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Mobilização

Mobilização do
do
Tecido
Tecido Neural
Neural

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Introdução
Estude, cresça, aprenda. Nunca se esqueça que usando a
mobilização neural (ou qualquer outra técnica) o seu objetivo
final e dever como fisioterapeuta é dar saúde e bem-estar a seu
paciente, melhorar a sua qualidade de vida. Lembre-se sempre
das contra-indicações e na dúvida, nunca use! Quando usada
corretamente a mobilização neural traz resultados fantásticos.
Essa é a sua recompensa: saber que tudo o que você precisa para
tirar a dor de seu paciente e lhe devolver a felicidade de uma
vida funcional são suas próprias mãos! Que momento mágico...

Sergio Marinzeck (2003)


Conceitos Iniciais
Sistema Nervoso como unidade
“O sistema nervoso central e periférico devem ser
considerados como uma unidade, já que formam um tecido
contínuo. Esse sistema é contínuo de três maneiras.”

• Primeiro, ele é contínuo mecanicamente através da


transmissão de forças e movimentos pelos seus envoltórios
conectivos.
• Segundo, neurônios são contínuos eletricamente. Um
impulso gerado no pé atinge o cérebro.
• Terceiro, o sistema nervoso pode ser visto como contínuo
quimicamente.
Conceitos Iniciais
“Os neurotransmissores periféricos e centrais
são os mesmos e existe o fluxo axonoplasmático
de substâncias dentro dos axônios. Não há outra
estrutura no corpo humano com tal
conectividade. Estresses impostos no sistema
nervoso periférico durante movimentos são
transmitidos para o sistema nervoso central. De
forma oposta, tensão gerada no SNC pode ser
transmitida para o SNP”.
Conceitos Iniciais
O sistema nervoso se move

“O sistema nervoso se adapta aos movimentos


corporais através de movimentos relativo às
estruturas que o envolve. Como é um tecido
contínuo, movimentos em uma parte podem
ser transmitidos para outro local através de
movimentos e ou tensões”.
Conceitos Iniciais
O sistema nervoso se alonga  disposição das fibras

“O sistema nervoso possui propriedades elásticas, podendo


se encurtar ou alongar em resposta a movimentos dos
segmentos corporais. Sendo um tecido contínuo, a tensão
pode ser transmitida através do sistema”.

Obs: O sistema nervoso se alonga de 10 a 20% do seu


tamanho.
Obs: uma posição sustentada por muito tempo, pode
diminuir a vascularização e lesionar a parte nervosa.
Conceitos Iniciais

Tensão Neural
Neuroanatomia Aplicada
 O tecido conectivo do sistema nervoso central
(pia-máter, aracnóide e dura-máter) e do
sistema nervoso periférico (endoneuro,
perineuro e epineuro) oferecem proteção e
permitem o alongamento.
Inervação Nociceptiva
A inervação nociceptiva do tecido
conectivo dos nervos periféricos
vem dos nervi nervorum,
ramificações das fibras C que
percorrem o nervo ou do plexo
perivascular. Isso indica que esse
tecido também pode ser fonte de
dor.
E – Epineuro
BV – Vaso sanguíneo
NN – Nervi nervorum
NF – Fibra nervosa
Inervação do tecido conectivo do P – Perineuro
nervo periférico PVP – Plexo perivascular
Inervação Nociceptiva
“A inervação meníngea se dá através do nervo sino vertebral.
Esse tecido também pode ser fonte de dor”
Vascularização

• Os vasos sanguíneos que suprem o SN estão


normalmente frouxos, e penetram o SN em
zonas em que este está relativamente fixo em
relação as estruturas adjacentes, design que
permite uma suprimento sanguíneo contínuo
não importando qual posição ou movimento.
• Um sistema extrínseco supre o sistema
intrínseco que se ramifica para prover um
suprimento sanguíneo intrafascicular.
Vascularização

• Há uma diminuição ou a interrupção do fluxo


sanguíneo com a compressão e o alongamento
do tecido neural.

7 a 8% de alongamento já diminui o fluxo de sangue


13% de alongamento interrompe totalmente o fluxo

Obs: logo eu não devo alongar o tecido neural e sim mobilizar !!!
Fluxo Axoplasmático
• Composto por neurotransmissores, substâncias tróficas e
estruturais
• Acontece em sentido anterógrado e retrógrado
• Qualquer mecanismo que atrapalhe o fluxo axoplasmático
irá repercutir na saúde do nervo assim como no tecido que
ele inerva.
• O fluxo axoplasmático é particularmente sensível à
mudanças na circulação.
• As mudanças de pressão podem ser ocasionadas por
exemplo por compressão e alongamento excessivo.
Neurodinâmica
“O Sistema Nervoso deve se adaptar a uma gama de
movimentos corporais e ao mesmo tempo ser capaz
de realizar sua função principal: a transmissão de
impulsos”.

