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SINÓPSE
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 4
1. CONCEITO DE TRIBUTO .......................................................................................................... 5
1.1 A ESPÉCIE IMPOSTO................................................................................................................... 9
1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS.............................................................................................. 10
CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 40
3
INTRODUÇÃO
4
1. Conceito de Tributo
Apesar das críticas a que todo enunciado está submetido, ainda mais o texto legal, se faz
necessária a compreensão da lei através de uma interpretação mais teleológica e sistemática e
menos gramatical, porém não deixando de assim sê-la também.
Ensina Ruy Barbosa Nogueira (1995, apud SABBAG, 2011, p. 375) “os tributos [...] são
as receitas derivadas que os Estado recolhe do patrimônio dos indivíduos, baseado no seu poder
fiscal [...], mas disciplinado por normas de direito público que constituem o Direito Tributário”. 3
Luciano Amaro expõe em sua obra sua definição: “Tributo é a prestação pecuniária não
sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins
de interesse público”. 4
1
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 12ª ed. ver. e atual., São Paulo : Saraiva, 2006, p. 19; 25.
2
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 244.
3
NOGUEIRA, Rui Barbosa. Curso de Direito Tributário apud SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário,
São Paulo : Saraiva, 2011. 3a ed., p. 375.
5
A seu turno Paulo de Barros Carvalho expõe as definições de tributo trazidas por diversos
autores e textos legais, em que seu significado pode representar:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
a) Prestação Pecuniária
4
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 12ª ed. ver. e atual., São Paulo: Saraiva, 2006, p. 19; 25.
5
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 24ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 51
6
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo: Saraiva, 2011. 3 a ed., p. 376; 377.
7
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 12ª ed. ver. e atual., São Paulo: Saraiva, 2006, p. 19; 25.
6
Como se pode asseverar a tese de criação de tributos in espécie, ou in natura in labore não
convence, nos dizeres de Luciano Amaro que critica a posição de Alfredo Augusto Becker.
Destarte, o pagamento do tributo é realizado “em princípio” somente em pecúnia, pois há
permissivo legal (art. 162 e art. 156, XI, do CTN) de pagamento em cheque, com as devidas
garantias ao Fisco; em estampilha, em papel selado ou por processo mecânico, porém em desuso;
e, a dação em pagamento, somente válida para bens imóveis.
b) Compulsória
Entende Eduardo Sabbag que “o tributo é prestação compulsória, logo, não contratual,
não voluntária ou não facultativa” 8. É obrigação lastreada na lei não na vontade.
Segundo Paulo de Barros Carvalho “prestação pecuniária compulsória quer dizer o
comportamento obrigatório de uma prestação em dinheiro, afastando-se, de plano, qualquer
cogitação inerente às prestações voluntárias” 9.
Aponta uma impropriedade lógica no termo prestação compulsória Luciano Amaro:
Não se pode confundir tributo com multa, pois não tem aquele caráter de punição. A
multa representa uma sanção de ato ilícito. Kiyoshi Harada pontua “essa expressão serve para
distinguir o tributo da multa, que sempre representa uma sanção pecuniária pela prática de ato
ilícito”. 11
8
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo : Saraiva, 2011. 3 a ed., p. 376; 377.
9
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 24ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 57
10
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 12ª ed. ver. e atual., São Paulo: Saraiva, 2006, p. 21.
11
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário 22ª ed., São Paulo : Atlas, 2013, p. 316; 317.
7
Em relação, também, a importância de distinção de tributo e sanção Paulo de Barros
Carvalho entende que:
Foi oportuna a lembrança, uma vez que os acontecimentos ilícitos vêm sempre
atrelados a uma providência sancionatória e, fixando o caráter lícito do evento, separa-
se, com nitidez, a relação jurídica do tributo da relação jurídica atinente às penalidades
exigidas pelo descumprimento de deveres tributários. 12
d) Instituída em Lei
12
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 24ª ed., São Paulo:Saraiva, 2012, p. 5.
13
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo : Saraiva, 2011. 3 a ed., p. 380.
14
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário 22ª ed., São Paulo : Atlas, 2013, p. 316; 317.
15
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo : Saraiva, 2011. 3 a ed., p. 380.
8
Segundo entendimento doutrinário uníssono, defende-se que subsistem 5 (cinco)
tributos no atual sistema tributário constitucional brasileiro, a luz da intitulada teoria
pentapartida. (...) É importante frizar que o critério da pentapartição prestigia os tributos
finalísticos – os empréstimos compulsórios e as contribuições (art. 149, CF) -, ou seja,
exações em que a denominação e a destinação são destacadas pelo próprio legislador
constituinte, não tendo relevância para a identificação do fato gerador do tributo, como
ocorre com os impostos, taxas e contribuições de melhoria. Nesse compasso, diz-se que
o art. 4º, I II, do CTN não se aplica aos empréstimos compulsórios e às contribuições16.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Podemos definir imposto como o tributo que tem por hipótese de incidência
(confirmada pela base de cálculo) um fato alheio a qualquer atuação do Poder Público.
