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CAPITULO I.......................................................................................................................................4
1.Introdução.........................................................................................................................................4
1.1.Objectivos......................................................................................................................................4
1.1.1.Geral...........................................................................................................................................4
1.1.1.Específicos..................................................................................................................................4
1.2.Metodologias.................................................................................................................................4
2.5.Constituição de 1990...................................................................................................................10
CAPITULO III..................................................................................................................................14
3.Considerações finais.......................................................................................................................14
4.Referências bibliográficas..............................................................................................................15
CAPITULO I
1. Introdução
O presente trabalho tem como o foco principal a evolução histórica do Contencioso Administrativo
Moçambicano. O surgimento do Contencioso Administrativo em Moçambique é consubstanciado no
próprio surgimento de uma jurisdição administrativa em Portugal (país do qual Moçambique
dependia, isto é, país colonizador) e na recepção do sistema de administração executiva no país
anteriormente referido (o que pressupõe a existência de uma jurisdição administrativa para julgar a
Administração Pública na sua actuação). No entanto, a recepção salientada não se realizou no vazio.
Existia antes desta uma pré-história do Contencioso Administrativo. O surgimento e a evolução
histórica do Contencioso Administrativo em Moçambique cingem, de uma forma geral, a história
geral do país, isto é, um período colonial e um período pós-colonial. Contudo, a coincidência não é
total e perfeita em termos de duração porque, depois da independência do país em 1975, a influência
do direito colonial esteve presente até à grande (e substancial) Reforma de 2001 que culminou com
a aprovação, pelo Parlamento, da Lei sobre o Contencioso Administrativo (Lei n.º 9/2001, de 7 de
Julho).
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Saber explicar o seu surgimento e evolução histórica do contencioso administrativo
moçambicano.
1.1.1. Específicos
Saber identificar os actos susceptíveis de recurso contencioso a luz das constituições que
vigoraram no ordenamento jurídico moçambicano;
Perceber as ideais das constituições quanto ao recurso contencioso.
1.2. Metodologias
Para a realização do trabalho recorreu-se a diversas fontes com a finalidade de reunir uma
informação satisfatória e de fácil compressão através de consulta de obras, revisões
bibliográficas e pesquisas que efectuamos na biblioteca electrónica, que versam sobre o tema em
destaque nas quais vem mencionadas no fim do trabalho.
CAPITULO III: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2. Evolução Histórica do Contencioso Administrativo Moçambicano
2.1. Breves aspectos sobre o surgimento do contencioso administrativo
A história do surgimento do contencioso administrativo moçambicano está intimamente ligada ao
surgimento do Tribunal Administrativo, órgão competente para tomar decisões com independência e
imparcialidade. Contudo, tendo em conta que Moçambique, no período antes da independência era
uma província ultramarina de Portugal, a história portuguesa influenciada por França também é
aplicável ao contencioso moçambicano já que grandes decisões tomadas em Portugal eram
reflectidas, igualmente, em Moçambique. (Amaral, 1988).
Nesta lógica, numa primeira fase o contencioso administrativo português estava inserido dentro da
Administração Pública, o que significa um período em que a Administração tinha poderes para
resolver conflitos surgidos entre ela e os Administrados. (Amaral, 1988).
Este período em que os litígios dos particulares perante a Administração Pública podiam ser
resolvidos pelos órgãos administrativos, precede o período em que vigorava o sistema de
Administrador-juiz. Nesta ordem, não se pode falar, nesta altura, do contencioso administrativo,
contudo, com o surgimento do sistema de Administrador-juiz tenta-se inserir um modelo que
embora ineficaz, os administrados podiam ver os seus diferendos resolvidos por um órgão quase
jurisdicional. (Amaral, 1988).
Como característica principal do referido sistema, havia a figura de recurso hierárquico
jurisdicionalizado que traduzia-se num “recurso de natureza administrativa interposto perante um
órgão da Administração Pública, mas cuja tramitação constituía um processo com garantias de
imparcialidade e com certa contrariedade, de modo a que os particulares pudessem ver devidamente
ponderada as suas razões e atendidos os seus direito. (Cistac, 2009).
O sistema de administrador-juiz foi evoluindo até que surgisse a figura do Conselho de Estado que
segundo o autor DIOGO FREITAS DO AMARAL, tratava-se de um órgão consultivo do poder
executivo que “recebeu poderes para, através da sua secção contenciosa, apreciar os recursos
interpostos pelos particulares contra decisões ilegais da Administração Pública. E foi o Conselho de
Estado que começou a conhecer desses recursos e a emitir pareceres, que enviava ao Governo, o
qual homologava ou não esse parecer, apresentando ao Rei. Mesmo assim, a última decisão cabia ao
Rei, que podia ou não homologar. (Cistac, 2009).
Depois, veio o sistema judicial que também conheceu vários estágios até chegar a implantação dos
Tribunais Administrativos, transferindo competências que eram do Conselho de Estado para os
órgãos especializados como Tribunal. (Cistac, 2009).
Esse movimento todo, resultou no nascimento de justiça administrativa e o Direito Processual
Administrativo que, de igual modo é extensivo a Moçambique. (Cistac, 2009).
Deste modo, nasce uma tradição segundo a qual a resolução dos contenciosos administrativos
pertence à Administração Pública. Tradição contínua desde o Cardeal de Richelieu no “Édit de
Saint-Germain” de Fevereiro de 1641 e do Alvara do Conselho do Rei Luís XIV de 8 de Julho de
1661, que reserva a resolução dos litígios envolvendo a Administração Pública aos administradores
e ao Governo, até ao surgimento da Revolução de 1789 que mantém esta política herdada do regime
anterior. A consagração deste sistema do “Administrador-Juiz” significava o reconhecimento de que
o poder administrativo não podia estar sujeito ao controlo dos tribunais, o que marcou toda a
evolução futura do Direito Administrativo e do Contencioso Administrativo a que o Professor
Doutor Vasco Pereira da Silva chamou de “pecado original”.
O Consulato (1799-1804) põe fim a este sistema. Contudo, a Justiça Administrativa não
permanecerá dissociada da Administração Pública. Não é a administração activa que será
encarregada da resolução dos litígios de carácter administrativo, mas a administração consultiva.
Esses novos órgãos serão encarregados não só de assessorar a administração activa mas também de
estatuir sobre as reclamações dirigidas contra a actuação desta. Como observa René Chapus: “É
assim que pelo julgamento dos litígios administrativos são criados não “Tribunais” mas
“conselhos”: o Conselho de Estado, no plano nacional, os conselhos de prefectura, nos
departamentos”.