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Amilton Cumbe

Dênes Matsinhe
Lugério Agostinho Bié
Vivaldo Maxanisse
Zefanias Isabel Nhare

Teoria do desenvolvimento cognitivo


Psicologia Geral
Licenciatura em Educação Visual 1º ano Laboral

Universidade Pedagógica de Maputo


Faculdade de engenharia e tecnologia
Maputo 2023
Amilton Cumbe
Dênes Matsinhe
Lugério Agostinho Bié
Vivaldo Maxanisse
Zefanias Isabel Nhare

Teoria do desenvolvimento cognitivo


Psicologia Geral
Licenciatura em Educação Visual 1º ano Laboral

Este trabalho servirá como instrumento de


avaliação juntamente à sua apresentação e
defesa na disciplina de psicologia geral,
ministrada pela Dra. Tima Fátima Dinis Langa.

Universidade Pedagógica de Maputo


Faculdade de engenharia e tecnologia
Maputo 2023
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................4

1.1. Objectivos...............................................................................................................5

1.2. Metodologia............................................................................................................5

2. REVISÃO LITERÁRIA................................................................................................6

2.1. Definição................................................................................................................6

2.2. Objectivos...............................................................................................................6

2.3. Finalidade...............................................................................................................6

2.4. Importância.............................................................................................................6

3. INVARIANTES FUNCIONAIS...................................................................................7

3.1. Assimilação............................................................................................................7

3.2. Acomodação...........................................................................................................7

3.3. Processo de equilibração........................................................................................7

4. ESTAGIOS DO DENSEVOLVIMENTO COGNITIVO.............................................8

4.1. Primeiro Estágio: Sensório-motor (0 a 2 anos)......................................................8

4.2. Segundo Estágio: Pré-Operário (2 a 7 anos)..........................................................9

4.3. Terceiro Estágio – operações concretas (7 a 12 anos)..........................................10

4.4 Quarto Estágio – operações formais (12 a16 anos)...............................................11

5. JEAN PIAGET............................................................................................................13

6.CONCLUSÃO..............................................................................................................14

7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................15
1. INTRODUÇÃO.
O ser humano é o ser mais desenvolvido que existe na face da terra, diferentemente dos
animais, ele é um ser racional, o seu processo cognitivo é gradual, pois, desde o seu
primeiro contacto com o meio externo até a fase adulta ocorrem várias mudanças
psíquicas e físicas.

Neste âmbito o presente trabalho dar-se-á ênfase especial a descrição e caracterização


dos estágios e das invariantes funcionais do desenvolvimento cognitivo.

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1.1. Objectivos.

1.1.1. Gerais.
 Compreender um estudo em torno da Teoria do Desenvolvimento Cognitivo.

1.1.2. Específicos.
 Conceituar A Teoria do Desenvolvimento Cognitivo;
 Ilustrar a importância da Teoria do desenvolvimento Cognitivo;
 Refletir as diferentes fases das invariantes funcionais;
 Identificar os estágios de desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget.

1.2. Metodologia.
Para a materialização dos objectivos acima apresentados, optamos por uma pesquisa
bibliográfica, a qual consistiu na consulta de obras, manuais e artigos científicos que
versam sobre a Teoria do Desenvolvimento Cognitivo. O trabalho foi elaborado em
grupo de cinco estudantes, tendo como base a discussão e reflexão de diversas
informações no que tange a Teoria do Desenvolvimento Cognitivo.

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2. REVISÃO LITERÁRIA.

2.1. Definição.
Desenvolvimento cognitivo é o processo de construção de sucessivas estruturas
cognitivas, sendo que cada nova estrutura resulta do precedente, englobando e
superando-a, Ou seja, o desenvolvimento cognitivo é uma área da neurociência que
estuda as formas como os indivíduos desenvolvem a capacidade de compreender o
mundo, interagir com ele e a pensar a respeito de tudo o que acontece ao seu redor. É na
infância que todo esse processo se inicia e é mais intenso, pois é quando se aprende a
falar, se movimentar, pensar, entre outros aspectos. Contudo, os seres humanos estão
sempre se desenvolvendo cognitivamente, mesmo na fase adulta.

Segundo Polónio & Senia (2005) Desenvolvimento cognitivo é uma conquista que
envolve a organização simultânea do espaço mental interno e a realidade externa,
explicitados nos processos de assimilação e acomodação, em adaptação continuo.

O desenvolvimento cognitivo assenta no desenvolvimento biológico, a inteligência é


construída sobre um equipamento biológico inato e desenvolve-se numa sequencia pré-
determinada. Também pode ser visto como um processo ativo e interativo, construído
pelo sujeito em interacção continuo com o meio.

