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COLÉGIO PITRUCA CAMAMA

ESCOLAS PITRUCA
ENSINO PARTICULAR

MANUAL DE PSICOLOGIA 11ª CLASSE

I TRIMESTRE

O Professor: Garcia Sessenta e Bruno Dala

01/02/2022
ÍNDICE
TEMA 1 Psicologia como Ciência ---------------------------------------------------------1
1.1. Breve historial e objecto de esudo da Psicologia como ciência -------------------2
1.2. Correntes psicológicas e seus contributos para o desenvolvimento da psicologi
a -----------------------------------------------------------------------------------------------------3
1.2.1. Associacionismo/Estruturalismo --------------------------------------------------------4
1.2.2. Reflexologia -------------------------------------------------------------------------------7
1.2.3. Behaviorismo/Comportamentalismo ---------------------------------------------------8
1.2.4. A Psicanálise -------------------------------------------------------------------------------8
1.2.5. O Gestaltismo ------------------------------------------------------------------------------9
1.2.6. O Construtivismo/Interacionismo -------------------------------------------------------9
1.3. Relação da Psicologia com outras ciências ------------------------------------------10
1.3.1. Com a Física -----------------------------------------------------------------------------11
1.3.2. Com a Fisiologia -------------------------------------------------------------------------12
1.3.3. Com a Pedagogia ------------------------------------------------------------------------13
1.3.4. Com a Biologia --------------------------------------------------------------------------14
1.3.5. Com a Medicina -------------------------------------------------------------------------15
1.4. Ramos da Psicologia ---------------------------------------------------------------------16
1.4.1. Segundo a actividade concreta do Homem (profissão) -----------------------------17
1.4.2. Segundo o aspecto relacionado com o desenvolvimento do psiquismo ----------18
1.4.3. Segundo o aspecto psíquico coexiste no indivíduo na sociedade -----------------19
1.5. Métodos e técnicas em Psicologia -----------------------------------------------------20
1.5.1. Método de observação ------------------------------------------------------------------21
1.5.2. Método de experimentação -------------------------------------------------------------22
1.5.3. Método estatístico -----------------------------------------------------------------------23
1.5.4. Método comparativo --------------------------------------------------------------------24
1.5.5. Método sociométrico --------------------------------------------------------------------25
1.5.6. Método clínico ---------------------------------------------------------------------------26
1.5.7. Método de estudo de actividade realizada --------------------------------------------27
1.5.8. Técnicas de investigação ---------------------------------------------------------------28
1.5.8.1. Questiomnário escrito ou oral (inquérito e enterevista) --------------------------29
1.5.8.2. Biografia --------------------------------------------------------------------------------30

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1.5.8.3. Testes -----------------------------------------------------------------------------------31
1.6. Psicologia aplicada -----------------------------------------------------------------------32
1.6.1. Psicologia das organizações ------------------------------------------------------------33
1.6.2. Psicologia educacional ------------------------------------------------------------------34
1.6.3. Psicologia clínica ------------------------------------------------------------------------35

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Tema 2 - PSICOFISIOLOGIA
A evolução de diferentes ciências como, a Medicina, a Biologia e a Genética,
tem sido um enorme contributo para maior entendimento do organismo humano, e
explicando sua relação com o psiquismo. A Psicofisiologia trata das questões da
psicologia que relacionam o comportamento com as bases biológicas.

A relação que se estabelece entre a Fisiologia e a Psicologia, à qual chamamos


de Psicofisiologia, visa encontrar uma explicação para as características biológicas do
comportamento.

No tema 1 estudámos que o comportamento era o conjunto de respostas do


organismo a estímulos vindos do exterior. O que vamos analisar agora são as estruturas
que estão envolvidas nesse mecanismo e a forma como estão relacionadas entre si:
órgãos receptores, órgão efectores, centro coordenador (sistema nervoso), nervos,
etc.

Órgãos receptores: são os órgãos dos sentidos (visão, audição, tacto, paladar e,
olfato) com conexões nervosas adaptadas aos diferentes tipos de estímulos captados no
mundo exterior.

Órgãos efectores: é através dos músculos e das glândulas que ocorrem a


concretização do comportamento por movimentos e secreções.

Os músculos responsáveis pelo movimento (músculos esqueléticos) encontram-


se unidos por tendões (fibras que ligam o músculo com o osso) e respondem à intenção
do indivíduo, fazendo com que os ossos se movam.

