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As ideias Fundamentais para a manutenção da boa saúde sexual e reprodutiva

A boa saúde sexual e reproductiva é um estado de completo bem-estar social, físico e mental
em todos os aspectos relativos ao sistema reprodutivo. Isso significa que as pessoas são
capazes de ter uma vida sexual satisfatória e segura, a capacidade de se reproduzir, bem como
a liberdade para decidir quando e quantas vezes para fazê-lo.

Para manter a saúde sexual e reprodutiva, as pessoas precisam ter acesso à informação precisa
e aos métodos contraceptivos seguros, eficazes, acessíveis, aceitáveis e à sua escolha. Devem
ser informadas e capacitadas para se proteger de infecções sexualmente transmissíveis. E
quando elas decidem ter filhos, as mulheres devem ter acesso aos serviços que podem ajudá-
las a ter uma gravidez e parto seguro e um bebê saudável.

Cada indivíduo tem o direito de fazer suas próprias escolhas sobre sua saúde sexual e
reprodutiva. O UNFPA, juntamente com uma vasta gama de parceiros, trabalha para alcançar a
meta de acesso universal à saúde e direitos sexuais e reprodutivos, incluindo o planeamento
familiar.

Em Moçambique, o UNFPA tem como principal objectivo garantir maior disponibilidade e


utilização dos serviços integrados de saúde sexual e reprodutiva (incluindo o planeamento
familiar, saúde materna e VIH) sensíveis ao género e que atendam aos padrões de direitos
humanos para a qualidade dos cuidados e equidade no acesso.

Para a vivência da sexualidade e da reprodução de forma saudável, supõe-se que estas estejam
pautadas no acesso à informação, respeito, promoção da liberdade, igualdade, privacidade,
autonomia, pluralidade, integralidade e dignidade. Nesse sentido, os direitos sexuais e
reprodutivos operam como garantias fundamentais contemporâneas8 que buscam assegurar a
saúde sexual e reprodutiva dos indivíduos.

Torna-se evidente, pela leitura desse documento, que a saúde reprodutiva está relacionada a
uma vida segura e satisfatória, com capacidade plena de reprodução e decisão sobre a mesma.
Está implícito o direito de homens e mulheres de serem informados e de terem acesso aos
métodos eficientes, seguros, aceitáveis e financeiramente compatíveis de planejamento
familiar.

A saúde reprodutiva tem como requisito o acesso a serviços apropriados de saúde que
propiciem às mulheres condições de passar com segurança pela gestação e parto,
proporcionando aos casais maiores chances de terem um filho sadio. A assistência à saúde
reprodutiva passa a ser vista como um conjunto de métodos, técnicas e serviços que
contribuem para a saúde e o bem-estar reprodutivo, prevenindo e resolvendo os problemas de
saúde reprodutiva.

Os procedimentos a recorrer para eliminação das doenças sexualmente


transmissíveis

A estratégia básica para o controle da transmissão das DST e do HIV, se dará por meio
da constante informação para a população geral e das atividades educativas que
priorizem: a percepção de risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção e
adoção de medidas preventivas com ênfase na utilização adequada do preservativo. As
atividades de aconselhamento das pessoas com DST e seus parceiros durante o
atendimento são fundamentais, no sentido de buscar que os indivíduos percebam a
necessidade de maior cuidado, protegendo a si e a seus parceiros, prevenindo assim a
ocorrência de novos episódios.

Deve-se sempre enfatizar a associação existente entre as DST e a infeção pelo HIV.
Deve-se, ainda, estimular a adesão ao tratamento, explicitando a existência de casos
assintomáticos ou pouco sintomáticos, também suscetíveis a graves complicações. A
promoção e distribuição de preservativos deve ser função de todos os serviços que
prestam esse tipo de assistência. Desta forma, a assistência pode se constituir em um
momento privilegiado de prevenção.

Tão importante quanto diagnosticar e tratar o mais precocemente possível os portadores


sintomáticos é realizar a detecção dos portadores assintomáticos. Entre as estratégias
que poderão suprir esta importante lacuna estão os rastreamentos de DST
assintomáticas, especialmente sífilis, gonorréia e clamídia em gestantes ou adolescentes,
em serviços específicos, como aqueles que executam atendimento ginecológico, em
especial os de planejamento familiar, de atendimento pré-natal e os serviços de
prevenção do câncer cérvico-uterino.