2.2. Objectivos
Seu foco principal está em investigar o processo pelo qual as pessoas adquirem o
conhecimento, não em o quanto adquirem.

2.3. Finalidade
Ao longo do desenvolvimento cognitivo o sujeito vivencia experiências concretas que
tem por finalidade construir o ser social.

2.4. Importância.
O desenvolvimento cognitivo é essencial para que o indivíduo consiga se portar
enquanto ser inserido em uma sociedade, bem como perceber o que envolve o seu meio
ambiente físico e social.

O ser humano é essencialmente social. Vive em cidades, frequenta grupos sociais,


constitui família, cria grupos de amigos, trabalha com outras pessoas. Ou seja, se você

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parar para pensar todas as atividades por nós realizadas envolvem se relacionar com
outras pessoas.

Ter a habilidade de se conectar e se entender enquanto indivíduo em uma sociedade é


decorrente do desenvolvimento cognitivo. Esse é um dos motivos de ser tão importante
se preocupar com a evolução da nossa cognição. 

Ainda, as respostas que apresentamos ao ambiente externo são fruto de uma integração
realizada por diversas áreas do nosso cérebro. Essa integração das áreas que devem ser
ativadas quando recorremos ao uso de alguma habilidade é resultado do aprendizado
que o cérebro guardou durante o nosso desenvolvimento. 

Dessa forma, ter um desenvolvimento cognitivo saudável e consistente é importante


para que consigamos desenvolver a capacidade de aprender e se adaptar. 

3. INVARIANTES FUNCIONAIS.

3.1. Assimilação.
Processo pelo qual uma pessoa integra um novo a um esquema de acção ou mental já
existente. Ou seja, a incorporação de elementos do meio de forma a integrarem as
estruturas do sujeito (com modificação desses elementos).

3.2. Acomodação.
Criação de novos esquemas ou modificação de esquema já existente para permitir a
assimilação de um novo dado. Ou seja, transformação do sujeito sob acção dos
elementos do meio (modificação ou criação de estruturas).

Segundo Piaget a inteligência envolve uma organização e uma adaptação, e a adaptação


envolve a assimilação e a acomodação.

3.3. Processo de equilibração.


Por meio da assimilação e acomodação é importante sempre gerar uma novidade para
que haja uma perturbação e desequilíbrio do indivíduo, para que desenvolva, assimile e
acomode sempre conhecimentos novos integrados ao que já se conhecia, pois, este
movimento é o que permite a aprendizagem.

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4. ESTAGIOS DO DENSEVOLVIMENTO COGNITIVO.

Para que se possa falar de estágios nos termos propostos por Piaget é necessário, em
primeiro lugar, que a ordem das aquisições seja constante. Trata-se de uma ordem
sucessiva e não apenas cronológica, que depende da experiência do sujeito e não apenas
de sua maturação ou do meio social. Além desse critério, Piaget propõe ouras
exigências básicas para caracterizar os estágios no desenvolvimento cognitivo:

(1º) todo estágio tem de ser integrador, ou seja, as estruturas elaboradas em determinada
etapa devem tornar-se parte integrante das estruturas das etapas seguintes;

(2º) um estágio corresponde a uma estrutura de conjunto que se caracteriza por suas leis
de totalidade e não pela justaposição de propriedades estranhas umas às outras;

(3º) um estágio compreende, ao mesmo tempo, um nível de preparação e um nível de


acabamento;

(4º) é preciso distinguir, em uma sequência de estágios, o processo de formação ou


génese e as formas de equilíbrio final.

Segundo a teoria de Piaget, este processo se dá através das várias etapas evolutivas que
vão se sucedendo no ser humano, desde seu nascimento até a fase adulta. Os princípios
básicos que regem o desenvolvimento cognitivo e a evolução progressiva de um estágio
até o outro são:

4.1. Primeiro Estágio: Sensório-motor (0 a 2 anos)


 Ausência de pensamentos e linguagem.
 Inteligência prática- coordenação meios/fins (Reflexos).
 Construção de noções praticas de objeto permanente, espaço, tempo e
causalidade.
 Após o nascimento, o bebê entra em contato com o meio externo, começa a ter
compreensão não somente de si, mas de outros objetos, isso acontecendo de
forma gradual e dependendo dos estímulos que recebe. Este começa a ter noção
de seu corpo, analisando seus membros e tendo conhecimento aos poucos de sua
movimentação.

