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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

TEMA: RAMIFICAÇÕES DO DIREITO E SEUS CRITERIOS


DIFERENCIADORES

NOME:
Anabela Manuel Cosaminho
Antonio Jose
Crimildo De Melo
Junilson Rui
Jamila Abilio
Liliana Banze
Patricia Paulino
Marta Meque
Regina Macore

Docente:
Santos Janota

BEIRA, ABRIL
UNIVERSIDADE LICUNGO
INDICE
1.Capitulo I:Introdução.................................................................................................................. 3
1.1.Objectivo ................................................................................................................................. 3
1.1.1.Objetivo Geral .................................................................................................................. 3
1.1.2.Objetivos Específicos ........................................................................................................ 3
2.Capítulo II: Referencial Teórico ................................................................................................... 3
2.1.A Divisão Dos Ramos Do Direito: ............................................................................................ 3
2.2.A Divisão do Direito: Entendendo suas Ramificações e Especificidades ................................. 5
2.3.Os Três Ramos do Direito: Uma Visão Geral e Explicação Detalhada ..................................... 7
2.4.Critérios Diferenciadores entre as Ramificações do Direito .................................................... 9
2.5.Caso: Crime de Corrupção em Contrato Público ................................................................... 11
Capitulo V: CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 13
1.Capitulo I:Introdução
O Direito é um elemento essencial para a organização e funcionamento de qualquer
sociedade, fornecendo um conjunto de normas e regras que regulam o comportamento
humano e garantem a ordem social. Dentro desse contexto, o estudo e a compreensão das
diferentes ramificações do Direito são fundamentais para lidar com as complexidades
legais que surgem na vida cotidiana e na esfera profissional. Este trabalho tem como
objetivo explorar as diferentes ramificações do Direito em Moçambique, destacando
exemplos práticos e suas implicações nas questões legais do país.

1.1. Objectivo

1.1.1.Objetivo Geral

• objetivo deste trabalho é analisar as principais ramificações do Direito em


Moçambique, fornecendo uma visão abrangente das diferentes áreas legais e
como elas se aplicam na prática jurídica do país. Pretende-se também destacar a
importância de compreender esses ramos do Direito para garantir a justiça, a
equidade e o cumprimento das leis em Moçambique.

1.1.2.Objetivos Específicos

2. Capítulo II: Referencial Teórico

2.1.A Divisão Dos Ramos Do Direito:


