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1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................

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2. OBJETIVO..............................................................................................................................2
2.1. Geral......................................................................................................................................2
3. PRINCÍPIOS DE PROCESSO CIVIL....................................................................................3
3.2. Evolução do direito processual civil Moçambicano.............................................................3
3.3. Processo civil Moçambicano no tempo colonial...................................................................5
3.4. Processo civil Moçambicanos depois da independência.......................................................6
4. CONCLUSÃO.........................................................................................................................8
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................9
1. INTRODUÇÃO

O direito processual civil moçambicano é o conjunto de normas que regulam a forma como os
processos civis são conduzidos em Moçambique. Esse ramo do direito define as regras e os
procedimentos que devem ser seguidos desde o início de uma disputa civil até a sua resolução
por um tribunal.

As principais fontes do direito processual civil em Moçambique incluem a Constituição da


República de Moçambique, leis ordinárias, regulamentos e jurisprudência. O Código de Processo
Civil, em particular, é uma legislação fundamental que estabelece os procedimentos a serem
seguidos em processos civis.

Alguns dos princípios fundamentais do direito processual civil moçambicano incluem o princípio
do devido processo legal, que garante que todas as partes tenham direito a um processo justo e
imparcial, o princípio do contraditório, que assegura o direito de ambas as partes apresentarem
suas argumentações e provas, e o princípio da oralidade, que valoriza a realização de audiências
orais para a produção de provas e argumentações.

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a evolução histórica do processo civil
moçambicano.

2. OBJETIVO

2.1. Geral

O presente trabalho apresenta o tema Princípios de processo civil.

2.2. Específicos
 Apresentar a evolução do direito processual civil Moçambicano
 Apresentar o direito processual civil Moçambicano no tempo colonial
 Apresentar o direito processual civil Moçambicano depois da independência
 Apresentar o direito processual civil Moçambicano depois da CRM de 2004

3. PRINCÍPIOS DE PROCESSO CIVIL


3.1. Conceitos básicos

3.1.1. Princípios
No contexto do processo civil, os princípios são fundamentais para orientar a condução dos
processos judiciais, garantindo a justiça, a equidade e a eficiência do sistema jurídico. Alguns
dos princípios mais importantes no processo civil.

3.1.2. Processo civil

O processo civil é um ramo do direito que trata da resolução de litígios de natureza não criminal
entre pessoas físicas ou jurídicas. Envolve a aplicação de normas e procedimentos para a solução
de controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais ou pessoais, como contratos,
responsabilidade civil, direito de família, direito das sucessões, entre outros.

3.2. Evolução do direito processual civil Moçambicano

Para Caldeira o Código do Processo Civil foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 44.129, de 28 de
Dezembro de 1961 e mandado aplicar em Moçambique pela Portaria n.º 19. 305, de 30 de Julho
de 1962, tendo entrado em vigor a partir de 1 de Janeiro de 1963, o qual constitui em si mesmo
uma revisão do velho Código de Processo Civil de 1939. O Código sofreu alterações impostas,
entre outros, pela entrada em vigor do Código Civil de 1966 - Decreto-Lei nº 47 690, de 11 de
Maio de 1967 - e pelo Decreto-Lei nº 323/70, de 11 de Julho. Contudo, o Código de Processo
Civil continuou a estar largamente desadaptado à realidade jurídica e social do País.

Do ponto de vista do interesse nacional, as suas regras não davam a resposta adequada à
necessidade de celeridade e simplicidade na resolução dos litígios de natureza económica ou
social, em especial no momento de desenvolvimento de Moçambique e de integração do País em
espaços económicos regionais.

Foi assim que, ao longo do tempo, o código sofreu outras alterações, das quais se menciona as
resultantes de: - Lei n.º 11/ 99, de 8 de Julho (Arbitragem, Conciliação e Mediação); - Lei n.º 10/
2002, de 12 de Março (Actos Judiciais e Procedimentos Cautelares). - Decreto-Lei nº 1/2013 de
4 de Julho (Regime Jurídico da Insolvência e Recuperação de Empresários Comerciais) -
Decreto-Lei nº 1/2005 de 27 de Dezembro - Decreto-Lei nº 1/2009 de 24 de Abril.

Nestas 2 últimas alterações, a metodologia usada foi:


 Manutenção da actual ordenação e numeração do C. P. C, aditando-se letras a novos
artigos;
 Alterações de princípios informadores e outros normativos decorrentes da nova realidade
sócio-jurídica;
 Alteração de questões terminológicas (Freguesia, Comarca, Relação, Supremo Tribunal
de Justiça, Província Ultramarina, etc.).

Os objectivos principais destas foram de modernizar, simplificar, racionalizar, adequar à


realidade sócio-jurídica e teve como princípios subjacentes os do dispositivo, contraditório,
igualdade das partes, celeridade e economia processual, cooperação e boa-fé, adequação formal
liberdade de prova, entre outros.

