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MOVIMENTO I:
ANATOMIA E
FISIOLOGIA
Introdução
O sistema reprodutor possui órgãos e estruturas classificadas em internas e
externas, responsáveis pelo processo de reprodução sexual, o qual envolve
desde a produção dos gametas e hormônios sexuais que possibilitarão
a fertilização até o processo de crescimento, o desenvolvimento fetal e
o nascimento.
Neste capítulo, você estudará o sistema reprodutor masculino e o
feminino, suas principais funções e estruturas, sua produção hormonal,
bem como o desenvolvimento de um feto.
Sistema reprodutor
O sistema reprodutor do ser humano se caracteriza por possuir órgãos e estrutu-
ras diferentes de acordo com o gênero. Apesar dessas diferenças tanto do ponto
de vista anatômico como fisiológico, entende-se que, por meio de mecanismos
diferentes e complementares, o sistema reprodutor masculino e o feminino
funcionam de forma bastante semelhante. Em ambos, ele é o responsável pela
reprodução da espécie, sendo que, nesse caso, há uma reprodução sexuada,
com a troca de material genético (pelos gametas, as células germinativas) entre
os indivíduos. Essa troca ocorre por meio da junção de um óvulo (célula de
reprodução feminina) e um espermatozoide (célula masculina), podendo criar
uma pessoa pelo processo de fecundação.
2 Anatomofisiologia do sistema reprodutor
Por fim, há o pênis, um órgão com uma constituição tubular que tem no seu
interior a uretra. Ele possui dupla função: a excreção de urina e a introdução do
sêmen na vagina durante a relação sexual, sendo que os dois processos ocorrem
através da uretra. Na sua constituição, ele é dividido em raiz, corpo e glande.
A raiz é constituída de uma porção fixa responsável por ligar o pênis aos
ramos do ísquio. O corpo trata-se de uma estrutura tubular móvel, que possui
a função de abrigar o tecido erétil. Já a glande é a extremidade distal que fica
expandida e circunda o óstio externo da uretra.
O pênis é composto de três corpos cilíndricos de um tecido cavernoso
erétil, um par de corpos cavernosos dorsais e o corpo esponjoso ventral. Em
relação ao tecido erétil, trata-se de uma estrutura semelhante a um labirinto
de canais vasculares. O pênis flácido (quando não há excitação) pende da
sínfise púbica na parte anterior ao escroto, porém, se estiver ereto (há excita-
ção), enrijece e fica posicionado de modo mais vertical, conforme você pode
observar na Figura 4.
8 Anatomofisiologia do sistema reprodutor
Para saber mais sobre a síndrome do ovário policístico e como ele pode influenciar
no organismo feminino, acesse o link a seguir.
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do ciclo, que dura cerca de quatro ou cinco dias. Para compreender melhor
os acontecimentos fisiológicos, ele pode ser visto pela perspectiva ovariana
e dividido em fases folicular (pré-ovulatória) e lútea (pós-ovulatória) ou pela
endometrial (proliferativa e secretora).
A fase folicular, também chamada de pré-ovulatória, é o período entre
o fim da menstruação e início da ovulação, marcada pelos baixos níveis de
estrogênio, progesterona e inibina, enquanto ocorre um aumento nos níveis
circulantes do hormônio folículo estimulante (FSH). Esse aumento no FSH é
responsável pelo recrutamento e desenvolvimento mais intenso dos folículos
primários, de forma que aproximadamente 25 destes iniciam o processo,
mas geralmente somente um é ovulado. A maturação do folículo dominante
leva em torno de seis dias e, logo após, ele promove o aumento de estrogênio
e inibina, reduzindo a secreção do FSH, provocando a interrupção do cres-
cimento dos folículos menos desenvolvidos e degenerando-os. Já o folículo
dominante desenvolve-se até se tornar maduro e, posteriormente, até estar
pronto para a ovulação.
Devido aos níveis elevados de estrogênio ao final da fase anterior, ocorre o
processo de feedback positivo nos hormônios luteinizantes (LH) e no hormônio
liberador de gonadotrofina (GnRH), assim, o pico de LH resultante provoca a
ruptura do folículo maduro e inicia a ovulação. A ovulação é a ruptura desse
folículo e a liberação do ovócito secundário na cavidade pélvica, geralmente
no 14º dia de um ciclo de 28 dias.
Inicia-se, então, a fase pós-ovulatória do ciclo, período entre a ovulação
e a menstruação, que dura cerca de 14 dias. Depois da ovulação, as células
foliculares remanescentes formam o corpo lúteo, o qual secreta hormônios
como progesterona e estrogênio. A partir disso, o ovócito secundário está apto
a ser fertilizado, e os efeitos subsequentes dependerão se ocorreu ou não sua
fertilização pelo espermatozoide. Caso não haja a fecundação, o corpo lúteo
permanece por aproximadamente duas semanas e se degenera formando o
corpo albicante. Assim, os níveis hormonais de estrogênio e progesterona
diminuem, enquanto ocorre o aumento de FSH e LH, preparando o crescimento
folicular para o início do novo ciclo após a menstruação, que é a secreção do
revestimento do útero que se degenerou e necrosou pela baixa presença de
progesterona.
Porém, se houver fertilização, o corpo lúteo permanece íntegro após o
período de duas semanas pela ação da gonadotrofina coriônica humana (hCG,
marcado clássico em exames de gravidez), hormônio produzido pelo embrião
logo nos primeiros dias após a fertilização. O hCG estimula a atividade desse
corpo, mantendo os níveis de progesterona e estrogênio elevados, que causam
14 Anatomofisiologia do sistema reprodutor
O hímen é uma fina túnica mucosa no óstio da vagina, que em geral se rompe na
primeira relação sexual e causa um leve sangramento, mas a presença dele intacto
não indica, necessariamente, que a mulher não teve relações, como se pensou por
muito tempo. Em uma condição específica, chamada de hímen imperfurado, ele
pode fechar completamente a abertura vaginal e, por cobrir seu canal, impede o
fluxo menstrual, sendo necessária uma intervenção cirúrgica. O hímen ainda pode
ser rompido durante uma sessão de exercício físico extenuante, logo, a relação entre
sua integridade e virgindade não deve ser vista como uma regra.
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