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INSTITUTO SUPERIOR SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA

-- I.S.I.A –

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

ENDOCRINOLOGIA

- PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ACÇÃO HORMONAL

Autores: Grupo nº 8

O Professor: Luciano Pongolola

Curo: Análises Clínicas e Saúde Pública

Disciplina: Fisiologia Humana II

Período: Tarde, 2º Ano

LUANDA, 2024
Autores: Grupo nº 8

ENDOCRINOLOGIA

- PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ACÇÃO HORMONAL

Trabalho apresentado ao Instituto Superior Politécnico Internacional de Angola, como


requisito de avaliação parcial na Disciplina de Fisiologia Humana II.

O Professor: Luciano Pongolola

LUANDA, 2024
Integrantes do Grupo

1. Olga Maria Cipriano Nunes;


2. Luzia da Silava Pedro;
3. Júlia Baptista Francisco;
4. Lucinda Miguel.
Índice
Introdução....................................................................................................................1
Objetivos......................................................................................................................2
Objectivo geral..........................................................................................................2
Objectivos específicos..............................................................................................2
CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................3
1.1. O sitema endócrino: Regulação da acção horonal.........................................3
1.2. Fisiologia das tiróides: Função e regulação da secreção tiroidea..................3
1.2.1. A tiróide....................................................................................................3
1.2.2. Função e regulação da secreção tiroidea................................................4
1.2.3. Regulação da secreção tiroidea...............................................................5
1.3. Fisiologia das glândulas paratiroides. Metabolismo do cálcio e dos fosfatos.
Regulação da função paratiroidea............................................................................7
1.3.1. As glândulas paratiroides.........................................................................7
1.3.2. Metabolismo do cálcio e dos fosfatos......................................................8
1.4. Fisiologia do pâncreas. Função e regulação da secreção endócrina
pancreática.............................................................................................................11
1.4.1. O pâncrea.............................................................................................. 11
1.4.2. Função e regulação da secreção endócrina pancreatica.......................11
1.5. Fisiologia das supra-renais...........................................................................13
A medula supra-renal: Regulação da secreção das hormonas medulares............13
O córtex supra-renal: Função e regulação da secreção dos esteroides corticais. .13
1.5.1. Glândula supra-renal..............................................................................13
1.5.2. A medula supra-renal: Regulação da secreção das hormonas medulares
14
1.5.3. O córtex supra-renal: Função e regulação da secreção dos esteroides
corticais............................................................................................................... 15
1.6. Fisiologia dos ovários: hormonas sexuais femininas. Regulação ovárica....19
1.6.1. Os ovários..............................................................................................19
Conclusão..................................................................................................................23
Recomendações........................................................................................................24
Bibliografia................................................................................................................. 25
Introdução

O presente trabalho, cujo tema é a Endocrinologia: Princípios básicos da


acção hormonal, é fruto de uma pesquisa como requisito de avaliação parcial na
cadeira de Fisiologia Humana II do curso de Análises Clínicas e Saúde Pública, e
tem como objectivo principal compreender os princípios básicos que norteam o
processo da acção hormonal.

O conhecimento da Anatomia e da Fisiologia humana, nos faz perceber o


quão fascinante é o corpo humano, uma incrível máquina, constituida por elementos
interligados, que actuam em conjunto para manter o nosso organismo em pleno
equilíbrio, embora nos damos conta da importância de cada pequena porção do
nosso corpo quando adoecemos. Destas pequenas porções, destacam-se os órgãos
do sisttema endócrino, que iremos bordar detalhadamente no desenvolvimento
deste trabalho.

O sistema endócrino reúne as glândulas (endócrinas, exócrinas e mistas) que


ajudam a controlar o funcionamento do organismo, a partir de comandos do sistema
nervoso. As glândulas endócrinas, que constituem o foco principal deste trabalho,
são aquelas que secretam um conjunto de hormônios no líquido intersticial ou vaso
sanguíneo. Nesse grupo de glândulas (endócrinas), temos os órgãos que
apresentam células secretoras de hormônios, estes orgãos são: a hipófise, tireoide,
paratireoides, suprarrenais, pineal, ovários, testículos, hipotálamo, timo, pâncreas,
rins, estômago, fígado, intestino delgado, pele, coração, tecido adiposo, e placenta.
Mas, no presente trabalho iremos debruçar apenas sobre as glândulas tiroide,
paratiroide, pâncreas, supra-renais e os ovários.
Objetivos

Com o desenvolvimento deste trabalho pretende-se alcançar os segguintes


objecttivos:

Objectivo geral

 Compreender os princípios básicos que norteam o processo da acção


hormonal.

Objectivos específicos

 Identificar os aspectos fisiológicos da glânudula tiroide;


 Descrever as funções, bem como o processo de regulação da secreção
tiroidea;
 Identificar a fisiologia da glândula paratiroide;
 Descrever o processo de metabolismo do cálcio e do fosfato, bem como a
regulação da função paratiroidea;
 Identificar a fisiologia do pâncrea;
 Indicar a função, bem como o processo de regulação da secreção endócrina
pancreática;
 Identificar a fisiologia da glândula supra-renal;
 Explicar o processo de regulação da secreção das hormonas medulares;
 Indicar as funções do cortex supra renal, bem como o procsso de regulação
da secreção dos esteroides corticais;
 Identificar a fisiologia dos ovários;
 Classificar as hormonas sexuais femininas;
 Identificar os processos de regulção oárica.
CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. O sitema endócrino: Regulação da acção horonal


O sistema endócrino juntamente com o sistema nervoso é responsável pela
regulação das funções metabólicas do organismo como um todo, visando o seu
equilíbrio fisiológico também chamado homeostasia. A regulação realizada pelo
sistema endócrino se dá pela ação dos hormônios, substâncias químicas produzidas
pelas células glandulares endócrinas e que exercerão as suas funções após
atingirem a circulação sanguínea, sendo então transportadas até o seu local de
atuação.

