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Ou seja,
FACULDADE DE DIREITO E CIÊNCIA POLÍTICA- ULP - Ano lectivo 2019/2020 Maria Odete Oliveira
Trata-se de uma prestação em dinheiro 1, como aliás decorre do teor do
artigo 40º da Lei Geral Tributária, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 398/98,
de 17 de Dezembro:
Ou seja, são cinco as formas através das quais se pode pagar o imposto:
Débito direto, MB way, Multibanco, Homebanking. ...Outros locais:
serviços de Finanças, CTT e bancos2.
1
Em tempos passados já foi o pagamento do imposto em espécie, a qual todavia foi sendo
abandonada, nomeadamente pela incomodidade, quer para os contribuintes quer para o
Estado. Hoje a referência à modalidade de impostos que possam ser pagos em espécie
tem apenas relevância histórica. Para maior desenvolvimento ver Manuel Henrique de
Freitas Pereira Fiscalidade. (3.ª edição), (2009), Almedina, Coimbra.
2
Ver folheto informativo da AT - Como pagar os seus impostos? em:
https://cutt.ly/BQQNUtm
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O homebanking permite efetuar pagamentos com a referência do
documento de cobrança disponibilizada pela AT, com a possibilidade de
poder fazer-se através do smartphone, tablet ou PC.
Mas, e como realça Sérgio Vasques, “o critério que se nos impõe como
conforme à “natureza das coisas” é o da capacidade contributiva, ainda
que esse critério seja objecto de consagração constitucional apenas
implícita, como ocorre com a Constituição da República portuguesa de
3
J.J. Teixeira Ribeiro, “Os princípios constitucionais da fiscalidade portuguesa”, 1966,
Boletim da Faculdade de Direito, vol. XLII , e em separata. Para maior desenvolvimento
José Manuel Cardoso da Costa, “O principio da capacidade contributiva no
constitucionalismo português e na jurisprudência do Tribunal Constitucional”, Homenagem
ao Prof. Doutor António José Avelãs Nunes, Boletim de Ciências Económicas, Volume
LVII, Tomo I, 2014, Universidade de Coimbra, Faculdade de Direito, em
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1976 (artigos 103º e 104º)” 4. Opinião a que António Sousa Franco
contrapunha o argumento de que, apesar da falta de referência expressa
no respectivo texto, não podia deixar de concluir-se que a Constituição
acolhia o principio da tributação segundo a «capacidade contributiva» ou
as «faculdades contributivas», dado que «toda a filosofia subjacente ao
sistema fiscal» dela constante, para isso apontava em geral e
nomeadamente, na «forte personalização do imposto sobre o rendimento,
com consideração da situação do agregado familiar» 5.
Todavia, e como bem realça Casalta Nabais 7 :"hoje em dia, quando se apela
à ideia da capacidade contributiva como critério da imposição fiscal,
pretende-se, antes do mais excluir o critério do beneficio, equivalência,
troca, seguro, etc.". Parece-nos, no entanto, que a afirmação seria mais
verdadeira no passado do que o é nos nossos dias. De fato, no momento em
que se afirma o Direito Fiscal como ciência autónoma, a equivalência ou o
benefício já́ tinham sido há́ muito afastados pela Ciência Financeira como
4
Sérgio Vasques, Capacidade Contributiva, Rendimento e Património, Business and
Economics School, Instituto Superior de Gestão, em https://.isg.pt
5
António Sousa Franco, Finanças Públicas e Direito Financeiro, 4.ª ed., vol. II, Coimbra,
1992, p. 186
6
José Casalta Nabais, Direito Fiscal (lições), 7.º ed., Coimbra, 2012, p. 155 e ss. Segundo
o autor, e aceite pela doutrina, em geral, o princípio tem o seu âmbito de aplicação
limitado aos impostos (com exclusão dos impostos extra fiscais), não se estendendo
assim a outros tributos como as taxas e, dentro deles, unicamente aos «impostos
fiscais».
