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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O Direito Discricionário na Função Pública em Moçambique

João Chitengo Pomada Buceta

Chimoio, Março de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O Direito Discricionário na Função Pública em Moçambique

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
Ensino de Administração Pública da
UnISCED. Tutor:

João Chitengo Pomada Buceta

Chimoio, Março de 2024


Índice

1. Introdução...................................................................................................................................1

1.1 Objectivos...............................................................................................................................1

1.2. Metodologia................................................................................................................................1

2. Fundamentação Teórica.............................................................................................................2

2.1. Direito Discricionário.................................................................................................................2

2.2. Direito Discricionário na Função Pública em Moçambique.......................................................3

3. Conclusão:..................................................................................................................................6

4. Referências bibliográficas:.........................................................................................................7
1. Introdução

O direito discricionário é uma questão central na administração pública, especialmente em


contextos onde a liberdade de decisão dos funcionários públicos é uma realidade. Em
Moçambique, país com um sistema administrativo em evolução, a discricionariedade na função
pública desempenha um papel significativo na operacionalização das políticas públicas e na
prestação de serviços à população. Neste contexto, este trabalho visa analisar o direito
discricionário na função pública em Moçambique, abordando sua definição, sua aplicação prática
e os desafios enfrentados pelos funcionários públicos ao exercê-lo. Além disso, pretende-se
discutir as implicações éticas e legais do exercício do direito discricionário, bem como as medidas
para garantir sua utilização responsável e transparente. Ao compreender melhor o papel e os
limites do direito discricionário na função pública em Moçambique, é possível contribuir para o
aprimoramento da administração pública e para a promoção da transparência, eficiência e
accountability no serviço público.
1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo geral:
2. Compreender os estudos sobre O Direito Discricionário na Função Pública em Moçambique
Dificuldades

1.1.2 Objectivos específicos:

 Dar Conceito de Psicologia de Desenvolvimento e da Aprendizagem;

 Descrever as Dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendizagem;

 Identificar os Transtorno específico de aprendizagem de escrita e leitura;

 Descrever o papel da família nas escolas

1.3 Metodologia do Trabalho


A metodologia usada na pesquisa é bibliográfica definida na perspectiva de Lakatos & Marconi
(1991) que referem:
“A pesquisa bibliográfica é uma selecção de documentação, levantamento de toda
bibliografia já publicada sobre um determinado assunto que está sendo pesquisado
em materiais como por exemplo livros, revistas, enciclopédias, jornais, boletins,
monografias, dissertações, e teses. Esta técnica é utilizada para a recolha de
bibliografia de autores que já fizeram menção a mesma temática, servindo deste
modo um suporte para a realização do trabalho” (p.66).
Para a realização do presente trabalho o proponente fez valer o uso do método da consulta
bibliográfica, baseado em leituras de obras científicas, manuais e outros documentos relevantes já
publicados.
Neste sentido, o presente trabalho de pesquisa apresenta a seguinte estrutura temática:
Introdução, desenvolvimento em que nos debruçaremos com mais detalhes os aspectos ligados aos
temas em estudo, conclusão e por fim as referências bibliográficas usada na elaboração do presente
trabalho.
Capitulo II:
Direito Discricionário

A discricionariedade é sempre parcial e relativo, ou seja, não é totalmente livre, pois sob os
aspectos de competência, forma e finalidade a lei impõe limitações, portanto, o correto é dizer que a
discricionariedade implica liberdade de actuação nos subordinados aos limites da lei. O
administrador para praticar um acto discricionário deverá ter competência legal para praticá-lo,
deverá obedecer à forma legal para realizá-la e deverá atender a finalidade que é o interesse
público. O ato tornará nulo se nenhum destes requisitos for respeitado:

Conforme Hely Lopes Meirelles (1999) O poder discricionário vem, geralmente, indicado nas leis
que definem a competência dos órgãos e agentes públicos pelas expressões "poderá", "é
autorizado", "permite-se", ou semelhantes. Ao conceito de poder discricionário contrapõe-se o de
competência vinculada ou ligada, referido aos casos e situações em que o Estado está estritamente
submetido à lei, não cabendo ao agente público qualquer margem de liberdade.

1. Margem de Liberdade: Os funcionários públicos têm certa liberdade para escolher entre
diferentes opções ao tomar decisões, desde que estejam dentro dos limites legais e dos
objetivos estabelecidos.
2. Interpretação da Lei: Em muitos casos, o direito discricionário envolve a interpretação e
aplicação da lei em situações específicas, o que pode exigir julgamento e discernimento
por parte dos funcionários públicos.
3. Flexibilidade: O direito discricionário permite que os funcionários públicos ajam de
acordo com as circunstâncias específicas de cada caso, adaptando suas decisões às
necessidades e realidades locais.
4. Responsabilidade: Embora tenham liberdade para decidir, os funcionários públicos são
responsáveis por suas decisões e podem ser responsabilizados por abusos ou desvios de
poder.
5. Transparência: Apesar da discricionariedade, as decisões dos funcionários públicos
devem ser transparentes e baseadas em critérios objetivos, evitando arbitrariedades e
favorecimentos indevidos.
6. Limites Legais: O direito discricionário não é ilimitado e deve ser exercido dentro dos
limites estabelecidos pela lei e pelos regulamentos, garantindo a legalidade e a justiça das
decisões.
Em resumo, o direito discricionário na função pública é uma característica importante que permite
aos funcionários públicos agir de forma eficaz e adaptável em situações complexas. No entanto,
sua aplicação requer cuidado e responsabilidade para garantir o cumprimento dos princípios legais
e éticos que regem a administração pública
Na legislação moçambicana, o direito discricionário na função pública está previsto e regulado por
meio de diversos instrumentos legais, incluindo a Constituição da República de Moçambique e
legislação complementar. Alguns dos principais pontos relacionados ao direito discricionário na
legislação de Moçambique incluem:

