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1 INTRODUÇÃO
A saúde sexual1 significa para os indivíduos a vivência livre, agradável, prazerosa e segura,
por meio de abordagens positivas da sexualidade humana e respeito mútuo nas relações sexuais,
valorização da identidade e das experiências individuais, das relações interpessoais e da vida,
independentemente de orientação sexual e identidades de gênero. Mulheres lésbicas e bissexuais
têm direito ao planejamento da vida sexual e reprodutiva, às tecnologias reprodutivas, ao aborto
legal e à assistência humanizada durante a gestação, o parto e o puerpério.
A saúde reprodutiva implica que a pessoa possa “ter uma vida sexual segura e satisfatória,
tendo autonomia para se reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve
fazê-lo”. 1 Devem, portanto, ser ofertados a homens e mulheres adultos, jovens e adolescentes
informação, acesso e escolha a métodos eficientes, seguros, permissíveis, aceitáveis e não
contrários à Lei nº 9.263/1996, além da oferta de outros métodos de regulação da fecundidade e o
direito ao acesso a serviços apropriados de saúde para o pré-natal, o parto e o puerpério.2, 3
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Plano de cuidados
continua
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PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres
continuação
Enfermeiro(a)/ médico(a)
Abordagem de casais soro discordantes:
• Orientar para os cuidados preventivos, prestar
esclarecimentos sobre os tratamentos disponíveis e
sobre as medidas para o controle da infecção materna
e para a redução da transmissão vertical do HIV.
• Acompanhar conjuntamente com o serviço de atenção
especializada (SAE).
Enfermeiro(a)/ médico(a)
Escolha do método anticoncepcional:
• Orientar sobre os métodos anticoncepcionais
existentes e disponíveis na Atenção Básica.
• Informar a eficácia de cada método, sua forma de uso
e possíveis efeitos adversos.
• Orientar sobre suas contraindicações diante de certos
antecedentes clínicos e/ou ginecológicos.
• Reforçar a importância do retorno para
acompanhamento clínico conforme método em uso e
disponibilidade da usuária.
• Recomendar métodos de acordo com adequação e
escolha informada da usuária, considerando fatores
individuais e contexto de vida dos usuários(as) no
momento da escolha do método.
Escolha do método contraceptivo de emergência:
• Informar sobre a forma de uso (ver quadro 5) e
indicações (relação sexual sem uso de preservativo
ou falha do método em uso. Inclui também a indicação
em casos de violência sexual – ver capítulo 7, sobre
Atenção às Mulheres em Situação de Violência).
• Ofertar o método sempre que necessário, uma vez
que é um direito da usuária. Mulheres que mantenham
relações sexuais ocasionalmente podem optar pelo
contraceptivo de emergência sem que isso lhe acarrete
qualquer dificuldade de acesso ao método.
continua
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conclusão
Equipe multiprofissional
Responsabilização da figura masculina na anticoncepção:
• Estimular a participação do casal no momento da
escolha do método.
• Estimular a participação masculina nos demais
momentos além da escolha do método, como durante
o acompanhamento de pré-natal e na saúde da
criança.
• Orientar sobre direitos sexuais e reprodutivos para
além do controle de natalidade.
Abordagem da usuária ou do casal em possibilidade ou
confirmação de gravidez indesejada:
• Propor planejamento reprodutivo em caso de exame
negativo de gravidez com orientação para início de
método anticoncepcional. Em caso de confirmação
e acompanhamento da gestação, propor métodos
para posterior adesão (ver sobre teste de gravidez
no capítulo 1, seção 1.2 – Atraso menstrual e
amenorreias).
• Orientar sobre as consequências e fatores relacionados
a um abortamento inseguro: clínicas não equipadas e
profissionais não capacitados; método empregado;
idade gestacional.
• Conversar e orientar acerca dos métodos que colocam
a vida da mulher em maior risco: 1) inserção de uma
substância ou objeto (uma raiz, um galho, um cateter)
no útero; 2) dilatação e curetagem feitas de forma
incorreta por profissional não capacitado; 3) ingestão
de preparados caseiros; 4) aplicação de força externa.
• Informar e orientar para as principais consequências
de abortamento inseguro e acionar os demais
membros da equipe ou serviços de saúde
especializados, quando necessário. A saber:
óbito materno; hemorragia; septicemia; peritonite;
traumatismo do colo do útero e dos órgãos abdominais
etc.
