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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO TUNDAVALA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

TRABALHO EM GRUPO DE HISTOLOGIA E


EMBRIOLOGIA

TEMA: TECIDO MUSCULAR

O Docente

_____________________

Lubango, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO TUNDAVALA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

TRABALHO EM GRUPO DE HISTOLOGIA E


EMBRIOLOGIA

TEMA: TECIDO MUSCULAR

Elaborado por:

1. Adna Joaquim;
2. Raissa Salvador.
Lubango, 2023

INDIC

E
OBJETIVOS........................................................................................................ 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................... 6

1. NERVOS.......................................................................................................7

1.1. FUNÇÃO DOS NERVOS.......................................................................8

2. NERVOS CRANIANOS................................................................................8

2.1. CLASSIFICAÇÕES E SUAS FUNÇÕES...............................................8

2.2. ANATOMIA DOS NERVOS CRANIANOS.............................................9

2.3. REPRESENTAÇÃO DA ANATOMIA DOS NERVOS CRANIANOS....10

2.3.1. Nervo olfatório (I)...........................................................................10

2.3.2. Nervo óptico (II).............................................................................11

2.3.3. Nervo óculo-motor (III)...................................................................11

2.3.4. Nervo troclear (IV).........................................................................12

2.3.5. Nervo trigêmeo (V)........................................................................12

2.3.6. Ramos do trigêmeo.......................................................................12

2.3.7. Nervo abducente (VI).....................................................................13

2.3.8. Nervo facial (VII)............................................................................13

2.3.9. Nervo vestíbulo-coclear (VIII)........................................................14

2.3.10. Nervo glossofaríngeo (IX)..............................................................14

2.3.11. Nervo vago (X)...............................................................................14

2.3.12. Nervo acessório (XI)......................................................................15

2.3.13. Nervo hipoglosso (XII)...................................................................15

3. NERVOS ESPINAIS...................................................................................15

3.1. RAMOS DOS NERVOS ESPINAIS......................................................17

3.2. PLEXOS...............................................................................................18

3.3. PLEXO CERVICAL..............................................................................19


3.4. PLEXO BRANQUIAL............................................................................19

3.5. PLEXO LOMBAR.................................................................................20

3.6. PLEXO SACRAL E PLEXO COCCÍGEO.............................................21

3.7. DERMÁTOMOS...................................................................................21

3.8. MIÓTOMOS.........................................................................................22

3.9. TIPOS DE FIBRAS...............................................................................22

3.10. FUNÇÕES DOS NERVOS ESPINHAIS...........................................23

3.10.1. Reflexos espinhais.........................................................................23

3.10.2. Reflexo de estiramento..................................................................23

3.10.3. Reflexo flexor.................................................................................24

4. CONCLUSÃO.............................................................................................25

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................26
OBJETIVOS
Para o presente trabalho estabeleceu-se como Objetivo Geral, “Analisar e
Descrever o sistema nervoso periférico”. E em conciliação com o Objetivo
Geral traçou-se os seguintes objetivos específicos, Definir Nervos, Classificar
os tipos de nervos, Citar as funções dos nervos cranianos e espinais e por fim,
descrever e representar anatomicamente os nervos cranianos e espinais.

5
INTRODUÇÃO
Em função dos objetivos traçados, o presente trabalho espelha uma
abordagem aberta sobre o sistema nervoso periférico, concretamente os
nervos cranianos e espinais.

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1. NERVOS
Nervos são fibras nervosas agrupadas em feixes que se localizam fora do
encéfalo ou da medula espinha pertencendo assim nos sistema nervoso
periférico. As fibras nervosas nada mais são do que axônios (prolongamento
dos neurônios, que atuam garantindo a passagem do impulso nervoso) e suas
bainhas envoltórias.

Os nervos são revestidos por uma camada fibrosa mais externa, formada
de tecido conjuntivo denso, o chamado epineuro. Além de envolver o nervo, o
epineuro também preenche os espaços existentes entre as fibras nervosas.
Cada feixe é revestido por várias células achatadas, as quais constituem
o perineuro. Essas células estão bem próximas umas das outras e estão
unidas por junções oclusivas, formando uma barreira importante contra agentes
nocivos. Dentro da bainha perineural, estão localizados os axônios, cada qual
envolvido pelas células de Schwann e um envoltório conjuntivo constituído por
fibras produzidas pelas próprias células de Schwann. Esse envoltório é
chamado de endoneuro.

