossomo.................................................................................................... 7
Lisossomos ..................................................................................................... 7
Centríolos ......................................................................................................... 7
Ribossomos ..................................................................................................... 8
Matriz Extracelular (MEC) ............................................................................... 8
Sinalização Celular .......................................................................................... 8
3. REVISÃO DA AULA .................................................................................................. 9
4. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 11
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AULA 2

ESTRUTURA CELULAR E
FUNÇÕES DAS CÉLULAS NO
ORGANISMO
Discutir aspectos no âmbito tecidual da Biologia Celular;

Discutir a hereditariedade como propriedade da vida;

Destacar que o organismo é construído a partir das células, cujo


desdobramento do desenvolvimento tem bases nos genes.

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1. INTRODUÇÃO

Como discutido anteriormente as células são unidades fundamentais dos organismos.


As células possuem como elementos básicos de sua estrutura a membrana plasmática,
organelas e matriz extracelular. Cada uma das suas estruturas exerce funções importantes
para manutenção do meio interno, isto é, a homeostasia. Quando não há condições da
manutenção do meio interno é disparado o processo de apoptose, isto é, morte celular. Em
alguns casos, a morte celular é um mecanismo homeostáticos para manutenção dos tecidos
e órgãos, evitando excedentes de células e abrindo espaço para renovação tecidual (Alberts
et al., 2010; Junqueira et al., 2000).

As células se comunicam umas com as outras e essa comunicação é mediada pela


adesão entre elas ou por sinal químico. A adesão é crucial para sobrevivência e
funcionamento das células, pois uma vez separada do seu tecido original a célula não
consegue sobreviver e dispara o processo de anoikis, isto é, morte celular (apoptose) por
perda de adesão. As células tumorais em metástase conseguem sobreviver a falta de adesão
(Weinberg, 2013).

A sinalização química é uma comunicação característica entre as células e pode estar


atrelada ao processo de inflamação, recrutamento do sistema imune e cicatrização. Nesse
processo há uma célula sinalizadora que produz um tipo particular de molécula-sinal que é
detectada pela célula-alvo (célula receptora) (Alberts et al., 2011). A transdução de sinais é
uma série de eventos em nível molecular na qual as proteínas são fosforiladas culminando na
ativação do processo de transcrição e que resultará em uma resposta celular. Ocorre que
algumas moléculas se ligam a receptores presentes na membrana plasmática dando origem
a uma cascata de fosforilações entre proteínas (Alberts et al., 2010; Junqueira et al., 2000).

Quando o organismo humano se encontra em alta altitude, o ar se torna rarefeito e


então o corpo se aclimata a esta condição através da produção de eritropoietina. Desse modo
será produzido mais hemácias. Tal qual ocorre no nosso corpo, as células apresentam
também alguns processos de aclimatação, tais como, hiperplasia (aumento reversível do
número de células no tecido por algum estímulo), hipertrofia (aumento do tamanho celular) e
metaplasia (substituição de um grupo celular no tecido por diferenciação) (Alberts et al., 2010;
Junqueira et al., 2000).

O universo das células é bastante amplo, havendo ressonância em outros níveis de


organização da vida. Neste texto de leitura prévia será discutido pontualmente a estrutura das

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células e suas funções, como as células podem ser úteis terapeuticamente e o entendimento
das nossas origens.

2. ESTRUTURAS: MEMBRANA PLASMÁTICA

A membrana plasmática engloba a célula, define os seus limites, compartimentaliza e


mantém as diferenças essenciais entre o ambiente interno e externo. No interior das células,
as membranas mantêm as diferenças características entre os conteúdos de cada organela e
do citosol. Além disso, há nas membranas proteínas que cumprem o papel de receptores que
reconhecem sinais externos e disparam uma cascata de sinalizações que culmina em
algumas respostas. A membrana também permite que haja gradientes de íons entre os meios
interno e externo possibilitando fluxo de matéria e energia (Alberts et al., 2010; Junqueira et
al., 2000; Heneine, 2000).

Como visto anteriormente, as membranas possuem duas camadas de moléculas


fosfolipoproteicas. A camada externa é constituída pela porção polar ou hidrofílica e a
camada interna constitui a porção apolar ou hidrofóbica. Os lipídeos de membranas mais
abundantes são os fosfolipídeos. Estes possuem um agrupamento polar formado por colina,
fosfato e glicerol, configurando a cabeça polar. Adicionalmente possuem duas caudas de
hidrocarbonetos de características hidrofóbicas ligadas a cabeça (Alberts et al., 2010;
Junqueira et al., 2000; Heneine, 2000).