7
José Casalta Nabais, O Dever Fundamental de Pagar Impostos, Tese de doutoramento
em Direito (Ciências Jurídico- Políticas) apresentada à Fac. De Direito da Univ. de
Coimbra, Coimbra, 1998, pp 449-450
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critérios de repartição do imposto, por incompatíveis com a sua estrutura
e propósitos fundamentais. O que as Finanças Publicas legam ao Direito
Fiscal nas décadas fundadoras de vinte e trinta é um corpo de ideias já́
largamente depurado da equivalência, não se sentindo os cultores do novo
Direito Fiscal na necessidade de justificar o seu afastamento nem de
lançar mão da capacidade contributiva para o combater. E isto que se diz
vale em trabalhos da época, como os de Bühler, como vale em trabalhos
posteriores, como os de Weber-Fas ou Kruse, para dar algum exemplo
avulso. No discurso moderno da ciência jurídico-fiscal, a capacidade
contributiva vem portanto ocupar uma "terra de ninguém", mais do que
disputá-la à equivalência. Bem pelo contrario, é à capacidade contributiva
que a equivalência tem agora de disputar uma ou outra áreas do sistema
tributário.
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s tratar-se de uma prestação coactivamente exigida ao devedor. Entendemos, no entanto, que não obstante a origem legal do
imposto, a exigência do mesmo ao devedor dependerá frequentemente de um acto voluntário por este praticado, acto esse a que
a lei fará corresponder, se esse for o caso, o pressuposto de uma obrigação tributária. Daí a preferência pela sua
caracterização como prestação estabelecida por lei em detrimento da de prestação coactivamente exigida
s tratar-se
de uma prestação coactivamente exigida ao devedor. Entendemos, no
entanto, que não obstante a origem legal do imposto, a exigência do mesmo
ao devedor dependerá frequentemente de um acto voluntário por este
praticado, acto esse a que a lei fará corresponder, se esse for o caso, o
pressuposto de uma obrigação tributária. Daí a preferência pela sua
caracterização como prestação estabelecida por lei em detrimento da de
prestação coactivamente exigida.
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indivisível, de que beneficiam mesmo os cidadãos não sujeitos ou isentos
de imposto.
Isto é, uma vez paga, e desde que o cálculo do respectivo valor não
contenha quaisquer erros ou omissões, ela não será devolvida a quem a
pagou pelo respectivo credor, o mesmo é dizer, não é susceptível de
reembolso, restituição, retribuição ou indemnização, contrariamente ao
que acontece, por exemplo, com os empréstimos públicos, tanto em geral
como nos empréstimos públicos forçados em particular. A restituição de
imposto apenas poderá ocorrer em virtude de anulação do acto tributário,
por este ser total ou parcialmente inválido, com a consequência de que
aquilo que foi pago para cumprimento de divida consequente de acto
tributário que veio a ser declarado nulo ou anulado (ou que se não verificou
depois9), deve ser restituído.
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Reconhece-se, contudo, a existência de impostos exigidos com outros
propósitos ou finalidades, habitualmente designados por impostos
extrafiscais, no sentido de que o seu objectivo primeiro não é a obtenção
de receitas para o financiamento de despesas públicas mas antes a
realização de outros fins públicos (repartição equitativa dos encargos
públicos, penalização de determinados consumos nocivos ou prejudiciais –
imposto sobre o tabaco e bebidas alcoólicas, p.e. – ou mesmo protecção
económica de bens internamente produzidos – certos impostos
aduaneiros), razões que justificam, para alguns autores, como
fundamentação do imposto a prossecução de fins públicos em geral e não o
financiamento de despesas públicas.
11
Artigo 145, § 14 da Carta: «ninguém será́ isento de contribuir para as despesas do
Estado, em proporção dos seus haveres».
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2 - As taxas assentam na prestação concreta de um serviço público,
na utilização de um bem do domínio público ou na remoção de um
obstáculo jurídico ao comportamento dos particulares .