Para que haja homeostasia é preciso que a velocidade de secreção hormonal


sejam reguladas, ou seja, diminuídas ou aumentadas conforme o necessário. Na
maioria das vezes, a velocidade de secreção hormonal tendem naturalmente para
mais, ou seja, em geral, as glândulas tendem a produzir quantidades cada vez
maiores dos seus respectivos hormônios. É necessário, então, um mecanismo que
exerça um papel regulador inibitório sobre esta produção – o feedback negativo. Isto
ocorre quando o papel fisiológico da ação hormonal sobre o tecido-alvo encontra-se
exacerbado, a produção deste hormônio será inibida através da diminuição da
velocidade da sua secreção.

1.2. Fisiologia das tiróides: Função e regulação da secreção


tiroidea
1.2.1. A tiróide
De acordo com Lopes (2002) a glândula tiroide é a maior das glândulas
endócrinas, frequentemente em forma de H parecendo uma borbuleta, pesando
cerca de 10 a 20 g, localizada na região anterior do pescoço, em ambos os lados da
laringe e da traqueia, como nos ilustra as figuras abaixo.
Segundo Tortora & Derricson (2016), fisiologicamente consiste em dois lobos,
unidos em frente da traqueia atraves do istmo, que cruza do segundo ao quarto
anéis traqueais. Cada lobo tem cerca de 5 cm de comprimento, de forma cônica,
tendo seu ápice dirigido cranialmente até a junção da parte média com o terço
caudal da cartilagem tiroide, e sua base, orientada caudalmente, termina ao nível do
quinto ou sexto anel traqueal. O istmo é uma faixa variável de tecido glandular, que
fica unindo os lobos direito e esquerdo da glândula tiroide, de cerca de 1,25 cm de
largura, e geralmente recobre o segundo e terceiro anéis da traqueia.

O tecido glandular da tiroide, aos olhos do microscópio, parece ser composto


de uma massa de folículos, sendo que cada um é revestido por uma única camada
de células epiteliais cúbicas compostas de células foliculares. Os folículos contêm
um material viscoso chamado colóide, um líquido rico em proteínas, que sintetizam
os dois principais hormônios da tiroide – a triiodotironina e a tiroxina. Mas, vale
também realçar que entre os folículos existem outras células chamadas células
parafoliculares que produzem um hormônio denominado calcitonina.

A calcitonina está envolvida na homeostase dos níveis sanguíneos de cálcio


(Ca2) e fosfato (HPO4). Diminui a quantidade de cálcio e fosfato no sangue,
acelerando assim a absorção destes (cálcio e fosfato) pelos ossos por inibição de
degradação óssea, aceleração da assimilação óssea de cálcio e fosfato e aumento
de cálcio e fosfato na urina.

1.2.2. Função e regulação da secreção tiroidea


A principal função da glândula tiroide é a produção ou secreção de hormônios
tireoidianos: a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina ou tiroxina (T4). (Ver
Corrêa, 2011 para mais detalhes)
Estes hormônios, funcionalmente, ainda de acordo co o autor, aumentam a
intensidade do metabolismo de todas as células do organismo. No sistema
circulatório, por exemplo, actuam na vasodilatação e no aumento da frequência e da
força de contração cardíaca, bem como no controlo dos seus batimentos; no
intestino, actuam no peristaltismo e na frequência de evacuações; também actuam
na regulação da temperatura corporal, no humor, na memória e outras funções
cognitivas. Além destas funções, os hormônios tireoidianos também estimulam o
metabolismo de carboidratos e lipídios, o aumento do metabolismo basal, a redução
do peso corporal, o aumento do fluxo sanguíneo, da força cardíaca, da produção de
secreções digestivas e motilidade do trato gastrointestinal, e ainda no aumento da
velocidade do pensamento.

1.2.3. Regulação da secreção tiroidea


A secreção tireoidiana envolve a reabsorção do coloide na luz folicular, sua
liberação no espaço extracelular circundante e a subsequente difusão para a rede
de capilares que circunda cada folículo. Esta secreção é controlada por um
hormônio secretado pela adeno-hipófise, denominado hormônio estimulante da
tireoide ou TSH, que são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento de
vários órgãos e tecidos no organismo.

Embora essa ação já ocorra no período embrionário, alguns desses órgãos e


tecidos ainda são imaturos ao nascimento e têm um padrão de desenvolvimento
temporal específico, o qual depende de um aporte adequado de triiodotironina (T3), o
principal hormônio tiroideano. Dele também depende o crescimento, a diferenciação
e a regulação da atividade e metabolismo desses mesmos órgãos e tecidos na vida
adulta, razão pela qual os hormônios tiroideanos são considerados essenciais para a
manutenção da qualidade de vida.