Imagem 1: Representação esquemática dos fosfolipídeos presente na membrana. Fonte: Alberts et al. (2010).

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Estruturas: Organelas

Vamos descrever brevemente algumas das organelas celulares que serão importantes
para estudar processos intracelulares ao longo da disciplina.

Imagem 2. Representação esquemática de algumas organelas. Fonte: Alberts et al. (2010).

Mitocôndrias

As mitocôndrias estão presentes no citosol. O processo de respiração celular ocorre


nessa organela, na qual a célula obtém energia através da oxidação do composto orgânico.
As mitocôndrias são mais numerosas nas células que a demanda energética é maior, como
as células do coração e a célula do espermatozoide (Alberts et al., 2010; Junqueira et al.,
2000).

Além disso, há duas membranas nas mitocôndrias, a primeira serve de fronteira


seletiva entre a própria organela e o citosol. A segunda, apresenta muitas dobras de maneira
que aumenta a superfície de contato entre moléculas na produção do ATP. Salientando que
as mitocôndrias apresentam o seu próprio DNA, este circular, que pode se duplicar gerando
novas mitocôndrias. Essas observações permitiram a bióloga Lynn Margulis formular a Teoria
da Endossimbiose, na qual a célula eucarionte teria adquirido uma forma de obtenção de
energia mais eficiente ao fagocitar células eucariontes. Esta teoria ganha força quando se
observa que o nosso DNA mitocondrial partilha muitos genes com as bactérias do gênero
Ricketsia (Alberts et al., 2010; Margulis, 2008).

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Retículo Endoplasmático (Re)

O retículo endoplasmático é um sistema de bolsas membranosas que apresenta


função primária e atua como um sistema de transporte de moléculas dentro da célula. O RE
pode ser classificado em; (a) rugoso que se origina da membrana do núcleo e fica circundado
por vários ribossomos de maneira que o RNA mensageiro (RNAm) ao sair do núcleo proceda
com a síntese proteica nos ribossomos e seja transportado para algum lugar, e (b) liso,
responsável pela secreção e conformação de proteínas, síntese de lipídios, e está associado
com o golgiossomo ou Complexo de Golgi. O RE liso também regula os níveis de cálcio das
células presente nos músculos e degrada toxinas nas células hepáticas (Alberts et al., 2010;
Junqueira et al., 2000).

Golgiossomo

O golgiossomo ou Complexo de Golgi, é um sistema de cisternas membranosas


presente em células de glândulas e têm funções semelhantes ao do retículo endoplasmático
liso (Alberts et al., 2000). Essa organela está envolvida na síntese e no empacotamento de
moléculas destinadas a serem secretadas a partir da célula, assim como no direcionamento
de proteínas recém-sintetizadas para o compartimento celular de destino (Junqueira et al.,
2000).

Lisossomos

Lisossomos são organelas esféricas de membrana única formadas a partir do


golgiossomo. São responsáveis por empacotar enzimas que fazem a “digestão” da célula.
Exercem papel importante no processo de autofagia, na qual a célula, sob situações de
estresse como de privação de nutrientes, fagocita suas organelas gerando nutrientes para
sobrevivência (Alberts et al., 2010; Junqueira et al., 2000).

Centríolos

Os centríolos são organelas que dão forma e tamanho as células, consiste de duas
estruturas: (a) microfilamentos de actinas que desempenham papel na motilidade das células,

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e (b) microtúbulos, que servem de apoio para as organelas migrarem pela célula formando os
centríolos e permitindo a divisão celular (Alberts et al., 2010; Junqueira et al., 2000).

Ribossomos

Os ribossomos, diferente das outras organelas, não são circundados de membrana e


estão presentes em todos os tipos celulares. Alguns estão livres no citoplasma, outros estão
circundando o retículo endoplasmático (Alberts et al., 2010; Junqueira et al., 2000).

Matriz Extracelular (MEC)

A matriz extracelular é uma coleção de moléculas extracelulares que são secretadas


por células que fornecem suporte estrutural e bioquímico para células. A MEC exerce papel
importante na adesão celular, na comunicação célula-célula e diferenciação. A MEC se faz
presente no espaço entre as células, isto é, o interstício, mas também na membrana basal que
liga o tecido epitelial ao tecido conjuntivo (Alberts et al., 2010; Junqueira et al., 2000).

