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PESSOAS EM

SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA
Natália Fadini Assereuy
Psicóloga CRP 16/1864
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940: Código Penal Brasileiro, art. 128.
(Define as hipóteses de aborto legal, ou seja, aquele que poderá ser praticado por médico, auxiliado por sua
equipe médica. Portanto, a enfermeira também não será punida, visto que a norma penal é extensiva a ela neste
caso)

Lei 12.015/2009 – estupro de vulneráveis.


(Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou
dificulte a livre manifestação de vontade da vítima)

Lei Nº 12.845/2013 – Lei do minuto seguinte. Dispõe sobre atendimento à vítima de violência sexual.
(Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento emergencial, integral e multidisciplinar,
visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual, e
encaminhamento, se for o caso, aos serviços de assistência social)

Decreto Lei Nº 7958/2013 - Estabelece diretrizes para o atendimento às pessoas em situação de violência
sexual pelos profissionais de segurança pública e da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde;
Portaria Nº 485/2014 - regras para serviços de referência: redefine o funcionamento do serviço de atenção às
pessoas em situação de violência sexual;

Portaria Nº 618/2014 - Altera a tabela de serviços especializados do Sistema de Cadastro Nacional de


Estabelecimentos de Saúde (SCNES) para o serviço 165 Atenção Integral à Saúde de Pessoas em Situação de
Violência Sexual e dispõe sobre regras para seu cadastramento;

Portaria nº 2.415/2014 - Inclui o procedimento Atendimento Multiprofissional para Atenção Integral às


Pessoas em Situação de Violência Sexual e todos os seus atributos na Tabela de Procedimentos,
Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do SUS;

Portaria nº 1.662/2015 - Define critérios para habilitação para realização de Coleta de Vestígios de Violência
Sexual no Sistema Único de Saúde (SUS), inclui habilitação no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (SCNES) e cria procedimento específico na Tabela de Procedimentos,
Medicamentos e Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do SUS.

Lei Estadual Nº 11.147/2020 – Lei do Cuidado.


Define a obrigatoriedade de notificação dos eventos de violência de interesse do sistema único de saúde, para
profissionais da saúde, educação, assistência social e conselho tutelar.
Norma técnica atenção humanizada às pessoas em situação de violência sexual com registro de informações e
coleta de vestígios, Ministério da Saúde, 2015.

Atenção humanizada ao abortamento: norma técnica / Ministério da Saúde, 2011.

Linha de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de
violências: orientação para gestores e profissionais de saúde. / Ministério da Saúde, 2011.
FUNCIONAMENTO EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Funciona em regime integral, 24 (vinte e Os profissionais que compõem a equipe
quatro) horas por dia, nos 7 (sete) dias necessitam de postura empática e de
acolhimento, de articulação em rede, sensível
da semana;
à política de enfrentamento à violência,
Possui local específicos para o
Necessariamente, deve – se evitar na composição
desenvolvimento do atendimento da equipe, profissionais com objeção de
multiprofissional a pessoas em situação consciência e características pessoais que
de violência. perpetuam a violência contra a mulher.
SERVIÇO DO HMSJ
Visacontribuir para a manutenção da vida e
a mitigação dos efeitos da violência, Interrupção de
ofertando atenção integral e cuidado em
ATENDIMENTO rede às pessoas em situação de violência. Gravidez
Acolhimento, atendimento humanizado, escuta Previstos em Lei
qualificada, informação, respeitando as Atendimento clínico, ginecológico, cirúrgico e
decisões da pessoa; psicossocial, contando com serviço de apoio
Atendimento clínico e psicológico; anamnese,
laboratorial;
dispensação e administração de
Apoio diagnóstico e assistência farmacêutica; e
medicamentos, exames laboratoriais, ficha de Coleta e guarda de material genético até o repasse
notificação, orientação sobre direitos e do mesmo à equipe do Instituto ou Departamento
encaminhamento para acompanhamento Médico Legal.
clínico e psicossocial;
R E S IDÊNCIA M U L T I P R O F IS S I O N A L / U F F / C O R E M U / 2 020

A gravidez decorrente de violência sexual representa, para grande parte das mulheres, uma
segunda forma de violência. A utilização da Anticoncepção de Emergência (AE) pode
interromper esse processo. Esse recurso (AE),

a) deve ser prescrito para todas as mulheres e adolescentes em faixa etária reprodutiva,
mesmo que a violência sexual tenha se dado por meio de coito oral ou anal.
b) deve ser prescrito para todas as mulheres e adolescentes expostas à gravidez, através de
contato certo com sêmen, independente do período do ciclo menstrual em que se encontrem,
sendo desnecessário se estiver usando regularmente método anticonceptivo.
c) deve ser prescrito para todas as mulheres e adolescentes expostas à gravidez, através de
contato certo ou duvidoso com sêmen, independente do período do ciclo menstrual em que se
encontrem, que tenham tido a primeira menstruação e que estejam antes da menopausa.
d) é necessário mesmo se a mulher ou a adolescente estiver usando regularmente método
anticonceptivo de elevada eficácia no momento da violência sexual.
R E S IDÊNCIA M U L T I P R O F IS S I O N A L / U F F / C O R E M U / 2 020

Um serviço de orientação em saúde sexual e reprodutiva para adolescentes deve estar


preparado para atender a essa população, proporcionando o direito a uma atenção eficaz e de
qualidade, que pressupõe minimamente a oferta de

a) boa comunicação, com linguagem simples, mas sendo norteada com senso valorativo, além
de atendimento para ambos os sexos.
b) disponibilidade constante de insumos, levando-se em consideração a necessidade de
prevenção principal quanto a gravidez, além de ênfase na parte educativa, em grupo.
c) profissionais qualificados para a especificidade do atendimento e facilidade de acesso aos
serviços.
d) garantia de que os/as adolescentes constituem o centro de interesse durante a entrevista,
sendo necessária a presença dos pais ou dos familiares para passarem segurança nesse
momento, além da avaliação integral do/da adolescente.
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O manual “Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres
e adolescentes: norma técnica” recomenda, em situação absoluta, a profilaxia pós exposição
sexual ao HIV nos casos de

a) penetração oral com ejaculação.


b) violência sexual com penetração vaginal e/ou anal desprotegida, sofrida há menos de 72
horas.
c) violência sexual sofrida há mais de 72 horas.
d) abuso sexual crônico pelo mesmo agressor.
Obrigada!

E-MAIL:

nataliafadini@hotmail.com

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