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Sistema Reprodutor

Curso: Técnico em Enfermagem

Disciplina: Fisiologia

Profª: Cristian Kelly


Objetivos:

o Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino e


Masculino;
o Finalidade do Sistema Reprodutor;
o Desenvolvimento Embrionário;
o Esterilidade masculina e feminina.
Finalidade do Sistema Reprodutor

A reprodução é um processo pelo qual novos indivíduos


são gerados, a partir de organismos vivos da mesma
espécie. Esse processo permite que as características dos
indivíduos sejam passados para os seus descendentes,
garantindo a continuidade da espécie.
O sistema reprodutor do ser humano, estabelece as
funções de produzir os gâmetas e auxiliar a união
destes.
Constituição do Sistema Reprodutor
Feminino
Órgãos que constituem o Sistema Reprodutor
Feminino:
❖ Útero;
❖ Vagina;
❖ Tubas Uterinas;
❖ Ovários (Gônadas);
Vagina
A vagina contém de cada
lado de sua abertura,
internamente,
duas glândulas denominadas
glândulas de Bartholin,
que segregam um muco
lubrificante.
Útero

O interior do útero é
revestido por um tecido
muito vascularizado e
sua parede é formada
por três camadas, que
são as mesmas das
tubas uterinas: serosa,
miométrio e
endométrio.
Útero
O endométrio é uma camada de células que reveste a
cavidade uterina e tem uma participação muito importante
durante a ovulação. Todos os meses torna-se mais espesso
para receber o óvulo fertilizado. Caso não ocorra a
fertilização, o endométrio que se desenvolveu é eliminado
através da menstruação.
Útero
Durante uma gravidez, o
útero se expande e
o feto se desenvolve em
seu interior. É também
responsável pela expulsão
do feto, através de
contrações, no momento
do parto.

Nidação
Tubas Uterinas ou Trompas de Falópio

As tubas uterinas transportam os óvulos que


romperam a superfície do ovário até a cavidade do
útero.

A Fecundação ocorre
nas Tubas Uterinas
Ovários

Os ovários produzem os óvulos e as hormônios sexuais


femininos, estrogénio e progesterona.
Ovários
A camada mais externa de tecido é chamada de
córtex e possui milhares de células, que são os
óvulos imaturos, chamados de folículos primários,
que completam seu desenvolvimento durante a
ovulação. Esses folículos começam a crescer e a
desenvolver-se sob a ação das hormônios, processo
que começa na adolescência.
Hormonas femininas

O estrogênio é produzido pelos folículos ovarianos e está relacionada com o


controle da ovulação e com o desenvolvimento de características femininas
na adolescência.

A diminuição de estrogénios faz com que a mulher se sinta depressiva, com


medo, apreensiva, irritada, insegura e pessimista. A camada de gordura
feminina é mais extensa do que a masculina, porque o estrogênio contribui
para a consolidação do tecido adiposo, dificultando a sua metabolização.
Hormonas femininas
A Progesterona é um hormônio produzido, a partir da puberdade,
pelo corpo lúteo e pela placenta durante a gravidez. A
progesterona é o segundo hormônio feminino e é produzida
principalmente no ovário. No processo da ovulação, o óvulo, célula
fértil feminina, encontra-se dentro de uma pequena bolinha de
líquido chamada folículo, este folículo produz o estrogénio. Após a
libertação do óvulo este folículo se transforma em corpo amarelo
ou lúteo, e começa a produzir progesterona, a qual prepara a
mulher para a gravidez.
Ciclo menstrual e os hormônios
FSH: hormônio folículo estimulante – hipófise - estrógeno;

LH: hormônio luteinizante – hipófise - progesterona;

Estrogênio: proliferação do endométrio – ovário;

Progesterona: hormônio da gravidez – ovário e placenta.


Ciclo Menstrual
No começo do ciclo menstrual os níveis de estrogênio aumentam,
fazendo com que o revestimento do útero cresça e engrosse. Um ovulo
começa a ficar maduro em um dos ovários. Por volta do meio do ciclo
menstrual o ovulo deixa o ovário em um processo chamado ovulação,
onde começa o período fértil.

O ovulo começa a viajar pelas trompas de falópio até o útero.

