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INSTITUTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INHAMINGA

Curso de 1 ano

Trabalho de pesquisa do IV grupo

Disciplina: Organização e Gestão Escolar

III Trimestre

Turma: A 12

Inhaminga, Outubro de 2022


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INSTITUTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INHAMINGA

Curso de 1 ano

Trabalho de pesquisa do IV grupo

Disciplina: Organização e Gestão Escolar

Formandos: Formador:

Manuel da Conceição Evaristo Dique

Micheque Américo

Neima Margarida

Rosita Manuel

Sebastião José

Inhaminga, Outubro de 2022


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Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 4

Objectivos do trabalho .................................................................................................................... 5

Geral:............................................................................................................................................... 5

Específicos ...................................................................................................................................... 5

Metodologia .................................................................................................................................... 5

Deontologia Profissional de professores ......................................................................................... 6

Constituição da República .............................................................................................................. 7

Princípios fundamentais .................................................................................................................. 7

Estado de Direito............................................................................................................................. 8

Democracia ..................................................................................................................................... 8

Política nacional de educação ......................................................................................................... 9

Contexto de influência das políticas de educação......................................................................... 10

Lei do sistema nacional de educação ............................................................................................ 11

Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado ................................................................. 11

Considerações finais ..................................................................................................................... 15

Referência bibliográfica ................................................................................................................ 16


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Introdução
O caudaloso trabalho vai debruçar assuntos relevante no que concerne a deontologia profissional,
constituição da república, política nacional de educação, lei da educação e estatuto geral dos
funcionários e agentes do estado. É de referir que o trabalho centra-se na análise dos principais
avanços no desenho do sistema educativo moçambicano, demarcando as diferentes fases de sua
história e as implicações para a gestão escolar. Com uma pesquisa qualitativa e ênfase nas etapas
de revisão de literatura e análise documental, retraça o percurso sócio histórico da constituição e
consolidação desse sistema educativo e compreende as três fases que lhe demarcam as principais
rupturas de seu modelo educacional: período pré-colonial, colonialismo e pós-independência
nacional. Os resultados demonstram um sistema que sofreu directamente as implicações sociais
dos processos da guerra civil e, em função de sua história colonial, é marcado pelas
descontinuidades, dependência internacional, tímida presença do Estado e legitimação das
parcerias público-privadas com empresas de capital estrangeiro.
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Objectivos do trabalho

Geral:
 Compreender a deontologia profissional, constituição da república, política nacional de
educação, lei da educação e estatuto geral dos funcionários e agentes do estado.

Específicos:

 Definir a Constituição da República;


 Indicar os princípios da Constituição da República;
 Explicar a influência das políticas de educação;
 Conhecer Lei do sistema nacional de educação.

Metodologia
A metodologia serve como uma bússola orientadora para caminhada da recolha de informações,
neste âmbito de ideia para o desenvolvimento deste trabalho, recorri ao método bibliográfica.
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Deontologia Profissional de professores

Capítulo IV

Deontologia e Ética profissional

Artigo 8º

Conflitos de Interesses

1. Verifica-se um conflito de interesses sempre que o interesse pessoal ou privado de um


trabalhador em determinada matéria interfira, ou seja susceptível de interferir, com os deveres de
imparcialidade, igualdade e integridade a que está vinculado no exercício das suas funções.

2. Entende-se por interesse pessoal ou privado, para efeitos do número anterior, qualquer
vantagem, patrimonial ou não patrimonial, ainda que meramente potencial, para o trabalhador e
ou seus parentes ou afins ou outras pessoas com aquele relacionadas.
3. Os trabalhadores não devem oferecer, garantir ou promover vantagens injustificadas no
contexto das suas relações profissionais com a finalidade de influenciar decisões de forma
ilegítima.

4. Os trabalhadores não devem tirar benefícios pessoais da utilização de meios pertencentes à


Instituição e bem assim, de informação concreta à respectiva actividade ou da função que
desempenham.

5. Os trabalhadores não devem aceitar ofertas, convites, favores ou outros benefícios no decurso
da execução da sua função.

Artigo 9º

Dever de Sigilo

1. Os trabalhadores do estão obrigados a guardar rigoroso sigilo sobre todos os factos ou


informações respeitantes à vida e actividades da Instituição, dos seus trabalhadores e de
terceiros, cujo conhecimento lhes advenha do desempenho das respectivas funções, bem como a
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cumprir e fazer cumprir as regras e sistemas de segurança de informação e de controlo da sua


circulação.

2. As informações classificadas com grau de segurança têm que, mesmo internamente, ser
tratadas como tais, não podendo ser transmitidas, interna ou externamente, antes que os
superiores hierárquicos tenham para o efeito dado indicações concretas.