O Direito, como um campo vasto e complexo, é dividido em diferentes ramos para
facilitar o estudo e a aplicação das leis. Essa divisão permite que os profissionais
especializem-se em áreas específicas e forneçam um serviço mais preciso e eficiente aos
seus clientes.
2.1.1. História e Evolução dos Ramos do Direito
1. Direito Civil:
• Origens Históricas:
O Direito Civil tem suas raízes nas antigas civilizações, especialmente em Roma. O
desenvolvimento do Direito Romano, codificado no Corpus Juris Civilis por Justiniano,
estabeleceu os fundamentos do direito civil ocidental. Esse sistema legal abordava
questões como propriedade, contratos, família e responsabilidade civil.
• Idade Média e Moderna:
Durante a Idade Média, o direito civil foi influenciado pelo direito canônico da Igreja
Católica e pelos costumes locais. Com o Renascimento e a disseminação dos princípios
do direito romano, houve um renascimento do interesse no direito civil clássico. Durante
a era moderna, especialmente a partir do século XVIII, o direito civil foi codificado em
muitos países europeus, estabelecendo princípios comuns que regem as relações civis.
2. Direito Penal:
• Antiguidade:
As práticas jurídicas antigas muitas vezes enfatizavam a vingança pessoal e a punição
física. No entanto, civilizações como a Mesopotâmia e a Grécia estabeleceram códigos
de leis escritas para regular as condutas criminosas e impor sanções.
• Evolução do Direito Penal Moderno:
Com o desenvolvimento das sociedades modernas, o direito penal evoluiu para refletir
valores de justiça, proporcionalidade e respeito aos direitos humanos. O surgimento do
Estado de Direito trouxe consigo a ideia de que a punição deve ser aplicada de acordo
com leis estabelecidas e por meio de procedimentos justos.
3. Direito do Trabalho:
• Revolução Industrial:
Durante a Revolução Industrial, as condições de trabalho eram frequentemente
desumanas, com longas jornadas, salários baixos e falta de proteção para os trabalhadores.
Isso levou ao surgimento de movimentos trabalhistas e à promulgação das primeiras leis
trabalhistas.
• Desenvolvimento Legislativo:
Ao longo do século XIX e XX, foram promulgadas leis trabalhistas que estabeleciam
limites para a jornada de trabalho, garantiam condições seguras nos locais de trabalho,
regulamentavam salários e reconheciam direitos sindicais. Esse desenvolvimento
legislativo continuou a evoluir para abordar questões contemporâneas, como igualdade
de gênero, discriminação no local de trabalho e proteção dos direitos dos trabalhadores
migrantes.
4. Direito Tributário:
• Antiguidade:
Desde os tempos antigos, as civilizações impunham tributos para financiar as atividades
governamentais e públicas. Na Mesopotâmia, por exemplo, registros indicam a existência
de impostos sobre terras e comércio.
• Desenvolvimento Contemporâneo:
Com o advento do Estado moderno e a necessidade de financiar suas atividades, o direito
tributário evoluiu para regulamentar a tributação de forma mais sistemática. Isso inclui a
criação de códigos tributários, a definição de regimes fiscais e a implementação de
sistemas de administração tributária.
5. Direito Constitucional:
• Surgimento das Constituições:
O Direito Constitucional tem suas origens nas primeiras constituições escritas, como a
Magna Carta de 1215 na Inglaterra e a Constituição dos Estados Unidos em 1787. Esses
documentos estabeleceram limites ao poder do governo e reconheceram os direitos
fundamentais dos cidadãos.
• Expansão dos Direitos e Garantias:
Com o passar do tempo, as constituições foram ampliando o rol de direitos e garantias
fundamentais, abordando questões como liberdade de expressão, igualdade perante a lei,
direitos sociais e proteção ambiental. O Direito Constitucional também evoluiu para
refletir mudanças na estrutura e na organização dos Estados, incluindo a criação de
sistemas democráticos e federalistas.
6. Direito Administrativo:
• Crescimento do Estado Moderno:
O Direito Administrativo surgiu como resposta ao crescimento do Estado moderno e à
necessidade de regulamentar sua atividade administrativa. Durante os séculos XIX e XX,
o aumento da intervenção estatal na economia e na prestação de serviços públicos levou
ao desenvolvimento do direito administrativo como uma disciplina distinta.
• Princípios e Procedimentos Administrativos:
O direito administrativo estabelece os princípios que regem a atuação da administração
pública, como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Além
disso, ele define os procedimentos que devem ser seguidos pela administração ao tomar
decisões e executar políticas públicas.
7. Direito Internacional:
• Evolução das Relações Internacionais:
O Direito Internacional surgiu da necessidade de regular as relações entre os Estados
soberanos e promover a cooperação internacional. Ao longo da história, o direito
internacional evoluiu para abordar questões como guerra e paz, comércio internacional,
direitos humanos e proteção ambiental.
• Fontes do Direito Internacional:
As fontes do direito internacional incluem tratados, costumes internacionais, princípios
gerais do direito e decisões judiciais. Organizações internacionais, como as Nações
Unidas, também desempenham um papel importante na criação e aplicação do direito
internacional.

