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Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Sistema Nervoso Central: Telencéfalo
OBJETIVO
DE APRENDIZADO
• Conhecer as características morfológicas do telencéfalo;
• Descrever os principais sulcos e giros da superfície dos hemisférios;
• Caracterizar o córtex cerebral e classificá-lo por diferentes critérios.
UNIDADE Sistema Nervoso Central: Telencéfalo
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Figura 2 – Vista medial do hemisfério direito, onde, além dos sulcos e
giros, observam-se também o corpo caloso e as estruturas diencefálicas
Fonte: LAROSA (2011)
Conexão Clínica
O encéfalo de um recém-nascido é especialmente sensível à carência de oxigênio
ou excesso de oxigênio. Se surgirem complicações durante o parto e o suprimento
de oxigênio do sangue da mãe ao feto for interrompido enquanto ele ainda está no
canal do parto, a criança pode nascer morta ou sofrer dano cerebral que pode resul-
tar em paralisia cerebral, epilepsia, paralisia ou retardo mental. Oxigênio excessivo
administrado a um recém-nascido pode causar cegueira.
Lobos Cerebrais
A superfície de cada hemisfério cerebral, apresenta 1 polo frontal, 1 polo occi-
pital e 1 polo temporal, e pode ser dividida em regiões denominadas lobos, toman-
do-se como pontos de referência os sulcos relacionados a essa região.
Para facilitar a descrição, costuma-se dividir cada hemisfério em lobos, que são deno-
minados, em sua maioria, de acordo com os ossos cranianos sob os quais se localizam.
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Sulcos e Giros
O telencéfalo, ao ser examinado macroscopicamente, apresenta-se de forma en-
rugada ou pregueada. O volume do córtex cerebral é aumentado devido a circunvo-
luções denominadas giros, com depressões chamadas de sulcos.
O sulco central é de grande importância porque o giro situado anterior a ele con-
tém as células motoras que desencadeiam os movimentos do lado oposto do corpo.
O tronco surge na face inferior e, ao atingir a face lateral, divide-se no ramo anterior
horizontal e ramo anterior ascendente e contínua como o ramo posterior.
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Uma área do córtex chamada de ínsula localiza-se no fundo do sulco lateral profun-
do e não pode ser vista da superfície, a menos que os lábios do sulco sejam afastados.
Esse lobo realiza o controle motor voluntário dos músculos esqueléticos, perso-
nalidade, processos intelectuais mais elevados (por exemplo, concentração, planeja-
mento e tomar decisões) e comunicação verbal.
O lobo parietal estende-se desde o sulco central até a linha que define o sulco
parieto-occipital.
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UNIDADE Sistema Nervoso Central: Telencéfalo
Conexão Clínica
O número de giros é variado de indivíduo para indivíduo, mesmo entre os dois
hemisférios, dentro de certos limites. Se os giros são muito amplos (paquigiria) ou
muito estreitos (microgiria), temos anomalias que estão relacionadas ao retardo
mental e à epilepsia.
Figura 4
Fonte: GIROY, 2017
Citoarquitetura Cortical
O córtex cerebral recobre toda a superfície do cérebro. Junto com os núcleos pro-
fundos, o córtex compreende a substância cinzenta do cérebro e é onde estão locali-
zados os corpos celulares dos neurônios. Abaixo (mais central) está a espessa camada
de substância branca do cérebro, constituída de fibras nervosas (axônios) mielinizadas.
As áreas do córtex são ligadas entre si por feixes de fibras subcorticais, que in-
cluem fibras de associação que passam entre as zonas dentro de um hemisfério,
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fibras comissurais que ligam um hemisfério ao outro e fibras de projeção ascenden-
tes ou descendentes que passam do ou para o córtex para interligá-lo a áreas mais
caudais do SNC.
Importante!
Conexões Aferentes e Eferentes
Aferentes: axônios que chegam a determinada estrutura do Sistema Nervoso Central
trazendo informações provenientes de outra estrutura (periférica ou central);
Eferentes: axônios cujos corpos celulares encontram-se em uma determinada estrutura
do SNC da qual eles se afastam, dirigindo-se a outra estrutura neural ou não neural.