• Acolher e acompanhar de forma humanizada a mulher
com histórico de abortamento.
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PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres
3 FLUXOGRAMAS
ACOLHIMENTO
COM Condições
Avaliação econômicas.
ESCUTA clínica
QUALIFICADA Enfermeiro(a) Estado de saúde
Equipe Situação 1 – A /médico(a) e condições
multiprofissional mulher, o homem clínicas
ou o casal correlacionadas.
manifesta o Aspirações
Relação de desejo de iniciar reprodutivas.
cuidado e uso de Problematização Características
construção anticoncepção. dos métodos da personalidade
de confiança disponíveis da mulher e/ou
Equipe dos parceiros e
Situação 2 – A multiprofissional parceiras.
mulher, o homem Fatores culturais
ou o casal e religiosos.
manifesta o
Outros fatores,
Abordagem desejo de trocar Escolha da como medo,
em saúde mulher, do dúvidas e
sobre direitos Situação 3 – A homem ou vergonha.
sexuais e mulher, o homem casal
ou o casal
manifesta o
desejo de
interromper o
uso de Orientações e
abordagem de Escolha e
Importante: dúvidas oferta do
- Priorizar a decisão da Equipe método
mulher de iniciar ou não o Situação 4 – A
multiprofissional Enfermeiro(a)
uso do método mulher, o homem /médico(a)
anticoncepcional (não ou o casal
apenas no início da vida manifesta o não
sexual).
- Levar em consideração
desejo ou a não
que, muitas vezes, a escolha demanda em
do método por parte da iniciar uso de Manter vínculo para
mulher é resultado dos anticoncepção. reavaliação do uso do
processos sociais e método escolhido.
históricos permeados de “Volte quando quiser.”
sensações, emoções,
recordações e fantasias
Encoraje a mulher, o
vividas por ela. homem ou o casal para que
se sinta à vontade para
Para mais informações: retornar quando quiser –
Ver os quadros da sessão por exemplo, caso tenha
Informações problemas, dúvidas ou
Complementares e os links queira usar outro método;
disponíveis na sessão Saiba caso ela tenha alguma
Mais.
alteração na saúde; ou se a
mulher achar que pode
estar grávida.
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Observações legais:
ACOLHIMENTO COM - A regulamentação da
ESCUTA esterilização feminina e masculina
QUALIFICADA é feita pela Lei nº 9.623/96
Equipe Orientar outros (Planejamento Familiar).
multiprofissional métodos - Não se pode fazer a
anticoncepcionais. esterilização por outro
Relação de Equipe procedimento que não a LT e a
cuidado e vasectomia.
construção de multiprofissional
- Não se pode realizar a
confiança laqueadura tubária (LT) nos
períodos pós-parto ou aborto,
Abordagem exceto nos casos de comprovada
em saúde Não necessidade, por cesarianas
sobre direitos
sexuais e
planejamento
reprodutivo,
orientando
sobre todos os
Homem ou
mulher com Sim
capacidade civil Aguardar prazo de
plena que 60 dias entre a
tenha: expressão do
1) Idade maior desejo da
que 25 anos; esterilização e a
Orientar sobre a OU realização.
dificuldade de 2) Pelo menos
reversibilidade dois filhos
do método de vivos. Esterilização
esterilização. masculina
Equipe Orientar sobre o (vasectomia)
multiprofissional preenchimento de Serviço de
documento que
referência
expresse a vontade do
indivíduo contendo
informações sobre o
procedimento (e riscos,
Orientar sobre a Esterilizaçã
efeitos colaterais,
dificuldade de o feminina
dificuldade de reversão
reversão dos (laqueadura
e opções de
Se houver dúvida, métodos definitivos tubária –
contracepção
orientar sobre outros no momento da LT)
reversível). Esse
métodos escolha do método. Serviço de
contraceptivos (ver A LT e a vasectomia referência
quadros de 1 a 6 e possuem baixa taxa
fluxogramas de 4 a 6). de reversibilidade
Equipe cirúrgica (na
multiprofissional laqueadura tubária, o
sucesso da
reversibilidade pode
chegar a 30% dos
casos).
