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ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS SISTEMAS NERVOSO E

RESPIRATÓRIO

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2
2. ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO ................................................................ 4
2.1 Sistema nervoso central (SNC) ...................................................................... 4
2.1.1 Cérebro.................................................................................................... 6
2.1.2 Tronco Encefálico .................................................................................... 9
2.1.3 Cerebelo ................................................................................................ 10
2.1.4 Ventrículos Cerebrais ............................................................................ 11
2.1.5 Outras estruturas cerebrais ................................................................... 12
2.1.6 Medula Espinal ...................................................................................... 13
2.2 Sistema Nervoso Periférico (SNP) ............................................................... 14
2.2.1 Nervos Cranianos e Espinais................................................................. 16
2.2.2 Sistema nervoso autônomo ................................................................... 17
3. FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO ............................................................. 19
3.1 Os Neurônios e as Sinapses ........................................................................ 19
3.2 Os Efetores .................................................................................................. 20
3.3 O Arco Reflexo ................................................................................................. 20
3.4 Divisão Funcional do Sistema Nervoso ........................................................ 21
3.5 O Sistema Límbico e o Circuito de Recompensa Cerebral .......................... 22
4. ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ..................................................... 23
4.1 Cavidade Nasal e Faringe ............................................................................ 23
4.2 Laringe e Traqueia ....................................................................................... 24
4.3 Brônquios e Pulmões ................................................................................... 27
5. FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................... 29
5.1 Ventilação Pulmonar .................................................................................... 30
5.2 Troca Gasosa ............................................................................................... 30
5.3 A Regulação da Ventilação .......................................................................... 31
5.4 A Frequência Respiratória, Volume Corrente e Volume-Minuto Respiratório
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CONCLUSÃO ........................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 34

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

O conhecimento sobre o corpo, sua estrutura e funções representam algumas


das informações mais práticas e úteis que uma pessoa pode ter. O termo fisiologia
define a ciência de estudar as funções de várias partes dos organismos vivos, e sua
pesquisa é de grande importância para explicar a própria vida. Desde a forma da pele
até o tamanho e a forma dos órgãos, cada um de nossos corpos é único.
Compartilhamos um conjunto milagroso de sistemas internos, e cada sistema
interno tem suas próprias regras de operação precisas. A anatomia humana é a
ciência que estuda os tecidos humanos. Em suma, a anatomia estuda a forma e a
fisiologia estuda as funções do corpo.

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2. ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso (SN) é composto principalmente de tecido nervoso. Controla


e coordena todos os processos importantes de desenvolvimento involuntário dos
órgãos internos (atividades viscerais) e promove expressões voluntárias da relação
entre os organismos e o meio ambiente (atividades somáticas). É composto pelo
sistema nervoso central (SNC) e pelo sistema nervoso periférico (SNP). O sistema
nervoso central tem duas estruturas, o cérebro (localizado na cavidade craniana) e a
medula espinhal (localizada no corpo vertebral ou cavidade espinhal). O SNP está
localizado fora do SNC e consiste em nervos que conectam o SNC ao resto do corpo.
A condução dos impulsos nervosos corre em apenas uma direção e ocorre por
meio das sinapses, que são os ligamentos entre o axônio de um neurônio e os
dendritos de outro neurônio. Isso permite que o sistema nervoso forme uma coleção
de neurônios interconectados que são necessários para a transmissão de informações
de um neurônio para outro.
Neurotransmissores são substâncias liberadas em sinapses que permitem a
transmissão ininterrupta de informações. Acetilcolina, norepinefrina, epinefrina,
serotonina e endorfinas são alguns exemplos de neurotransmissores.
Ao todo, SN pode realizar três funções básicas: função sensorial, onde os
nervos sensíveis recebem informações do ambiente externo ou interno do corpo e as
conduzem ao SNC. Função integrada, o SNC irá processar ou interpretar esta
informação nesta função, e então elaborar a resposta e função motora, na qual o nervo
motor dirige a resposta do sistema nervoso central ao corpo.
A divisão anatômica do sistema nervoso consiste em sistema nervoso central
e sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo e
pela medula espinhal, estruturas protegidas respectivamente pelo crânio e pela coluna
vertebral, componentes do esqueleto axial. O sistema nervoso localizado fora do
esqueleto axial corresponde ao sistema nervoso periférico.

2.1 Sistema nervoso central (SNC)

O sistema orienta todos os processos físicos e intelectuais que podem ser


provocados voluntariamente e são capazes de se transformar em sensações
conscientes. O cérebro e a medula espinhal são órgãos muito frágeis e são protegidos

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por ossos e meninges. As meninges são compostas por três camadas: a camada
externa (dura-máter, a mais espessa), a camada média (aracnóide) e a camada
interna (pia-máter, a mais fina).

Figura 1: As meninges e espaços.

Fonte: Portal do Médico.

O espaço subdural fica entre a dura-máter e a aracnóide-máter, e entre a


aracnóide-máter e a pia-máter, espaço subaracnóideo; nesse último espaço circula o
líquor (líquido cefalorraquidiano ou cerebroespinal), neste a principal função é
proteger o SNC, agindo como amortecedor de choques e barreira protetora aos
agentes invasores.
Devido ao grande consumo de oxigênio e à sensibilidade à deficiência de
oxigênio, a irrigação do sangue arterial no cérebro é muito abundante.
O encéfalo inclui três regiões: o cérebro, o cerebelo e o tronco cerebral. É
composto por uma substância branca interna (formada principalmente por fibras
nervosas mielinizadas) e uma substância cinzenta externa (formada principalmente
pelo corpo sem células nervosas mielinizadas e fibras). A medula espinhal tem
aspectos opostos: cinza por dentro e branco por fora.
Os neurônios no cérebro e na medula espinhal não se regeneram após a lesão;
no entanto, sujeito a certas restrições, desde que o corpo celular esteja saudável, a
extensão dos neurônios pode ser regenerada.

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A calota craniana protege a estrutura do encéfalo: cérebro, mesencéfalo, tronco
cerebral (bulbos, ponte e mesencéfalo), cerebelo e ventrículos. O canal espinhal na
coluna vertebral protege e protege a medula espinhal.

Figura 2: Estruturas encefálicas.

Fonte: Portal do Médico.