Relativamente às glândulas, é importante dizer que, para além de serem órgãos


efectores, também são responsáveis pelo equilíbrio interno do organismo. Vamos
diferenciar os diferentes tipos de glândulas existentes no organismo:

Glândulas endócrinas: são glândulas e tecidos do corpo humano responsáveis


pela produção de hormonas. São por sua vez, substâncias químicas responsáveis por
regular várias funções do corpo humano. Ex: Hipófise, testículos, ovários, pâncreas, etc.

Glândulas exócrinas: canal através do qual é expelida, para o exterior, a


secreção. Ex: glândulas lacrimais, sudoríparas, salivares, mamarias, etc.

2.1. O SISTEMA NERVOSO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

O corpo humano possui milhões de células e tem na sua constituição dois


sistemas que actuam essencialmente como canais de comunicação interna entre as
células: sistema nervoso e sistema endócrino.

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O sistema nervoso é a principal rede de comunicação do corpo. Corresponde, ao
conjunto de órgãos (nervos, gânglios e centros nervosos) que asseguram todas as
funções da nossa vida, e recebe as mensagens sensoriais.

A unidade básica do sistema nervoso é o neurónio. O cerebro possui milhoes de


neurónios. Estes diferem quanto a sua estrutura, funções e formas como se ligam e
comunica. Podemos afirmar que típico possui três componenetes: o corpo celular,
dendrites e o axónio.

Figura: 1 Estrutura de um neurónio.

O corpo celular está rodeado por uma membrana e inclui o núcleo celular que é
o responsável pela produção de energia da célula.

As dendrites são ramificações que se prolongam para o exterior e recebem as


mensagens dos neurónios vizinhos, conduzindo-as para o corpo celular.

O axónio é a fibra principal de saída - a sua extensão pode variar entre escassos
milímetros e um metro que se prolonga a partir do corpo celular e que termina em
ramificações denominados telodendrites. Nas extremidades destas situam-se os botões
ou bulbos. Alguns axónios são cobertos por uma camada de substância branca de
matéria gorda, a bainha de mielina, que permite uma transmissão da mensagem mais
rápida. Outros são constituídos pela substância cinzenta.

Para que o neurónio mantenha sua actividade e garanta a sua funcionalidade tem
de ser alimentado com oxigénio e glicose. São as células glia ou células da glia que
alimentam, isolam e controlam o crescimento dos neurónios.

Existem vários tipos de neurónios que podem ser distinguidos do ponto de vista
funcional:

Neurónios sensoriais (aferentes)


Neurónios motores (eferentes)
Neurónios associativos (conexão).

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Neurónios sensoriais (aferentes): são responsáveis pela recolha da informação do
meio exterior ou interior e pela sua condução ao sistema nervoso central, isto é
transportam a mensagem da periferia à medula espinal e ao cérebro.

Neurónios motores (eferentes): fazem a transmissão da informação do sistema


nervoso central para os órgãos efectores (glândulas e músculos).

Neurónios associativo (conexão): estabelecem ligações entre


os neurónios sensoriais e os neurónios motores, interpretam as informações e criam as
respostas.

A principal função do sistema nervoso consiste em coordenar o funcionamento


de todos os órgãos e sistemas do corpo e viabilizar a relação do ser humano com o
meio ambiente.

A nível estrutural, o sistema nervoso divide-se: sistema nervoso central e sistema


nervoso periférico, como podem ver pelo seguinte esquema:

Figura: 2 Esquema do Sistema Nervoso..

2.1.1. SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O sistema Nervoso Central é o centro da estrutura e do funcionamento do


organismo, englobam um conjunto de órgãos que coordenam todas as actividades do
mesmo. É nele onde encontramos a consciência, a memória, a capacidade de aprender, a
criatividade, etc.

É formado pelo encéfalo e pela medula espinal e corresponde a uma estrutura


única, protegida pela estrutura óssea da caixa craniana e canal vertebral, envolvida por
três membranas denominadas meninges.

2.1.1.1. ENCÉFALO

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corresponde à
pate do sistema nervoso central onde se encontra a caixa craniana. Os órgãos do
encéfalo podem ser agrupados em três estruturas interligadas: encéfalo posterior
(mesencéfalo), encéfalo médio (mesencéfalo) e o encéfalo anterior (protencéfalo).

