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DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS, METABÓLICOS E

ELETROLÍTICOS

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4
1.1. SISTEMA ENDÓCRINO DE PEQUENOS ANIMAIS .............................................................................. 5
1.2. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS E SUAS SECREÇÕES............................................................................... 7
1.3. HORMÔNIOS: CONCEITOS BÁSICOS: ............................................................................................... 7
2. SINTOMAS APRESENTADOS POR UM PACIENTE COM DOENÇAS ENDÓCRINAS .......................... 10
3. DO QUE SE TRATA ESSA ESPECIALIDADE NA ÁREA DA VETERINÁRIA ........................................... 11
4. PACIENTES OBESOS TAMBÉM ESTÃO RELACIONADOS À DISTÚRBIOS HORMONAIS ................... 11
5. DOENÇAS ENDÓCRINAS MAIS FREQUENTES................................................................................. 12
6. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO ................................................................................................... 12
7. PRINCIPAIS DOENÇAS ENDÓCRINAS E SEUS SINTOMAS ............................................................... 13
8. DISTÚRBIOS METABÓLICOS EM PEQUENOS ANIMAIS .................................................................. 15
8.1. OBESIDADE EM CÃES E GATOS: COMPLICAÇÕES METABÓLICAS.................................................. 16
8.2. ETIOLOGIA ..................................................................................................................................... 16
8.3. DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................ 17
8.4. COMPLICAÇÕES METABÓLICAS..................................................................................................... 18
8.5. TRATAMENTO................................................................................................................................ 20
9. DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS EM PEQUENOS ANIMAIS ................................................................. 21
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................... 26

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1. INTRODUÇÃO

Figura 1: Distúrbios endócrinos, metabólicos e eletrolíticos em pequenos animais.

Fonte: https://canaldopet.ig.com.br/colunas/petnut/2019-03-13/hipotireoidismo-caes.html

Estudar o sistema endócrino dos animais domésticos objetiva compreender o


que são os hormônios, como são produzidos, quais são suas funções e quais são os
processos de regulação e síntese, ambos controlados pela hipófise, glândula
localizada no cérebro dos animais.

É importante que o médico veterinário, especialista em pequenos animais, entenda a


importância do sistema endócrino para o funcionamento do organismo animal, saiba
classificar os hormônios por ele produzidos de acordo com a função e estrutura e,
ainda, compreender a regulação das glândulas endócrinas na síntese de hormônios.

A Síndrome Metabólica é um conceito relativamente novo em medicina


humana, mas também está associada com a saúde dos cães e gatos. Ela está
associada à presença simultânea de excesso de gordura no sangue (colesterol alto e
triglicérides), hipertensão, excesso de insulina e obesidade, principalmente quando se
fala de tamanho de circunferência da cintura.

Os distúrbios eletrolíticos e ácido-base ocorrem com frequência na clínica de


pequenos animais. Os distúrbios gastrointestinais que geram vômito, diarreia, ou
ambos, são as principais causas associadas e podem ocorrer secundariamente a
afecções parasitárias, bacterianas, virais, ou inflamatórias em decorrência de diversos
agentes causais. Em um paciente hígido, um grande volume de fluido contendo

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eletrólitos é secretado e reabsorvido pelo trato gastrointestinal, no entanto, a perda
desses eletrólitos por vômito ou má absorção pode levar a importantes anormalidades
como hiponatremia, hipocalemia e hipocloremia.

1.1. SISTEMA ENDÓCRINO DE PEQUENOS ANIMAIS

Figura 2: Sistema endócrino.

Fonte: https://prezi.com/v3o5erv52tnj/sistema-endocrino/

As principais características do sistema endócrino são:

• Composto por um grupo de tecidos especializados → glândulas.

• Possui a função de produzir e liberar substâncias denominadas hormônios.

• A liberação de hormônios ocorre na corrente sanguínea e em células vizinhas,


também chamadas de células-alvo.

• O sistema endócrino pode atuar de forma específica ou em todo o corpo.

Nos animais, os hormônios são fundamentais durante todo o processo de


desenvolvimento. São responsáveis por regular diversos sistemas no organismo, e
atuam em aspectos, tais como:

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• Busca pelo alimento e água.

• Atenção e curiosidade pelo ambiente.

• Socialização.

• Sono.

• Regulação da fase reprodutiva.

• Manutenção da homeostase.

• Manutenção do equilíbrio hídrico e eletrolítico.

• Regulação de sensações de prazer e bem-estar.

Os hormônios podem ser classificados em:

• Neurotransmissores: hormônios que atuam especificamente no sistema nervoso


coordenando as atitudes do animal. São transmitidos por impulsos nervosos.
• Endócrinos: hormônios direcionados a determinados tecidos para exercer funções
específicas e são produzidos por glândulas endócrinas.
• Citocinas: peptídeos com função específica no sistema imune.
• Neuroendócrinos: são produzidos por neurônios e apresentam função endócrina em
tecidos específicos.