(...) Com efeito, debalde procuraremos na hipótese de incidência dos impostos uma
16
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo : Saraiva, 2011. 3a ed., p. 395-399.
9
participação do Estado dirigida ao contribuinte. São fatos quaisquer — uma pessoa
física auferir renda líquida; industrializar produtos; praticar operações financeiras; ser
proprietária de bem imóvel; realizar operações relativas à circulação de mercadorias;
prestar serviços etc. A formulação linguística o denuncia e a base de cálculo o
comprova. É da índole do imposto, no nosso direito positivo, a inexistência de
participação do Estado, desenvolvendo atuosidade atinente ao administrado”. 17
Os tributos são diretos ou indiretos. No direto aquele que realizou o fato imponível
sustenta o encargo fiscal. Por sua vez, no indireto o encargo fiscal é repassado para o consumidor
embutido no preço.
São reais ou pessoais, nos reais se leva em consideração para fins de tributação um bem
determinado ao passo que nos pessoais levam em conta as condições particulares do contribuinte.
O autor supra citado aponta a personalização dos tributos reais, senão vejamos:
17
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 57; 58
18
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário 22ª ed., São Paulo : Atlas, 2013, p. 319.
10
progressivo é aquele que exige uma alíquota maior à medida que o valor tributável vai
aumentando. Diz-se que a progressão é simples quando cada alíquota maior se aplica
por inteiro a toda matéria tributável. Já a progressividade graduada é aquela em que
cada alíquota maior é calculada, tão somente, sobre a parcela do valor compreendida
entre o limite inferior e o superior, de sorte a exigir a aplicação de tantas alíquotas
quantas sejam as parcelas de valor para, afinal, serem somados todos os valores
parciais, obtendo-se o montante do imposto a pagar. É o caso, por exemplo, do imposto
sobre a renda devido por pessoas físicas, cuja legislação adotou uma tabela prática de
progressividade para facilitar os cálculos”19.
19
Ibidem. p. 320.
11
O IVC era um imposto plurifásico e cumulativo, isto é, a exação incidia em cada etapa de
comercialização sem dedução do montante incidente na fase anterior. Aliomar Baleeiro 20
explicita sobre o antigo imposto bem como o impacto econômico nas receitas dos estados-
membros devido sua cumulatividade, consoante se examina:
“A receita fundamental dos estados-membros, a partir de 1936, quando entrou em
execução, no particular, a discriminação de rendas da CF de 1934, foi o imposto de
vendas e consignações. A União criara em 1923 (Lei nº 4.625, de 31.12.1922), com o
nome imposto sobre vendas mercantis, um papel líquido e certo, com força cambial
semelhante a das letras de câmbio e promissórias (Lei nº 2.044, de 1908), para
facilidade de descontar nos bancos as faturas de vendas dos comerciantes e industriais,
quando reconhecidos e assinados pelos compradores (art. 219 do Código Comercial). O
Congresso as atendeu e foi instituída a emissão da duplicata da fatura para ser aceita
pelos devedores, em troca do imposto de 0,3% (Rs 3$ por conto de réis), não só nas
vendas a prazo, mas também nas vendas a vista, registradas em livros próprios. Na
época, ficaram conhecidas como 'contas assinadas'.[…].
A alta carga tributária imposta aos contribuintes em virtude deste imposto incentivou alta
sonegação, além ser um empecilho no desenvolvimento da livre iniciativa e consequentemente do
país. Houve, então, a necessidade de se adotar um imposto não cumulativo aos moldes do que
vinha sido discutido, sobretudo na Europa. O Brasil adota, então, o modelo francês de imposto
plurifásico, mas não cumulativo, o TVA (Taxe Sur La Valeur Ajoutée) ou IVA (Imposto sobre
valor agregado).
Este sistema de tributação é adotado pela maioria dos países, dentre aqueles que não o
adota encontra-se os EUA. Neste aspecto Sacha Calmon Navarro Coelho identifica espécies de
impostos sobre o consumo:
12
mercadorias (ICM) e o imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN), via emenda
constitucional n° 18 de 1965. No que concerne ao ICM reproduz-se in verbis:
Art. 12. Compete aos Estados o impôsto sôbre operações relativas à circulação de
mercadorias, realizadas por comerciantes, industriais e produtores.
13
Temos também a previsão no Código Tributário Nacional, Lei 5.172/66, que prevê em seu
art. 68 (não recepcionado pela atual Constituição), in verbis:
Art 1º O imposto sobre serviços de comunicações tem com fato gerador a prestação de
serviços de telecomunicações destinados ao uso do público (art. 6º, letras a e b , da Lei
nº 4.117, de 27 de agosto de 1962).
Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do
quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da
Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas
posteriores.
14
Na ausência da Lei Complementar o Ministro da Fazenda e os Secretários de Fazenda ou
Finanças dos Estados e do Distrito Federal, na 15ª Reunião extraordinária do Conselho de
Política Fazendária, realizada em Brasília, DF, no dia 14 de dezembro de 1988 celebraram o
Convênio ICMS n. 66/88. Desta forma, o imposto passou a ser regulada pelas disposições da
Constituição de 1988, do Decreto-lei n. 406/68 e o Convênio ICMS n. 66/88.
Somente em 1996, oito anos depois, foi editada a Lei Complementar n. 87, que ficou
conhecida como lei Kandir, nome de seu autor o ex-deputado federal Antônio Kandir,
satisfazendo a disposição do inciso XII, do § 2°, do art. 155, da CF/88, qual seja a edição de Lei
Complementar.
Eduardo Sabbag faz breve síntese acerca do advento do ICMS, bem como a legislação
reguladora, in litteris:
O ICMS, imposto estadual, sucessor do antigo Imposto de Vendas e Consignações
(IVC), foi instituído pela reforma tributária da Emenda Constitucional n. 18/65 e
representa cerca de 80% da arrecadação dos Estados. [...] Ademais, é imposto que
recebeu um significativo tratamento constitucional – art. 155, § 2º, I ao XII, CF. O
tratamento constitucional dado à exação em tela é robustecido pela Lei Complementar
n. 87/96, que substituiu o Decreto-lei n. 406/68 e o Convênio ICMS n. 66/88,
esmiuçando-lhe a compreensão, devendo tal norma ser observada relativamente aos
preceitos que não contrariem a Constituição Federal. 22
3. Da Comunicação Tributável
Tanto é assim que se costuma dizer que ”a vida é comunicação”. Mas daí concluir-se
que o ato de viver enseja tributação por meio de ICMS vai uma distância
intransponível. Ainda dentro deste modo de pensar, o já citado Dicionário Houaiss da
Língua Portuguesa indica-nos inúmeras acepções para o vocábulo comunicação, que
vão desde a simples conversa (João comunica-se com Maria) até transmissão
22
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo : Saraiva, 2011. 3 a ed., p. 1005; 1006.
23
CARRAZA, Roque Antonio. ICMS, 16ª ed., São Paulo : Malheiros, 2011, p. 223.
15
(transferência, passagem) de algo: o movimento do eixo comunica-se com as rodas; a
tensão comunicou-se a toda sala (...). Em todos esses casos existe comunicação (numa
de suas plúrimas manifestações), mas ela é tributariamente irrelevante [...] 24.
24
Ibidem. p. 237
25
Glossário de Termos de Telecomunicações, do Federal Standart 1.067C Americano, tradução livre apud MELO,
José Eduardo Soares, 2006, p. 124.
26
MELO, José Eduardo Soares. ICMS: teoria e prática, 9ª ed., São Paulo : Dialética, 2006, p. 125;126.
27
(http://www.dicionariodoaurelio.com/Telecomunicacao.html).
16
A Constituição de 1988, consoante inciso II do art. 155, distribuiu a competência aos
estados-membros e Distrito Federal para instituir impostos sobre prestações de serviço de
comunicação. Frize-se, a exação não incide sobre a comunicação em si, mas sobre a prestação de
serviços de comunicação, se não imaginemos a situação esdrúxula de se tributar uma conversa
entre duas pessoas.
Para que haja comunicação tributável pelo ICMS-Comunicação são necessários alguns
elementos: o emissor, a mensagem, o canal e receptor.
b) Quanto à mensagem, para Roque Antônio Carraza 28 o conteúdo da mensagem deve ser
compreendido pelo receptor para que haja incidência. De outra mão, José Eduardo Soares de
Melo29 expõe que, para haver comunicação são necessários os elementos citados, mas que pode
ocorrer ou não a compreensão pelo destinatário. A comunicação é a troca de informações entre os
sujeitos das relação comunicacional, portanto é relevante que a informação, seja qual for, chegue
ao seu destino.
c) Quanto ao canal, deve ser fornecido por um terceiro, o prestador de serviço de comunicação
via contrato oneroso. O prestador do serviço coloca à disposição dos usuários os meios
necessários para que a comunicação ocorra. A incidência se dá no momento da prestação onerosa
do serviço e não na mera disposição dos meios necessários à comunicação.
28
CARRAZA, Roque Antonio. ICMS, 16ª ed., São Paulo : Malheiros, 2011, p. 230.
29
MELO, José Eduardo Soares. ICMS: teoria e prática, 9ª ed., São Paulo : Dialética, 2006, p. 125.
