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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações no Processo de


Ensino-Aprendizagem (PEA)

Carlos Luís Ferrão: 71230678

Quelimane, Março de 2023


Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações no Processo de


Ensino-Aprendizagem (PEA)

Trabalho de Carácter avaliativo, desenvolvido no


Campo a ser submetido na Coordenação do Curso
de Licenciatura em Ensino de Geografia da
UnISCED.

Tutor:

Carlos Luís Ferrão: 71230678

Quelimane, Março de 2023

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Índice
1. Introdução:.................................................................................................................................4

1.1. Objectivos:.................................................................................................................................4

1.1.1. Geral:..........................................................................................................................................4

1.1.2. Específicos.................................................................................................................................4

1.2. Metodologia:..............................................................................................................................4

2. Teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget.............................................................5

2.1. Etapas do desenvolvimento cognitivo.....................................................................................5

2.1.1. Etapa sensório-motora...............................................................................................................6

2.1.2. Etapa pré-operatória..................................................................................................................6

2.1.3. A etapa operatório-concreta.....................................................................................................6

2.1.4. A etapa Operatório-formal.......................................................................................................7

3. As implicações da teoria de Piaget no Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA)............7

4. Conclusão:..................................................................................................................................9

5. Referências Bibliográficas......................................................................................................10

1. Introdução:
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O presente trabalho em desenvolvimento, cinge-se sobre “Teoria de desenvolvimento
psíquico de Jean Piaget e suas implicações no Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA)”.
Diante deste trabalho veremos que os estudos realizados pelo pesquisador Jean Piaget são de
suma importância para o entendimento e analises das fases de desenvolvimento humano no
que tange o aspecto biológico. Visto que o desenvolvimento da aprendizagem está
intimamente ligado a maturação dos aspectos biológicos, onde pode ocorrer nesse processo a
autorregulação, ou. seja, a adaptação e interação do ser com um novo ambiente, sendo que
parte da observação animal e posteriormente para a humana

Portanto, o desenvolvimento da aprendizagem está diretamente ligado aos estimulos que o


ambiente oferece e como o organismo se adapta aos mesmos, gerando assim mudanças que
acarretam em desenvolvimento e consequentemente em aprendizagens, passando por fases de
maturação no decorrer da vida.

Sendo assim, propomos, neste trabalho, discutir a as fases de desenvolvimento segundo Jean
Piaget, voltadas a maturação biológica, as quais se remetem a quatro estágios: sensório motor
(do nascimento até aproximadamente os 2 anos), pré-operacional (dois a sete anos),
operacional concreto (sete aos 12 anos) e operações formais (a partir dos 12 anos).

1.1. Objectivos:
1.1.1. Geral:
 Compreender a teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações
no Processo de Ensino-Aprendizagem.

1.1.2. Específicos
 Discutir sobre a teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget;
 Identificar as fases de desenvolvimento cognitivo do psíquico Piaget;
 Descrever as implicações da teoria de Piaget no Processo de Ensino-Aprendizagem.

1.2. Metodologia:
Já sabemos que metodologia são caminhos que nos usamos para alcançar os nossos
objectivos. Deste modo, para a concretização deste trabalho, foi possível através de consultas
bibliográficas, livros electrónicos e o uso métodos de elaboração de trabalhos de pesquisa
científica.
2. Teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget

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Piaget desenvolveu um longo trabalho de análise do desenvolvimento infantil. De acordo com
Pulaski (1980), ele adentrou no ramo acadêmico com pesquisas voltadas ao contexto
biológico, mais tarde, iniciou estudos no ramo da psicologia, tendo interesse em analisar os
estágios do desenvolvimento infantil.

Esse psicólogo, certa vez, identificou alterações em um caracol Limmaea Stagnalis o qual
teve modificações em sua estrutura conforme o local que estava inserido. Logo ao estudar a
psicologia do desenvolvimento, pode perceber que os seres humanos também são mutáveis de
acordo com o meio em que estão inseridos. “A habilidade de adaptar-se a novas situações
através da auto-regulação é o elo comum entre todos os seres vivos e a base da teoria
biológica do conhecimento de Piaget” (Pulaski, 1980, p.22).

Portanto, o desenvolvimento da aprendizagem está relacionado com o meio em que se está


inserido. Ao entrar em contato com novos estímulos, ocorre a necessidade de adaptação
gerando um equilíbrio sobre o que supostamente se tem contato, unindo com o novo
conhecimento e gerando readaptação do aprendizado.

2.1. Etapas do desenvolvimento cognitivo


O desenvolvimento é um processo de equilibração sucessivas, que embora contínuo, é
caracterizado por diversas fases ou períodos.