Encéfalo posterior (mesencéfalo: é formado pelo bolbo raquidiano, cebelo e pela


pretuberância.

Bolbo raquidiano: é traves dele que passam os nervosos que ligam a medula
espinal ao cerébro, é responsável pelo ritmo cardíaco, da pressção arterial e da
respiração.
Cerebelo: formado por dois hemisférios que têm importante função da
manutençã do equilíbrio do ser humano bem como a coordenação dos
movimentos.
Protuberância: local onde passam as fibras nervosas que trazem a conexção das
diferentes estruturas do sistema nervoso central.

Encéfalo médio (mesencéfalo): é uma parte do tronco cerebral (ou tronco


encefálico) que está envolvida em ações como os ciclos de sono, atenção e no estado de
alerta.

Encéfalo anterior (protencéfalo): é formado pelas seguintes estruturas: tálamo,


hipotálamo, sistema límbico e cerébro.

Tálamo: localizado no topo do tronco cerebral, constituído por substância


cinzenta. As sensações auditivas, visuais chegam ao tálamo e este reencaminha a
informação para o córtex cerebral.
Hipotálamo: é a região do encéfalo constituída por um conjunto de núcleos que
se localiza sob o tálamo. Responsável pelos hormônios sexuais, temperatura,
circulação sanguínea, etc.
Sistema límbico: responsável pelos comportamentos instintivos, emoções e
impulsos básicos, como o sexo, raiva, prazer, e sobrevivência.

Quanto a estrutura, o sistema límbico forma um elo entre córtex cerebral e o tronco
encefálico, sendo constituído por diversas estruturas: Hipocampo, septo, amígdala e
bolbo olfactivo.

O hipocampo é uma banda curva formada por substância cinzenta e responsável


pela retenção de informações na memória, especialmente a de curto prazo. Ex: os
doentes de Alzheimer sofrem alterações nesta estrutura.

O septo é uma região cerebral, que se encontra à frente do tálamo e por cima do
hipotálamo. O septo está relacionado com a raiva, e o prazer.

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A amígdala é formada por duas estruturas em forma de amêndoa, localizado em
cada hemisfério do cérebro. Influência o comportamento e está relacionada com
emoções e desejo, como a fome, a sede e o desejo sexual,

O bolbo olfactivo explica por que razões os cheiros podem evocar memórias,
provocando respostas emocionais diversas.

Figura: 3 Sistema límbico (encéfalo humano).

Cérebro: é a parte mais desenvolvida do encéfalo, pesa aproximadamente 1,3


kg, apenas 2% do peso do corpo, porém, apesar disto, recebe cerca de um quarto
da totalidade do sangue que é bombeado pelo coração.

O seu tecido apresenta duas substâncias diferentes, sendo uma branca, na região
central, e uma cinzenta, no exterior, da qual se forma o córtex cerebral que reveste a
superfície dos hemisférios do cérebro.

O córtex cerebral está dividido em dois hemisférios (o esquerdo e direito) unidos


por um conjunto de fibras que se chama corpo caloso. Esse corpo caloso é composto por
fibras nervosas brancas (axónios envolvidos em mielina) e promove a troca de
informações entre as muitas áreas do córtex cerebral. O hemisfério esquerdo controla o
lado direito do corpo e o hemisfério direito controla o lado esquerdo. O hemisfério
esquerdo é responsável pelo cálculo matemático, a linguagem e pensamento, enquanto
hemisfério direito é especializado na percepção do espaço, apreciação da música, artes,
e na criatividade.

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Figura: 4 Os hemisférios cerebrais.

Cada hemisfério engloba quatro áreas chamadas lobos cerebrais. Cada um desses
lobos tem funções específicas. Na região da testa está localizado o lobo frontal, na área
a nuca está o lobo occipital, na parte superior central da cabeça situa-se o lobo parietal
e soba orelha encontramos o lobo temporal.

Lobo frontal: a linguagem, pensamento, emoções, o início dos movimentos e as


características da personalidade são baseadas neste lobo.
Lobo occipital: ocupa-se na análise e interpretação da informação visual dos
sinais dos nervos sensitivos comunicados pelos olhos.
Lobo parietal: é nesta área que são recebidos e interpretadas as sensações como
o tacto, a temperatura a dor e a pressão.
Lobo temporal: está é área onde é feito o reconhecimento dos sons (audição) e
o armazenamento de memórias.