Fig. 1. Estrutura dos nervos

A depender do tipo de fibra que apresentam, os nervos podem ser classificados


em sensoriais, motores e mistos. Os nervos recebem a denominação de
cranianos ou espinhais a depender da região de onde se projetam. Os nervos
que se projetam da medula espinhal são chamados de nervos espinhais,
enquanto os nervos que partem do encéfalo são chamados de nervos
cranianos. Lesões nos nervos podem ser responsáveis por perda de
movimentos e alterações na sensibilidade.
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1.1. FUNÇÃO DOS NERVOS

Os nervos são responsáveis por promover a comunicação entre os centros


nervosos (encéfalo e medula espinhal) e os órgãos efetores, como glândulas e
músculos, e de sensibilidade. Os nervos, portanto, ao fazerem essa conexão,
garantem que nosso corpo seja capaz, por exemplo, de se movimentar e de
responder a diferentes sensações. Como o papel dos nervos é levar
informações, quando eles são lesionados, essas informações deixam de serem
passadas para os centros nervosos e outras partes do corpo.

2. NERVOS CRANIANOS

Os nervos cranianos são aqueles que fazem conexão com o encéfalo. Existem
12 pares desses nervos, cada um possui nomenclatura própria e são
numerados em algarismos romanos. Os nervos cranianos são:

 Olfatório (I);
 Óptico (II);
 Oculomotor (III);
 Troclear (IV);
 Trigêmeo (V);
 Abducente (VI);
 Facial (VII);
 Vestibular (VIII);
 Glossofaríngeo (IX);
 Vago (X);
 Acessório (XI);
 Hipoglosso (XII).

2.1. CLASSIFICAÇÕES E SUAS FUNÇÕES

Os pares cranianos fazem, de maneira geral, o suprimento sensitivo e motor da


cabeça e do pescoço.

Eles podem ser classificados em:

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 Eferentes/motores, quando a informação sai do sistema nervoso central;
 Aferentes/sensitivos, quando a informação entra no sistema nervoso
central;
 Mistos.

As informações transmitidas pelos nervos cranianos podem ser:

 Especiais: são os responsáveis pela visão, olfato, paladar, tato audição;


 Somáticas: quando vão em direção ou são originadas pela pele e
músculos esqueléticos
 Viscerais: quando são originadas ou vão para os órgãos internos
 Gerais: quando se originam de exteroceptores e proprioceptores

2.2. ANATOMIA DOS NERVOS CRANIANOS

Os nervos cranianos emergem de forames e fissuras cranianas, e são


originados de núcleos no cérebro, conectados ao córtex cerebral pelas fibras
corticonucleares.

Esses núcleos estão situados em colunas verticais no tronco encefálico,


correspondendo à substância cinzenta da medula espinhal.

A origem real desses pares cranianos é onde o seu núcleo está localizado. Já
a origem aparente é onde suas fibras aparecem no sistema nervoso, e
a origem óssea corresponde aos forames por onde esses nervos passam.

9
2.3. REPRESENTAÇÃO DA ANATOMIA DOS NERVOS CRANIANOS

Fig.02 Representação dos nervos cranianos

2.3.1. Nervo olfatório (I)

É um nervo exclusivamente sensitivo, contém fibras aferentes viscerais


especiais. Sua emergência craniana se localiza na lâmina crivosa do osso
etmoide e a encefálica, no bulbo olfatório, na porção inferior do lobo frontal; o
seu núcleo é o olfatório anterior, logo, é responsável pela inervação da mucosa
olfatória.

Está distribuído no epitélio olfatório da cavidade nasal, formado por neurônios


bipolares que são as células receptoras olfatórias. Seus axônios se dividem
em: estria medial e lateral. A lateral envia estímulos para o hipocampo e para a
amigdala, já a medial, envia para o tálamo e depois para o córtex orbitofrontal,
responsável pela percepção do cheiro.

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2.3.2. Nervo óptico (II)

É um nervo unicamente sensitivo, suas fibras são somáticas especiais e é


responsável pela visão, mais especificamente por transmitir impulsos aferentes
especiais de luz para o cérebro. Sua emergência craniana é o canal óptico e a
encefálica é o quiasma óptico; o seu núcleo é o geniculado lateral. As fibras
ópticas provenientes da parte nasal da retina cruzam no quiasma óptico para o
lado oposto, enquanto as da parte lateral permanecem do mesmo lado.