2.2.A Divisão do Direito: Entendendo suas Ramificações e Especificidades


Entender as diferentes ramificações do Direito é fundamental para encontrar o
profissional adequado para lidar com um determinado caso legal. Cada ramo do Direito
possui suas próprias leis, princípios e procedimentos específicos. Abaixo, apresentaremos
alguns dos principais ramos do Direito, destacando suas características e aplicações.
1. Direito Civil: É o ramo responsável por regular as relações entre indivíduos,
como questões relacionadas a contratos, propriedade, família, sucessões, entre
outros.
• Por exemplo, um advogado especializado em Direito Civil pode auxiliar uma
pessoa em um processo de divórcio ou na compra de um imóvel.
2. Direito Penal: Envolve as normas e regras que regem as ações consideradas
crimes pela sociedade. O objetivo do Direito Penal é proteger a sociedade e punir
indivíduos que cometem delitos. Advogados criminalistas.
• por exemplo, são responsáveis por defender pessoas acusadas de crimes
perante a justiça.
3. Direito do Trabalho: Trata das relações entre empregados e empregadores,
garantindo os direitos trabalhistas e regulamentando questões como jornada de
trabalho, salário, férias, demissão, entre outros. Nesse ramo, um advogado
especializado em Direito do Trabalho pode auxiliar um trabalhador a fazer valer
seus direitos perante seu empregador.
• Exemplo : Um trabalhador moçambicano que enfrenta jornadas de trabalho
abusivas por parte de seu empregador pode buscar assistência de um advogado
especializado em Direito do Trabalho para garantir o cumprimento das normas
trabalhistas estabelecidas pelo Código do Trabalho de Moçambique. Esse
advogado poderia ajudar o trabalhador a negociar melhores condições de
trabalho, como horas extras remuneradas e respeito aos intervalos de
descanso.
4. Direito Tributário: Regula as leis relacionadas aos impostos e tributos, incluindo
a arrecadação e fiscalização desses valores. Advogados especializados em Direito
Tributário podem ajudar empresas e indivíduos a entenderem suas obrigações
fiscais e a se defenderem em casos de contestação de impostos.
• Exemplo : Uma empresa em Moçambique que enfrenta uma contestação de
impostos por parte das autoridades fiscais pode recorrer a um advogado
especializado em Direito Tributário para analisar a situação e defender os
interesses da empresa perante o órgão fiscalizador. Esse advogado poderia
ajudar a empresa a entender suas obrigações fiscais e a apresentar recursos ou
contestações de forma adequada, buscando reduzir ou evitar eventuais
penalidades tributárias.
5. Direito Constitucional: Refere-se às normas e princípios fundamentais que
regem um país ou uma organização política. O Direito Constitucional abrange
questões como a estrutura do Estado, os direitos e deveres dos cidadãos e as
atribuições dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Advogados
especializados em Direito Constitucional podem atuar na defesa dos direitos
individuais perante os poderes do Estado.
• Exemplo: Um cidadão moçambicano que se sente prejudicado por uma
medida do governo que viola seus direitos fundamentais, como liberdade de
expressão ou direito à propriedade, pode buscar auxílio de um advogado
especializado em Direito Constitucional para contestar essa medida perante o
Tribunal Constitucional de Moçambique. Esse advogado poderia atuar na
defesa dos direitos individuais do cidadão perante os poderes do Estado,
garantindo o respeito à Constituição do país.

6. Direito Administrativo: Diz respeito às normas que regulam a atuação do poder


público, especialmente no que se refere à administração pública. Esse ramo do
Direito abrange questões como concursos públicos, licitações, contratos
administrativos, entre outros. Um advogado especializado em Direito
Administrativo pode auxiliar tanto cidadãos quanto empresas em processos
envolvendo órgãos públicos.
• Exemplo: Uma empresa interessada em participar de licitações públicas para
fornecer bens ou serviços ao governo de Moçambique pode contar com a
assessoria de um advogado especializado em Direito Administrativo para
entender os procedimentos e requisitos exigidos pela legislação de licitações
do país. Esse advogado poderia auxiliar a empresa na preparação da
documentação necessária, na elaboração de propostas e na defesa de seus
interesses durante o processo licitatório.

7. Direito Internacional: Trata das relações entre países e normas que regem os
direitos e obrigações dos Estados em âmbito internacional. Esse ramo do Direito
abrange questões como tratados internacionais, imigração, comércio internacional
e direitos humanos.
• Exemplo : Um investidor estrangeiro interessado em estabelecer uma empresa
em Moçambique pode solicitar orientação jurídica de um advogado
especializado em Direito Internacional para entender as leis e
regulamentações aplicáveis aos negócios estrangeiros no país. Esse advogado
poderia auxiliar o investidor na elaboração de contratos internacionais, na
obtenção de vistos de trabalho e na navegação das questões legais relacionadas
ao comércio internacional e investimentos estrangeiros em Moçambique.