UNIDADE FUNCIONAL DO CÉREBRO

A plasticidade cerebral é a capacidade que o cérebro tem de se remodelar em


função das experiências do indivíduo, reestruturando as suas conexões em função das
necessidades e das características do meio.

A relação que o ser humano estabelece com o meio leva a grandes


transformações no seu cérebro, permitindo uma constante adaptação e aprendizagem.
Podemos então concluir que o processo de plasticidade cerebral torna o cérebro mais
eficaz.

Existem lesões cerebrais que paralisam algumas funções, e a regeneração natural


dos neurónios da área lesionada no cérebro não é possível. Contudo, a recuperação de
certas funções depende de alguns factores como: a idade do paciente, a extensão da
lesão, o tempo de exposição aos danos, a natureza da lesão, etc.

A plasticidade cerebral não é apenas importante em caso de lesões cerebrais,


uma vez que está em constante actividade, modificando o cérebro a cada momento.

As sinapses: são conexões especializadas que permitem transmitir informações


entre os neurónios.

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Figura: 5 Sinapse.

Sendo assim, a plasticidade sináptica consiste na capacidade de rearranjar parte


das redes neurais. Ou seja, perante cada experiência nova do indivíduo, as sinapses são
reforçadas, permitindo a aquisição de novas respostas ao meio que o rodeia.

2.1.1.2. MEDULA ESPINAL

É um feixe complexo de fibras nervosas (axónios) e estende-se desde a base do


cérebro até a parte inferior da coluna.

De cada lado da medula espinal partem pares de nervos raquidianos, constituídos


pela reunião de uma raiz motora (anterior) e de uma sensitiva (posterior) que contém um
gânglio espinal.

Figura: 6 Estrutura da medula espinal.

FUNÇÕES DA MEDULA ESPINAL

Condutura: transmite as informações dos receptores ao cérebro e do cérebro


aos efectores (músculos).

Coordenadora: coordena as actividades reflexas. Ex: reflexo pupilar.

2.1.2. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

É composto por todas as estruturas localizadas fora do sistema nervoso central.


Essas estruturas são os neurônios sensoriais (aferentes) e motores (eferentes). Sendo
constituído por nervos cranianos, nervos raquidianos, gânglios nervosos, e nervos
periféricos.

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Figura: 7 Sistema Nervoso Periférico

Vamos entender a diferença entre os nervos cranianos e os nervosos raquidianos.

Nervos cranianos: é formado por 12 pares de nervos cranianos estão ligados ao


cérebro. Alguns desses nervos exercem funções sensitivas para os órgãos e tecidos
da cabeça e no pescoço e funções motoras.

Nervosos raquidianos: é formado por 31 pares de nervos espinais periféricos que


saem da medula espinal a partir de espaços existentes entre as vertebras.

A importância do sistema nervoso periférico reside no facto de ser através da rede de


nervos periféricos do organismo que é transportada informação de e para o cérebro e
medial espinal.
Este sistema subdivide-se em outros dois sistemas: Sistema Nervoso Somático e
Sistema Nervoso Autónomo

2.1.2.1. Sistema Nervoso Somático


É composto pelos nervos sensoriais e nervos motores que comandam as reacções
do corpo ao mundo exterior.

O sistema nervoso s omático controla as actividades voluntárias do corpo, é responsável


por praticamente todas actividades musculares coordenadas como andar, escrever e
comer.

2.1.2.2. Sistema Nervoso Autónomo

Também chamado de sistema nervoso involuntário. Controla as funções


involuntárias do corpo humano como a respiração, batimento cardíaco e outras
actividades fisiológicas, independentemente da consciência e da vontade.

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O sistema nervoso autónomo exerce sua função reguladora através de dois
subsistemas de função antagónica e complementar: o sistema simpático e o sistema
parassimpático.

Divisão simpática: Tem maior actividade em situações de perigo e de medo. É


responsável pelo aumento do ritmo cardíaco, do nível de açúcar no sangue, etc.
Divisão parassimpática: enquanto que divisão simpática domina em situação de
tensão, a divisão parassimpática domina em momentos de descontração.
Responsável pela diminuição do ritmo cardíaco.

As respostas parassimpáticas e simpáticas são, geralmente, contrárias, mas quando


ocorrem simultaneamente é estabelecido um equilíbrio entre elas.