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existe uma combinação do critério do beneficio com o critério da
cobertura dos custos, isto quanto às taxas que têm por base uma ideia de
equivalência assente na cobertura dos custos, é necessário distinguir,
como faz a doutrina espanhola, entre os custos trasladáveis que
correspondem aos custos respeitantes à utilidade do serviço de que
apenas os destinatários das taxas beneficiam, devendo ser estes a
suportá-los por inteiro, dos custos imputáveis que apenas podem ser
colocados a cargo dos utentes na medida da utilidade do beneficio
especifico por eles recebido, partilhando assim, os custos com a
comunidade que instituiu o serviço de interesse geral. Ou seja, é de
evitar que o Estado possa repercutir sobre os utentes dos serviços
públicos enquanto contribuintes das correspondentes taxas todos os
custos de todos os serviços públicos. Significa isto na opinião da autora
que a solução mais adequada é esta: em primeiro lugar, o montante da taxa
deve ser determinado em concordância com a sua finalidade e de acordo
com o custo efetivo do serviço prestado. S ó́ subsidiariamente é que o
valor da taxa deverá ser apurado em referência ao beneficio auferido pelo
sujeito passivo 12.
12
Suzana Tavares da Silva, ““As taxas e a coerência do sistema tributário”, 2.a ed.,
Cejur, Coimbra Editora, 2013 p. 119, 121 e 122
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Note-se, a propósito, que não deve ser confundida a noção de taxa com a
de tarifa, dado que esta apresenta uma equivalência económica (não
administrativa) com o serviço fornecido pelos entes públicos ou
concessionados (ex. distribuição de água e luz, recolha de lixo, etc., etc.).
Ou seja, enquanto a taxa não tem natureza de preço a tarifa pretende, em
princípio, cobrir o custo do serviço prestado 13.
).
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devida apenas pelo consumo de electricidade, esta não encaixa na
definição de taxa e é, pois, um imposto”14 .
14
Acórdão no 354/98 do Tribunal Constitucional, e Cláudio Silva, “A Contribuição para o
Audiovisual e o Serviço Público de Televisão”, Dissertação de Mestrado em Economia e
Politicas Públicas, Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), Ano lectivo
2010/2011, disponível em https://www.repository.utl.pt
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Actualmente, com a entrada em vigor da LGT em 1 de Janeiro de 1999,
esta qualificação resulta expressamente do teor do seu art.º 4º n.º 3 onde
se refere:
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Além das contribuições especiais que acabamos de tratar, importa referir
as designadas de outras contribuições financeiras a favor de entidades
públicas.
Foi a Revisão Constitucional de 1997 que veio dar uma nova redação ao
anterior artigo 168º da Constituição da República Portuguesa, passando a
alínea i) do nº 1 do atual artigo 165º a atribuir à Assembleia da República a
competência para, salvo autorização ao Governo, legislar sobre a criação
de impostos e sistema fiscal, bem como sobre o regime geral das taxas e
demais contribuições financeiras a favor das entidades públicas.
15
CANOTILHO, J.J; MOREIRA, Vital - Constituição da República Portuguesa Anotada,
Volume I, Coimbra, 2014, p. 1095 e ss
16
Contribuições Financeiras. Natureza Jurídica e Consequências para as Empresas Camila
Gomes Sávio, dissertação de mestrado em
https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/22323/1/master_camila_gomes_savio.
pdf
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Como bem salienta CARDOSO DA COSTA “à luz do direito constitucional
português vigente, e para os correspondentes efeitos, não é possível
manter uma classificação dos tributos reduzida à alternativa imposto ou
taxa, se a Constituição passou a estender a reserva de lei da Assembleia
da República, àquilo que designa de demais contribuições financeiras a
favor das entidades públicas17.