Algumas mudanças na orientação dos profissionais de saúde para que passem a fazer
assistência integral aos usuários são de fundamental importância pois, com isso, os
indivíduos em situação de risco teriam uma oportunidade para aconselhamento e/ ou
diagnóstico.

O tratamento deve ser instituído no momento da consulta, preferencialmente com


medicação por via oral e em dose única, ou com o menor número possível de doses. A
utilização de alguns fluxogramas desenvolvidos, testados e já validados, provê a
possibilidade de tratamento imediato e a ruptura imediata da cadeia de transmissão.
Nesta abordagem são pesquisados os sintomas e/ou sinais que, agrupados, forneçam o
diagnóstico de uma síndrome. O tratamento visará, então, os agentes etiológicos mais
comuns na síndrome em estudo. Para que esse tipo de assistência seja adequadamente
implementada deve incluir ainda a coleta de material que permita a realização do
diagnóstico etiológico em laboratório local ou de referência, aconselhamento para
redução de risco, tratamento de parceiros, orientações para adesão aos tratamentos
fracionados, promoção e distribuição de preservativos.

Contribuições para a existência de uma sociedade livre dos males que provem do não
conhecimento da saúde sexual e reprodutiva

Uma forte barreira a ser superada é a falta de informações, a eles direcionadas, sobre seus
direitos sexuais e direitos reprodutivos, sobre as possibilidades de serem vítimas de
violência doméstica e psicológica e de abuso sexual, sobre sua maior vulnerabilidade para o
uso de medicamentos, álcool e outras drogas, para as doenças sexualmente transmissíveis e
infecção pelo vírus HIV e para a gravidez não planejada.

Para superar essa barreira, é necessário garantir acessibilidade à informação e à educação


em sexualidade para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos com deficiência,
considerando a especificidade de cada fase do ciclo de vida e cada deficiência.

A saúde sexual e reprodutiva ainda é um tema cercado de tabus, seja pela falta de
conhecimento ou por preconceitos.

Desenvolver ações relacionadas à saúde sexual é uma tarefa complexa. A diversidade de


aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais — vivenciada pela nossa sociedade —
requer a adoção de diferentes abordagens, considerando não apenas o indivíduo, mas
também a família e a comunidade.

A necessidade de esclarecimento sobre a saúde sexual fica ainda mais evidente ao


analisarmos as estatísticas da gestação na adolescência. Segundo dados da Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Frebasgo), no Brasil, um em cada
sete nascimentos é oriundo de mães adolescentes. Em 2019, foram contabilizados 19.330
nascimentos em mães de até 14 anos.

Contudo, a gestação precoce não é a única preocupação. Levantamento feito pela


Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de um milhão de Infecções
Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são adquiridas, diariamente, em todo o mundo, sendo a
maioria assintomática.

Para transformar esse cenário, é imprescindível educar a população sobre a saúde sexual.
Neste conteúdo, traremos informações importantes sobre os direitos ao acesso à saúde
sexual e reprodutiva, gravidez na adolescência e Infecções Sexualmente Transmissíveis
(ISTs).

Há de se garantir também o atendimento adequado às pessoas com deficiência que


vivenciam diferentes formas de expressão e exercício da sexualidade, como também as
questões relativas à raça/etnia.
REFERÊNCIAS

Brasil. (2015). Cuidando de Adolescentes: orientações básicas para a saúde sexual e


saúde reprodutiva. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidando_adolescentes_saude_sexual_repr
odutiva.pdf

Brasil. (2013). Saúde sexual e saúde reprodutiva. Disponível em:


https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf

Douglas JM Jr, Fenton KA. Understanding sexual health and its role in more effective
prevention programs. Public Health Rep. 2013 Mar-Apr;128 Suppl 1(Suppl 1):1-4. doi:
10.1177/00333549131282S101. PMID: 23450880; PMCID: PMC3562741.

OPAS. HIV/aids. 2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/hivaids. Acesso


em: 26 ago. 2022.

WHO. Sexually transmitted infections (STIs). 2021. Disponível em:


https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-
(stis)#:~:text=STIs%20have%20a%20profound%20impact,and%20trichomoniasis
%20(156%20million). Acesso em: 26 ago. 2022.

WHO. Sexual Health. 2021. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/sexual-


health#tab=tab_1. Acesso em: 26 ago. 2022.

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