17
Na falta de qualquer um destes requisitos e de seus requisitos específicos não haverá
incidência do tributo. Por exemplo, uma empresa de tv a cabo coloca à disposição de seus
assinantes vários tipos de programas, esses são produzidos, em regra, por outras empresas que os
transmitem à empresa de tv a cabo, que por sua vez, retransmite ao assinante. Temos no caso em
tela o assinante (receptor determinado tomador do serviço); a empresa de tv a cabo (prestador do
serviço mediante contrato oneroso); e a empresa que emite os programas (emissor). Neste quadro
há incidência da norma impositiva tributária.
Mas examinemos a seguinte situação, a empresa de tv a cabo utiliza de seus próprios
meios para se comunicar com suas filiais. Temos no caso em tela a Empresa de tv a cabo
realizando uma comunicação interna, isto é, consigo mesma. Ora, não se trata de uma prestação
de serviço, pois não se presta serviço a si mesmo, além da falta do preço do serviço que constitue
a base de cálculo do tributo.
Importante salientar, que os elementos comunicacionais adrede relacionados devem ser
cotejados com a análise da hipótese de incidência do tributo (Capítulo 4).
O anexo III da Lei 9.742/97 (LEI Nº 9.691/98) apresenta uma relação de serviços:
18
12. Serviço Limitado Móvel Marítimo
13. Serviço Especial para Fins Científicos ou Experimentais
14. Serviço Especial de Radiorecado
15. Serviço Especial de Radiochamada
16. Serviços Especial de Freqüência Padrão
17. Serviço Especial de Sinais Horários
18. Serviço Especial de Radiodeterminação
19. Serviço Especial de Supervisão e Controle
20. Serviço Especial de Radioautocine
21. Serviço Especial de Boletins Metereológicos
22. Serviço Especial de TV por Assinatura
23. Serviço Especial de Canal Secundário de Emissora FM
24. Serviço Especial de Música Funcional
25. Serviço Especial de Canal Secundário de Emissora de FM
26. Serviço Especial de Repetição por Televisão
27. Serviço Especial de Repetição de Sinais de TV via Satélite
28. Serviço Especial de Retransmissão de Televisão
29. Serviço Suportado por Meio de Satélite
30.Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanal
31. Serviço Rádio Acesso
32. Serviço de Radiotáxi
33. Serviço Radio Amador
34. Serviço Rádio do Cidadão
35. Serviço de Tv a Cabo
36. Serviço de Distribuição de Sinais de V por Meios Físicos
37. Serviço de Televisão em Circuito Fechado
38. Radiodifusão Sonora em Ondas Médias
39. Serviço de Radiodifusão Sonora em Ondas Curtas
40. Serviço de Radiodifusão em Ondas Tropicais
41. Serviço de Radiodifusão Sonora em Freqüência Modulada
19
42. Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens
43. Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos – Ligação para Transmissão de Programas,
Reportagem Externa, Comunicação de Ordens, Telecomando, Telemando e outros.
43.1. Radiodifusão Sonora
43.2. Televisão
43.3. Televisão por Assinatura
44. Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC)
45. Serviço de Comunicação de Dados Comutado
46. Serviço de Comutação de Textos
47. Serviço de Distribuição de Sinais de Televisão e de Áudio por Assinatura via Satélite (DTH)
30
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 331-337.
20
III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a
ampliação de comunicação de qualquer natureza; (grifo nosso)
Esse núcleo, [...] será formado, invariavelmente, por um verbo, seguido de seu
complemento. Daí porque aludirmos a comportamento humano, tomada a expressão na
plenitude de sua força significativa, equivale a dizer, abrangendo não só as atividades
refletidas (verbos que exprimem ação) como aquelas espontâneas (verbos de esta- do:
ser, estar, permanecer etc.). 32
31
ATALIBA, Geraldo (1996, p. 95) apud BECHO, Renato Lopes. Lições de direito tributário : teoria geral e
constitucional, 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2014, p. 125,.
32
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 261.
33
PEREIRA, Caio Mário da Silva Instituições de direito civil, 17ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 348.
21
natureza'. [...].
(REsp 402.047/MG, 1ª Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de
9.12.2003).
O fato imponível destes impostos somente serão devidos quando, em razão de negócio
jurídico firmado entre particulares, sob regime de direito privado (mas não trabalhista),
os aludidos serviços forem efetivamente prestados”34. Por essa linha de pensamento não
se considera como fato imponível da exação a mera disponibilização dos meios para
que a comunicação se efetive, mas somente quando a comunicação concretamente se
efetive mediante a prestação onerosa do serviço. “Do contrário, absurdamente, o ICMS-
Comunicação incidiria sobre empresa que se limitasse a fornecer, mediante paga, fios e
aparelhos aos que utilizam, por exemplo, os serviços de comunicação prestados pelas
companhias telefônicas.35
Como examinado no tópico anterior a exação incide sobre a prestação onerosa de serviço
de comunicação, portanto não se pode considerar serviço de comunicação a habilitação de
telefone celular, assistência técnica ou quaisquer outros serviços preparatórios ao serviço,
chamados pela legislação de serviços de valor adicionado.
