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digestório
Objetivo
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:
Conteúdo Programático
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas:
Comunicação célula-a-célula
A sinalização intercelular pode se dar por sinais elétricos, como já visto anteriormente,
ou químicos. Os sinais químicos são moléculas secretadas por células para
comunicação com sua(s) célula(s)-alvo.
3. Sinal parácrino: uma substância química é secretada por uma célula no fluido
extracelular para atuar sobre células-alvo próximas.
4. Sinal autócrino: uma substância química é secretada por uma célula no fluido
extracelular para atuar sobre ela própria.
Baseado em sua estrutura química, hormônios podem ser divididos em três grupos:
A secreção dos hormônios pelas glândulas deve obedecer a estímulos com uma
regulação bastante sofisticada, uma vez que eles são responsáveis pela coordenação
de funções integradas entre os sistemas. Há três tipos de estímulos que controlam a
secreção hormonal:
Exemplos
Eixo hipotálamo-hipófise
Esse eixo é composto pelo hipotálamo, pela hipófise (ou pituitária) e por uma glândula
secretora. Os hormônios hipotalâmicos (primários) e hipofisários (secundários)
funcionam como hormônios tróficos para regular a secreção do hormônio da glândula
secretora (terciários).
Vamos usar o exemplo do eixo que controla a secreção do hormônio cortisol pela
glândula adrenal para ilustrar a regulação do eixo sobre a glândula periférica. Diversos
estímulos, tais como sono, infecções, hipoglicemia, fazem com que o hipotálamo
secrete o CRH ou Hormônio Liberador de Corticotrofina. O CRH cai nos vasos
sanguíneos que drenam o hipotálamo, sendo levado às suas células-alvo, na hipófise
anterior, que possuem receptores para ele. Devido a esse estímulo, as células
hipofisárias respondem secretando o ACTH, ou adrenocorticotrófico, que, pelo sangue,
vai estimular as células da adrenal a liberarem cortisol no sangue, realizando suas
funções em seus tecidos-alvo.
Vídeo
Para que as funções do tubo gastrintestinal (TGI) sejam realizadas são necessários os
processos de motilidade, secreção, digestão e absorção. Neste tema abordaremos a
motilidade e a secreção.
Motilidade do TGI
Secreções digestivas
1. Secreções salivares:
A estrutura glandular é formada por ácinos, que se conectam aos ductos. A secreção
consiste de duas etapas: os ácinos secretam uma solução primária com ptialina ou
mucina e íons. Posteriormente, os ductos modificam a concentração de íons dessa
secreção por transporte ativo.
A saliva tem diferentes funções, como a saúde da boca por conter substâncias
bacteriostáticas, além de ser alcalina e impedir a erosão passiva dos dentes; facilita a
deglutição, pois o muco umedece os alimentos; e inicia a digestão de amidos e
substâncias que dão o sabor.
2. Secreções esofágicas:
O esôfago possui dois tipos de glândulas: glândulas mucosas simples, que secretam o
muco para lubrificação; e glândulas mucosas complexas, responsáveis pelo muco que
protege contra a digestão pelos sucos gástricos que refluem.
3. Secreções gástricas:
Mucosas Muco
Fator intrínseco
Muco
Pilóricas Pepsinogênio
Gastrina
• Estímulo pela Ach dos nervos vago ou entéricos sobre as células pépticas.
• Presença de ácido no estômago estimula as células pépticas.
4. Secreções pancreáticas:
O pâncreas é uma glândula composta formada por ácinos, que secretam as enzimas
digestivas, e ductos, que secretam uma solução de bicarbonato de sódio. O produto
flui pelo ducto pancreático, que se une ao ducto hepático antes de desaguar no
duodeno na papila de Vater.
Pela entrada de
alimento muito
Liberada pelos
Liberada pelos nervos ácido no intestino
nervos vago ou
vago ou entérico. delgado. Produzida
entérico.
pela mucosa do
duodeno e jejuno.