2.1.1 Cérebro

Embora seja considerada a sede da inteligência, as funções cerebrais são


numerosas e interconectadas, e cada função possui uma área específica. É composto
pelos hemisférios cerebrais esquerdo e direito e se comunica através do corpo caloso
para garantir a troca de impulsos entre os dois hemisférios. Os hemisférios possuem
substância branca na porção central (medula) e substância cinzenta na periferia
(córtex cerebral).
De acordo com os padrões embriológicos, o cérebro é dividido em telencéfalo
e diencéfalo.
 Telencéfalo:

Consiste em dois grandes hemisférios cerebrais, de modo que cobre o


mesencéfalo, e uma única parte central. Além dos hemisférios cerebrais maiores
direito e esquerdo, o telencéfalo também tem uma parte central menor. Existem várias
depressões na superfície do cérebro, chamadas sulcos, que definem vários giros

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cerebrais. O fato de a superfície do cérebro estar organizada dessa forma torna a
maior parte dela "escondida" e ocupa um pequeno volume.
A superfície do cérebro pode ser dividida em cinco áreas chamadas lobos: lobo
frontal, lobo temporal lobo parietal, isolamento do lobo occipital.
● Frontal: localizado na parte anterior do crânio, é a área da atividade motora

voluntária, da motricidade, da fala, da personalidade, da conduta, do


comportamento emocional, das funções intelectuais e da memória armazenada;
● Parietal: localizado na parte superior do cérebro, é responsável pela
interpretação das sensações, com exceção do olfato, e pela leitura, permitindo
que o indivíduo se situe com relação ao esquema corporal (onde está o corpo ou
parte dele);
● Occipital: localizado na área acima da orelha, é responsável pela interpretação

das sensações visuais;


● Temporal: localizado na parte posterior da cabeça, é responsável pela “memória

a curto prazo”, por parte da área da fala e pela interpretação dos sentidos do
paladar, do olfato e da audição.
Sulcos e fissuras (sulcos profundos) separam os lobos, e a fissura longitudinal
no cérebro separa os hemisférios cerebrais esquerdo e direito.
Para se desenvolver, muitas funções dependem das ações de mais de uma área do
cérebro, como as áreas da fala que existem nos lobos temporal, parietal e occipital.
Esse recurso leva a campos associados que usam experiência e conhecimento
armazenados para identificar e dar significado às informações confidenciais
recebidas.
O núcleo da base é uma grande quantidade de matéria cinzenta, que está
espalhada na substância branca de todo o cérebro, e tem a função de auxiliar na
coordenação dos movimentos humanos e expressões faciais. A dopamina é o
principal neurotransmissor responsável pelas atividades dos núcleos da base.
 Diencéfalo:
O diencéfalo é composto de tálamo e hipotálamo. O tálamo é composto por
duas massas de substância cinzenta localizadas em cada lado do terceiro ventrículo.
Ele funciona de uma maneira relacionada ao córtex cerebral. No córtex cerebral, todas
as vias sensoriais que transmitem a sensibilidade dos órgãos sensoriais (exceto o
cheiro) passam.

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A informação é classificada no tálamo, que dá uma ideia das sensações
vivenciadas e, a seguir, a envia para áreas específicas do cérebro que podem dar uma
explicação mais precisa. Algumas sensações mais ásperas (estresse e dor intensa,
calor extremo) são analisadas nesta área.
O hipotálamo está localizado abaixo do tálamo, onde se localiza a hipófise, e é
uma glândula que regula quase todos os hormônios das outras glândulas. As
principais funções do hipotálamo estão relacionadas à regulação do equilíbrio hídrico,
temperatura corporal, metabolismo, secreção de hormônios hipofisários, fome e sede.
Também regula a função do sistema nervoso autônomo (SNA), aumentando ou
diminuindo a frequência cardíaca, pressão arterial, movimentos peristálticos, etc.

Figura 3: Lobos Cerebrais.

Fonte: Portal do Médico.

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2.1.2 Tronco Encefálico

O tronco cerebral consiste no mesencéfalo, ponte e bulbo. Sua periferia externa


é cinza e o meio é branco. Exceto pelo bulbo, a estrutura do bulbo é semelhante à da
medula espinhal (branca na periferia e cinza no centro).
O tronco encefálico contém células que formam a maioria dos núcleos dos
nervos cranianos. Essas células estão conectadas ao cerebelo e ao diencéfalo e
recebem e transmitem informações sensíveis e informações de movimento.
Tanto as células do tronco encefálico junto com as da medula espinhal estão
envolvidas nos reflexos. Por exemplo, um dedo ao ser picado por uma agulha é
imediatamente afastado antes que a dor seja sentida, pois as fibras sensitivas estão
ligadas às motoras, permitindo que os impulsos cheguem aos músculos.
O mesencéfalo está relacionado aos reflexos visuais e auditivos, e as pontes
desempenham um papel importante na respiração.
No bulbo, existem algumas células que constituem um importante centro
relacionado ao controle do reflexo da tosse, espirro, deglutição, vômito, respiração,
pressão arterial e dos batimentos cardíacos. Portanto, uma batida muito forte nessa
área pode fazer com que o coração e a respiração parem.
O bulbo transmite fibras sensíveis da medula espinhal para o cérebro e fibras
motoras do cérebro para a medula espinhal. Como a maioria das fibras se cruzam no
nível do bulbo, as fibras motoras do lado direito do cérebro fornecem energia para o
lado esquerdo do corpo e vice-versa.

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Figura 4: Tronco encefálico.

Fonte: Portal do Médico.

2.1.3 Cerebelo

O cerebelo está localizado atrás da ponte e do bulbo. Ele é separado do lobo


occipital do cérebro por uma dobra chamada tenda do cerebelo. Sua parte central é
chamada de vermis cerebelar. O vermis está ligado às massas laterais maiores dos
dois hemisférios cerebelares. A principal função do cerebelo é coordenar o equilíbrio
O cerebelo funciona em coordenação com o cérebro e o tronco encefálico.
Controla o movimento e a tonicidade muscular (estado de semi-contraído), e participa
da manutenção do equilíbrio corporal com o labirinto do ouvido interno.
Ele recebe todas as informações para produzir uma resposta muscular regular
e coordenada. Enquanto o cérebro decide qual movimento deverá ser feito, o cerebelo
controla como realizar esse movimento.

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Figura 5: Cerebelo.

Fonte: Portal do Médico.