Tentativas de incluir os serviços de valor adicionado na base de cálculo do ICMS-
Comunicação não faltaram, tanto que prevê o CONVÊNIO ICMS 69/98, in verbis:
CONVÊNIO
34
CARRAZA, Roque Antonio. ICMS, 16ª ed., São Paulo : Malheiros, 2011, p. 227.
35
Ibidem. p. 239.
22
Flagrante é inconstitucionalidade do ato administrativo em tela, que transborda a
limitação imposta pelo texto constitucional, alargando a hipótese de incidência do tributo. Nesse
sentido, decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
Em decisão do Supremo Tribunal Federal ainda não publicada, o plenário do tribunal por
sete votos a dois confirmou acórdão (decisão colegiada) do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
segundo o qual a habilitação de aparelhos para o uso do serviço de telefonia móvel (celular) não
está sujeita à incidência do ICMS. A decisão foi tomada no julgamento do Recurso
Extraordinário (RE) 572020.
Os Convênios chegam a ponto de oferecer isenções parciais e remissões às empresas que
aderirem às suas regras, impondo a estes, pasmem, expressa renúncia de que a incidência seja
questionada judicial ou administrativamente e até desistência de ações e recursos administrativos.
Reproduz-se parte do Convênio 72/06, in verbis:
23
transmissão de dados, voz, imagem e internet, independentemente da denominação que
lhes seja dada, realizadas até a data do termo inicial de vigência deste convênio.
Se tais fatos ocorressem, a “renúncia”, caso efetivada, será inválida, em nada impedindo
que os contribuintes venham a pugnar, inclusive no Judiciário, pela salvaguarda de seus
direitos. [...] Os contribuintes concordando, hoje, com um ICMS indevido, porém
menos gravoso [...] estariam preparando terreno para que, amanhã, graças a um “novo
Convênio”, o mesmo tributo teratológico se fizesse sentir em toda sua plenitude[...].
36
CARRAZA, Roque Antonio. ICMS, 16ª ed., São Paulo : Malheiros, 2011, p. 256.
37
MELO, José Eduardo Soares. ICMS: teoria e prática, 9ª ed., São Paulo : Dialética, 2006, p. 23.
38
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 217.
24
Sob esta perspectiva encontramos diversos problemas, ainda mais ao se tratar de um
serviço de comunicação que se opera muitas vezes instantaneamente e alcança os mais distantes
lugares. “A utilização dos instrumentos eletrônicos torna difícil a caracterização do local em que
foram efetivamente prestados, como é o caso das pessoas participantes estarem situadas em
distintas áreas geográficas (estabelecimento do prestador, provedor que hospeda “site” [...])”39.
É fundamental saber onde foi realizado o fato imponível, pois determinará a qual ente
compete a cobrança do imposto. A Lei Complementar nº 87/96 faz inúmeras referências a
estabelecimento, para Fábio Ulhoa Coelho40, “estabelecimento comercial é o conjunto de bens
reunidos pelo empresário para exploração de sua atividade econômica”. Prevê a lei, in verbis:
39
MELO, José Eduardo Soares. ICMS: teoria e prática, 9ª ed., São Paulo : Dialética, 2006, p. 27.
40
COELHO, Ulhoa Fábio. Curso de Direito Comercial, volume 1 : direito de empresa, 14ª ed., São Paulo : Saraiva,
2010, p. 99.
25
IV - respondem pelo crédito tributário todos os estabelecimentos do mesmo titular.
Por outro lado, Roque Antônio Carraza defende que através de uma interpretação
sistemática e levando em consideração o princípio da autonomia municipal contida na
Constituição Federal, entende que seja devido ISS ao Município nas prestações de serviço
oneroso de comunicações intramunicipais.
Ora, na medida em que o art. 156, III, da CF confere aos Municípios competência para
tributar serviços de qualquer natureza e, considerando que tais pessoas políticas
reafirmam sua ampla autonomia instituindo e arrecadando livremente seus tributos (art.
30, III, da CF), parece-nos perfeitamente sustentável a idéia de que os serviços de
comunicações estritamente locais continuem no âmbito do ISS.42
O fato da competência para instituir o ICMS ser estadual faz com que tenhamos uma
grande variedade de leis tratando da matéria, isto é, além das leis de caráter geral temos os
regulamentos de cada Estado. Temos o fenômeno da Guerra Fiscal, que é a disputa entre os entes
da federação para atrair empresas para seus respectivos territórios oferecendo diversificados
incentivos.
O art, 155, §2º, inciso XII, alínea “g” prevê a edição de Lei Complementar para ”regular a
forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados”. Neste diapasão a Lei Complementar nº 24, de
41
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo : Saraiva, 2011. 3a ed., p. 1011.
42
CARRAZA, Roque Antonio. ICMS, 16ª ed., São Paulo : Malheiros, 2011, p. 268.