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1.2. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS E SUAS SECREÇÕES

As glândulas encontram-se distribuídas em todo o corpo, mas o controle


glandular geral do organismo é exercido pela hipófise, localizada na região do
hipotálamo no cérebro dos pequenos animais. Observe a localização das principais
glândulas endócrinas de pequenos animais domésticos:

Figura 3: Sistema endócrino de pequenos animais.

Fonte: https://www.vetprofissional.com.br/artigos/veterinario-aprenda-mais-sobre-o-sistema-
endocrino-de-animais-
domesticos#:~:text=O%20sistema%20end%C3%B3crino%20pode%20atuar,atuam%20em%20a
spectos%2C%20tais%20como%3A&text=Busca%20pelo%20alimento%20e%20%C3%A1gua.

1.3. HORMÔNIOS: CONCEITOS BÁSICOS:

• São substâncias químicas específicas sintetizadas pelo sistema endócrino ou por


neurônios altamente especializados.

• Biossinalizadores: sinalizam células para que essas desempenhem ações biológicas


no organismo.

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• Controlam: o crescimento, desenvolvimento e manutenção da homeostase.

Há outras células no organismo denominadas tecidos não especializados que podem


também produzir hormônios.

Veja, na tabela a seguir, as principais glândulas endócrinas e suas respectivas


secreções hormonais:

Quadro 1:Glândulas endócrinas e suas secreções hormonais.

Fonte: https://www.vetprofissional.com.br/artigos/veterinario-aprenda-mais-sobre-o-sistema-
endocrino-de-animais-
domesticos#:~:text=O%20sistema%20end%C3%B3crino%20pode%20atuar,atuam%20em%20a
spectos%2C%20tais%20como%3A&text=Busca%20pelo%20alimento%20e%20%C3%A1gua.

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Atenção:

A localização das glândulas não é fator determinante de sua função. Há


glândulas que atuam em todo o corpo e há glândulas que atuam especificamente em
alguns tecidos. Por exemplo, os hormônios produzidos pela tireoide localizada na
traqueia atuam no metabolismo de todas as células do organismo.

Funções involuntárias, tais como batimentos cardíacos, respiração,


peristaltismo, que fazem parte do sistema muscular liso e que funcionam durante toda
a vida do animal de forma coordenada e involuntariamente, são controladas pelo
sistema nervoso autônomo, que libera hormônios neurotransmissores para o
funcionamento do organismo como um todo.

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2. SINTOMAS APRESENTADOS POR UM PACIENTE COM DOENÇAS
ENDÓCRINAS

Figura 4: Sintomas de doenças endócrinas.

Fonte: https://jornalbomdia.com.br/noticia/16933/atencao-para-a-obesidade-em-caes-e-gatos

Os sintomas (alterações) que podem ser compatíveis com algum distúrbio


de causa hormonal, ou seja, uma doença endócrina que cães e gatos podem
apresentar são: beber água além do que se considera normal, urinar
exageradamente, apresentar um apetite exacerbado, ganhar ou perder peso
excessivamente, apresentar distensão abdominal, sonolência, “preguiça”,
tremores e lesões de pele recidivantes.

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3. DO QUE SE TRATA ESSA ESPECIALIDADE NA ÁREA DA VETERINÁRIA

A endocrinologia veterinária é uma especialidade responsável pelo


diagnóstico e tratamento de doenças que afetam as glândulas endócrinas
(produtoras de hormônios). Os hormônios são substâncias químicas que
controlam o metabolismo, o crescimento, o desenvolvimento e a
reprodução, além de atuarem na adaptação dos animais ao meio ambiente.
As glândulas endócrinas situam-se em diferentes partes do corpo, sendo
que as principais são: hipotálamo, hipófise, tireóide, pâncreas,
adrenais, ovários e testículos. Essas glândulas podem desenvolver
problemas no seu funcionamento de forma a produzir hormônios em
quantidade insuficiente ou em excesso.

4. PACIENTES OBESOS TAMBÉM ESTÃO RELACIONADOS À DISTÚRBIOS


HORMONAIS

Figura 5: Cães obesos.

Fonte: http://cachorrosuperfofos.blogspot.com/2012/02/o-cachorro-mais-gordo-do-mundo.html

Além de ser uma especialidade voltada aos desequilíbrios hormonais, a


endocrinologia também se dedica a problemas relacionados ao metabolismo.
Como exemplo podemos citar a obesidade, uma doença grave, de incidência
crescente entre cães e gatos e responsável pela menor qualidade de vida
dos animais de estimação. A obesidade diminui a expectativa de vida:

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cães obesos vivem em média dois anos a menos quando comparados aos cães
com peso ideal. Em resumo, um animal “gordinho” não significa um animal
saudável.