O trato óptico é a continuação intracraniana desse nervo e é uma estrutura par,


formada pelas fibras citadas anteriormente. A maior parte dessas fibras vai em
direção ao núcleo geniculado lateral, onde a informação será transmitida para o
córtex visual primário, localizado na área 17 de Brodmann. Algumas dessas
fibras podem terminar no núcleo pré-tectal e no colículo superior.

2.3.3. Nervo óculo-motor (III)

É um nervo exclusivamente motor somático e visceral, que contém fibras pré-


ganglionares parassimpáticas. Sua emergência craniana é a fissura orbital
superior e a encefálica é o sulco medial do pedúnculo cerebral, seus núcleos
são o oculomotor e o Edinger-Westphal.

As fibras primárias são responsáveis pela inervação dos seguintes músculos


extraoculares:

 Levantador da pálpebra
 Reto inferior
 Superior
 Medial
 Obliquo inferior

Já as secundárias, inervam o corpo ciliar, íris e músculo esfíncter da pupila. Ele


contrai o músculo ciliar, que, por sua vez, relaxa as zônulas ciliares, deixando o
cristalino mais arredondado, conferindo acuidade visual. Além disso, por
possuir fibras parassimpáticas, realiza a miose da pupila. Ao aplicar um reflexo

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luminoso em apenas um olho, haverá a contração das duas pupilas, pois será
recrutado um núcleo ipsilateral e contralateral.

2.3.4. Nervo troclear (IV)

É um nervo exclusivamente motor, formado por fibras somáticas gerais. Sua


emergência craniana é a fissura orbital superior e a encefálica é o véu medular
superior; é o único par craniano que tem origem posterior no tronco encefálico
e seu núcleo pode ser encontrado ao nível do colículo inferior do tronco
cerebral.

Ele é responsável pela inervação do músculo obliquo superior. Esse músculo


realiza os movimentos de adução, depressão e rotação medial (interna) do
olho.

2.3.5. Nervo trigêmeo (V)

É um nervo misto, ou seja, tem função motora e sensitiva, constituído por fibras
viscerais especiais e somáticas gerais. É importante salientar que a partir do
gânglio trigeminal surgem três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular e cada
um tem a sua emergência craniana, a fissura orbital superior, forame redondo e
oval, respectivamente. Já a encefálica está localizada entre a ponte e o
pedúnculo cerebral médio, seus núcleos estão no tronco encefálico e na parte
superior da medula espinhal.

A inervação somática é responsável por carregar informações relacionadas a


dor, propriocepção, temperatura, tato da face, 2/3 do couro cabeludo e língua,
cavidade nasal, seios paranasais e conjuntiva ocular. Já a inervação motora é
relacionada aos músculos da mastigação: masseter, temporal, pterigoideo
lateral e medial.

2.3.6. Ramos do trigêmeo

O ramo oftálmico é formado por fibras pré-ganglionares do gânglio ciliar e fibras


dos ramos periféricos. Ele forma uma sinapse com o gânglio trigeminal e inerva
a região anterior do crânio, nariz e regiões oftálmicas da face. Ao chegar à
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órbita, fornece três ramos terminais, que são os nervos nasociliar, frontal e
lacrimal.

O ramo maxilar inerva a região maxilar e abaixo dos olhos. Ao penetrar na


cavidade orbital passa a ser chamado de nervo infraorbital, que, por sua vez,
fornece outros ramos, como o nervo alveolar superior.

O ramo mandibular possui dois ramos principais, o nervo lingual e alveolar


inferior. Ele tem como função a inervação da porção mais inferior da face.

2.3.7. Nervo abducente (VI)

É exclusivamente motor, constituído por fibras eferentes somáticas gerais. Sua


emergência craniana é a fissura orbital superior, a encefálica o sulco bulbo
pontinho e o seu núcleo pode ser encontrado no colículo facial do tronco
encefálico.

Assim como o oculomotor e troclear, tem como função a motricidade do globo


ocular. É responsável, mais especificamente, pela inervação do músculo reto
lateral, que realiza o movimento de abdução do olho.

É evidente a semelhança na função desses três pares cranianos, com isso


pode-se explicar a razão de possuírem a mesma emergência craniana.