• Os movimentos e/ou tensões são transmitidos de uma


parte do SN para outra.
• Os movimentos e/ou tensões não são distribuídos em
sua totalidade. Há mais movimento/tensão do SN
junto à articulação em movimento, sendo
gradativamente diminuído com o afastamento desta.
Neurodinâmica
Importante !!!
• A posição do nervo em relação ao eixo de uma
articulação estabelece o efeito que o movimento dessa
articulação provoca no SN. Os testes neurodinâmicos
utilizam este princípio.
• É fisiológico o disparo de nociceptores durante seu
alongamento.
• Um reflexo de proteção muscular involuntário ocorre
a partir de um certo estresse de alongamento do
tecido neural. O reflexo é mais precoce em casos de
hipersensibilidade do tecido.
Patodinâmica
• Palpação do nervo ulnar e nervo fibular
• Percussão neural com o 2º e/ou 3º dedo ou martelo de reflexos
Patodinâmica
• Percussão neural com o 2º e/ou 3º dedo ou martelo de
reflexos.
Patodinâmica
• O sistema nervoso periférico (nervos) e o
central (medula) são geralmente lesionados por
compressão (principalmente insidiosa) pelas
estruturas adjacentes ou estiramento.
• A deformação mecânica das fibras nervosas,
provoca isquemia local e perda das
propriedades mecânicas e funcionais das fibras
nervosas.
Hipersensibilidade mecânica e química do tecido
neural e alterações centrais na modulação da dor
Patodinâmica

Uma lesão em um local pode suscetibilizar todo o


trajeto nervoso, conseqüência do comprometimento
do fluxo axoplasmático (além do efeito mecânico de
má distribuição de tensão ao longo do nervo). O
nervo fica susceptível a lesões em outros locais.
Esse fenômeno é conhecido como Double-Crush.

Síndrome Ombro-mão
Patodinâmica

Importante !!
!
• Considerando a presença freqüente de lesões
múltiplas (double-crush) e de sintomas referidos,
devemos investigar as raízes nervosas.
• Movimentos repetitivo dos membros associados à má
postura implicam em excesso de sobrecarga proximal
no membro e coluna que pode levar a um
comprometimento insidioso e isquêmico do tecido
neural.
Raciocínio Clínico
• A aplicação da técnica deve ser baseada no quadro
disfuncional (comprometimento da neurodinâmica do
sistema nervoso) do paciente, obtido por uma
avaliação criteriosa, e não apenas em seu diagnóstico
clínico
• Mobilizar o tecido neural é contra-indicado em
condições degenerativas, inflamatórias ou malignas
do sistema nervos.
• As técnicas devem ser mudadas para se adequarem à
condição do paciente. Essencialmente devem ser
suaves, rítmicas e peculiares à qualidade e quantidade
de movimentos disfuncional apresentada.
Avaliação Física do Sistema
Nervoso
• Testes neurodinâmicos (Testes de Tensão Neural)
• Palpação do sistema nervoso periférico
(hiperalgesia à palpação do tecido)
• Exame manual da condução nervosa
• Prova de função muscular
• Percussão do tecido neural
• Exame de reflexos
• Vibração
Slump Test
Aspectos Clínicos

• Diagnósticos através de imagens ou de condução


nervosa por eletroneuromiografia têm pouca validade.

Lembre-se: pode haver alteração de neurodinâmica sem


alteração da condução elétrica

• Para sinais e sintomas nos membros superiores, sempre


avalie a coluna cervical e nervos espinhais do plexo
braquial Para sinais e sintomas nos membros inferiores,
avalie a coluna lombar e raízes do plexo lombo-sacral.
Aspectos Clínicos
• História
– Mecanismo de lesão
– Postura e movimentos
• Sintomas – área – tipo
– Pontos vulneráveis
– Áreas de inervação cutânea
– Linhas de dor
– Assemelha-se a dor muscular ???
– Parestesias e anestesias
– Alodinia e hiperestesias
• Posturas e movimento
– Posturas antálgicas: diminuição da T.N
– Disfunção do movimento : ativo = passivo
Testes Neurodinâmicos
• Os testes de Tensão Neural (melhor chamados
de Testes de Provocação Neural) formam a base
da técnica de mobilização do tecido neural.
Muitas posições dos testes são usadas no
tratamento.
• Se conhecermos a trajetória de um nervo e as
estruturas anatômicas a sua volta, fica fácil
entendermos as posições usadas nos testes e nas
mobilizações.
Aspectos Clínicos da
Aplicação dos Testes
Diga ao paciente o que você vai fazer
Quando possível peça ao paciente para fazer um teste
ativo
primeiro
Note o início da resistência e se há dor ou outros sintomas
A posição inicial deve ser a mesma todas às vezes
Procure posturas antálgicas durante o teste
Teste ambos os lados
Teste de Tensão Neural
Plexo Braquial/Mediano 1 (TTMS 1 ou ULTT 1)

Nervo mediano // Nervo Ulnar Pegada para aplicação do TTMS


no nervo mediano
Teste de Tensão Neural
Plexo Braquial/Mediano 1 (TTMS 1 ou ULTT 1)

Obs: Explicar inclinação cervical antes e se necessário adicionar a inclinação


Teste de Tensão Neural
Plexo Braquial/Mediano 2 (TTMS 2 ou ULTT 2)

Obs: Explicar inclinação cervical antes e se necessário adicionar a inclinação


Teste de Tensão Neural
Plexo Braquial/Radial 2 (TTMS 2 ou ULTT 2)

Obs: Explicar inclinação cervical antes e se necessário adicionar a inclinação


Teste de Tensão Neural
Plexo Braquial/Ulnar 3 (TTMS 3 ou ULTT 3)

Obs: Explicar inclinação cervical antes e se necessário adicionar a inclinação


Teste de Tensão Neural
Plexo Braquial/N.músculo cutâneo

Obs: Explicar inclinação cervical antes e se necessário adicionar a inclinação


Teste de Tensão Neural
Isquiático/Tibial e Plexo Lombo Sacral
• Teste base: TEPE (Elevação da Perna Estendida) SLR

Fase inicial Fase final


Teste de Tensão Neural
Tibial: DF tornozelo + TEPE ou DF/Eversão + TEPE
Teste de Tensão Neural
Fibular: FP/ Inversão + TEPE

Obs: pode ser adicionado para aumentar o estresse mecânico


Adução + rotação interna do membro + inclinação contralateral
da coluna lombar
Conclusões

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