Se o ovo for fertilizado por esperma e se ligar ao útero, a mulher


engravida. Caso contrário, o útero não precisará do revestimento extra
e começa a se livrar dele. Esse processo, no qual o revestimento extra
do útero é eliminado pela vagina, chama-se menstruação.
Fases do ciclo menstrual
Fase 1 do ciclo menstrual - Menstruação – Dias 1 a 7
A superfície do endométrio (mucosa que reveste o útero) quebra-se em um fluido
sangrento. Esse fluido sai do útero através do cerviz e deixa o corpo através da
vagina. Uma menstruação normal dura de 3 a 7 dias.

Fase 2 do ciclo menstrual – Fase Folicular - Ovulo prepara-se para deixar o ovário
– Dias 6 a 12 (ou mais)
A hipófise sinaliza aos ovários que liberem estrogênio e progesterona, os
hormônios responsáveis pelo ciclo menstrual. O hormônio estrogênio faz com que
o endométrio engrosse e fique pronto para alimentar e proteger um futuro
embrião caso ocorra gravidez. O hormônio progesterona mantém o revestimento
até que a mulher esteja grávida e durante a gravidez, ou até que a menstruação
comece.
Fases do ciclo menstrual

Fase 3 do ciclo menstrual – Ovulação ou período fértil – Dias 13-15


A glândula pituitária sinaliza para liberação do hormônio folículo-
estimulante e do hormônio luteinizante. O hormônio folículo-estimulante
faz com que o ovo se desenvolva no ovário. O hormônio luteinizante
causa a liberação de um ovo maduro (ou mais), o qual entra no tubo de
falópio e pode ser fecundado.

Fase 4 do ciclo menstrual – Revestimento continua a engrossar –


Depois da ovulação - Ovo viaja pela tuba até o útero. Se o ovo não for
fertilizado por esperma ou não se implantar, a superfície do endométrio
não será mais necessária e então começa a ser eliminada. O ciclo
menstrual é então completado e a menstruação começa de novo.
Constituição do Sistema Reprodutor
Masculino
Órgãos que constituem o Sistema Reprodutor Masculino:
❖ Pénis;
❖ Testículos;
❖ Epidémios;
❖ Ductos deferentes;
❖ Glândulas anexas;
❖ Ducto ejaculatório;
Pênis

O pênis é o órgão muscular encarregado


de depositar os espermatozoides no
interior da vagina. O seu interior é
composto por três cilindros de tecido
esponjoso, os vasos cavernosos, formados
por vasos sanguíneos que, durante o ato
sexual, estimulados pelo sistema nervoso
autónomo, recebem uma quantidade maior
de sangue, dilatando-se e provocando a
ereção do órgão.
Prepúcio
Prega de pele que reveste
a glande para a proteger,
deve ser retrátil permitindo
expor completamente a
glande, caso contrário o
indivíduo sofre de um
problema chamado fimose
tendo que ser sujeito à
circuncisão médica em
que se retira o prepúcio.
Testículos
Encontram-se protegidos dentro do saco
escrotal. As paredes dos testículos contêm
células dispostas em camadas, sendo as
mais internas chamadas de células
germinativas primordiais, elas participam do
processo de espermatogênese, formação
de novos espermatozoides. Os testículos
estão sujeitos a uma temperatura de cerca
de 2 a 3º C mais baixa que a do resto do
corpo e esta é fundamental para a
espermatogênese.
No interior dos testículos existem as Testículos
células de Leydig ou células
intersticiais, estruturas que produzem
a hormona masculina testosterona,
responsável pelo desenvolvimento de
caracteres sexuais secundários
masculinos. Os testículos são
glândulas mistas, pois produzem ao
mesmo tempo espermatozoides
(secreção externa) e testosterona
(secreção interna);
Hormônio masculino

A testosterona tem afunção de promover o desenvolvimento


dos tecidos reprodutores masculinos, como os testículos ou a
próstata, das características sexuais secundárias, como o
aumento da musculatura, massa óssea e o crescimento de
pelos no corpo.
Epidídimo

● Os túbulos seminíferos existentes


dentro dos testículos convergem
todos para uma estrutura chamada
de epidídimo, que tem como
função armazenar os
espermatozoides até que estes
sejam liberados no ato sexual. Por
ter dois testículos, o homem tem
também dois epidídimos;
Epidídimo
● Armazenamento;
● Maturação dos espermatozóides.
● Está localizado superiormente a cada testiculo e é
neste local que são armazenados os espermatozoides
até à ejaculação ou até à sua destruição.
Canal deferente