A reforma do Código traz novidades em termos da forma e marcha dos processos, de


simplificação da tramitação da acção executiva, regras sobre Despacho Saneador, Especificação,
Questionário e de Audiência Preparatória, apresentação de alegações nos recursos ordinários,
papel do juiz e privilégios do Ministério Público, produção de prova, levantamento da proibição
de arresto contra os comerciantes, utilização de meios informáticos e outras.

Destas novidades, cabe destacar as alterações na forma e na marcha do processo comum,


declarativo e executivo. Foram abolidas a réplica e a tréplica e foi ampliado o elenco de títulos
executivos, com a atribuição de força executiva aos documentos particulares em determinadas
condições, desde que assinados pelo devedor.

Assim, passou-se a atribuir força executiva a documentos particulares assinados pelo devedor
cujo montante seja determinado ou determinável, bem como quando se trata da entrega de coisas
móveis e imóveis ou prestação de facto, tendo-se reforçado, consequentemente, o direito de
oposição do executado em caso de execução com base em escrito particular. Uma matéria que foi
revista e parece estar a ter impacto positivo é a que respeita à insolvência, cujo novo regime
jurídico foi aprovado pelo Decreto-Lei nº 1/2013 de 4 de Julho. Segundo e relatório do Doing
Business do Banco Mundial de 2019, a aprovação e aplicação deste novo instrumento legal e as
medidas consequentes levaram a uma melhoria da posição de Moçambique nesta matéria
(quadro). Seria muito útil que fossem feitas avaliações regulares do impacto das medidas de
reforma legal e outras complementares tomadas, para se aferir o impacto das mesmas.

3.3. Processo civil Moçambicano no tempo colonial

Durante o período colonial em Moçambique, o processo civil estava sujeito às leis e práticas
jurídicas impostas por Portugal, o país colonizador. Isso significava que o sistema legal
moçambicano era amplamente baseado nas leis portuguesas, com adaptações e especificidades
para atender às necessidades e circunstâncias locais.

O código civil português, bem como o código de processo civil, eram as principais fontes de
legislação aplicadas em Moçambique durante o período colonial. Essas leis estabeleciam os
procedimentos a serem seguidos em questões civis, como disputas de propriedade, contratos,
heranças e outras questões legais entre indivíduos.

Os tribunais em Moçambique durante o tempo colonial estavam sob a jurisdição das autoridades
coloniais portuguesas. Isso incluía a administração de tribunais locais e a aplicação das leis de
acordo com as políticas e interesses coloniais.

É importante notar que durante o período colonial, as leis e práticas jurídicas frequentemente
refletiam os interesses do colonizador e nem sempre atendiam aos interesses e às necessidades da
população local moçambicana. Isso resultou em um sistema legal que era muitas vezes injusto e
desigual para os moçambicanos nativos, com acesso limitado à justiça e proteção legal.

3.4. Processo civil Moçambicanos depois da independência

Após a independência de Moçambique em 1975, houve mudanças significativas no sistema


jurídico do país, incluindo o direito processual civil. Com a independência, Moçambique
começou a desenvolver seu próprio sistema legal, adaptado às necessidades e realidades locais, e
desvinculado das leis e práticas jurídicas do período colonial.
Após a independência, o governo moçambicano promulgou novas leis e regulamentos para
substituir ou modificar as leis coloniais anteriores. Isso incluiu o desenvolvimento de um novo
código de processo civil que refletisse os valores e as aspirações da nova nação independente.

O processo civil moçambicano após a independência foi influenciado por ideais de justiça social,
equidade e desenvolvimento. As leis foram elaboradas para garantir o acesso à justiça para todos
os cidadãos, independentemente de sua posição social ou econômica. Foram estabelecidos
tribunais e procedimentos judiciais que visavam a promover a igualdade perante a lei e a
proteção dos direitos individuais e coletivos.

Além disso, o sistema judicial moçambicano buscou incorporar elementos de tradições legais
africanas e garantir a participação da comunidade na administração da justiça. Isso incluiu a
promoção de métodos alternativos de resolução de disputas, como a mediação e a conciliação,
em complemento aos procedimentos judiciais formais.

O processo civil moçambicano após a independência foi marcado por uma transição para um
sistema jurídico independente e adaptado às necessidades do país, buscando promover a justiça,
a equidade e o acesso à justiça para todos os cidadãos.

3.5. Processo civil Moçambicano depois da CRM de 2004

Após a promulgação da Constituição da República de Moçambique (CRM) em 2004, houve


importantes mudanças no sistema jurídico moçambicano, incluindo no processo civil. A CRM
estabeleceu os princípios fundamentais do Estado e os direitos dos cidadãos, influenciando
diretamente o direito processual civil.

Após a CRM de 2004, o processo civil moçambicano passou a ser orientado pelos princípios
constitucionais, como o respeito pelos direitos humanos, a igualdade perante a lei e o acesso à
justiça. A constituição reforçou os direitos fundamentais das partes envolvidas em processos
civis e estabeleceu garantias para a independência e imparcialidade do sistema judicial.