5. DOENÇAS ENDÓCRINAS MAIS FREQUENTES

– Diabetes mellitus (deficiência absoluta ou relativa do hormônio insulina);


– Hipotireoidismo (deficiência dos hormônios da tireóide);
– Hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios tireoidianos);
– Hipoadrenocorticismo (deficiência dos hormônios produzidos pela adrenal);
– Hiperadrenocorticismo (produção excessiva de hormônios produzidos pela
adrenal).

Outra desordem metabólica que merece destaque é a hiperlipidemia, ou


seja, o aumento dos níveis de colesterol e/ou triglicérides no sangue.
Os pacientes com essa alteração podem apresentar dor abdominal, vômitos,
diarréia, problemas oculares e convulsões.

6. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO

Para se estabelecer o diagnóstico de uma endocrinopatia é necessário uma


avaliação completa, a qual deve incluir a história clínica do animal, um
minucioso exame clínico, exames complementares, dosagens hormonais e
testes funcionais. Estabelecido o diagnóstico, o tratamento a ser
adotado deve levar em consideração o quadro clínico do paciente e a
etiopatogenia da doença. O ideal é que o paciente seja acompanhado
periodicamente durante o tratamento pelo médico veterinário
especializado em endocrinologia e metabologia e pelo médico veterinário
clínico geral.

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7. PRINCIPAIS DOENÇAS ENDÓCRINAS E SEUS SINTOMAS

Figura 6: Doenças endócrinas.

Fonte: https://vetpaiol.com.br/endocrinologia-veterinaria/

A Endocrinologia Veterinária é uma especialidade de grande importância. Para


ter uma dimensão do quanto essa especialidade se faz necessária aos pets, listamos
as principais doenças metabólicas e endocrinológicas que podem acometer os
animais de pequeno porte:

· Diabetes Mellitus: Ocorre na deficiência parcial ou absoluta de insulina (produzida


pelo pâncreas), levando ao aumento da concentração de açúcar no sangue. O cão ou
gato apresenta aumento da sede e da frequência e do volume urinário; ocorre
aumento do apetite com ou sem redução de peso. Aqui é importante ressaltar que
gatos quando diagnosticados no início da doença podem ser curados e deixarem de
ser diabéticos, não sendo o mesmo valido para cães, que geralmente necessitam de
doses diárias de insulina.

· Hipertireoidismo em gatos: Os cães também podem apresentar, no entanto é mais


comum em gatos idosos. O pet apresenta sintomas próximos aos da Diabetes mellitus
com aumento de apetite e emagrecimento, aumento da sede e da frequência e volume
urinário. No hipertireoidismo há aumento da produção dos hormônios da tireoide.
Alguns gatos podem se mostrar agressivos quando apresentam hipertireoidismos, o
que é resolvido com o tratamento. Os tratamentos atuais envolvem uso de
medicamentos, cirurgia ou radioterapia.

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· Hipotireoidismo: Há deficiência na produção dos hormônios tireoidianos, sendo
basicamente o contrário do que ocorre no hipertireoidismo. O animal fica letárgico,
ficando preguiçoso ou sonolento, ocorre apatia, ganho de peso, queda de pelos e
infecção cutânea. O tratamento consiste em reposição hormonal.

· Hiperadrenocorticismo: Produção excessiva dos hormônios adrenais. É também


conhecido como Síndrome de Cushing em cães (atinge gatos com menos frequência),
sendo uma das endocrinopatias mais frequentes em cachorros idosos. A doença
ocorre devido à presença de tumores (benignos) na hipófise ou na adrenal (benigno
ou maligno) e o hormônio mais envolvido é o cortisol. Seu diagnostico envolve uma
série de exames e testes funcionais. Entre os sintomas está: sede em excesso, maior
frequência urinária,infecções cutâneas, abdômen distendido e fome excessiva.

· Hipoadrenocorticismo: Deficiência dos hormônios produzidos pelas adrenais.É mais


frequentes em cães do que em gatos (apesar de ocorrer raramente em ambos) e
conhecida como Doença de Addison. Seu diagnostico costuma ser complicado, uma
vez que as manifestações clínicas são bastante inespecíficas e variáveis com o grau
da doença. O hipoadrenocorticismo ocorre devido à destruição imunomediada do
córtex da adrenal e seu tratamento consiste em reposição de glicocorticóides e
mineralocorticóides.

· Obesidade em cães e gatos: A obesidade é a principal doença metabólica tratada


pelo Endocrinologista Veterinário. Nesses casos, o cão ou gato apresenta maior
ingestão de calorias do que o consumo das mesmas, causando alteração no balanço
energético do animal, porém, algumas doenças endócrinas também podem ser
responsáveis pela mesma. A obesidade reduz a qualidade e expectativa de vida dos
pets, levandoo animal a apresentar problema de mobilidade, cansaço, alterações
cutâneas, roncos, entre outros, levando também a um predisposição de desenvolver
Diabetes mellitus.