Piaget, ao propor que o desenvolvimento precede a aprendizagem, considerou o


desenvolvimento relativamente previsível e linear, visto que determinados conhecimentos só
são adquiridos após a maturação das estruturas biológicas, sendo essas lineares e previsíveis;
sequentemente a esse conceito Piaget (1971) elaborou os estágios do desenvolvimento
cognitivo, sendo um dos principais pontos de suas teorias.

Ao conceituar como se estabelece o desenvolvimento mental, Piaget (1971) considerou quatro


períodos no processo evolutivo do desenvolvimento do homem, que se desmembram no
decorrer das faixas etárias: estágio da inteligência Sensório-motora (0 – 2 anos), estágio Pré-
operatório (2 – 6 anos), estágio operatório concreto (6 – 12 anos) e estágio operatório formal
(12 anos em diante). Mas vale ressaltar que os valores cronológicos são estreitados e podem
variar individualmente, mas a sequência em que ocorrem é invariável.

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2.1.1. Etapa sensório-motora
Dos 0 aos 2 anos de idade. A criança tem como base exclusivamente em percepções sensório
e em esquemas motores para resolver seus problemas “tais esquemas, formas de inteligência
exteriorizada, vão-se modificando com a experiência” (Davis, 1990, p. 40).

Essas modificações evoluem até o aparecimento da função simbólica até o surgimento da fase
pré-operatória.

Nesse momento as funções mentais limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos,
onde o universo é tido como a percepção de movimentos que vão se aperfeiçoando e
adquirindo novas habilidades. As realizações do bebê consistem em grande parte na
coordenação de suas percepções sensoriais e em comportamentos motores simples.

No estágio sensório motor, segundo a mesma autora é alcançado o equilíbrio quando a criança
consegue atingir objetos afastados ou escondidos pelas pessoas que a rodeiam, pois ao
conquistar isso o bebê demonstra que sua ação apresenta-se estruturada quanto aos aspectos
espaço-tempo-causa, ressaltando também a capacidade de permanência do ser e a superação
do egocentrismo, e consequentemente o aparecimento da função simbólica.

2.1.2. Etapa pré-operatória


Dos 2 até 6 anos. É marcado pelo aparecimento da linguagem oral. Que permite surgir
esquemas representativos ou simbólicos e sustentados por conceitos, e pelo animismo e pela
transdedutividade e depende da percepção imediata. E não os reversíveis.

Davis (1990) refere que “O pensamento pré-operatório indica, portanto, inteligência capaz de
ações interiorizadas, ações mentais,” (p.41).

O estágio pré-operacional é representado por um grande avanço para o desenvolvimento com


a gênese da capacidade simbólica. O desenvolvimento da linguagem traz consigo três
consequências para a vida mental da criança, sendo: a socialização da ação com trocas entre
os indivíduos; o desenvolvimento da intuição e desenvolvimento do pensamento a partir do
pensamento verbal que traz consigo o finalismo (porquês), e os animismos, e por fim o
artificialismo.

2.1.3. A etapa operatório-concreta


Dos 6 aos 12 anos. É a etapa da reversibilidade. É marcada pelo pensamento lógico, objetivo,
e reversível, que permite a ideia de conservação. Porém a criança só consegue pensar
concretamente.
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De acordo com Davis (1990) “O pensamento agora baseia-se mais no raciocínio que na
percepção”. (p. 44).

O pensamento nesse estágio apresenta novas características como a descentração que permite
à criança perceber e considerar mais de um atributo de um mesmo objeto de uma vez e formar
categorias de acordo com critérios múltiplos e a conservação que consiste no entendimento de
que algumas propriedades de um objeto vão permanecer as mesmas, mesmo quando outras
são alteradas.

2.1.4. A etapa Operatório-formal


No período operatório formal que se inicia por volta dos 12 anos e segue durante a vida, as
estruturas cognitivas da criança estão mais maduras e seu pensamento não está ligado às
experiências diretas.

A partir dos treze anos o pensamento se tornasse livre da realidade concreta permitindo o
abstrato do pensamento e a construção madura do raciocínio.

Quatro elementos básicos são responsáveis pela passagem de uma etapa de desenvolvimento
mental para a seguinte: a maturidade do sistema nervoso, a interação social, a experiência
física e a equilibração. Destas a interação social é a menos importante. “desta maneira, a
educação é em especial a aprendizagem tem, no entender de Piaget, um impacto reduzido
sobre o desenvolvimento intelectual. Desenvolvimento cognitivo e aprendizagem não se
confundem (…)” (Davis, 1990, p.46).