Figura: 8 Sistema Nervoso Periférico simpático e parassimpático

2.2. OS REFLEXOS

Um reflexo corresponde a uma resposta rápida, involuntária e esperada a um


determinado estimulo.

Certos reflexos são fundamentais para a auto - preservação do indivíduo. Tossir


e espirrar, por exemplo, são reflexos que visam expulsar agentes irritantes das vias
nasais e respiratórias.

Cada ser humano está constantemente receber a receber informações do meio


que o rodeia e do seu próprio organismo, reagindo continuamente aos estímulos que
recebe. No entanto, existem duas formas de reacção: através de actos reflexos
involuntários ou voluntários. Para compreender o que é um acto reflexo,
consideremos os exemplos abaixo:

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Se, por distracção, um indivíduo colocar a mão sobre um objecto quente,
involuntariamente ele retira-a de imediato.
Se um automobilista vir um obstáculo a atravessar-se na frente do seu automóvel,
ele trava automaticamente.

Ambos são exemplos de casos de emergência, em que os estímulos (a


temperatura excessivamente elevada e a percepção do obstáculo) desencadeiam uma
reacção efectuada pelos músculos.

No primeiro caso, a contração dos músculos do braço permite que a mão seja
automaticamente removida; no segundo caso, os músculos da perna permitem que o
condutor imediatamente carregue no trovão para que o carro se mobilize.

Nestas situações de emergência, o estímulo que é recebido pelos nervos


sensitivos não vai até ao cérebro para receber instruções que provoquem uma reacção
do organismo. Tal demoraria muito tempo, o que poderia ser decisivo para a
sobrevivência. Em vez disso, os nervos da medula espinal dão instruções aos músculos
para que eles reajam imediatamente. A isto chama-se acto reflexo, ou seja, uma reacção
involuntária e imediata, que pode ser um movimento ou a produção de uma secreção
interna, que ocorre como uma resposta a um estímulo.

QUE TIPOS DE ESTÍMULOS CONDUZEM A ACTOS REFLEXOS?

Vários são os estímulos que podem desencadear uma acção reflexa e podem ser:

Externos: provenientes do meio ambiente, como, por exemplo, sinais sonoros,


luminosos, alterações da temperatura, etc.
Internos: desencadeado no interior do organismo, como por exemplo, o contacto
dos alimentos com as paredes do estômago intestinos, provocando como reacção a
produção de secreções.

Vamos dar resposta a seguinte questão:

A resposta a esta questão está sintetizada no seguinte esquema abaixo:

Medula Espinal

Cérebro

Nervo Nervo
12 Motor
Sensoria

Efector
(PICADA DE AGULHA) (AFASTAMENTO DA MÃO)

Este esquema descreve o comportamento mais simples: o reflexo sensório motor


ou arco reflexo. Esse é a via percorrida pelas impressões até chegar à acção/resposta.

1º A picada é da agulha é detectada pelos receptores sensoriais que tens nos dedos.

2º Este estímulo mecânico provoca, nas terminações nervosas do receptor, um


impulso nervoso.

3º O receptor faz sinapse com neurónios sensoriais, e por isso, através de


neurotransmissores, o impulso é transmitido a vias sensitivas que conduzem a
mensagem à medula espinal. Aí a mensagem é analisada rapidamente e é processada
uma resposta. Se apercebe que é preciso afastar a mão da agulha, porque pode causar
danos ao organismo se a agulha continuar a picar.

4º O impulso nervoso resultante é enviado através de vias motoras até aos órgãos
efectores ou motores, neste caso, os músculos do braço. Os músculos reagem de acordo
com a resposta da medula espinal e, ao contraírem-se, a mão é afastada.

2.2.1. REFLEXOS INATOS (INCONDICIONADOS)

Se você colocar se dedo na boca de um recém-nascido, automaticamente ele irá


sugar o seu dedo. Da mesma forma, quando o seio da mãe entra em contacto com a boca
do bebé, uma resposta semelhante é observada (sucção). Não é necessário que o recém-
nascido aprenda a mamar. Este tipo de acto reflexo é inato, ou seja, já nasce com o ser
humano e todas as pessoas reagem do mesmo modo perante o mesmo estímulo.

2.2.2. REFLEXOS ADQUIRIDOS (CONDICIONADOS)

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São actos reflexos adquiridos, que se adquirem por um somatório de experiências
que constituem uma aprendizagem. Ex: Condicionamento Clássico (experiência de
Pavlov).

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