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Equilíbrio hidrossalino
Regulação do metabolismo
energético
Reprodução
Crescimento e
desenvolvimento
Envelhecimento
Exócrinas – Secretam seus produtos Alguns órgãos têm funções tanto en-
através de ductos para a superfície dócrinas como exócrinas, as glân-
epitelial interna ou externa das quais dulas mistas, e um só tipo de célula
foram originadas. Os ductos podem pode funcionar de ambas as manei-
transportar o material secretado em ras – por exemplo, no fígado, no qual
sua forma inalterada, ou podem mo- células secretam bile através de um
dificar a secreção concentrando-a, sistema de ductos também secretam
adicionando ou reabsorvendo subs- produtos na circulação sanguínea. Em
tâncias constituintes. alguns órgãos, certas células são es-
Endócrinas – Não apresentam duc- pecializadas em secreção exócrinas e
tos, pois perdem suas conexões com outras em secreção endócrina, como
o epitélio de origem e assim secretam é o caso do pâncreas.
seus produtos para os vasos sanguí- As unidades secretoras de algumas
neos ou linfáticos para distribuição. glândulas – glândulas mamárias, su-
De acordo com a organização de suas doríparas e salivares – são envolvidas
células, podem ser diferenciados dois por células mioepiteliais. São células
tipos de glândulas endócrinas, sendo: ramificadas que contêm miosina e
muitos filamentos de actina. Elas são
• Cordonal: as células formam cor-
capazes de contração, agindo na ex-
dões anastomosados, entreme-
pulsão da secreção dessas glândulas.
ados por capilares sanguíneos,
como por exemplo, paratireoide,
suprarrenal e hipófise anterior.
• Vesicular: as células formam vesí-
culas ou folículos preenchidos de
material secretado.
SAIBA MAIS!
De acordo com o modo pelo qual os produtos de secreção deixam a célula, as glândulas po-
dem ser classificadas em merócrinas, holócrinas ou apócrinas. Nas glândulas merócrinas (ex.:
pâncreas), a secreção acumulada em grânulos de secreção é liberada por meio de exocitose.
Nas holócrinas (ex.: glândulas sebáceas), o produto de secreção é eliminado juntamente com
toda a célula, processo que envolve a destruição de células repletas de secreção. Por fim, as
glândulas apócrinas, como a glândula mamária, tem seu produto de secreção descarregado
junto com pequenas porções do citoplasma apical.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 5
Figura 1. Sistema Endócrino. Fonte: MOLINA, Patricia E.. Fisiologia Endócrina. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014
Figura 2. Eixo hipotálamo-hipófise e a secreção de hormônios pela adeno-hipófise. Fonte: SILVERTHORN, Dee Un-
glaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 9
Figura 3. Eixo hipotálamo-hipófise e a secreção de hormônios pela neuro-hipófise. Fonte: SILVERTHORN, Dee Un-
glaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 10
SAIBA MAIS!
Atualmente, outros sistemas hormo- Criptócrina
nais distintos têm sido descritos. Esses
sistemas são caracterizados pelo gran- Intrácrina
de repertório de ações, pelo intercru- T3
Espermátides
zamento de ações e, ocasionalmente,
ações contrárias. Dentre esses siste-
TGF T4
mas hormonais conhecidos como “não
– clássicos”, encontramos: (1) criptócri-
no – a secreção e a ação do hormônio
ocorrem em um sistema fechado, que Células de Sertoli
Célula
envolve diferentes células, intimamen- T4
alvo
te relacionadas; (2) justácrino – o hor-
mônio sintetizado passa a integrar a TNF- alfa
membrana plasmática e embora pos-
sa ser clivado formando um peptídeo
solúvel, em geral, permanece aderido à
membrana, mantendo sua capacidade
de ação restrita às células vizinhas; (3) Justácrina
Intrácrino – por fim, nesse mecanismo
de sinalização, a síntese do hormônio Figura 5. Ações endócrinas não – clássicas, em que os hor-
e a ligação ao seu receptor específico mônios são representados por estrelas. Fonte: AIRES, Mar-
ocorrem dentro da mesma célula, sem garida de Mello. Fisiologia. 4. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012
envolver o espaço extracelular.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 12
A síntese e a ligação
ao receptor ocorrem
Atua sobre as
dentro da célula (sem
células vizinhas
envolver o interstício) Autócrina
Intrácrino Parácrina
Sinalização
Hormonal
Justácrino Endócrina
Entre células
intimamente
relacionadas
6. NATUREZA QUÍMICA DO
HORMÔNIOS
Com base em sua estrutura química,
os hormônios podem ser classifica-
dos em proteínas (ou peptídeos), es-
teroides e derivados de aminoácido
(aminas).
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 13
Hormônios proteicos ou
peptídicos
Figura 6. Síntese e secreção de hormônios peptídicos. Fonte: SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma
abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 14
SAIBA MAIS!