2.3.8. Nervo facial (VII)

É um nervo misto, possui uma raiz motora, nervo facial propriamente dito e
uma raiz sensorial, chamada de nervo intermédio, suas fibras são pré-
ganglionares parassimpáticas. Sua emergência craniana é o forame
estilomastoideo e a encefálica é o sulco bulbo pontino. Possui quatro núcleos,
o lacrimal, motor, salivatório superior e o núcleo do trato solitário.

O nervo facial possui cinco ramos principais:

 Auricular, marginal
 Mandibular
 Bucal
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 Zigomático
 Temporal

Todos realizam a inervação dos músculos da expressão facial. O intermédio


inerva os 2/3 anteriores da língua, gerando o paladar. Logo, de maneira geral,
esse par craniano é responsável pela mímica facial, inervação dos 2/3
anteriores da língua, das glândulas salivares e lacrimais.

2.3.9. Nervo vestíbulo-coclear (VIII)

É exclusivamente sensitivo e formado por fibras somáticas especiais. Ele


penetra no osso temporal pelo meato acústico interno e sua emergência
encefálica é o sulco bulbo pontino, possui um núcleo vestibular e outro coclear.

O componente vestibular é responsável pelo equilíbrio e possui quatro núcleos:


superior, inferior, medial e lateral. O coclear fica responsabilizado pela audição
e possui um núcleo anterior e outro posterior. Esses núcleos se encontram
lateralmente ao pedúnculo cerebelar inferior.

2.3.10. Nervo glossofaríngeo (IX)

É um nervo misto, suas fibras são motoras e parassimpáticas eferentes. Sua


emergência craniana é o forame jugular e a encefálica é o sulco lateral
posterior, possui os núcleos ambíguos, salivatório inferior e solitário.

Realiza a inervação da glândula parótida, 1/3 posterior da língua, tuba auditiva,


faringe, constritor da faringe, úvula e tonsilas. Além disso, também inerva os
músculos estilofaríngeo constritor superior da faringe.

2.3.11. Nervo vago (X)

É um nervo misto e o maior nervo craniano. Sua emergência craniana é o


forame jugular, enquanto a encefálica é o sulco lateral posterior e seus núcleos
são o ambíguo, vagal motor dorsal e solitário. Suas fibras são eferentes
motoras e parassimpáticas e fibras aferentes sensitivas.

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Tem como função a inervação dos músculos da faringe, traqueia, laringe,
estruturas torácicas e abdominais e conduz a inervação parassimpática para os
órgãos viscerais.

2.3.12. Nervo acessório (XI)

É um nervo exclusivamente motor e é formado por uma raiz craniana e um


espinhal. Sua emergência craniana é o forame jugular e a encefálica é o sulco
lateral posterior, possui o núcleo ambíguo e acessório espinhal.

Possui uma divisão interna e externa, a interna segue junto com o vago e forma
laríngeo recorrente, já a externa vai para o trapézio e esternocleidomastoideo.
Realiza a inervação do musculo trapézio e esternocleidomastoideo.

2.3.13. Nervo hipoglosso (XII)

É um nervo essencialmente motor, suas fibras nervosas se comunicam com a


alça cervical. Sua emergência craniana é o canal do hipoglosso e a encefálica
é o sulco lateral anterior do bulbo; o seu núcleo está localizado no tronco
encefálico, ao nível do trígono do hipoglosso.

Sua função é a inervação dos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua, ou


seja, permite que eles se movimentem.

3. NERVOS ESPINAIS

Os nervos espinhais se originam da medula espinhal, que é protegida


pela coluna vertebral.

A medula se estende do bulbo até a margem superior da 2ª vertebra lombar.


Ela apresenta duas intumescências, a cervical e a lombar, sendo que esta
última origina os nervos dos membros inferiores.

Porém, sua extensão é menor que a coluna vertebral, dessa maneira, os


nervos da região lombar, sacral e coccígea não saem da coluna vertebral no
mesmo nível que saem da medula espinhal, e suas raízes formam a cauda
equina. Ela em conjunto com os nervos espinhais contribui para a
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manutenção da homeostasia, fornecendo respostas rápidas e reflexas a vários
estímulos.

