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1.

Introdução à Fisioterapia nas

Disfunções Neurológicas

Patrícia Villa, 2023


FISIOTERAPIA
NEUROFUNCIONAL
• ✓ Objetivo - identificar e maximizar a
qualidade de vida e o potencial de
movimento INDIVIDUAL;

• Promover, prevenir, tratar - intervindo,


habilitando e reabilitando a saúde.

• Fisioterapia nas disfunções neurológicas


- avaliar, dar o diagnóstico cinético
funcional, prescrever, realizar o
tratamento e alta.
1.1. Neuroplasticidade
A ampliação do conhecimento acerca dos mecanismos moleculares
subjacentes à reorganização do sistema nervoso pós-lesão e ao
aprendizado motor deflagrou, entre outras coisas, a reflexão sobre
as práticas adotadas em

FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL.
PLASTICIDADE NEURAL/ NEUROPLASTICIDADE

●Chama-se plasticidade neural a capacidade de adaptação


do sistema nervoso às mudanças nas condições do ambiente
que ocorrem no dia a dia da vida dos indivíduos; em outras
palavras, é o potencial dinâmico de reorganização do sistema
nervoso durante o desenvolvimento, o aprendizado ou após uma
lesão.
●Isso ocorre em função de diversos estímulos que variam desde o
aprendizado de uma tarefa simples (condições fisiológicas) até a
reação a uma lesão (condições patológicas).
“a reorganização cortical só é possível na infância” ou “a plasticidade neural é
um processo lento” foram caindo por terra.

TIPOS DE NEUROPLASTICIDADE
1.1.1 Neuroplasticidade morfológica
✓ Neuroplasticidade regenerativa - crescimento de axônios lesionados (células tronco);
✓ Neuroplasticidade axônica - reorganização da

distribuição dos terminais axônicos (0 a 2 anos);

✓ Neuroplasticidade dendrítica - capacidade de regular a

proliferação ou a morte de células nervosas;

✓ Neuroplasticidade sináptica

1.1.2 Neuroplasticidade funcional


As áreas cerebrais adjacentes às regiões danificadas podem assumir
o papel destas, o que pode ocorrer independentemente da ação fisioterapêutica
ou mesmo de forma indesejável.

O fisioterapeuta, como agente direcionador


da plasticidade pós lesão, possibilita que o
processo plástico se dê em benefício do
paciente.
1.1.2 Neuroplasticidade Funcional
Capacidade que o organismo tem de se adaptar funcionalmente diante
das alterações e patologias que o acometem.

Variáveis que podem interferir:


● Etiologia e curso de progressão do processo patológico
● Idade de início
● Tempo transcorrido desde o início do quadro
● Variações na organização cerebral das funções
● Condições ambientais
● Estilo de vida
● Fatores agravantes internos ou externos
1.2 VASCULARIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO

• O cérebro necessita de um intenso suprimento de oxigênio e glicose;


• Alterações – perda de consciência, danos irreversíveis, óbito;
• Neurônios – lesão ou morte das células;

• Capilares sanguíneos NÃO fenestrados – dificuldade de


passagem de substâncias do sangue para o
tecido nervoso ou líquido cerebroespinhal
(barreiras hematencefálica e hematoliquórica).
1.2.1 Vascularização arterial
Dois sistemas arteriais:

● Carotídeo: composto por duas artérias carótidas


internas que sobem pelo pescoço e penetram no crânio,
dando origem a dois ramos principais:
Artéria cerebral anterior
Artéria cerebral média
● Vertebral: penetram no crânio pelo forame magno
- irrigam a medula e o cerebelo e se fundem na face ventral
da ponte - dando origem a artéria basilar e artéria cerebral
posterior.

Existe ainda, o círculo arterial da base do cérebro, que se


formam:
● Artérias cerebrais anteriores: conectadas pela
artéria comunicante anterior;
● Artérias cerebrais posteriores: conectam-se de
cada lado, as artérias carótidas internas através das artérias
comunicantes posteriores, completando esse circuito.
A função do polígono de Willis (círculo arterial cerebral - CAC) é a manutenção do fluxo
sanguíneo adequado para o encéfalo em caso de obstruções (PEIXOTO et al., 2015)
1.2.2 VASCULARIZAÇÃO
VENOSA

• Veia jugular interna + subclávias


= veias braquiocefálicas → cava
superior: drenam a região anterior
de cabeça, face e pescoço, sendo
responsáveis por grande parte da
drenagem do sangue dos seios
venosos do crânio.