O estudo do córtex cerebral pode seguir vários critérios, como, por exemplo,
critérios filogenéticos, morfológicos e funcionais. Do ponto de vista filogenético,
classificamos o córtex cerebral em:
• Arquicórtex;
• Paleocórtex;
• Neocórtex.
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Sistema Límbico
O hipotálamo, o núcleo talâmico anterior, o giro cingulado, o hipocampo
e suas interconexões constituem um mecanismo harmonioso que pode ela-
borar as funções da emoção central e participar da expressão emocional.
(PAPEZ, J., 1937)
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O Sistema Límbico é uma agregação de estruturas cerebrais que, geralmente, estão
localizadas lateralmente ao tálamo, abaixo do córtex cerebral e acima do tronco cerebral.
Em 1878, Paul Broca foi o primeiro a nomear essa região geral como o cérebro
do grande lóbulo lombar. Mais tarde, em 1949, o médico e neurocientista america-
no Paul D. MacLean o chamou de lobo límbico.
Conexão Clínica
Em 1953, um paciente conhecido como “HM” teve os dois terços anteriores do hipocampo
ressecados, na tentativa de curar sua epilepsia. O terço restante de seu hipocampo atro-
fiou após a cirurgia. Enquanto ele experimentou uma redução parcial de sua epilepsia,
pelo resto de sua vida, ele foi incapaz de formar novas memórias (SCOVILLE, 1957).
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• B = tronco cerebral;
• T = tálamo;
• S = núcleo septal;
• Hip = hipocampo;
• PHG = giro para-hipocampal;
• H = hipotálamo;
• OF = córtex frontal orbital;
• GC = giro cingulado.
Figura 8
Fonte: Adaptado de MARTINEZ, 2014; LADD et. al., 201
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Núcleos da Base
O termo gânglios basais, ou núcleos de base, refere-se a um núcleo cortical que tem
importante papel na coordenação e na regulação de movimentos originados no córtex.
Deve-se citar que muitas das conexões dessas vias incluem a substância negra e o
núcleo subtalâmico, situados no mesencéfalo e no tálamo, estudados no diencéfalo.
Corpo estriado é considerado a área receptora dos gânglios da base, pois recebe im-
pulsos de inúmeras áreas cerebrais. É constituído pelo núcleo caudado e pelo putâmen.
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O núcleo caudado é, conforme seu nome indica, um núcleo alongado que apre-
senta cabeça dilatada, localizada anteriormente, justaposta ao corno anterior do ven-
trículo lateral.
Seu corpo descreve uma curva dorsalmente, acompanhando o corpo do ventrículo la-
teral e, finalmente, assume uma trajetória descendente para terminar em sua cauda, pró-
xima ao corno inferior do ventrículo lateral, onde guarda íntima relação com a amígdala.
Formado por cabeça, corpo e cauda, a cabeça do núcleo caudado constitui a pa-
rede lateral do corno frontal do ventrículo lateral, causando um abaulamento carac-
terístico, que é avaliado nos estudos de imagem em busca da normalidade do núcleo.
Por entre as pontes celulares formadas entre o caudado e o putâmen passam fi-
bras da cápsula interna, que separam, portanto, incompletamente, esses dois núcleos,
dando-lhes um aspecto fenestrado, denominando-se esta união de núcleo estriado.
Sua função está associada à motricidade extrapiramidal, nas chamadas alças mus-
culoesquelética e límbica. Nas patologias que comprometem o núcleo lentiforme,
particularmente o globo pálido, temos, como exemplo, a Doença de Parkinson, com
comprometimento das vias dopaminérgicas.