Os nervos espinhais fazem parte do sistema nervoso periférico, nomeados a


partir das suas vértebras correspondentes. A maior parte deles deixa o canal
vertebral através do forame intervertebral situado abaixo da sua vértebra
correspondente existindo 31 pares, 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5
sacrais, 1 coccígeo.

Eles realizam a comunicação do SNC aos receptores sensitivos, aos músculos


e glândulas em todas as partes do corpo.

Eles são formados por dois feixes de axônios, chamados de raízes. A raiz
posterior é responsável pela condução de estímulos aferentes, ou seja, ela
reconhece os estímulos de dor, calor, frio, tato, pressão e vibração da pele, dos
músculos e dos órgãos internos, e os transmitem para o sistema nervoso
central; ela é considerada uma raiz sensitiva.

Além disso, ela apresenta gânglios sensitivos, que é uma protuberância onde
se encontra os corpos celulares dos neurônios. Já a raiz anterior ela conduz
estímulos motores eferentes, ou seja, leva os estímulos do SNC para o
periférico, ativando a placa motora muscular fazendo gerar movimentos
musculares voluntários. Devido a essas duas raízes, o nervo espinhal é
considerado misto.

Fig. 03 Seguimentos da Medula Espinhal

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Os nervos espinais cervicais, entretanto, não seguem esse padrão. Os nervos
espinais C1-C7 emergem do canal vertebral acima da sua vértebra
correspondente, com um oitavo par de nervos espinais emergindo abaixo da
vértebra C7, o que significa que existe um total de 8 pares de nervos espinais
cervicais, apesar de existem apenas 7 vértebras cervicais.

Outro ponto que vale a pena mencionar é que a estrutura óssea do sacro é
diferente do restante da coluna vertebral, já que não há forames intervertebrais
na região sacral. Assim, os nervos espinais cursam pelos forames sacrais, que
são análogos aos forames intervertebrais dos demais segmentos.

Do nível de C1 até o nível de L1/L2, as raízes dos nervos espinais têm de


percorrer uma pequena distância desde sua origem até o forame intervertebral
correspondente. Caudalmente ao nível de L1/L2, a medula espinal forma uma
estrutura chamada de cone medular. É a partir dessa estrutura que as raízes
remanescentes dos nervos espinais deixam a medula espinal.

Esses pares de nervos espinais precisam percorrer uma distância maior para
sair do canal vertebral. Conforme cursam inferiormente até atingir os forames
intervertebrais, esses nervos, se observadas em conjunto, formam uma estrutura
semelhante à cauda de um cavalo, que devido a essa aparência é chamada
de cauda equina. A dura-máter e a aracnoide (camadas meníngeas) formam o
chamado saco dural, que envolve e protege a medula espinal e os nervos
espinais nos seus trajetos em direção aos forames intervertebrais. Conforme os
nervos deixam o canal vertebral através dos forames vertebrais, essas camadas
meníngeas se fundem à superfície do nervo, tornando uma cobertura externa
para cada nervo espinal, conhecida como epineuro.

3.1. RAMOS DOS NERVOS ESPINAIS

Quando o nervo espinhal passa pelo forame intervertebral, ele se divide em


vários ramos. O posterior ou dorsal é responsável por inervar os músculos
profundos e a pele posterior do tronco. O anterior ou ventral inerva os músculos
e estruturas de todos os 4 membros, e a pele lateral e anterior do tronco.

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Os ramos comunicantes são responsáveis pela liberação de sinais
autonômicos entre os nervos espinais e o tronco simpático. Os nervos espinais
podem ter ramos comunicantes cinzentos e brancos.

Os ramos comunicantes cinzentos saem de todos os níveis da medula espinal


e possuem fibras nervosas pós-ganglionares que vão dos gânglios vertebrais da
cadeia simpática até os órgãos alvos.

Os ramos comunicantes brancos só deixam a medula espinal entre T1-L2.


Eles possuem fibras nervosas pré-ganglionares que vão da medula espinal para
os gânglios paravertebrais da cadeia simpática.

Os ramos meníngeos retornam pelo forame e inervam as vértebras, seus


ligamentos, os vasos da medula e suas meninges. Os comunicantes unem o
tronco simpático podendo ser pré ou pós-ganglionares.

3.2. PLEXOS

A junção de vários axônios anteriores da origem aos plexos. São essas redes
que mantem estimulam os músculos, pois os nervos, com exceção dos
torácicos T2 e T12, não inervam diretamente as suas estruturas.