Cada epidídimo está ligado a um


canal fino e longo denominado
canal deferente. Por eles os
espermatozoides passam pelas
glândulas anexas, onde se
misturam com as suas secreções
para posteriormente serem
expulsos do organismo através da
uretra;
Ducto Deferente (Canal Deferente)
Continuação do ducto do
epidídimo termina na porção
prostática da uretra;
Recebe secreções da vesícula
seminal.
Ligam o epidimo à uretra de
forma a permitir a saída dos
SPTZs (na vasectomia ele é
cortado e suturado, impedindo a
passagem dos SPTZ para a
uretra)
Vasectomia
Os ductos deferentes são
seccionados e ligados. A
vasectomia interfere no
transporte dos
espermatozóides, mas não
afeta diretamente a secreção
de androgênios (um
hormônio que dá origem ao
desenvolvimento de
características próprias do
sexo masculino) das células
de Leydig do tecido
intersticial.
Uretra Masculina
● Tubo condutor de urina e gametas;

Canal comum ao aparelho


reprodutor e excretor

Isto é: por lá sai a urina


durante a micção e o esperma
durante a ejaculação.
Vesícula seminal e a Próstata
● Produzem secreções que, juntamente
com os espermatozóides, constituirão o
sêmen;
● Mais fluida e mais alcalina;
● Dissacarídeos.
Vesícula Seminal

São as primeiras glândulas a agir sobre os


espermatozoides. Estas libertam um líquido nutritivo, o
fluido seminal, rico em açúcares, principalmente frutose.
Tem carácter alcalino, neutralizando o meio ácido da uretra
e do canal vaginal e evitando a morte dos
espermatozoides.
Próstata

A sua secreção viscosa e alcalina,


incorpora a composição do sémen,
conferindo mobilidade aos
espermatozoides no meio exterior,
além de combater o pH ácido da
vagina, prejudicial aos mesmos;
Glândulas de Cowper

As glândulas bulbouretrais ou
glândulas de Cowper localizam-se sob
a próstata, ligadas à uretra. Durante a
estimulação sexual libertam uma
secreção lubrificante que facilita a
relação sexual e limpa a uretra dos
resíduos de urina.
Ducto Ejaculatório

O sémen é
formado e expulso
pela uretra no
clímax do ato
sexual.
Fisiologia da Reprodução
Fecundação

A fecundação consiste na união


de dois gâmetas (ou células
sexuais), um feminino e outro
masculino, produzindo uma célula,
o ovo ou zigoto, a partir da qual se
desenvolve um novo ser vivo.
Fecundação
Nos organismos superiores, os gâmetas, que se formam por
meiose, contêm metade do número normal de cromossomas
da espécie a que pertencem. Durante a fecundação, com a
ocorrência da fusão dos dois gâmetas e dos seus núcleos -
cariogamia - o número de cromossomas característico da
espécie é reposto.
Fecundação

A fecundação humana é o nome que se dá


quando um óvulo é fertilizado por um
espermatozoide, durante o período fértil da
mulher, dando início a uma gravidez. Também
pode ser chamada de conceção e, geralmente,
ocorre nas tubas uterinas. Depois de algumas
horas, o zigoto, que é o óvulo fecundado,
migra para o útero, onde irá se desenvolver.
Ocorrência da Fecundação

Um óvulo é libertado de um dos


ovários, aproximadamente, 14
dias antes do primeiro dia do
período menstrual e segue para
uma das tubas uterinas.
Se houver espermatozoides
presentes, a fertilização ocorre e
o óvulo fecundado é
transportado até o útero.
Nidação

O termo nidação refere-se ao momento


de implantação de um embrião na parede
uterina (endomètrio). Como o processo
de transferência do embrião das tubas
uterinas (onde ocorreu a fertilização) até
ao útero pode demorar cerca de 4 a 15
dias, então a fixação do embrião ocorrerá
nesse intervalo de tempo no endométrio.
Nidação

Após todo esse processo, o próprio embrião passa


a produzir HCG (Hormônio Coriônico
Gonadotrófico) que irá impedir a regressão do
corpo amarelo, mantendo assim a produção de
estrogénio e progesterona.
Fases do desenvolvimento Embrionário

O desenvolvimento embrionário tem


início com a fecundação, ou seja, o
processo através do qual o gâmeta
masculino, o espermatozoide, e o
gâmeta feminino, o ovócito, se
unem formando um zigoto. As
características do novo indivíduo
são determinadas pelos
cromossomas herdados nesse
momento do pai e da mãe.
Esterilidade masculina e feminina
O que é infertilidade/esterilidade?
Infertilidade é quando um casal não consegue a gravidez desejada
ao fim de um ano de vida sexual ativa e contínua, sem usar qualquer
método contracetivo.

