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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Engenharia

ACTIVIDADE ADMINISTRATIVA

Chimoio, Abril, 2024


Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Engenharia

III - GRUPO

ACTIVIDADE ADMINISTRATIVA

Discentes:

 Arlete Mussa;

 Elma Maria

 Leonilde Samissone;

 Luana Sualé;

 Sofia Maoze;

Curso: Licenciatura em Direito − 2º Ano

Cadeira: Direito Administrativo I

Docente: Me. Anita Morgado

Chimoio, Abril, 2024


Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................2

1. Introdução..............................................................................................................................2

1.2. Objectivos...........................................................................................................................2

1.2.1. Objectivo geral.................................................................................................................2

1.2.2. Objectivos específicos......................................................................................................2

1.3. Metodologia de pesquisa.....................................................................................................2

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA........................................................................3

2. Actividade administrativa......................................................................................................3

2.1. Noção..................................................................................................................................3

2.2. Princípios da actividade administrativa..............................................................................3

2.2.1. Princípio da legalidade.....................................................................................................3

2.2.2. Princípio da prossecução do interesse público.................................................................4

2.2.3. Princípio da igualdade e proporcionalidade.....................................................................4

2.2.4. Princípio da boa-fé...........................................................................................................5

2.2.5. Princípio da transparência................................................................................................6

2.2.6. Princípio da gratuitidade..................................................................................................7

2.3. Formas jurídicas das actividades administrativas...............................................................8

2.3.1. Actividade administrativa de gestão pública....................................................................8

2.3.2. Actividade administrativa de gestão privada...................................................................8

CAPÍTULO III: CONCLUSÃO................................................................................................9

3. Conclusão...............................................................................................................................9

4. Referências bibliográficas....................................................................................................10

1
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1. Introdução

O presente trabalho aborda a matéria inerente à Actividade Administrativa, ao


abordarmos o tema faremos alusão sobre a noção, princípios e formas jurídicas da actividade
administrativa. Inicialmente, traremos a noção da actividade administrativa. Em seguida,
abordaremos os princípios que norteiam a actuação da Administração Pública, como
legalidade, igualdade e proporcionalidade, transparência, boa-fé entre outros.

O trabalho contém três capítulos, sendo o primeiro introdutório trata da apresentação


geral do trabalho destacando a actividade administrativa. O segundo capítulo faz a revisão
bibliográfica trazendo o desenvolvimento do trabalho e o último capítulo é voltado à
conclusão, trazendo necessariamente os resultados obtidos na pesquisa.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

 Este trabalho tem como objectivo geral, abordar sobre as actividades administrativas
no ordenamento jurídico Moçambicano.

1.2.2. Objectivos específicos

 Trazer a noção de actividade administrativa;


 Compreender os princípios e a importância da actividade administrativa;
 Analisar as formas jurídicas da actividade administrativa.

1.3. Metodologia de pesquisa

A metodologia de pesquisa utilizada na elaboração deste trabalho é quanto à


abordagem: qualitativa - pois recorrendo a fontes bibliográficas como manuais, artigos
científicos, legislação e outras referências teóricas já publicadas, desenvolve o trabalho de
forma dedutiva. Quanto à natureza é uma pesquisa básica, destinada a gerar novo
conhecimento sem aplicação prática prevista, quanto aos objectivos é uma pesquisa
exploratória, pois cria familiaridade com o tema.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2. Actividade administrativa

2.1. Noção

Segundo Márcio Rosa (2012)1, a actividade administrativa, pode ser entendida como a
gestão dos interesses qualificados da comunidade, pela necessidade, utilidade ou conveniência
de sua realização e marcados pela conjugação de dois princípios caracterizadores do regime
jurídico-administrativo: supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse
público.

Para Maria Zanella (2020)2, a actividade administrativa compreende a arrecadação e


aplicação de tributos e aproveitamento de recursos humanos e materiais disponíveis, na
execução de obras e serviços de interesse comum e particularmente úteis à defesa do agregado
social, contra as agressões internas e externas todas essas participantes dos fins essenciais do
Estado e determinantes da sua organização.

2.2. Princípios da actividade administrativa

Nos termos do art. 3 n° 4 da Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto 3, a Administração


Pública no exercício da sua actividade deve obediência aos seguintes princípios.

2.2.1. Princípio da legalidade

De acordo com Márcio Rosa (2012) 4, dentre os vários princípios da Administração


Pública, o princípio da legalidade é o mais importante e do qual decorrem os demais, por ser
essencial ao Estado de Direito.

1
Rosa, M. F. (2012). Direito Administrativo (Vol. 19). Brasil: Sairava.
2
Zanella, M. S. (2020). Direito administrativo. Rio de Janeiro: Forense
3
Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto.
4
Rosa, M. F. (2012). Direito Administrativo (Vol. 19). Brasil: Sairava.
3
Constitui, assim, vector basilar do dito regime jurídico-administrativo, pois permite a
actuação do agente público ou da Administração, não se admitindo qualquer actuação que não
contenha prévia e expressa permissão legal.

Ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver proibido; ao administrador somente
o que estiver permitido pela lei (em sentido amplo). Segundo o mesmo autor, não há liberdade
desmedida ou que não esteja expressamente concedida. Portanto, toda a actuação
administrativa vincula-se a tal princípio, sendo ilegal o acto praticado sem lei anterior que o
preveja. Também assim será se a desobediência for em relação a regulamento ou qualquer
outro acto normativo.

O princípio da legalidade está previsto no art. 4 da Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto5.

2.2.2. Princípio da prossecução do interesse público

Nos termos do art. 5 da Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto 6, o princípio da prossecução


do interesse público é um dos pilares fundamentais da actividade administrativa pública, pois
ele estabelece que a Administração Pública deve agir em benefício da colectividade, buscando
atender os interesses e necessidades da sociedade como um todo, ao invés de priorizar os
interesses individuais ou particulares.

O princípio em questão, replete a ideia de que a Administração Pública existe para


servir e promover o bem comum.

2.2.3. Princípio da igualdade e proporcionalidade

O princípio da igualdade se encontra previsto no art. 6 n° 1 da Lei n° 14/2011 de 10 de


Agosto7, e estabelece que todas as pessoas devem ser tratadas de forma igual perante a lei,
sem discriminação ou privilégios injustificados. Isso significa que a Administração Pública
não pode agir de maneira discriminatória, mas sim tratar os cidadãos de forma imparcial e
equitativa.

No entanto, é importante observar que o princípio da igualdade não significa


tratamento idêntico em todas as situações. Pelo contrário, ele reconhece que existem

5
Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto.
6
Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto.
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Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto.
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diferenças legítimas entre as pessoas e que, em certos casos, tratamentos diferenciados podem
ser necessários para promover a igualdade substantiva.

Já o princípio da proporcionalidade estabelece que as medidas adoptadas pela


administração pública devem ser proporcionais aos objectivos pretendidos, evitando medidas
excessivas ou desproporcionais em relação aos benefícios esperados. Isso implica em
encontrar um equilíbrio entre os interesses públicos a serem alcançados e os direitos
individuais ou interesses privados que podem ser afectados (vide, o art. 6 n° 1 da Lei n°
14/2011 de 10 de Agosto)8.

Em suma, o princípio da igualdade e proporcionalidade na actividade da


Administrativa Pública visa garantir que todas as pessoas sejam tratadas de forma justa e
equitativa, sem discriminação injustificada.

2.2.4. Princípio da boa-fé

À luz doa art. 8 da Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto9, o princípio da boa-fé é um


importante princípio que permeia o exercício da actividade Administrativa Pública. Ele
estabelece que a Administração Pública deve agir com honestidade e lealdade, buscando
sempre promover a confiança e a boa relação entre a administração e os cidadãos.

Esse princípio implica que os agentes públicos devem agir de boa-fé, ou seja, devem
ter uma conduta ética e íntegra no desempenho de suas funções. Eles devem cumprir com
seus deveres e obrigações de maneira diligente e responsável, agindo de acordo com os
princípios da legalidade, igualdade entre outros.

A boa-fé na actividade administrativa implica em alguns aspectos importantes:

1. Honestidade:

Os agentes públicos devem ser honestos em suas acções e comunicações, não enganando
ou ocultando informações relevantes dos cidadãos. Eles devem fornecer informações precisas
e completas, evitando qualquer forma de fraude, corrupção ou abuso de poder.

8
Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto.
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Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto.
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2. Lealdade e confiança:

Os agentes públicos devem agir de forma leal aos princípios e objectivos da


Administração Pública, evitando conflitos de interesse e protegendo a confiança
depositada pelos cidadãos. Eles devem servir ao interesse público em detrimento de
interesses pessoais ou de grupos.

3. Cooperação: A boa-fé também implica em promover a cooperação e o diálogo entre a


Administração Pública e os cidadãos. Os agentes públicos devem estar abertos a ouvir
as necessidades e preocupações dos cidadãos, buscando soluções adequadas e
colaborativas.

É importante ressaltar que a observância do princípio da boa-fé contribui para uma


Administração Pública mais responsável e confiável.

2.2.5. Princípio da transparência

O princípio da transparência se encontra previsto no art. 15 da Lei n° 14/2011 de 10 de


Agosto10, e constitui um dos pilares fundamentais da actividade administrativa pública. Ele
estabelece que a Administração Pública deve agir de forma aberta, clara e acessível,
proporcionando aos cidadãos informações relevantes sobre suas acções, decisões e processos.

A transparência na Administração Pública permite que os cidadãos acompanhem e


compreendam as actividades da Administração Pública, possibilitando o controle social e a
participação cidadã na tomada de decisões.