A comunicação celular é mediada pelas junções entre células, como as junções


formadoras de canais, mais conhecida como “gap junction”, que permitem a passagem de
moléculas entre os citoplasmas de duas células e as junções transmissoras de sinais que
permitem a transmissão de sinais em regiões de contato célula a célula (Alberts et al., 2010;
Junqueira et al., 2000).

Sinalização Celular

As células dão respostas aos sinais oriundos do seu microambiente através da


sinalização celular. Trata-se de uma cascata de ativação de moléculas cuja ativação inicial
dar-se-a majoritariamente nos receptores presentes na membrana plasmática. A partir disso,
moléculas vão sendo fosforiladas no sentido jusante até o núcleo onde há transcrição de um
RNA mensageiro que codifica uma proteína, esta exercerá uma função no sentido da resposta
(Alberts et al., 2010; Junqueira et al., 2000).

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FIQUE ATENTO

O uso de antibióticos, como os aminoglicosídeos, estão associados a surdez


bilateral, estudos tem mostrado que estes antibióticos causam mutações em
genes MTRNR1 que codifica a subunidade 12s do ribossomo mitocondrial. O
detalhe interessante é que parece ser um gene presente em bactérias
também (Guam, 2011).

EXEMPLIFICANDO

O DNA mitocondrial é utilizado em pesquisas sobre rastreamento de etnia


humana, sobretudo a ancestralidade materna do indivíduo, porque na
fecundação apenas as mitocôndrias presentes nos óvulos permanecem para
o desenvolvimento embrionário.
Segundo Sergio Danilo Pena, professor da UFMG cerca de 60% das
matrilinhagens (linhagens maternas) são de origem ameríndia ou africana,
enquanto que a maioria das patrilinhagens dos brancos brasileiros é de
origem europeia (mais que 90%). Portanto, apenas um em cada dez
brasileiros brancos tem um ascendente paterno negro ou índio.
Entretanto, pelo lado materno, seis em cada dez têm ascendência negra ou
índia. A herança materna, especificamente, é constituída por 33% de
linhagens ameríndias, 28% de africanas e 39% de europeias, com variações
de região para região. No Sul, predomina a linhagem europeia, e no Nordeste,
a africana.
Disponível em <http://revistapesquisa.fapesp.br/2000/04/01/marcas-
geneticas-da-miscigenacao/> Acesso em: 18 jan. 2018.

3. REVISÃO DA AULA

 As células têm como estrutura básica, membrana plasmática, organelas e matriz


extracelular.
 A membrana plasmática compartimentaliza a célula, seleciona o fluxo de matéria
e energia entre os meios interno e externo da célula.
 As organelas desempenham papéis individuais e complementares contribuindo
para manutenção do meio interno sobretudo do tecido.

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 Possivelmente as mitocôndrias foram adquiridas por células eucariontes durante
a evolução da vida por fagocitose de células procariontes.
 As células, no contexto geral, podem se auto renovar e se diferenciar, assim como,
unidades fundamentais da vida permitem a possibilidade de serem usadas
terapeuticamente para reconstrução de tecidos.

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4. REFERÊNCIAS

Alberts B, Johnson A, Lewis J, Morgan D, Raff M, Roberts K, Walter P, Wilson J, Hunt T. Biologia
molecular da célula. Artmed Editora; 2010.

Alberts B, Bray, D., Hopkin, K., Johnson A, Lewis J, Raff M, Roberts K, Walter P,. Fundamentos
da biologia celular. Artmed Editora; 2011.

Guan MX. Mitochondrial 12S rRNA mutations associated with aminoglycoside ototoxicity.
Mitochondrion. 2011 Mar 31;11(2):237-45.

Heneine, I.F. Biofísica básica. São Paulo: Atheneu, 2000

Junqueira LC, Carneiro J, Andrade CG, Jordão BQ. Biologia celular e molecular. Guanabara-
Koogan; 2000.

Junqueira LC, Casaroli-Marano J, Ricardo Pedro tr LC Junqueira JC. Histologia básica. 2000.

Margulis L. Symbiotic planet: a new look at evolution. Basic Books; 2008 Aug 5.

Weinberg R. The biology of cancer. Garland science; 2013 May 14.

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