2.1.4 Ventrículos Cerebrais

Os ventrículos cerebrais são cavidades que se comunicam entre si, e no seu


interior circula o líquor (LCR - líquido cefalorraquidiano). São quatro ventrículos:
● I e II ventrículos laterais direito e esquerdo, situados no interior dos hemisférios

cerebrais correspondentes;
● III ventrículo, localizado entre o tálamo direito e esquerdo, que se comunica

com os ventrículos laterais por intermédio dos forames interventriculares;


● IV ventrículo, que se localiza entre o tronco encefálico e o cerebelo e se

comunica com o III ventrículo por meio do aqueduto do mesencéfalo. Sua continuação
inferior é o canal central da medula, que se comunica com o espaço subaracnóideo.

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O líquido cefalorraquidiano é formado por sangue no plexo coróide localizado
nos ventrículos. O plexo coróide é uma estrutura de vaso sanguíneo através do qual
a água e as substâncias dissolvidas no sangue escapam para o ventrículo.
O líquido cefalorraquidiano deixa o ventrículo e flui para o espaço
subaracnóide: parte dele flui para a medula espinhal por um orifício chamado canal
central, e a outra parte flui para o cérebro por pequenos orifícios. Depois de circular
pelo espaço subaracnóideo ao redor do cérebro e da medula espinhal, o líquido
cefalorraquidiano é absorvido pela circulação venosa da dura-máter.

Figura 6: Ventrículos encefálicos.

Fonte: e-disciplinas USP.

2.1.5 Outras estruturas cerebrais

O sistema límbico e a formação reticular fazem parte do encéfalo e, por


envolverem várias estruturas, não fazem parte da área exibida.
O sistema límbico inclui parte do cérebro e o diencéfalo e é chamado de cérebro
emocional porque atua no comportamento emocional e participa das funções de
memória.
A formação reticular é uma massa cinzenta especial encontrada no tronco
encefálico, que está relacionada ao córtex cerebral. Está relacionada ao ciclo sono /
vigília (estado de desperto) e a consciência, sendo uma estrutura muito sensível aos
efeitos de certas drogas e do álcool. Certas combinações de tranqüilizantes e álcool
podem alterar o efeito e / ou danificar a estrutura da formação reticular.

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O sono é dividido em duas fases, chamadas de sono não REM e sono REM
(que significa movimento rápido dos olhos), e essas duas fases se repetem durante o
sono. O sono não REM é o sono inicial, o sono mais lento. Quando atinge o estágio
mais profundo, ele entra no sono REM. No sono REM, ocorrem sonhos, movimentos
rápidos dos olhos, relaxamento muscular máximo e flutuações na taxa de respiração,
ritmo e pulso e pressão arterial.
A formação reticular ativadora ascendente é a estrutura anatômica
responsável por manter o nível de consciência. A consciência é um estado de alerta
que pode se apresentar em diferentes escalas tais como atenção, alerta, relaxamento
e desatenção.

2.1.6 Medula Espinal

A medula espinhal é composta de blocos cilíndricos de tecido nervoso


circundados pela coluna vertebral. A coluna vertebral consiste em 33 blocos ósseos
sobrepostos chamados vértebras. A medula espinhal é um longo eixo que conecta o
cérebro ao sistema nervoso periférico. A medula espinhal é um eixo longo e os nervos
se estendem dos lados esquerdo e direito do eixo, conectando o cérebro ao resto do
corpo e vice-versa.
Seu material cinza (interno) tem a forma da letra H, e 31 pares de nervos
espinhais emergem de seu forame intervertebral: fibras motoras saem da raiz anterior
e fibras sensíveis saem da raiz posterior.
Na substância branca (parte externa), existem os tratos nervosos (p. ex., as
fibras da dor estão agrupadas em um trato específico) que podem ser:
● Sensitivos: conduzem as informações do corpo para o encéfalo por intermédio

da medula espinal;
● Motores: conduzem a informação do encéfalo para a medula espinal em

direção à periferia. Os principais são o trato piramidal (originado na região cortical do


encéfalo e responsável pelos movimentos voluntários dos músculos esqueléticos) e o
extrapiramidal (que controla os movimentos involuntários, as respostas reflexas, a
harmonia e a coordenação dos movimentos). A ação do extrapiramidal pode, no
indivíduo adulto, ser controlada voluntariamente pelo piramidal, como, por exemplo: o
extrapiramidal processa a sucessão dos movimentos coordenados e harmônicos da
marcha, mas pode-se interromper a marcha ou torná-la desarmônica.

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A medula espinal, trabalhando em conjunto com os nervos espinais do sistema
nervoso periférico, desempenha duas funções básicas:
● Conduzir os estímulos nervosos do corpo para o encéfalo (via sensitiva) e a

resposta do encéfalo para o corpo (via motora);


● Produzir a resposta na forma de arco reflexo. Essa resposta é involuntária, sem

participação do encéfalo e com a medula processando ela mesma a resposta. Por


exemplo, ao picar o dedo na agulha, o estímulo é captado pelos receptores do dedo
e transmitido pelos nervos sensitivos até a medula, a medula elabora a resposta
(encolher o dedo) que é enviada ao dedo pelo nervo motor, e o dedo é
automaticamente retirado da agulha.

Figura 7: Medula Espinal.

Fonte: MSD Manuals.

2.2 Sistema Nervoso Periférico (SNP)

Responsável por transmitir a estimulação humana ao cérebro e vice-versa, o


sistema nervoso periférico (SNP) inclui as fibras motoras e sensoriais dos nervos
espinhais e cranianos, assim como os gânglios. Os gânglios são formados pelo
acúmulo de corpos neuronais, que permitem que os impulsos nervosos sejam
transmitidos da periferia ao cérebro e à medula espinhal por meio dos gânglios
sensoriais e motores e vice-versa.
Os nervos vêm aos pares porque um (nervo sensitivo) é responsável pelo
transporte da estimulação e o outro (nervo motor) é responsável pela resposta. Certos