Desta forma, para a manutenção da atividade normal dos tecidos-alvo, níveis


intracelulares adequados de T3 devem ser garantidos, o que está na dependência
não só da atividade tiroideana como também da geração intracelular deste
hormônio, processos que dependem, respectivamente, da integridade do eixo
hipotálamo-hipófise-tiróide e da atividade de enzimas específicas, as desiodases,
que são as principais fontes de T3, circulante e intracelular, e apresentam papéis
específicos em função de suas distintas características e formas de regulação.

Em linhas gerais, a função tiroideana é regulada pelo hormônio liberador de


tirotrofina (TRH) produzida no hipotálamo que, por meio do sistema hipotálamo-
hipofisário, se dirige à adeno-hipófise, ligando-se em receptores específicos no
tirotrofo e induzindo a síntese e secreção de hormônio tirotrófico (TSH). Este, por
sua vez, interage com receptores presentes na membrana da célula folicular
tiroideana induzindo a expressão de proteínas envolvidas na biossíntese de
hormônios tireoidianos, aumentando a atividade da célula tiroideana e estimulando a
secreção hormonal.

Sintéticamente, a secreção dos hormônios T3 e T4, através da glândula


tiroide, é processada e regulada por conta de quatro processos, a destacar: a
retenção de iodeto, a síntese de tireoglobulina, a oxidação de iodeto e pela iodação
da tirosina.

 Retenção de iodeto

As células foliculares da tireoide retêm íons iodeto (I-), transportando-os


ativamente do sangue para o citosol. Por conta disso, em geral, a glândula tireoide
contém a maioria do iodeto corporal.

 Síntese de tireoglobulina

Ao mesmo tempo que retêm íons iodeto (I-), as células foliculares também
sintetizam tireoglobulina (TGB), uma grande glicoproteína produzida no retículo
endoplasmático rugoso, modificada no complexo de Golgi e armazenada em
vesículas secretoras. Estas vesículas sofrem exocitose, o que libera TGB para o
lúmen do folículo.

 Oxidação de iodeto

Parte dos aminoácidos na tireoglobulina (TGB) consiste em tirosinas que se


tornarão iodadas. Entretanto, íons iodeto com carga elétrica negativa não
conseguem se ligar à tirosina até que sofram oxidação (remoção de elétrons) para
iodeto: 2I- → I2. Na medida em que os íons iodeto são oxidados, eles atravessam a
membrana para o lúmen do folículo.

 Iodação da tirosina

Conforme moléculas de iodo (I2) se formam, elas reagem com as tirosinas


integrantes das moléculas de tireoglobulina. A ligação de um átomo de iodo produz
monoiodotirosina (T1) e a de dois produz diiodotirosina (T2). A TGB com átomos de
iodo fixados é um material viscoso que se acumula e é armazenado no lúmen do
folículo da tireoide, chamado de coloide.
No entanto, deve-se ter em conta que, a transcrição de uma quantidade
enorme de genes é estimulada pela presença dos hormônios da tireoide. Como
consequência, ocorre o aumento de grande número de enzimas proteicas, proteínas
estruturais, proteínas transportadoras e outras substâncias. O resultado disso é um
aumento generalizado da atividade funcional de todo o corpo.

Assim, para que a glândula tireoide forme a quantidade adequada de T3 e T4,


temos que ingerir cerca de 50mg de iodo a cada ano (aproximadamente 1mg por
semana). Para evitar a deficiência de iodo, o sal comum é iodetado com uma parte
de iodeto de sódio para cada 100.000 partes de cloreto de sódio.

Antes de ativar seus receptores nucleares, quase todo o T4 é convertido em


T3. A atividade metabólica de todos os tecidos é aumentada e a utilização dos
alimentos para a produção de energia fica muito acelerada.

Embora a síntese proteica aumente, ao mesmo tempo aumenta o catabolismo


das proteínas. Nos jovens, por exemplo, a velocidade do crescimento aumenta
consideravelmente; os processos mentais são excitados, melhorando a memória, o
aprendizado e a atividade geral do sistema nervoso, e não só, como também o
aumento da atividade da maioria das glândulas endócrinas.

1.3. Fisiologia das glândulas paratiroides. Metabolismo do cálcio e


dos fosfatos. Regulação da função paratiroidea

1.3.1. As glândulas paratiroides


As glândulas paratiroides são dois pares de pequenas estruturas amareladas,
proporcionalmente ao tamanho de uma ervilha, com 5 mm de comprimentos, que se
desenvolvem nas metades dorsais do 3º e 4º pares de bolsa faríngeas, onde perdem
essa conexão e migram para o pescoço, ficando localizadas na face posterior dos
lobos da tiroide.
À nível microscópico, as glândulas paratiroides contêm dois tipos de células:
as células principais, que sintetizam o hormônio paratiroideano ou paratormônio,
e as células oxifílicas, que sustentam as células principais. Corrêa (2011, p. 104)

1.3.2. Metabolismo do cálcio e dos fosfatos


O metabolismo do cálcio e fosfato inclui o movimento desses dois íons para
dentro e fora do organismo e entre os vários compartimentos do corpo, assim como
os mecanismos reguladores desses movimentos. Desses dois íons, o cálcio é
controlado com muito maior precisão do que o fosfato.