· Hiperlipidemia: É o aumento do nível de colesterol e/ou triglicerídeos no sangue. O


pet com esse problema pode apresentar dores abdominais, diarreia, vomito,
problemas oculares e convulsões. As hiperlipidemias são menos comuns em animais
de estimação, mas reconhecidas na medicina veterinária. Algumas raças de cães

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parecem apresentar predisposição, como é o caso da raça Schnauzer miniatura e do
pastor de Shetland.

As doenças relacionadas à Endocrinologia Veterinária podem causar aumento


na secreção de determinado hormônio ou então a deficiência hormonal. É fácil
perceber que as doenças endócrinas em cães e gatos são basicamente as mesmas
que atingem os seres humanos e também levam a redução da qualidade e expectativa
de vidas, sendo importante o processo de preveni-las, tratá-las e acompanhá-las.
Estas doenças estão muito relacionadas ao envelhecimento dos pets, exigindo maior
atenção por parte do proprietário nesse período de vida dos animais de estimação –
a indicação é atenção especial após os 6 anos de idade.
Lembre-se que essas não são as únicas endocrinopatias capazes de acometerem os
animais de pequeno porte e sim as mais frequentes, mas outras menos comuns
também podem ocorrer. É o caso das dermatoses endócrinas, por exemplo, como
a Alopecia X que podem ser mais comuns em determinados tipos de raças.

8. DISTÚRBIOS METABÓLICOS EM PEQUENOS ANIMAIS

A Síndrome Metabólica é um conceito relativamente novo em medicina


humana, mas também está associada com a saúde dos cães e gatos. Ela está
associada à presença simultânea de excesso de gordura no sangue (colesterol alto e
triglicérides), hipertensão, excesso de insulina e obesidade, principalmente quando se
fala de tamanho de circunferência da cintura.

A ocorrência da síndrome metabólica nas pessoas aumenta em cerca 6 vezes


a possibilidade de morte por enfarte de miocárdio e é o principal fator de risco para a
diabetes.

Em cães e gatos, a sua presença também pode aumentar o risco de


desenvolvimento de doenças como diabetes, pancreatite, hipertensão, doença
vascular como embolia, isquemia e AVC, além de infiltração de gordura no fígado
(animal também fica barrigudo).

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A existência dessa síndrome em um animal pode passar despercebida uma vez
que não existem sintomas específicos. Precisamos identificar a doença para que eles
vivam por mais tempo e com qualidade de vida.

8.1. OBESIDADE EM CÃES E GATOS: COMPLICAÇÕES METABÓLICAS

A obesidade pode ser hoje considerada uma das principais condições


patológicas observadas em cães e gatos. Por definição, se caracteriza por um
acúmulo excessivo de tecido adiposo branco, sabidamente um órgão hormonalmente
ativo, responsável pela mediação de uma série de reações metabólicas. Podendo ser
classificado como um estado inflamatório incialmente de baixa intensidade, o excesso
de gordura corpórea expõe o paciente obeso a um maior risco de distúrbios
cardiorrespiratórios, osteomusculares, diabetes mellitus, disfunções do trato
hepatobiliar, urogenital e predisposição a tumores e alterações na qualidade do
tegumento, visão, sistema imunológico e redução significativa na expectativa de vida.

8.2. ETIOLOGIA

Estima-se que entre 25 a 40% da população canina e felina que recebe


atendimento veterinário hoje se encontra acima do peso ou é obesa, dependendo do
centro de referência. É válido ressaltar que a opinião veterinária geralmente diverge
da concepção pessoal do proprietário do animal, por se tratar de uma avaliação por
vezes subjetiva e assim muito sujeita ao viés do observador. Podemos classificar a
obesidade quanto a sua origem como primária ou secundária a alguma co-morbidade,
geralmente de caráter hormonal ou farmacológico.

A forma primária é a mais significativa, representando em torno de 95% dos


casos atendidos. Geralmente decorre do desbalanço metabólico trazido por um
aumento da ingestão calórica diária associada a uma redução do gasto energético. O
estilo de vida acelerado e prático está fortemente associado ao sedentarismo dos
proprietários e, naturalmente, dos seus animais de companhia. Não se pode ignorar a
correlação entre as taxas de crescimento da incidência da obesidade na população
humana e na população canina/felina. O tipo de dieta tem forte influência no
desenvolvimento e progressão do ganho de peso, seja pelo expansivo mercado pet

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com diversas opções de petiscos ou pelo pouco conhecimento e orientação do
proprietário sobre a quantidade diária recomendada de ingestão de alimentos.
Pessoas que não tem hábitos de exercícios regulares ou reservam algum período do
seu tempo para tal, tampouco o fazem com seus animais. Existem ainda raças com
predisposição genética a obesidade, como é o caso do Beagle e dos Retriever.