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Conexão Clínica
A Doença de Parkinson é caracterizada por lentidão ou ausência de movimento
(bradicinesia ou acinesia), rigidez e tremor em repouso (especialmente, nas mãos e
nos dedos). Os pacientes têm dificuldade em iniciar os movimentos e, uma vez ini-
ciados, os movimentos são anormalmente lentos. A causa da Doença de Parkinson é
a perda dos neurônios dopaminérgicos na substância negrapars compacta. A partir
do conhecimento dos efeitos da via nigrostriatal nas vias direta e indireta, torna-
-se simples perceber por que a perda dessa via resulta na pobreza de movimento
sintomática da doença de Parkinson. Como a via nigrostriatal excita a via direta e
inibe a via indireta, a perda dessa entrada inclina o equilíbrio em favor da atividade
na via indireta. Assim, os neurônios GPint são anormalmente ativos, mantendo os
neurônios talâmicos inibidos. Sem a entrada talâmica, os neurônios do córtex motor
não são tão excitados e, portanto, o Sistema Motor é menos capaz de executar os
planos motores em resposta à vontade do paciente.
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Anexo I
Vamos Praticar
Caso clínico 1
Mulher, 65 anos, sem história prévia de hipertensão arterial ou outras comorbi-
dades, foi levada à emergência pela filha, apresentando perda súbita da consciência
após episódio de crise convulsiva e desvio da comissura labial para a direita. Após
despertar, apresentou-se afásica, com paresia grau III, hipoestesia e arreflexia em
membro superior esquerdo, além de paralisia facial central do mesmo lado.
Realizada Ressonância Magnética, evidenciaram-se múltiplas áreas hiperintensas
em região frontotemporal e frontoparietal à direita e temporoccipital à esquerda.
Após outros exames, foi feito diagnóstico de Acidente Vascular Encefálico (AVE)
hemorrágico, associado à angiopatia amiloide (PEZZI, 2017).
A partir do descrito:
1. Descreva a organização do telencéfalo. Delimite os lobos cerebrais e seus
principais giros e sulcos;
2. Identifique os lobos acometidos nesse caso. Cite as principais funções de
cada lobo cerebral.
Caso clínico 2
Homem de 40 anos de idade queixou-se ao seu médico de movimentos rápidos
e bruscos envolvendo os membros superiores e inferiores. O problema começou
há 6 meses e estava piorando progressivamente. Ele disse que estava preocupadís-
simo com sua saúde porque seu pai apresentara sintomas similares 20 anos atrás
e morreu em uma instituição mental. Sua esposa contou que ele também sofria de
episódios de depressão extrema, e ela percebeu que ele passava por períodos de
irritabilidade e comportamento impulsivo. O médico definiu o diagnóstico de Coreia
de Huntington. (SNELL, 2010).
1. Usando seu conhecimento de neuroanatomia, explique quais e como
essa doença acomete os núcleos da base;
2. Com o auxílio de um Atlas de Neuroanatomia ou Anatomia, identifique
as estruturas anatômicas destacadas no Roteiro Prático 1.
Roteiro Prático 1
Observe imagens dos encéfalos inteiros e das secções sagitais, frontais e transver-
sais de encéfalos.
• Na fase superior do encéfalo:
» Fissura longitudinal do cérebro;
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Figura 10 – Vista lateral do hemisfério cerebral esquerdo
Fonte: SNELL, 2010
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Figura 13
Fonte: SNELL, 2010
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• Identifique os lobos numerados na figura abaixo.
Figura 14
Fonte: Adaptado de Getty Images
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Sistema límbico e as emoções
BARRETO, J. E. F. et al. Sistema límbico e as emoções. Revista neurociências,
v. 18, n. 3, p. 386-394, 2010.
https://bit.ly/307lnpC
Perda de memória recente após lesões bilaterais do hipocampo
SCOVILLE, W. B., MILNER B. Perda de memória recente após lesões bilaterais
do hipocampo. J. Neurol. Neurocirurgião Psiquiatria, v. 20, n. 1, p. 11-21, 1957.
https://bit.ly/2EmwIcF
Atlas Sistema Límbico
https://bit.ly/2CY89Td
Atlas de Neuroanatomia
https://bit.ly/30Yl9QA
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Referências
GILROY, A. M. Atlas de Anatomia. 3.ed. Rio de Janeiro: Gen, 2017.
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