A produção de secretina é ativada pelo ácido que passa do estômago para o intestino,
é absorvida pelo sangue e induz o pâncreas a secretar NaHCO3. Esse mecanismo é
importante porque com pH<4.5 há estímulo para a secreção da secretina, aumentando
a secreção de NaHCO3 que neutraliza o ácido, prevenindo úlceras na mucosa. Além
disso, a secreção de bicarbonato proporciona um pH = 8.0 adequado para a ação das
enzimas pancreáticas.
A bile é produzida pelo fígado e é armazenada na vesícula biliar, até que esta esvazia
seu conteúdo quando alimentos gordurosos entram no duodeno. Uma vez secretada
pelos hepatócitos, passa pelo sistema de ductos, que termina no ducto biliar comum e
segue para o duodeno ou para a vesícula biliar. Durante a passagem pelos ductos, a
secreção é acrescida de uma solução de bicarbonato e água.
O principal estímulo para a contração da vesícula e liberação da bile é dado pela CCK,
liberada pela mucosa duodenal para o sangue quando entram alimentos gordurosos
no duodeno.
Inervação do TGI
A regulação neural é feita pelo sistema nervoso autônomo, tanto pelas divisões já
discutidas anteriormente e conhecidas como componente extrínseco, a divisão
Simpática e Parassimpática, mas também pelo componente intrínseco, o sistema
nervoso entérico, formado pelos plexos submucoso e mioentérico.
A hidrólise dos amidos é feita na boca pela amilase salivar ou ptialina. Posteriormente,
pelo ácido clorídrico do estômago, mas a maior parte da hidrólise ocorre na porção
superior do intestino delgado pela amilase pancreática.
Os sais biliares têm tendência a formar micelas, que são glóbulos contendo esses
sais. A parte lipossolúvel dos sais fica no interior das micelas, enquanto sua parte
polar, ou hidrossolúvel, recobre o glóbulo, permitindo que as micelas se dissolvam nos
líquidos digestivos. Na digestão dos TG, os monoglicerídeos e ácidos graxos
dissolvem-se na parte lipossolúvel do interior das micelas, removendo esses produtos
e permitindo que a digestão prossiga.
As proteínas são então digeridas no intestino delgado pela ação das enzimas tripsina,
quimiotripsina, carboxipolipeptidase e proelastase, resultando em pequenos peptídeos
e aminoácidos.
1. Absorção de carboidratos:
Sua absorção se dá, basicamente, no duodeno e no jejuno. Os monossacarídeos
glicose e galactose são transportados por uma proteína cotransportadora de sódio
presente na superfície apical das células epiteliais, por transporte ativo secundário, da
luz do intestino para o interior das células, e daí por difusão facilitada pela superfície
basal, para a corrente sanguínea. A glicose e a galactose competem pelo mesmo
transportador, competindo pela absorção. Veja a figura a seguir.
Absorção de glicose através das células intestinais.
Adaptado de: SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana: uma abordagem Integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
2. Absorção de proteínas:
3. Absorção de lipídios:
4. Absorção de água:
O TGI absorve 99% da água que chega até ele. Essa absorção é determinada por
transportadores, bem como por difusão pela via transcelular, através de membranas,
ou por via paracelular, entre as junções que unem células adjacentes. Essas junções
são mais permeáveis no jejuno e mais firmas no cólon.
O TGI recebe cerca de 9 L/dia de água, mas perde apenas entre 50-100ml nas fezes.
O processo é estimulado pela presença da bomba Na+-K+ ATPase nas membranas
basolaterais e laterais das células epiteliais que, ao retirar o Na+, gera um gradiente
de concentração. O líquido próximo ao lúmen torna-se hipertônico em relação aos
líquidos corporais, permitindo a absorção de água.
Quem possui intolerância à lactose não possui a enzima que a digere em glicose e
galactose. Esses carboidratos permanecem na luz intestinal, sem conseguir ser
absorvidos, provocando maior osmolaridade nesse compartimento, atraindo água e,
consequentemente, lavando a um quadro de diarreia.
Resumo da Unidade