O metabolismo do cálcio é regulado por três hormônios: hormônio


paratireóideo (PTH), calcitonina (CT) e vitamina D. Esses agentes participam em
dois tipos de sistemas de controlo, cada qual regulando um aspecto diferente no
processo metabólico. Um desses sistemas é responsável pela homeostasia do
cálcio, que é a regulação contínua do cálcio plasmático. Já que esse sistema é
extremamente sensível, o cálcio plasmático é uma das variáveis controladas com
maior precisão no organismo; as concentrações plasmáticas variam menos de 5%
nos adultos normais. O outro sistema é responsável pelo equilíbrio do cálcio que
permite a longo prazo que a ingestão de cálcio seja equivalente à sua excreção.

A regulação precisa do cálcio plasmático, assinala a importância fisiológica


desse íon. As concentrações intracelulares de cálcio controlam vários processos
celulares, incluindo a contração muscular, o acoplamento estímulo-secreção nos
nervos, a exocitose dos hormônios e a atividade de inúmeras enzimas. O cálcio
plasmático é fundamental para essas funções, assim como para a coagulação do
sangue, a manutenção das junções firmes entre as células e a estabilidade das
membranas celulares. A última ação é particularmente importante para o tecido
excitável. Finalmente, o cálcio nos ossos e dentes é essencial para a integridade
estrutural e funcional desses tecidos.

Os fosfatos, que são regulados pelos mesmos sistemas endócrinos que


controlam o metabolismo do cálcio, também são fundamentais para várias funções
fisiológicas. Estes podem ser orgânicos ou inorgânicoa.

O fosfato inorgânico contribui para a integridade funcional dos ossos e dentes


e funciona como tampão para o íon hidrogênio no plasma. Entretanto, o fosfato
ligado às moléculas orgânicas provavelmente é mais importante que o fosfato
inorgânico. O fosfato orgânico é um componente essencial de grande número de
moléculas biologicamente importantes, como os ácidos nucléicos (RNA e DNA),
trifosfato de adenosina (ATP), AMP cíclico e fosfolipídios da membrana. Já que os
fosfatos inorgânicos circulantes funcionam, principalmente, como substratos para a
síntese do fosfato orgânico, as concentrações plasmáticas de fosfato não precisam
ser rigidamente controladas, ao contrário do que ocorre com os níveis plasmáticos
de cálcio.

1.3.2.1. Regulação da função paratiroidea


A glândula paratiroide, como já referiu-se nos parágrafos acima, é a
responsável pela produção do paratormônio, ou seja, do hormônio paratireoideano -
PTH, que tem como função regular o nível de cálcio e fósforo no sangue e aumento
da absorção de vitamina D.

O paratormônio (PTH) é o principal regulador dos níveis de cálcio (C a2+),


magnésio (Mg2+) e fosfato (HPO42–) no sangue. A sua ação específica é aumentar a
quantidade e a atividade dos osteoclastos. O resultado desta acção é a reabsorção
óssea acentuada, o que libera cálcio (C a2+) e fosfatos (HPO4 2–
) no sangue. O PTH
também atua nos rins. Primeiro, retarda a perda de C a2+ e Mg2+ do sangue para a
2–
urina; em segundo lugar, acentua a perda de HPO 4 do sangue para a urina. Uma
2–
vez que mais HPO4 é perdido na urina do que ganho dos ossos, o PTH diminui o
2–
nível sanguíneo de HPO4 e eleva os níveis sanguíneos de Ca2+ e Mg2+. Um terceiro
efeito do PTH sobre os rins é a promoção da formação do hormônio calcitriol, que
consiste na forma ativa da vitamina D. O calcitriol, também conhecido como 1,25
dihidroxivitamina D3, aumenta a taxa de absorção sanguínea de C a2+, HPO4 2–
e Mg2+
no sistema digestório.

O nível sanguíneo de cálcio controla diretamente a secreção de calcitonina e


paratormônio por meio de alças de feedback negativo que não envolvem a glândula
hipófise. Vide a figura abaio.
O nível sanguíneo de íons cálcio (C a2+) acima do normal estimula as células
parafoliculares da glândula tireoide a liberarem mais calcitonina. A calcitonina inibe a
atividade dos osteoclastos, diminuindo, dessa forma, o nível sanguíneo de C a2+. O
nível sanguíneo de íons cálcio (Ca2+) abaixo do normal estimula as células principais
da glândula paratireoide a liberarem mais PTH.

O PTH promove a reabsorção de matriz óssea extracelular, o que libera C a2+


no sangue e retarda a perda de Ca2+ na urina, elevando o nível de Ca2+ no sangue.

No entanto, em linhas gerais, percebe-se que o paratormônio tem como


função manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, atuando nos ossos, rins e
intestino delgado, opondo-se aos efeitos da calcitocina liberada pela glândula tiroide.
Responsável pela regulação de cálcio e fósforo no sangue e aumento da absorção
de vitamina D, em resposta à queda na concentração de cálcio no sangue, esse
hormônio retira o cálcio dos ossos, enviando-o à corrente sanguínea, e aumenta a
absorção deste no intestino, além de sua reabsorção nos túbulos renais.

A redução na produção de paratormônio produz vários efeitos ao organismo


como: a redução dos níveis sanguíneos de cálcio, acúmulo de fósforo no sangue,
podendo causar híper-irritabilidade e contração desordenada da musculatura
esquelética (quadro de tetania) resultando asfixia e até mesmo a morte. Por outra,
sua hiperfunção pode causar lesões renais, osteoporose e até cistos ósseos.
1.4. Fisiologia do pâncreas. Função e regulação da secreção
endócrina pancreática

1.4.1. O pâncrea
Tortora & Derrickson (2016) definem o pâncreas com uma glândula exócrina e
endócrina que encontra-se localizada atrás do estômago, entre o baço e o duodeno.
A sua porção endócrina, de acordo com estes autores, consiste de um agrupamento
de células chamadas de ilhotas pancreáticas (ilhotas Langerhans), que variam de
tamanho, estando circundadas por uma fina membrana basal e cercadas pelas
células acinosas do pâncreas.