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nervos cranianos têm uma aparência diferente, na qual os nervos acumulam funções
sensoriais e motoras (nervos mistos). Os nervos espinais localizam-se dentro do canal
vertebral e saem pelos forames intervertebrais.
Todos os nervos se ramificam, e são essas ramificações que possibilitam às
células, situadas próximo a essas ramificações, enviarem e receberem os estímulos
de forma contínua.
O SNP pode ser classificado de acordo com sua composição (estrutura
anatômica) ou de acordo com sua função (fisiologia). A classificação anatômica divide
os nervos em nervos cranianos e nervos espinhais, enquanto a classificação
fisiológica se refere aos nervos sensoriais e motores e as funções do sistema nervoso
autônomo.
Existem doze pares de nervos cranianos (o mesmo número encontrado em
répteis, pássaros e mamíferos, enquanto existem dez pares em peixes e anfíbios) e
31 pares de nervos espinhais (o mesmo número em outros mamíferos).
Os nervos cranianos estão conectados aos órgãos sensoriais e músculos
esqueléticos da face. O nervo vago se conecta ao coração e a alguns órgãos
digestivos e respiratórios. Cada nervo é formado pela extensão de dezenas ou mesmo
centenas de neurônios circundados por tecido conjuntivo, a saber, neurofibrilas (ou
fibras nervosas).
No sistema nervoso periférico:
● Nervos sensitivos: que recolhem informações dos órgãos dos sentidos e dos

órgãos internos;
● Nervos motores: que levam mensagens do sistema nervoso central para os

músculos e para as glândulas;


● Nervos mistos: com fibras nervosas sensitivas e motoras.

Lesões na medula espinhal podem causar paralisia. Dependendo da


localização da lesão e da intensidade da lesão, pode ocorrer paraplegia com paralisia
de membros inferiores ou tetraplegia com paralisia de membros superiores e
inferiores.
O sistema nervoso periférico é dividido em sistema nervoso somático e sistema
nervoso autônomo ou visceral:
● Sistema nervoso somático – está relacionado aos movimentos voluntários,

no entanto, muitas respostas ocorrem de modo involuntário. É o caso dos atos


reflexos, em que as respostas voltam pela medula antes de ir para o cérebro. Dizemos,

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então, que o sistema nervoso somático controla a relação com o ambiente. A
informação do sistema nervoso central é levada pelos neurônios aos músculos
esqueléticos, estimulando-os diretamente;
● Sistema nervoso autônomo – está relacionado aos movimentos involuntários

dos músculos como os não-estriado e estriado cardíaco, sistema endócrino e


respiratório. É dividido em simpático e parassimpático. Estes exercem função
antagônica sobre o outro e são controlados pelo sistema nervoso central,
principalmente pelo hipotálamo.

2.2.1 Nervos Cranianos e Espinais

Os nervos cranianos são compostos por 12 pares de nervos que saem do


encéfalo, que podem ser sensitivo, motores, autônomos ou mistos. Alguns nervos têm
gânglios, outros não. Eles controlam principalmente os órgãos da cabeça e do
pescoço, e cada órgão tem as seguintes funções na maioria dos casos:
● Olfatório: olfação;

● Óptico: visão;

● Oculomotor: movimentos do olho e constrição pupilar;

● Troclear: movimentos do olho;

● Trigêmeo: sensibilidade da cabeça e face e movimentos da mandíbula;

● Abducente: movimentos do olho;

● Facial: gustação, movimentos faciais e secreção de lágrimas e saliva;

● Vestibulococlear: audição e equilíbrio;

● Glossofaríngeo: gustação, sensibilidade e movimento da laringe, secreção da

saliva e reflexos viscerais;


● Vago: sensibilidade para a regulação reflexa da pressão arterial e os

movimentos da musculatura visceral. É o representante principal da parte


parassimpática do sistema nervoso autônomo;
● Acessório: deglutição, movimentos da cabeça e ombros, fonação;

● Hipoglosso: movimentos da língua durante a deglutição e a fonação.

Existem 31 pares de nervos espinhais, que estão conectados à medula


espinhal e são formados pela fusão da raiz motora (anterior ou ventral) e da raiz
sensorial (posterior ou dorsal).

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São 31 pares que permanecem conectados à medula espinhal.Os nervos não
estão diretamente conectados à medula espinhal, mas às raízes motoras e sensitivos.
Entre os nervos sensitivos e as raízes sensitivas, existem os gânglios sensitivos.
Como todos os nervos espinhais são compostos de raízes motoras e sensitivas
eles são considerados nervos mistos.
Os nervos espinhais são divididos e nomeados de acordo com sua posição na coluna:
oito vértebras cervicais, doze vértebras torácicas, cinco vértebras lombares, cinco
sacrais e um cóccígeo.
Os nervos espinhais desempenham funções sensoriais e motoras. A parte
sensível de cada nervo espinhal é responsável pela inervação de uma área específica
da pele, chamado dermátomo e que recebe o nome da raiz que o inerva.
Após saírem da coluna vertebral, os nervos espinais dividem-se em várias
fibras. Quando essas fibras se juntam novamente, formam os plexos nervosos que
são:
● Plexo cervical: origina-se dos nervos cervicais (C1 a C4), e seu principal nervo

é o frênico que inerva o diafragma;


● Plexo braquial: origina-se dos nervos cervicais (C5 a C8) e torácico (T1), e

seus principais nervos são o axilar e o radial que inervam os membros superiores;
● Plexo lombossacral: origina-se dos nervos torácico (T12), lombares (L1 a L5)

e sacrais (S1 a S4), e seus principais nervos são o femoral e o isquiático que inervam
os membros inferiores.

2.2.2 Sistema nervoso autônomo

O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é responsável pelas atividades


automáticas e inconscientes dos órgãos internos, glândulas, músculo liso e músculo
cardíaco. A maioria de suas funções é realizada em coordenação com o sistema
nervoso central, especialmente o hipotálamo.
É dividido em gânglios simpáticos e parassimpáticos. As fibras nervosas
simpáticas deixam a medula espinhal nas regiões torácica e lombar, enquanto as
fibras nervosas parassimpáticas deixam o tronco encefálico e o osso ac. Eles inervam
órgãos de forma antagônica, ou seja, ao contrário: quando o nervo simpático estimula
parcialmente um órgão, o nervo parassimpático inibe esse órgão e vice-versa.

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Essas duas partes do SNA são formadas por múltiplos gânglios localizados fora
do SNC (ou seja, ao longo da coluna), próximos ou dentro dos órgãos que inervam.
A fibra pré-ganglionar é uma fibra que se estende do SNC até o gânglio. As
fibras que saem do gânglio e terminam no tecido inervado pelo nervo são chamadas
de pós-gânglionar. As fibras pós-ganglionares secretam diferentes
neurotransmissores, e esses neurotransmissores irão determinar os diferentes papéis
dos nervos simpáticos e parassimpáticos nos tecidos inervados. As fibras
adrenérgicas do nervo simpático secretam o neurotransmissor norepinefrina
(noradrenalina), enquanto as fibras colinérgicas do nervo parassimpático secretam
acetilcolina.