As gonadotrofinas são os hormônios da hipófise (LH e FSH). A urina de mulheres pós – me-
nopausa é uma excelente fonte de gonadotrofinas, pois os níveis séricos de gonadotrofinas
aumentam em consequência da perda da retroalimentação negativas pelos esteroides ova-
rianos, e os hormônios são filtrados e excretados como moléculas intactas na urina. Uma
terceira gonadotrofina é o hormônio placentário gonadotrofina coriônica humana (hCG). É um
hormônio estável e os níveis de hCG dobram no sangue a cada 2 dias no primeiro trimestre
de gestação. Logo seus níveis urinários aumentam bastante e servem como parâmetro para
o teste de gravidez.
Natureza
química dos
hormônios
Derivados de
Proteínas Esteroides
aminoácidos
Sintetizados
Derivados de a partir do Hormônios
Hidrossolúveis Catecolaminas
colesterol aminoácido tireoidianos
tirosina
Sintetizados
Sintetizados na Dois resíduos
no córtex da Ex.: E
forma de pré – de tirosina
suprarrenal, pinefrina e
pró – hormônios iodados
nas gônadas e norepinefrina
na placenta
Armazenados
em grânulos Lipossolúveis Hidrossolúveis Lipossolúveis
secretores
O Progestinas +
mineralocorticoides Meias – vidas São
processamento
+ glicocorticoides biológicas transportados
pós – traducional
+ androgênios curtas por proteínas
ocorrem dentro + estrogênios + no sangue
dos grânulos vitamina D
Circulam de Circulam
Circulam livres Meia – vida
forma livre no no plasma
no sangue biológica
sangue ligados a
longa
proteínas
Meias – vidas
curtas
biológicas
Exemplos:
insulina,
glucagon
e o ACTH
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 17
HORMÔNIOS HORMÔNIOS
HORMÔNIOS HORMÔNIOS
AMÍNICOS AMÍNICOS
PEPTÍDICOS ESTEROIDES
(CATECOLAMINAS) (TIREOIDIANOS)
Citoplasma ou núcleo;
Localização do
Membrana celular alguns têm receptor Membrana celular Núcleo
receptor
na membrana
Modificação de pro-
Resposta geral teínas existentes e Indução da síntese de Modificação de pro- Indução de síntese de
do alvo indução da síntese novas proteínas teínas existentes novas proteínas
de novas proteínas
Hormônio
Célula-
Glândula 1
Produto alvo
Produto
Figura 7. Controle hormonal da liberação de hormônios. Fonte: MOLINA, Patricia E.. Fisiologia Endócrina. 4. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2014
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 19
9. MECANISMO DE AÇÃO
SE LIGA! Os hormônios esteroides e ti- HORMONAL
reoidianos circulam ligados a proteínas
de transporte específicas, de modo que A resposta biológica aos hormônios é
menos de 10% deles existem livres em desencadeada pela ligação a recep-
solução no plasma. Eles não conseguem
tores hormonais específicos no órgão
se difundir facilmente pelos capilares e
ganhar acesso às suas células – alvo, – alvo, baseada em alta afinidade e
sendo, portanto, biologicamente ina- especificidade. A afinidade é deter-
tivos até que dissociem das proteínas minada pelas taxas de dissociação
plasmáticas. Já os hormônios hidros-
solúveis são dissolvidos no plasma e
e associação do complexo hormônio
transportados para tecidos – alvo, onde – receptor em condições de equilí-
se difundem dos capilares, entram no lí- brio. A constante de dissociação do
quido intersticial e, finalmente, chegam equilíbrio (Kd) ilustra a concentração
às células – alvo.
hormonal necessária para a ligação
dos 50% dos sítios dos receptores.
As concentrações de hormônio liga- Quando mais baixa a Kd, maior a afi-
do (HP), hormônio livre (H) e proteí- nidade de ligação, o que reflete o grau
nas plasmáticas de transporte (P) são de intensidade da interação entre o
equilibradas. Se os níveis de hormônio hormônio e o receptor. Já a especifici-
livre caem, as proteínas de transporte dade refere – se à capacidade de um
liberarão hormônio. Esta relação pode receptor hormonal de discriminar en-
ser expressa pela equação: tre vários hormônios com estruturas
correlatas.
[H] x [P] = [HP] ou K = [H] X [P]/[HP] ,
onde K é a constante de dissociação. Devemos lembrar que há um limite
de receptores aos quais um hormônio
O hormônio livre (H) é a forma biologi-
pode se ligar. Geralmente, a ocupa-
camente ativa para a ação no órgão-
ção do receptor necessária para pro-
-alvo, controle da retroalimentação
duzir uma resposta biológica é baixa,
e depuração pelo consumo e meta-
e os receptores que não ocupados
bolismo celular. Portanto, quando se
são chamados de “receptores de re-
avalia o estado hormonal, deve-se às
serva”. Nesse sentido, uma redução
vezes determinar os níveis de hormô-
do número de receptores nos tecidos
nio livre ao invés de apenas os níveis
– alvo não necessariamente provoca
de hormônio total.