26
07 de janeiro de 1975, anterior a atual constituição, mas por ela recepcionada em virtude do art.
34, §§ 4º e 5º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, prevê a Lei Complementar, in
verbis:
43
MELO, José Eduardo Soares. ICMS: teoria e prática, 9ª ed., São Paulo : Dialética, 2006, p. 296.
27
dos correspondentes valores recolhidos ao erário. Concessão. Inexistência de suporte
em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ, nos termos da LC 24/75. Expressão da
chamada "guerra fiscal". Inadmissibilidade. Ofensa aos arts. 150, § 6º, 152 e 155, § 2º,
inc. XII, letra "g", da CF. Ação julgada procedente. Precedentes. Não pode o Estado-
membro conceder isenção, incentivo ou benefício fiscal, relativos ao Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS,de modo unilateral, mediante decreto ou
outro ato normativo, sem prévia celebração de convênio intergovernamental no âmbito
do CONFAZ. (grifo nosso)
(ADI 2345 / SC – Santa Catarina – Relator: Min. Cezar Peluso – Julgamento:
30/06/2011 – Órgão Julgador: Tribunal Pleno)
É mais do que evidente, assim, que a guerra fiscal tem efeito altamente prejudicial à
concorrência e danoso ao bem estar da coletividade.
44
Consulta nº 0038/99 Consulente: Pensamento Nacional das Bases Empresariais - PNBE
28
que não se confunde com o prazo de pagamentos de tributos. Esse momento é fixado pelo art.
116 do CTN, prescrevendo que é a partir da ocorrência do fato gerador que se consideram
existentes seus efeitos”. 45
Define o Código Tributário Nacional:
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos:
VII - das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio,
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e
a ampliação de comunicação de qualquer natureza;
45
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário 22ª ed., São Paulo : Atlas, 2013, p. 521.
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O parágrafo foi introduzido pela Emenda Constitucional nº 03, de 1993. A doutrina
contesta tal mecanismo por veicular um inequívoco fato gerador presumido, desrespeitando
vários princípios constitucionais, v. g., o da segurança jurídica, o da capacidade contributiva e o
da vedação ao tributo com efeito de confisco. No entanto, apesar das críticas, o Pretório Excelso
considerou constitucional o instituto.
O critério pessoal é formado pelos dos polos da relação jurídica tributária, isto é, ativo e
passivo, formado por pessoas físicas e jurídicas. Podem figurar várias pessoas em cada um dos
pólos,
Para Carvalho “sujeito passivo é a pessoa física ou jurídica, privada ou pública, de quem
se exige o cumprimento da prestação: pecuniária, nos nexos obrigacionais; e insuscetível de
avaliação patrimonial, nas relações que veiculam meros deveres instrumentais ou formais 46”.
Prossegue na explanação o autor:
Sobre a relação jurídica, tocamos, reiteradamente, nas entidades que lhe dão vida e em
função de quem, afinal de contas, existe: os sujeitos do vínculo, isto é, as pessoas que se
acham atreladas, uma à outra, com vistas ao objeto, que é a prestação. Os conceitos
emitidos a propósito do liame abstrato, de cunho patrimonial ou não, parecem
suficientes para que cheguemos a ver duas ou mais pessoas, com interesses
formalmente antagônicos, que se encontram ligadas perante o direito, para a obtenção
de certos objetivos que a ordem jurídica persegue. 47
Consoante art. 155 da Constituição Federal cabe à lei complementar definir seus
contribuintes:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
46
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 298.
47
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 296.
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II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;
Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade
ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria
ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem
habitualidade ou intuito comercial: (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso
a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a
este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
31
Ao ler o versículo, vertido numa linguagem suficientemente clara, prepara-se o
intérprete para assimilar um princípio genérico, que o ajude a compreender as
mensagens subsequentes, reguladoras da responsabilidade dos sucessores, da
responsabilidade de terceiros e da responsabilidade por infrações. Portanto, a
responsabilidade tributária decorre de lei e não leva em consideração qualquer
convenção entre partes. 48
Como já explorado anteriormente nas considerações quanto ao canal (tópico Três), o fato
imponível do ICMS-Comunicação é a prestação onerosa de serviço de comunicação efetiva, e
não meramente potencial. Apenas fornecer os meios necessários à fruição do serviço não faz de
per se a incidência da exação.
A problemática que chegou ao Superior tribunal de Justiça versa sobre qual seria o
estabelecimento responsável pelo recolhimento do tributo na prestação de serviço móvel celular
(SMC) na modalidade roaming.
José Eduardo Soares de Melo define o SMC como:
48
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 311.
49
MARTINS, Ives Gandra, coordenador. Curso de Direito Tributário, 14ª ed., São Paulo : Saraiva, 2013, pg. 828
50
MELO, José Eduardo Soares. ICMS: teoria e prática, 9ª ed., São Paulo : Dialética, 2006, p. 148-149.