17
COSTA, José Manuel Cardoso da - Sobre o Princípio da legalidade das taxas (e das
demais contribuições financeiras)”, Estudos em Homenagem ao Professor Doutor
Marcello Caetano no Centenário do seu Nascimento, Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa, Volume I, Coimbra Editora, 2006, p. 805.
18
Acórdãos nº 365/08, 613/08, 152/2013 , 80/2014 e Acórdão nº 539/2015
19
Suzana Tavares da Silva - As Taxas e a Coerência do Sistema Tributário, 2ª Edição,
CEJUR, 2013, p. 90
20
José Casalta Nabais, “Direito fiscal”, 3ª ed., Almedina, Coimbra
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de uma atividade administrativa pública e não, ou não exclusivamente, do
exercício de uma atividade do respetivo contribuinte como acontece nos
impostos.” No caso das contribuições financeiras, não está em causa
qualquer tipo de valoração de capacidade contributiva, ainda que em
termos diferenciais, porquanto existe um serviço ou atividade pública que
lhe dão causa, na medida em que se projetam sobre benefícios ou
utilidades para os respetivos sujeitos passivos e que estes aproveitam em
face daquela que é a sua própria circunstância como membros de um
determinado grupo. Deste modo, estão reunidas as condições para
estabelecer uma distinção muito clara entre as contribuições especiais -
que repousam essencialmente num propósito de valorar uma manifestação
diferencial de capacidade contributiva e, por isso, seguem o regime dos
impostos – e as contribuições financeiras, figura historicamente associada
ao reduto dos tributos parafiscais e que hoje alberga um número
considerável de realidades - com especial relevo para os tributos
regulatórios, fiéis ao denominador comum de uma estrutura ancorada no
princípio da equivalência, ainda que projetado sob uma ótica
eminentemente grupal”.
Lançando mão de um critério material de imposição, realçando que o
mesmo, embora assente em termos globais no principio da
proporcionalidade e da equidade, poderá́ sofrer variações em função de
cada uma das três subespécies fundamentais identificáveis nesta terceira
categoria tributária, Casalta Nabais distingue 21:
21
José Casalta Nabais, “Sobre o Regime Jurídico das taxas”, Revista de Legislação e de
Jurisprudência. Coimbra: Coimbra Editora. Ano 145: (2015), n.º 3994, Setembro –
Outubro, 20, p. 25-45, e “Por um Estado Fiscal Suportável” - Estudos de Direito Fiscal,
Volume IV, Coimbra: Livraria Almedina, S.A., 2015.
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factos e comportamentos que consubstanciam manifestações de
aproveitamento das utilidades geradas para além do aproveitamento
correspondente ao mínimo indispensável à subsistência condigna,
correspondendo a tributação a essa diferença;
3) «contribuições especiais extrafiscais» que se destinam a orientar
condutas através da tributação de comportamentos que determinam
um risco acrescido ou esforço especial sobre recursos naturais ou
bens comuns ou colectivos, desde que exista um comportamento
alternativo valido, podendo a sua medida ser muito variada
consoante a intenção seja instituir sistemas de financiamento
cruzado ou apenas impedir determinados comportamentos.
22
José Luís Saldanha Sanches, “Manual de Direito Fiscal”, LEX, Lisboa, 1998 1998, pg
26-27
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Quanto às contribuições pagas pelos trabalhadores, é certo existirem
alguns benefícios decorrentes do seu pagamento (ou pelo menos a
expectativa do seu recebimento). Todavia, o carácter aleatório destes
benefícios exclui a sua consideração como taxas, as quais, como vimos,
exigem uma contrapartida directa aqui não presente. É neste sentido que
Sérgio Vasques afirma que as contribuições pagas pelos trabalhadores
assentam em “prestações pecuniárias e coativas exigidas por uma entidade
pública em contrapartida de uma prestação administrativa
presumivelmente provocada ou aproveitada pelo sujeito passivo” e conclui
que as mesmas se traduzem em contribuições financeiras 23 .