Podemos encontrar também a obesidade secundária a endocrinopatia ou uso


de medicações, como a observada no hipotireoidismo e no hiperadrenocorticismo e
após tratamento com glicocorticoides ou fenobarbital. A esterilização também pode
levar ao ganho de peso em animais que não recebem reajuste alimentar após o
procedimento cirúrgico, uma vez que este status gonadal implica numa redução da
necessidade diária a ser ingerida.

8.3. DIAGNÓSTICO

Após a exclusão de distúrbios hormonais e da exposição ao uso de


medicamentos via anamnese ou prontuário médico, faz-se necessário assegurar se
estamos frente a um caso de obesidade e, quando possível, quantificá-la. O
monitoramento do peso corpóreo pode ser auxiliar no monitoramento e evolução do
tratamento, porém não deve ser assumido como parâmetro único para controle, uma
vez que deve ser avaliada a relação entre massa muscular e cobertura adiposa.

Por receber influência direta do julgamento individual e, não raramente, o


proprietário relutar em admitir o diagnóstico de obesidade ou reconhecê-lo, existem
alguns métodos para tornar o problema mais palpável. Dentre os mais utilizados na
rotina clínica, encontram-se o escore de condição corporal (ECC) e as medidas
morfométricas. O ECC oferece as vantagens de ser rápido e simples de ser aplicado,
e leva em conta aspectos visuais e do exame físico ao gerar um número dentre uma
escala entre 1-5 ou 1-9 sendo 3 e 5, respectivamente, o escore considerado ideal.

Existem ainda medidas morfométricas que podem ser úteis para avaliar o
percentual de gordura corpórea, sendo as mais utilizadas a relação entre gradil costal
e distância da patela a tuberosidade calcânea (índice de massa corpórea felina) e
relação entre cintura pélvica e distância do tarso ao joelho em cães.

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Métodos mais apurados como a ressonância magnética e a densitometria
computadorizada por absormetria radiológica de dupla energia (DEXA) podem ser
empregados, porém são de disponibilidade limitada na maioria dos centros
veterinários.

8.4. COMPLICAÇÕES METABÓLICAS

Atualmente, é bem estabelecida a situação da obesidade como um estado


inflamatório permanente de baixo grau, associada à contínua secreção de diversos
mediadores químicos pelo tecido adiposo branco, mais especificamente pelos
adipócitos, conhecidos como adipocinas. Dentre as mais relevantes, podemos
destacar os hormônios leptina, adiponectina e resistina e as citocinas fator de necrose
tumoral alfa (TNFα) e interleucina 6 (IL-6). A perda da regulação na produção destas
substâncias pode trazer uma série de complicações locais e sistêmicas, sendo tanto
um fator predisponente quanto um perpetuante de diversas afecções multissistêmicas.

A leptina é um hormônio responsável por reduzir a ingestão alimentar,


aumentar o gasto energético e regular o catabolismo dos carboidratos e gorduras. Foi
demonstrado que a concentração plasmática deste hormônio aumenta de acordo com
o escore corporal, ou seja, quanto maior o grau de obesidade maior o valor encontrado
de leptina. Isto se deve a um estado de ‘resistência à leptina’, onde sua produção é
aumentada em busca da reversão do quadro de excesso de peso via sinalização
endógena. Faz parte de um mecanismo de controle em longo prazo do metabolismo
da saciedade, havendo possivelmente disparidade na sensibilidade dos tecidos-alvo
a suas ações ou pouca afinidade com seus receptores.

A adiponectina é o hormônio de maior produção pelo tecido adiposo e promove


a sensibilidade insulínica por diversos mecanismos, como a facilitação da rota de
oxidação de gorduras e carboidratos nos tecidos periféricos, supressão da
gliconeogênese hepática e inibição da resposta inflamatória. Por outro lado, a
obesidade é responsável por significativa redução na expressão gênica e
concentração plasmática deste hormônio ao promover redução da expressão de seus

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receptores nos tecidos muscular e hepático e promovendo feedback inibitório na sua
secreção via citocinas como TNFα e IL-6.

A resistina tem como provável principal origem os macrófagos do tecido


adiposo, e seus níveis aumentam com a obesidade. Tem influência importante como
antagonista das ações da insulina. Seus estudos em cães e gatos ainda estão em
processo de evolução. Além destes e outros hormônios, os adipócitos também são
responsáveis pela produção de citocinas pró-inflamatórias como o TNFα e IL-6,
responsáveis por ativação do sistema imunológico em resposta a processos
infecciosos ou neoplásicos. Na situação de obesidade, há um excesso de infiltrado de
macrófagos no tecido adiposo, deflagrando um aumento na produção e expressão
dessas substâncias associado ao aumento do tecido adiposo.