um comprometimento imediato da
ação hormonal.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 22
Figura 8. Mecanismo do monofosfato adenosina cíclico (AMPc). Fonte: HALL, John E.. Tratado de Fisiologia Médica:
Guyton e Hall. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Figura 9. O sistema de segundo mensageiro de fosfolipídeos da membrana celular. Fonte: HALL, John E.. Tratado de
Fisiologia Médica: Guyton e Hall. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Receptor ligado
a proteína G
Adenilil ciclase –
AMPc
Conversão de ATP AMPc ativa a Fosforilação
Cascata de
em AMPc pela proteínocinase de proteínas Resposta celular
enzimas
adenilil – ciclase dependente específicas
Receptores
ligados a
enzimas
Mecanismos
IP3 mobiliza
de segundos Fosfolipídeos
íons cálcio
mensageiros Degradação de
Ativação da fosfolipídeos da
Resposta celular
fosfolipase C membrana celular
(IP3 e DAG) DAG ativa a
enzima
proteínocinase C
Alterações de
potencial de
membrana
Cálcio de liga
Cálcio – Abertura de
à proteína Resposta celular
Calmodulina canais de cálcio
calmodulina
Receptores
ligados a canais
iônicos
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 27
Receptores integrinas
SE LIGA! Em algumas doenças geneti-
Os receptores integrinas são classifi-
camente herdadas, o receptor integrina
cados como catalíticos. As integrinas encontra – se ausente nas plaquetas,
são proteínas transmembrana que podendo levar a defeitos na coagulação
medeiam a coagulação do sangue, o sanguínea desses indivíduos.
reparo de feridas, o reconhecimento
na resposta imune e o movimento ce- Receptores Hormonais Ligados a
lular durante o desenvolvimento. Os Enzimas
receptores integrina se ligam às pro-
teínas da matriz celular ou a ligantes Alguns receptores, quando ativados,
(anticorpos, moléculas relacionadas funcionam diretamente como enzi-
na coagulação sanguínea) no lado mas ou se associam estreitamente
extracelular da membrana. Na parte às enzimas que ativam. Esses recep-
intracelular, as integrinas se ligam ao tores são proteínas que atravessam
citoesqueleto através de proteínas de a membrana por apenas uma vez.
ancoragem. Quando ocorre a ligação Quando o hormônio se liga à par-
ligante-integrina, ocorre ativação de te extracelular do receptor, é ativada
enzimas intracelulares que alteram a (ou às vezes inativada) uma enzima,
conformação do citoesqueleto. imediatamente dentro da membrana
celular. Embora muitos receptores li-
gados a enzima tenham atividade en-
zimática intrínseca, outros dependem
de enzimas que se associam estreita-
mente ao receptor.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 29
Figura 11. Receptor ligado a enzimas: receptor de leptina. Fonte: HALL, John E.. Tratado de Fisiologia Médica: Guyton
e Hall. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Outro exemplo já ilustrado, é o do hor- final, que faz protrusão para o interior
mônio que se liga a receptor trans- da célula e catalisa a formação do se-
membrana especial, que então se tor- gundo mensageiro AMPc.
na a enzima ativada adenilil ciclase ao
Figura 12. Receptores das células – alvo localizadas na superfície celular. Fonte: SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisio-
logia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 31
RECEPTORES HORMONAIS
INTRACELULARES
Figura 13. Mecanismos de interação de hormônios lipofílicos com receptores intracelulares. Fonte: HALL, John E..
Tratado de Fisiologia Médica: Guyton e Hall. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Receptores
Ligados Ativados, geralmente, pela ligação
a Canais com neurotransmissores
Iônicos
Síntese proteica
Atuam na coagulação sanguínea, reparo de feridas,
resposta imune e mov. celular durante desenvolvimento
A subunidade a se dissocia do
Receptores
complexo trimérico
Proteínas transmembrana
Resposta celular
integrinas Alteração da
conformação
Interginas se ligam ao citoesqueleto
intracelularmente do citoesqueleto
após ligação
ligante-integrina
Sete segmentos transmembranas
Transcrição de genes –
GTP
Ligados a
alvo da leptina
Proteína G Abrem/fecham canais iônicos OU mudam atividade
enzimática OU ativam transcrição gênica Ativação do
(JAK 2)
atividade enzimática intrínseca
Receptores Seu receptor
Ligados a Único segmento transmembrana inativo encontra
Enzimas –se já no DNA
Figura 15. Destino metabólico dos hormônios. Fonte: MOLINA, Patricia E.. Fisiologia Endócrina. 4. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2014
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 35
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
HALL, John E.. Tratado de Fisiologia Médica: Guyton e Hall. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2017.
GARDNER, David G.; SHOBACK, Dolores. Endocrinologia Básica e Clínica de Greenspan. 9.
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MOLINA, Patricia E.. Fisiologia Endócrina. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 4. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
KOEPPEN, Bruce M.; STANTON, Bruce A.. Berne & Levy: Fisiologia. 6.ed. Rio de Janeiro: El-
sevier, 2009.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2017.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO 36