23
Sérgio Vasques, “O Princípio da Equivalência como Critério da Igualdade Tributária”,
Almedina, 2008, p. 189-190.
.
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Como é sabido, o empréstimo público é forçado quando os particulares são
forçados a subscrevê-lo24, não existindo, pois, para estes, liberdade na
decisão de o fazer ou não, contrariamente ao que acontece nos vulgares
empréstimos públicos ( a voluntariedade , destes justifica a irrelevância
de qualquer abordagem por totalmente diferenciados da figura do
imposto).
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requisição, habitualmente definida como o acto pelo qual, em situações
excepcionais e expressamente previstas na lei (art.º 165º n.º 1 alínea e da
CRP), se pode exigir aos particulares, a prestação de determinados
serviços, a cessão de bens móveis ou a utilização de certos bens, sempre
para ocorrer a necessidades urgentes e sempre com a justa indemnização.
Esta classificação não tem por base um critério único, sendo antes
propostos vários critérios de distinção, tanto os económico-financeiros
como os jurídico-administrativos, os quais em síntese podem ser
agrupados do seguinte modo:
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o caso, entre outros do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Singulares (IRS) ou do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Colectivas (IRC), e indirectos os que incidem sobre manifestações
mediatas ou indirectas dessa capacidade, ou seja, nas utilizações em
consumo dessa mesma capacidade (de que é exemplo marcante o Imposto
sobre o Valor Acrescentado – IVA). É o critério das manifestações da
riqueza, sendo aliás o mais aceite na matéria.
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impostos classificar-se-iam como indirectos (IVA). Todavia, também este
critério não se apresenta compatível com a técnica tributária actual – os
impostos aduaneiros, cujo lançamento compete aos serviços alfandegários
(directos pelo critério em apreciação) constituem tributação indirecta, ao
mesmo tempo que se exige a autoliquidação pelo sujeito passivo num
imposto directo como é o IRC.
s, é a distinção entre impostos reais e impostos pessoais. Os impostos reais tributam o rendimento ou património em termos
objectivos, sem ter em conta a situação pessoal e familiar dos contribuintes (IRC), enquanto que os impostos pessoais têm, em
alguns aspectos do seu regime jurídico, atenção a tais realidades (IRS p.e.).
s, é a distinção entre impostos
reais e impostos pessoais. Os impostos reais tributam o rendimento ou
património em termos objectivos, sem ter em conta a situação pessoal e
familiar dos contribuintes (IRC), enquanto que os impostos pessoais têm,
em alguns aspectos do seu regime jurídico, atenção a tais realidades (IRS
p.e.).
s, é a distinção entre impostos reais e impostos pessoais. Os impostos reais tributam o rendimento ou património em termos
objectivos, sem ter em conta a situação pessoal e familiar dos contribuintes (IRC), enquanto que os impostos pessoais têm, em alguns aspectos do seu regime juríd
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O IVA, assumido como um imposto real sobre a despesa dos contribuintes,
acaba por apresentar preocupações com a capacidade contributiva
traduzida na diferenciação de taxas a que estão sujeitos os diferentes
bens ou serviços. Por outro lado, sendo embora o IRS um imposto pessoal,
como aliás impõe o artigo 104º n.º 1 da CRP e o artigo 6º n.º 1 alínea a) da
LGT, há rendimentos sujeitos e tributados em IRS que o são de uma
forma objectiva sem ter em conta aspectos pessoais – v.g. rendimentos
sujeitos a taxas liberatórias pelo artigo 74º do Código do IRS.
r. Tratava-se de um imposto cuja prestação era fixa, não dependendo de qualquer matéria colectável.
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de Margaret Thatcher em 1989 na Escócia, e em 1990 no restante do
Reino Unido, o qual custearia os governos locais por meio de uma taxa
única a ser cobrada por habitante, independentemente da sua renda ou
capacidade económica era um imposto de prestação fixa, a que a população
britânica resistiu fortemente, recusando-se a fornecer os dados
necessários ao governo e a pagar o tributo e dificultando a punição dos
incumpridores, o que conduziu à impossibilidade de o implantar e, de certo
modo, à derrota do governo e queda de Margaret Thatcher como
Primeira-Ministra.