Um dos principais sistemas acometidos pela obesidade é o osteomuscular,


sendo a frequência da osteoartrite associada à sobrecarga mecânica, mas também a
um desbalanço na expressão de leptina no líquido sinovial, estando esta relacionada
a um aumento de produção de citocinas inflamatórias nos condrócitos. O paciente
obeso é mais predisposto à ruptura do ligamento cruzado cranial, luxação de patela,
doença degenerativa articular e doença do disco intervertebral.

Indivíduos obesos tendem a um maior índice de intolerância a glicose e


resistência insulínica como citado anteriormente, e sua predisposição à diabetes
mellitus está bem estabelecida em felinos. O TNFα é responsável por promover
resistência insulínica a nível hipotalâmico e local no tecido adiposo, e a perda de peso
demonstra aumento da sensibilidade à insulina.

O sobrepeso também tem impacto marcante na função cardiovascular, estando


associadas condições como o colapso traqueal, síndrome do braquicefálico, paralisia
laríngea, dispneia e também parece estar associada à hipertensão sistêmica,
miocardiopatia hipertensiva, trombose portal venosa e hipóxia do miocárdio. Animais
com bronquite tendem a ter um agravo na condição obesa, pois a degranulação
mastocitária é maior nestes indivíduos. A perda de peso desenvolve papel
fundamental na redução dos sinais clínicos associados.

A dislipidemia é uma complicação frequente associada à obesidade e está


relacionada a uma vasta gama de co-morbidades como a lipidose hepática,

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pancreatite, alterações neurológicas, oftalmológicas, da coagulação e perfil
hematológico.

As neoplasias também parecem ter correlação com o excesso de leptina, sendo


esta responsável por uma estimulação de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à
insulina-1) e outros secretagogos do hormônio do crescimento, afetando assim os
processos de divisão/diferenciação celular e angiogênese. A frequência de tumores
de bexiga, pele e mama está aumentada em animais obesos. A injúria pancreática
crônica decorrente da dislipidemia parece também ter relação com o desenvolvimento
de adenocarcinomas neste órgão.

São diversas as complicações genitourinárias advindas da obesidade, sendo


as mais expressivas a doença do trato urinário inferior, incapacidade do esfíncter
uretral e distocia do parto, parecendo o aumento de gordura no espaço retroperitoneal
desenvolver um papel importante em sua patogênese.

O sobrepeso está associado, ainda, a distúrbios da qualidade do tegumento


como seborreias, piodermites de repetição, escaras de decúbito e incapacidade de
realizar o grooming nos felinos, sendo ainda responsável por um aumento no grau de
prurido. É importante ressaltar a maior dificuldade da realização de procedimentos
veterinários no paciente obeso como ausculta cardiopulmonar, coleta de sangue,
acesso venoso, intubação orotraqueal e maiores riscos cirúrgico-anestésicos.

8.5. TRATAMENTO

O tratamento da obesidade passa por uma mudança no estilo de vida do


animal, e por conseguinte, do proprietário. As maneiras de se intervir no desbalanço
energético estão relacionadas a uma menor ingestão calórica ou a um maior gasto,
geralmente tendo sucesso uma combinação entre as duas abordagens. Torna-se
desafiadora ao médico veterinário esta intervenção quando o proprietário também é
obeso, associação bastante observada. A administração de alimentos aumenta a
sensação de prazer do observador e é vista como sinal de saúde, enquanto a redução
nesta ingestão é interpretada como uma preocupação.

As dietas comerciais específicas para perda de peso se demonstram muito


eficazes quando administradas na quantidade adequada e, preferencialmente, sob
fonte alimentar exclusiva. Basicamente apresentam elevado teor de fibras e proteínas

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para promoção de saciedade e prevenir o catabolismo muscular. Os níveis de gordura
e carboidratos de baixa complexidade são reduzidos.

A prática de exercícios pode ser desafiadora em animais obesos devido à


sobrecarga articular e as diversas afecções cardiorrespiratórias já descritas, tendo os
cães como alternativa interessante a hidroesteira. Na abordagem do sobrepeso felino,
o enriquecimento ambiental e os diversos produtos de liberação lenta de ração e
finalidade lúdica tem grande valia. O tratamento medicamentoso é controverso e
alguns fármacos com o intuito de supressão do apetite ou redução da absorção de
gorduras podem apresentar efeitos colaterais indesejados com frequência variável.

9. DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS EM PEQUENOS ANIMAIS

Figura 6: Distúrbios eletrolíticos em pequenos animais.

Fonte: https://rnpet.com.br/saude-pet/disturbios-eletroliticos-em-pequenos-animais/

Os distúrbios eletrolíticos e ácido-base ocorrem com frequência na clínica de


pequenos animais. Os distúrbios gastrointestinais que geram vômito, diarreia, ou
ambos, são as principais causas associadas e podem ocorrer secundariamente a
afecções parasitárias, bacterianas, virais, ou inflamatórias em decorrência de diversos
agentes causais. Em um paciente hígido, um grande volume de fluido contendo
eletrólitos é secretado e reabsorvido pelo trato gastrointestinal, no entanto, a perda
desses eletrólitos por vômito ou má absorção pode levar a importantes anormalidades
como hiponatremia, hipocalemia e hipocloremia.

