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FLUXO DE ATENDIMENTO À PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

NO CTA/SAE

A violência sexual é entendida como uma questão de saúde pública, segurança e acesso à justiça,
que exige do Estado políticas e ações integradas para responder a esse problema. Pode acometer crianças,
adolescentes, mulheres, homens e pessoas idosas em espaços públicos e privados; e causar traumas,
ferimentos visíveis e invisíveis e em algumas situações, levar à morte. (Ministério da Saúde, 2015). A
violência é um fenômeno multidimensional que afeta todas as classes sociais, raças, etnias e orientações
sexuais, que se constitui como uma das principais formas de violação dos direitos humanos, atingindo o
direito à vida, à saúde e à integridade física. Um dos grandes desafios para enfrentar essa violência é a
articulação e integração dos serviços e do atendimento de forma a evitar a revitimização e, acima de tudo,
oferecer o atendimento humanizado e integral.
A atenção às pessoas em situação de violência sexual é composta por ações intersetoriais que
possibilitam o atendimento, proteção, prevenção a novas situações e medidas para possibilitar a
responsabilização dos (as) autores (as) de agressão. Em âmbito nacional, destacam-se a Lei nº 12.845/2013,
que dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual na rede do
Sistema Único de Saúde (SUS) e o Decreto nº 7.958/2013, que estabelece diretrizes para o atendimento
humanizado às vítimas de violência sexual pelos profissionais da área de segurança pública e da rede de
atendimento do SUS.
O atendimento à vítima de estupro é complexo, necessitando idealmente de cuidados de uma equipe
multidisciplinar familiarizada com casos similares, que podem ser organizados em hospitais gerais e
maternidades, prontos socorros, Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) e no conjunto de serviços de
urgência não hospitalares. Devem atender 24hs por dia nos 7 dias da semana e contar com equipe
multiprofissional para o atendimento. Nos casos de violência contra criança, adolescente e pessoa idosa os
órgãos de proteção devem ser comunicados imediatamente, a exemplo do conselho tutelar, vara da infância,
conselho da pessoa idosa ou outros órgãos referentes a essas competências. Compõe o atendimento integral
à saúde de pessoas em situação de violência, o registro da notificação compulsória de suspeita ou evidência
de violências interpessoais e autoprovocadas definidas pela legislação (violências contra crianças,
adolescentes, mulheres e pessoas idosas) de acordo com a Portaria GM/MS nº 1.271 de 06/06/2014.
Salienta-se que nas situações de violência sexual esta notificação é obrigatória e imediata para mulheres e
homens em todos os ciclos de vida.

Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná


Rua XV de Novembro, 1287 - TOLEDO – PR CEP 85900-200 - CNPJ 73.449.977/0001-64
http://www.ciscopar.com.br - Fone (45) 3252-3524 / 3277-7800
O atendimento no CTA/SAE CISCOPAR à vítima que sofreu violência sexual visa a redução dos
agravos, permitindo, assim acesso imediato aos cuidados de saúde, à prevenção de doenças e gravidez
indesejada.
O paciente é acolhido no CTA/SAE no consultório de Enfermagem, após passar pelo serviço de
saúde, onde ela foi encaminhada primeiramente. Juntamente com os pais ou responsáveis (no caso de
menor de idade) onde são realizadas orientações quanto aos procedimentos realizados.

Descrição da ação ou procedimento:

 Acolher a vítima em um local seguro e de preferência isolada dos demais atendimentos;


 Solicitar a notificação de violência domestica, sexual e/ou outras violências, preenchido e
assinado, caso a(o) paciente não possua, realiza-la;
 Realizar anamnese e acolher a vítima, para que ela possa sentir segurança no atendimento
prestado;
 Solicitar um documento original com foto;
 Realizar os testes rápidos de HIV, SÍFILIS, HEPATITES B e C;
 Entrar em contato com médico infectologista do CTA/SAE repassando o caso para verificar
se há indicação do uso da medicação de profilaxia;
 Entregar a receita das medicações profiláticas para IST’s (em anexo), caso não tenha sido
feita, e orientar a(o) paciente quanto ao uso da medicação;
 Orientar a vítima quanto ao uso da Profilaxia Pós Exposição – PEP
 Orientar a vitima sobre as próximas testagens para HIV, HBSAG, HCV e Sífilis em 30 e 90
dias;
 Encaminhar a(o) paciente para a farmácia para retirada da quimioprofilaxia;
 Realizar copia da notificação e encaminhar para Vigilância Epidemiológica do município.

A equipe do CTA/SAE não é responsável pelo exame físico na(o) paciente para constatar o abuso,
pois o mesmo é realizado por um médico especializado.

Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná


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Profilaxia das IST’s em situação de Violência Sexual

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