3. Os trabalhadores estão obrigados a cumprir todas as disposições sobre protecção de dados


constantes da legislação aplicável, nomeadamente a Lei da Proteção de Dados Pessoais.

4. O dever de sigilo cessa apenas nos casos previstos na lei e mantêm-se para além da eventual
cessação de funções dos trabalhadores.

Constituição da República

A Constituição é a lei fundamental de um determinado Estado. Pois, aí estão consagrados e


protegidos os direitos e garantias fundamentais do cidadão. Também estão estabelecidas as
regras de organização e funcionamento dos órgãos estatuais bem como princípios fundamentais
válidos nesse Estado.

Princípios fundamentais

A Constituição da República de Moçambique estabelece alguns princípios que regem no nosso


país. Os mais importantes são: o princípio do Estado de Direito e o princípio de Democracia.
Além desses é para destacar que o nosso Estado é laico.

Artigo 3

Constituição da República de Moçambique

(Estado de Direito Democrático)

A República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado no pluralismo de expressão, na


organização política democrática, no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais
do homem.
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Estado de Direito
O princípio de Estado de Direito trata do conteúdo, extensão e modo, como o Estado deve
proceder com as suas actividades. O princípio de Estado de Direito conforma as estruturas do
poder político e a organização da sociedade segundo a medida do direito. O direito estabelece
regras e medidas, prescreve formas e procedimentos, e cria instituições.

As características mais importantes do Estado de Direito são:

 Império da lei como expressão da vontade geral;


 Todos os actos do Estado são limitados pela lei;
 Divisão dos poderes: legislativo, executivo e judicial;
 Direitos e liberdades fundamentais;
 Garantia jurídica formal e efectiva realização.

Artigo 2

(Soberania e Legalidade)

O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade.

Democracia

A República de Moçambique é uma democracia. Isto quer dizer que, é dirigido pelo povo. É uma
democracia representativa, significa que o povo exerce o seu poder através de representantes
eleitos por ele. A democracia como princípio fundamental da República de Moçambique
explicámos intensivamente na nossa outra brochura sobre: “Estrutura do Estado e democracia em
Moçambique”.

Estado Laico

Em Moçambique, a religião é separada do Estado. Há uma divisão total, em que a religião não
tem nada a ver com o Estado. A constituição reconhece a liberdade de se praticar a religião assim
como desenvolver actividades de interesse social, mas sempre em observância com as leis do
Estado.

Artigo 12
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(Estado laico)

1. A República de Moçambique é um Estado laico.

2. A laicidade assenta na separação entre o Estado e as confissões religiosas.

3. As confissões religiosas são livres na sua organização e no exercício das suas funções de culto
e devem conformar-se com as leis do Estado.

4. O Estado reconhece e valoriza as actividades das confissões religiosas visando promover um


clima de entendimento, tolerância, paz e o reforço da unidade nacional, o bem-estar espiritual e
material dos cidadãos e desenvolvimento económico e social.

Política nacional de educação

A análise das políticas públicas de educação é recente. Os estudos mais conhecidos foram
realizados por Ball e Bowe (1992) que inicialmente propuseram o modelo de análise de políticas
de educação denominado por abordagem de ciclo de políticas (policy cycle approach). Segundo
os autores em referência, a análise das políticas educativas obedece a um ciclo contínuo
composto por três domínios, nomeadamente o domínio da política proposta, política de facto e o
domínio da política em uso (Mainardes, 2006). O domínio da política proposta diz respeito as
intenções do governo, dos seus assessores, instituições e funcionários centrais ligados a
implementação de políticas da educação, as escolas, autoridades locais bem com as intenções da
sociedade civil. Para o caso moçambicano, este domínio é constituído pelas intenções do
governo-do-dia, do MINEDH, do INDE, das escolas e da sociedade civil.

O modelo de análise baseado em ciclo de políticas apresenta etapas lineares e sequências


temporais da análise das políticas públicas de educação o que dá a sensação de que elas são
definidas ao nível do topo, descurando a possibilidade do professor (educador) ser um dos
actores do processo (Sudbrak, 2012). Tendo em conta o propósito do nosso ensaio vamos nos
deter na análise destes contextos, aplicando-os à realidade moçambicana nas diferentes etapas
históricas da educação.
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Contexto de influência das políticas de educação

Historicamente, a educação consta no topo das agendas dos Estados, porque reconhecem a
importância que tem para a sua existência e sobrevivência, pois é através da educação que é
garantida a preservação do património sociocultural da sociedade e a reprodução da ideologia da
classe dominante. A educação é um instrumento para reproduzir os valores de uma determinada
sociedade. O governo colonial serviu-se dela para incutir os valores da metrópole, enaltecer as
suas epopeias e tornar o africano seu servil. O processo revolucionário moçambicano serviu-se
da educação para a formação do “Homem Novo” capaz de responder às exigências da guerra de
libertação e das opções políticas e de desenvolvimento económico escolhidos.