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PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres
Exames complementares
Ocorrência de duas ou passíveis de serem solicitados na
Equipe mais interrupções Atenção Básica quando
multiprofissional: gestacionais disponíveis ou quando o serviço
- Orientação subsequentes. especializado não é de fácil
nutricional de Enfermeiro(a)/Médico(a): acesso:
diminuição do - Administração preventiva de 1) Para a mulher: dosagens
índice de massa ácido fólico (400µg ou 0,4 hormonais (FSH para
corporal para mg, VO/dia, pelo menos 30 avaliação de menopausa
mulheres com dias antes da concepção). precoce – ver capítulo
sobrepeso e Mulheres com história de Atenção às Mulheres no
obesidade e distúrbio de tubo neural Assistência Climatério e seção 1.2 no
estímulo a devem usar dose diária de preconcepcional capítulo Atenção aos
hábitos 4mg, iniciadas pelo menos 30 para pessoas que Problemas/Queixas mais
saudáveis dias antes da concepção. vivem com o HIV: Comuns em Saúde das
(atividade física, - Investigação para - Visar às metas de Mulheres), TSH, T4 livre e
cessação do toxoplasmose, sífilis e rubéola recuperação dos prolactina).
tabagismo e de e hepatite B/C para o casal níveis de linfócitos T- 2) Para o homem: espermograma
álcool e outras (prover a imunização prévia à CD4+ e redução da (se exame normal, solicitar
drogas etc.). gestação, tanto para a mulher carga viral de HIV histerossalpingografia para a
- Orientação quanto para o homem). circulante (níveis parceira. Se exame anormal,
quanto ao uso - Oferecer a realização do indetectáveis) repetir após um mês; mantido
de teste anti-HIV para o casal. - Proporcionar o exame alterado, encaminhar
medicamentos. Para outras IST, ofertar acesso a serviços ao especialista – urologia ou
- Avaliação das tratamento sindrômico. especializados e a andrologia).
condições de - Realização de colpocitologia técnicas de
trabalho, visando oncótica, de acordo com o assistência para a
os riscos nos protocolo vigente. concepção em Sobre a adoção:
casos de - Bom controle das condições casais HIV+ Qualquer pessoa com mais de 18
exposição a clínicas preexistentes, como o (soroconcordantes anos pode adotar,
tóxicos diabetes, hipertensão arterial, ou independentemente do estado
ambientais. epilepsia e HIV/aids sorodiscordantes) e civil. Para quem optar pela
- Ensinar a (acompanhamento para a medidas para a adoção, orientar sobre o Cadastro
calcular o prevenção de transmissão prevenção da Nacional de Adoção (que conta
período vertical). transmissão vertical com o preenchimento de
ovulatório do - Suspender quaisquer do HIV (uso de informações e documentos
ciclo (orientar métodos anticoncepcionais antirretrovirais na pessoais, antecedentes criminais e
para o registro em uso e avaliar a prática gestação, uso de judiciais), a ser feito em qualquer
sistemático das sexual do casal (frequência de AZT no parto e para Vara da Infância e Juventude ou
datas das relações sexuais, prática de o recém-nascido no fórum mais próximo.
menstruações; sexo vaginal com ejaculação exposto e a inibição
estimular para na vagina, uso lubrificantes e da amamentação)
que o intervalo de duchas após a relação
entre as etc.).
gestações seja
de, no mínimo,
dois anos).
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Quais os efeitos
Como utilizar? colaterais/adversos mais
comuns?
AOC: iniciar
preferencialmente entre o 1º e AOC e Alterações da menstruação,
o 5º dia do ciclo menstrual. MINI náuseas ou tonturas, alterações
Manter o intervalo de sete PÍLULA do peso (AOC), alterações de
dias entre as cartelas, no humor ou no desejo sexual, acne
caso do AOC monofásico. (AOC), cefaleia comum (AOC),
Minipílula: ingerir 1 dores de cabeça com enxaqueca,
comprimido ao dia sem sensibilidade dos seios, dor aguda
intervalo entre as cartelas. na parte inferior do abdômen
(minipílula) etc. Ver mais
informações no quadro 6.
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Como utilizar?