Os quadros diarréicos que ocorrem secundariamente a agentes infecciosos,


principalmente nos filhotes, costumam ter graves consequências, principalmente por

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gerar um desequilibro ácido-básico importante, sendo comum a desidratação grave,
associada a acidose metabólica, devido a perda excessiva de íons sódio (Na+) e do
bicarbonato (HCO3-). Animais com diarreia prolongada também podem apresentar
perda fecal massiva de potássio, podendo gerar hipocalemia com repercussão clínica.

Por esse motivo, nessas condições clínicas é altamente recomendável avaliar


corretamente o grau de desidratação para estimar as perdas e corrigi-las. Nesse
sentido o exame de hemogasometria e análise dos eletrólitos é um forte aliado, até
mesmo para guiar a terapia com fluidos.

A fluidoterapia é uma das terapias mais empregadas na clínica de pequenos


animais, no entanto seu uso deve ser realizado com cautela, tanto na escolha da
melhor solução, de forma individualizada para cada paciente, quanto no cálculo das
doses. O paciente deve ser monitorado durante todo o período em que receber terapia
com fluidos, para evitar sobrecargas que podem ser muito nocivas.

Um animal adulto possui aproximadamente 60% de água em seu organismo,


distribuídos entre os compartimentos intra e extracelular, sendo que o compartimento
intracelular comporta maior volume de fluido, aproximadamente 40% do fluido
corporal, enquanto que o espaço extracelular constitui um terço da água da corporal
e é subdividido em espaço intersticial, intravascular e transcelular.

O compartimento intersticial comporta três quartos de todo o líquido do espaço


extracelular. No espaço intravascular, os fluidos, como o plasma, se movimentam
dentro dos vasos sanguíneos. Os compartimentos intersticial e intravascular são
separados por membranas semipermeáveis que permitem um constante equilíbrio,
que é ditado pelo gradiente de pressão osmótica. Esse conceito é importante na
decisão de qual fluido escolher para cada situação clínica. Por isso, quando fazemos
reposição hidríca em um paciente desidratado, o fluido que foi perdido no espaço
extravascular entra pela via intravascular e será redistribuído para os outros
compartimentos, de forma a equilibrar as perdas.

Existem dois principais tipos de fluidos na rotina clínica, os cristaloides e os


coloides. Os cristaloides são definidos como soluções que podem se mover livremente
entre os compartimentos corporais e podem ou não conter solutos eletrolíticos. São

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subclassificados em soluções hipotônicas, isotônicas ou hipertônicas, de acordo com
sua tonicidade, que é a capacidade de deslocar água entre os compartimentos intra e
extracelulares.

Um fluido cristaloide isotônico é uma solução eletrolítica que possui igual


osmolalidade à do plasma. São soluções muito indicadas para reposição de volume
intravascular e suporte de perfusão. São exemplos, as soluções de Ringer com
Lactato, PlasmaLyte, Normosol e solução salina a 0,9%.

Uma solução cristaloide hipertônica é caracterizada por uma alta osmolalidade,


ou seja, a presença de uma solução com concentração mais alta de solutos que
possuem grande dificuldade de ultrapassar as membranas semipermeáveis e portanto
o fluido tende a permanecer mais tempo no espaço intravascular. Por esse motivo
essas soluções são mais indicadas para pacientes que precisam recuperar volume
intravascular de forma rápida. São soluções úteis em determinadas situações clínicas
como pacientes em choque hemorrágico ou TCE (trauma crânio encefálico), nos quais
essa solução também costuma auxiliar na redução da PIC (pressão intracraniana).

Uma solução cristaloide hipotônica possui uma osmolalidade inferior à do


plasma, com uma concentração menor de solutos. Esses também não ultrapassam
facilmente as membranas e tendem a promover o movimento do fluido para dentro
das células, por isso essa não é uma boa solução para correção de hipovolemia, uma
vez que estimula o movimento da água para fora do compartimento intravascular,
podendo ocorrer edema. As soluções hipotônicas podem ser indicadas para correção
de desordens eletrolíticas como a hipernatremia, no entanto seu uso deve incluir
cautela, não devendo a correção ser realizada de forma
abrupta devido aos possíveis danos ao SNC (Sistema Nervoso Central). São
exemplos dessas soluções a dextrose a 5% e a solução de NaCl 0,45%.

As soluções coloides são constituídas de grandes moléculas que criam pressão


osmótica e podem ser usadas com intuito de movimentar o fluido para o
compartimento intravascular. Existem dois tipos principais de coloides, os naturais,
como a albumina; e os sintéticos, que possuem uso cada vez mais limitado em
Medicina Veterinária, devido aos efeitos adversos relacionados ao sistema de
coagulação e risco de lesão renal aguda.