Os torácicos são conhecidos como nervos intercostais e se conectam


diretamente nas estruturas.

Fig. 04 Vista posterior da medula espinal e parte dos nervos espinais


18
3.3. PLEXO CERVICAL

É responsável pela inervação da pele e dos músculos da cabeça, do pescoço e


de partes superiores do tórax e do ombro. São formados pelas raízes dos
nervos espinais C1, C2, C3 e C4.

Fig. 05 Plexo cervical

3.4. PLEXO BRANQUIAL

É responsável pela inervação muscular e cutânea dos membros superiores e


do ombro. Ele é formado pelas raízes dos nervos C5, C6, C7, C8 e T1.

Ele forma 5 principais ramos, o nervo axilar (responsável pelo deltoide e


redondo menor), nervo musculocutâneo (responsável pelos músculos
anteriores do braço), nervo radial (responsável pelos músculos posteriores do
braço e antebraço), nervo mediano (responsável pela região antebraquial
anterior e alguns músculos da mão) e nervo ulnar (responsável pelos músculos
anteromediais do antebraço e a maioria da mão).

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Fig. 06 Plexo braquial
3.5. PLEXO LOMBAR

É responsável pela inervação da parede abdominal anterolateral, órgãos


genitais externos e parte dos membros inferiores. É formado pelos nervos
espinais L1, L2, L3, L4. Anestesia epidural geralmente ocorre entre L3 e L5,
pois o espaço peridural é maior. A agulha é introduzida lentamente entre os
processos espinhosos, até perfurar a dura-máter e chegar ao espaço
subaracnóideo, lá se injeta o anestésico ou aspirar o líquido cerebroespinal em
caso de punção lombar.

Fig. 07 Plexo lombar

20
3.6. PLEXO SACRAL E PLEXO COCCÍGEO

O plexo sacral é responsável pela inervação dos glúteos, do períneo e dos


membros inferiores. É formado pelos nervos espinais L4, L5, S1, S2, S3 e S4.
O nervo isquiático tem sua origem nesse plexo.

O plexo coccígeo é responsável por uma pequena parte de pele que recobre o
cóccix. É formado pelos nervos S4 e S5.

Fig. 08 Plexo sacral e coccígeo

3.7. DERMÁTOMOS

Dermátomos são as superfícies da pele que estão inervadas por uma mesma
raiz nervosa sensorial. É importante saber essas áreas para reconhecer o
nervo espinhal afetado e/ou a que nível medular ocorreu à lesão.

Um exemplo dessas áreas é lesão causada pelo Herpes Zóster, em que o vírus
da varicela gera lesões apenas no dermátomo do nervo que está infectando.

21
Fig. 09 Dermátomos

3.8. MIÓTOMOS

Os miótomos são análogos aos dermátomos, mas dizem respeito à inervação


motora. Eles são responsáveis pela inervação segmentar dos músculos
esqueléticos. Um exemplo disso é o músculo diafragma, que é inervado pelos
nervos espinais C3, C4 e C5, que coletivamente formam o nervo frênico.

3.9. TIPOS DE FIBRAS

As fibras eferentes somáticas se originam na coluna anterior da substância


cinzenta da medula espinal. Elas passam pela raiz ventral do nervo espinal e são
responsáveis pela inervação motora dos músculos esqueléticos.

As fibras aferentes somáticas transportam a informação sensitiva da pele,


articulações e músculos para a coluna posterior da substância cinzenta da
medula espinal. Essas fibras passam pelo gânglio da raiz dorsal.

As fibras eferentes viscerais são fibras autonômicas que inervam os órgãos.


Elas são divididas em fibras simpáticas e parassimpáticas. As fibras simpáticas
se originam dos nervos espinais torácicos, bem como de L1 e L2. Os nervos
parassimpáticos vêm dos nervos espinais S2, S3 e S4 e inervam as vísceras
pélvicas e abdominais baixas. Os outros nervos parassimpáticos vêm de
extensões dos nervos cranianos nas cavidades torácica e abdominal.

As fibras aferentes viscerais transportam informação sensitiva pelo gânglio da


raiz dorsal para a coluna dorsal da substância cinzenta da medula espinal.