Do ponto de vista funcional, como afirmam Tortora & Derricson (2016), são
encontradas quatro tipos de células nas ilhotas pancreáticas: as células alfa que
secretam o glucagon, as células beta que secretam a insulina, as células delta que
secretam a somatostanina, e as células D que secretam um polipeptídio que regula
a liberação de enzimas digestivas pelo pâncreas. Mais, de forma sintética, os
principais hormônio secretados pelo glândula pancreática são: a insulina e o
glucagon, produzidos pela parte endócrina do pâncreas e atuam no controle da
glicemia no sangue. Esses dois hormônios atuam de formas opostas, enquanto um
aumenta a concentração de glicose na corrente sanguínea, o outro a diminui.

1.4.2. Função e regulação da secreção endócrina pancreatica


O pâncreas é uma glândula tanto endócrina quanto exócrina, mas aqui, serão
serão apenas apresentadas o processo de regulação das suas funções endócrinas.
Do ponto de vista endócrino, a nível do pâncrea são encontradas quatro
células interligadas entre si nas ilhotas pancreáticas, e secretam o glucagon,
insulina, somatostatina e o polipeptídio pancreático.

As interações destes quatro hormônios pancreáticos são complexas e não


completamente compreendidas. Nota-se que o glucagon eleva o nível sanguíneo de
glicose e a insulina reduz. A somatostatina atua de maneira parácrina para inibir a
liberação tanto de insulina quanto de glucagon das células beta e alfa vizinhas. Além
disso, pode funcionar como hormônio circulante para retardar a absorção de
nutrientes do sistema digestório. Ademais, a somatostatina inibe a secreção de GH.
O polipeptídio pancreático inibe a secreção de somatostatina, a contração da
vesícula biliar e a secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas.

1.4.2.1. Regulação e controlo da secreção de glucagon e insulina


A principal ação do glucagon é de elevar o nível sanguíneo de glicose que
se encontra abaixo do normal. A insulina, por outro lado, ajuda a reduzir o nível de
glicose sanguínea que se encontra muito elevado. O nível de glicose sanguínea
controla a secreção de glucagon e insulina via feedback negativo:

 O nível sanguíneo baixo de glicose (hipoglicemia) estimula a secreção


de glucagon pelas células alfa das ilhotas pancreáticas.
 O glucagon atua nos hepatócitos, acelerando a conversão de
glicogênio em glicose (glicogenólise) e promovendo a formação de
glicose a partir do ácido láctico e de determinados aminoácidos
(gliconeogênese).
 Consequentemente, os hepatócitos liberam glicose no sangue de
maneira mais rápida e a glicemia se eleva.
 Se a glicemia continua subindo, o nível sanguíneo elevado de glicose
(hiperglicemia) inibe a liberação de glucagon (feedback negativo).
 A glicose sanguínea alta (hiperglicemia) estimula a secreção de
insulina pelas células beta das ilhotas pancreáticas.
 A insulina age em várias células do corpo para acelerar a difusão
facilitada da glicose para as células; para apressar a conversão de
glicose em glicogênio (glicogênese); para intensificar a captação de
aminoácidos pelas células e para aumentar a síntese de proteína; para
acelerar a síntese de ácidos graxos (lipogênese); para retardar a
conversão de glicogênio em glicose (glicogenólise) e para tornar mais
lenta a formação de glicose a partir do ácido láctico e de aminoácidos
(gliconeogênese).
 O resultado disso é a queda do nível de glicose do sangue.
 Quando o nível sanguíneo de glicose cai para abaixo do normal, ocorre
inibição da liberação de insulina (feedback negativo) e estímulo à
liberação de glucagon.

Embora o nível sanguíneo de glicose seja o regulador mais importante da


insulina e do glucagon, diversos hormônios e neurotransmissores também regulam a
liberação desses dois hormônios. Além das respostas ao nível sanguíneo de glicose
descritas anteriormente, o glucagon estimula a liberação de insulina de maneira
direta; a insulina exerce o efeito oposto, suprimindo a secreção de glucagon.
Conforme o nível de glicose no sangue vai declinando e menos insulina é secretada,
as células alfa do pâncreas são liberadas do efeito inibitório da insulina de forma que
possam secretar mais glucagon. Indiretamente, o hormônio do crescimento humano
(GH) estimula a secreção de insulina porque atuam para elevar a glicose sanguínea.

1.5. Fisiologia das supra-renais


A medula supra-renal: Regulação da secreção das hormonas
medulares
O córtex supra-renal: Função e regulação da secreção dos
esteroides corticais

1.5.1. Glândula supra-renal


As glândulas supra-renais conforme elucida Reis (2016, p. 3),

são órgãos pares, retroperitoniais, localizadas no pólo superior dos rins, sendo a direita de
forma triangular situada posteriormente à veia cava inferior ao lobo direito do fígado,
ventralmente ao diafragma; enquanto a esquerda, de forma semilunar, fica localizada atrás
do estômago, separada pelo peritónio e bolsa omental.