- Se trimestral, a
cada três meses Quais os efeitos colaterais/adversos mais
(13 semanas). Se AI comuns?
mensal, a cada TRISMESTRAL Alterações da menstruação, alterações do
quatro semanas e MENSAL peso (AI mensal), alterações de humor ou no
(30 dias); desejo sexual (AI trimestral), cefaleia comum,
- O AI trimestral dores de cabeça com enxaqueca, sensibilidade
pode ser adiantado dos seios (AI mensal) etc. Ver mais
ou atrasado em até informações no Quadro 6.
duas semanas; o AI
mensal pode ser
adiantado ou
atrasado em até 7
dias.
Se após gestação:
- Amamentando de forma exclusiva ou quase ou
parcialmente para AI trimestral: se não houve retorno da
menstruação, iniciar a qualquer momento se há certeza
razoável de que não está grávida. Método de apoio por 7
dias.
O que orientar? - Amamentando de forma exclusiva ou quase ou
- Para maior Quando parcialmente para AI mensal: atrase a primeira injeção até
eficácia, é começar? completar seis semanas depois do parto ou quando o leite
importante aplicar - A usuária não for mais o alimento principal do bebê – o que ocorrer
no intervalo pode primeiro.
correto. começar o - Após aborto (espontâneo ou não): imediatamente. Se mais
- No caso do AI uso a que sete dias, iniciar desde que haja certeza razoável de que
trimestral, o qualquer não está grávida (método de apoio por sete dias)
retorno à momento se - Não amamentando: 1) para AI trimestral, se menos de
fertilidade é houver quatro semanas, iniciar a qualquer momento (sem
gradual, mas pode certeza necessidade de método de apoio); 2) para AI mensal, se
apresentar alguma razoável de menos de quatro semanas do parto, iniciar a qualquer
demora. que não está momento a partir do 21º do parto; 3) para ambos AI, se mais
- Não protege grávida. que quatro semanas do parto, iniciar a qualquer momento
contra doenças Utilizar desde que com certeza razoável de que não está grávida.
sexualmente método de Se a menstruação tiver retornado, começar tal como
transmissíveis apoio por mulheres que apresentam ciclos menstruais.
(IST). sete dias.
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Quando indicar?
- Para toda e qualquer mulher,
independentemente se adolescente ou
adulta, que preencha os critérios de
elegibilidade para anticoncepção o DIU
de cobre.
- Mulheres que tenham risco de contrair
ou estejam infectadas com o HIV, ou
que tenham aids e que estejam em
terapia antirretroviral (ARV) e estejam
clinicamente bem podem colocar o DIU
com segurança. As usuárias de DIU com
aids devem ser reavaliadas sempre que
surgirem sintomas adversos, como dor
pélvica ou corrimento, na unidade
básica (monitorização para doença Quais os efeitos colaterais/adversos
inflamatória pélvica). mais comuns?
Alterações da menstruação, dor aguda
na parte inferior do abdômen, cólicas e
dor, possibilidade de anemia,
possibilidade de perfuração uterina etc.
Ver mais informações no Quadro 6.
O que orientar?
- Possui alta eficácia.
- Proteção de longo prazo contra
gravidez (duradouro).
- A mulher retorna rapidamente à DIU DE
fertilidade quando retirado o dispositivo. COBRE
- Não protege contra doenças Se após gestação:
sexualmente transmissíveis (IST). - Logo após o parto: a qualquer
momento até 48 horas depois de dar à
luz (exigirá um profissional com
treinamento específico em inserção pós-
parto). Se já se passaram mais de 48
horas após o parto, retarde a inserção
do DIU por quatro semanas ou mais.
- Após quatro semanas do parto: ela
poderá colocar o DIU a qualquer
momento desde que haja certeza
Quando colocar? razoável de que não está grávida. Se a
menstruação tiver retornado, ela poderá
- Se apresenta ciclos menstruais: a colocar o DIU como aconselhado para
qualquer momento do mês. Caso se mulheres que apresentem ciclos
passaram mais de 12 dias do início da menstruais.
menstruação, poderá colocar o DIU a - Após aborto (espontâneo ou não):
qualquer momento desde que se imediatamente se houver certeza
certifique a não possibilidade de razoável de que não está grávida e não
gravidez. Não há necessidade de houver infecção. Não há necessidade
método de apoio. de um método de apoio.