Para este ensaio nós vamos fazer uma referência genérica, agrupando esta periodização em
período colonial (1926- 1975) e pós- colonial (1975- em diante). No período colonial os
seguintes eventos influenciaram o desenho da educação para Moçambique (província de
Moçambique na denominação colonial):

 A revolução liberal em Portugal, levanta o debate sobre os problemas da assimilação em


Moçambique e como consequência é fundada a Diocese de Moçambique para a formação
de professores primários. Neste sentido, António Enes proclama: Missionários para a
África são na África que se educam. Podem ir para lá (África) padres, mas é lá que hão-
de ser missionários (Castiano e Ngoenha, 2006:23).

 O Governador-geral de Moçambique, Freire de Andrade (1906-1910) disse que "a única


educação a dar ao africano é aquela que faça dele um trabalhador". Por seu turno,
Mouzinho de Albuquerque, outro Governador de Moçambique de 1986 a 1898 defendia
que "as poucas escolas até então existentes eram demasiadas e determinara que aos
indígenas fosse dada apenas uma profissão manual" (Gomes, 1999: 40).

 A proclamação da primeira República portuguesa em 1910. Com a segunda República é


decretada a separação entre a igreja e o Estado e há um esforço de organização
administrativa para fazer face as necessidades da educação em Moçambique.
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 A publicação em 1930 do Regulamento da Escola de Habilitação de professores


indígenas, fornece o quadro jurídico para a formação de professores para o ensino
rudimentar aos indígenas.

Lei do sistema nacional de educação


Lei 4/83 (Socialismo, monopartidarísmo, democracia popular)

a) A educação é um direito e um dever de todo o cidadão e que se traduz na igualdade de


oportunidade de acesso a todos os níveis de ensino e na educação permanente e sistemática do
povo;

b) A educação reforça o papel dirigente da classe operária e aliança operária camponesa, da


técnica e cultura pelas classes trabalhadoras, e constitui um factor impulsionador do
desenvolvimento económico-social e cultural do país;

c) A educação é o instrumento principal da criação do homem novo, homem liberto de toda a


carga ideológica e política de formação colonial e dos valores negativos da formação tradicional
capaz de assimilar e utilizar a técnica ao serviço da revolução;

d) A educação na RPM baseia nas experiências nacionais, nos princípios universais de


marxismo-leninismo, e no património científico, técnico cultural da humanidade;

e) A educação é dirigida, planificada e controlada pelo estado que garante a universalidade


laicidade no quadro da realização dos objectivos fundamentais e consagrados na constituição.

Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado


CAPÍTULO I

Disposições gerais ARTIGO 1 (Objecto)

O presente regulamento tem por objecto regulamentar a Lei n.º 4/2022, de 11 de Fevereiro que
aprova o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado (EGFAE).

ARTIGO 2 (Âmbito de aplicação)


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1. O presente Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado (REGFAE)


aplica-se aos funcionários e agentes do Estado que exercem actividade nas instituições de
Administração directa e indirecta do Estado, nas entidades descentralizadas incluindo autarquias
locais e nas missões diplomáticas e consulares da República de Moçambique.

2. O presente REGFAE aplica-se, igualmente, aos funcionários e agentes do Estado que exercem
actividades nos serviços de apoio técnico e administrativo da Presidência da República, da
Assembleia da República, dos Tribunais, do Ministério Público, do Conselho Constitucional, do
Gabinete do Provedor de Justiça, da Comissão Nacional de Eleições, das Assembleias
Provinciais, Distritais e Municipais e demais instituições criadas nos termos da Constituição da
República ou da Lei, que não estejam sujeitos a regime especial.

CAPÍTULO II

Constituição da relação de trabalho no Estado

SECÇÃO I

Formas de constituição da relação de trabalho

ARTIGO 3

(Relação de trabalho)

1. A relação de trabalho no aparelho do Estado constitui-se através de nomeação em regime de


carreira.

2. Excepcionalmente, a relação de trabalho no aparelho do Estado pode constituir-se em regime


de contrato.

3. O funcionário ou agente do Estado aposentado pode ser contratado desde que seja no interesse
do Estado, nos termos do EGFAE.