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A reposição de fluidos e eletrólitos é muito importante, já que os desequilíbrios
são muito frequentes nas diversas condições clínicas, caracterizando esses distúrbios
como vilões muito frequentes nas nossas internações; e quando não corrigidos de
forma correta e precoce, podem aumentar as taxas de morbidade e mortalidade, além
de aumentar os custos dispensados ao tratamento, já que podem aumentar o tempo
de internação e os custos com insumos.

Um dos distúrbios de eletrólitos mais comuns na nossa rotina clínica envolve a


concentração sérica de potássio. O potássio é um eletrólito muito importante para
quase todos os processos fisiológicos do organismo; é um cátion encontrado
principalmente no meio intracelular, é essencial para a função normal dos nervos,
coração, e tecido muscular, além de contribuir grandemente para funcionamento
normal do sistema renal, gastrointestinal e endócrino. As alterações nas
concentrações séricas de potássio geralmente são brandas, mas podem ser fatais em
alguns casos. As principais causas de hipocalemia (redução sérica de potássio) na
rotina clínica são pacientes com vômito, diarreia, poliúria intensa, fraqueza muscular,
arritmias graves e naqueles pacientes em terapia com
insulina, diuréticos ou fluidoterapia massiva com solução de cloreto de sódio 0,9% ou
soluções glicosadas. Nos felinos são importantes e comuns e causa de hipocalemia,
a doença renal crônica e os quadros de diurese pós-obstrutiva.

A faixa de referência típica para o potássio sérico é de 3,5 – 5,5 mEq/L, mas a
faixa pode variar de acordo com o laboratório. Os sinais clínicos oriundos da
hipocalemia variam de acordo com a intensidade. Os mais comuns são anorexia,
fraqueza muscular e poliúria e polidpsia. Nos felinos, um sinal clássico de hipocalemia
é a ventroflexão de pescoço. Concentrações inferiores a 3,5 mEq/L podem apresentar
sinais clínicos associados. Abaixo de 3,0 mEq/L as arritmias são comuns; e
concentrações abaixo de 2,0 mEq/L são potencialmente fatais.

O cloreto (Cl-) é o ânion mais abundante nos fluidos extracelulares, incluindo o


suco gástrico e intestinal. Apesar disso os distúrbios associados a esse eletrólito são
pouco estudados em Medicina Veterinária. Pacientes com alterações
gastrointestinais, principalmente vômito de conteúdo gástrico, comumente
apresentam hipocloremia, que também pode estar presente em animais em uso de
terapia com diuréticos de alça e tiazídicos, terapia com glicocorticoides, administração

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de fluidos pobres em Cl- (por exemplo, bicarbonato de sódio), e em diversas afecções
como doença renal crônica, síndrome da lise tumoral aguda, anemia, obstrução
uretral, diabetes melittus, síndrome da resposta inflamatória sistêmica, entre outras.
Não há sinais clínicos específicos associados a hipocloremia.

A hiponatremia é um distúrbio menos comum na clínica de pequenos animais,


mas pode ocorrer na doença hepática severa, doença cardíaca congestiva, lesão
renal, hipoadrenocorticismo e em animais que fazem uso crônico de diuréticos. Os
distúrbios eletrolíticos sempre devem ter a causa de base investigada e corrigida.
Como dito, a fluidoterapia é uma das ferramentas mais eficazes para equilibrar os
eletrólitos, sendo indicado que seja orientada através de avaliações clÍnicas e
hemogasométricas frequentes.

Além da fluidoterapia, o tratamento de suporte também é uma importante


ferramenta que auxilia esses pacientes. O controle da náusea e vômito com fármacos
injetáveis como o citrato de maropitant ou ondansetrona são pontos fundamentais de
controle dentro do ambiente de internação. A avaliação constante do grau de dor
também é indicada para todos os pacientes internados, os quais muitas vezes, a
depender da afecção correlacionada, necessitam de analgésicos na prescrição
médica. Outro pilar importantíssimo nas internações é o suporte nutricional adequado,
já que nutrição, doença e imunidade são fatores dinâmicos que se relacionam em
vários graus, devendo o suporte nutricional ser introduzido de forma precoce, porém
gradual, nos pacientes anoréticos ou hiporéticos. Além disso, o uso de nutracêuticos
e suplementos como o Eletrorade Pet pode beneficiar os pacientes com distúrbios
eletrolíticos, atuando como uma terapia
complementar, pois ajuda na reposição das vitaminas do complexo B e dos eletrólitos
como sódio e o potássio, o que contribui para ajudar a melhorar o apetite com maior
rapidez, sendo esse um dos fatores mais associados com menor tempo de
recuperação.

Por fim, é importante ressaltar que os pacientes com distúrbios eletrolíticos de


qualquer ordem necessitam de um acompanhamento veterinário intensivo.

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