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A modalidade roaming é complexa, compreende duas relações jurídicas, uma entre o
usuário e a prestadora originária do serviço e outra entre esta última e a detentora da rede que
efetivamente presta o serviço. Decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
O Código Tributário traz sua definição de sujeito passivo em seu Capítulo III, in verbis:
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
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da República, em termos jurídicos, autorizou os parlamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios a criar as leis que instituirão os tributos.51
A Constituição Federal distribui competência aos entes federados para que estes, por sua
vez, instituam seus respectivos tributos. Para Eduardo Sabbag “a competência tributária é a
habilidade privativa e constitucionalmente atribuída ao ente político para que este, com base na
lei, proceda à instituição da exação tributária”.
Quanto aos critérios de partilha da competência tributária, entende Luciano Amaro, que:
Aos tributos que não dependem de determinada atuação do Estado (como se dá, em
geral. com os impostos), o critério de partilha se apóia na tipicação de situações
materiais ("fatos geradores") que servirão de suporte para a incidência: "renda".
"importação de produtos", "transmissão causa mortis de bens", "prestação de serviços
de qualquer natureza" são alguns dos tipos identificados pela Constituição e partilhados
entre os vários entes políticos. [...] Aos Estados e Distrito Federal, atribuiu a aptidão
53
para instituir impostos sobre as situações descritas no art. 155.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
51
BECHO, Renato Lopes. Lições de direito tributário : teoria geral e constitucional, 2. ed. – São Paulo : Saraiva,
2014, p. 128.
52
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 296.
53
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 12ª ed. ver. e atual., São Paulo: Saraiva, 2006, p. 97.
34
No diapasão do art. 155, II, os Estados e o Distrito Federal instituem o tributo via lei
ordinária. No caso de São Paulo, v. g., a instituição se deu pela Lei nº 6.374, de 1º de março de
1989.
Uma das funçõ es da base de cálculo é medir a intensidade do núcleo factual descrito
pelo legislador. Para tanto, recebe a complementação de outro elemento que é a
alíquota, e da combinação de ambos resulta a definição do debitum tributário. Sendo a
base de cálculo uma exigência constitucionalmente obrigatória, a alíquota, que com ela
se conjuga, ganha, também, foros de entidade indispensável. Carece de sentido a
54
existência isolada de uma ou de outra.
Embora, entende-se que o correto seria base para cálculo, o nome é bastante sugestivo,
ora, se para o tributo não importa nenhuma atividade estatal, mas apenas que se revele uma
riqueza, devemos saber de antemão qual dimensão desta riqueza será levada em consideração na
aplicação da alíquota,
Para José Eduardo Soares de Melo “a base de cálculo constitui o aspecto fundamental da
estrutura de qualquer tipo tributário por conter a dimensão da obrigação pecuniária, tendo a
virtude de quantificar o objeto da imposição fiscal, como seu elemento nuclear, o verdadeiro
cerne da hipótese de incidência normativa”.
A seu turno Paulo de Barros Carvalho entende que
54
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 317.
35
dívida; e c) confirmar, infirmar ou afirmar o verdadeiro critério material da descrição
contida no antecedente da norma.55
O Código Tributário Nacional, apesar de seu art. 68 não ter sido recepcionado por
incompatibilidade com a Constituição, o art. 69 encontra-se em plena aplicação, in verbis:
VII - quanto aos serviços aludidos nos incisos VIII e IX, o respectivo preço;
4.5.2 A Alíquota
55
Ibidem. p. 319.
56
CARRAZA, Roque Antonio. ICMS, 16ª ed., São Paulo : Malheiros, 2011, p. 268.
36
A partir do momento que temos como definido a base de cálculo a alíquota é um
percentual deste valor. Finalmente se encontra o quantum debeatur.
Para Paulo de Barros Carvalho:
A Constituição Federal não trata da alíquota assim como os outros critérios até agora
analisados, material, temporal, espacial, pessoal e quantitativo (no que concerne à base de
cálculo) ficando ao encargo do legislador infraconstitucional regular a matéria. Não entraremos
em maiores detalhes, mas há na doutrina discussões a respeito da localização da alíquota dentro
da regra matriz de incidência, nas palavras de Renato Lopes Becho 58 “há quem localize a alíquota
solitariamente no mandamento (no consequente) da norma, enquanto outros defendem a ideia de
que ela está no consequente, mas ao lado da base de cálculo e de outros elementos”.
Sobre a previsão constitucional da alíquota temos e exposição de José Eduardo Soares de
Melo, “a constituição, em geral, não trata da fixação de critérios para edição de alíquotas, estando
esta matéria unicamente no regime da reserva legal, salvo exceções complementadas na própria
Carta Magna” 59. Na Constituição Federal encontramos as seguintes prescrições:
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e
aprovada por dois terços de seus membros;
57
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 25ª ed., São Paulo : Saraiva, 2012, p. 327.