Figura 8: Divisão do sistema nervoso autônomo.

Fonte: e-disciplinas USP.

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3. FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO
3.1 Os Neurônios e as Sinapses

Os neurônios são as unidades funcionais básicas do sistema nervoso. A célula


possui três áreas principais: dendritos, corpos celulares de neurônios e axônios. Os
dendritos são pequenas saliências do corpo nervoso que se estendem para a área
circundante e recebem impulsos para alcançar os neurônios. O sinal segue então uma
única extensão, o axônio. Por sua vez, ele pode se ramificar em vários terminadores,
que farão sinapses com neurônios subsequentes.
As sinapses são os pontos de conexão entre os neurônios. Uma característica
importante das sinapses é que elas permitem que o sinal seja transmitido de um
neurônio em direção ao neurônio que se segue, organizando o trajeto dos sinais para
as regiões do sistema nervoso onde exercerão as suas funções específicas. Nas
extremidades das fibras nervosas existem pequenos botões redondos ou ovais que
constituem os terminais pré-sinápticos.
O terminal pré-sináptico é separado do corpo dos dendritos ou neurônios pós-
sinápticos por um espaço chamado fenda sináptica. As vesículas secretadas por
essas extremidades pré-sinápticas contêm substâncias químicas chamadas
neurotransmissores ou mediadores químicos. Quando essas substâncias são
liberadas na fenda sináptica, de acordo com a natureza de seus receptores de
membrana, podem exercer efeitos excitatórios ou inibitórios sobre os neurônios pós-
sinápticos. Vários neurotransmissores foram identificados, como norepinefrina,
acetilcolina, ácido gama-aminobutírico (GABA) e glutamato.

Figura 9: O neurônio.

Fonte: e-disciplinas USP.

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3.2 Os Efetores

A função do sistema nervoso é controlar uma variedade de atividades físicas.


Para tanto, o sistema nervoso funciona promovendo a contração dos músculos
esqueléticos e músculos lisos e a secreção de glândulas endócrinas e exócrinas. Ao
exercer a função de controle do sistema nervoso, os músculos e as glândulas são
chamados de efetores.

3.3 O Arco Reflexo

O arco reflexo é uma resposta imediata à excitação nervosa, sem a vontade ou


consciência do animal, ou seja, é um estímulo que não chega ao cérebro, e recebe
uma resposta na medula espinhal.
O arco reflexo contém 5 componentes básicos:
● Receptor: Tem a função de captar energia ambiental e transformá-la em

potenciais de ação. Por exemplo, receptores da retina captam luz, os da pele captam
calor, frio, pressão, receptores do fuso muscular captam estiramento, etc.;
● Nervo Sensorial: O nervo aferente conduz o potencial de ação gerado pela

ativação do receptor para o SNC penetrando na medula espinhal por meio das raízes
dorsais;
● Sinapse: poderá ser única no reflexo monossináptico ou várias no reflexo

polissináptico;
● Neurônio motor: O nervo eferente conduz potenciais de ação do SNC para o

órgão efetor deixando a medula a partir da raiz ventral;


● Órgão alvo: É o órgão efetuador, normalmente um músculo, capaz de produzir

a resposta motora reflexa.


Os arcos reflexos podem ser segmentares ou intersegmentares. O reflexo
segmentado é um reflexo no qual o arco reflexo passa apenas pelo SNC, receptores,
neurônios aferentes, sinapses no SNC, neurônios aferentes e órgãos efetores que
participam do circuito. Exemplos de reflexos segmentares são o reflexo luminoso da
pupila e o reflexo miópico.
Um reflexo intersegmentar é aquele em que são utilizados múltiplos segmentos
do SNC, participando do circuito o receptor, o neurônio aferente, a sinapse com o

20
neurônio internuncial, o neurônio internuncial, a sinapse com o neurônio eferente, o
neurônio eferente e o órgão efetuador.

Figura 10: O arco reflexo.

Fonte: e-disciplinas USP.

3.4 Divisão Funcional do Sistema Nervoso

Funcionalmente, o sistema nervoso é dividido em sistema nervoso somático e


sistema nervoso visceral. Ambos têm um componente aferente (estímulo) e um
componente eferente (resposta). O sistema nervoso somático interage mais
intimamente com os seres humanos e seu meio ambiente. Seus componentes
eferentes eventualmente alcançam o movimento voluntário do músculo estriado
esquelético. O sistema nervoso visceral está relacionado à função dos órgãos
internos. Seus componentes eferentes eventualmente levam ao movimento
involuntário das glândulas, músculos lisos e cardíacos.
O sistema nervoso autônomo é dividido em sistema nervoso simpático e
sistema nervoso parassimpático. As ações do sistema nervoso simpático e do sistema
nervoso parassimpático geralmente se opõem (por exemplo, a ação do sistema
nervoso simpático no coração faz com que o ritmo cardíaco aumente, enquanto a ação
do sistema nervoso parassimpático reduz o ritmo cardíaco; a ação do sistema nervoso

21
simpático faz com que a íris na íris dilate a pupila , e o sistema nervoso parassimpático
contrai as pupilas. Outra diferença entre o sistema nervoso simpático e o sistema
nervoso parassimpático envolve a liberação de mediadores químicos das terminações
nervosas que atuam nos órgãos efetores inervados.
As terminações nervosas das fibras simpáticas liberam predominantemente o
mediador químico noradrenalina (fibras adrenérgicas), enquanto as terminações
nervosas das fibras parassimpáticas liberam o mediador químico acetilcolina (fibras
colinérgicas).

3.5 O Sistema Límbico e o Circuito de Recompensa Cerebral

O sistema límbico é composto por estruturas do sistema nervoso relacionadas


ao comportamento emocional. No sistema límbico, áreas relacionadas ao prazer são
identificadas. Essa área é chamada de "circuito de recompensa do cérebro". Alguns
estudos mostraram que as drogas de abuso podem estimular os neurônios que
compõem o circuito de recompensa.

Para saber mais:


http://www.colegiotecnicosaobento.com.
br/apostilas/modulo-basico/anatomia-e-
fisiologia-humana.pdf
http://www.comissoesggv.uff.br/wp-
content/uploads/sites/358/2018/09/Fisiol
ogia-do-Sistema-Nervoso-Central.pdf

22
4. ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório consiste em dois pulmões e vias aéreas (nariz, faringe,


laringe, traqueia e brônquios). A via aérea tem a função de guiar o ar do ambiente
para os pulmões e vice-versa, bem como a função de filtrar, pré-aquecer e umedecer
o ar inspirado.