É formada por dois tecidos embrionários diferentes, que originam duas partes
da glândula: o córtex suprarrenal e a medula suprarrenal, sendo que cada parte
dessa glândula produz hormônios diferentes, tal como iremos descrever mais
adiante.
1.5.2. A medula supra-renal: Regulação da secreção das hormonas medulares
A medula suprarrenal é a região interna da glândula suprarrenal, e consiste
em um gânglio simpático da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA)
modificado. Essa área se desenvolve a partir do mesmo tecido embrionário de todos
os outros gânglios simpáticos, porém suas células, que não possuem axônios,
formam grupos em torno de grandes vasos sanguíneos. Em vez de liberar um
neurotransmissor, as células da medula da glândula suprarrenal secretam
hormônios. As células produtoras de hormônio, chamadas de células cromafins, são
inervadas por neurônios préganglionares simpáticos do SNA. Uma vez que o SNA
exerce controle direto sobre as células cromafins, a liberação de hormônio pode
ocorrer com muita rapidez.

Os dois principais hormônios sintetizados pela medula suprarrenal são a


epinefrina e a norepinefrina, também chamadas de adrenalina e noradrenalina,
respectivamente. As células cromafins da medula da glândula suprarrenal secretam
quantidades desiguais desses hormônios – cerca de 80% de epinefrina e 20% de
norepinefrina. Os hormônios da medula da glândula suprarrenal intensificam
respostas simpáticas que ocorrem em outras partes do corpo.

1.5.2.1. Regulação das hormonas medulares


Em situações de estresse e durante a prática de exercícios, impulsos
provenientes do hipotálamo acionam os neurônios préganglionares simpáticos que,
por sua vez, estimulam as células cromafins a secretarem epinefrina e norepinefrina.
Esses dois hormônios intensificam a resposta de luta ou fuga. Ao aumentar a
frequência e a força de contração cardíacas, a epinefrina e a norepinefrina elevam o
débito cardíaco e a pressão arterial. Além disso, aumentam o fluxo de sangue para o
coração, o fígado, os músculos esqueléticos e o tecido adiposo; dilatam as vias
respiratórias para os pulmões e elevam os níveis sanguíneos de glicose e ácidos
graxos.

1.5.3. O córtex supra-renal: Função e regulação da secreção dos esteroides


corticais
O córtex da glândula suprarrenal é subdividido em três zonas, e cada uma
delas secreta hormônios diferentes. A zona mais externa, imediatamente profunda à
cápsula de tecido conjuntivo, é a zona glomerulosa. Suas células, densamente
acondicionadas e distribuídas em grupos esféricos e colunas arqueadas, secretam
hormônios chamados de mineralocorticoides, pois afetam a homeostasia mineral.
A zona do meio ou zona fasciculada é a mais larga das três zonas e consiste em
células distribuídas em colunas longas e retas. As células da zona fasciculada
secretam principalmente glicocorticoides, em especial cortisol, assim chamados
por afetarem a homeostasia da glicose. As células da zona mais interna, a zona
reticular, são distribuídas em cordões ramificados. Elas sintetizam pequenas
quantidades de androgênios fracos, que são hormônios esteroides que exercem
efeitos masculinizantes.

1.5.3.1. Mineralocorticoides
A aldosterona é o principal mineralocorticoide; regula a homeostasia de dois
íons minerais – íons sódio (Na+) e potássio (K+), e ajuda a ajustar a pressão arterial e
o volume de sangue. A aldosterona também promove a excreção de H + na urina;
essa remoção de ácidos do corpo pode ajudar a evitar a acidose (pH abaixo de
7,35).

Regulção da secreção de aldosterona

A via renina-angiotensina-aldosterona (RAA) controla a secreção de


aldosterona da seguinte forma:

 Desidratação, deficiência de Na+ e hemorragia são estímulos que


iniciam a via da reninaangiotensinaaldosterona.
 Essas condições promovem a diminuição do volume sanguíneo.
 O volume sanguíneo reduzido promove a queda da pressão arterial.
 A pressão arterial mais baixa estimula certas células renais, chamadas
de células justaglomerulares, a secretar a enzima renina.
 O nível de renina no sangue sobe.
 A renina converte a angiotensina, uma proteína plasmática produzida
pelo fígado, em angiotensina I.
 Sangue contendo níveis mais altos de angiotensina I circula pelo corpo.
 Conforme o sangue flui pelos capilares, sobretudo dos pulmões, a
enzima conversora de angiotensina (ECA) converte angiotensina I no
hormônio angiotensina II.
 O nível sanguíneo de angiotensina II sobe.
 A angiotensina II estimula o córtex da glândula suprarrenal a secretar
aldosterona.
 Sangue contendo níveis mais elevados de aldosterona circula para os
rins.
 Nos rins, a aldosterona aumenta a reabsorção de Na+, que, por sua
vez, promove a reabsorção de água por osmose. Em consequência
disso, perde-se menos água na urina. A aldosterona também estimula
os rins a intensificarem a secreção de K+ e H+ na urina.
 Com a reabsorção mais intensa de água pelos rins, o volume de
sangue aumenta.
 Na medida em que o volume de sangue aumenta, a pressão arterial se
eleva ao normal.
 A angiotensina II também estimula a contração da musculatura lisa das
paredes das arteríolas. A constrição resultante
 das arteríolas aumenta a pressão sanguínea e, desse modo, ajuda a
elevar a pressão de volta ao normal.
 Além da angiotensina II, um segundo fator que estimula a secreção de
aldosterona é uma concentração maior de K+ no
 sangue (ou líquido intersticial). A diminuição no nível sanguíneo de K+
produz o efeito oposto.
1.5.3.2. Glicocorticoides
Os glicocorticoides, que regulam o metabolismo e a resistência ao estresse,
são o cortisol, a corticosterona e a cortisona.

