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Universidade Aberta Isced

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática

Teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações no Processo de


Ensino-Aprendizagem (PEA)

Joaquim Augusto Rendição: 51230310

Chimoio, Maio, 2023

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Universidade Aberta Isced

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática

Teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações no Processo de


Ensino-Aprendizagem (PEA)

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de Matemática do UnISCED.
Tutor: Armando Venâncio Laita

Joaquim Augusto Rendição: 51230310

Chimoio, Maio, 2023

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Indice
CAPITULO I..........................................................................................................................................4
1.Introdução...........................................................................................................................................4
1.1.Objectivos........................................................................................................................................4
1.1.1.Geral..............................................................................................................................................4
1.1.2.Específicos....................................................................................................................................4
1.2.Metodologias....................................................................................................................................4
CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................5
2.Teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações no PEA..............................5
2.1.A psicologia do desenvolvimento....................................................................................................5
2.2.Conceito de Desenvolvimento.........................................................................................................5
2.3.Teorias do desenvolvimento cognitivo............................................................................................5
2.4.Estágios de desenvolvimento...........................................................................................................5
2.4.1.Estágio sensório-motor (do nascimento aos dois anos)...............................................................5
2.4.2.Estágio pré-operatório (dos dois aos seis anos)...........................................................................6
2.4.3.Estágio operatório-concreto (dos sete aos onze anos).................................................................6
2.4.4.Estágio operatório-formal (dos onze aos dezasseis anos)............................................................6
2.5.implicações no no Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA)........................................................6
2.5.1.Aprendizagem...............................................................................................................................6
2.5.2.Características da aprendizagem...................................................................................................6
2.5.3.Estrutura e aprendizagem..............................................................................................................7
2.5.4.O processo de aprendizagem na abordagem de Piaget.................................................................7
2.5.4.1.O papel da equilibração..............................................................................................................7
2.6.O papel da memória na aprendizagem.............................................................................................8
2.6.1.Memória de curto prazo................................................................................................................8
2.6.2.Memória de longo prazo...............................................................................................................8
2.7.As influências e os processos...........................................................................................................8
3.Conclusão..........................................................................................................................................10
4.Referências bibliográficas.................................................................................................................11

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CAPITULO I

1. Introdução
Neste presente trabalho da disciplina de Psicologia de Educação, tem como tema, teoria de
desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações no Processo de Ensino-Aprendizagem
(PEA). A educação nem sempre é cercada somente por sucessos e aprovações. Muitas vezes, no
decorrer do ensino, nos deparamos com problemas que deixam os alunos paralisados diante do
processo de aprendizagem, assim são rotulados pela própria família, professores e colegas. Entre
esses problemas, encontram-se as dificuldades na aprendizagem e na socialização. É importante que
todos os envolvidos no processo educativo estejam atentos a essas dificuldades, observando se são
momentâneas ou se persistem por algum tempo.

Na maioria dos casos, é o professor o primeiro a identificar que a criança está com alguma
dificuldade. Podem apresentar desde cedo um atraso no desenvolvimento da fala e dos movimentos,
geralmente apresentam desmotivação e incómodo com as tarefas escolares gerados por um
sentimento de incapacidade, que leva à frustração. A desordem no aprendizado afecta a capacidade
do cérebro em receber e processar informações, o que pode comprometer o acto de aprender.
Importante ressaltar que não se deve confundir dificuldade de aprendizagem com falta de vontade de
realizar as tarefas, algo bem comum nesta fase.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Conhecer a teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações no PEA.

1.1.2. Específicos
 Identificar os diferentes estágios de desenvolvimento para Jean Piaget;
 Explicar as implicações da teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget.

1.2. Metodologias
 Para a realização do trabalho recorreu-se a diversas fontes com a finalidade de reunir uma
informação satisfatória e de fácil compressão através de consulta de obras, revisões bibliográficas
e pesquisas que efectuamos na biblioteca electrónica, que versam sobre o tema em destaque nas
quais vem mencionadas no fim do trabalho.

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CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2. Teoria de desenvolvimento psíquico de Jean Piaget e suas implicações no PEA
2.1. A psicologia do desenvolvimento
É o estudo científico de como e por que os seres humanos mudam ao longo da vida. Preocupado
originalmente com bebés e crianças, o campo se expandiu para incluir a adolescência, o
desenvolvimento adulto, o envelhecimento e toda a vida. (Piaget, 1998).

2.2. Conceito de Desenvolvimento


É o conjunto de mudanças progressivas que se operam nos aspectos físico motor, intelectual e
efectivo emocional e social desde o nascimento até a idade adulta. A adaptação é o resultado da
acção de dois mecanismos do pensamento que operam em simultâneo nomeadamente: a assimilação
e a acomodação. Entende-se por assimilação, a aquisição de novos conhecimentos e novas
experiencias integrando-os ou absorvendo-os nas estruturas ou esquemas existentes do pensamento.
(Piaget, 1994).
A acomodação, por sua vez, designa as modificações que as novas experiências provocam nos
esquemas ou estruturas existentes de modo que haja adaptação. Para que haja adaptação é necessário
que haja equilíbrio outra assimilação e acomodação. (Piaget, 1998).
2.3. Teorias do desenvolvimento cognitivo
Jean Piaget, um teórico suíço, postulou que as crianças aprendem construindo ativamente o
conhecimento por meio da experiência prática.