4.1 Cavidade Nasal e Faringe

A cavidade nasal é a entrada para as vias aéreas e é dividida em cavidade


nasal direita e cavidade nasal esquerda pelo septo nasal. O septo nasal consiste em
dois ossos (etmóide e vômer) e uma cartilagem (cartilagem septal).
A cavidade nasal possui três cavidades côncavas, que constituem as paredes
laterais da cavidade nasal: concha nasal superior; concha nasal média; concha nasal
inferior. As conchas nasais (ou cornetos nasais) delimitam os meatos nasais que são
verdadeiros canais com elas relacionados. Desta forma, entre a concha nasal superior
e a concha nasal média existe o meato nasal superior, entre a concha nasal média e
a concha nasal inferior está o meato nasal médio e abaixo da concha nasal inferior, o
meato nasal inferior.
A cavidade nasal apresenta três concavidades que constituem a parede lateral
da cavidade nasal: concha nasal superior; concha nasal média; concha nasal inferior.
As conchas nasais (ou cornetos nasais) delimitam os meatos nasais que são
verdadeiros canais com elas relacionados. Desta forma, entre a concha nasal superior
e a concha nasal média existe o meato nasal superior, entre a concha nasal média e
a concha nasal inferior está o meato nasal médio e abaixo da concha nasal inferior, o
meato nasal inferior.
A cavidade nasal está em contato com os seios paranasais da maxila, osso
frontal, osso etmóide e osso esfenoidal por meio de pequenos orifícios. E em contato
com os olhos pelo ducto nasolacrimal.
A mucosa úmida e vascularizada da cavidade nasal além de ter a capacidade
de absorver, tem a função de aquecer o ar inspirado, a via nasal pode ser utilizada
como via de administração de certos medicamentos.
Durante a respiração, a mucosa nasal desempenha quatro funções básicas:
retenção de substâncias, secreção de muco, manutenção da umidade natural da

23
cavidade nasal e pré-aquecimento do ar inspirado quando está frio. O ar inalado passa
pelas cóanas, desde a cavidade nasal até a faringe. Esta estrutura tem a forma de um
grande orifício oval na parte posterior da cavidade nasal.
A faringe é um ducto pertencente ao trato respiratório e ao aparelho digestivo,
dividido em três partes: nasofaringe (superior), orofaringe (média) e laringofaríngea
(inferior). Possui dois orifícios à esquerda e à direita, comunicando-se com as orelhas
média esquerda e direita respectivamente, para que a pressão entre as duas
cavidades possa ser equilibrada.
A faringe pode ser dividida em três partes: a parte nasal da faringe ou
nasofaringe, a parte oral da faringe ou orofaringe e a parte laríngea da faringe ou
laringofaringe (garganta). A parte nasal da faringe está localizada atrás da cavidade
nasal e acima do palato mole (porção posterior e muscular do palato, limite superior
da cavidade bucal). A parte oral da faringe situa-se atrás da cavidade bucal e estende-
se do palato mole até a extremidade superior da epiglote. A parte laríngea da faringe
vai até a extremidade da epiglote e estende-se até a margem inferior da cartilagem
cricóidea e continua-se diretamente pelo esôfago.
É também considerado um órgão de defesa do organismo, com grupos de
células linfáticas (p. ex., amígdalas) que defendem o organismo contra agentes
patogênicos e suas toxinas.

4.2 Laringe e Traqueia

A laringe consiste em nove cartilagens conectadas por ligamentos e


membranas. A cartilagem laríngea é: cartilagem tireóide, cartilagem cricóide, epiglote
ou cartilagem epiglote, .cartilagem aritenóidea (pareada), cartilagem corniculada
(pareada) e cartilagem cuneiforme (pareada). Destacando-se a tireóidea, que no
homem forma uma protuberância conhecida como “pomo de Adão”. A epiglote
funciona ao abaixar-se sobre a laringe no momento da deglutição e se elevar ao
respirar ou falar.
Na laringe, situam-se as cordas vocais (pregas vocais), que são duas dobras
longitudinais que se projetam para o lúmen da laringe; a fenda entre as cordas vocais
é chamada de glote.

24
Figura 11: A laringe.

Fonte: e-disciplinas USP.

A cartilagem epiglótica ou epiglote tem uma certa correlação: ao engolir, fecha


o orifício de entrada da garganta para evitar que o alimento entre no trato respiratório
e, ao respirar, sai do orifício para a circulação de ar (obs.: a incapacidade de coordenar
adequadamente as funções deglutição/respiração, o que pode acontecer em várias
patologias, leva muito frequentemente a broncoaspirações, ou seja, partículas
alimentares seguem um curso anormal da faringe para a laringe e traqueia, o que
pode ter consequências desastrosas, como obstruções respiratórias e doenças
pulmonares). Sua visualização é a base para a implementação da técnica de
intubação traqueal. Este procedimento permite a introdução de uma cânula na
traquéia, objetivando a ventilação pulmonar artificial, em situações de insuficiência
respiratória.

25
A função da laringe é prevenir a penetração de corpos estranhos pela ação da
epiglote.O muco secretado pela mucosa retém as partículas do corpo estranho,
hidrata e aquece o ar.
A laringe também é responsável pela vocalização, que ocorre por meio da
vibração das cordas vocais e da atuação dos músculos laríngeos. As alterações na
voz dos adolescentes do sexo masculino se devem à influência do hormônio
testosterona, que faz com que as cordas vocais estiquem e engrossem, tornando a
voz mais intensa.
Em seguida, encontra-se a traqueia é um tubo constituído de anéis
cartilaginosos em forma de C (em torno de 16 a 20 anéis) que une a laringe aos
brônquios. A sua parede posterior não possui cartilagem, sendo constituída por
músculo liso. Ela possui uma área de bifurcação, a carina da traqueia, de onde surgem
os brônquios direito e esquerdo.
A traqueia permite que o ar chegue até aos alvéolos pulmonares
uniformemente úmido, aquecido e isento de corpos estranhos.

Figura 12: Estruturas das vias aéreas.

Fonte: e-disciplinas USP.