O sujeito nessa etapa exibe facilidade em elaborar teorias abstratas. A passagem para o
pensamento formal torna o raciocínio hipotético-dedutivo, isto é, capaz de deduzir conclusões
de puras hipóteses e não apenas por uma observação real. Sendo assim, as operações lógicas
começam a ser transportadas do plano da manipulação concreta/direta para a das ideias,
expressas em linguagem, mas sem o apoio da percepção, da experiência, da crença.

3. As implicações da teoria de Piaget no Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA)


A educação considera as etapas do desenvolvimento de Piaget para adequar as técnicas e o
material de ensino, bem como as habilidades e limitações de cada fase. Na fase sensório-
motora a principal característica da criança é a percepção e a motricidade a escola (creche)
adapta o conhecimento as maturidades das crianças. Nessa fase, por exemplo, o
comportamento da criança é lúdico. A escola faz uso da motricidade e do caráter lúdico de

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criança para trabalhar com jogos que envolva a percepção “tátil”, visual e auditiva, bem como
a ludicidade para inserir os elementos que ela considera essenciais para formar o cidadão.

Na fase pré-operatória a escola faz uso d percepções imediatas e do personalismo da criança


bem como da sua competência oral e simbólica para inserir símbolos, significados e conceitos
no ensino, visto que a criança já tem condições e interesses em aprendê-los.

Na fase operatório-concreta a criança adquire a reversibilidade e concretude do pensamento


lógico, a escola usa material concreto para ensinar bem como ensinar conteúdos que exijam
ideias de conservação.

Quando o adolescente adquire formalidade ou abstração do pensamento à escola traz então


temáticas que exijam reflexões que muito estimulam a aprendizagem nessa fase. Vale dizer
que Piaget não escreveu essa teoria para a educação. Para Piaget a “aprendizagem (…) é
encarada como um processo mais restrito, causado por situações especificas (como a
frequência escolar) e subordinado tanto a equilibração quanto á maturação”. (Davis, 1990, p.
46).

Terra (2011) descreve contribuições da teoria piagetiana para o processo de aprendizagem,


como a possibilidade de estabelecer parâmetros a partir dos estágios de desenvolvimento, a
valorização dos erros como estratégias durante as tentativas de aprendizagem e a
compreensão sobre os diferentes estilos individuais de aprender.

Como a teoria considera apenas o desenvolvimento infantil de modo algum ela oferece
subsídios para o ensino de EJA e pode contribuir com a ideia de que após a puberdade, a
aprendizagem do aluno pode ficar limitada ao desenvolvimento adquirido até então.

Balestra (2007) explica que o educador piagetiano tenta fazer de suas aulas momentos
dinâmicos, eliminando rituais tradicionais e preza pelas diferenças individuais, pois considera
que existem diversas maneiras de aprender e de expressar um mesmo conhecimento e que
ensinar é socializar o conhecimento através de práticas cooperativas.

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4. Conclusão:
Quando analisamos separadamente cada período de desenvolvimento, podemos também fazer
a separação de conteúdos trabalhados para cada faixa etária, evitando assim a concretização
de equívocos educacionais, reduzindo assim a aplicação de atividades que entrem em
desequilíbrio com as capacidades de absorção de conhecimento.

No estágio das operações concretas havia uma representação de uma ação possível. Agora, no
estágio das operações formais, há uma “representação de uma representação” de ações
possíveis, ou seja, ocorrem os mesmos tipos de operações do nível anterior aplicadas agora a
hipóteses ou proposições.

A teoria piagetiana é utilizada por muitos docentes, embora muitos digam que não a utilizem,
mas aqueles que possibilitam ao aprendiz a construção do conhecimento e que consideram a
maturação neurofisiológica como condição do desenvolvimento, é que realmente fazem uso
dos trabalhos de Jean Piaget.

Em resumo, as implicações da teoria de Piaget para o processo de aprendizagem escolar


dizem respeito a estudos e teorizações que dão um direcionamento bastante específico sobre
como ocorre a evolução do pensamento humano, como o conhecimento é adquirido, as
possibilidades e impossibilidades de aprendizagem em cada estágio e a importância da
estimulação e vivência constante de novas experiências.

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5. Referências Bibliográficas
Balestra, M. M. M. (2007). A Psicopedagogia em Piaget: uma ponte para a educação da
liberdade. Curitiba: Ibpex.

Davis, C. (1990). Psicologia na Educação. São Paulo. Editora Cortez.

Piaget, J. (1971). A epistemologia genética. Petrópolis: Vozes.

Pulaski, M. A. S. (1980). Compreendendo Piaget. Rio de Janeiro: LTC.

Terra, M. R. (2011). O desenvolvimento humano na teoria de Piaget. Disponível em:


http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm. Acesso em 10 de Maio
de 2023.

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