22
3.10. FUNÇÕES DOS NERVOS ESPINHAIS

3.10.1. Reflexos espinhais

Um reflexo é uma resposta involuntária que ocorre de maneira subconsciente


em resposta a um estímulo sensitivo. As vias reflexas são formadas por
neurônios aferentes, que levam a informação sensitiva para receptores no
SNC, e por neurônios eferentes, que trazem o estímulo motor de volta a um
músculo ou glândula efetores. Interneurônios também estão presentes entre os
neurônios aferente e eferente, na maioria dos reflexos, exceto nos mais
simples.

3.10.2. Reflexo de estiramento

Quando um músculo é esticado ou “estirado” ele responde se contraindo. O


reflexo de estiramento é um dos reflexos mais simples e é conhecido como um
arco reflexo monossináptico, uma vez que não existe um interneurônio entre os
neurônios aferente e eferente. Os sinais aferente e eferente são conduzidos
por um único nervo espinal

Receptores de estiramento estão localizados dentro dos músculos. Eles são


formados por terminações nervosas sensitivas que se fixam à região central
das células musculares especializadas chamadas de fibras intrafusais. As
fibras musculares intrafusais são orientadas paralelamente ao eixo longo do
músculo, em grupos chamados de feixes musculares. Quando o feixe muscular
é estirado, um sinal aferente é transportado pelo nervo sensitivo até o SNC.
Esse nervo sensitivo faz sinapse com neurônios motores do tipo alfa, que
inervam as fibras contráteis extrafusais do músculo. Além de fazerem sinapse
diretamente com o neurônio motor alfa do mesmo músculo, os neurônios
aferentes também fazem sinapse com os interneurônios dos músculos
antagonistas, inibindo sua ação.

Por exemplo, no reflexo patelar (reflexo do músculo quadríceps) o sinal


aferente gerado pelo estiramento do tendão patelar é enviado à medula
espinal, onde o neurônio aferente faz sinapse com o neurônio motor alfa do

23
músculo quadríceps femoral. Isso faz com que o músculo se contraia.
Simultaneamente, o neurônio aferente faz sinapse com o interneurônio dos
músculos isquiotibiais, que são antagonistas do quadríceps, fazendo com que
eles relaxem.

3.10.3. Reflexo flexor

O reflexo flexor é comumente chamado de reflexo de retirada e ocorre em


resposta a um estímulo sensitivo nociceptivo, como a dor. Esse é um reflexo
polissináptico, que envolve um ou mais interneurônios. As fibras aferentes
transportam a informação cutânea sensitiva através do nervo espinal do
dermátomo responsável pelo estímulo. Elas fazem sinapse com os
interneurônios da substância cinzenta da medula, que então excitam os
neurônios motores alfa dos músculos flexores do membro. Como isso requer
uma ação coordenada de mais de um nível da medula espinal, os
interneurônios distribuem o sinal. A ativação do reflexo motor em um membro
que está suportando o peso do corpo também pode ocorrer para retirar o peso
do membro estimulado.

24
4. CONCLUSÃO
Após uma ampla pesquisa concluímos que os nervos cranianos e espinhais
pertencentes ao sistema nervoso periférico estão devidamente distribuídos pelo
corpo de modo que seja possível a propagação do impulso nervoso. Ambos
apresentam uma grande importância, os nervos cranianos são responsáveis
por transmitir as informações sensoriais, incluindo tato, visão, paladar, olfato e
audição. Enquanto os nervos espinhais conectam a medula espinhal com
outras partes do corpo fazendo com que o cérebro se comunique com quase
todo o corpo através dos nervos espinhais.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 J. Tortora, B. Derrickson: Principles of Anatomy & Physiology, 13th Edition,
Wiley (2012).
 J.A. Gosling, P.F. Harris, J.R. Humpherson et al.: Human Anatomy, Colour
Atlas and Textbook, 5th Edition, Mosby Elsevier (2008).
 R. Drake, A.W. Vogl, A.W.M. Mitchell: Gray’s Anatomy for Students, 3rd
Edition, Churchill Livingston Elsevier (2015).
 R.S. Snell: Clinical Neuroanatomy, 7th Edition, Lippincott Williams & Wilkins
(2010).

 Sotoba: Atlas de Anatomia Humanda, 24ª ed.


 Gerard Tortora: Princípios de Anatomia e Fisiologia, 14ª ed.
 Guyton & Hall: Tratato de Fisiologia Médica, 12ªed.

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