BECHO, Renato Lopes. Lições de direito tributário : teoria geral e constitucional, 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2014,
p. 151.
59
MELO, José Eduardo Soares. ICMS: teoria e prática, 9ª ed., São Paulo : Dialética, 2006, p. 222.
37
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do
disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de
mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as
operações interestaduais;
Parágrafo único. Nas operações e prestações realizadas nas Regiões Sul e Sudeste,
destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo, as
alíquotas serão:
Art. 2° A alíquota do imposto de que trata o art. 1°, nas operações de exportação para o
exterior, será de treze por cento.
60
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo : Saraiva, 2011. 3a ed., p. 1005; 1012.
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CONCLUSÃO
Percorremos diversos aspectos deste intricado tributo, trabalho este que não se encerra.
Dentro do ICMS existem de fato vários impostos, a matéria é, portanto, longa e complexa.
Varias, também, são as interpretações, do Fisco, dos doutrinadores e da jurisprudência acerca do
tributo; por vezes restritivas, por vezes ampliativas, esta última característica marcante do Fisco,
sempre guiado por sua imensa fome.
No capítulo da evolução histórica e legislativa, pudemos perceber que o imposto que antes
era de competência da União passou a ser dos estados membros e do Distrito Federal, entes
federados que gozam de autonomia e por serem numerosos a matéria se espalhou pelas leis de
cada um deles, tornando o imposto ainda mais complexo. Não raras às vezes que encontramos
contradições, excessos e ilegalidades nos referidos diplomas, gerados por diversos fatores, entre
estes a Guerra Fiscal.
Definimos a comunicação em seus diversos aspectos, do amplo para o específico, tudo
pelo fim de ser adentrar a materialidade do tributo. Para tanto, foi utilizada a teoria proposta pelo
grande mestre Paulo de Barros Carvalho, pela qual dividimos o tributo em hipótese: critérios
materiais, espaciais e temporais; e consequência: critérios pessoais e quantitativos. Dentro desta
análise, abordamos algumas problemáticas envolvendo, por exemplo, dentro do critério material,
as interpretações ampliativas do Fisco, que abarca muito além do que a norma descreve ao inserir
na base de cálculo tributo serviços que não são de comunicação.
Exploramos jurisprudência recente que lentamente se posiciona pacificando alguns
entendimentos. Ora concordamos, caso dos serviços de instalação de linha telefônica fixa, cujo
tributo foi extirpado da base de cálculo, ora discordamos, como no caso da declaração de
constitucionalidade do art. 150, § 7º, inserido pela EC n º 03/93, que prevê o fato gerador
presumido; ambas do STF.
Muitas são as reflexões geradas pelo estudo do tema, como por exemplo, se a
federalização do ICMS simplificaria o sistema tributário brasileiro, pois como operar em país tão
grande onde a legislação muda de estado para estado, inclusive no nome dos órgãos estatais; mas
por outro lado, também, por ser grande, é permeado de desigualdades regionais, sociais, culturais
e econômicas. Reflexões que extravasam o presente trabalho, mas como dito, são por ele geradas.
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REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 12ª ed. ver. e atual., São Paulo : Saraiva, 2006,
ATALIBA, Geraldo (1996, p. 95) apud BECHO, Renato Lopes. Lições de direito tributário :
teoria geral e constitucional, 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2014.
BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro, Rio de Janeiro: Forense, 2010. 11ª ed.
BECHO, Renato Lopes. Lições de direito tributário : teoria geral e constitucional, 2. ed. – São
Paulo : Saraiva, 2014.
CARRAZA, Roque Antonio. ICMS, 16ª ed., São Paulo: Malheiros, 2011.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 24ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
COELHO, Sacha Calmon Navarro. Revista de Direito Tributário, n. 69.
Consulta nº 0038/99 Consulente: Pensamento Nacional das Bases Empresariais - PNBE
Glossário de Termos de Telecomunicações, do Federal Standart 1.067C Americano, tradução
livre apud MELO, José Eduardo Soares, 2006.
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário 22ª ed., São Paulo: Atlas, 2013.
MARTINS, Ives Gandra, coordenador. Curso de Direito Tributário, 14ª ed., São Paulo: Saraiva,
2013.
MELO, José Eduardo Soares. ICMS: teoria e prática, 9ª ed., São Paulo: Dialética, 2006.
NOGUEIRA Rui Barbosa. Curso de Direito Tributário, 14. Ed., p. 155.
PEREIRA, Caio Mário da Silva Instituições de direito civil, 17ª ed., Rio de Janeiro: Forense,
2013.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo : Saraiva, 2011. 3a ed.
Consulta pela Internet: Disponível em http://www.dicionariodoaurelio.com/Telecomunicacao.html>
Acesso em: 25 de março de 2014.
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