1. Constituição da República: A Constituição de Moçambique estabelece os princípios


fundamentais da administração pública, incluindo a legalidade, a transparência, a
responsabilidade e a imparcialidade. Ela também reconhece a autonomia dos órgãos
públicos para exercerem suas funções dentro dos limites da lei.
2. Lei da Função Pública: A Lei da Função Pública de Moçambique estabelece as normas e
os princípios que regem a função pública no país. Ela define as competências dos
funcionários públicos, os deveres e as responsabilidades dos órgãos públicos e os
procedimentos para a tomada de decisão.
3. Código de Conduta da Função Pública: O Código de Conduta da Função Pública
estabelece as normas de conduta ética que os funcionários públicos devem seguir no
exercício de suas funções. Ele define os princípios de legalidade, imparcialidade,
transparência e responsabilidade que devem guiar as decisões dos funcionários públicos.
4. Leis Específicas: Além disso, existem leis específicas que regulam áreas específicas da
administração pública em Moçambique, como a Lei de Contratação Pública, a Lei do
Trabalho e a Lei do Orçamento do Estado. Essas leis estabelecem os procedimentos e os
critérios para a tomada de decisão em cada área.

Em resumo, a legislação moçambicana estabelece um quadro legal claro para o exercício do


direito discricionário na função pública, garantindo que as decisões dos funcionários públicos
sejam tomadas dentro dos limites da lei e em conformidade com os princípios éticos e
democráticos que regem o país.

2.2. Direito Discricionário na Função Pública em Moçambique

O direito discricionário na função pública em Moçambique é um tema relevante e complexo, que


envolve a análise da margem de liberdade conferida aos funcionários públicos para tomarem
decisões dentro dos limites da lei. Neste contexto, é importante considerar que o exercício do
direito
discricionário deve ser pautado por princípios éticos e legais, visando sempre o interesse público e
a transparência na administração pública.

A Constituição da República de Moçambique estabelece os princípios fundamentais que regem a


administração pública, incluindo a legalidade, a imparcialidade, a transparência e a eficiência.
Esses princípios orientam o exercício do direito discricionário, garantindo que as decisões dos
funcionários públicos sejam tomadas de forma justa e equitativa.

Além da Constituição, a legislação moçambicana também prevê normas específicas relacionadas


ao exercício do direito discricionário, como a Lei da Função Pública e o Código de Conduta da
Função Pública. Esses instrumentos legais estabelecem os limites e os deveres dos funcionários
públicos no exercício de suas funções, garantindo a observância dos princípios éticos e legais que
regem a administração pública.

É importante ressaltar que o exercício do direito discricionário na função pública requer


responsabilidade e bom senso por parte dos funcionários públicos, bem como mecanismos
eficazes de controle e supervisão para garantir a legalidade e a legitimidade das decisões tomadas.
A promoção da transparência e da prestação de contas na administração pública é fundamental
para fortalecer a confiança dos cidadãos nas instituições do Estado e no Estado de Direito.

Para ilustrar o direito discricionário na função pública em Moçambique, podemos considerar


alguns exemplos práticos:

1. Concessão de Licenças: Um funcionário público responsável pela emissão de licenças


ambientais pode ter o direito discricionário de decidir se uma determinada empresa deve
receber a licença, com base em critérios legais, técnicos e ambientais. Embora haja
diretrizes claras, a decisão final pode depender da interpretação e avaliação do funcionário.
2. Contratação de Serviços: Um gestor público encarregado de contratar serviços para um
projeto pode ter o direito discricionário de escolher entre diferentes fornecedores, levando
em consideração a qualidade, o preço e a capacidade de entrega. Nesse caso, a decisão
pode envolver uma avaliação subjetiva das propostas recebidas.
3. Aplicação de Sanções: Um funcionário público responsável por fiscalizar o cumprimento
de normas pode ter o direito discricionário de aplicar sanções a empresas ou cidadãos que
violem as leis. A decisão de aplicar uma multa ou outra medida punitiva pode depender da
análise individual de cada caso.
4. Alocação de Recursos: Um gestor público responsável pela alocação de recursos
orçamentários pode ter o direito discricionário de decidir como distribuir os recursos entre
diferentes projetos ou áreas. A decisão pode envolver considerações políticas, sociais e
econômicas, além de critérios objetivos.

Em todos esses exemplos, o direito discricionário dos funcionários públicos é exercido dentro dos
limites legais e dos princípios éticos que regem a administração pública em Moçambique. A
transparência, a imparcialidade e a responsabilidade são fundamentais para garantir que as
decisões sejam tomadas no melhor interesse público e em conformidade com a lei.
3. Conclusão:

Concluir um trabalho sobre direito discricionário na função pública em Moçambique pode


envolver a recapitulação dos principais pontos abordados e a ênfase na importância de um
exercício responsável e ético desse direito pelos funcionários públicos. Além disso, pode-se
ressaltar a necessidade de transparência, prestação de contas e controle adequado para garantir que
as decisões discricionárias sejam tomadas de forma justa e equitativa, em conformidade com os
princípios legais e éticos que regem a administração pública.
4. Referências bibliográficas:

Constituição da República de Moçambique. (2018).

Lei da Função Pública de Moçambique.

Machado, J. (2019). Direito Administrativo Moçambicano. Maputo, Moçambique: Editora


Nacional.

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