Esterilidade, é a impossibilidade do homem ou da mulher de


produzir gametas (células sexuais: óvulos/espermatozoide) ou zigotos
(células que resultam da fusão entre óvulos e espermatozoides)
viáveis.
Podemos dizer que um casal é infértil se tem
apenas uma diminuição da probabilidade
de gravidez, que podem ser contornadas por
medidas médicas, e que é estéril quando a
capacidade de gerar filhos é nula.
Nestes casos são feitos exames no homem e na mulher com o
intuito de detetar as possíveis causas e, a partir daí, definir quais os
possíveis métodos de tratamento para que o casal consiga gerar
filhos. Devemos levar em conta que não é apenas a frequência com
que o casal tem relações sexuais que é importante, afinal, a
fertilização acontece num curto prazo de no máximo 72 horas em
relação à ovulação da mulher.
As causas mais frequentes de infertilidade masculina
estão relacionadas com a produção de
espermatozoides e problemas de caminho destes
espermatozoides até o óvulo.
Um homem pode acabar por se tornar estéril por conta
de doenças ou problemas adquiridos ao longo da vida,
além do fato de que o próprio envelhecimento provoca
alterações funcionais que acabam por gerar a redução
da produção de espermatozoides.
Esterilidade feminina
As causas de infertilidade feminina podem ser várias e devem ser
averiguadas:
● Problemas na ovulação (fator ovulatório);
● Alterações tubárias (fator tubário);
● Alterações no útero (fator uterino);
● Endometriose (quando o tecido uterino se encontra fora do útero);
Tratamento da infertilidade:
● Fertilização assistida; é realizada através da manipulação dos meios
de fecundação e de um ou dos dois gametas (óvulos/
espermatozoides), para preparar as condições perfeitas para o
processo de reprodução.
● Inseminação artificial - consiste na colocação do sémen dentro do
útero da mulher durante o período fértil;
● Fertilização in vitro - o sémen é colocado em contacto com o óvulo
dentro de um tubo de vidro, e após a fecundação, o óvulo é
recolocado no útero;
● Injeção intracitoplasmática de esperma – O espematozoide é
colocado dentro do óvulo por meio de um microscópio.
Fatores de risco:

Baseada nos principais fatores da infertilidade, a Sociedade


Americana de Medicina Reprodutiva estabeleceu quatro cuidados
principais:
● Idade: não deixar para engravidar tarde
● Doenças sexualmente transmissíveis: prevenir e tratar
rapidamente
● Peso: evitar baixo peso ou obesidade
● Tabagismo: para de fumar, pois o cigarro reduz a fertilidade.
Impotência sexual
A impotência sexual masculina, ou disfunção erétil, é a
incapacidade de iniciar e manter uma ereção em, pelo
menos, metade das tentativas de contato íntimo, podendo
também ser considerada a interrupção das tentativas durante a
relação.
Causas de impotência sexual masculina

As causas por distúrbios mecânicos ou fisiológicos,


muitas vezes, têm relação com antecedentes cirúrgicos,
como cirurgia vascular, pélvica, retal ou da próstata.
Alguns medicamentos e mesmo a ingestão regular de
álcool e drogas ilícitas podem provocar a impotência,
da mesma forma como concentrações baixas de
testosterona no sangue.
Tratamento para impotência sexual masculina

Em grande parte das vezes, a disfunção erétil pode ser


tratada. Mas, o tipo de tratamento depende da sua causa e
do estilo de vida do doente. Já a cura, ela pode estar na
psicoterapia, na reposição hormonal, injeções,
dispositivos a vácuo ou na intervenção cirúrgica com a
introdução de prótese, por exemplo.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

● Fox, Stuart I. Fisiologia Humana . Disponível em: Minha Biblioteca, (7ª


edição). Editora Manole, 2007.
● SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana: Órgãos Internos. 23
ed. Rio De Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2012.

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