26
4.3 Brônquios e Pulmões

A bifurcação ocorre na última parte da traquéia, originando os brônquios direito


e esquerdo, que passam pelo hilo e entram no pulmão correspondente, onde entram
ou saem os vasos sanguíneos pulmonares e os nervos.
Os brônquios direito e esquerdo são estruturas ramificadas. Assemelham-se a
uma "copa de árvore" com ramos, inicialmente mais grossos no centro da árvore e
mais finos na periferia. Da mesma forma, o brônquio é mais calibroso em sua parte
central, próximo a carina (chamado brônquio principal esquerdo e direito nesta
posição), e gradualmente se ramifica em estruturas cada vez mais finas.
O brônquio principal direito é mais curto, largo e vertical que o brônquio principal
esquerdo, portanto, no caso de respiração brônquica de corpo estranho, a maior
possibilidade é que fique do lado direito. Da parte central para a periferia, o brônquio
principal é dividido em brônquio lobar e continuam como brônquios seguimentares. Os
brônquios lobares suprem os lobos pulmonares e os brônquios segmentares, os
segmentos broncopulmonares. Antes de atingir os alvéolos, os brônquios
segmentares se ramificaram ainda mais.
Os pulmões direito e esquerdo são estruturas frágeis de consistência
"esponjosa", nas quais ocorre uma função vital para a vitalidade de todo o organismo,
a saber, as trocas gasosas. O pulmão direito é maior que o esquerdo. Eles são
divididos em lobos pulmonares por fissuras claras chamadas cicatrizes pulmonares.
O pulmão direito tem lacerações oblíquas e horizontais, por isso é dividido em três
lobos: superior, médio e inferior. O pulmão esquerdo apresenta apenas lacerações
oblíquas, por isso é dividido em dois lobos: superior e inferior. Cada lobo é fornecido
pelos grandes brônquios do lobo. Cada lobo pulmonar é suprido por um brônquio
lobar. Os hilos pulmonares são as regiões através das quais os brônquios, vasos e
nervos entram ou saem dos pulmões.
Os pulmões são protegidos externamente por uma estrutura esquelética
chamada caixa torácica, que inclui o esterno, a coluna e o espaço entre as costelas.
O coração também está localizado dentro da caixa torácica. Vários músculos são
inseridos na caixa torácica, que juntos fazem do movimento respiratório (músculos
respiratórios) sendo, o principal deles, o músculo diafragma que separa a região do
tórax do abdome. Existe um revestimento denominado pleura entre os pulmões e a
superfície interna da caixa torácica. A pleura tem duas camadas, dividida em pleura

27
visceral e pleura parietal. A pleura visceral está disposta na superfície dos pulmões,
enquanto a pleura parietal está disposta na superfície interna da parede torácica.
Existe um espaço virtual entre as pleuras, que é lubrificada por um líquido fluido e
transparente chamado líquido pleural, denominada cavidade pleural, dessa maneira
os pulmões deslizarem suavemente na parede torácica. Nessa cavidade pleural, não
deve haver ar ou outros líquidos, para não interferir na pressão negativa, fator
importante na mecânica respiratória. Essa lubrificação ajuda os pulmões a se
moverem na caixa torácica durante a respiração.
O pulmão direito é separado do esquerdo por meio de um espaço denominado
mediastino, e a base pulmonar se apoia no diafragma. O tecido pulmonar é formado
basicamente pela árvore brônquica e pelos milhões de alvéolos.

Figura 13: Pulmão.

Fonte: e-disciplinas USP.

28
5. FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

A respiração consiste em exercícios alternados de contração e relaxamento do


peito para permitir que o ar entre e saia dos pulmões (exercícios de inalação e
exalação). A troca gasosa que ocorre nos pulmões é essencial para a manutenção da
vida. Quando o ar entra no corpo, a inalação é gerada devido à expansão da caixa
torácica. Por outro lado, a expiração é o escape de ar do organismo devido à caixa
torácica retraída
Ao inspirar, a cavidade torácica deve ser aumentada e é obtido através das
costelas em elevação e do músculo diafragma contraído. O ar que respiramos é rico
em oxigênio, que chega aos pulmões e é transportado pelo sangue aos órgãos e
tecidos. O oxigênio é fundamental na produção da energia necessária para o
funcionamento do organismo. A produção da energia acontece em todas as células
do corpo através das reações metabólicas sendo o oxigênio o combustível utilizado.
No momento da expiração, o tamanho da caixa torácica é reduzido devido ao
rebaixamento das costelas e ao relaxamento do diafragma. O ar que exalamos é rico
em gás carbônico, também conhecido como dióxido de carbono, que chega aos
pulmões pelo sangue e é o resultado de reações metabólicas em órgãos e células de
tecidos. Concluímos então que há troca gasosa ao nível do pulmão.
Para provocar movimento respiratório (inspiração e expiração), contração e
relaxamento dos músculos peitorais, pressão negativa na cavidade pleural (pressão
intrapleural), ação dos músculos e estimulação nervosa são necessários.
O processo respiratório está sob o comando do centro respiratório localizado
no bulbo e na ponte. O centro respiratório funciona involuntariamente, mas existem
alguns fatores que podem estimulá-lo, como reações químicas e alterações na
composição do sangue, além dos reflexos nervosos e mentais. O estímulo respiratório
mais importante é o nível de dióxido de carbono no sangue.
Além do centro respiratório, a respiração também é afetada pelos nervos
simpáticos, que estimulam a respiração, o suprimento de sangue e expandem os
brônquios. Os nervos parassimpáticos e os nervos simpáticos têm efeitos opostos.
A capacidade respiratória dos pulmões pode ser avaliada por meio de alguns
exames, como:
● Volume circulante: equivale a mais ou menos 500 mℓ de ar, ou seja, em cada

respiração, é inspirada e expirada essa quantidade de ar;

29
● Volume residual: após a expiração, permanecem mais ou menos 1.200 mℓ de

ar nos pulmões;
● Capacidade vital: é o volume máximo de ar expirado, após uma inspiração

máxima, cujo valor varia de 3.500 a 4.500 mℓ;


● Capacidade de ventilação pulmonar: é o volume circulante × a frequência

respiratória.