Desses três hormônios secretados pela zona fasciculada, o cortisol é o mais


abundante, responsável por cerca de 95% daatividade glicocorticoide.

Os glicocorticoides exercem os seguintes efeitos:

 Degradação de proteína. Os glicocorticoides intensificam a taxa de


degradação de proteína, principalmente nas fibras musculares e, dessa
forma, aumentam a liberação de aminoácidos na corrente sanguínea. Os
aminoácidos podem ser usados pelas células corporais na síntese de novas
proteínas ou na produção de ATP.
 Formação de glicose. Ao serem estimulados pelos glicocorticoides, os
hepatócitos convertem determinados aminoácidos ou ácido láctico em
glicose, que será usada por neurônios e outras células para produzir ATP. Tal
conversão, de uma substância que não seja o glicogênio ou outro
monossacarídio em glicose, é chamada de gliconeogênese.
 Lipólise. Os glicocorticoides estimulam a lipólise, degradação dos triglicerídios
e liberação de ácidos graxos do tecido adiposo para o sangue.
 Resistência ao estresse. Os glicocorticoides trabalham de muitas maneiras
para promover a resistência ao estresse. A glicose extra fornecida pelos
hepatócitos oferece aos tecidos uma pronta fonte de ATP para combater
inúmeros estresses, inclusive exercício, jejum, medo, temperaturas extremas,
altitudes elevadas, sangramento, infecção, cirurgia, traumatismo e doença.
Uma vez que tornam os vasos sanguíneos mais sensíveis a outros hormônios
que causam vasoconstrição, os glicocorticoides elevam a pressão sanguínea.
Esse efeito é vantajoso nos casos de perda significativa de sangue, que faz
com que a pressão arterial caia.
 Efeitos antiinflamatórios. Os glicocorticoides inibem a participação dos
leucócitos nas respostas inflamatórias. Infelizmente, os glicocorticoides
também atrasam o reparo tecidual; em consequência disso, retardam a
cicatrização de feridas. Embora em doses elevadas possam ocasionar
transtornos mentais graves, os glicocorticoides são muito úteis no tratamento
de condições inflamatórias crônicas como artrite reumatoide.
 Depressão das respostas imunes. Doses elevadas de glicocorticoides
deprimem as respostas imunes. Por esse motivo, os glicocorticoides são
prescritos para receptores de órgãos transplantados com objetivo de retardar
a rejeição tecidual promovida pelo sistema imune.

Regulção da secreção de glicocorticoide

O controle da secreção de glicocorticoide ocorre por meio de um sistema de


feedback negativo típico. Níveis sanguíneos baixos de glicocorticoides,
principalmente cortisol, estimulam as células neurossecretoras no hipotálamo a
secretarem hormônio liberador da corticotrofina (CRH). O CRH (junto com a baixa
concentração de cortisol) promove a liberação de ACTH da adenohipófise.

O ACTH flui no sangue para o córtex da glândula suprarrenal onde estimula a


secreção de glicocorticoide (em grau muito menor, o ACTH também estimula a
secreção de aldosterona).

1.5.3.3. Androgênios
Tanto em homens quanto em mulheres, o córtex da glândula suprarrenal
secreta pequenas quantidades de androgênios fracos. O principal androgênio
secretado pela glândula suprarrenal é a desidroepiandrosterona (DHEA). Nos
homens, depois da puberdade, o androgênio testosterona também é liberado, e em
quantidade muito maior, pelos testículos. Dessa forma, a quantidade de androgênios
secretada pela glândula suprarrenal masculina é normalmente tão baixa que seus
efeitos são insignificantes. Nas mulheres, no entanto, os androgênios suprarrenais
desempenham funções importantes, promovem a libido (desejo sexual) e são
convertidos em estrogênios (esteroides sexuais feminilizantes) por outros tecidos
corporais. Após a menopausa, quando a secreção ovariana de estrogênios cessa,
todos os estrogênios femininos são provenientes da conversão dos androgênios
suprarrenais. Os androgênios suprarrenais também estimulam o crescimento de
pelos axilares e púbicos nos meninos e nas meninas e contribuem para o estirão de
crescimento prépuberal. Embora o controle da secreção suprarrenal de androgênio
não seja totalmente compreendido, o principal hormônio que estimula sua secreção
é o ACTH.

1.6. Fisiologia dos ovários: hormonas sexuais femininas.


Regulação ovárica

1.6.1. Os ovários
Os ovários são duas glândulas do Sistema Reprodutor Feminino responsáveis
pela síntese de hormônios sexuais femininos (progesterona e estrogênio), bem como
na produção e armazenamento das células reprodutivas, os óvulos.

 Hormonas sexuais femininas

As hormonas sexuais femininas são: a progesterona e o estrogénio.

A progesterona é um hormônio feminino produzido pelo ovário desde a


puberdade, sendo importante na preparação do organismo da mulher para a
gestação, bem como na manutenção da gravidez.
Em um ciclo menstrual normal, por exemplo, a progesterona tem a função de
ativar as células que revestem a parede do útero, alterar e irrigar os vasos
sanguíneos do endométrio, de maneira a preparar o útero para receber o embrião.