- Se está mudando de outro método: a - Se houver infecção, trate-a ou
qualquer momento se estiver usando o encaminhe a usuária e ajude-a a
outro método de forma consistente e escolher outro método. Se ela ainda
correta ou ainda se houver certeza quiser colocar o DIU, ele poderá ser
razoável de que não está grávida. Não inserido após a infecção ter
há necessidade de método de apoio. desaparecido completamente. A
- Após tomar AHE: o DIU pode ser inserção de DIU após aborto no
inserido imediatamente após o uso. segundo trimestre exige treinamento
específico. Caso não haja alguém com
este treinamento, retarde a inserção por
Nota * A inserção de DIU pode ser realizada por médico(a) e enfermeiro(a). O enfermeiro, após treinamento e cumprindo
o disposto na Resolução COFEN nº 358/2009, está apto a realizar consulta clínica e a prescrever e inserir o DIU como
ações intraconsulta.14
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PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres
4 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
PODE SER
CATEGORIA AVALIAÇÃO CLÍNICA
USADO?
Categoria 1 Pode ser usado em qualquer circunstância.
SIM
Categoria 2 Uso permitido, em geral.
O uso geralmente não é recomendado. Exceção feita
Categoria 3 para quando outros métodos indicados não estejam
disponíveis ou não sejam aceitáveis. NÃO
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conclusão
ANTICONCEPCIONAL
ANTICON- INJETÁVEL
DIU DE MÉTODOS DE
CEPCIONAL MINIPÍLULA
Combinado Progestágeno COBRE BARREIRA**
CONDIÇÃO ATUAL ORAL*
(mensal) (trimestral)
HAS com PAS>160 e
4 4 3 2 1 1
PAD>=100 mmHg
HAS + portadora de
4 4 3 2 1 1
doença vascular
História atual de TEP/
4 4 3 3 1 1
TVP
Histórico TEP/
TVP + uso atual de 4 4 2 2 1 1
anticoagulante oral
História prévia de
4 4 2 2 1 1
TEP/TVP
2 (introdução
do método)
Isquemia cardíaca
4 4 3 3 1 1
(prévia ou atual)
(manutenção
do método)
2 (introdução
do método)
AVC (prévio ou atual) 4 4 3 3 1 1
(manutenção
do método)
Dislipidemias 2/3 2/3 2 2 1
Diabetes há mais
de 20 anos OU com
doença vascular 3/4 ¾ 3 2 1
(nefro, retino ou 1
neuropatias)
2 (introdução 1 (introdução
2 (introdução
do método) do método)
Enxaqueca sem aura do método)
3 2 2 1 1
(<35 anos) 3 (manutenção
(manutenção (manutenção
do método)
do método) do método)
3 (introdução 2 (introdução 2 (introdução
3 (introdução
do método) do método) do método)
Enxaqueca sem aura do método)
4 3 3 1
(>= 35 anos) 4 (manutenção 1
(manutenção (manutenção (manutenção
do método)
do método) do método) do método)
2 (introdução 2 (introdução
do método) do método)
4 (introdução 4 (introdução
Enxaqueca com aura 3 3 1 1
do método) do método)
(manutenção (manutenção
do método) do método)
Câncer (CA) de mama
4 4 4 4 1
atual
Histórico de CA de
mama – ausência de 3 3 3 3 1
evidência por 5 anos
Uso atual de
3 2 1 3 1
anticonvulsivantes**
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PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres
C – Ainda não há riscos demonstrados para o feto, para a mulher ou para a evolução da gestação nesses casos quando usados
acidentalmente durante a gravidez, MAS ainda não está definida a relação entre o uso do acetato de medroxiprogesterona na gravidez
e os efeitos sobre o feto.
D – O DIU de cobre é categoria 1 se: a) For introduzido em menos de 48 horas do parto, com ou sem aleitamento, desde que não haja
infecção puerperal (cat. 4); b) For introduzido após quatro semanas do parto.
E – O DIU de cobre é categoria 3 se introduzido entre 48 horas e quatro semanas após o parto.
F – Categoria 4 para colocação de DIU de cobre em casos de DIP atual, cervicite purulenta, clamídia ou gonorreia.
G – Em quaisquer casos, inclusive DIP atual, o DIU de cobre é categoria 2, se o caso for continuação do método (usuária desenvolveu
a condição durante sua utilização), ou se forem outras IST que não as listadas na letra.