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 De acordo com La Taille (1992), quando o bebê percebe sua capacidade de
movimentação, inicia a busca por objetos, tentando alcançá-los, não
necessariamente tendo sucesso, mas já tendo uma intenção. Com o decorrer do
tempo, conforme salienta Pulaski (1980), terá a objetivação de chegar até os
objetos, utilizando gestos para indicar o que deseja fazer com o mesmo. Assim, a
criança une a ação mental com a física, iniciando um pensamento a grosso
modo, de como irá realizar algo. A criança ao passar por esse estágio poderá ter
a noção dos objetos e pessoas que a cercam, bem como de si própria, realizando
assim a transição para o estágio pré-operatório (PAPALIA, 2006).

4.2. Segundo Estágio: Pré-Operário (2 a 7 anos)


Capacidade de utilizar um significante (símbolo/signo) para representar um significado
 Símbolo: Relacionado ao significado
 Signo: Caracter coletivo e arbitrário
 Ausência da noção de conservação (quantidade, líquido, substância, peso e
volume)
 Raciocínio pré-lógico - baseado na percepção
 Ausência de reversibilidade – incapacidade de reverter mentalmente uma acção
ou pensamento efectuado.
 Pensamento animista – atribuição de vida a objetos inanimados.
 Egocentrismo – Incapacidade para raciocinar a partir do ponto de vista do outro.
 O período pré-operacional, acontece entre dois a sete anos. É chamado assim
porque a criança carrega significações do período anterior, tendo conceitos
iniciais confusos, mas em constante construção de ideias lógicas (RAPPAPORT,
1981). A criança nesta fase, ainda é egocêntrica, tendo a noção de que o mundo
é feito para ela, e voltado para seus desejos, limitando-a a realizar trocas
intelectuais, visto que ainda não possui referências para o diálogo, irritando-se
facilmente quando contrariada (LA TAILLE, 1992). Uma característica que
também perpassa pelo pensamento egocêntrico da criança é o animismo, no qual
ela acredita que a natureza é viva, e age juntamente com ela (PIAGET, 1964).
Por exemplo, quando a criança bate em uma mesa, ela acredita que a culpada é a
mesa e não ela. “No nível em que a criança anima os corpos exteriores inertes,
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ela materializa, em compensação, o pensamento e os fenômenos mentais”
(PIAGET, 1964, p.325), no entendimento de Piaget (1964), estes episódios
acontecem devido à falta de noção do eu.

4.3. Terceiro Estágio – operações concretas (7 a 12 anos)


Surgimento das operações: Acções internalizadas e reversíveis (passíveis de serem
revertidas mentalmente), organizadas em sistemas de conjunto.
 Capacidade de pensamento lógico.
 Noção de conservação.
 Reversibilidade por inversão (possibilidade de voltar mentalmente ao ponto de
partida).
 Reversibilidade por compensação/reciprocidade.
 Operação de classificação, seriação.
 Por sua vez, as operações concretas perfazem na vida da criança dos sete aos 12
anos, onde se pode analisar a evolução dos aspectos anteriormente mencionados,
passando do pensamento egocêntrico para a estruturação da razão.
 Aproximadamente aos 7 anos, segundo Piaget, as crianças entram no estágio de
operações concretas, quando podem utilizar operações mentais para resolver
problemas concretos (reais). As crianças são então capazes de pensar com lógica
porque podem levar múltiplos aspectos de uma situação em consideração
(PAPALIA, 2006, p.365). A criança começa a incluir todos os fatores
envolvidos a um questionamento ou conteúdo, ocorrendo a formação de uma
estrutura completa, coordenada do pensamento, formando as operações
concretas (PIAGET, 1999), A criança terá um conhecimento real, correto e
adequado de objetos e situações da realidade externa (esquemas conceituais), e
poderá trabalhar com eles de modo lógico. Assim, a tendência lúdica do
pensamento, típica da idade anterior, quando o real e o fantástico se misturam
nas explicações fornecidas pela criança, será substituída por uma atitude crítica
(RAPPAPORT, 1981, p.72). Sendo assim, seu intelecto passará a operar de
forma evolutiva, instigando o raciocínio efectivo com a realidade, e de maneira
mais ágil, tendo capacidade de organizar e coordenar estruturas de pensamento
com maior estabilidade, e para isso, não somente a maturação irá contribuir, mas
os estímulos que recebeu.