2.3.Os Três Ramos do Direito: Uma Visão Geral e Explicação Detalhada


O Direito é uma área vasta e complexa que abrange diversas ramificações e
especialidades. Para uma melhor compreensão e estudo, o Direito é geralmente dividido
em três ramos principais: Direito Público, Direito Privado e Direito Penal. Cada um
desses ramos possui suas próprias características, princípios e normas.
• Direito Público:
O Direito Público é responsável por regular as relações entre o Estado e os cidadãos, bem
como as relações entre os próprios órgãos estatais. Ele abrange áreas como o Direito
Constitucional, que trata das normas fundamentais do Estado, e o Direito Administrativo,
que regula a atuação dos órgãos públicos.
No âmbito do Direito Público, também encontramos o Direito Tributário, que trata das
normas relacionadas aos impostos e taxas cobrados pelo Estado, o Direito Eleitoral, que
regula as eleições e a participação política dos cidadãos, e o Direito Internacional Público,
que trata das relações entre os países.
• Direito Privado:
O Direito Privado é voltado para regular as relações entre os particulares, ou seja, entre
indivíduos em suas esferas privadas. Ele engloba áreas como o Direito Civil, que trata
dos direitos e obrigações das pessoas físicas e jurídicas, o Direito do Trabalho, que regula
as relações de trabalho entre empregados e empregadores, e o Direito Comercial, que trata
das relações mercantis entre empresas.
Além disso, o Direito Privado também abrange o Direito das Famílias, que regula as
relações familiares, como o casamento e o divórcio, o Direito das Sucessões, que trata da
transferência do patrimônio após a morte, e o Direito do Consumidor, que visa proteger
os interesses dos consumidores nas relações de consumo.
• Direito Penal:
O Direito Penal é responsável por regular as condutas consideradas crimes pela
legislação. Ele define os tipos de crimes, suas penas e os procedimentos a serem seguidos
em caso de sua prática. O objetivo do Direito Penal é promover a segurança jurídica e a
punição daqueles que cometem delitos.
Dentro do Direito Penal, encontramos diferentes categorias de crimes, como os crimes
contra a vida (homicídio, por exemplo), os crimes contra o patrimônio (furto, roubo), os
crimes sexuais (estupro, por exemplo) e os crimes contra a paz pública.
É importante destacar que esses três ramos do Direito não são estanques e podem se
interligar em determinadas situações. Por exemplo, em um crime de corrupção, podem
estar envolvidos elementos do Direito Público (corrupção de funcionário público) e do
Direito Penal (crime de corrupção).
Em suma, compreender os três ramos do Direito é fundamental para entendermos as
diversas áreas de atuação e especialização dentro desta área. Cada ramo possui suas
próprias peculiaridades e normas, garantindo que as relações sociais sejam reguladas de
forma adequada e justa.
2.4. Critérios Diferenciadores entre as Ramificações do Direito
1. Natureza das relações jurídicas:
• Direito Público: Regula as relações entre o Estado e os cidadãos, bem como as
relações entre os próprios entes estatais. Por exemplo, o direito constitucional
estabelece as relações entre o Estado e os indivíduos, garantindo direitos
fundamentais como liberdade de expressão, direito à vida e à propriedade.
• Direito Privado: Regula as relações entre os particulares, incluindo contratos
entre indivíduos ou empresas, relações familiares, propriedade e sucessões. Por
exemplo, o direito civil trata das relações entre pessoas físicas e jurídicas em
transações comerciais, contratos de locação, casamentos e heranças.

2. Subordinação das partes envolvidas:


• Direito Público: Envolve uma relação de subordinação do cidadão em relação ao
Estado. Por exemplo, no direito penal, o réu está sujeito às leis penais
estabelecidas pelo Estado e à jurisdição dos tribunais.
• Direito Privado: As partes envolvidas geralmente estão em pé de igualdade. Por
exemplo, em um contrato de compra e venda, ambas as partes têm liberdade para
negociar os termos e condições do acordo, desde que dentro dos limites legais.
3. Interesse público vs. interesse privado:
• Direito Público: Visa proteger o interesse público, como a preservação do meio
ambiente e a segurança pública. Por exemplo, as leis ambientais têm como
objetivo proteger o meio ambiente para as gerações presentes e futuras.
• Direito Privado: Visa proteger os interesses individuais e privados das partes
envolvidas nas relações jurídicas. Por exemplo, um contrato de locação visa
proteger os interesses do locador e do locatário em relação ao uso de um imóvel.
4. Fonte das normas:
• Direito Público: As normas são estabelecidas pelo Estado, por meio da
legislação, da Constituição, decretos e regulamentos. Por exemplo, a
Constituição Federal estabelece os princípios fundamentais do Estado brasileiro,
enquanto o Código Penal define os crimes e suas penalidades.
• Direito Privado: As normas podem ser estabelecidas tanto pelo Estado quanto
pelas próprias partes envolvidas. Por exemplo, um contrato de compra e venda
de um imóvel é estabelecido pelas partes, mas deve respeitar as disposições legais
previstas no Código Civil.
5. Natureza das sanções:
• Direito Público: As violações resultam em sanções aplicadas pelo Estado, como
multas e penas privativas de liberdade. Por exemplo, um indivíduo que comete
um crime pode ser condenado a uma pena de prisão.
• Direito Privado: As violações resultam em indenizações, compensações ou
outras formas de reparação. Por exemplo, se uma pessoa causar danos a outra, ela
pode ser obrigada a pagar uma indenização pelos prejuízos causados.
6. Competência dos órgãos julgadores:
• Direito Público: Os órgãos julgadores incluem tribunais administrativos,
tribunais constitucionais e o Poder Judiciário em determinadas situações. Por
exemplo, uma disputa sobre a constitucionalidade de uma lei pode ser julgada pelo
Supremo Tribunal Federal.
• Direito Privado: Os órgãos julgadores incluem tribunais civis, comerciais,
trabalhistas, entre outros. Por exemplo, uma disputa contratual pode ser julgada
por um tribunal civil.