São impostos proporcionais, aqueles cuja taxa é fixa, não variando pois
com o valor da matéria colectável. Como exemplo temos o IRC. Nestes
impostos o montante de imposto a pagar cresce na mesma proporção que a
matéria colectável. Têm uma taxa fixa, única e constante, qualquer que
seja o valor da matéria colectável. Assim, o imposto aumenta
proporcionalmente ao aumento da matéria colectável.
São impostos progressivos, aqueles cuja taxa aumenta à medida que for
aumentando a matéria colectável, podendo a progressividade ser contínua
(a maior taxa aplica-se a toda a maior matéria colectável) ou por escalões,
sendo exemplo destes últimos o IRS. A colecta de imposto cresce mais do
que proporcionalmente em relação à matéria colectável. Em relação aos
impostos progressivos, importa salientar que não h á́ impostos que sejam
indefinidamente progressivos, pois em dado momento, atingia-se uma taxa
de cem por cento e o imposto consumia toda a matéria colectável. Deste
modo, as taxas do imposto progressivo são crescentes at é́ determinado
limite, a partir do qual a taxa passa a ser única. Sirva de exemplo aquele
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IRS, em que a taxa máxima em 2022 é de 48%, que irá ser aplicada aos
grupos de maiores rendimentos.
O sistema de progressividade actual não é o da progressividade global em
que toda a matéria colectável é tributada à taxa mais elevada, mas sim, e
como se disse, o da progressividade por escalões, pois o sistema da
progressividade global comporta, injustiças. O sistema da progressividade
por escalões resulta mais justo, uma vez que, a matéria colectável
concretamente apurada é dividida por um determinado número de partes,
as necessárias para corresponder ao leque de taxas a que pertence. Em
seguida aplica-se a taxa mais elevada, não à totalidade da matéria
colectável, mas apenas aquela parte que excede o limite máximo do escalão
anterior que proporcionalmente em relação à matéria colectável, mas
evita-se a possibilidade de a um rendimento bruto superior corresponder,
uma vez pago o imposto, um rendimento liquido inferior. Voltaremos a esta
temática na segunda parte deste curso quando especificamente
analisarmos a disciplina do IRS.
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é então o de personalizar a tributação e de atenuar, como se disse, o seu
carácter regressivo.
Impostos estaduais serão aqueles que têm como sujeito activo o Estado
central. Impostos não estaduais têm por sujeito activo um outro ente de
direito público, seja ele uma região autónoma, uma autarquia local ou um
instituto público.
A questão é a de saber:
- primeiro se os impostos podem, segundo a lei fundamental, apresentar
outros objectivos que não a arrecadação de receitas;
- em segundo lugar, se os impostos extrafiscais respeitam o princípio da
capacidade contributiva, também ele constitucionalmente imposto, e,
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finalmente se, nas situações em que esses impostos recaiam sobre
actos lesivos e rotulados de ilícitos, não há uma contradição, devendo a
situação ser tratada no direito sancionatório e não no direito fiscal. Ou
seja, em vez de impostos extrafiscais deveriam ser aplicadas coimas ou
multas?
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tributários como meios ao serviço da protecção do meio ambiente ou, por
outras palavras, do direito tributário ambiental. A extra fiscalidade
aparece pois utilizada como instrumento na funcionalização da actividade
financeira ou seja como ferramenta intervencionista do Estado na
correcção das externalidades negativas.
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consequências indesejáveis que ele provoca. Ou seja, sempre se deverá
entender que o princípio do poluidor-pagador tem um carácter
essencialmente preventivo e não sancionatório. Enquanto que numa sanção
o Estado exerce a sua função de autoridade-polícia, nos impostos
ambientais o Estado apresenta-se numa função de defensor dos direitos
fundamentais dos cidadãos nos termos constitucionais já referidos.