2.4. Estágios de desenvolvimento


Para Piaget, o desenvolvimento humano obedece certos estágios hierárquicos, que decorrem do
nascimento até se consolidarem por volta dos 16 anos. A ordem destes estágios seria invariável,
embora os intervalos de tempo de cada um deles não sejam fixos, podendo variar em função do
indivíduo, do ambiente e da cultura. (Piaget, 1998).

2.4.1. Estágio sensório-motor (do nascimento aos dois anos)


a criança desenvolve um conjunto de "esquemas de ação" sobre o objeto, que lhe permitem construir
um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve o conceito de permanência do objecto,
constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer imitações, iniciando a construir
representações mentais. (Piaget, 1986).

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2.4.2. Estágio pré-operatório (dos dois aos seis anos)
A criança inicia a construção da relação de causa e efeito, bem como das simbolizações. É a
chamada idade dos porquês e do faz-de-conta. (Piaget, 1986).

2.4.3. Estágio operatório-concreto (dos sete aos onze anos)


A criança começa a construir conceitos através de estruturas lógicas, consolida a observação de
quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento, apesar de lógico, ainda está centrado
nos conceitos do mundo físico, onde abstracções lógico-matemáticas são incipientes.

2.4.4. Estágio operatório-formal (dos onze aos dezasseis anos)


Fase em que o adolescente constrói o pensamento proposicional, conseguindo ter em conta as
hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista, e sendo capaz de pensar cientificamente. (Piaget,
1996).

2.5. implicações no no Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA)


2.5.1. Aprendizagem
É o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são
adquiridos ou modificados, como resultado
de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Este processo pode ser analisado a partir
de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem. Aprendizagem é uma
das funções mentais mais importantes em humanos e animais e também pode ser aplicada a sistemas
artificiais. Aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pessoal. Deve ser
devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado. (Piaget, 1996).

2.5.2. Características da aprendizagem


Em razão disso, Pozo (2002) prefere não criar uma definição formal de aprendizagem. Acreditar ser
mais útil pensar em quais seria as melhores características para uma boa aprendizagem. Ele sugere
três:

 a aprendizagem produz mudanças duradouras;


 a aprendizagem deve ser transferível para outras situações;
 a aprendizagem é consequência direta da prática realizada. (Piaget, 1996).

O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e


internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há aprendizados que podem ser considerados

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natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de
maturação física, psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá no meio social e
temporal em que o indivíduo convive; sua conduta muda, normalmente, por esses fatores, e por
predisposições genéticas. (Galvão, 1996).

2.5.3. Estrutura e aprendizagem

Na concepção piagetiana, a aprendizagem só ocorre mediante a consolidação das estruturas de


pensamento, portanto a aprendizagem sempre se dá após a consolidação do esquema que a suporta,
da mesma forma a passagem de um estágio a outro estaria dependente da consolidação e superação
do anterior. Na perspectiva de Piaget, para que ocorra a construção de um novo conhecimento, é
preciso que se estabeleça um desequilíbrio nas estruturas mentais, isto é, os conceitos já assimilados
necessitam passar por um processo de desorganização para que possam novamente, a partir de uma
perturbação se reorganizarem, estabelecendo um novo conhecimento. Este mecanismo pode ser
denominado de equilibração das estruturas mentais, ou seja, a transformação de um conhecimento
prévio em um novo. (Piaget, 1986).

2.5.4. O processo de aprendizagem na abordagem de Piaget


2.5.4.1. O papel da equilibração
Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de
equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo auto-
regulador, necessária para assegurar à criança uma interacção eficiente dela com o meio
ambiente. (Galvão, 1996).

Piaget afirma que "adquirida a linguagem, a socialização do pensamento manifesta-se pela


elaboração de conceitos e relações e pela constituição de regras. É justamente na medida, até, que
o pensamento verbo-conceptual é transformado pela sua natureza coletiva que ele se torna capaz de
comprovar e investigar a verdade, em contraste com os atos práticos dos atos da inteligência
sensório-motora e à sua busca de êxito ou satisfação". (Piaget, 1975 p. 115).

2.6. O papel da memória na aprendizagem


2.6.1. Memória de curto prazo
A memória de curto prazo é reversível e temporária, acredita-se que decorra de um
mecanismo fisiológico, por exemplo um impulso eletroquímico gerando um impulso sináptico, que

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pode manter vivo um traço da memória por um período de tempo limitado, isto é, depois de passado
certo período, acredita-se que esta informação se desvanece. Logo a memória de curto prazo pouco
importa para a aprendizagem. (Davis, 1990).