7. Objetivo das normas:


• Direito Público: Visa regular a atuação do Estado e garantir o interesse público.
Por exemplo, as leis que regulam os direitos políticos têm como objetivo garantir
a participação democrática dos cidadãos.

• Direito Privado: Visa regular as relações entre os particulares e garantir a


segurança jurídica nas transações privadas. Por exemplo, as normas que regulam
os contratos têm como objetivo garantir a segurança e a previsibilidade nas
relações comerciais entre as partes.
2.5.Caso: Crime de Corrupção em Contrato Público

Descrição do Caso:
Um funcionário público, chamado João, trabalha no departamento de obras públicas de
uma cidade em Moçambique. Ele é responsável por conceder contratos de construção
para obras de infraestrutura, como estradas e pontes. João é acusado de solicitar propinas
em troca da aprovação de projetos de construção. Em uma operação policial, ele é
flagrado recebendo dinheiro de um empreiteiro em troca da aprovação de um contrato de
construção de uma estrada.
Direito Penal:
João é acusado de corrupção ativa, um crime previsto no Código Penal de Moçambique.
A corrupção ativa ocorre quando uma pessoa oferece, promete ou dá vantagem indevida
a um funcionário público, com o objetivo de que este pratique, omita ou retarde ato de
ofício em violação de seus deveres funcionais. A pena para esse crime pode incluir multa
e até mesmo prisão, conforme previsto na legislação penal de Moçambique.
Direito Administrativo:
No âmbito do Direito Administrativo, João está sujeito a medidas disciplinares, que
podem resultar em sua demissão do cargo público. Além disso, a empresa que ofereceu a
propina pode ser proibida de participar de futuras licitações públicas e contratos
governamentais, de acordo com as leis de contratação pública de Moçambique.
Direito Constitucional:
A corrupção praticada por João viola princípios fundamentais da Constituição de
Moçambique, como o princípio da moralidade administrativa e o princípio da igualdade
perante a lei. Os cidadãos prejudicados pela corrupção têm o direito de recorrer ao
Tribunal Constitucional de Moçambique para defender seus direitos e contestar a conduta
ilegal de João.
Direito Civil:
Se a empresa que ofereceu a propina sofreu prejuízos financeiros como resultado do
comportamento corrupto de João, ela pode buscar indenização por danos materiais por
meio de uma ação judicial no âmbito do Direito Civil. O objetivo seria recuperar os
valores pagos indevidamente e reparar os danos causados à empresa.
Direito do Trabalho:
Se João for um funcionário contratado pelo Estado, ele também estará sujeito às leis
trabalhistas de Moçambique. Dependendo das circunstâncias, sua conduta corrupta pode
resultar em sanções disciplinares no local de trabalho, como suspensão ou demissão,
conforme previsto no Código do Trabalho de Moçambique.
Direito Tributário:
Se houver evidências de que João não declarou corretamente a propina recebida como
renda tributável, ele também pode enfrentar consequências no âmbito do Direito
Tributário. Ele pode ser sujeito a multas e penalidades fiscais por sonegação de impostos,
de acordo com as leis tributárias de Moçambique.

Neste caso hipotético detalhado, fica evidente como um crime de corrupção em um


contrato público pode ter implicações em vários ramos do Direito em Moçambique,
destacando a complexidade das questões legais envolvidas e a necessidade de uma
abordagem abrangente para lidar com casos de corrupção e outros crimes similares.
Capitulo V: CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, este trabalho demonstrou a importância de compreender as diferentes


ramificações do Direito em Moçambique e como elas se aplicam na prática jurídica do
país. Ao explorar exemplos práticos e analisar as implicações legais de cada ramo do
Direito, pudemos perceber a complexidade das questões legais que surgem na sociedade
moçambicana e a necessidade de uma abordagem abrangente para lidar com essas
questões. É fundamental que profissionais do Direito e cidadãos em geral tenham
conhecimento das leis e normas que regem o país para garantir a justiça, a equidade e o
respeito aos direitos fundamentais em Moçambique.
Referencia Bibliografica
• Gonçalves, M. A. M. (2016). Direito do Trabalho: Teoria e Prática. Editora
Atlas.
• Machava, E. (2018). Reflexões sobre a Legislação Tributária em Moçambique.
Revista de Direito Tributário, 5(2), 45-58.
• Constituição da República de Moçambique. Aprovada pela Lei nº 1/2004, de 25
de agosto. Publicada no Boletim da República I Série, nº 34, de 25 de agosto de
2004.

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