5.1 Ventilação Pulmonar

A ventilação pulmonar inclui a entrada e saída de ar dos pulmões. Os músculos


respiratórios funcionam apenas na inspiração (a contração do músculo puxa para
baixo a superfície inferior do pulmão); por outro lado, a expiração é um processo
completamente passivo, que se deve à contração elástica dos pulmões e da caixa
torácica.
A diferença de pressão entre o ar da atmosfera e o ar do trato respiratório
inferior permite que o ar entre nos pulmões. Durante a inalação, a pressão entre os
órgãos internos e a pleura parietal (pressão pleural) e a pressão dentro dos alvéolos
(pressão alveolar) caem. Na verdade, devido à drenagem linfática do líquido pleural,
a pressão pleural sempre mantém uma pressão negativa, resultando em uma leve
sucção. A pressão alveolar cai durante a inspiração para um nível ligeiramente inferior
ao da pressão atmosférica e, na expiração, ocorre o processo inverso.

5.2 Troca Gasosa

Existem cerca de 300 milhões de alvéolos nos pulmões. Esses alvéolos podem
permear oxigênio e dióxido de carbono e reter impurezas do ar inspirado, eliminando-
os assim através do sistema linfático dos pulmões.
Cada alvéolo é circundado por capilares venosos e arteriais na parte externa, o que
permite que o sangue que flui nesses capilares remova o oxigênio do ar inalado e
retido nos alvéolos e transfira o dióxido de carbono do sangue para os alvéolos.
A troca gasosa ocorre de forma eficiente através das membranas dessas
estruturas. A coleção dessas membranas é chamada de membrana respiratória ou
membrana pulmonar. A passagem do oxigênio e do gás carbônico se dá pelo processo
de difusão que consiste na movimentação das suas moléculas nas duas direções

30
através da membrana respiratória. A concentração de moléculas de oxigênio no ar
alveolar é maior do que a concentração de oxigênio dentro dos vasos sanguíneos dos
pulmões, de forma que a maior parte do oxigênio passa do ar alveolar para o sangue.
Da mesma forma, a concentração de moléculas de dióxido de carbono nos
vasos sanguíneos pulmonares é maior do que no ar alveolar, de modo que a maior
parte do dióxido de carbono é transferida do sangue para o ar alveolar. Em certas
condições patológicas (por exemplo, na fibrose pulmonar), o aumento da espessura
da membrana respiratória, as alterações na ventilação alveolar e / ou o aumento na
perfusão sanguínea pulmonar podem prejudicar a função respiratória de um indivíduo.
Os surfactantes são substâncias secretadas por células alveolares especiais
cuja função é interferir na tensão superficial, o que ajuda a manter os alvéolos
expandidos em vez de "colapsados".

Figura 14: Trocas gasosas.

Fonte: Brasil Escola.

5.3 A Regulação da Ventilação

A respiração é controlada pelo centro respiratório, que envia estímulos ao


centro respiratório, que pode ajustar a ventilação de acordo com as necessidades do
organismo. O centro respiratório é composto por grupos dispersos de neurônios
localizados em duas áreas do tronco encefálico (bulbo e ponte). Esses neurônios são
divididos em três grupos principais:
● O grupo respiratório dorsal (localização: bulbo; função: regular a inspiração);

31
● O grupo respiratório ventral (localização: bulbo; função: regular tanto a
inspiração quanto a expiração);
● O centro pneumotáxico (localização: ponte; função: regular a frequência e o
padrão respiratórios).

5.4 A Frequência Respiratória, Volume Corrente e Volume-Minuto


Respiratório

A frequência respiratória equivale ao número de ciclos respiratórios (inspiração


+ expiração) que ocorrem a cada minuto e, numa respiração calma, situa-se em torno
de respirações por minuto.
O volume corrente é o volume de ar inspirado (ou expirado) a cada ciclo
respiratório (± 500ml).
O volume-minuto respiratório é o resultado da multiplicação do volume corrente
pela frequência respiratória, ou seja, corres5ponde ao volume de ar inspirado (ou
expirado) a cada minuto.
Volume-minuto respiratório = volume corrente x frequência respiratória.

Para saber mais:


https://irp-
cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/up
loaded/Apostila%20TF%2018-
19%20MODI%20Anatomia%20e%20Fisio
logia%20Humana%202018.pdf
http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_s
ite/Biblioteca/Livro_3/2-
Anatomia_Humana.pdf

32
CONCLUSÃO

Desde a estrutura mais simples (célula) até a estrutura mais complexa (sistema
orgânico), o corpo se organiza de várias maneiras para que possa desempenhar suas
funções, e o processo de organização está em constante crescimento. Cada órgão é
composto por um conjunto de tecidos que desempenham funções específicas. Órgãos
que ajudam uns aos outros a desempenhar funções específicas formam um sistema
orgânico específico. O corpo humano é composto por 13 sistemas orgânicos com
funções específicas. Neste manual, apresentaremos dois sistemas em detalhes:
● Sistema nervoso: compreende aos nervos sensitivos receberem e conduzirem

as informações do meio para a medula espinal e ao encéfalo, que irão interpretá-las


e responder a esse estímulo. Os nervos motores transmitirão essa resposta às
diversas estruturas do corpo.
● Sistema respiratório: É função das vias respiratórias filtrar, pré-aquecer e

umedecer o ar inspirado, como também, conduzir o ar para os pulmões onde o


oxigênio será transferido para o sangue e o dióxido de carbono do sangue passará
para o ar a ser eliminado pela expiração.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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COHEN, R.; Corpo Humano Real e Fascinante, Atlanta, Geórgia 30326, Judith B.
Geller, 2007.

DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos: com a


Descrição dos Ossos, Junturas, Músculos, Vasos e Nervos. São Paulo: Editora
Atheneu, 2002.

FREITAS, Valdemar de. Anatomia – Conceitos e Fundamentos. São Paulo: Artmed.

GANONG, William F. Fisiologia Médica. 17ed. Guanabara Koogan.

GARDNER, Ernest. Anatomia: Estudo Regional do Corpo Humano. 4ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan.

GRAY, Henry. Anatomia. 29ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1988.

GUYTON, A. C. Tratado de Fisiologia Médica. 8ª edição. Rio de Janeiro: Editora


Guanabara Koogan, 1992.

HANSEN, J. T.; LAMBERT, D. R. Anatomia Clínica de Netter

KAWAMOTO;E; Anatomia e Fisiologia Humana, 2ºed. São Paulo: EPU,2003 Porto


Alegre: Editora Artmed, 2007.

MACHADO, A. B. M. Neuroanatomia Funcional. Rio de Janeiro: Editora Atheneu,


1991.

MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia Orientada para a Clínica. 4ª edição. Rio de


Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2001.

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed.

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