Além disso, a CRM de 2004 proporcionou uma base sólida para o desenvolvimento contínuo do
sistema jurídico moçambicano. Ela incentivou a modernização dos procedimentos judiciais, a
capacitação dos profissionais do direito e a adoção de práticas que promovam a eficiência e a
transparência no sistema judicial.

A CRM também enfatizou a importância da participação da comunidade na administração da


justiça e na resolução de disputas. Isso incluiu a promoção de métodos alternativos de resolução
de conflitos, como a mediação e a conciliação, como meio de complementar os procedimentos
judiciais formais.

O processo civil moçambicano após a CRM de 2004 foi caracterizado por uma maior ênfase na
proteção dos direitos fundamentais das partes, na independência do sistema judicial e na
modernização dos procedimentos judiciais para garantir a efetividade e a equidade na
administração da justiça.

A Revisão do Processo Civil de 2005

Para Timbine reforma legal em curso em Moçambique, impôs, desde o início, a necessidade de
reformar o Código de Processo Civil, tendo em conta que o mesmo já se encontrava desajustado
à realidade. Por isso, iniciou um movimento de revisão e vários instrumentos legislativos, de
entre os quais o Código de Processo Civil, foi alterado pelo Decreto-Lei n.º 1/2005, de 27 de
Dezembro.

Para além das alterações introduzidas por este diploma legal, tem interesse para o processo civil,
as consequências resultantes da Constituição de 2004 que, vindo num contexto diferente,
impõem que a legislação processual civil se ajuste aos novos paradigmas resultantes da
Constituição.

No entanto, porque se entendeu “ser necessário e urgente modernizar, aperfeiçoar e simplificar a


lei processual”12, foi feita uma revisão ao CPC em 2005 a qual não chegou a ser profunda,
apesar da quantidade de disposições que foram alteradas. Apesar da enorme ambição que sempre
acompanhou o processo de preparação da proposta de revisão, a fase final frustrou as
expectativas. Na verdade, “poderia ter-se levado mais longe a ambição de rever o direito
processual civil aplicado em Moçambique, com menos “respeito” e “submissão” ao Código em
vigor”13, facto que não ocorreu.
4. CONCLUSÃO
Durante o período colonial, Moçambique foi uma colônia de Portugal, e o sistema legal vigente
era baseado nas leis portuguesas. O direito processual civil moçambicano durante este período
refletia em grande medida o sistema jurídico português, com suas próprias adaptações e
particularidades para atender às necessidades locais.

As leis processuais aplicadas durante o período colonial estavam principalmente contidas no


Código de Processo Civil português, com ajustes e modificações feitos para a realidade
moçambicana. O sistema judicial estava integrado à estrutura colonial, com tribunais
administrados por autoridades coloniais e aplicando leis que muitas vezes não refletiam os
interesses e as necessidades da população local.

Após a independência de Moçambique em 1975, houve mudanças significativas no sistema legal


do país, incluindo o direito processual civil. O governo moçambicano começou a promulgar leis
e regulamentos que refletiam os valores e as aspirações da nova nação independente.

Durante esse período pós-independência, o direito processual civil moçambicano passou por um
processo de africanização e nacionalização, com a adoção de leis e procedimentos mais
alinhados com as necessidades e realidades do país. Novos códigos e regulamentos foram
desenvolvidos para substituir ou modificar as leis coloniais anteriores.

A Constituição da República de Moçambique (CRM) de 2004 representou um marco importante


na história legal do país. Ela estabeleceu os princípios fundamentais do Estado e os direitos dos
cidadãos, influenciando diretamente o direito processual civil.

Após a CRM de 2004, houve uma maior ênfase na proteção dos direitos fundamentais das partes
envolvidas nos processos civis, bem como na independência do sistema judicial. O direito
processual civil foi ajustado para garantir o cumprimento dos princípios constitucionais, como o
devido processo legal, o acesso à justiça e a igualdade perante a lei.

Além disso, a CRM de 2004 proporcionou uma base sólida para o desenvolvimento contínuo do
sistema jurídico moçambicano, incentivando a modernização dos procedimentos judiciais e a
capacitação dos profissionais do direito. Isso ajudou a fortalecer o estado de direito e a promover
a justiça e a equidade no país.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Tomás Luís Timbane. A Reforma do Processo Civil Moçambicano e a Lei da Organização
Judiciária. Acesso no dia 28 de abril de 2024, disponível em Microsoft Word - A Reforma do
Processo Civil e a LOJ 2008 20 03 08.doc (ulisboa.pt)

José Manuel Caldeira . Colóquio de Direito processual civil – 10 de 11 de Outubro de 2019


Simplificação de procedimentos no processo civil Acesso no dia 28 de abril de 2024, disponível
em Intervencão_Dr._Caldeira_-
_Simplificação_de_procedimentos_no_processo_civil_10_10_19.pdf (ts.gov.mz)

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