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 No período das operações concretas, a criança tem uma compreensão espacial
melhor, podendo localizar-se de modo mais eficiente em diferentes lugares,
tendo capacidade de relacionar ideias de distância de um local para outro, e
assim, maior facilidade em memorizar trajetos (PAPALIA, 2006). “Esse estágio
é acompanhado por um estágio intermediário em que a descoberta intuitiva da
resposta correta surge através de ensaio e erro” (PULASKI, 1980, p.72),
acabando por aprender com o próprio erro, gerando um aprendizado. Nesse
estágio das operações concretas, a criança é capaz de realizar alguns tipos de
classificação e seriação, bem como realizar ligações entre objetos que vê ao seu
redor, que Papalia (2006) relata como inferência transitiva. Segundo Rappaport
(1981), a criança começa a ter noção de que as outras pessoas têm sentimentos
diferenciados dos seus. Esse pensamento é decorrente da diminuição de seu
egocentrismo, a criança depende de ideias concretas para chegar as suas
conclusões.

4.4 Quarto Estágio – operações formais (12 a16 anos).


Ápice da estruturação cognitiva (enquanto potencialidade).
 Capacidade de lidar logicamente com conceitos abstratos (Justiça, solidariedade
e democracia).
 Pensamento lógico – formal: EX. Se A < B e B < C, então: A < C, raciocínio
hipotético–dedutivo (sobre possibilidades).
 Raciocínio científico-indutivo.
 O último estágio do desenvolvimento infantil é denominado de operações
formais, que acontece a partir dos 12 anos. Ocorrendo o raciocínio hipotético-
dedutivo, o qual é responsável pela capacidade de gerar grandes feitos, como a
invenção do automóvel, e de solucionar problemas cotidianos, É nesse momento
que o adolescente possui o desenvolvimento cognitivo melhor pré- definido,
desenvolvendo a capacidade do pensamento abstrato, “esse desenvolvimento,
geralmente em torno dos 11 anos, lhe proporciona um modo novo e mais
flexível de manipular as informações” (PAPALIA, 2006, p.455). Nesse estágio,
os adolescentes conseguem levar em conta as combinações de fatores, não
somente deduções a partir de hipóteses. Começam, dessa forma, a ter
consciência da razão podendo entender doutrinas e teorias, conceituar termos e

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buscar compreender o que realmente significam, “com isso adquire capacidade
para criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta; discute os
valores morais de seus pais e constrói os seus próprios (adquirindo, portanto,
autonomia)” (RAPPAPORT, 1981, p.74), refletindo sobre seu pensamento,
fazendo julgamentos tentando dar razão para o que acredita e pensa. Por
consequência desse processo, ocorre a busca pela identidade, gerando conflitos
internos na busca pela autonomia pessoal. Isso faz com que haja o
desenvolvimento da personalidade, o que muitas vezes gera contradições de
ideias, Assim, pode-se perceber a explicação para algumas das atividades que
promovam ou mesmo que venham de encontro aos conceitos altruístas da
adolescência, sem deixar de relacionar com a formação da personalidade dos
sujeitos, e favorecendo a construção do conhecimento sem deixar de
compreender os inúmeros conflitos internos que fazem parte da vida desses
sujeitos.

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5. JEAN PIAGET
Nascido na Suíça (1896-1980), foi um psicólogo, biólogo e pensador. Estudou na
Universidade de Neuchâtel e em 1918, recebeu o título de doutor em ciências.

Sua teoria e pensamentos contribuíram para o desenvolvimento infantil e a


aprendizagem das crianças. Sua principal obra foi, o juízo e o raciocínio das crianças.

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6.CONCLUSÃO
No presente trabalho pudemos constatar que o desenvolvimento cognitivo enfatiza mais
a maneira como adquirimos conhecimento e habilidades, não focando-se apenas a
quantidade. Para haver melhor aquisição de um conhecimento é preciso que haja
estímulos a altura, de acordo com o meio social em que a pessoa esta inserida.

Pudemos verificar também que ao longo do tempo o ser humano esta sujeito a quatro
estágios onde o antecedente depende do precedente, englobando e superando cada
estágio.

De uma forma geral pudemos observar que se o indivíduo não tiver um


desenvolvimento cognitivo saudável passará por dificuldades para se enquadrar
socialmente.

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7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin.
Desenvolvimento humano, 8ᵃ ed. Porto Alegre: ARTMED, São Paulo, 2006
 POLONIA, A. C.; SENNA, S. R. C. M. A ciência do desenvolvimento humano
e suas interfaces com a educação. In: DESSEN, M. A.; COSTA JÚNIOR, A. A
Ciência do Desenvolvimento Humano: tendências atuais e perspectivas futuras.
Artmed São Paulo, 2005.
 PIAGET, Jean. O Nascimento da Inteligência na Criança. Zahar, Rio de Janeiro
1974.

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