Esse princípio se manifesta da seguinte forma:

1. Divulgação de informações:

A administração Pública deve disponibilizar informações claras, completas e


compreensíveis sobre suas acções, projectos, gastos públicos, normas e regulamentos.
Essas informações devem ser acessíveis aos cidadãos, preferencialmente por meio de
canais electrónicos, como sites institucionais, portais de transparência e redes sociais.
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Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto.
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2. Publicidade dos actos administrativos:

Os actos administrativos, como decisões, contratos e licitações, devem ser publicados


de maneira ampla, a fim de garantir a transparência e permitir que os interessados possam
acompanhar e questionar tais actos.

3. Prestação de contas:

A Administração Pública deve prestar contas de suas acções e decisões, demonstrando


como os recursos públicos são utilizadas e os resultados alcançados. Isso pode ser feito por
meio de relatórios, balanços, auditorias e outros mecanismos que evidenciem a eficiência,
eficácia e legalidade da gestão pública.

2.2.6. Princípio da gratuitidade

O princípio da gratuidade se encontra previsto no art. 16 da Lei n° 14/2011 de 10 de


Agosto11, e estabelece que determinados serviços ou benefícios prestados pela administração
pública devem ser oferecidos de forma gratuita, sem a exigência de pagamento por parte dos
cidadãos.

O princípio da gratuidade é aplicado em serviços considerados essenciais para o pleno


exercício dos direitos fundamentais dos cidadãos, como saúde, educação básica, justiça,
segurança pública, entre outros.

A ideia por trás do princípio da gratuidade é garantir o acesso igualitário a serviços


essenciais, independentemente da capacidade financeira dos indivíduos. Isso significa que o
Estado assume o ónus financeiro necessário para prover esses serviços, buscando assegurar a
igualdade de oportunidades e a dignidade de todos os cidadãos.

Entretanto, é importante destacar que o princípio da gratuidade não se aplica de forma


absoluta a todos os serviços públicos. Existem serviços que podem ser cobrados para garantir
a sustentabilidade financeira do próprio sistema e a sua qualidade. Além disso, em alguns
casos, a gratuidade pode ser concedida de forma selectiva, direccionada a grupos específicos
da população que se encontram em situação de vulnerabilidade.

11
Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de 10 de Agosto.
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2.3. Formas jurídicas das actividades administrativas

2.3.1. Actividade administrativa de gestão pública

Para Albano Macie (2012, pág. 112) 12, os actos de gestão publica compreendem o
exercício do poder público, ou seja, as actividades administrativas de gestão pública ocorrem
no âmbito do sector público, que é composto por instituições governamentais e entidades que
actuam em nome do interesse público.

A gestão pública tem como objectivo principal atender às necessidades e demandas da


sociedade como um todo.

A gestão pública é financiada por recursos públicos, como impostos e taxas pagos
pela população. A Administração Pública de gerir esses recursos de forma eficiente e
transparente, garantindo a prestação de serviços públicos e o cumprimento das obrigações do
Estado. Nesta perspectiva, a Administração Pública, actuara sob o manto do Direito Público,
mormente o Direito Administrativo.

2.3.2. Actividade administrativa de gestão privada

Segundo Albano Macie (2012, pág. 113)13, as actividades administrativas de gestão


privada ocorrem no âmbito do sector privado, que é composto por empresas com fins
lucrativos. Neste caso, a Administração Pública apresenta-se com o papel de um empresário,
isto é, a Administração Pública actuará no domínio das empresas públicas, sociedades de
direito civil ou comercial ou outras formas legais, com a aplicação do Direito Privado.

12
Macie, A. (2012). Licoes de Direito Administrativo Mocambicano. Maputo: ESCOLAR
EDITORA.

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Macie, A. (2012). Licoes de Direito Administrativo Mocambicano. Maputo: ESCOLAR EDITORA
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CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

3. Conclusão

Ao longo deste trabalho, exploramos o tema em questão, e ficou claro que as


actividades administrativas desempenham um papel fundamental na organização e
funcionamento do Estado, sendo responsável pela implementação e execução das políticas
públicas em benefício da sociedade.

Ao longo deste trabalho, analisamos os principais elementos que compõem essa


actividade, como os princípios que a regem e as formas jurídicas das actividades
administrativas.

Concluímos que a actividade administrativa pública possui uma dimensão complexa,


pois envolve aspectos jurídicos, políticos, económicos e sociais. Ela deve ser pautada por
princípios como legalidade, transparência, boa-fé, igualdade e proporcionalidade, visando
sempre ao interesse público e ao bem comum.

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4. Referências bibliográficas
Doutrina:

Macie, A. (2012). Licoes de Direito Administrativo Mocambicano. Maputo: ESCOLAR


EDITORA.

Rosa, M. F. (2012). Direito Administrativo (Vol. 19). Brasil: Sairava.

Zanella, M. S. (2020). Direito administrativo. Rio de Janeiro: Forense.

Legislação:

 Lei que regula a formação da vontade da Administração Pública - Lei n° 14/2011 de


10 de Agosto.

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