Este hormônio, progesterona, atua em conjunto com o estrógeno, preparando


o organismo feminino para a concepção e gravidez, além de participar na regulação
do ciclo menstrual.

Após a menopausa, a mulher produz apenas uma pequena fração da


quantidade desse hormônio produzida ao longo da vida reprodutiva.

No entanto, a progesterona tem as seguintes funções:

 Preparar o útero para a implantação do embrião;


 Preparar as mamas para a secreção láctea;
 Aumentar o grau da atividade secretória das glândulas mamárias;
 Ativar as células que revestem a parede uterina, aumentando o
espessamento do endométrio;
 Determinar o surgimento de diversas glândulas produtoras de
glicogênio; inibir as contrações do útero, impedindo a expulsão do
embrião ou do feto em desenvolvimento.

O estrógeno é um hormônio produzido mais intensamente pelos folículos do


ovário. Ele começa a ser produzido na adolescência e continua até a menopausa. É
o principal hormônio responsável pelas características sexuais secundárias
femininas, tais como o tamanho dos seios e o controlo da ovulação.

A partir da puberdade, o estrogênio desempenha importante função no ciclo


menstrual. Durante a menopausa ocorre a diminuição da liberação de estrogênio e
progesterona.

Dentre as principais funções deste hormônio, destacam-se:

 Estimulação do crescimento do endométrio do útero, preparando-o para a


fertilização;
 Regulação da distribuição de gordura no corpo, contribuindo para as formas
corporais femininas, como por exemplo da região do quadril;
 Desenvolvimento mamário;
 Crescimento de pelos pubianos;
 Estimulação do desenvolvimento dos pequenos e grandes lábios da vulva.

Vale realçar que os ovários também produzem inibina, um hormônio proteico


que inibe a secreção de FSH (hormônio foliculoestimulante). Durante a gravidez, os
ovários e a placenta produzem um hormônio peptídio chamado de relaxina (RLX),
que aumenta a flexibilidade da sínfise púbica durante a gravidez e ajuda a dilatar o
colo do útero durante o parto. Essas ações ajudam a facilitar a passagem do bebê
pelo alargamento do canal do parto.

 Regulação ovárica

A regulação hormonal na mulher é muito diferente e mais complexa que a do


homem. Na mulher, o desenvolvimento embrionário dos órgãos sexuais primários é
estimulado pelos estrogénios. Já na puberdade os estrogénios são responsáveis
pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, tais como o
desenvolvimento e manutenção das glândulas mamárias, crescimento geral e
regulação do ciclo sexual. O sistema reprodutor feminino funciona pelo sincronismo
de dois ciclos: o ciclo ovárico e o ciclo uterino (ou ciclo menstrual) como ilustra a
figura abaixo. Ao contrário da espermatogénese, a oogénese e fenómenos
associados ocorrem em ciclos periódicos de cerca de 28 dias, desde a puberdade à
menopausa.

Esquema dos ciclos ovárico e uterino. Fonte - Internet


A – desenvolvimento de folículos; B – níveis hormonais 1. FSH, 2. Estrogénio, 3. LH, 4. Progesterona.
(A interrupção corresponde ao período de ovulação.)
O ciclo ovárico de maturação de um folículo, ocorre em duas fases distintas
separadas pela ovulação, a fase folicular e a fase luteínica, influenciado pelas
hormonas hipofisárias FSH (folículo-estimulina) e LH (hormona hipofisária lúteo-
estimulina). Na fase folicular, alguns folículos primordiais (cerca de 15-20)
desenvolvem-se, mas normalmente apenas um atinge a maturação enquanto os
restantes degeneram. Após a ovulação, a fase luteínica inicia-se com a formação do
corpo lúteo, que regride na ausência de fecundação.

Ciclo ovárico – imagem retidada da internet


Conclusão

Após uma pesquisa sobre o referido tema, e de acordo com a bibliografia


acessada, pode-se concluir que os objectivos deste trabalho foram alcançados na
medida em que conferiu-se, de acordo com o que foi pesquisado, os principais
princípios básicos que norteam o processo da acção hormonal.

Notou-se que o sistema endócrino é um dos responsáveis pela regulação das


funções metabólicas do organismo, visando o seu equilíbrio fisiológico. Este
processo de regulação realizado pelo sistema endócrino dá-se pela ação dos
hormônios, que são substâncias químicas produzidas pelas células glandulares
endócrinas, que depois de produzida exercerão as suas funções ao atingirem a
circulação sanguínea, sendo então transportadas até o seu local de atuação.
Recomendações

Das ilações tiradas na realização deste trabalho, achamos importante sugerir


as seguintes recomendações:
1. Pautar pela prática de exercícios físicos para o fortalecimento da nossa
saúde hormonal, visto que esta prática auxilia a entrega de nutrientes e
sinais hormonais, tornando o sistema endócrino mais eficiente.
2. Pautar por uma dieta alimentar saudável, que inclui proteínas suficientes
para o fornecimento de certos aminoácidos para facilitar a produção de
hormônio essencias para a regulação normal de determinados processos
fisiológicos.
3. Diminuição do consumo de açúcar, visto que muito açúcar no organismo
provoca resistência à insulina, portanto, é preciso consumi-lo de forma
moderada.
4. Evitar o stress. Situações de estresse também podem prejudicar a
produção de hormônios.

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