2.6.2. Memória de longo prazo


A memória permanente, ou memória de longo prazo, depende de transformações na estrutura
química ou física dos neurônios.

Aparentemente as mudanças sinápticas têm uma importância primordial nos estímulos que levam aos
mecanismos de lembranças como imagens, odores, sons, etc. (Davis, 1990).

2.7. As influências e os processos


A aprendizagem é influenciada pela inteligência, motivação, e, segundo alguns teóricos, pela
hereditariedade (existem controvérsias), onde o estímulo, o impulso, o reforço e a resposta são os
elementos básicos para o processo de fixação das novas informações absorvidas e processadas pelo
indivíduo. (Galvão, 1996).

2.7.1. A motivação
Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto que se está a estudar. Motivado,
um indivíduo possui uma atitude activa e empenhada no processo de aprendizagem e, por isso,
aprende melhor. A relação entre a aprendizagem e a motivação é dinâmica: é frequente o Homem
interessar-se por um assunto, empenhar-se, quando começa a aprender. A motivação pode ocorrer
durante o processo de aprendizagem. (Antunes, 2004).

2.7.2. Os conhecimentos anteriores


Os conhecimentos anteriores que um indivíduo possui sobre um assunto podem condicionar a
aprendizagem. Há conhecimentos, aprendizagens prévias, que, se não tiverem sido concretizadas,
não permitem a possibilidade de se aprender. Uma nova aprendizagem só se concretiza quando o
material novo se incorpora, se relaciona, com os conhecimentos e saberes que se possui. (Antunes,
2004).

2.7.3. A quantidade de informação


A possibilidade de um ser humano aprender novas informações é limitada: não é possível integrar
grandes quantidades de informação ao mesmo tempo. É necessário proceder-se a uma selecção da
informação relevante, organizando-a de modo a poder ser gerida em termos de aprendizagem.
(Davis, 1990).

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2.7.4. A diversidade das actividades
Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema, quanto mais diferenciadas as tarefas,
maior é a motivação e a concentração e melhor decorre a aprendizagem.[15]

2.7.5. A planificação e a organização


A forma como se aprende pode determinar, em grande parte, o que se aprende. A definição clara de
objetivos, a seleção de estratégias, é essencial para uma aprendizagem bem sucedida. Contudo, isto
não basta: é necessário planificar, organizar o trabalho por etapas, e ir avaliando os resultados. Para
além de estes processos serem mais eficientes, a planificação e a organização promovem o controle
dos processos de aprendizagem e, deste modo, a autonomia de cada ser humano. (Rodrigues, 2004).

2.7.6. Estilos de aprendizagem


Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de
aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja
discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de
aprendizagem:
 Visual: aprendizagem centrada na visualização;
 Auditiva: centrada na audição;
 Leitura/escrita: aprendizagem através de textos;
 Activa: aprendizagem através do fazer;
 Olfactiva : através do cheiro pode possibilitar conhecimento já adquirido anteriormente, como o
deitar de gases, são exemplos de uma aprendizagem olfactiva. (Rodrigues, 2004).

CAPITULO III

3. Conclusão
Na concepção piagetiana, a aprendizagem só ocorre mediante a consolidação das estruturas de
pensamento, portanto a aprendizagem sempre se dá após a consolidação do esquema que a suporta,
da mesma forma a passagem de um estágio a outro estaria dependente da consolidação e superação
do anterior. Na perspectiva de Piaget, para que ocorra a construção de um novo conhecimento, é

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preciso que se estabeleça um desequilíbrio nas estruturas mentais, isto é, os conceitos já assimilados
necessitam passar por um processo de desorganização para que possam novamente, a partir de uma
perturbação se reorganizarem, estabelecendo um novo conhecimento. Este mecanismo pode ser
denominado de equilibração das estruturas mentais, ou seja, a transformação de um conhecimento
prévio em um novo.

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4. Referências bibliográficas

 Piaget, Jean. (1998). Seis Estudos de Psicologia; 23ª edição, Rio de Janeiro: Forence
Universitária.
 Piaget, Jean. (1994). O Juízo Moral na Criança. São Paulo, Summus.
 Piaget, Jean e Inhelder, Barbel. (1982). A psicologia da criança. São Paulo : DIFEL.
 Piaget, Jean. (1996). Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Vozes : Petrópolis.
 Antunes, C. (2004). Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências, 4ª edição. Editora
vozes, Petrópolis.
 Davis, C. (1990). Psicologia na Educação. Editora Cortez, São Paulo.
 Galvão, I. Henri Wallon. (1996). Uma concepção dialéctica do desenvolvimento infantil.
Petrópolis, Vozes.
 Rodrigues, A. & Bila, L.V. (2004). Módulo de Psicologia de Desenvolvimento e de
Aprendizagem. Maputo. Universidade Pedagógica.

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