Notas:
* Anticoncepcionais com dose menor ou igual a 35 mcg de etinilestradiol.
** Diafragma, preservativo masculino, feminino e espermicida.
*** Anticonvulsivantes: fenitoína, carbamazepina, topiramato, oxcarbazepina, barbitúricos, primidona. Não entra nessa lista o ácido
valproico.
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TEMPORÁRIOS (REVERSÍVEIS)
Métodos de barreira
Métodos hormonais
Via de
Tipos Apresentação
administração
Combinado (monofásico) – AOC Etinilestradiol 0,03 mg + levonorgestrel 0,15 mg
Hormonais orais Minipílulas Noretisterona 0,35 mg
Pílula anticoncepcional de emergência (AHE) Levonorgestrel 0,75 mg
Enantato de norestisterona 50 mg + valerato de
Mensais (combinado)
estradiol 5 mg
Hormonais
injetáveis
Trimestrais (progestágeno) Acetato de medroxiprogesterona 150 mg
164
PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres
1,5 mg de levonorgestrel,
Caso haja vômitos até uma hora após a ingestão dos
dose única, via oral
Levonorgestrel comprimidos, repetir a dose após uso de um antiemético e
(preferencialmente*)
(comprimidos de de se alimentar
0,75) OU
165
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continuação
COMUM EM QUAIS
SITUAÇÃO O QUE FAZER?
MÉTODOS?
166
PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres
continuação
COMUM EM QUAIS
SITUAÇÃO O QUE FAZER?
MÉTODOS?
AOC
Recomendar uso de sutiã firme (inclusive durante
Minipílula atividade física). Orientar uso de compressas
Sensibilidade dos seios
quentes ou frias. Sugira um analgésico.
Injetável mensal Considerar soluções localmente disponíveis.
(combinado)
Ficar atento a sinais de gravidez ectópica. Ficar
atento a sinais de doença inflamatória pélvica
(DIP) e iniciar o tratamento imediatamente
Minipílula se confirmada a hipótese. Realizar exames
abdominais e pélvicos. Iniciar o tratamento
Dor aguda na parte inferior
DIU de cobre rapidamente. Não há necessidade de retirar o DIU
do abdômen
caso a mulher queira continuar a usá-lo (exceto
ACE em caso de doença inflamatória pélvica – ver
capítulo 1, sobre as queixas mais comuns). Caso
deseje retirar, realizar a retirada após início do
tratamento.
É comum que a mulher sinta um pouco de cólicas
e dor um ou dois dias após a colocação do DIU.
As cólicas também são comuns nos primeiros
três a seis meses de uso do DIU, particularmente
durante a menstruação. De modo geral, não é algo
prejudicial e normalmente diminui com o tempo.
Sugerir um analgésico, de preferência um anti-
inflamatório não esteroidal ou hioscina. Se ela
também tiver menstruação intensa ou prolongada,
não deverá utilizar aspirina (pode aumentar o
sangramento).
DIU de cobre
Se as cólicas continuarem e ocorrerem fora da
Cólicas e dor menstruação:
167
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conclusão
COMUM EM QUAIS
SITUAÇÃO O QUE FAZER?
MÉTODOS?
168
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5 SAIBA MAIS
• Sobre como são os métodos contraceptivos ofertados pelo SUS, veja o Caderno
de Atenção Básica nº 26: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/
abcad26.pdf
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REFERÊNCIAS
1 – BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília, 2010. (Caderno
de Atenção Básica, n. 26). Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/
cadernos_ab/abcad26.pdf>.
5 – CARVALHO, Marta Lúcia O.; PIROTTA, Katia Cibelle Machado; SCHOR Neia. Apoio: a forma
predominante de participação masculina na regulação da fecundidade do casal. Saúde e
Sociedade, São Paulo, v. 9, n. 1-2, jan./dez. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
sausoc/v9n1-2/05.pdf>.
10 – HIV: science and stigma. The Lancet, v. 384, n. 9.939, p. 207, 2014. Disponível em: <http://
www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(14)61193-4/fulltext>. Acesso em: 10
dez. 2014.
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PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres
13 – BEYRER, C. et al. An action agenda for HIV and sex workers. The Lancet, v. 385, n. 9.964,
p.287-301, 17. jan. 2015.
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