Deve ainda referir-se que, enquanto que na sanção a reacção punitiva
envolve a eliminação total do benefício auferido com a infracção, nos
tributos ambientais apenas será captada uma parte do benefício obtido,
sob pena de estarmos perante um imposto confiscatório,
inconstitucionalmente proibido.
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Alguma doutrina e jurisprudência têm-se manifestado no sentido de que,
sobretudo em sede de impostos extrafiscais, o princípio da capacidade
económica não constitui critério de justiça exclusivo e excludente na
prefiguração do pressuposto do imposto. Atender apenas à capacidade
económica faria desvirtuar a caracterização do imposto como tributo
ambiental: o imposto relacionar-se-ia apenas com a obtenção de
rendimento ou com a propriedade de um património, sem qualquer outra
relação com a degradação do meio, e fazendo com que o tributo perdesse
toda a sua função incentivadora da qualidade do meio ambiente. Neste
contexto haveria de entender-se que, se com o tributo ambiental se actua
sobre o desenvolvimento económico, actuando como meio de pressão sobre
ele, aí deve ser encontrada a fundamentação económica a considerar como
substrato da tributação, o que tornará então o tributo constitucional i.e.
respeitador ainda do princípio da capacidade económica.
Em matéria de capacidade económica deve concluir-se, pois, que o
princípio constitui, nos impostos ambientais, um mínimo lógico exigível do
dever de contribuir (a manifestar-se no desenho do pressuposto de facto,
na estrutura do tributo e na quantificação da obrigação), com negação de
que o tributo recaia sobre situações em que o sujeito passivo esteja
privado de força económica para responder ao respectivo pagamento.
Podendo o legislador desenhar o imposto tendo em atenção considerações
extrafiscais, isso não deve significar que o facto tributário, do qual se faz
depender o nascimento da obrigação tributária, não se articule com
manifestações objectivas de força económica que revelem aptidão
subjectiva para contribuir para a satisfação das despesas públicas. Essa
capacidade económica, contudo, não esgota o conteúdo do princípio (nem
toda a força económica é susceptível de ser tributada, devendo ser
excluída a parte da riqueza que se destine às necessidades vitais do
sujeito passivo e membros do agregado familiar (mínimo vital), ao mesmo
tempo que se exige que o tributo não possa esgotar a riqueza tributável
sobre a qual incide (princípio de não confiscatoriedade).
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respeito pelo princípio da capacidade económica na sua vertente de
qualidade subjectiva, sob pena de tornar o sistema fiscal injusto, afastado
da contribuição justa de todos para o financiamento das despesas
públicas.
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Sendo certo que, em princípio estamos perante impostos qualificados
como tanto mais eficazes quanto menor for a receita que produzam,
sempre poderemos dizer que deles não podem ser esperados grandes
objectivos em termos de arrecadação de receita. Agora o saber se a
evolução será no sentido de a receita por eles arrecadada ser constante,
crescente ou decrescente, isso depende de muitos e variáveis factores:
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O IRS visa tributar, de forma progressiva e global, os rendimentos
detidos pelas pessoas singulares residentes no território português e por
não residentes que obtenham rendimentos sujeitos a tributação em
Portugal. Segundo o art.º 104.º do n.º 1 da CRP, “ o imposto sobre o
rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e ser á́ único e
progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do
agregado familiar”. Em algumas situações a progressividade do imposto é
afastada , como acontece com os rendimentos sujeitos à aplicação de
taxas liberatórias e taxas especiais, que apresentam natureza
proporcional.
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específico definido no respectivo código. Trata-se, em ambos os casos, de
impostos de obrigação única.
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Como impostos de menor importância, também eles difíceis de conceituar
por vezes, apresentam-se, entre outros, o ISV - Imposto Sobre Veículos,
o IUC - Imposto Único de Circulação e a Contribuição audiovisual
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