• Veia jugular externa: mais


superficiais, drenam região
posterior do pescoço e cabeça para
as veias subclávias.
1.2.2 VASCULARIZAÇÃO VENOSA

• Sistema venoso superficial: drena


o córtex e a substância branca
subjacente e é formado por veias
cerebrais superficiais

• Sistema venoso profundo: drena o


sangue de regiões mais profundas
do cérebro (como o corpo estriado, a
cápsula interna, o diencéfalo)
1.3.1 DERMÁTOMOS
As raízes nervosas sensitivas
recebem informações sensitivas
de áreas da pele conhecidas
como dermatomos.

✓8 pares cervicais;
✓12 pares torácicos;
✓5 pares lombares;
✓5 pares sacrais;
✓1 par coccígeo
Dermátomos
● C2 – protuberância occipital
● C3 – fossa clavicular
● C4 – ápice da articulação acromioclavicular T10 – cicatriz umbilical
● C5 – face lateral da fossa cubital ● T11 – região abaixo da cicatriz
● C6 – região do dorso do polegar umbilical
● C7 – região dorsal do dedo médio ● T12 – ligamento inguinal
● C8 – região dorsal do dedo mínimo ● L1 – região inguinal
● T1 – face medial da fossa antecubital/ ● L2 – face anterior da coxa
epicôndilo medial ● L3 – côndilo femoral medial
● T2 – ápice da axila ● L4 – maléolo medial
● T3 – terceiro espaço intercostal ● L5 – região dorsal do pé
● T4 – linha do mamilo ● S1 – face lateral do calcanhar
● T5 – quinto espaço intercostal ● S2 – face poplítea
● T6 – apêndice xifóide ● S3 – tuberosidade isquiática
● T7 – sétimo espaço intercostal ● S4 – região perianal
● T8 – rebordo costal ● S5 – região perianal
● T9 – nono espaço intercostal
1.3.2 MIÓTOMOS
✓Áreas
musculares
inervadas
pelas fibras
motoras,
originadas da
coluna
vertebral.

✓Funcionam
como um
mapa
corporal do
paciente
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/nervo-perif%C3%A9rico-e-
dist%C3%BArbios-relacionados/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-sistema-nervoso-perif%C3%A9rico
1.3 ESCALA ASIA
Muito utilizada em pacientes com traumatismo raquimedular

ASIA (American Spinal Injury Association)


Avaliar a sensibilidade e a função motora do paciente neurológico,
classificando a lesão como completa ou incompleta, gerando um score
baseado nos achados avaliados.

• Avalia os danos causados às estruturas


contidas no canal medular
• Alterações motoras
• Alterações sensitivas
• Alterações autonômicas
• Alterações psicoafetivas
CLASSIFICAÇÃO ASIA

ASIA “A” = Lesão Completa: Sem preservação das funções motora e sensitiva no segmento sacral S4
– S5
ASIA “B” = Lesão Incompleta: Perda da função motora, porém função sensitiva preservada abaixo
do nível neurológico e inclui sensibilidade do segmento sacral S4-S5
ASIA “C” = Lesão Incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da
metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força inferior a 3 (apesar
de haver contração muscular, não são capazes de vencer a gravidade)
ASIA “D” = Lesão Incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da
metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força igual ou superior a
3 (vencem a gravidade)
ASIA “E” = Lesão Incompleta: Funções Motora e sensitiva são normais.
EXAME SENSITIVO - DERMÁTOMOS
0 – Ausente
1 – Alterado: percepção parcial ou alterada, incluindo hiperestesia
2 – Normal
NE – não examinado

EXAME MOTOR - MIÓTOMOS


0 – Paralisia total
1 – Contração palpável ou visível
2 – Movimento ativo, arco de movimento completo
sem ação da gravidade
3 – Movimento ativo, arco de movimento completo
contra a gravidade
4 – Movimento ativo, arco de movimento completo
contra uma resistência moderada
5 – Normal, arco de movimento completo contra
resistência
NE – não examinado
CONSIDERAÇÕES FINAIS

• NEUROPLASTICIDADE
• VASCULARIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
• POLÍGONO DE WILLIS
• DERMÁTOMOS
• MIÓTOMOS
• ESCALA ASIA
HORA DE
TRABALHAR E
FIXAR!!!

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