4. Excepcionalmente, para a contratação prevista no número anterior do presente artigo dispensa-


se os requisitos previstos nas alíneas c) e e) do artigo 18 do EGFAE.

SECÇÃO II
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Concursos de ingresso e de promoção

ARTIGO 4

(Procedimentos do Concurso)

1. O concurso é o processo de recrutamento, selecção, no aparelho do Estado.

2. O ingresso e promoção nas carreiras profissionais faz- -se, regra geral, por concurso de acordo
com os requisitos

3. O ingresso faz-se, em regra, na classe mais baixa nas carreiras mistas e no escalão inicial nas
carreiras horizontais.

4. Nas carreiras de regime especial diferenciadas, o ingresso faz-se na categoria mais baixa da
carreira.

ARTIGO 5

(Constituição e composição do júri)

1. O júri de um concurso é constituído por três a cinco membros efectivos e vogais suplentes em
número idêntico, indicados pelo dirigente competente.

2. Os membros do júri não podem pertencer a carreira, categoria ou classe inferior àquela para
que é aberto o concurso.

ARTIGO 6

(Suspeições)

1. Constitui suspeição para o exercício de funções de membro de júri:

a) Possuir relação de parentesco com qualquer candidato até terceiro grau da linha colateral;

b) Ser ou ter sido parte em acção cível ou penal pendente Concurso tenha intervindo, a
qualquer título;
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c) Ter sido participante ou instrutor em processo disciplinar em que qualquer dos candidatos
tenha sido arguido a menos de dois anos;

d) Ter sido arguido em processo disciplinar em que qualquer dos candidatos tenha sido
participante ou instrutor, a menos de dois anos. 2. Cabe ao dirigente competente para nomear os
membros do júri decidir sobre as suspeições.

CAPÍTULO VIII

Remuneração do funcionário e agente do Estado

ARTIGO 65

(Remuneração)

1. A remuneração do funcionário é constituída pelo vencimento e suplementos.

2. O vencimento constitui a retribuição ao funcionário ou agente do Estado, de acordo com a sua


carreira, categoria ou função, como contrapartida pelo trabalho prestado ao Estado e consiste
numa determinada quantia em dinheiro paga em período e local certo.

3. Todo o funcionário e agente do Estado em regime idêntico de prestação de serviço têm direito
a receber vencimento igual por trabalho igual.

ARTIGO 66

(Remuneração do trabalho em condições excepcionais)

1. Considera-se trabalho prestado em condições de risco, penosidade ou insalubridade:

a) Actividades realizadas em condições excepcionais, de entre outras nos locais afectados pela
seca, em situação de isolamento ou de difíceis condições de vida e de trabalho e de grande
incidência de situações endémicas ou epidémicas;

b) Actividades que envolvam particular desgaste físico ou psíquico nomeadamente, as que


envolvam exposição a Raio X e substâncias radioactivas e tóxicas.
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Considerações finais
Neste momento o sistema educativo moçambicano ainda ressente a falta de todo o tipo de
recursos: i) humanos, pessoal qualificado para a gestão a partir da concepção, implementação e a
monitoria das políticas educativas de modo que contribuíam de forma significativa e efetiva, por
meio de adopção de estratégias que reflictam e potenciem a realidade local e nacional, perante
interferências externas que muitas vezes tornam o sistema educativo mais submisso e vulnerável;
ii) financeiros, que consistem na disponibilização de recursos orçamentários que possam suportar
os encargos das despesas de funcionamento (aquisição de consumíveis) param o processo de
ensino e aprendizagem, bem como para investimento (manutenção e reparação) escolar; iii)
materiais, ou seja, patrimoniais, para garantir escolas devidamente apetrechadas e mobiladas por
equipamentos que permitam a ocorrência de aulas práticas e outras experiências significativas
param os estudantes.
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Referência bibliográfica
 GÓMEZ, Miguel Buendía. Educação Moçambicana - História de um processo
(19621984). Maputo: Livraria Universitária UEM, 1999.
 MOÇAMBIQUE, República Popular de. Constituição da República Popular de
Moçambique. Maputo: Assembleia da República. 1975.
 MOÇAMBIQUE, República de. Sistema Nacional de Educação. Lei nº 4/83, de 23 de
Março de 1983. Maputo: Imprensa Nacional, 1983.
 MOÇAMBIQUE, República de. Plano Estratégico da Educação e Cultura 2006 – 2011.
Maputo: Ministério da Educação e Cultura, 2006.
 NGOENHA, Severino; CASTIANO, José P. Pensamento Engajado: Ensaio Sobre
filosofia africana, Educação e Cultura política. Maputo: Editora Educar, 2011.

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